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Distrito Federal, Territórios, Estados e Municípios

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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Distrito Federal, Territórios, Estados, Municípios e Intervenção
Estados.
Possuem a autonomia inerente a todas as entidades federadas.
Características da autonomia Estadual conferidas a partir das seguintes capacidades:
Capacidades:
- Autogoverno (poderes próprios)Poder Executivo, Legislativo e Judiciário estaduais.
- Auto-organização (possuem constituições estaduais)
- Autolegislação (normas estaduais)
- Autoadministração (administração dos interesses próprios dentro da sua esfera constitucional de competência)
- Autonomia tributária, financeira e orçamento próprio dos estados;
Em relação aos poderes:
O Poder Legislativo está previsto no art. 27 CF
O Poder Executivo está previsto no art. 28 da CF
O Poder Judiciário Estadual está previsto no nos arts. 125 e 126 da CF
Princípio da simetria – principio de observância obrigatória. Por exemplo: o principio da separação dos poderes. 
Parte final do art. 25: “... Observados os princípios desta Constituição”.
“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.”
 Âmbito de atuação próprio, porém limitado pela constituição federal. E muitas das matérias estaduais devem obedecer ao Principio da simetria que deve ser de observância obrigatória pelos estados. Por exemplo, a separação de poderes, independentes e harmônicos entre si. O Estado não pode, na CE, ter um executivo hierarquicamente superior o judiciário.
CF/88, ADCT, Art. 11, caput:
“Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.”
Tecnicamente é um equivoco utilizar a expressão “poder constituinte” para se referir ao poder de elaboração das constituições estaduais; o poder constituinte para a doutrina moderna é apenas o poder originário. Poder constituinte derivado é uma contradição. Logo se é constituinte não é derivado. Poder constituinte derivado é uma contradição. Assim como soa redundante falar “poder constituinte originário”. Tecnicamente deve ser “poder constituído decorrente”. Tem algumas características:
Poder constituído decorrente do Estado:
Derivado: Deriva da CF
Subordinado: submete-se à CF, plano hierárquico inferior ao da CF.
Condicionado: ou limitado pela CF O constituído decorrente do Estado é limitado, condicionado pela CF, princípios constitucionais devem ser observados. A começar pelas descrições dos artigos acima citados.
O princípio da rigidez deve ser observado pelas constituições estaduais. As constituições estaduais devem ser rígidas em relação às leis estaduais.
As emendas à constituição estadual devem ser feitas por um processo legislativo mais difícil do que o processo legislativo de elaboração das leis estaduais. Isso o STF já decidiu na Medida cautelar na ADI 1722 STF.
A Constituição deve ser rígida em relação as suas leis.
As normas da Constituição Estadual têm diversas espécies:
- Espécies de normas da constituição estadual:
- Normas próprias: são aquelas normas que o constituinte estadual com base na competência estadual cria a partir da sua imaginação, a partir da conveniência e oportunidade.
- Normas repetidas são as normas que originariamente estão previstas na CF e a CE repete no âmbito do Estado. Essa repetição pode ser obrigatória e facultativa.
- Normas de reprodução obrigatória são aquelas em que o Eestado não pode escolher se repete ou não. Tem que repetir. Ainda que a CE não fale nada, a separação de poderes no Estado se impõe na forma da Constituição Federal, p ex. , o principio da separação dos poderes deve ser obrigatoriamente observado (normas de reprodução obrigatória);
- Normas de reprodução facultativa (reprodução = repetição) (facultativa normas de imitação), são normas da Constituição federal que cada Estado resolve à luz da conveniência e oportunidade se quer ou não repetir. Por exemplo: a previsão de Medida Provisória Estadual, edição de Medida Provisória. É facultativa, porém deve seguir a simetria da CF. Deve repetir simetricamente. Deve-se obedecer a simetria. Logo, apenas o Governador poderá emitir MP. Já que somente o Presidente pode editar medida provisória.
As normas da CE devem obedecer à competências legislativa estadual prevista na CF. A CE não pode tratar de assunto de interesse meramente local invadindo a competência do município. Por exemplo, não pode estabelecer alíquotas mínimas e máximas para o IPTU municipal para todo o Estado. Isso leva à inconstitucionalidade da CE diante da CF por ofensda à autonomia municipal. Ex: Julgamento da ADI 307 e ADI 845.
Estados.
Art. 25. (...) § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. (Conceitos jurídico indeterminados, a cf não define esses conceitos).
Conceitos jurídicos indeterminados. A Constituição não define essas figuras.
As regiões metropolitanas existem no Brasil desde a Constituição Federal de 1967. A Lei 14/73 Lei Complementar Federal que criava essas regiões. Hoje, quem pode criar são os Estados que definem essas regiões metropolitanas através de lei complementar estadual e não mais a Lei Complementar Federal. 
Regiões Metropolitanas
Definição de região metropolitana (José Afonso da Silva):
“é um conjunto de municípios cujas sedes se unem com certa homogeneidade urbana em torno de um município polo”.
Tem-se um município polo e os municípios limítrofes, onde se constatam continuidades urbanas: sistemas contínuos, ruas, vias de acesso, sistema de esgotamento sanitário, iluminação pública; há uma homogeneidade urbana, que leva a necessidade de se ter serviços públicos compartilhados.
Microrregiões
Conforme José Afonso da Silva:
A microrregião é formada por um grupo de municípios limítrofes com certa homogeneidade e problemas administrativos comuns, cujas sedes não estão unidas por continuidade urbana.
As sedes são isoladas, definidas, as zonas urbanas não são unidades, não há continuidade urbana.
Aglomeração urbana 
Segundo o Prof. J Afonso diz que o conceito carece de definição mais precisa: áreas urbanas sem um polo de atração urbano especifico quer esta área seja das cidades sedes dos municípios ou não . Exemplo : a Baixada Santista.
Aglomeração urbana é um conceito de uso relativamente recente no Brasil, já incorporado pelo IBGE em seus últimos levantamentos censitários, e que se refere a uma área urbana relativamente extensa abrangendo vários municípios com a existência de uma cidade principal. Segundo o IBGE aglomeração urbana é uma unidade territorial similar à região metropolitana porém em escala menor. “Embora semelhante ao de região metropolitana, o conceito “aglomerações urbanas” serve para designar outros espaços urbanos, situados em nível submetropolitano, que congregam mais de uma cidade, notadamente cidades que começariam a experimentar o processo de conurbação”. Conurbação é o adensamento ou a unificação da malha urbana de duas ou mais cidades como resultado do crescimento geográfico. 
O Crescimento das cidades, portanto, poderia levar a um processo em 3 fases consecutivas: 
Crescendo a malha urbana, tem-se um aglomerado urbano, se continua a crescer, tem-se uma aglomeração urbana e crescendo ainda mais, chega-se à região metropolitana.
Aglomerações urbanas são espaços urbanos contínuos, maiores que os aglomerados urbanos e menores que as regiões metropolitanas. Seria, para resumir, uma“região metropolitana de pequeno porte”.
Características das 3 figuras:
Não possuem personalidade jurídica; Não são pessoas jurídicas de Direito Público. 
Não possuem governo próprio;
 Não possuem adm própria, não há poder executivo;
Não constituem pessoas políticas ou administrativas;Não tem capacidade de legislar
Estão incluídas na lógica do federalismo cooperativo;
Podem ser criadas por leis complementares estaduais;
São formados por grupos de municípios limítrofes, visando integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas
STF:
 “A instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, depende, apenas, de lei complementar estadual”, não sendo necessário, portanto, aprovação prévia da câmara municipal (STF, ADI 1.841, Rel. Min Carlos Velloso, j. em 01/08/2002), nem tampouco consulta prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente interessadas (STF, ADI 796, Rel. Min. Neri da Silveira, j. em 02/02/1998).
 STF “(...) O interesse comum e a compulsoriedade da integração metropolitana não são incompatíveis com a autonomia municipal. O mencionado interesse comum não é comum apenas aos municípios envolvidos, mas ao Estado e aos municípios do agrupamento urbano. O caráter compulsório da participação deles em regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas já foi acolhido pelo Pleno do STF (ADI 1841/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.2002; ADI 796/ES, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ 17.12.1999). (...)” (ADI 1842, Rel. p/ acórdão Min. Gilmar Mendes, Pleno, j. em 06/03/2013)
A criação de regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas é uma criação por lei estadual e obriga os municípios a participar e a compulsoriedade não fere a autonomia do município. O STF já se pronunciou a respeito.
Municípios.
O Prof. José Afonso da Silva, não concorda com a questão de os Municípios serem entes federados. Porém a maior parte da doutrina e a jurisprudência do STF consideram os Municípios como entes federados com base nos arts. 1º e 18 da CF. O Prof. José Afonso cita 11 passagens na CF que não relacionam os Municípios a entes federados, entidades federadas, mas apenas os Estados Membros e o Distrito Federal.
Porém a jurisprudência e a doutrina dominante tratam os Municípios como entidades federadas, especialmente por força do que consta nos arts. 1º e 18 da CF:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (…)
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Autonomia municipal é um princípio constitucional sensível.
Os princípios constitucionais sensíveis são assim denominados, pois a sua inobservância pelos Estados-membros no exercício de suas competências legislativas, administrativas ou tributárias, pode acarretar a sanção politicamente mais grave existente em um Estado Federal, a intervenção na autonomia política. Estão previstos no art. 34, VII, da Constituição Federal:
• forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
• direitos da pessoa humana;
• autonomia municipal;
• prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
• aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e no desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
* Redação dada pela EC n.° 29, de 13 de setembro de 2000. A redação anterior, acrescentada pela EC n.° 14, de 12-9-96, previa: "aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de receitas de transferência, na manutenção e desenvolvimento do ensino”.
Se violado um principio constitucional sensível pelos Estados, a autonomia do Município, exemplo: o Estado, na tentativa de intervir no Município, há um instrumento que pode ser movido pelo Procurador Federal da República chamado Representação Interventiva no Supremo Tribunal Federal e com isso terminar com o processo de intervenção da União no Estado que invadiu a autonomia Municipal.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(…)
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
(…)
c) autonomia municipal;
Autonomia municipal
Caracteriza pelas seguintes capacidades:
Autogoverno (Poder Executivo e Poder Legislativo municipais – Não há Poder Judiciário municipal, o poder judiciário que atua no município será o poder judiciário estadual, no caso da justiça comum e, no caso do poder judiciário da união, atuará no caso a justiça federal e a justiça do trabalho).
Auto-organização (o instrumento de organização é a Lei Orgânica municipal)
Auto-legislação (normas municipais)
Autoadministração (administração dos interesses próprios dentro da sua esfera constitucional de competência)
Autonomia tributária, financeira e orçamentária municipal.
Auto-organização:
 Art. 29. O Município reger-se-á (auto-organização) por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
(...)
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992). 
Quórum de 2/3 equivale a 66,6666% (dízima periódica). É o maior quórum constitucionalmente previsto que é maior que o quorum para emendas constitucionais que é de 3/5 que representa 60% dos votos. 
OBS: Controle de legalidade e não de constitucionalidade da lei comum municipal em face da lei orgânica municipal.
* A inviolabilidade é sempre no exercício do mandato e sempre na circunscrição do município. Esta imunidade material dos vereadores diferente da imunidade que os deputados estaduais federais e senadores possuem com base no art. 53 e 27, § 1º, já que não tem essas limitações de tempo e espaço. Dentro da casa legislativa (Senado, Assembleia, Câmara) a imunidade civil e penal por opinião palavras e votos é absoluta. Não importa se o que foi dito tem ou não ligação com o exercício do mandato (se usar a tribuna para falar mal da vizinha) e não pode ser condenado por danos materiais e tem, no máximo, uma responsabilização política, pode ser responsabilizado por quebra de decoro parlamentar, diante do abuso das prerrogativas que lhe são conferidas.
*Fora da casa parlamentar, a imunidade acompanha os deputados estaduais federais e senadores desde que as declarações tenham relação com o exercício do mandato.
Para os vereadores, com base no inciso VIII do art. 29, a imunidade é diferente: dentro da Câmara dos vereadores eles não têm imunidade civil e penal absoluta, têm apenas imunidade para as declarações que tenham relação direta com o exercício do mandato (não pode falar da vizinha). E fora da câmara de vereadores, eles só têm imunidade civil e penal, por atos relativos ao exercício do mandato, na circunscrição do município. Fora da circunscrição, perdem a imunidade.
O Supremo já se manifestou a respeito:
STF: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSO PENAL. VEREADORES. INVIOLABILIDADE (CF, art. 29, VIII). O texto da atual Constituição, relativamente aos Vereadores, refere à inviolabilidade no exercício do mandato e na circunscrição do Município. Há necessidade, portanto, de se verificar a existência do nexo entre o mandato e as manifestações que ele faça na Câmara Municipal, ou fora dela, observados os limites do Município. No caso, esses requisitos foram atendidos. (STF, HC 81730, Rel. Min. NELSON JOBIM, 2ª T, j. em 08/06/2002).
Municípios.
STF: O Vereador, atuando no âmbito da circunscrição territorial do Município a que está vinculado, não pode ser indiciado em inquérito policial e nemsubmetido a processo penal por atos que, qualificando-se como delitos contra a honra (calúnia, difamação e injúria), tenham sido por ele praticados no exercício de qualquer das funções inerentes ao mandato parlamentar: função de representação, função de fiscalização e função de legislação. (STF, HC 74201, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 1ª T, j. em 12/11/1996).
Art. 29. (...)
 X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) Foro por prerrogativa de função, foro privilegiado. Foro unicamente em matéria criminal. Quem julga o prefeito na hipótese de crime federal ou eleitoral?! Nesses dois casos o foro competente é o TJ? Este inciso é aplicado de forma absoluta e resolve as questões federais estaduais e eleitorais?! Não! Veja o quadro a seguir:
	NATUREZA
	ÓRGÃO COMPETENTE
	Crime comum
	Tribunal de Justiça
	Crime federal sonegação de imposto de renda, por exemplo.
	Tribunal Regional Federal
(STF, HC 68.967; HC 69.649)
Vai para a segunda instância de julgamento, aplicando por analogia o art. 29, X da CF.
	Crime eleitoral
	Tribunal Regional Eleitoral
(STF, HC 59.503)
Vai para a segunda instância de julgamento, aplicando por analogia o art. 29, X da CF.
	Crime de responsabilidade
(Decreto-Lei 201)
Obs: Vide: STF, HC 70.671; STF, HC 73210
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio;
Il - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos;
Ill - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas; (...)
Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:
I - Impedir o funcionamento regular da Câmara;
II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de investigação da Câmara ou auditoria, regularmente instituída;
III - Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de informações da Câmara, quando feitos a tempo e em forma regular;
IV - Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa formalidade; (...)
	Violação do art. 1º infração jurídico-penal: crime comum 
Tribunal de Justiça (o art. 2º do DL 201, que previa a competência do juiz singular e não do Tribunal de Justiça, foi derrogado nesse ponto). “Art. 2º O processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum do juízo singular, estabelecido pelo Código de Processo Penal, com as seguintes modificações (...)”
	
	Violação ao art. 4º - infração político-administrativa: a competência para processar e julgar é da Câmara de Vereadores.
O Prefeito poderá ser julgado por uma Câmara ou sessão do Tribunal Pleno é o TJ que irá decidir isso no seu regimento interno. HC 73717
(...)
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992).
Art. 30. Compete aos Municípios:
(...) VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
Esse inciso deve ser estudado em consonância com o art. 182 da CF.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
O plano diretor é obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes.
Fiscalização do município:
No caso dos Municípios a fiscalização ocorre de acordo com o art. 31 da CF:
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. (Audins – Auditorias internas).
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. (Os municípios não podem criar um Tribunal de Contas).
(...)
§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
* O art. 31 menciona que o controle é feito na forma da lei, significando que se trata de uma norma de eficácia limitada, que exige a edição de uma lei, para estar apta a produzir eficácia máxima, porém isso em relação ao controle interno. Já o controle externo do executivo municipal, embora seja feito pelo legislativo municipal com o auxílio de um órgão de contas, esta função não é apenas dos vereadores, em último arraço, a função fiscalizadora é uma função que pertence ao próprio povo, os vereadores são representantes do povo, então nada mais é do que a fiscalização popular, através dos seus representantes, que tem como objetivo verificar a probidade da administração local, quanto à gestão das coisas públicas, do dinheiro público etc . 
O Controle externo não é uma norma de eficácia limitada e sim plena, porque a expressão “na forma da lei” se refere ao controle interno: “o controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei” que é uma norma de eficácia limitada.
Quem pode auxiliar a Câmara Municipal na fiscalização externa?!
O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos seguintes órgãos de contas:
1) O Tribunal de Contas do Estado (órgão estadual)
Que cuida das contas dos Estados e dos Municípios
2) O Tribunal de Contas do Município (órgão municipal): Existentes antes da CF de 88.
- Município do Rio de Janeiro
- Município de São Paulo
OBS: é vedada a criação de novos órgãos municipais (art. 31, § 4º § 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais).
3) O Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios (órgãos estaduais)
A Constituição Estadual pode disciplinar 
STF: “(...) MUNICÍPIOS E TRIBUNAIS DE CONTAS. - A Constituição da República impede que os Municípios criem os seus próprios Tribunais, Conselhos ou órgãos de contas municipais (CF, art. 31, § 4º), mas permite que os Estados-membros, mediante autônoma deliberação, instituam órgão estadual denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios (...), incumbido de auxiliar as Câmaras Municipais no exercício de seu poder de controle externo (CF, art. 31, § 1º). Esses Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios - embora qualificados como órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º) - atuam, onde tenham sido instituídos, como órgãos auxiliares e de cooperação técnica das Câmaras de Vereadores. (...)” (STF, ADI 687, Rel. Min. Celso de Mello, Pleno, j. em 02/02/1995)
Art. 31. . A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. (Audins – Auditorias internas).
§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. (Parecer opinativo, impositivo. Mas essa imposição é relativa já que pode ser afastada por dois terços dos membros da Câmara.
(O órgão de Contas- TCE, TCM, TCMSP ou TCMRJ, qualquer que seja ele- pode aprovar ou reprovar as contas que é feito no parecer prévio. Para que a Câmara de vereadores modifique essa conclusão, mude de aprovação para reprovação ou o contrário, é necessário para esta mudança o quorum de 2/3 dos membros).O Parecer Prévio tem natureza opinativa e ao mesmo tempo impositiva, porque impõe uma conclusão que só pode ser descaracterizada por um quorum especial. Então é opinativo e ao mesmo tempo impositivo, sendo essa imposição, relativa já que pode ser afastada pelo quorum de 2/3 da Câmara.
§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
Esse art. é de 5 de outubro de 88. As contas devem estar à disposição da população. Hoje, a publicidade se dá também por outros mecanismos. Os 60 dias funcionam como um standard mínimo, outras formas devem ser adotadas, afinal é um mecanismo de aprofundamento de controle popular, que deve ser lido à luz da publicidade e da moralidade dos atos da administração pública, princípios que se encontram no art. 37 da CF. A função fiscalizadora é uma função que pertence ao próprio povo, é exercido pelo poder legislativo, mas tem a função popular.
Logo não impedem outra divulgação mais ampla, mesmo que não haja uma lei municipal específica. Veja as Normas infraconstitucionais correlatas ao art. 31, § 3º:
Normas infraconstitucionais correlatas ao art. 31, § 3º:
Lei da ação popular (Lei 4.717/65);
Lei 12.527/2011, que regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. 
Lei da transparência que disponibiliza on line todas as informações públicas e portanto isso é muito além dos 60 dias e obviamente atinge também os Municípios.
Normas infraconstitucionais correlatas ao art. 31, § 3º:
Lei da ação popular (Lei 4.717/65);
Lei 12.527/2011, Lei da transparência que disponibiliza on line todas as informações públicas e regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
§ 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
Lei Complementar 101/2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, cujo art. 49 prevê que: 
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
LC 131/2009, que alterou a LC 101/2000, incluindo, dentre outras inovações, que a transparência será assegurada, dentre outros mecanismos, pela liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público (art. 48, parágrafo único, II).
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
Standard mínimo essa exposição dos 60 dias. 
DISTRITO FEDERAL
Capital Federal – Brasília
De acordo com o art. 18, § 1.º, Brasília é a Capital Federal. Trata-se de inovação em relação à Carta anterior, que estabelecia ser o Distrito Federal a Capital da União.
Conforme anotou José Afonso da Silva, Brasília: 
... Assume uma posição jurídica específica no conceito brasileiro de ‘cidade’. Brasília é civitas civitatum, na medida em que é cidade-centro, polo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisões mais graves e onde acontecem os fatos decisivos para os destinos do país. Mas não se encaixa no conceito geral de ‘cidade’, porque não é sede de Município. É civitas e poli, enquanto modo de habitar e sede do Governo Federal.
De acordo com o art. 6.º da Lei Orgânica do DF, Brasília, além de ser a Capital da República Federativa do Brasil e sede do Governo Federal, também é sede do governo do Distrito Federal.
Finalmente, o art. 48, VII, CF/88, estabelece ser atribuição do Congresso Nacional, por meio de lei ordinária, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre a transferência temporária da sede do Governo Federal.
Veja que o texto fala em transferência temporária e da sede do Governo Federal. Assim, não se admitirá a transferência definitiva (da sede do Governo Federal) e, muito menos, a transferência da Capital Federal. Esta será sempre Brasília, e o que eventualmente será transferido, insista-se, será a sede do Governo Federal.
Poderíamos pensar em situações de crise, como guerra, calamidade pública ou situações que impossibilitassem o funcionamento normal do Governo Federal, a justificar a eventual necessidade e sua transferência.
A Constituição Federal determina que Brasília é a Capital Federal (CF, art. 18, § 1.°), tratando-se de inovação do legislador constituinte de 1988, que não mais definiu o Distrito Federal como a Capital, pois esse é o ente federativo que engloba aquela, ao qual é vedado dividir-se em municípios (CF, art. 32, caput). Assim ficam diferenciadas a Capital Federaldo País da circunscrição territorial representada na Federação pelo Distrito Federal.
* 2. EC n.° 01/69 - art. 2.° - O Distrito Federal é a Capital da União. CF/67 - art. 2.°- "O Distrito Federal é a Capital da União". CF/46 - art. 1.°, § 2.° - O Distrito Federal é a Capital da União. CF/37 - art. 7.° - O atual Distrito Federal, enquanto sede do Governo da República, será administrado pela União.
Ressalte-se que foi a 1.ª Constituição da República, de 24 de fevereiro de 1891, em seu art. 3.°, que expressamente determinou que “fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona de 14.400 kilometros quadrados, que será opportunamente demarcada, para nella estabelecer-se a futura Capital Federal. Effectuada a mudança da capital, o actual Distrito Federal passará a constituir um Estado".
Em lição preciosa, José Afonso da Silva expõe que:
“Brasília, assim, assume uma posição jurídica específica no conceito brasileiro de cidade. Brasília é civitas civitatum, na medida em que é cidade-centro, pólo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisões mais graves, e onde acontecem os fatos decisivos para os destinos do País. Mas não se encaixa no conceito geral de cidades, porque não é sede de município. É civitas e polis, enquanto modo de habitar de sede do Governo Federal... Brasília tem como função servir de Capital da União, Capital Federal e, pois, Capital do Brasil, como entidade de direito internacional”.
Após Salvador e Rio de Janeiro, Brasília tornou-se a terceira capital do Brasil, sendo a transferência de sede prevista na CF de 1946, ADCT, art. 4º.
Brasília é a capital do País, que sedia o governo da União, os Poderes da República e as representações diplomáticas (Embaixadas) de outros países e de onde partem as principais decisões que definem o destino da nação. Situada na região Centro-Oeste (Planalto Central), numa área cedida pelo Estado de Goiás (?), de 5.822km², inaugurada pelo Ex-Presidente Juscelino Kubistchek em 21 de abril de 1960.
No período colonial Salvador foi a sede política do Governo durante três séculos. Na Carta de 1824, a capital do Brasil era a antigo Município da Província do Rio de Janeiro, que ficou conhecido como Município Neutro (art. 72), sede do governo central durante o Império, em face da ida da família real portuguesa para lá.
A CF de 1891 transformou o Município Neutro em Distrito Federal, ainda sediado no Rio de Janeiro, que passou a ser capital da União (art. 2º), tal se repetindo sob a égide das CF de 34 (art 15), 37 (art. 7°), 46 (art. 1º, § 2º) e 67 (art. 2º).
Contudo a capital federal desde a CF de 1891 (art. 3º), já estava predestinada a ter sua sede no Planalto Central do País, o que veio a se concretizar na vigência da CF de 1946, cujo art. 4º do ADCT determinou que a capital do país fosse transferida para o planalto central, o que ocorreu com a fundação de Brasília.
Art. 6 da Lei Orgânica do DF: “Art. 6º Brasília, Capital da República Federativa do Brasil, é a sede do governo do Distrito Federal.”.
DISTRITO FEDERAL
O Distrito Federal é pessoa jurídica de direito público interno, com autonomia política, integrante da federação Brasileira (ao lado da União, Estados e Municípios, segundo o art. 18 da CF), especialmente prevista pela Constituição, para sediar a capital do País (Brasília) e os Poderes da República, à semelhança do que ocorre nos EUA (Washington) e no México (Cidade do México).
A criação do DF foi decorrente da necessidade de se instalar a sede política do governo federal em espaço neutro e distinto dos Estados-Membros e não pertencente a nenhum deles.
A nova Constituição Federal garante ao Distrito Federal a natureza de ente federativo autônomo, em virtude da presença de sua tríplice capacidade de auto-organização,autogoverno e autoadministração (CF, arts. 1.°, 18, 32, 34), vedando-lhe a possibilidade de subdividir-se em municípios. Dessa forma, não é Estado-membro, tampouco município, tendo, porém, em regra, todas as competências legislativas e tributárias reservadas aos Estados e municípios (CF, arts. 32 e 147), excetuando-se, somente, a regra prevista no art. 22, XVII, da Constituição Federal ("Compete privativamente à União legislar sobre XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes”).
O Distrito Federal se auto-organizará por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição. Igualmente, reger-se-á, pelas suas leis distritais, editadas no exercício de sua competência legislativa (CF, art. 32). 
A capacidade de autogoverno consubstancia-se na eleição do governador e do Vice-governador, somente pelo próprio povo do Distrito Federal, observadas as regras do art. 77 da Constituição Federal, bem como de seus próprios Deputados Distritais, componentes do Poder Legislativo Local (Câmara Legislativa), todos para um mandato de quatro anos. Em relação ao Poder Judiciário do Distrito Federal, permanece a previsão de que competirá, privativamente, à União organizar e mantê-lo, afetando, parcialmente, a autonomia desse ente federado.
Por fim, a capacidade de autoadministração decorre da possibilidade do Distrito Federal exercer suas competências administrativas, legislativas e tributárias constitucionalmente deferidas, sem qualquer ingerência da União (CF, art. 25, § 1°).
A configuração e a natureza do Distrito Federal passaram por diversas mudanças desde a primeira constituição republicana de 1891, quando ele sucedeu o chamado Município neutro, sede do governo nacional no período em que o estado brasileiro ainda era unitário. Logo, o Distrito Federal surge da transformação do antigo Município neutro (sede da Corte e capital do Império), com a Constituição de 1891, conforme previsão do art. 2.º, continuando a ser a Capital da União.
Distrito Federal como unidade federada
O Distrito Federal é, portanto, uma unidade federada autônoma, visto que possui capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação:
Auto-organização: 
Art. 32, caput — estabelece que o Distrito Federal se regerá por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal;
Autogoverno: 
Art. 32, §§ 2.º e 3.º — eleição de Governador e Vice-Governador e dos Deputados Distritais;
Autoadministração:
Dispõe de sua própria administração pública, de seus serviços e servidores para o exercício de suas competências materiais.
Autolegislação: 
Exerce por seu próprio poder legislativo, competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
Algumas outras regras devem também ser lembradas:
Impossibilidade de divisão do Distrito Federal em Municípios: o art. 32, caput, expressamente, veda a divisão do Distrito Federal em Municípios, ao contrário do que acontece com os Estados e Territórios;
Autonomia parcialmente tutelada pela União:
a) o art. 32, § 4.º, declara inexistir polícias civil, militar e corpo de bombeiros militar, pertencentes ao Distrito Federal. Tais instituições, embora subordinadas ao Governador do Distrito Federal (art. 144, § 6.º), são organizadas e mantidas diretamente pela União (art. 21, XIV), sendo que a referida utilização pelo Distrito Federal será regulada por lei federal (cf. S. 647/STF, 24.09.2003 e capítulo sobre segurança pública, item 13.7.6) ;
Súmula vinculante 39
Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
Fonte de Publicação
DJe nº 55 de 20/03/2015, p. 1.
b) também observar que o Poder Judiciário e o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios são organizadose mantidos pela União (arts. 21, XIII, e 22, XVII);
EC n. 69/2012: na mesma linha da Reforma do Poder Judiciário (EC n. 45/2004), que assegurou às Defensorias Públicas Estaduais autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária (dentro dos limites constitucionais), com atraso de 8 anos, a EC n. 69/2012 transferiu da União para o DF as atribuições de organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal, determinando a aplicação dos mesmos princípios e regras que, nos termos da Constituição Federal, regem as Defensorias Públicas dos Estados.
Logo não possui o DF competência materail nem legislativa sobre o Poder Judiciário, o MP, polícias civil, militar e corpo de bombeiros militar, uma vez que tais órgãos submetem-se à competência material e legislativa da União (art. 21, XIII e XIV; art. 22, XVII e art. 32, § 4º, 48, IX). Inclusive, de acorod com o e art. 32, § 4º, lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo Distrito Federal, das plocias civil e militar e do corpo Ed bombeiros militar.
O Distrito Federal compõe-se Brasília (capital federal) e das Regiões Administrativas (conhecidas como cidades-satélites).
A Lei n. 10.633, de 27.12.2002, instituiu o Fundo Constitucional do Distrito Federal — FCDF, de natureza contábil, com a finalidade de prover os recursos necessários à organização e manutenção da polícia civil, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar do DF, bem como assistência financeira para execução de serviços públicos de saúde e educação, conforme disposto no inciso XIV do art. 21 da Constituição Federal (cf., ainda, art. 25 da EC n. 19/98).
Entendeu o STF, ainda, que, “ao instituir a chamada ‘gratificação por risco de vida’ dos policiais e bombeiros militares do Distrito Federal, o Poder Legislativo distrital usurpou a competência material da União para ‘organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio’ (inciso XIV do art. 21 da Constituição Federal). Incidência da Súmula 647 do STF” (ADI 3.791, Rel. Min. Ayres Britto, j. 16.06.2010, Plenário, DJE de 27.08.2010).
Súmula vinculante 39
Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
Fonte de Publicação
DJe nº 55 de 20/03/2015, p. 1.
SÚMULA 642
NÃO CABE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI DO DISTRITO FEDERAL DERIVADA DA SUA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA MUNICIPAL.
Competências do Distrito Federal
Competências não legislativas (administrativas ou materiais)
Comum (cumulativa ou paralela): trata-se de competência não legislativa comum aos quatro
Entes federativos, quais sejam, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, prevista no art. 23 da CF/88.
Competências legislativas
O art. 32, § 1.º, estabelece que ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Assim, tudo o que foi dito a respeito dos Estados aplica-se ao Distrito Federal, bem como o que foi dito sobre os Municípios no tocante à competência para legislar, também a ele se aplica. 
Expressa: art. 32, caput — elaboração da própria lei orgânica;
Residual: art. 25, § 1.º — toda competência que não for vedada, ao Distrito Federal estará reservada;
Delegada: art. 22, parágrafo único — como vimos, a União poderá autorizar o Distrito Federal a legislar sobre questões específicas das matérias de sua competência privativa. Tal autorização dar-se-á mediante lei complementar;
Concorrente: art. 24 — onde se estabelece concorrência para legislar entre União, Estados e Distrito Federal, cabendo à União legislar sobre normas gerais e ao Distrito Federal, sobre normas específicas;
Suplementar: art. 24, §§ 1.º a 4.º — no âmbito da legislação concorrente, como vimos, a União limita-se a estabelecer normas gerais e o Distrito Federal, normas específicas. No entanto, em caso de inércia legislativa da União, o Distrito Federal poderá suplementá-la e regulamentar as regras gerais sobre o assunto, sendo que, na superveniência de lei federal sobre norma geral, a aludida norma distrital geral (suplementar) terá a sua eficácia suspensa, no que for contrária à lei federal sobre normas gerais editadas posteriormente;
Interesse local: art. 30, I, combinado com o art. 32, § 1.º;
Competência tributária expressa: art. 147, parte final, c/c os arts. 156 e 155 (a estudar especialmente em direito tributário). Art. 145
Art. 
Conforme o Prof. José Afonso da Silva, o DF surge nos EUA na CF de 1787 na ideia de que seria inconveniente que órgãos do governo federal e do governo Estadual tivessem jurisdição sobre um mesmo território, porque isso daria ensejo a conflitos. Então, em 1790 foi criado o distrito de Columbia e, nesse Distrito, em 1800, passou a se localizar a capital americana. E Está até hoje; Washington.
No Brasil: o Distrito Federal surge na Constituição de 1891 sucedendo o antigo Município Neutro:
Art. 2º - Cada uma das antigas Províncias formará um Estado e o antigo Município Neutro constituirá o Distrito Federal, continuando a ser a Capital da União, enquanto não se der execução ao disposto no artigo seguinte.
Art. 3º - Fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada para nela estabeIecer-se a futura Capital federal.
Parágrafo único - Efetuada a mudança da Capital, o atual Distrito Federal passará a constituir um Estado.
OBS: Art. 18 § 1º Função básica do DF é abrigar a Capital Federal, Brasília.
A definição de Brasília como Capital Federal é uma Inovação do Constituinte de 88 que não mais definiu o DF como capital, pois esse é apenas o ente federativo que engloba aquela.
Assim, ficam diferenciadas a Capital Federal do País, Brasília, da circunscrição territorial representada pelo Distrito Federal.
Observe-se que na EC n.° 01/69 - art. 2.° - O Distrito Federal é a Capital da União. CF/67 - art. 2.°- "O Distrito Federal é a Capital da União". CF/46 - art. 1.°, § 2.° - O Distrito Federal é a Capital da União. CF/37 - art. 7.° - O atual Distrito Federal, enquanto sede do Governo da República, será administrado pela União.
Ressalte-se que foi a 1.ª Constituição da República, de 24 de fevereiro de 1891, em seu art. 3.°, que expressamente determinou que “fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona de 14.400 kilometros quadrados, que será opportunamente demarcada, para nella estabelecer-se a futura Capital Federal. Effectuada a mudança da capital, o actual Distrito Federal passará a constituir um Estado".
Qual a natureza jurídica do Distrito Federal?!
a) Para Ruy Barbosa o Distrito Federal tem natureza jurídica de Semi-Estado, quase estado, estado sem constituição.
b) Para Hely Lopes Meirelles, o Distrito Federal tem natureza jurídica de uma Entidade Estatal Anômala, Estado Membro Anômalo;
c) Para Michel Temer, o Distrito Federal tem natureza jurídica Pessoa Jurídica de Direito Público com capacidade legislativa, administrativa e judiciária.
d) Para José Afonso da Silva, Antes da CF de 88, o Distrito Federal tinha natureza jurídica de uma Autarquia Territorial. 
Depois da CF 88, a natureza jurídica do DF passou a ser Unidade Federada Autônoma, porém com autonomia parcialmente tutelada. Porque parte da autonomia é tutelada pela União já que o DF existe para abrigar a capital da república, por isso a União tem interesse muito grande no DF e auxilia o DF em muitas matérias.
Art. 21, XIII e XIV, art. 22, XVII. 
Autonomia do Distrito Federal
Autogoverno (PE e PL distritais – O PJ é instituído e mantido pela União)
Auto-organização (Lei Orgânica Distrital)
Auto-legislação (normas distritais, abarcando a competência estadual e municipal) A auto-legislaçãodo DF é mais abrangente do que os Estados.
Auto-administração (administração dos interesses próprios dentro da sua esfera constitucional de competência, porém com algumas restrições, já que a União detém uma parcela das competências normalmente atribuídas aos Estados) 
Cuidados Especiais
Art. 21. Compete à União:
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XVII – organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012);
Súmula vinculante 39
Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
Fonte de Publicação
DJe nº 55 de 20/03/2015, p. 1.
A União mantinha ainda a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, porém a Emenda Constitucional de 69 de 2012 alterou a Constituição e cindiu. Agora a Defensoria Pública do DF é criada e mantida pelo próprio Distrito Federal art. 114 da Lei Orgânica do DF. E as Defensorias Públicas dos Territórios continuarão sendo criadas e mantidas pela União.
A União presta assistência financeira ao DF por meio de um fundo próprio previsto no art. 21, inciso XIV, na redação da Emenda Constitucional nº 69 e tem-se ainda na CF a previsão do DF e de sua Lei Orgânica, no art. 32.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios (Brasília não é município!!!) (existem 31 regiões administrativas – está no art. 10 da Lei Orgânica. Há administradores regionais. Inclusive, no processo de escolha desses administradores regionais, pode haver a participação popular art. 10, § 1º, da Lei Orgânica do DF. O STF já decidi que não é inconstitucional a participação popular no processo de escolha do administrador regional: ADI 2558 STF), reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
* atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição: então as normas centrais da CF devem ser obrigatoriamente repetidas na Lei Orgânica do DF, que podem também adotar ou não as normas de reprodução facultativas. Se adotar as normas de imitação deve adotá-las com base na simetria. A mesma coisa que acontece com os Estados. A capacidade de autolegislação do DF é vasta, porque o DF possui as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. É o que reza o § 1º, art. 32.
Art. 32. (...) § 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
O Poder legislativo unicameral, Câmara Legislativa, composta por deputados distritais. Une as competências das câmaras de vereadores com Assembleia Legislativa.
A nova Constituição Federal garante ao Distrito Federal a natureza de ente federativo autônomo, em virtude da presença de sua tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração (CF, arts. 1.°, 18, 32, 34), vedando-lhe a possibilidade de subdividir-se em municípios. Dessa forma, não é Estado-membro, nem tampouco município, tendo, porém, em regra, todas as competências legislativas e tributárias reservadas aos Estados e municípios (CF, arts. 32 e 147), excetuando-se somente a regra prevista no art. 22, XVII, da Constituição Federal ("Compete privativamente à União legislar sobre XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes”).
O Distrito Federal se auto-organizará por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição. Igualmente, reger-se-á, pelas suas leis distritais, editadas no exercício de sua competência legislativa (CF, art. 32).
A capacidade de autogoverno consubstancia-se na eleição do governador e do Vice-governador, somente pelo próprio povo do Distrito Federal, observadas as regras do art. 77 da Constituição Federal, bem como de seus próprios Deputados Distritais, componentes do Poder Legislativo Local (Câmara Legislativa), todos para um mandato
de quatro anos. Em relação ao Poder Judiciário do Distrito Federal, permanece a previsão de que competirá, privativamente, à União organizar e mantê-lo, afetando, parcialmente, a autonomia desse ente federado.
Por fim, a capacidade de autoadministração decorre da possibilidade do Distrito Federal exercer suas competências administrativas, legislativas e tributárias constitucionalmente deferidas, sem qualquer ingerência da União (CF, art. 25, § 1.°).
De acordo com o art. 18, § 1.º, Brasília é a Capital Federal. Trata-se de inovação em relação à Carta anterior, que estabelecia ser o Distrito Federal a Capital da União.
Conforme anotou José Afonso da Silva, Brasília “assume uma posição jurídica específica no conceito brasileiro de ‘cidade’. Brasília é civitas civitatum, na medida em que é cidade-centro, polo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisões mais graves e onde acontecem os fatos decisivos para os destinos do país. Mas não se encaixa no conceito geral de ‘cidade’, porque não é sede de Município. É civitas e poli, enquanto modo de habitar e sede do Governo Federal”.
Ainda, de acordo com o art. 6.º da Lei Orgânica do DF, Brasília, além de ser a Capital da República Federativa do Brasil (e, como vimos, sede do Governo Federal), também é sede do governo do Distrito Federal.
Finalmente, o art. 48, VII, CF/88, estabelece ser atribuição do Congresso Nacional, por meio de lei ordinária, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre a transferência temporária da sede do Governo Federal.
Veja que o texto fala em transferência temporária e da sede do Governo Federal. Assim, não se admitirá a transferência definitiva (da sede do Governo Federal) e, muito menos, a transferência da Capital Federal. Esta será sempre Brasília, e o que eventualmente será transferido, insista-se, será a sede do Governo Federal.
Poderíamos pensar em situações de crise, como guerra, calamidade pública ou situações que impossibilitassem o funcionamento normal do Governo Federal, a justificar a eventual necessidade de sua transferência.
Territórios.
Têm origem no Constitucionalismo Norte Americano EUA com o Alaska e o Havaí.
No Brasil, Surgiram com a aquisição do Acre junto à Bolívia, por meio do Tratado de Petrópolis de 17 de novembro de 1903. O Acre foi incorporado à União por meio da Lei 1.181 de 25 de fevereiro de 1904. A Constituição vigente à época era a Constituição de 1891 e não previa a figura dos territórios, por esse motivo o Estado do Amazonas pleiteou que a área do Acre lhe fosse anexada, incorporada, numa causa famosa em que Ruy Barbosa discutiu no Supremo Tribunal Federal o direito do Amazonas ao Acre setentrional. Nessa defesa muitas questões de controle de constitucionalidade foram debatidas. A União ganhou essa causa e a partir daí afirmou-se o princípio de que a União poderia instituir territórios subordinados a ela. Hoje não há territórios porque a CF de 88 extinguiu os territórios que havia: Amapá e Roraima foram transformados em Estados Federados (art. 14 do ADCT ​ Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), mantidos seus atuais limites geográficos e instaladoscom a posse dos governadores eleitos em 1990 e o Território de Fernando de Noronha foi extinto e sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco (art. 15 do ADCT).
Mas, afinal de contas, o que é Fernando de Noronha? Dizer, nos termos do art. 15 do ADCT, que sua área foi reincorporada ao Estado de Pernambuco não é suficiente. 
De acordo com o art. 96 da CE/PE, o Arquipélago de Fernando de Noronha constitui região geoeconômica, social e cultural do Estado de Pernambuco, sob a forma de Distrito Estadual, dotado de estatuto próprio, com autonomia administrativa e financeira.
Já o parágrafo único do art. 1.º da Lei estadual n. 11.304, de 28.12.1995 (do Estado de Pernambuco), caracteriza o Distrito Estadual de Fernando de Noronha como uma entidade autárquica integrante do Poder Executivo Estadual, exercendo, sobre toda a extensão da área territorial do Arquipélago de Fernando de Noronha, jurisdição plena atribuída às competências estadual e municipal, bem como os poderes administrativos e de polícia próprios de ente público.
O Distrito Estadual tem por sede o Palácio São Miguel, situado na Vila dos Remédios, na Ilha de Fernando de Noronha, e por foro a Comarca do Recife, tendo por competência prover a tudo quanto respeita ao seu interesse e ao bem-estar da população insular.
O art. 96, § 1.º, da CE/PE determina que o Distrito Estadual de Fernando de Noronha será dirigido por um Administrador-Geral, nomeado pelo Governador do Estado, com prévia aprovação da Assembleia Legislativa. Já o § 2.º estabelece a eleição direta, pelo voto secreto, concomitantemente com a eleição de Governador de Estado, pelos cidadãos residentes no Arquipélago, de 7 Conselheiros, com mandato de 4 anos, para formação do Conselho Distrital, órgão que terá funções consultivas e de fiscalização, na forma da lei.
Muito embora Fernando de Noronha atualmente seja um Distrito Estadual, o § 3.º do art. 96 da CE/PE prevê a sua transformação em Município quando alcançar os requisitos e as exigências mínimas, previstos em lei complementar estadual.
Seção II
Do Distrito Estadual de Fernando de Noronha
Art. 96. O Arquipélago de Fernando de Noronha constitui região geoeconômica, social e cultural do Estado de Pernambuco, sob a forma de Distrito Estadual, dotado de estatuto próprio, com autonomia administrativa e financeira.
§1º O Distrito Estadual de Fernando de Noronha será dirigido por um AdministradorGeral, nomeado pelo Governador do Estado, com prévia aprovação da Assembléia Legislativa.
§2º Os cidadãos residentes no Arquipélago elegerão pelo voto direto e secreto, concomitantemente com as eleições de Governador do Estado, sete conselheiros, com mandato de quatro anos, para formação do Conselho Distrital, órgão que terá funções consultivas e de fiscalização, na forma da lei.
§3º O Distrito Estadual de Fernando de Noronha deverá ser transformado em Município quando alcançar os requisitos e exigências mínimas, previstos em lei complementar estadual.
Ressalte-se, por fim, que apesar da inexistência atual, a própria Constituição Federal permite a criação de novos territórios (CF, art. 18, § 3º) 
OBS: No Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, previsto a criação, dentro de noventa dias da promulgação da constituição, de uma comissão de estudos territoriais, com 10 membros indicados pelo Congresso Nacional e cinco pelo Poder Executivo, com a finalidade de apresentar estudos sobre o território nacional e anteprojetos relativos a novas unidades territoriais, notadamente na Amazônia Legal e em áreas pendentes de solução. Igualmente, estabeleceu prazo de um ano para que a referida comissão submetesse ao Congresso Nacional os resultados de seus estudos para apreciação nos doze meses subseqüentes (CF - ADCT, art. 12).
Os territórios não são entidades federadas, não gozam de autonomia política e, por isso, não compõem a federação.
Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
Em razão de integrarem à União, são dotados de organização administrativa e jurídica que lhes atribui a própria União, ostentando assim, a natureza de autarquias.
Se vierem a ser criados territórios, não serão considerados entidades federadas; não possuirão autonomia federativa, não possuirão competências legislativas, no máximo, algumas competências deliberativas. Fala-se de territórios federais apenas para indicar, realçar que estão ligados à União. Os territórios realmente integram à União, por força do § 2º, do art. 18 que diz:
Art. 18, § 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em Lei Complementar.
A natureza jurídica dos territórios, segundo o Professor José Afonso da Silva, é de repartições territoriais dependentes do governo federal.
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
(...) § 3º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. (não é legislativa!!!) Isso porque não existe, já que território não é entidade política.
As competências e atribuições do Poder Judiciário e do Ministério Público serão exercidas pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios que são instituições criadas e mantidas pela União a quem cabe, inclusive, legislar sobre esse tema.
Quanto à Defensoria Pública, não existe mais a Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios, isso foi separado pela EC 69, Existe a Defensoria Pública do Distrito Federal, que hoje é mantida pelo Distrito Federal e a Defensoria Pública dos Territórios que será criada pela União, se for o caso.
Quanto à previsão do § 3º do art. 33, de que haverá uma câmara territorial com competência deliberativa, isso causa perplexidade na doutrina, porque essa competência deliberativa não tem um significado definido, já que não pode ser uma competência legislativa, porque território não é entidade com capacidade política.
Significado de Deliberar
v.t.d e v.pron. Tomar uma decisão após pensar, analisar ou refletir: deliberou mudar de empresa; deliberou-se a salvar o cão.
v.t.i e v.i. Decidir; resolver mediante discussão ou exame: a assembleia deliberou sobre a nova medida provisória; é necessário deliberar antes de resolver definitivamente.
Promover; executar ou organizar discussões sobre um determinado assunto, ou circunstância, com o propósito de decidir o que fazer.
(Etm. do latim: deliberare)
Sinônimo de deliberar: achar, assentar, decidir, decretar, definir, destinar, determinar, dispor, julgar, optar, resolver e sentenciar
 Art. 33. (...)
- § 1º - Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título. (normas constitucionais atinentes aos Municípios).
- § 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
O Presidente da República tem competência privativa para nomear o Governador do Território, após aprovação do Senado Federal por voto secreto e arguição pública. Então não há eleição para governador de território (inciso XIV, dor art. 84 da CF), mas há para deputados federais (a quatro Deputados art. 45, § 2º). Como não é entidade federada e o Senado é o órgão que representa as entidades federadas, não há eleições para Senadores.
Histórico
Conforme observou Michel Temer, o primeiro Território Federal no Brasil foi o do Acre, criado em 1904 pela Lei n. 1.181, na medida em que não havia previsão na Constituição de 1891. 
Somente na Constituição de 1934 foi que os territórios ganharamstatus constitucional, permanecendo sua previsão nas Constituições seguintes.
Natureza jurídica
Apesar de ter personalidade, o território não é dotado de autonomia política. Trata-se de mera descentralização administrativo-territorial da União, qual seja, uma autarquia que, conforme expressamente previsto no art. 18, § 2.º, integra a União.
É perfeitamente possível a criação de novos territórios federais, que continuarão a ser mera autarquia, sem qualquer autonomia capaz de lhes atribuir a característica de entes federados. O processo de criação dar-se-á da seguinte forma:
Lei complementar: a criação de novos territórios dar-se-á mediante lei complementar, conforme o art. 18, § 2.º;
Plebiscito: deve haver plebiscito aprovando a criação do território;
Modo de criação: o art. 18, § 3.º, estabelece que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexar a outros, ou formar Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Algumas outras regras devem também ser lembradas:
Lei federal: de acordo com o art. 33, caput, lei federal disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios;
Divisão em municípios: ao contrário do que ocorre com o Distrito Federal, o art. 33, § 1.º, estabelece a possibilidade de os Territórios, quando criados, serem divididos em Municípios, aos quais serão aplicadas as regras previstas nos arts. 29 a 31 da CF/88;
Executivo: a direção dos Territórios, se criados, dar-se-á por Governador, nomeado pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal (art. 84, XIV);
Legislativo (CN): nos termos do art. 45, § 2.º, cada Território elegerá o número fixo de 4 deputados federais, caracterizando-se, assim, exceção ao princípio proporcional para a eleição de deputados federais, ou seja, não existirá variação do número de representantes da população local dos Territórios;
Controle das contas: a fiscalização das contas do governo do Território caberá ao Congresso Nacional, após o parecer prévio do Tribunal de Contas da União (art. 33, § 2.º);
Judiciário, Ministério Público e defensores públicos federais: nos Territórios Federais com mais de 100 mil habitantes, além do Governador nomeado na forma da Constituição (art. 84, XIV), haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias, membros do Ministério Público e defensores públicos federais, organizados e mantidos pela União (art. 33, § 3.º, c/c o art. 21, XIII). 
Ainda, nos termos do parágrafo único do art. 110, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais (Justiça Federal Comum) caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei;
Polícia civil, polícia militar e o corpo de bombeiros militar dos Territórios federais: muito embora os Territórios sejam uma descentralização administrativa da União, integrando-a, a EC n. 19/98, alterando a redação do art. 21, XIV, da CF/88, não mais estabeleceu para a União a atribuição de organização e manutenção da polícia civil, militar e do corpo de bombeiros dos Territórios, endereçando referida regra exclusivamente ao Distrito Federal;
Legislativo: a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa (art. 33, § 3.º);
Sistema de ensino: organizado pela União, nos termos do art. 211, § 1.º.
Súmula vinculante 39
Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
Fonte de Publicação
DJe nº 55 de 20/03/2015, p. 1.
Intervenção
O normal é que as entidades federadas exerçam as suas competências legislativas e materiais no dia a dia. Excepcionalmente, por algum motivo, é necessário que uma entidade intervenha na outra para que possa recolocar o ente no curso da normalidade. Então, a intervenção é uma exceção ao princípio federativo; é uma situação excepcional, dentro do sistema constitucional de solução de crises, em relação ao qual se permite, constitucionalmente, que uma entidade federada intervenha nos negócios de outra entidade federada, de forma a exercer, temporariamente, parcela das competências materiais, para que se possa retomar o trilho da normalidade constitucional.
1. Conceito:
Segundo José Afonso da Silva, intervenção “É ato político que consiste na incursão da entidade interventora nos negócios da entidade que a suporta”.
2. Espécies:
a) Intervenção da União (como entidade interventora) nos Estados;
b) Intervenção dos Estados (como entidade interventora) nos municípios;
C) Intervenção da União (como entidade interventora) em município situado em território.
3. Princípios da Intervenção:
a) Excepcionalidade (É uma situação excepcional. A regra, portanto, é da não intervenção);
b) Necessidade (a intervenção só ocorre se e quando houver um motivo constitucionalmente eleito para ensejar a intervenção);
c) Temporariedade (Sempre temporária, nunca definitiva, deve cessar quando o motivo que deu ensejo à sua implementação for resolvido);
d) Formalidade (há formas pré-definidas específicas para a intervenção).
4. Pressupostos de fundo da intervenção (motivos):
a) Defesa do Estado
b) Defesa do princípio federativo
c) Defesa das finanças estaduais ou municipais
d) Defesa da ordem constitucional
a) Defesa do Estado:
Art. 34. A União não intervirá (a regra é da não intervenção) nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira (...);
b) Defesa do princípio federativo:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...) II - repelir invasão (...) de uma unidade da Federação em outra;
Ex: O Estado de Sergipe invade Alagoas. Principio federativo ameaçado. Pode ser solucionado pela intervenção.
c.1) Defesa das finanças estaduais:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...) V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
c.2) Defesa das finanças municipais:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
A defesa dessas finanças se refere, às vezes, à dívida fundada.
O conceito de dívida fundada está no art. 98 da Lei 4.320/64:
Art. 98. A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos. (São Dividas exigíveis por prazo superior a 12 meses). Se essas dividas não forem pagas isso poderá ensejar a intervenção.
d) Defesa da ordem constitucional:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...) III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
(...) VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (sensíveis):
Princípios constitucionais sensíveis que poderão dar ensejo a uma representação interventiva movida pelo Procurador Geral da República.
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nasações e serviços públicos de saúde. (redação da EC 29/2000).
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (redação da EC 29/2000)
Intervenção.
IV - o Tribunal de Justiça der provimento à representação (movida pelo Procurador Geral de Justiça) para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual (princípios constitucionais sensíveis estaduais que podem gerar a representação interventiva estadual movida pelo Procurador Geral de Justiça no Tribunal de Justiça), ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
A intervenção da União em Estados federados, em Distrito Federal ou em Municípios situados em Território Federal é de competência privativa do Presidente da República:
CF/88:
Art. 21. Compete à União:
(...) V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
(...)
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...) X - decretar e executar a intervenção federal;
Já a intervenção do Estado em Município é de competência privativa por simetria do Governador.
5. Espécies de Intervenção (Forma pela qual a intervenção ocorre): 
a)Ex officio:
b)Provocada
b.1)Solicitação
b.2)Requisição
b.3)Provimento judicial
Obs: Depende do motivo pelo qual a intervenção é solicitada.
a)Ex officio 
Decretada pelo Presidente da República, com base em seu juízo pessoal de conveniência e oportunidade e o seu procedimento básico ocorre da seguinte forma: O Presidente da República ouve o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. 
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
Art. 91, § 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
(...)
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
Tento escutado esses conselhos, o Presidente, se entender conveniente, edita o decreto de intervenção e esse decreto é submetido à apreciação do congresso nacional no prazo de 24 horas. Estando em recesso, reúne-se extraordinariamente em 24 horas. Essa oitiva não se aplica à intervenção provocada por solicitação, requisição ou por provimento judicial. (Requisitos e limites constitucionais).
CF/88:
Art. 36. (...)
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
CF/88:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
A competência do Congresso é deliberativa não é consultiva, opinativa, como a dos Conselhos Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. E é posterior ao ato.
CF/88:
Art. 57. (...) § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
O interventor pode substituir o Governador ou Prefeito na tomada de atos deliberativos. Os atos praticados pelo interventor podem ser de duas naturezas: atos diretamente ligados à intervenção que visam cessar os motivos que deram ensejo à intervenção e os atos da gestão comum da administração. A responsabilidade civil por danos praticados pelo interventor é assumida da seguinte forma: no caso dos atos diretamente ligados ao objeto da intervenção a doutrina entende que a responsabilidade principal é da entidade interventora, a União, ou se for o caso, o Estado. Já os atos do interventor de mera gestão, o primeiro responsável é a própria entidade que sofre a intervenção: o Estado ou o Município e subsidiariamente a unidade interventora: A União ou o Estado, respectivamente.
O art. 36, § 3º da CF traz a possibilidade de haver intervenção ex officio ou provocada, sem necessidade de apreciação pelo Poder Legislativo e da figura do interventor. Porque o decreto limitar-se-á à suspensão do ato impugnado se isso for suficiente ao restabelecimento da normalidade.
CF/88:
Art. 36. (...) 3º - Nos casos do art. 34, VI [prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial] e VII [violação de princípios constitucionais sensíveis – representação interventiva], ou do art. 35, IV [ADI interventiva estadual e necessidade de prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial no Estado], dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
No caso da intervenção provocada, a edição do decreto interventivo, depende de um requisito prévio: Solicitação, requisição ou provimento judicial. A exigência do requisito prévio está vinculada ao motivo que enseja a intervenção. Funcionam como controle específico da intervenção, diante de determinados motivos. Tudo diante do principio da excepcionalidade. As hipóteses de provocação estão previstas na Constituição:
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I – no caso do art. 34, IV [garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação], de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
Há diferenças jurídicas entre solicitação e requisição. Solicitar é diferente de requisitar. Parte da doutrina entende que há discricionariedade do Presidente nos casos de solicitação. No caso da requisição não há ato discricionário, mas ato vinculado de mera formalização da decisão judicial que requisita a intervenção, dispensando-se, a oitiva dos conselhos e a submissão ao Congresso Nacional. Segundo a jurisprudência do STF cabe ao próprio Supremo a requisição de intervenção para assegurar o cumprimentos das decisões da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, mesmo que de ordem infraconstitucional. Isso está na Intervenção Federal 230.
II – no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII [na hipótese de violação de princípios constitucionais sensíveis – representação interventiva], e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela EC nº 45, de 2004).
III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República (só o PGR tem competência para promover a representação interventiva), na hipótese do art. 34, VII [violação de princípios constitucionais sensíveis – representação interventiva], e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela EC nº 45, de 2004).
Se a representação interventiva for julgada procedente pelo STF ou TJ implica a necessidade do Presidente praticar ato vinculado de mera formalização da decisão judicial, não havendo discricionariedade, dispensando-se, também, a oitiva dos conselhos e a submissão ao Congresso Nacional.
CF/88:
Art. 129. São funções institucionais

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