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TRF 2 Apostila Competencia CPC15 ok

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COMPETÊNCIA, CONEXÃO E CONTINÊNCIA 
 
 
De forma simplificada, a competência pode ser conceituada como a parcela de atividade 
jurisdicional atribuída a cada órgão do Poder Judiciário. Conforme ensinam alguns autores, é a 
“medida da jurisdição”. 
 
Critérios para determinação da competência: 
 
A doutrina costuma elencar 3 critérios para a determinação da competência: objetivo, territorial 
e funcional. 
 
1) OBJETIVO: 
 
É o critério de determinação da competência com base nos elementos da ação. 
Se subdivide em: 
- Critério PESSOA (elemento “partes”): a competência para processar uma demanda depende da 
parte da demanda ou da pessoa que praticou o ato discutido em juízo 
Exemplo: art. 109, I da CRFB -> competência da justiça federal para as ações em que a União for 
parte, assistente, Exemplo²: art. 102, I, “d” da CRFB -> competência do STF para julgar mandado 
de segurança em face de ato do Presidente da República. 
- Critério MATÉRIA (elemento “causa de pedir”): 
É utilizado pelos códigos de organização judiciária para a criação de juízos especializados 
(exemplo: juízo empresarial). 
- Critério VALOR DA CAUSA (elemento “pedido”): 
É o critério predominante utilizado para definir a competência dos juizados especiais. 
Exemplo: Juizados Especiais da Fazenda Pública (L12153, art. 2º): causas de até 60 salários-
mínimos. 
 
 
2) TERRITORIAL: 
 
É o critério para a definição de competência de foro (arts. 94 e seguintes do ACPC e 46 e 
seguintes do NCPC). 
Exemplo: ações que cuidem de direitos pessoais: em regra, competência do foro do domicílio 
do réu. 
 
3) FUNCIONAL: 
 
É um critério que vai apresentar 2 significados diferentes: 
 
- Divisão de funções entre órgãos jurisdicionais diferentes dentro de um mesmo processo. 
Quando mais de um órgão jurisdicional pratica atos dentro de um mesmo processo. Nesse 
sentido, a competência pode ser: 
. competência funcional horizontal: quando a divisão de funções se dá entre órgãos de 
mesma hierarquia do poder judiciário (Exemplos: expedição de carta precatória e 
incidente de inconstitucionalidade para o órgão especial do tribunal). 
. competência funcional vertical: quando a divisão de funções se dá entre órgãos que 
possuem diferentes posições na estrutura do judiciário (Exemplo: divisão entre 
competência originária e competência recursal; expedição de carta de ordem). 
 
- Um mesmo órgão jurisdicional pode ser competente para praticar atos processuais em 
processos diferentes ligados entre si. 
Exemplos: art. 108 do ACPC e 61 do NCPC: o juízo da ação acessória é o mesmo juízo competente 
para a ação principal. 
 
NCPC, Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. 
 
 
Caso sejam desrespeitados esses critérios, podemos ter uma incompetência ABSOLUTA ou 
RELATIVA. 
- Critério pessoa: como há um interesse público, a partir da ideia de “especialização” e eficiência 
do judiciário, aliada à necessidade de imparcialidade da jurisdição e à separação dos poderes, a 
incompetência será ABSOLUTA. 
- Critério matéria: como é utilizado para a especialização dos órgãos jurisdicionais em 
determinadas matérias, também teremos uma incompetência ABSOLUTA. 
- Critério valor: no âmbito dos juizados das fazendas, o art. 2º, §4º da L12153 prevê que haverá 
incompetência absoluta, caso haja juizado instalado na comarca. Há também regra análoga na 
Lei dos Juizados Federais. 
- Critério territorial: como regra, é RELATIVA, pois é definida com base no interesse das partes. 
Porém, existem casos em que a competência territorial é ABSOLUTA, a exemplo dos arts. 47 do 
NCPC e 95 do ACPC, que tratam da competência para as ações envolvendo direito real 
imobiliário. Nesse caso, haverá competência absoluta do foro do local do imóvel, em se tratando 
das diversas ações listadas no art. 95. 
 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da 
coisa. 
 
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair 
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação 
de obra nova. 
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem 
competência absoluta. 
 
Veja que na primeira parte do §1º do art. 47 a competência é relativa, pois admite-se até mesmo 
foro de eleição. Na parte final, porém, não há opção, tratando-se de competência absoluta. 
 
- Critério funcional: como se relaciona a divisão de funções no poder judiciário, trata-se de 
competência ABSOLUTA. 
 
 
O fato de a incompetência ser absoluta ou relativa traz uma série de consequências: 
 
 
 ABSOLUTA RELATIVA 
Interesse Predominante Interesse público (da sociedade 
ou do judiciário) 
Predomina o interesse das 
partes. 
Momento de arguição Pode ser alegada a qualquer 
tempo (art. 113 do ACPC e 64 do 
NCPC). 
Alegada no prazo de resposta 
(art. 114 do ACPC e 65 do 
NCPC), sob pena de 
prorrogação da competência. 
Possibilidade de 
conhecimento de ofício 
Pode ser conhecida de ofício (art. 
113 do ACPC e 64 do NCPC) 
Como regra, não pode ser 
conhecida de oficio (Súmula 
33 do STJ). 
Exceções: 
. Juizados especiais 
. Contratos que tenham cláusula 
abusiva de eleição de foro 
Forma de arguição Alegada como preliminar de 
contestação ou por petição avulsa 
(arts. 113 e 301 do ACPC e art. 64 
do NCPC). 
No ACPC, era alegada por 
exceção de incompetência 
(art. 304). No entanto, no 
NCPC (art. 64), passa a ser 
alegada em preliminar de 
contestação, ficando extintas 
as exceções de 
incompetência, suspeição ou 
impedimento. 
Suspensão do Processo Não há previsão legal de 
suspensão do processo. 
De acordo com o NCPC, não 
há suspensão do processo 
(art.64, §2º): o juiz deve ouvir 
a parte contrária e logo em 
seguida decidir. 
Nulidade dos atos 
processuais 
O NCPC, o art. 64, §4º prevê a conservação das decisões para 
ambos os casos, salvo decisão judicial em sentido contrário (ou do 
próprio juízo incompetente ou do juízo competente, que pode 
ratificar ou anular as decisões). Trata-se de regra distinta do ACPC, 
que fazia distinção neste ponto, a depender do tipo de 
incompetência. 
 
 
Conexão e Continência: 
A conexão e a continência são causas de modificação de competência, pois levam à reunião de 
ações perante o juízo prevento. 
 
NCPC, Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, 
observado o disposto nesta Seção. 
 
Tais institutos constituem exceções à regra da “perpetuação da competência” (perpetuatio 
iurisdicitionis), segundo a qual a competência para processar e julgar uma demanda é definida 
no momento de sua propositura (art. 87 do ACPC e art. 43 do NCPC). A lógica é que haja uma 
proteção ao juiz natural, garantia segundo a qual o órgão jurisdicional competente para uma 
demanda é definido com base em regras abstratas e prévias, protegendo-se a imparcialidade da 
jurisdição. Nesse sentido, a regra é a de que a competência seja definida no momento da 
propositura da ação, não podendo haver uma mudança posterior de competência, que 
disfarçadamente poderia revelar uma escolha de juízo. 
 
ACPC, Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São 
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo 
quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da 
hierarquia. 
 
NCPC, Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição 
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
 
Não obstante, existem diversas exceções à regra da perpectuatio jurisdictionis,algumas já 
previstas no próprio art. 43 do NCPC (quais sejam: supressão do órgão judiciário e alteração de 
competência absoluta), e outras espalhadas pelo código. Dentre essas exceções, podemos citar 
a conexão e a continência, que também permitem a modificação posterior de competência. 
 
O que é a conexão? 
A conexão é tratada no art. 103 do ACPC e 55 do NCPC. Tal fenômeno pode ocorrer quando duas 
ou mais ações possuem o mesmo pedido ou causa de pedir (elementos objetivos da demanda), 
hipótese em que o juiz poderá determinar a reunião de processos, a fim de evitar decisões 
conflitantes. 
 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa 
de pedir. 
 
À luz do ACPC, o STJ já adotava a chamada TEORIA MATERIALISTA, segundo a qual duas ou mais 
ações serão conexas quando versarem sobre a mesma relação jurídica de direito material (Ex: 
ação de despejo e ação de consignação em pagamento dos aluguéis -> versam sobre a mesma 
relação jurídica de direito material, então é importante que tramitem junto para evitar decisões 
contraditórias, ainda que não tenham exatamente a mesma causa de pedir ou o mesmo pedido). 
Nesse sentido, o NCPC passou a prever a possibilidade de reunião de ações ainda que entre 
elas não houvesse conexão, prestigiando a teoria materialista: 
Art. 55, § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de 
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem 
conexão entre eles. 
 
A conexão é faculdade ou dever do juiz? 
A conexão, como visto, é causa de modificação de competência, pois leva à reunião de ações 
perante o juízo prevento. No entanto, essa reunião, de acordo com entendimento do STJ à luz 
do ACPC, seria uma faculdade do juiz. 
 
“O juiz tem discricionariedade para determinar a conexão de processos, à luz do art. 105 do CPC” 
(STJ - REsp: 737854 MG) 
“Conexas as causas, é recomendável, em linha de princípio, a sua reunião para julgamento 
conjunto, competindo ao prudente arbítrio do juiz aferir a sua conveniência (STJ - AgRg no AgRg 
no Ag: 446831 SP) 
 
Inobstante, alguns autores, como Athos Gusmão Carneiro, criticam tal entendimento, pois há o 
risco de decisões contraditórias, de modo que a segurança jurídica impõe que as ações sejam 
reunidas; trata-se também de questão de economia processual. Assim, a reunião deveria ser um 
dever, quando há o risco de decisões contraditórias. 
 
Parecendo seguir essa linha, o novo CPC, em seu art. 55, §1º, menciona que os processos e ações 
conexas “serão reunidos”. Assim, passaria a haver, de fato, um dever do juiz. 
 
 
O que é a Continência? 
A continência ocorre quando, entre duas ou mais ações, há identidade de partes E de causa de 
pedir, mas com o pedido de uma abrangendo o das outras. (Ex: propositura de ação pedindo a 
repetição de indébito tributário e posterior ação declaratória de inexistência de relação jurídico-
tributária -> mesmas partes, mesma causa de pedir, mas os pedidos são diferentes, sendo que 
a análise do pedido de repetição de indébito passa pela análise da existência de relação jurídico-
tributária => o pedido da ação de repetição abrange o da declaratória, podendo haver 
continência). 
 
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes 
e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. 
 
Conexão Continência 
- Quando for comum o pedido (objeto) OU 
a causa de pedir. 
- Quando houver a identidade de partes E 
de causa de pedir, sendo que o pedido de 
uma ação abrange o da outra. 
 
 
O que é o “juízo prevento”? 
Havendo conexão ou continência, o CPC menciona que poderá haver a reunião de ações perante 
o juízo prevento. Este é entendido como o primeiro juízo competente para uma causa e para 
outras a elas conexas 
No novo CPC, houve a unificação dos critérios para se definir qual será o juízo prevento: será 
aquele onde primeiro foi registrada ou distribuída a inicial. 
 
NCPC, Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão 
decididas simultaneamente. 
NCPC, Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
 
Ademais, no novo CPC, o art. 57 não determina a imediata reunião dos processos no caso de 
continência. Nesse caso, deve ser verificado qual foi a primeira ação ajuizada: a continente ou a 
contida. Se a primeira for a continente (a que a abrange a outra), haverá extinção do processo 
sem resolução do mérito da segunda ação (a contida). Se a primeira for a contida, o NCPC diz 
que elas serão necessariamente reunidas. Isso se deve ao fato de que, no novo CPC, as questões 
prejudiciais também poderão formar coisa julgada; assim, na ação continente já é possível que 
a questão seja solucionada. 
 
NCPC, Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, 
no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso 
contrário, as ações serão necessariamente reunidas. 
 
Ex: propositura de ação pedindo a repetição de indébito tributário e posterior ação declaratória 
de inexistência de relação jurídico-tributária. Nesse caso, ao contrário do que ocorria no antigo 
código (reunião de processos), no novo CPC deveria haver a extinção da ação declaratória 
posteriormente ajuizada, uma vez que esta já está contida na ação de repetição de indébito 
como uma questão prejudicial, que poderá formar coisa julgada. 
 
 
Uma das grandes novidades do NCPC é a possibilidade de que as questões prejudiciais 
também formem coisa julgada. 
 
Tradicionalmente, a coisa julgada incide sobre o dispositivo de uma sentença. 
Nessa linha, o ACPC, no art. 469, previa que “não faz coisa julgada” os motivos, a 
verdade dos fatos e a questão prejudicial (questões prévias ao mérito).1 
 
Assim, a análise de questão prejudicial, à luz do antigo CPC, não fazia coisa julgada, 
sendo analisada como um mero fundamento para decidir. 
No entanto, a apreciação de questão prejudicial podia formar coisa julgada quando 
houvesse uma AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL (prevista no art. 470). Qualquer das 
partes poderia propor a ação declaratória incidental, caso em que a questão 
prejudicial passaria a integrar o mérito da decisão, trazendo segurança jurídica e 
evitando que tal questão fosse decidida de maneira distinta em processo posterior. 
 
ACPC, Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a 
parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e 
constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. 
 
O novo CPC, por sua vez, estabelece a possibilidade de que haja a formação de coisa 
julgada material sobre a questão prejudicial, independentemente de ação 
declaratória incidental (art. 503, §1º). No entanto, para que isso aconteça são 
necessários 4 requisitos cumulativos: 
- A decisão sobre a questão prejudicial deve ter se dado de forma expressa e 
incidente no processo (não pode ser implícita, subentendida). 
- A resolução do mérito deve depender da resolução da questão prejudicial. Tal 
dependência deve ser interpretada como uma dependência necessária, essencial. 
- Haja contraditório prévio e efetivo. Por isso, não se aplica ao caso de REVELIA. 
O §2º do art. 503 também menciona que se o procedimento tem restrições 
probatórias ou limitações cognitivas que impeçam o aprofundamento da análise da 
prejudicial, não seria caso de formação de coisa julgada (Ex: mandado de segurança) 
- O juízo deve ter competência em razão da matéria ou da pessoa para conhecê-la 
na via principal. Em outras palavras, o juízo não pode ser absolutamente 
incompetente para a análise da questão prejudicial casoela fosse deduzida como 
ação principal (Ex: inconstitucionalidade de tributo). 
 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos 
limites da questão principal expressamente decidida. 
 
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida 
expressa e incidentemente no processo, se: 
 
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no 
caso de revelia; 
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como 
questão principal. 
 
 
 
 
 
 
 
1 As questões prévias podem ser: 
 - Preliminares: questões prévias cujo acolhimento impede temporaria ou permanentemente a análise do mérito. 
Possuem uma eficácia impeditiva, uma vez que o acolhimento da preliminar irá impedir a análise do mérito de forma definitiva 
(levando a uma decisão de extinção sem resolução do mérito; Ex: falta de interesse de agir) ou de forma temporária (gerando a 
necessidade de prática de alguns outros atos processuais; Ex: reconhecimento de incompetência -> vai gerar a necessidade de 
remessa dos autos ao juízo competente, ficando temporariamente impedida a análise do mérito). 
 - Prejudiciais: questões prévias ao mérito, cujo acolhimento vincula como o mérito será analisado (Ex: ação de repetição 
de indébito em virtude de inconstitucionalidade da norma -> o mérito é a repetição do indébito, mas a questão sobre a 
constitucionalidade da norma é uma questão prévia ao mérito). 
 
 OBS: Prescrição e decadência, de acordo com a doutrina majoritária, seriam preliminares DE MÉRITO. 
Dispositivos importantes sobre competência no CPC/15: 
 
Para uma prova objetiva, é importante que o candidato conheça a literalidade do CPC/15, que 
trouxe novidades importantes. Vejamos: 
 
I) Deslocamento da competência para o juízo federal 
 
O art. 45 do CPC dispõe que, caso a União, suas autarquias, empresas públicas ou fundações, 
intervenham em um processo, na qualidade de parte ou terceiro, devem os autos serem 
remetidos para a justiça federal. O mesmo vale para o caso de intervenção de conselho de 
fiscalização da atividade profissional. 
 
Não obstante, os incisos I e II do mesmo artigo trazem algumas exceções, casos em que não 
haverá o deslocamento de competência. São os casos de recuperação judicial, falência, 
insolvência civil e acidente de trabalho, além dos casos sujeitos à competência da justiça 
eleitoral e da justiça do trabalho. 
 
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal 
competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, 
ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro 
interveniente, exceto as ações: 
 
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; 
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. 
 
§ 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo 
perante o qual foi proposta a ação. 
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da 
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista 
interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. 
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja 
presença ensejou a remessa for excluído do processo. 
 
 
II) Regra geral: Foro do domicílio do réu 
 
Para as ações fundadas em direito pessoal ou em direito real sobre bens MÓVEIS, o art. 46 traz 
a regra da competência do foro do domicílio do RÉU. 
 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, 
em regra, no foro de domicílio do réu. 
 
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. 
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for 
encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de 
domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. 
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de 
qualquer deles, à escolha do autor. 
 
Por fim, o §5º do art. 46 traz polêmica previsão, prevendo que as execuções fiscais devem ser 
propostas no foro do domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. 
 
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do 
lugar onde for encontrado. 
 
 
III) Regra para ações relacionadas a IMÓVEIS: 
 
No caso de ações fundadas em direito real sobre IMÓVEIS, a regra é a competência do foro de 
situação da coisa. O mesmo vale para o caso de ação possessória imobiliária, conforme prevê o 
§2º do art. 47. As duas hipóteses são de competência ABSOLUTA e, portanto, inderrogável pela 
parte. 
 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da 
coisa. 
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem 
competência absoluta. 
 
Não obstante, o §1º do art. 47 prevê uma competência relativa, admitindo que o autor proponha 
a ação no foro de domicílio do réu ou no foro de eleição, desde que o litígio não recaia sobre 
direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação 
de obra nova (nessas 5 hipóteses, teremos competência absoluta do foro da situação da coisa). 
 
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair 
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação 
de obra nova. 
 
 
IV) Regra para ações de inventário, partilha etc: 
 
A regra continua sendo a do foro do domicílio do autor da herança (ou seja, do morto), ainda 
que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a 
partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou 
anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito 
tenha ocorrido no estrangeiro. 
 
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
 
I - o foro de situação dos bens imóveis; 
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
 
 
Para o caso de ausência, o CPC prevê a competência do foro do último domicílio do ausente. 
 
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também 
competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições 
testamentárias. 
 
 
V) Outras disposições importantes: 
 
 
 Para as ações em que o incapaz for réu, competente será o foro de domicílio de seu 
representante ou assistente. 
 
 Se a União for AUTORA, competente será o foro do domicílio do réu. 
 
 
 Se a União dor RÉ, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de 
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito 
Federal. 
 
 Se os Estados ou DF forem AUTORES, competente será o foro do domicílio do réu. 
 
 Se os Estados ou DF forem RÉUS, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do 
autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa 
ou na capital do respectivo ente federado. 
 
 Para a ação de divórcio,separação, anulação de casamento e reconhecimento ou 
dissolução de união estável, o CPC/15 trouxe importante novidade, prevendo como 
regra a competência do foro domicílio do guardião de filho incapaz. Caso não haja filho 
incapaz, a competência passa para o último domicílio do casal. Não obstante, se 
nenhuma das partes residir no último domicílio do casal, a competência será do foro do 
domicílio do réu (não há mais a competência do foro do domicílio da mulher, como 
previa o CPC73). 
 
Art. 53. É competente o foro: 
 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de 
união estável: 
 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
 
 Para as ações em que se pedem alimentos, competente será o foro do domicílio ou 
residência do alimentando. 
 
 Quando for ré uma pessoa jurídica de direito privado, a regra é o foro do local da sede. 
No entanto, o CPC também prevê a competência do foro onde se acha a agência ou 
sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu. 
 
 No caso de sociedade SEM personalidade jurídica, será competente o foro do local onde 
exerce suas atividades. 
 
 Também será competente: 
- o foro de onde a obrigação deva ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o 
cumprimento. 
- o foro da residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no 
respectivo estatuto; 
- o foro da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano 
por ato praticado em razão do ofício 
- o foro do domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano 
sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
- o foro do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;

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