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AULA INTERVENÇÃO

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Segundo José Afonso da Silva: intervenção “É ato político que consiste na incursão da entidade interventora nos negócios da entidade que a suporta”.
Dirley da Cunha Júnior: “Entende-se por intervenção o ato político, fundado na Constituição, que consiste na ingerência de uma entidade federada nos negócios políticos de outra entidade igualmente federada, suprimindo-lhe temporariamente a autonomia, por razões estritamente previstas na Constituição”.
Natureza jurídica
Finalidade
 
OBS: AUTONOMIA - Poder limitado e circunscrito. 
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JURISPRUDÊNCIA DO STF:
“O tratamento restritivo, constitucionalmente dispensado ao mecanismo da intervenção federal impõe que não se ampliem as hipóteses de sua incidência, cabendo ao intérprete identificar, no rol exaustivo do art. 34 da Carta Política, os casos únicos que legitimam, em nosso sistema jurídico, a decretação da intervenção federal nos Estados-Membros” 
(STF - Intervenção Federal nº 591-9/BA-Rel. Ministro-Presidente Celso de Melo, Diário da Justiça, Seção I, 16 set. 1998, p. 428). 
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a) Intervenção da União (como entidade interventora) nos Estados;
b) Intervenção dos Estados (como entidade interventora) nos municípios;
c) Intervenção da União (como entidade interventora) em município situado em território.
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A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
 
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V - Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
 
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VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
 
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O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - O Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
 
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A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
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§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
 
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a) Excepcionalidade
 
b) Necessidade, motivo constitucionalmente eleito;
c) Temporariedade 
d) Formalidade 
OBS: RETOMANDO O Art. 36. 
A decretação da intervenção dependerá:
 
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
(...)
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
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VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
 
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Art. 21. Compete à União:
(...) V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
(...)
Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República:
(...) X - decretar e executar a intervenção federal;
 
OBS: A intervenção do Estado em Município é de competência privativa por simetria do Governador.
RETOMANDO O Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
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a) Defesa do Estado (Art. 34)
Art. 34. A União não intervirá (a regra é da não intervenção) nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira (...);
b) Defesa do princípio federativo (Art. 34)
(...) II - repelir invasão (...) de uma unidade da Federação em outra;
 
Ex: O Estado de Sergipe invade Alagoas. Principio federativo ameaçado Pode ser solucionado pela intervenção.
 
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c.1) Defesa das finanças estaduais (Art. 34)
(...) V - Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) Suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
c.2) Defesa das finanças municipais (Art. 35)
O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
 
(Art. 34)
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Art. 98 - A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras
e serviços públicos. 
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
 
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d) Defesa da ordem constitucional (Art. 34)
A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...) III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
 
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d) Defesa da ordem constitucional (Art. 34) 
(...) VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (sensíveis):
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (redação da EC 29/2000). 
 
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a) Ex officio (espontânea)
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
	
Art. 91, § 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
(...)
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
Art. 36. 
(...)
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. 
 
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a) Ex officio (espontânea)
Art. 57. (...) § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
 
A competência do Congresso x a competência do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional
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a) Ex officio (espontânea)
Se suspensa e mantida a intervenção:
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
 
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b) Provocada
b.1) Solicitação
b.2) Requisição ( indeclinável, inescusável).
b.3) Provimento judicial/ provimento de representação
 
Obs: Depende do motivo pelo qual a intervenção é solicitada.
No caso da intervenção provocada, a edição do decreto interventivo, depende de um requisito prévio: Solicitação, requisição ou provimento judicial. A exigência do requisito prévio está vinculada ao motivo que enseja a intervenção. Funcionam como controle específico da intervenção, diante de determinados motivos. 
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b) Provocada
 
CF/88:
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I – no caso do art. 34, IV [garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação], de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
OBS: Diferenças jurídicas entre solicitação e requisição. 
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a) Político
a.1 - No âmbito da União como entidade interventora:
Congresso Nacional (representantes do Povo e dos próprios Estados-membros)
Procurador Geral da República PGR (representação interventiva federal)
a.2 - No âmbito do Estado como entidade interventora:
No âmbito do Estado como entidade interventora:
Assembleia Legislativa
Procurador Geral de Justiça (representação interventiva estadual)
 OBS: Existem Hipóteses em que o controle exercido pelo Congresso Nacional é dispensado:
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Art. 34, VI → para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
Art. 34, VII → quando houver afronta aos princípios sensíveis da CF.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
 Importante ressalva feita por Lewandowski:
"tratando-se de requisição judicial, não poderia o Legislativo obstá-la, sob pena de vulnerar o princípio da separação dos poderes. Entretanto, existindo qualquer vício de forma ou eventual desvio de finalidade na decretação da intervenção, o Congresso Nacional poderá suspendê-la, a qualquer tempo, com fundamento no art. 49, IV, da Constituição em vigor".
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b) Judicial
Em relação aos pressupostos e requisitos constitucionais da intervenção;
Provimento ou não da representação interventiva (movida pelo PGR ou PGJ);
Quando o Chefe do Executivo mantiver a intervenção, mesmo após a suspensão pelo Congresso Nacional, será caracterizado crime de responsabilidade.
Em relação aos atos do interventor (Ações constitucionais, por exemplo: Mandado de Segurança, por exemplo).
  OBS: Para o Prof. José Afonso da Silva:
 
Não há controle jurisdicional sobre o ato de intervenção nem sobre esta, porque se trata de ato de natureza política, insuscetível de controle jurisdicional, salvo manifesta infringência às normas constitucionais; principalmente naqueles casos em que a intervenção dependa de solicitação do poder coacto ou impedido ou de requisição dos Tribunais e elas não tenham sido feitas ou tenham sido feitas irregularmente. Outra hipótese de apreciação jurisdicional da intervenção se dará quando a intervenção tenha sido suspensa pelo Congresso Nacional e ela persista, pois nesse caso, o ato perderá legitimidade e se tornará inconstitucional, sendo pertinente recorrer ao Judiciário para garantir o exercício dos poderes estaduais. Haverá também controle jurisdicional em relação aos atos do interventor.
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Cessação da Intervenção:
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
(...)
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
 OBS: A vigência intervenção federal é uma limitação circunstancial ao poder de reforma, impedindo que haja emenda à constituição neste período:
CF/88: Art. 60. (...)
§ 1º - A Constituição não poderá ser
emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
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JURISPRUDÊNCIAS DO STF:
AGRAVO REGIMENTAL EM INTERVENÇÃO FEDERAL. PRECATÓRIO. DESCUMPRIMENTO INVOLUNTÁRIO.
1. Descumprimento voluntário e intencional de decisão transitada em julgado. Pressuposto indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal.
2. Precatório. Não-pagamento do título judicial em virtude da insuficiência de recursos financeiros para fazer frente às obrigações pecuniárias e à satisfação do crédito contra a Fazenda Pública no prazo previsto no § 1º do artigo 100 da Constituição da República. Exaustão financeira. Fenômeno econômico/financeiro vinculado à baixa arrecadação tributária, que não legitima a medida drástica de subtrair temporariamente a autonomia estatal. Precedentes. (...).” (IF 506 AgR, j. em 05/05/2004).
 OBS: Segundo o STF:
(...) Enquanto medida extrema e excepcional, tendente a repor estado de coisas desestruturado por atos atentatórios à ordem definida por princípios constitucionais de extrema relevância, não se decreta intervenção federal quando tal ordem já tenha sido restabelecida por providências eficazes das autoridades competentes. (IF 5179, Rel. Min. Cezar Peluso, Tribunal Pleno, j. em 30/06/2010). (Princípio da Excepcionalidade).
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INTERVENÇÃO FEDERAL. Pagamento de precatório judicial. (...) Inadimplemento devido a insuficiência transitória de recursos financeiros. Necessidade de manutenção de serviços públicos essenciais, garantidos por outras normas constitucionais. (...) Não se justifica decreto de intervenção federal por não pagamento de precatório judicial, quando o fato não se deva a omissão voluntária e intencional do ente federado, mas a insuficiência temporária de recursos financeiros. (STF, IF 4640 AgR, 29/03/2012)
(...) INTERVENÇÃO FEDERAL. (...) Estado sujeito a quadro de múltiplas obrigações de idêntica hierarquia. Necessidade de garantir eficácia a outras normas constitucionais, como, por exemplo, a continuidade de prestação de serviços públicos. 5. A intervenção, como medida extrema, deve atender à máxima da proporcionalidade. 6. Adoção da chamada relação de precedência condicionada entre princípios constitucionais concorrentes. 7. Pedido de intervenção indeferido. (IF 164, 13/12/2003)
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A intervenção estadual em município por falta de prestação de contas pelo prefeito, cessa se efetivada a intervenção, protocolou no Tribunal de Contas o que seriam as contas não prestadas no tempo devido (STF - Agravo Regimental em Suspensão de Segurança n.° 840-5/TO - Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Diário da Justiça, Seção I, 22 mar. 1996, p. 8.209).
 OBS: INTERVENTOR segundo Professor José Afonso da Silva
 
O interventor é figura constitucional e autoridade federal, na intervenção nos Estados e Distrito Federal, e autoridade estadual, na intervenção do Estado nos Municípios, cujas atribuições dependem do ato interventivo e das instruções que receber da autoridade interventora. Suas funções limitadas ao ato de intervenção, são federais ou estaduais, conforme o caso. Mas o interventor federal também pratica atos de governo estadual, dando continuidade à administração do Estado nos termos da Constituição e das leis estaduais; assim como o interventor estadual nos Municípios pratica atos de governo municipal, dando continuidade à administração municipal, nos termos da lei orgânica e da legislação municipal.
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O interventor pode substituir o Governador ou Prefeito na tomada de atos deliberativos. 
Os atos praticados pelo interventor podem ser de duas naturezas: 
Atos diretamente ligados à intervenção, que visam cessar os motivos que deram ensejo à intervenção; 
E os atos da gestão comum da administração.  
A responsabilidade civil por danos praticados pelo interventor é assumida da seguinte forma: 
No caso dos atos diretamente ligados ao objeto da intervenção:
A doutrina entende que a responsabilidade principal é da entidade interventora, a União, ou se for o caso, o Estado. 
Já os atos do interventor de mera gestão, o primeiro responsável é a própria entidade que sofre a intervenção: o Estado ou o Município e subsidiariamente a unidade interventora: A União ou o Estado, respectivamente.
 OBS: INTERVENTOR segundo Professor José Afonso da Silva
 
O interventor substituirá o Prefeito e administrará o Município durante o período da intervenção, visando a restabelecer a normalidade, prestando contas de seus atos ao Governador ou ao Presidente da República, se Município de Território, e de sua administração financeira ao Tribunal de Contas do estado ou União, idem – bem como responderá pelos excessos que cometer.
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A intervenção estadual em município por falta de prestação de contas pelo prefeito, cessa se efetivada a intervenção, protocolou no Tribunal de Contas o que seriam as contas não prestadas no tempo devido (STF - Agravo Regimental em Suspensão de Segurança n.° 840-5/TO - Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Diário da Justiça, Seção I, 22 mar. 1996, p. 8.209).
 OBS: INTERVENTOR segundo Professor José Afonso da Silva
 
O interventor é figura constitucional e autoridade federal, na intervenção nos Estados e Distrito Federal, e autoridade estadual, na intervenção do Estado nos Municípios, cujas atribuições dependem do ato interventivo e das instruções que receber da autoridade interventora. Suas funções limitadas ao ato de intervenção, são federais ou estaduais, conforme o caso. Mas o interventor federal também pratica atos de governo estadual, dando continuidade à administração do Estado nos termos da Constituição e das leis estaduais; assim como o interventor estadual nos Municípios pratica atos de governo municipal, dando continuidade à administração municipal, nos termos da lei orgânica e da legislação municipal.
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 OBS: ATOS DO INTERVENTOR segundo Prof. José Afonso da Silva
Quando, na qualidade de interventor, executa atos e profere decisões que prejudiquem terceiros, a responsabilidade civil pelos danos causados (0Art. 37, § 6º da CF) é da União ou do Estado. Mas no exercício normal e regular da administração estadual ou municipal tal responsabilidade é de imputar-se ao Estado ou ao Município.
: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa
 OBS: ATOS DO INTERVENTOR segundo Prof. Alexandre de Moraes:
O interventor nomeado pelo Decreto presidencial será considerado para todos os efeitos como servidor público federal, e a amplitude e executoriedade de suas funções dependerá dos limites estabelecidos no decreto interventivo.
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O art. 36, § 3º da CF traz a possibilidade de haver intervenção ex officio ou provocada, sem necessidade de apreciação pelo Poder Legislativo e da figura do interventor. Porque o decreto limitar-se-á à suspensão do ato impugnado se isso for suficiente ao restabelecimento da normalidade.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
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OBS 1: Aqui, NÃO se trata de obter declaração de inconstitucionalidade,
portanto essa representação tem natureza diversa da referida na primeira parte do inciso III do art. 36; seu objeto consiste em garantir a executoriedade da lei federal pelas autoridades estaduais; digamos que seja uma ação de executoriedade da lei. 
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OBS 2: Nos casos dos incisos VI e VII do art. 34 o decreto de intervenção limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade – isto é, se for suficiente para eliminar a infração àqueles princípios constitucionais neles arrolados. Aplica-se o processo estabelecido na Lei 4.337/64, com possibilidade de suspensão liminar do ato impugnado (Lei 5.778/1972). Se, porém, a simples suspensão do ato não for o bastante, efetivar-se-á a intervenção.
Esta não é mera faculdade, mas também um dever que se impõe à União, e, portanto, ao Presidente da República, que terá que executá-la sempre que for necessária, uma vez que se cuida, aí, de medida de defesa da Constituição, principalmente nas hipóteses previstas no art. 36, incisos, I a II da CF, de requisição dos Tribunais.
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Isso criaria certo paradoxo nos casos em que a intervenção for requisitada nos termos do inciso II do art. 36. A requisição, como se sabe, é, por regra, um ato indeclinável, inescusável, significando que seu destinatário, no caso o Presidente da República, é obrigado a atendê-la, sem ponderações. Como, no entanto, pode ele fazê-lo, se seu ato depende de manifestações de outros órgãos constitucionais, o que é uma forma de controle prévio. Isso criaria certo paradoxo nos casos em que a intervenção for requisitada nos termos do inciso II do art. 36. A requisição, como se sabe, é, por regra, um ato indeclinável, inescusável, significando que seu destinatário, no caso o Presidente da República, é obrigado a atendê-la, sem ponderações. Como, no entanto, pode ele fazê-lo, se seu ato depende de manifestações de outros órgãos constitucionais, o que é uma forma de controle prévio?
?
OBS 3: Segundo o Prof. José Afonso da Silva: 
Em qualquer caso, a intervenção dependerá do pronunciamento do Conselho da República e da opinião do Conselho de Defesa Nacional:
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; 
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;.
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Colocar link tabela
Segundo a jurisprudência do STF cabe ao próprio Supremo a requisição de intervenção para assegurar o cumprimento das decisões da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, mesmo que de ordem infraconstitucional. Isso está na Intervenção Federal 230. 
Na hipótese de solicitação pelo Executivo ou Legislativo, o Presidente da República não estará obrigado a intervir, possuindo discricionariedade para convencer-se da conveniência e oportunidade. Por outro lado, havendo requisição do Judiciário, não sendo o caso de suspensão da execução do ato impugnado (art. 36, § 3.º), o Presidente da República estará vinculado e deverá decretar a intervenção federal, sob pena de responsabilização.
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