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TRF 2 Apostila Intervencao de Terceiros ok

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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
1) Previsão Legal 
 
A matéria está compreendida entre os art. 119 a art. 138, NCPC 
 
2) Classificação 
 
 Assistência 
 Denunciação da lide 
 Chamamento ao processo 
 Incidente da Desconsideração da Personalidade Jurídica 
 Amicus Curiae 
 
 
3) Principais Alterações no NCPC: 
 
 Oposição 
 Nomeação à autoria 
 Incidente da Desconsideração da Personalidade Jurídica 
 Amicus Curiae 
 
 
3.1) Regramento no CPC /73: duas figuras anteriormente previstas não estão mais 
contempladas como intervenção de terceiro: a oposição e a nomeação à autoria. 
 
a) Considerações quanto à oposição 
 
Com o NCPC , a oposição passou a ser uma ação compreendida em um procedimento 
especial e está prevista entre os art. 682 a art. 686. 
Houve, portanto, alteração em relação a sua natureza jurídica. 
A mudança teve por base se coadunar com o seu objetivo, uma vez que a oposição é 
um instrumento utilizado para que um terceiro dê origem a outro processo, para discutir o 
ato de apreensão de um bem que ele é possuidor. 
 
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem 
autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. 
 
b) Considerações quanto nomeação à autoria 
 
Passou a ser chamada de correção de ilegitimidade passiva (art. 338 e art..339) sendo 
arguida em sede de contestação. 
A partir da nova sistemática, passa a ser um incidente de substituição da figura do réu. 
Havendo a substituição, o autor irá arcar com as despesas e pagar honorários ao procurador 
do réu excluído. 
Importante observar que o novo CPC estabelece um dever do réu que alega a 
ilegitimidade e sabe quem é o legitimado. Assim, caso o réu alegue a sua ilegitimidade, mas 
não indica quem deve estar no polo passivo e, após, se descobre que réu sabia quem era o 
verdadeiro legitimado passivo, caberá ação de responsabilidade civil. Trata-se da aplicação 
do princípio da cooperação, uma vez que ele tinha o dever de cooperar na indicação do 
legitimado correto. 
 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo 
prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial 
para substituição do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os 
honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do 
valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o. 
 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da 
relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as 
despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de 
indicação. 
 
3.2) Inovações no NCPC: 
Novos institutos foram contemplados como intervenções de terceiros no processo civil: 
o Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica e o Amicus Curiae, que serão 
abordados mais à frente, de forma aprofundada. 
 
 
 
4) Assistência 
 
Seu conceito encontra-se no art. 119, o qual expõe que: é modalidade por meio da 
qual um terceiro ingressa no processo alheio para colaborar com uma das partes, ou seja, 
o terceiro tem por objetivo ajudar uma das partes para que tenha êxito na demanda. 
A assistência passa a estar expressamente prevista como intervenção de terceiros, 
sendo subdivida em: simples e litisconsorcial 
Ela é admitida em qualquer fase (não se sujeita à preclusão temporal) e, em regra, 
pode ser suscitada em todos os procedimentos. No entanto, não cabe no microssistema dos 
Juizados, nos processos de natureza objetiva e em sede de Mandado de Segurança. 
 
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente 
interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no 
processo para assisti-la. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em 
todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que 
se encontre. 
 
Apesar de ser uma intervenção espontânea - pois a entrada do terceiro no processo 
depende apenas de sua iniciativa -, o magistrado pode negar liminarmente o ingresso, 
mesmo que silente as partes em relação a sua admissibilidade. Se não rejeitar liminarmente 
o pedido, o juiz intimará as partes para se manifestarem no prazo de 15 dias (houve dilação 
de prazo). A decisão que julga o pedido de assistência é interlocutória e está sujeita a agravo 
de instrumento (art. 1.015, IX) 
 
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do 
assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. 
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse 
jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. 
 
Os requisitos para a intervenção são: 
 não fazer parte do processo no qual deseja ingressar; 
 interesse jurídico na vitória de uma das partes do processo; 
 querer ingressar em processo pendente, no qual a sentença ainda não tenha 
transitado em julgado. 
No que concerne ao segundo requisito, interesse jurídico é a possibilidade de a decisão 
proferida em processo alheio afetar a esfera jurídica de terceiro. Não se admite a assistência 
por interesse puramente econômico. 
Se qualquer uma das partes impugnar o pedido, o juiz decidirá o incidente, sem 
suspender o processo e, caso necessário, poderá haver rápida instrução probatória. 
 
Assistência simples: é a intervenção do terceiro que tem relação jurídica dependente 
daquela que está sendo deduzida em juízo e que age para reforçar os atos do assistido, bem 
como para praticar atos não exercidos pelo assistido, atuando como seu substituto 
processual. Contudo, se o assistido manifesta a vontade de não recorrer e se há negócios 
praticados pelo assistido, o assistente simples fica vinculado. Em contrapartida, caso o 
assistido se omita, o assistente simples pode suprir essa omissão e, portanto, ajudar o 
assistido, desde que seja uma omissão não negocial. O assistente irá receber o processo no 
estado em que se encontra e não pode praticar ou rever atos processuais já realizados. 
 
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os 
mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o 
assistente será considerado seu substituto processual. 
 
Importante consequência em relação à assistência simples é que o assistente não 
fica sujeito à coisa julgada, mas está submetido à eficácia preclusiva da intervenção (art. 
123). A eficácia preclusiva da intervenção implica estar vinculado aos fundamentos da 
sentença. Assim, o assistente simples não pode questionar, em qualquer outro processo, os 
fatos e fundamentos jurídicos da sentença proferida contra o assistido, salvo nas duas 
situações descritas no dispositivo art. 123. 
 
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o 
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, 
salvo se alegar e provar que: 
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do 
assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por 
dolo ou culpa, não se valeu. 
 
Assistência litisconsorcial: é uma hipótese de litisconsórcio unitário facultativo ulterior. O 
interesse jurídico é integrante da própria relação jurídica discutida em juízo, ou seja, de 
acordo com o art. 124, o assistente litisconsorcialé terceiro que tem relação jurídica de 
direito material com o adversário do assistido. Caso haja impugnação em relação ao seu 
ingresso, esta não será processada em autos em apartado. 
 
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a 
sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. 
 
 O assistente litisconsorcial age sem limitação, como se fosse parte originária do 
processo. Ademais, os atos de disposição de direito praticados por um litisconsorte apenas 
têm eficácia se forem ratificados pelo outro. Por fim, o assistente litisconsorcial, por ser 
parte, encontra-se submetido à coisa julgada. 
 
 
5) Denunciação da lide 
 
É a ação incidental, eventual e antecipada de regresso proposta por alguma das 
partes em face de terceiro para a eventualidade de sair perdedora numa demanda. 
A denunciação é uma intervenção provocada, e tem natureza jurídica de AÇÃO, 
com a finalidade de REGRESSO em face de terceiro. E é uma ação de regresso INCIDENTAL, 
pois só existe no curso de um processo. 
 
 
A denunciação da lide é obrigatória? 
Não. O NCPC acabou com as discussões acerca da obrigatoriedade da denunciação, sob 
pena de perda do direito de regresso em ação autônoma. De acordo com o caput do art. 
125 e §1º, a denunciação da lide passa a ser expressamente facultativa, admitindo-se o 
exercício do direito regressivo por meio de ação autônoma mesmo que a intervenção não 
tenha sido provocada no processo originário. 
 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao 
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o 
prejuízo de quem for vencido no processo. 
 
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide 
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. 
 
Na mesma linha, confira-se o Enunciado 120 do Fórum Permanente de 
Processualistas Civis: 
 
Enunciado 120: A ausência de denunciação da lide gera apenas a preclusão do direito de a 
parte promovê-la, sendo possível ação autônoma de regresso. 
 
No que tange às possibilidades de arguição, estas agora resumem-se a duas (evicção 
e o responsável em caso de regresso), tendo sido excluída a denunciação de proprietário 
ou possuidor indireto que por força de obrigação ou direito era citado (antigo art. 70, II. 
CPC/73): 
 
II o proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou 
direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o 
réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada; 
 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido 
ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação 
regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
 
É possível a denunciação da lide SUCESSIVA? 
O ACPC (art. 73) permitia amplamente denunciações da lide sucessivas, entendidas como 
“as denunciações da lide da denunciação da lide” (Ex: seguradora que denuncia para uma 
resseguradora). 
O novo CPC, no entanto, limita essa possibilidade em seu art. 125, §2º, admitindo apenas 
UMA denunciação sucessiva. Assim, o denunciado sucessivo não poderia promover nova 
denunciação. 
 
É possível a denunciação da lide PER SALTUM? 
A denunciação “per saltum” seria a denunciação da lide em face de pessoa com quem NÃO 
se tem uma relação jurídica de direito material. Nesse sentido, de acordo com o antigo art. 
456 do CC, o adquirente poderia notificar o “alienante imediato ou qualquer dos 
anteriores”. Assim, havendo uma cadeia de alienantes, o adquirente poderia fazer a 
denunciação “per saltum”, em face de um alienante anterior com quem ele não tinha 
relação jurídica direta. 
 
O novo CPC, no entanto, revogou expressamente o art. 456 do CC (vide art. 1072 do NCPC). 
Ademais, o art. 125, I do NCPC fala em denunciação da lide ao “alienante IMEDIATO”, de 
modo que não se revela mais possível a denunciação “per saltum”. 
 
 
Legitimidade e momento para requerer a denunciação 
A denunciação da lide pode ser requerida por qualquer das partes (tanto pelo autor quanto 
pelo réu). 
O autor pode, por exemplo, propor uma demanda buscando ser ressarcido e, para o caso 
de improcedência, já denunciar à lide a uma seguradora. 
 
Pelo autor, a denunciação da lide deve ser feita NA PRÓPRIA INICIAL. 
Pelo réu, a denunciação deveria ser requerida, pelo ACPC (art. 71), no PRAZO DE RESPOSTA. 
No novo CPC (art. 131), deve ser requerida na própria CONTESTAÇÃO (coerente com a ideia 
de concentração das respostas do réu, que norteia o NCPC). 
 
Isso é importante para que o denunciado possa atuar na fase de conhecimento por inteiro, 
preservando-se as garantias do processo e evitando-se a repetição de atos processuais. 
 
 
Qual a natureza jurídica do denunciado? 
De acordo com o STJ (Informativo 490), o denunciado à lide é considerado LITISCONSORTE 
do denunciante, com fundamento nos arts. 74 e 75 do ACPC. 
OBS: alguns autores, como Dinamarco, entendem que seria um assistente. 
O novo CPC, nos arts. 127 e 128, também segue a linha do STJ, pela natureza de 
litisconsorte. 
 
Essa natureza de litisconsorte também é importante para efeitos de execução do julgado. 
O denunciado pelo réu, por ser réu da ação principal, pode ser executado DIRETAMENTE. 
É o entendimento atual do STJ e é o que está expresso no art. 128, PU. do NCPC. 
 
 
Como e quando é julgada a denunciação da lide? 
O art. 129 do NCPC diz que se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao 
julgamento da denunciação da lide. Assim, a denunciação da lide só será julgada se o 
denunciante for vencido. 
Se o denunciante for vencedor, a denunciação não será apreciada (perderá o objeto), de 
modo que os ônus da sucumbência desta serão arcados por aquele que deu causa (o próprio 
denunciante). 
 
 
6) Chamamento ao processo 
 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o 
pagamento da dívida comum. 
 
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será 
requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) 
dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. 
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção 
judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses. 
 
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu 
que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor 
principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes 
tocar. 
 
O chamamento ao processo é outra modalidade de intervenção de terceiro 
provocada pelo réu, acarretando ampliação subjetiva do processo. Sua consequência é a 
formação de um litisconsórcio ulterior, pois o réu traz ao processo outro legitimado para 
junto com ele responder a demanda ajuizada. 
O momento para ser arguida é na contestação, sob pena de preclusão temporal. 
Sendo indeferido o chamamento, será cabível agravo de instrumento (art. 1.015, 
inciso IX). 
 
Hipóteses de Cabimento: 
 
NCPC, Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
 
I - do afiançado, naação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o 
pagamento da dívida comum. 
 
1 – o réu fiador pode chamar ao processo o devedor, que é o responsável principal pela 
obrigação. Isso porque o fiador não é devedor principal, mas mero garantidor. 
 
OBS: Se houver renúncia ao benefício de ordem, ainda assim poderá haver o chamamento 
ao processo, mas pelo inciso III, pois ainda haverá solidariedade. 
 
2 – hipótese em que há diversas garantias (diversos fiadores). 
Como há uma responsabilidade solidária, se somente um dos fiadores for acionado, cabe o 
chamamento ao processo para trazer outros responsáveis. 
 
3- quando há responsáveis solidários pela obrigação, e apenas um deles é acionado. 
 
 
 
7) Incidente da Desconsideração da Personalidade Jurídica 
 
 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será 
instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir 
no processo. 
 
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os 
pressupostos previstos em lei. 
 
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da 
personalidade jurídica. 
 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo 
de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título 
executivo extrajudicial. 
 
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor 
para as anotações devidas. 
 
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da 
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado 
o sócio ou a pessoa jurídica. 
 
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o. 
 
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais 
específicos para desconsideração da personalidade jurídica. 
 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para 
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por 
decisão interlocutória. 
 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. 
 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de 
bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
 
 A desconsideração da personalidade jurídica é instituto de direito material, que se 
aplica se houver mau uso de uma pessoa jurídica. Em determinadas hipóteses 
expressamente previstas em lei (art. 50, CC; 28, CDC, art. 18, Lei 8.884/84 e art. 4º, Lei 
9605/98), a autonomia patrimonial da pessoa jurídica pode ser episodicamente 
desconsiderada pelo juiz, a fim de permitir que o patrimônio dos seus integrantes responda 
pelo cumprimento de obrigações atribuídas à pessoa jurídica. Assim, determinadas 
obrigações da pessoa jurídica são estendidas aos bens particulares dos seus 
administradores ou sócios . 
Apesar de amplamente aplicada pelos Tribunais, tal incidente não possuía até então 
regulamentação quanto ao seu procedimento. Assim, o NCPC veio estabelecer a forma 
processual para que haja a desconsideração, desde que observados os pressupostos na lei 
de direito material. Seu fim maior é garantir o contraditório e a ampla produção de prova, 
em que pese aquele poder ser realizado, excepcionalmente, na forma diferida – se 
presentes o requisitos da tutela de urgência. 
O incidente pode ser instaurado a partir da manifestação do MP ou das partes, 
indicando-se a fundamentação e o pedido. Ademais, é cabível em todas as fases do 
processo, inclusive com a possibilidade de sua arguição em fase recursal ou de execução. 
Caso o pedido de desconsideração da personalidade jurídica seja formulado 
incidentemente ao processo, deverá ocorrer a sua suspensão. Nesse caso, será decidido por 
decisão interlocutória, sendo cabível agravo de instrumento (ou interno, quando pleiteado 
em fase recursal). 
 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão 
interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. 
 
 
Se o pedido for formulado na petição inicial, será constituído um litisconsórcio 
passivo inicial formado pela pessoa jurídica e o seu integrante, sendo desnecessária a 
suspensão do processo. Nesta hipótese, não há sequer a formação do incidente. 
 
Art. 134, § 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade 
jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa 
jurídica. 
 
Importante salientar que é possível a instauração do incidente em sede de Juizados 
Especiais, a par da proibição expressa de intervenção de terceiros. 
 
Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo 
de competência dos juizados especiais. 
 
Por fim, destaque-se que a simples instauração do incidente não ensejará 
intervenção obrigatória do Ministério Público, conforme Enunciado 123 do Fórum 
Permanente de Processualistas Civis: 
 
Enunciado 123: É desnecessária a intervenção do Ministério Público, como fiscal da ordem 
jurídica, no incidente de desconsideração da personalidade jurídica, salvo nos casos em que 
deva intervir obrigatoriamente, previstos no art. 178. 
 
8) Amicus Curiae 
 
 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a 
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da 
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das 
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de 
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com 
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
 
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência 
nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de 
declaração e a hipótese do § 3o. 
 
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, 
definir os poderes do amicus curiae. 
 
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução 
de demandas repetitivas. 
 
O amicus curiae vem ao processo para auxiliar o magistrado na compreensão dos elementos 
discutidos na demanda, e não para fazer uma defesa de direitos subjetivos. 
Em termos simplificados, o amicus curiae não seria um assistente das partes, mas sim “um 
assistente do JUÍZO” (amigo da corte), cujo papel é o de trazer esclarecimentos para o 
julgamento da causa. 
 
O antigo CPC não trazia uma regulamentação do amicus curiae, sendo apenas extraível uma 
menção nos art. 543-A e 543-C, na análise de recursos especiais e extraordinários 
representativos de controvérsia. 
 
ACPC, Art. 543-A, § 6º O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de 
terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal 
Federal. 
 
ACPC, Art. 543-C, § 4o O relator, conforme dispuser o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça 
e considerando a relevância da matéria, poderá admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades 
com interesse na controvérsia. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). 
 
No entanto, o novo CPC trouxe um capítulo específico regulamentando a figura do amicus 
curiae inclusive alterando alguns antigos entendimentos jurisprudenciais sobre o tema. De 
acordo com o art. 138, há 3 situações em que seria possível se admitir amicus curiae: 
- Relevância da matéria 
- Especificidade do objeto da demanda. 
- Repercussãosocial 
 
NCPC, Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema 
objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício 
ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação 
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no 
prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
 
Essa intervenção pode ser ESPONTÂNEA ou PROVOCADA, pois o terceiro pode requerer o 
seu ingresso na demanda ou ser provocado por alguma das partes ou pelo próprio juiz. 
 
 
Quem pode ser amicus curiae? 
De acordo com os tribunais anteriores, deve ser uma entidade ou pessoa com 
representatividade sobre a questão discutida. Assim, não é qualquer pessoa que pode 
ingressar como amicus curiae. 
 
Sobre o tema, convém mencionar uma importante novidade do NCPC, que admite inclusive 
pessoas FÍSICAS como amicus curiae, conforme se extrai do caput do art. 138. 
 
 
A intervenção do amicus curiae desloca a competência? 
Como regra NÃO. 
 
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a 
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. 
 
 
Quais os poderes do amicus curiae? 
Como visto, o papel do amicus curiae é o trazer esclarecimentos, cabendo ao juiz definir 
poderes para ele dentro do processo (Ex: possibilidade de apresentar provas). 
 
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes 
do amicus curiae. 
 
 
O amicus curiae pode recorrer de decisões dentro do processo? 
Em regra NÃO, pois nesse caso ele estaria defendendo direitos subjetivos, e não trazendo 
esclarecimentos. 
No entanto, existem 2 exceções: 
- Possibilidade de oposição de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (para esclarecer a decisão 
judicial, por exemplo). 
- Possibilidade de recorrer da decisão que julgar o INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE 
DEMANDAS REPETITIVAS, mecanismo trazido pelo novo CPC para a formação de 
precedentes em casos que tratem da mesma questão de direito (art. 976 e ss do NCPC). 
 
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a 
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. 
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas. 
 
OBS: O IRDR é um mecanismo que forma um precedente sobre uma questão de direito 
repetitiva, e que será aplicado para os demais casos pendentes e futuro. Não vai decidir a 
questão só inter partes, aplicando-se a toda coletividade que se enquadre na mesma 
questão. Ainda traremos uma apostila própria sobre o tema. 
 
 
Cabe recurso da decisão que inadmite o amicus curiae? 
De acordo com o art. 138, tal decisão será irrecorrível, tanto para admissão quando para 
inadmissão. 
 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da 
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a 
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de 
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no 
prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
 
No entanto, é possível que o amicus curiae tente o ingresso novamente em 2ª instância, ou 
o próprio relator, de ofício, determine a sua intervenção.

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