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Resumo N1 - Teoria Psicanalítica

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Resumo N1 
 
Lição I 
 Quando tal quadro mórbido é encontrado em indivíduo jovem do sexo feminino, cujos órgãos vitais internos 
nada revelam de anormal ao exame objetivo, mas que sofreu no entanto violentos abalos emocionais, os 
médicos não consideram o caso tão grave. Afirmam que não se trata de uma afecção cerebral orgânica, mas 
desse enigmático estado que desde o tempo da medicina grega é denominado histeria. 
 
- `Absence’: AUSÊNCIA - Alteração da personalidade acompanhada de confusão - costumava a doente murmurar 
algumas palavras que pareciam relacionar-se com aquilo que lhe ocupava o pensamento. 
 
 `Talking cure’ (cura de conversação) qualificando-o também, por gracejo, de `chimney sweeping’ (limpeza 
da chaminé) = limpando-se a mente era possível conseguir alguma coisa mais que o afastamento passageiro 
das repetidas perturbações. 
 
 Os histéricos sofrem de reminiscências. Seus sintomas são resíduos e símbolos mnêmicos de experiências 
especiais (traumáticas). 
 A doença se instalava porque a emoção desenvolvida nas situações patogênicas não podia ter 
exteriorização normal. 
 
Conversão histérica >> a carga se desvia para insólitas inervações e inibições somáticas que se apresentam como 
sintomas físicos. 
 
Uma certa parte de nossas excitações psíquicas é conduzida normalmente para a inervação 
somática, constituindo aquilo que conhecemos por `expressão das emoções’. A conversão 
histérica exagera então essa parte da descarga de um processo mental catexizado 
emocionalmente; ela representa uma expressão mais intensa das emoções, conduzida por nova 
via. 
 
 Num mesmo indivíduo são possíveis vários agrupamentos mentais que podem ficar mais ou menos 
independentes entre si, sem que um `nada saiba’ do outro, e que podem se alternar entre si em sua emersão à 
consciência. 
 
- Onde existe um sintoma, existe também uma amnésia, uma lacuna da memória, cujo preenchimento suprime 
as condições que conduzem à produção do sintoma. 
 
Nascimento da Psicanálise 
 
 A Psicanálise constitui-se como um método de investigação dos processos inconscientes e foi criada no 
final do século XIX por Sigmund Freud. A construção, história e percurso desta teoria se mantêm ligada à 
vida de Freud, já que foi este neurologista austríaco o responsável por sua invenção e desenvolvimento. 
 
- Sua origem é decorrente de um momento histórico e social em que as circunstâncias permitiram o surgimento de 
uma teoria e de uma prática que tentasse abarcar os aspectos especificamente psicológicos de determinados 
fenômenos. 
- Os fenômenos da conversão histérica representavam um desafio à ciência, já que a medicina não conseguia explicar 
sua origem, sendo de extrema importância compreender e tratar os fenômenos psicopatológicos. 
 
 A histeria, ou mesmo qualquer afecção, não ser considerada como um suposto mau funcionamento de um 
organismo, tomado isoladamente (é justamente de uma perspectiva organicista que se pretende distanciar-
se). 
 As oposições ou divergências entre um mundo interno (objeto de estudo da Psicanálise) e um externo não se 
restringem a buscar um argumento que justifique e comprove a supremacia de um sobre o outro, como em 
certas disputas estéreis sobre o que determinaria a vida humana: o dado objetivo ou o subjetivo. 
 
O que se propõe aqui para pensar a questão da constituição de um conhecimento (investigação e tratamento) 
que tem como objeto o mundo interno será talvez algo mais próximo de uma constante reflexão, dado que no 
que diz respeito à condição humana o objeto, ao ser apreendido pela percepção, é transformado em realidade 
vivida subjetivamente e seria necessário elucidar que processos e elementos psíquicos estão em jogo nesta 
transformação. 
 A histeria faz parte de um grupo de acepções que estão diretamente ligadas ao nascimento da 
Psicanálise, pois a investigação e o tratamento deste tipo de neurose, a partir de uma compreensão dos 
fatores psíquicos, foi o ponto de partida de Freud na construção de um arcabouço teórico que permitisse 
escutar as histéricas para além dos sintomas. 
 Pela escuta das histéricas, Freud criou a psicanálise e desenvolveu a teoria que a sustenta, por meio de 
uma prática clínica que vai delineando seu método terapêutico e, assim, define sua ética. 
 
Pensará o sujeito como aquele que é dotado de uma consciência e de uma razão que lhe conferem o poder de 
dominar e controlar (consciente e racionalmente) a Natureza e seus objetos e inclusive a si mesmo. 
 Será a partir de uma preocupação com os conflitos e sofrimentos que adquiriram uma conotação 
patológica que surgirá a Psicanálise, enquanto uma terapêutica e uma teorização capazes de oferecer uma nova 
visão sobre o homem, seu psiquismo e suas relações com o mundo externo. 
 
A Psicanálise se colocará como um campo de conhecimento dedicado exclusivamente aos fenômenos 
psíquicos (o que não exclui as relações deste com o mundo externo), asseverando sempre a importância 
de se buscar uma explicação para aquelas manifestações propriamente humanas – comportamentos, afetos 
e pensamentos – que pareciam contradizer certa noção de homem como ser racional, capaz de dominar a 
si mesmo e ao mundo única e exclusivamente através da consciência 
 
 
 É deste confronto entre uma concepção de homem dono e senhor de si mesmo e o que a 
experiência clínica com as histéricas mostrava sobre a fragilidade da condição humana, que tem 
origem o primeiro dos alicerces da teoria psicanalítica: o conceito de inconsciente. 
 
 Com isto, Freud lança uma das primeiras polêmicas que a Psicanálise terá com o mundo científico e 
filosófico, pois aquilo sobre o que se julgava ter domínio, os próprios pensamentos, ideias e 
comportamentos e que serviam como instrumento para controlar o incontrolável – os afetos, afinal de 
contas, estaria determinado pelo inconsciente, por algo fora do controle consciente. <<<<<<<<< 
 
- As ideias de Freud, desenvolvidas entre final do século 19 e início do século 20 marcaram o pensamento 
contemporâneo. 
- A Psicanálise é a primeira teoria sobre o psiquismo que se originou diretamente da prática clínica, 
fazendo coincidir investigação e tratamento. 
- Podemos dizer que Freud descortinou um horizonte a partir do qual puderam surgir 
 outras teorias psicológicas que, em diferentes graus, procuraram rever, ampliar e mesmo modificar 
radicalmente (a ponto de não mais poderem ser designadas como psicanálise) os pressupostos teóricos e 
as técnicas que deles podem surgir. 
- Os oponentes ou dissidentes da Psicanálise podem ser agrupados como aqueles que romperam 
formalmente com um ou mais dos alicerces da Psicanálise (inconsciente, transferência e pulsão), no 
entanto buscavam e ainda buscam confirmar a existência de um mundo interno, passível de investigação 
e intervenção. 
 
 Oferece a possibilidade de dar palavras ao afeto e, com isto, propondo que os sintomas poderiam ser 
substituídos por outras saídas. 
 Surgimento de um novo objeto e campo de atuação para a Psicologia: o mundo interno e o trato 
com sofrimento psicológico, a partir de uma perspectiva estritamente psicológica sem intermediação de 
quaisquer recursos objetivos, contando explicitamente com as interações psíquicas humana. 
 
- Isto ocorre a partir de 1882 quando Freud estimulado pelo trabalho de Breuer interessa-se pela sugestão e 
hipnose no tratamento da sintomatologia atribuída à histeria. 
 
 Joseph Breuer teve um papel fundamental no nascimento da psicanálise e forneceu a Freud a técnica que 
este utilizaria em sua clientela. Contudo, o espírito investigativo de Freud, fez com que logo se afastasse desta 
técnica, bem como do método catártico, substituindo-as pela técnica de associação livre. 
O encerramento da parceria foi a discordância de Breuer em relação a Freud, já que este último 
insistia na importância de fatores sexuais na etiologia da histeria. 
 
“Interpretação dos sonhos” 
 
 Nesta obra Freud promove uma grande ruptura na forma de abordar e compreender o homem, pois a 
ciência apenas se preocupava com o homem em sua dimensão consciente. 
 
Sexualidade 
 Mal compreendida porque se toma o termo sexual como sinônimo de genital, dando importância e 
ênfase ao aspecto puramente biológico, como se para o homem a sexualidade estivesse presa à 
anatomia, sendo que esta é justamente a subversão fundamental da Psicanálise: o sexual é redefinido 
como uma disposição psíquica humana, desligada de seu fundamento biológico ou anatômico. 
 
 Ele mostrou que a sexualidade tanto era uma representação ou uma construção mental, quanto o lugar 
de uma diferença anatômica. Em consequência disso, sua doutrina transformou totalmente a visão que a 
sociedade ocidental tinha da sexualidade e da história da sexualidade em geral. 
 
O inconsciente surge como uma abertura para as ciências psicológicas, ao mesmo tempo, este mesmo 
conceito passará a ser um divisor de águas entre a Psicanálise e as Psicologias da Consciência. 
 
- Psicologias da Consciência>> Estas, mobilizadas pela necessidade de fortalecer o “pobre” ego diante das 
exigências do mundo externo e do mundo interno, colocando como meta do tratamento a busca de uma 
relação harmônica, não conflituosa com o meio. O terapeuta buscando sempre uma aliança com o lado 
saudável do paciente para ajudá-lo a integrar-se psíquica e socialmente. 
 
- Psicanálise>> Para a Psicanálise o psíquico só ganha consistência de mundo interno a partir da noção de 
inconsciente, que mantém relação com as três instâncias – id, ego e superego – em maior ou menor grau; a 
Psicanálise também espera que o ego possa ser um aliado na luta contra a neurose, no entanto isto não estaria 
a serviço de uma adaptação ao contexto social, só porque este coloca a “doença mental” como um desvio que 
não coincide com seus desígnios. 
 
 A ideia principal é recolocar a noção de doença mental no âmago da condição humana e não fora 
dela, buscando responder antes quem é este que sofre e adoece, e esperando que a noção de mundo 
interno, que não precisa ser psicanalítica, possa oferecer um espaço de liberdade para o homem na 
sua relação com o mundo externo. 
 
HIPNOSE 
 A hipnose teve grande importância no início da psicanálise, pois pelo uso da hipnose Breuer favorecia a 
revivência de algumas cenas que estavam esquecidas pelo paciente, esta revivência provoca a "ab-
reação", que consistia numa descarga afetiva emocional (reações com expressão de grande comoção, 
choro, lágrimas e sentimentos intensos) e desta forma inaugura o método catártico ou catarse. 
 
 MÉTODO CATÁRTICO > método catártico ou catarse é o processo em que o paciente em estado hipnótico, 
fala tudo que lhe vem à mente e obtém grande alívio emocional. 
- Para condução do método catártico Breuer supõe a ideia da ocorrência de UM EVENTO DE GRANDE 
FORÇA E IMPACTO EMOCIONAL, não manifesto em ações ou comportamentos verbais, QUE POR FIM 
ECLODIRIA NO TRAUMA PSÍQUICO, ESTE TRAUMA DESENCADEIA O MAL PSÍQUICO (SINTOMA), 
originando-se da emoção reprimida, presente no inconsciente, sem o conhecimento consciente do sujeito sobre o 
evento traumático e, para lembrá-lo, conduz-se o paciente à hipnose. 
 
Evento de grande impacto emocional - não manifesto em ação ou cpto verbal 
 
 
Trauma Psíquico 
 
Emoção Reprimida - No Inconsciente 
 
Mal psíquico (SINTOMA) 
 
 A hipnose desperta o interesse de Freud por meio de um relato de Breuer, mas é com Charcot que busca 
melhorar seu aprendizado. 
 
 O questionamento de Freud às dificuldades decorrentes da hipnose e método catártico faz entrar em cena a 
elaboração psíquica. 
 Elaboração psíquica >> consiste no trabalho de integração das experiências vividas, independente de sua 
origem (excitações somáticas, estímulos externos ou informações, aspectos do mundo mental). 
 
Lição II 
 Tornou-se-me logo enfadonho o hipnotismo, como recurso incerto e algo místico; e quando verifiquei 
que apesar de todos os esforços não conseguia hipnotizar senão parte de meus doentes, decidi 
abandoná-lo, tornando o procedimento catártico independente dele. 
 A força que mantinha o estado mórbido fazia-se sentir como resistência do enfermo. 
- Nesta ideia de resistência alicercei então minha concepção acerca dos processos psíquicos na histeria. Para o 
restabelecimento do doente mostrou-se indispensável suprimir estas resistências. 
As mesmas forças que hoje, como resistência, se opõem a que o esquecido volte à consciência deveriam ser as 
que antes tinham agido, expulsando da consciência os acidentes patogênicos correspondentes. A esse processo, 
por mim formulado, dei o nome de `repressão'. 
- Tratava-se em todos os casos do aparecimento de um desejo violento mas em contraste com os demais 
desejos do indivíduo e incompatível com as aspirações morais e estéticas da própria personalidade. 
REPRESSÃO - Produzia-se um rápido conflito e o desfecho desta luta interna era sucumbir à repressão a 
ideia que aparecia na consciência trazendo em si o desejo inconciliável, sendo a mesma expulsa da consciência 
e esquecida, juntamente com as respectivas lembranças. 
 incompatibilidade entre a ideia e o ego do doente, o motivo da repressão. 
- A repressão evitava o desprazer, revelando-se desse modo um meio de proteção da personalidade psíquica. 
DIVISÃO PSÍQUICA = conflito de forças mentais contrárias, resultado de uma luta ativa da parte dos dois 
agrupamentos psíquicos entre si. 
SINTOMA >> o impulso desejoso continua a existir no inconsciente à espreita de oportunidade para se revelar, 
concebe a formação de um substituto do reprimido, disfarçado e irreconhecível, para lançar à consciência. Esta 
substituição da ideia reprimida - o sintoma - é protegida contra as forças defensivas do ego e em lugar do breve 
conflito, começa então um sofrimento interminável. 
 No sintoma, a par dos sinais do disfarce, podem reconhecer-se traços de semelhança com a idéia 
primitivamente reprimida. 
 Pelo tratamento psicanalítico desvenda-se o trajeto ao longo do qual se realizou a substituição, e para a 
recuperação é necessário que o sintoma seja reconduzido pelo mesmo caminho até a ideia reprimida. 
 Uma vez restituído à atividade mental consciente aquilo que fora reprimido - e isso pressupõe que 
consideráveis resistências tenham sido desfeitas - o conflito psíquico que desse modo se originara e que o 
doente quis evitar, alcança, orientado pelo médico, uma solução mais feliz do que a oferecida pela repressão. 
A personalidade do doente se convence de que repelira sem razão o desejo e... 
I. Consente em aceitá-lo total ou parcialmente, 
II. Ou este mesmo desejo é dirigido para um alvo irrepreensível (o que se chama `sublimação’ do desejo) 
III. Ou, finalmente, reconhece como justa a repulsa. 
 
MÓDULO 2 - Descoberta do Inconsciente - Teoria dos Sonhos - Primeira Tópica Freudiana 
 Para Freud e Breuer interessava não só a origem, mas a melhora de seus pacientes, e para isso, apoiaram-se 
no método catártico propondo que, ao invés de haver degenerescência e falta de capacidade nas histéricas, há 
sim, uma divisão da consciência. 
 Apesar de abandonado o método catártico, passa a verificar que seus pacientes esquecem por completo o 
conteúdo traumático, tais recordações se mantinham em algum lugar. Assim, entende que uma força detinha o 
conteúdo fora da consciência e mantinha essas lembranças inconscientes. Esta força foi chamada - RESISTÊNCIA. 
- Assim como existe uma força quemantém inconsciente a lembrança, pela força da resistência, deveria haver 
uma força que retirara esta mesma lembrança da consciência - REPRESSÃO. 
 O conceito de Inconsciente ganha força com estas descobertas, expandindo aquilo que é psíquico para além 
da consciência. 
 
 ATOS FALHOS OU PARAPRAXIAS são como os sonhos e sintomas, revelam um processo inconsciente, 
que se desenvolve sem que o percebamos, a partir de conteúdos latentes que escapam ao controle consciente, 
apresentando-se em contradição à nossa consciência. 
 
Repressão (ou Recalque) 
- A repressão tem como principal finalidade evitar que uma ideia inconcebível, decorrente de desejos 
proibidos conflite com aspirações morais, se torne consciente. Entretanto este mecanismo não é o bastante 
para exterminar a ideia, fazê-la desaparecer por completo, pois como ela representa um instinto, permanecerá 
neste reservatório inconsciente produzindo efeitos e eventualmente tentará contornar a barreira repressiva a 
fim de atingir a consciência, insistindo para possibilitar a satisfação da pulsão. 
 
A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS 
 Desenvolve a explicação do funcionamento do pensamento e linguagem, bem como a concepção do 
funcionamento do psiquismo normal e patológico, estabelecendo os fundamentos clínicos, teóricos e 
técnicos e conferindo à interpretação dos sonhos um caráter científico. 
O sonho é remontado à uma atividade psíquica organizada e diferente do que ocorre na vigília, abrindo 
caminho à uma nova forma de interpretação, que não a previsão do futuro, mostrando que o sonho é uma 
produção própria de quem sonha, provinda de uma fonte estranha ao próprio homem. 
 Para Freud, os sonhos são projeções do inconsciente, que expressam a vontade e o desejo humano, 
remetem, portanto ao desejo, revelando algo do passado e não a uma projeção do futuro. Nele dá-se a 
satisfação de desejos reprimidos no nosso inconsciente. 
 
 Freud introduz e ideia de conteúdo manifesto e latente, 
- MANIFESTO = refere-se ao sonho tal como é relatado e, por vezes, de sentido obscuro; 
- LATENTE = o conteúdo latente só aparece claramente depois de decifrado nas associações do paciente. 
 
 Denomina como “trabalho do sonho” o conjunto de operações psíquicas que transformam o conteúdo 
latente em manifesto a fim de disfarçá-lo. 
 “Trabalho de Análise” a operação inversa, que busca o sentido oculto a partir do conteúdo manifesto. 
 
 Para Freud “O sonho é a realização (dissimulada) de um desejo (reprimido, recalcado)” 
MECANISMOS QUE ENTRAM EM AÇÃO NA FORMAÇÃO DO SONHO 
 Condensação – o conteúdo manifesto do sonho ser menor do que o conteúdo latente, isto é, de o conteúdo 
manifesto ser uma “ tradução abreviada” do latente. Combinando vários elementos do conteúdo latente que 
possuem algo em comum num único elemento do conteúdo manifesto. 
 
 Deslocamento – Mecanismo que permite substituir os conteúdos mais significativos de um sonho por um 
menos importante, desfocando e dissimulando a realização do desejo. Quando o acento é mudado de um 
elemento importante para outros sem importância, é uma forma de descentramento da importância. 
 
 Representabilidade – Operação que permite transformar os pensamentos dos sonhos em imagens visuais, 
construções oníricas. 
 
 Elaboração secundária – Permite a apresentação do conteúdo onírico num cenário coerente e inteligível, 
principalmente em estado de vigília. 
 
 Dramatização – Permite a transformação de um pensamento numa dada situação do sonho. 
 
 Os sonhos se valem dos restos diurnos, ocorrências de nosso dia a dia e que mantêm alguma relação com o 
desejo inconsciente que se realiza no sonho. 
 Para Freud, as deformações dos sonhos originam-se da censura, que se situa na fronteira entre consciente 
e inconsciente, permitindo passar somente o que lhe for agradável, retendo o resto sob repressão, 
constituindo o reprimido. 
A PRIMEIRA TÓPICA freudiana - sistemas: INCONSCIENTE, PRÉ-CONSCIENTE E CONSCIENTE. 
- Freud elabora uma concepção do aparelho psíquico, explicando o funcionamento mental, normal e patológico, a 
partir de suas observações clínicas, seus estudos sobre os sonhos e neuroses. 
 Utiliza a palavra “aparelho” a partir de um modelo espacial, onde identifica uma organização 
psíquica, dividida em três sistemas ou instâncias, com funções específicas, interligadas entre si, num dado lugar na 
mente. 
* Este “modelo tópico” designa um modelo de lugares. 
 Esta primeira tópica ficou conhecida como Teoria Topográfica. 
 Nesta primeira tópica Freud divide o aparelho psíquico em três sistemas: O INCONSCIENTE, O 
PRÉ-CONSCIENTE E O CONSCIENTE. 
 
 O CONSCIENTE OU SISTEMA PERCEPÇÃO-CONSCIÊNCIA representa apenas uma pequena parte 
da mente, em que se inclui tudo aquilo que conhecemos, isto é, que temos consciência. Enquanto 
localização, situa-se na periferia do aparelho psíquico, recebe simultaneamente informações do mundo 
exterior e do interior, sem, contudo, conservar nenhuma marca duradoura. 
 
 O PRÉ-CONSCIENTE articula-se com o consciente e funciona como uma espécie de barreira seletiva que 
elege o que pode ou não passar para o consciente. Do ponto de vista tópico, o pré-consciente seria uma parte 
do inconsciente, que, entretanto, pode recuperar seus conteúdos armazenados pela evocação da memória, ou 
seja, seus conteúdos tornam-se acessíveis, isto é, conscientes, com maior facilidade podem ser trazidos à 
consciência. O que caracteriza o pré-consciente é a possibilidade voluntária de se acessar seus conteúdos. 
 
 O SISTEMA INCONSCIENTE representa a parte mais arcaica do aparelho psíquico. Nele incluem-se, por 
herança genética, as pulsões e a energia correspondente a elas, que não são acessíveis à consciência; também 
todo conteúdo que foi excluído da consciência pelos processos psíquicos de censura e repressão, em que o 
conteúdo censurado, que não pode ser lembrado, não se perde, mas permanece abrigado no inconsciente. 
 
 Freud refere que a maior parte do aparelho psíquico é inconsciente, onde situam-se os determinantes 
da personalidade, as fontes da energia psíquica e as pulsões (instintos). 
 No inconsciente situam-se as “representações coisa” ou “traços mnêmicos”, que são fragmentos de 
reproduções de antigas percepções, dispostas e inscritas como se fosse um arquivo sensorial, formando 
nossos contornos psíquicos. 
 
Lição III 
 Se fosse igual a zero ou insignificante a resistência, o olvidado se tornaria consciente sem deformação. 
Podemos admitir que seja tanto maior a deformação do elemento procurado quanto mais forte a resistência 
que o detiver. 
- Partindo da última recordação que o doente ainda possui, em busca de um complexo reprimido, temos toda a 
probabilidade de desvendá-lo, desde que o doente nos proporcione um número suficiente de associações livres. 
- As ideias livres nunca deixam de aparecer. É que o doente, influenciado pela resistência disfarçada em juízos 
críticos sobre o valor da ideia, retém-na ou de novo a afasta. 
Associação Livre : Mandamos o doente dizer o que quiser, cônscios de que nada lhe ocorrerá à mente senão aquilo 
que indiretamente dependa do complexo procurado. Põe-se previamente o doente a par do que pode ocorrer, 
pedindo-lhe renuncie a qualquer crítica; sem nenhuma seleção deverá expor tudo que lhe vier ao pensamento, mesmo 
que lhe pareça errôneo, despropositado ou absurdo e, especialmente, se lhe for desagradável a vinda dessas ideias à 
mente. Pela observância dessa regra garantimo-nos o material que nos conduz ao roteiro do complexo reprimido. 
 A interpretação de sonhos é na realidade a estrada real para o conhecimento do inconsciente, a base 
mais segura da psicanálise. 
 Os sonhos dos adultos via de regra têm um conteúdo ininteligível,sem nenhuma semelhança com a 
satisfação de desejos. Resposta: estes sonhos estão distorcidos, o processo psíquico correspondente teria 
originariamente uma expressão verbal muito diversa. 
- O conteúdo manifesto do sonho, recordado vagamente de manhã, se exprime em palavras com esforço e 
deve ser diferenciado dos pensamentos latentes do sonho que se têm de admitir como existentes no 
inconsciente. 
- Esta deformação possui mecanismo idêntico ao que já conhecemos desde quando examinamos a gênese dos 
sintomas histéricos; e é uma prova da participação da mesma interação de forças mentais tanto na formação 
dos sonhos como na dos sintomas. O conteúdo manifesto do sonho é o substituto deformado para os 
pensamentos inconscientes do sonho. 
- Esta deformação é obra das forças defensivas do ego, isto é, das resistências que na vigília impedem, de 
modo geral, a passagem para a consciência, dos desejos reprimidos do inconsciente; enfraquecidas durante o 
sono, estas resistências ainda são suficientemente fortes para só os tolerar disfarçados. 
 
Quem sonha, portanto, reconhece tão mal o sentido de seus sonhos, como o histérico as correlações e a 
significação de seus sintomas. 
- O SONHO --- liga-se às impressões da véspera e se patenteia como a realização de um desejo não-
satisfeito. O sonho manifesto que conhecem no adulto graças à recordação pode então ser descrito como uma 
realização velada de desejos reprimidos. 
Pesadelo: A ansiedade é uma das reações do ego contra desejos reprimidos violentos, e daí perfeitamente 
explicável a presença dela no sonho, quando a elaboração deste se pôs excessivamente a serviço da 
satisfação daqueles desejos reprimidos. 
ATO FALHO 
 Os atos e gestos que as pessoas executam sem perceber e, sobretudo, sem lhes atribuir importância 
mental, como sejam trautear melodias, brincar com objetos, com partes da roupa ou do próprio corpo etc. 
 São extraordinariamente significativas e quase sempre de interpretação fácil e segura, tendo-se em vista a 
situação em que ocorrem; verifica-se que mais uma vez exprimem impulsos e intenções que devem ficar 
ocultos à própria consciência, ou emanam justamente dos desejos reprimidos e dos complexos que, 
como já sabemos, são criadores dos sintomas e formadores dos sonhos. 
- Testemunham a existência da repressão e da substituição mesmo na saúde perfeita. 
Objetivos da Psicanálise: conduzir à consciência o material psíquico patogênico, dando fim desse modo aos 
padecimentos ocasionados pela produção dos sintomas de substituição. Quer a psicanálise tornar 
conscientemente reconhecido aquilo que está reprimido na vida mental. 
MÓDULO 3 - Segunda Tópica Freudiana - Teoria das pulsões 
 
 Segunda tópica – inclui as instâncias: id, ego e superego e vem substituir a primeira, sem, 
contudo, eliminá-la, onde figuravam as denominações: inconsciente, pré-consciente e consciente. 
 
 A diferença mais importante entre as duas tópicas é a de que, nesta segunda, não encontramos uma 
separação radical entre os diferentes lugares ora designados, ou seja, os limites entre id, ego e superego 
estarão na estrita dependência dos movimentos pulsionais, o que implicará uma nova forma de pensar as 
relações entre elas e do sujeito com a realidade. 
Id = concebido como um conjunto de conteúdos de natureza pulsional e de ordem inconsciente. Assim, o id 
irá ocupar o lugar do inconsciente na tópica anterior. 
- o id, será melhor delimitado como um reservatório pulsional desorganizado, sede de um verdadeiro 
“caos”ou de “paixões indomadas” que, sem a intervenção do ego, seria um joguete de suas aspirações 
pulsionais e caminharia inelutavelmente para sua perdição. 
- o ego perde sua autonomia pulsional, já que será reservada ao id a designação de sede das pulsões - de vida 
e de morte. Esta abordagem dinâmica da segunda tópica representa uma fluidez maior nos limites entre as 
instâncias. 
 
EGO = O ego assume a instância central da personalidade, cuja origem remonta a parte do ID que se 
mantém em contato com o mundo exterior, acumula também em sua constituição uma grande parte 
inconsciente com a responsabilidade de ser o centro defensivo da personalidade, e nesta perspectiva 
dinâmica torna-se o responsável por acionar seus mecanismos de defesa ante à percepção de um afeto 
desagradável. 
- O ego atua na conciliação das reivindicações do id, imperativos do superego e exigências da realidade. 
Enquanto fator econômico surge como um elemento de ligação dos processos psíquicos, atuando como uma 
organização que tende à unidade, permitindo a estabilidade e identidade ao sujeito. 
 
SUPEREGO = É terceira instância da segunda tópica que exercerá as funções de juiz e censor em relação ao 
ego. 
- O superego - constrói-se fundamentalmente pela identificação do superego dos pais, ou seja, pela 
transmissão dos valores e das tradições que perpetua-se, dessa maneira, por intermédio dos superegos, de 
uma geração para outra e, não, uma simples interiorização dos pais. O superego é particularmente importante 
no exercício das funções educativas. 
- A nova instância passou a ser a sede da auto-observação, o depositário da consciência moral; tornando-se a 
instância que resguarda em si os aspectos mais desejados do “ego ideal”, que assumidos por herança pelo 
“ideal do ego”, torna-se o guardião destes ideais, com os quais o ego se compara, aspira e se esforça para 
atender/cumprir as demandas de aperfeiçoamento do movimento identificatório. 
- Compõe-se quase que totalmente de elementos inconscientes, guiado por objetos internos, tendo como 
principal efeito a culpa, com subsequentes de angústias e medo. É a instância modelo, o pólo psicossocial da 
personalidade e de fundamental importância para compreensão da conduta e da psicopatologia do indivíduo. 
 
Pulsão 
 Freud afirma que o aparelho psíquico está à mercê, sob impacto e pressionado por estímulos 
externos e interno, dos quais o aparelho psíquico pode, mediante atividade muscular afastar-se dos 
estímulos externos, sem contudo exercer qualquer afastamento dos internos. Estas excitações 
internas denominam-se como pulsões. 
- É um impulso, e a libido constitui-se em sua energia. 
 
Encontra inicialmente apoio em atividades somáticas, ligadas a determinadas zonas do corpo, as quais, 
dessa maneira, adquirem o estatuto de zonas erógenas. Este início da constituição pulsional é o que 
significa seu caráter limítrofe - seu limite está entre psíquico e o somático, sendo, assim, a pulsão é o 
representante psíquico das excitações provenientes do corpo e que chegam ao psiquismo. 
 
São quatro as características da pulsão: A FONTE, A FORÇA, O ALVO E O OBJETO. 
 Fonte – A fonte das pulsões é o processo somático, localizado numa parte do corpo ou num órgão, 
cuja excitação é representada no psiquismo pela pulsão. 
 
 Força – Força ou pressão constitui a própria essência da pulsão e a situa como o motor da atividade 
psíquica. 
 
 Alvo – Alvo ou satisfação, pressupõe a eliminação da excitação que se encontra na origem da 
pulsão; esse processo pode comportar alvos intermediários ou até fracassos, ilustrados pelas pulsões 
- chamadas de pulsões “inibidas quanto ao alvo” - que se desviam parcialmente de sua trajetória e, 
por último, o objeto da pulsão é o meio de ela atingir seu alvo, e nem sempre lhe está originalmente 
ligado, o que significa dizer que em termos de pulsão, o objeto é contingente. 
 
 Objeto - As pulsões sexuais podem ter quatro destinos: a inversão, a reversão para a própria pessoa, 
o recalque e a sublimação. 
 
No início de sua obra Freud define dois grupos de pulsões – as sexuais e as de autoconservação – 
considerando que elas não se opõem, mas colaboram entre si. 
- As pulsões sexuais se apóiam nasfunções de autoconservação para descarga e extravasamento. 
 
* Um exemplo é aquele em que o pequeno bebê depois de saciar sua fome (que enquanto pulsão de 
autoconservação refere-se à uma necessidade, que após satisfeita por um objeto específico – o 
leite/alimento - torna-se saciada) demonstra existir um excedente de energia, que continua existindo, mas 
não se sacia com o leite – objeto específico – por isso continua sugando, garantindo o extravasamento da 
excitação oral, e simultaneamente “sexualiza” ou “erotiza”, isto é “subverte” a função associada a esta. 
 
Pulsão de vida e pulsão de morte 
 
 A dualidade pulsional se manifestará como uma briga renhida entre uma força que puxaria para um 
estado de não-vida, buscaria um retorno do que está vivo ao estado inorgânico - definida, assim, grosso-
modo como pulsão de morte; e as pulsões que antes estavam sob a denominação de pulsões sexuais e 
pulsões do ego, agora sob a égide de Eros – pulsão de vida. Uma “luta de titãs” que estará na origem de 
todas as manifestações humanas, tirando-as de certo maniqueísmo de vida ou morte. 
 O objetivo da pulsão de vida não é evitar que a morte ocorra, mas evitar que a morte ocorra de uma forma 
não natural. Ela é a reguladora do caminho para a morte. 
 
- Pulsão é uma energia vital = energia da pulsão de vida = libido 
 
A libido = energia que faz se mover (ato libidinal) 
 
 
 
Licao IV 
 
* Os desejos patogênicos são da natureza dos componentes instintivos eróticos: e obriga-nos a admitir que as 
perturbações do erotismo tenham a maior importância entre as influências que levam à moléstia, tanto num como 
noutro sexo. 
>> O trabalho de análise necessário para o esclarecimento completo e cura definitiva de um caso mórbido não se 
detém nos episódios contemporâneos da doença; retrocede sempre, em qualquer hipótese, até a puberdade e a 
mais remota infância do doente, para só aí topar as impressões e acontecimentos determinantes da doença ulterior. 
>> Só os fatos da infância explicam a sensibilidade aos traumatismos futuros e só com o descobrimento 
desses restos de lembranças, quase regularmente olvidados, e com a volta deles à consciência, é que adquirimos o 
poder de afastar os sintomas. 
• Serve para dar ensejo a diversas espécies de sensações agradáveis que nós, pelas suas analogias e 
conexões, englobamos como prazer sexual. 
• A principal fonte de prazer sexual infantil é a excitação apropriada de determinadas partes do corpo 
particularmente excitáveis, além dos órgãos genitais, como sejam os orifícios da boca, ânus e uretra e 
também a pele e outras superfícies sensoriais. 
 
- AUTOEROTISMO > Como nesta primeira fase da vida sexual infantil a satisfação é alcançada no 
próprio corpo, excluído qualquer objeto estranho, dá-se-lhe o nome, segundo o termo introduzido por 
Havelock Ellis, de auto-erotismo. 
 
* Zonas erógenas denominam-se os lugares do corpo que proporcionam o prazer sexual. O prazer de 
chupar o dedo, o gozo da sucção, é um bom exemplo de tal satisfação auto-erótica partida de uma zona 
erógena. 
 
- A escolha de objeto repele o auto-erotismo, de maneira que na vida erótica os componentes do instinto sexual 
só querem satisfazer-se na pessoa amada. 
• Os mais profundamente atingidos pela repressão são primeiramente, e sobretudo, os prazeres infantis 
coprófilos, isto é, os que se relacionam com os excrementos, e, em segundo lugar, os da fixação às 
pessoas da primitiva escolha de objeto. 
 
COMPLEXO DE ÉDIPO 
 
- O pai em regra tem preferência pela filha, a mãe pelo filho: a criança reage desejando o lugar do pai se é 
menino, o da mãe se se trata da filha. 
• É absolutamente normal e inevitável que a criança faça dos pais o objeto da primeira escolha amorosa. 
Porém a libido não permanece fixa neste primeiro objeto: posteriormente o tomará apenas como modelo, 
passando dele para pessoas estranhas, na ocasião da escolha definitiva. 
 
MÓDULO 4 - Teoria da Sexualidade - Libido / Zonas Erógenas / Pulsões 
 
Sexualidade 
 
 O termo libido designa a manifestação da pulsão sexual na vida psíquica e, por extensão, definindo a 
sexualidade humana em geral e a infantil em particular, entendida como causalidade psíquica (neurose), 
disposição polimorfa (perversão), amor próprio (narcisismo) e sublimação. 
 
* A libido, identificada com a pulsão sexual tornou-se a pulsão de vida (Eros), em oposição à pulsão de morte 
(Thanatos) e com isto, a libido torna-se o principal determinante da psique humana. 
 
• Libido - dimensão fundamental da pulsão - fixa-se em objetos e pode se deslocar em seus investimentos, 
mudando de objeto e de objetivo. É então sublimada, ou seja, derivada para objetivos não sexuais, investe 
em objetos socialmente valorizados: a arte, a literatura, atividades intelectuais, etc. 
 
 Esta maleabilidade libidinal, sua capacidade intrínseca de mudar tanto de objetos quanto de objetivos, 
permite igualmente um outro tipo de trânsito: também pode diversificar-se quanto à fonte de 
excitação. Há uma diversificação das Zonas Erógenas, que se distribuem por quatro regiões do corpo: 
oral, anal, uretro-genital e mamária. 
 
>> Dessa descrição da libido capaz de se diversificar em zonas erógenas decorreu um desdobramento teórico - a 
teoria dos estádios ou fases, tão central na reformulação freudiana quanto na relação objetal. Cada idade ou, cada 
fase, tem um tipo de relação de objeto que serão definidas em quatro: 
 
 A fase oral 
 A fase anal 
 A fase fálica 
 A fase genital 
 
 FASE ORAL = É o momento em que o prazer sexual se dá, predominantemente, pela excitação da zona 
bucal e lábios, estando associado à alimentação. Neste momento precoce do desenvolvimento o bebê só 
espera a satisfação de suas necessidades, que asseguram a sobrevivência, assim quando tem fome ou sede 
busca a satisfação e à medida que esta necessidade é satisfeita, a pulsão a ela associada acaba por ser 
reduzida, com isto vivencia e sente prazer, o que restitui ao organismo o retorno ao seu estado de equilíbrio. 
 
 O objeto da fase oral é o seio ou seu substituto, não só enquanto alimentação, nem como elemento 
anatômico, mas como objeto que permitirá as várias vivências e sensações de aconchego que envolve o 
acalento do colo materno. 
 
 Nesta fase se dá a formação do ego, a princípio o bebê não percebe nem sente-se como separado do exterior, 
a não satisfação imediata da necessidade, conjugada à espera pelo alimento, a faz sentir-se como separado do 
ambiente e, neste espaço se dá o início da formação do ego, que ocorrerá durante o primeiro ano de vida. 
 
 FASE ANAL = Por volta dos 12 meses de vida inicia-se a fase anal, que durará até os 36 e, apesar desta 
região anal estar em funcionamento desde o início da vida, será somente mediante o amadurecimento 
neurofisiológico aliado às demandas do ambiente, que incidirão para que musculatura voluntária torne-se o 
centro dos investimentos libidinais. 
 
 Assim, as crianças começam a desenvolver o controle muscular ligado aos esfíncteres – anal/defecação e 
uretral/controle urinário, em complementaridade às preocupações dos pais acerca do estabelecimento dos 
hábitos de higiene. 
 
 Nesta fase, retenção ou expulsão tornam-se fontes de prazer, já que região anal é a zona erógena. O 
aprendizado da higiene e a consequente necessidade de controle esfincteriano são possíveis, pois o ego está 
caminhando à sua formação, permitindo à criança ser capaz de adiar a satisfação das pulsões. O objeto desta 
fase ainda é a mãe, contudo numa perspectiva de objeto total. 
 
 FASE FÁLICA = É o momento em que o prazer sexual se dá pela curiosidade e manipulação dos genitais. 
A obtenção de prazer se dá pela manipulação, masturbaçãoinfantil. 
 
 Embora a criança tenha este interesse pelos genitais, ainda não se trata da verdadeira genitalidade, seu 
sentido é ambíguo, pois a criança ainda não sabe discriminar sobre a diferença sexual anatômica e considera 
que todos os seres são dotados de pênis – homens e mulheres. Após o período de negação das diferenças 
entre os sexos, meninos e meninas terão que conviver com o produto deste reconhecimento, cada um a sua 
maneira. 
 
 A sexualidade, até aqui, é auto-erótica, mas começa a ser investida nos pais, porquanto o desejo libidinoso 
dos filhos é dirigido para o genitor do sexo oposto, resultando numa verdadeira batalha que estruturará o 
psiquismo do ser humano. 
 
* Período de Latência = Depois da turbulência decorrente da renúncia produto do complexo de Édipo e com 
um superego já formado, a criança entra num período de acalmamento e diminuição da atividade sexual. Esta 
etapa inicia-se por volta dos 5/6 anos e estende-se até à puberdade. 
 
* Pela impossibilidade de efetivar se intento da satisfação das pulsões sexuais, a criança renuncia ao seu desejo 
incestuoso e volta-se para objetos não pertencentes à sua estrutura familiar primária. Há uma repressão das 
pulsões sexuais e sua energia é canalizada para atividades e interesses sociais. 
 
* Nesta fase são erigidos sentimentos contentores da sexualidade, entre eles a vergonha, o pudor, o nojo, a 
repugnância. 
 
 FASE GENITAL = Para Freud, na adolescência, é reativada toda sexualidade adormecida durante o período 
de latência; o reaparecimento dos impulsos sexuais reprimidos os dirige para o sexo oposto, numa 
perspectiva de sexualidade adulta e madura. 
 
 A libido, ligada que está à pulsão sexual, inscreve-se como componente central de um Eros enfim 
reencontrado, simultaneamente desejo, sublimação e sexualidade em todas as suas formas humanas. 
 
INCORPORAÇÃO??

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