Buscar

MATERIA CIVIL I COMPLETA.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aspectos gerais da personalidade
Generalidades
Conceito da “personalidade jurídica”
“A personalidade jurídica é a projeção social da personalidade psíquica, com conseqüências jurídicas, que se consubstancia na aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações.” (Silvio Venosa)
Titularidade da personalidade jurídica 
→ Titulares: são as pessoas físicas ou jurídicas;
→ As pessoas são os sujeitos de Direito de uma relação jurídica. Os animais, por exemplo, não têm direitos;
 → O fato de se ter direitos e obrigações é chamado de personalidade jurídica.
Pessoas Naturais (art. 2º ao 10º CC)
Aquisição da personalidade jurídica
( Momento da aquisição: três teorias
1º: TEORIA NATALISTA: a personalidade jurídica é adquirida após o nascimento com vida. Quando se dá o nascimento? Com a separação do feto do ventre materno. A vida ocorre com a respiração - expectativa de direito para os nascituros.
2º: TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL: a personalidade jurídica é adquirida no momento da concepção, mas sujeita, contudo, a uma condição: o nascimento com vida. (trata-se de uma “condição suspensiva”: evento futuro que suspende a eficácia de uma ato).
3º TEORIA CONCEPCIONISTA: a personalidade jurídica é adquirida desde o momento da concepção. (14º dia de gestação) OBS: os direitos de natureza patrimoniais só são adquiridos depois do nascimento com vida.
( Teoria Predominante
“É importante salientar que as linhas de raciocínio do Direito Civil são diferentes das do Direito Penal”.
→ Teoria predominante na doutrina: adota a teoria concepcionista majoritariamente.
→ Teoria predominante na lei (art. 2º CC): A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Conclusão: a lei não adotou expressamente nenhuma teoria.
→ Teoria predominante no STF: (Reclamação nº 12.040 de 2003) teoria concepcionista.
Nascituro
Conceito: “É o que está para nascer, já concebido no ventre materno”. (Limongi França)
Proteção Legal (art. 2º, In Fine, CC): “Os direitos do nascituro devem ser resguardados”.
( Para os natalistas os nascituros possuem expectativa de direito (possibilidade de direito desde que adquiridos seus requisitos). 
( Para os concepcionistas o nascituro já seria titular de direitos extrapatrimoniais e titular, ainda, de um direito “eventual” - direito sujeito a uma condição, no caso, nascer com vida.
Aspectos práticos
Importância de determinação do momento do nascimento
→ art. 1829 CC: os bens ficarão para cônjuge e filhos ou para cônjuge e pais, caso não possuir filhos.
→ Efeitos sucessórios: efeitos de herança
→ “O marco da aquisição da personalidade jurídica gera efeitos sucessórios”
→ Ex: exame para saber se o bebê nasceu e respirou: docimasia hidrostática de Galeno.
Titularidade dos alimentos gravídicos (lei 11.804/08)
→ A grávida tem direito à pensão alimentícia;
→ As provas da paternidade são por suspeita, indícios de paternidade;
→ Não tem o dever de devolver a quantia caso não comprovada a paternidade;
→ Alimentos gravídicos: alimentos para manter a grávida
→ OBS: os alimentos gravídicos seriam da mãe ou do nascituro? Discussão de acordo com a corrente: para a teoria natalista os alimentos gravídicos pertencem à grávida e para a teoria concepcionista os alimentos gravídicos pertencem ao nascituro.
Capacidade de direito, capacidade de fato e legitimação
Capacidade de direito: 
Corrente 1 - sinônimo de personalidade jurídica;
Correntte 2 - medida da personalidade jurídica (pessoas diversas tem capacidades diferentes, como os absolutamente, relativamente e plenamente capaz).
Capacidade de fato ou de exercício: 
aptidão para exercer direta e pessoalmente seus direitos e deveres;
Legitimação (Ex: art. 1647, CC/ art. 496, CC)
→ Corrente Majoritária: “É um requisito específico exigido para a prática de determinados atos da vida civil” (Nelson Rosenvald)
Ex: um pai deve ter o consentimento dos filhos para que possa vender um bem para um entre eles (art 496 CC)
Ex2: num casamento deve haver consentimento dos cônjuges em caso de vendas, salvo excessao em separação de bens. (art 1647 CC)
→ Corrente Minoritária: É a pertinência entre o objeto e o sujeito da relação jurídica.
Ex: não pode ser legitimo a venda de algo que não me pertence.
Capacidade de Fato:
Incapacidade Absoluta
Os menores de 16 anos (art. 3º, I, CC)
→ crianças e adolescentes (art. 2º, lei 8096/90: ECA): todas as crianças e alguns adolescentes são absolutamente incapazes - crianças: até doze anos incompletos; adolescentes: entre doze e dezoito anos.
Os que por enfermidade ou doença mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil (art. 3º, II, CC)
(Requisitos para se enquadrar neste caso:
→ a pessoa deve ser portadora de uma anomalia mental;
→ essa anomalia deverá privar completamente o agente da capacidade de raciocínio.
(Lúcidos Intervalos: fenômeno psiquiátrico no qual o doente mental vive momentos de lucidez.
→o ordenamento jurídico não considera esse fenômeno, sendo indiferente, portanto. Tal decisão é requisito para a segurança jurídica, presumindo-se então a incapacidade absoluta.
Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade (art. 3º, III, CC)
→ mesmo tendo capacidade de discernimento não consegue se expressar ou exteriorizar sua vontade. (Ex: surdos e mudos, hipnose, epilético, coma)
(Rol de incapacidade absoluta no código civil de 1916: menores de 16 anos; loucos de todo o gênero; surdos-mudos que não conseguem exprimir sua vontade; ausentes: pessoa que desaparece sem deixar vestígios.
Incapacidade Relativa
( É uma zona intermediária entre a incapacidade absoluta e a capacidade civil plena.
Os maiores de 16 anos e menores de 18 (art. 4º, I, CC)
→ a maioridade civil foi equiparada ao direito penal e trabalhista
→ OBS: a lei estabelece outra idade mínima para o exercício de determinadas atividades do direito, ex: direito de voto (art. 14, CF); casamento (art. 1517 CC); testamento (art 1860 CC); testemunha (art. 228 CC).
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, os deficientes mentais com discernimento reduzido e os excepcionais sem desenvolvimento mental completo (art. 4º, II e III CC)
→ o agente é portador de uma anomalia mental que reduz, mas não completamente, a capacidade de raciocínio.
→ ébrio habitual é aquele que consome, diaria e imoderadamente, bebida alcoólica, deve revelar o descontrole no consumo de álcool, incapacitando-se para externar, conscientemente, a sua vontade.
Pródigos (art. 4º IV CC)
→ “Pródigo é aquele que desordenadamente dissipa seus haveres reduzindo-se à miséria.” (W. Barros Monteiro)
→ Dimensão da incapacidade (art. 1782 CC): se restringe aos atos de caráter econômico, como, por exemplo, doação de bens, compra e venda. Para os atos extrapatrimoniais o pródigo conserva sua capacidade.
(Rol de incapacidades relativas no código civil de 1916: maiores de 16 anos e menores de 21 anos; pródigos; indígenas; silvícolas (art. 4º § único CC).
Proteção jurídica ao incapaz
Suprimento da incapacidade
Incapacidade absoluta
→ os atos praticados pelo incapaz absoluto são considerados nulos;
→ o incapaz deve ser representado pelos pais ou pelo tutor no caso dos menores, ou ainda pelo curador nas demais situações.
Incapacidade relativa
→ os atos praticados pelo incapaz relativamente são considerados anuláveis (aqueles que geram efeitos até que sejam destituídos por sentença);
→ é necessário que o relativamente incapaz seja assistido pelos pais ou pelo tutor se menores ou pelo curador se maiores. (assistido no sentido de estar acompanhado)
Limites temporais da incapacidade
Incapacidade decorrente da menoridade
→ considera-se atingida a maioridade no primeiro minuto após o dia seguinte ao aniversário de 18 anos (art. 132,CC). (Eu só seria capaz a partir do dia 14 de março)
Incapacidade decorrente da interdição
→ incapacidade natural que surge com a própria deficiência;
→ ela se torna pública após o registro da sentença que declarou a interdição;
→ Como se demonstra a incapacidade do agente? Os atos praticados anteriormente serão anulados por perícia médica, e os atos praticados depois da interdição serão anulados por apresentação do registro da sentença.
Alegação da incapacidade do menor
O ato praticado pelo menor não poderá ser anulado desde que preenchido dois requisitos:
→ que o menor tenha dolosamente (maliciosamente) ocultado sua idade ou se apresentado como maior;
→ que o menor seja relativamente incapaz (acima de 16).
Emancipação
Conceito
( “É a antecipação da capacidade plena do menor, em decorrência da autorização dos pais, do juiz, ou da confirmação de um dos fatos previstos em lei.” (Pablo S. Gagliano)
Espécies
Voluntária
( É a emancipação concedida por ambos os pais ou apenas um deles na hipótese de morte ou ausência do outro;
( Características: 
Faculdade dos titulares do poder familiar: não é um direito dos filhos; os pais têm a faculdade de decisão.
Irrevogabilidade: a emancipação não pode ser revogada pelos pais.
( Requisitos: o menor deve possuir idade mínima de 16 anos.
( Efeito: a emancipação gera efeito a partir do registro da escritura pública de outorga da emancipação.
OBS: Recusa de um dos pais: havendo divergência em relação à emancipação uma das partes terá que solicitar o suprimento judicial.
Judicial (art. 5º, I, 2º parte, CC)
( É a concebida por meio de sentença judicial após a oitiva(audição) do tutor.
( Requisito: o menor deve possuir no mínimo 16 anos.
Legal
( É a que resulta de uma das hipóteses previstas em lei: 
1º Casamento (art. 5º, II, CC)
Idade mínima para o casamento: (anuência, consentimento dos pais)
( Regra geral (art. 1517, CC): 16 anos; nesta hipótese a emancipação ocorre independente da idade;
( Exceção (art. 1520, CC): ocorre na hipótese de gravidez: revogação tácita desta lei.
Dissolução do casamento:
( Regra geral (art. 1517, CC): os menores conservarão a capacidade;
( Exceção: ocorre se o casamento for considerado inválido. Neste caso, os cônjuges retornarão ao estado de incapacidade.
OBS: casamento putativo (casamento entre irmãos que desconhecem parentesco, bigamia)
Significado: é o casamento inválido, mas contraído de boa fé por um ou ambos os cônjuges.
Efeito: o casamento é considerado inválido, as o menor continua capaz. Gera efeitos mesmo sendo inválido para proteger a boa fé. O cônjuge de boa fé permanecerá capaz, mesmo com a anulação do casamento����.
2º Exercício de emprego público efetivo (art. 5º, III, CC)
Aplicabilidade: hipótese de rara aplicação prática.
Efetividade: o vínculo como servidor público deve ser permanente.
Exoneração: ao ser exonerado o menor conserva a sua capacidade.
3º Colação de grau em curso de ensino superior (art. 5º, IV, CC)
Aplicabilidade: hipótese de rara aplicação prática
4º Estabelecimento civil ou comercial ou existência de relação de emprego (art. 5º, V, CC)
Requisitos:
( o menor deve possuir um estabelecimento civil ou comercial ou um emprego;
( o menor deve possuir economia própria;
( a economia própria deve resultar do estabelecimento ou do emprego (ñ de herança).
Amplitude da Emancipação
3.1. Os atos não abrangidos pela emancipação:
Os atos que não possuem natureza civil. 
Ex: os crimes.
Os atos para os quais a lei exige a idade mínima de 18 anos. 
Ex. condução de veículo automotor, voto - idade mínima de 16 anos.
Extinção da pessoa natural: Morte
Classificação
A morte “stricto sensu” (art. 6º, CC e art. 3º caput da Lei 9434/97)
Falência orgânica do corpo humano;
Momento: é constatada pela falência encefálica;
Modo de Constatação: será constatada por um laudo médico ou na impossibilidade deste, por duas testemunhas (art. 77, Lei 6015/13)
Morte presumida com declaração de ausência (art. 6º, CC, “In Fine”)
É uma ficção jurídica presumindo a morte de uma pessoa na hipótese em que o código civil permita a abertura da sucessão definitiva.
Desaparecimento sem encontrar-se corpo.
Modo de constatação: será necessário a proposição de uma ação declaratória de ausência. Essa ação dura em média 11 anos.
Morte presumida sem declaração de ausência (art. 7º, CC)
Hipóteses:
1º: desaparecimento de uma pessoa em situação de risco de vida (Ex. acidente do Air France).
2º: desaparecimento de uma pessoa que esteja servindo em guerra após dois anos de busca.
Modo de constatação: a primeira será imediata, já a segunda será constatada por meio de um processo de justificação (4 a 5 meses). (Lei 6015/71)
( Morte civil (não mais existe no direito moderno)
( Significado: é a supressão da personalidade jurídica de um ser humano que deixa de ser pessoa passando a ser coisa ;
( Resquício no Código Civil (art. 1816 CC): o herdeiro indigno não tem direito à herança do ofendido.
( Comoriência (art. 8º, CC)
( Conceito: “é a morte de duas ou mais pessoas, na mesma ocasião, e por força do mesmo evento, sendo elas reciprocamente herdeiras umas das outras”.
( Presunção legal: morte simultânea caso não se consiga definir clinicamente a ordem das mortes.
( Importância prática (art. 1829, CC): a comoriência gera efeitos sucessórios.
Unidade II
Direitos da personalidade
Generalidades
Conceito: “são aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais.” (Pablo Stolze Gagliano)
Evolução Legislativa:
Novo Código Civil: dedicou um capítulo exclusivo aos direitos da personalidade;
Código Civil de 1916: não disciplinou os direitos da personalidade por dois motivos:
I: visão individualista e patrimonialista: ênfase nas relações jurídicas com valor econômico. A pessoa só era vista como contratante, como proprietária e ainda como membro de família.
II: divergência doutrinária: defendiam que no caso da personalidade jurídica haveria uma confusão entre sujeito e objeto.
Terminologia: os doutrinadores criticam o termos “direitos da personalidade” já que todos os direitos decorrem da personalidade, defendiam que um melhor conceito seria o de “direitos essenciais da pessoa”.
Natureza Jurídica
( Direito Positivo: estabelecido pelo Estado;
( Direito Natural: direitos inerentes ao ser humano.
Corrente positivista: defende que os direitos da personalidade são somente aqueles que o Estado reconhece;
Corrente jusnaturalista: defende que os direitos da personalidade são inatos - nascem com o próprio homem e independem do Estado mas devem ser por ele assegurados.
Características estruturais (art. 11, CC)
Caráter absoluto (todos têm que respeitar)
Os direitos da personalidade, ao contrário dos direitos obrigacionais ou de créditos, são oponíveis erga omnes.
( erga omnes: contra todos, toda e qualquer pessoa tem que observar esses direitos;
( inter partes: entre as partes.
Generalidade
Os direitos da personalidade são assegurados a todas as pessoas, sem distinção.
Indisponibilidade relativa
Regra Geral: os direitos da personalidade não admitem modificação subjetiva, ou seja, alteração do seu titular. (direito intrasferível)
Exceções:
1º: Previsão Legal (art. 11, CC): disposição do corpo e transplante;
2º: Enunciado nº 4 CJF (Conselho de Justiça Federal): “O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente e nem geral.”
(Ex: direito que pode ser cedido: sua imagem
( Transferência do direito de crédito: é possível ocorrer à transferência dos direitos de crédito decorrentes de um direito da personalidade. 
(Ex: não é possível vender a sua imagem permanentemente. É possível a cessão da imagem em caso específico e por determinado tempo. Os créditos que nascem dessaconcessão de imagem poderão ser transferidos/cedidos.
Impenhorabilidade
Os direitos da personalidade não podem ser penhorados. (Ex: penhorar uma imagem)
( Penhora: ato do processo de execução consistente na constrição judicial de um bem para a satisfação de um direito do credor.
Imprescritibilidade
Os direitos da personalidade não são extintos pela sua não utilização (Ex: direito à honra)
OBS: estão sujeitos à prescrição os direitos de crédito (direito de ser indenizado) decorrentes de um direito da personalidade.
Vitaliciedade
Os direitos da personalidade são vitalícios, ou seja, acompanham o titular por toda a vida.
Integridade do corpo e honra: direitos da personalidade que ultrapassam a vida, segundo alguns doutrinadores.
Irrenunciabilidade
Os direitos da personalidade são irrenunciáveis.
Regra Geral: art. 11, CC
Exceções: 
1º: situações previstas em lei;
2º: as condutas toleradas pela sociedade por meio do princípio da adequação social. (Ex: direito à privacidade - BBB; direito à integridade física: lutas, ufc, vale-tudo: renúncias que são aceitas pela sociedade).
Classificação dos direitos da personalidade
Art. 5º CF;
art.11 a 21 CC; 
Convenção Interamericana de Direitos Humanos, Pacto São José da Costa Rica. 
( “Numerus apertus”: rol taxativo que não admite ampliação. Ex: art. 1.225, CC.
( “Numerus clausus”: rol exemplificativo admitindo a lei outras hipóteses. Ex: art. 1.573, CC.
Para alguns doutrinadores (naturalistas) os direitos da personalidade são “numerus apertus”, enquanto para outra parcela de doutrinadores (positivistas) os direitos da personalidade seriam “numerus clausus” porque podem existir outros direitos da personalidade desde que imprescritíveis à dignidade da pessoa.
Direito à vida 
Direito à vida e não sobre a vida, pois não envolve a disponibilidade de decisão de viver ou não.
( Aborto: “É a ação destrutiva do produto da concepção humana” (Pablo S. Gagliano)
PREVISÃO LEGAL (art. 124 e seguintes CP): prevê como crime o ato de aborto. Com duas exceções:
1º: aborto terapêutico: aborto promovido para preservar a vida da gestante. Neste caso existe um conflito de direitos: o direito à vida da gestante e do nascituro.
2º: aborto sentimental: deve ter anuência da gestante e a gestação advir de estupro, condenado pelos concepcionistas.
( Eutanásia: “É a supressão da vida alheia por piedade ou compaixão”
PREVISÃO LEGAL: a eutanásia não é permitida no Brasil (direito à vida e não sobre à vida). Homicídio privilegiado: redução da pena por relevante valor social e moral.
Conflito entre direitos: o direito à vida e a dignidade da pessoa humana.
( Fertilização “in vitro”: “método de reprodução assistida que ocorre fora do claustro materno e se dá ante a extração do óvulo maduro para que se fecunde em um recipiente com o sêmen do marido”. (Renato José Naline)
Conservação criogênica de embriões: congelamento de embriões excedentários. O que fazer com esses embriões? Há uma politica nova no congresso quanto a esse aspecto.
Direito à integridade moral
Direito à honra
(Uma coisa é a auto-apreciação e outra coisa a apreciação que a sociedade faz de você.
1º: Aspecto Objetivo: forma como uma pessoa é vista em sociedade.
Violação (art. 138 e 139 CP): calúnia (atribuição de fatos criminosos) e difamação.
2º: Aspecto Subjetivo: forma como a pessoa promove apreciação de si mesmo.
Violação (art. 140 CP): injúria (não tem como provar).
Direito à imagem
Definição: “A imagem corresponde à exteriorização da personalidade, englobando a um só tempo, a reprodução fisionômica do titular e as sensações, bem assim como as características comportamentais que o tornam particular, destacado na sociedade.” (Nelson Rosenvald)
Espécies: 
1º: Imagem-retrato: aspecto físico da pessoa;
2º Imagem-atributo: projeção social de uma pessoa (comportamentos)
Proteção Jurídica: (art. 20 CC e art. 5º, V e X CF) vedada à divulgação da imagem.
1º: Divulgação que atinja a integridade moral
*Exceção Jurisprudencial: atos praticados por pessoas públicas em locais públicos;
2º: Divulgação para fins comerciais sem autorização;
3º: Divulgação para fins comerciais com autorização, mas, com desvio de finalidade.
Consentimento para a utilização da imagem: pode ser expresso (ñ necessariamente escrito) ou tácito (implícito).
Direito à identidade
Direito de possuir um elemento individualizador, o nome.
Dano Moral
( Evolução Legislativa:
Código Civil de 1916: não reconhecia o dano moral, por mais que fosse defendido pela doutrina;
Novo Código Civil (art. 186): reconheceu expressamente o dever de reparar o dano ainda que exclusivamente moral.
( Divergências doutrinárias:
( Alcance do dano moral:
CORRENTE EXTENSIVA: é todo o dano que provoca uma situação irreversível em que seja impossível o retorno ao “status quo ante” - estado anterior. (minoritária)
CORRENTE MODERADA: é todo aquele que acarreta uma violação ao direito da personalidade.
CORRENTE RESTRITIVA: considera dano moral apenas aquele capaz de causar dor e sofrimento. Para as demais situações seria dano material.
( Finalidade do dano moral: duas correntes
Indenizatória: para assegurar a reparação por um dano sofrido;
Indenizatória e Punitiva: assegurar a reparação e evitar que o agente volte a praticar a conduta.
 ( Parâmetros para a fixação da indenização
A legislação não estabelece parâmetros para a fixação do quantum da indenização do dano moral.
A doutrina, contudo, sugere três critérios para a definição:
1º: a gravidade do fato;
2º: a condição econômica do autor do dano;
3º: a projeção social da vítima.
Direito à integridade psíquica
O direito à liberdade
Significado: liberdade é uma faculdade que se concede a uma pessoa de agir tão somente conforme a sua consciência, respeitando, porém, os direitos fundamentais das outras.
Espécies:
1º: Liberdade de Locomoção (art. 5º, XV CF): liberdade de livremente transitar pelo território nacional respeitadas as limitações impostas em lei;
2º: Liberdade de Pensamento (art. 5º, VI CF): liberdade de estabelecer as próprias convicções ideológicas;
3º: Liberdade de Expressão (art. 5º, IX CF): liberdade de manifestação artística, científica e de comunicação independentemente da censura.
Direito à privacidade (art. 21 CC e art. 5º, X CF)
Todos os atos que se encerram na pessoa devem ser preservados. (Ex. hábitos, lixo doméstico).
Tanto o CC quanto a CF asseguram a inviolabilidade da vida privada preservando a intimidade de uma pessoa.
Violação (arts. 150 e 151 CP): pode acarretar crimes de violação de correspondência e violação de domicílio.
Direito à integridade física
Significado: direito à incolumidade corporal preservando o corpo humano de qualquer lesão.
Transplante de órgãos: (Lei 9.434/97 alterada pela lei 10.211/01): lei autônoma que rege questão civil.
A lei 9.434 apontava todos como doadores, salvo aqueles que manifestavam vontade contraria. Em 2001, passou a plicar-se que apenas seria doador aquele que expressa-se vontade para tal.
( Vedação Constitucional (art. 199, § 4º, CF): a CF veda a comercialização de órgãos.
I: Doação em vida: a lei exige que a doação seja feita preferencialmente na forma escrita e na presença de testemunhas.
( Forma do Consentimento (art. 9º, § 4º, Lei 9.434/97)
( Órgãos possíveis de doação (art. 9º, § 3º, Lei 9.434/97): só podem ser doados órgãos duplos ou parte de órgãos que não acarretem riscos a vida.
( Destinatários (art. 9º, caput, Lei 9.434/97): poderá ser feita para o cônjuge, companheiro ou parentes de até quarto grau. 
EXCEÇÃO: poderá ocorrer a doação para outras pessoas desde que por autorização judicial.
II: Doação “post mortem”: a autorização pode ser feita tanto pelo falecido em vida quanto pelos seus familiares.
( Conflito entre a vontade do falecido e de sua família (art. 14 CC e enunciado 277CJF): deve prevalecer a vontade do indivíduo falecido. A família deve ser chamada a se manifestar na hipótese de silêncio do indivíduo.
( Destinatário: os órgãos serão destinados conforme a fila nacional de transplantes.
( Revogabilidade (art. 14, § único CC e art. 9º, § 5º lei 9434/97): a doação ela pode ser revogada a qualquer momento pelo doador ou pela sua família até a sua concretização.
Intervenção cirúrgica (art. 15 CC): 
( Dever de informar (art. 6º, III, 8078/90, Código de Defesa do Consumidor): o médico tem o dever de informar os riscos e as chances de êxito de todo o tratamento;
( Princípio da autonomia do paciente (consentimento informado): ninguém pode ser obrigado a se submeter a um tratamento médico que acarrete risco de vida.
(Convicções Religiosas e Intervenção Médica:
● Corrente Majoritária: sustenta que a pessoa não pode se recusar a submeter-se a um tratamento por questão religiosa. (ninguém pode dispor sobre a vida, existe o direito à vida).
● Corrente Minoritária: sustenta que a liberdade de crença também é um direito indisponível e imprescindível para a vida digna.
Direito à Integralidade do Corpo (art. 13 CC)
( Regra Geral: o CC não admite a disposição de partes do próprio corpo.
( Exceções:
1º: transplante de órgãos;
2º: a exigência médica;
3º: a disposição que não acarrete redução permanente da integridade física.
Submissão à Perícia Médica (art. 232 CC; art. 2º A, § 2º Lei 8.560/92):
( Nenhuma pessoa pode ser obrigada a se submeter a uma perícia médica: Direito à integridade física e Direito à privacidade.
( No entanto, a recusa gera presunção da prova do fato, na investigação de paternidade seria declarado pai.
Conflito entre Direitos da Personalidade
( Direitos absolutos
Regra Geral: os direitos da personalidade, como quaisquer outros direitos, não possuem aplicabilidade absoluta.
*Absoluto no sentido de não haver exceção
O direito à vida é o único que não possui nenhuma exceção.
( Princípio da Proporcionalidade
Para solucionar conflitos entre os direitos da personalidade;
Para a doutrina deve-se reduzir proporcionalmente o alcance dos direitos em conflito para que prevaleça aquele de maior valor jurídico para o ordenamento. Ex: liberdade religiosa x direito à vida; liberdade de expressão x direito à honra; integridade física x direito de origem genética.
Titularidade
Nascituros
Natalistas: a personalidade jurídica só se inicia com o nascimento com vida, então não são titulares;
Concepcionistas: o nascituro adquire a personalidade jurídica desde o momento da concepção. Sendo titulares desde então. Somente para fins patrimoniais exige-se o nascimento com vida.
Pessoas naturais
São assegurados a todas as pessoas naturais devido ao seu caráter geral.
Pessoas jurídicas (art. 52 CC)
Determina a aplicação dos direitos da personalidade às pessoas jurídicas que sejam compatíveis com a sua natureza. Ex: o direito à vida não se aplica às pessoas jurídicas. Direito à imagem, à honra, podem ser aplicados.
(OBS: Falecido (“de cujus”)
Art. 12, § único e art. 20, § único CC: a personalidade jurídica se encerra com a morte.
Esfera cível:
* Lesados Indiretos: são os familiares do falecido que passam a ter legitimidade para defender em juízo os direitos da personalidade que pertenciam ao “de cujus”.
Regra Geral: quem precisamente são os lesados indiretos? Cônjuge, parentes na linha reta e colaterais até o quarto grau.
Exceção (art. 20, § único CC): o direito à imagem que pertencia ao falecido só pode ser defendido pelo cônjuge e demais parentes da linha reta.
Interpretação doutrinária (enunciado 275 CJF): estende o benefício para o (a) companheiro (a) em caso de união estável.
Natureza da legitimidade:
1º corrente: a legitimidade é simultânea ou cumulativa por ausência de restrição legal;
2º corrente: a legitimidade seria sucessiva por analogia ao direito de herança.
3º: posição de Caio Mário: interesses: cessar a agressão: todos podem pedir. Financeiro: sucessiva.
Esfera Criminal (art. 212 CP): a violação dos direitos da personalidade que pertenciam ao indivíduo pode acarretar o crime de vilipendio ao cadáver.
Proteção aos direitos da personalidade
Pode se materializar sob duas formas:
1º: Preventiva: proteção que se confere à uma pessoa que se encontra na iminência de sofrer uma violação a um direito da personalidade;
*instrumentos processuais: ação cominatória: multa diária (astreintes); habeas corpus preventivo: salvo conduto que impede a prisão.
2º: Repressiva: proteção assegurada à pessoa que já sofreu uma lesão a seus direitos da personalidade. Ex; ação indenizatória, habeas corpus repressivo, mandado de segurança, habeas data. 
III. Nome Civil
Conceito
“O nome é o elemento significativo do indivíduo e fator de sua identificação na sociedade integrando a personalidade, individualizando a pessoa e indicando a sua procedência familiar” (Caio Mário S. P.)
Reunião de prenome, patronímico e agnome.
Elementos (art. 16 CC)
Prenome: primeiro elemento do nome. Popularmente denominado de “nome de batismo”. Pode ser simples (João) ou composto (Pedro Paulo). 
Patronímico ou sobrenome: nome de família.
Agnome: é um elemento facultativo que se acrescenta ao nome para diferenciá-lo dos parentes mais próximos. Ex: fulano junior, fulano neto, fulano sobrinho
Alteração do nome
*Regra Geral: os nomes são imutáveis para garantir a segurança nas relações jurídicas.
*Exceções: a jurisprudência e a lei de Registros Públicos estabelecem dez exceções:
Alterações feitas no próprio cartório:
a.1: casamento (art. 70 da lei 6015/73): faculdade de ambos os cônjuges.
a.2: erro gráfico evidente (art. 110 da lei 6015/73): ex: Gerardo.
( Obs: pedido de maior indagação: propor uma ação judicial em caso de maior indagação no Ministério Público.
Alterações feitas mediante decisão judicial:
b.1: Modificação do estado de filiação (art. 47, § 1º e 5º da lei 8069/90). Ex: hipótese de adoção e reconhecimento de paternidade. (Nesta situação é possível mudar também o prenome)
b.2: Maioridade Civil (art. 56 da lei 6015/73)
( Requisitos:
● O pedido deve ser formulado ate após um ano atingida a maioridade civil;
● Deve se preservar os patronímicos de família.
b.3: União estável (art. 57 da lei 6015/73)�
(Requisitos:
●A existência de impedimento legal para o casamento;
●Decurso do prazo de cinco anos de convivência;
●Anuência do companheiro.
b.4: Substituição do prenome por apelido público notório (art. 57, caput, lei 6015/73)
● A jurisprudência promoveu uma interpretação extensiva da norma permitindo não só a substituição como o acréscimo do apelido conservando o prenome. Ex: Luiz Inácio Lula da silva
b.5: Alteração do prenome por expor seu titular ao ridículo (art. 55, § único, lei 6015/73)
● proíbe o tabelião de registrar nomes vexatórios.
● se o solicitante insistir a questão deverá ser encaminhada ao representante judicial. Se ainda sim ocorrer o registro vexatório, poderá haver a alteração.
b.6: Acréscimo do patronímico do padrasto ou madrasta (art. 55, § 8º lei 6015/73)
(Requisitos:
● A existência de motivo razoável. Por ex., o fato de só aquela criança não possuir o sobrenome familiar: engajamento com a família.
● Anuência do padrasto ou madrasta.
● Conservação dos patronímicos de família já incorporados ao nome.
b.7: Alteração para proteção de vítimas e testemunhas de crime (art. 57, § 7º lei 6015/73)
● Alteração temporária: a pessoa poderá solicitar o retorno à situação anterior após a cessação da situação de perigo.
b.8: Alteração em razão da mudança de sexo (enunciado 276 CJF)
● não possui previsão expressa na lei, mas o Dir. Civil Constitucional defende a mudança: princípio da dignidade da pessoa humana.
Proteção do nome (art. 17 ao 19 CC)
* Restrições ao uso do nome alheio:
1º hipótese:utilização para fins comerciais;
2º hipótese: utilização que exponha ao desprezo público ainda que não haja intenção de falatória. 
(pseudônimo: a lei dá a mesma proteção do nome ao pseudônimo.
IV. Ausência
Conceito
“Considera-se ausente a pessoa cuja habitação se ignora ou de cuja existência se duvida e cujos bens ficaram em desamparo” (Clóvis Beviláqua)
Prazo para a configuração de ausência
Iº: Ausente que não deixa procurador (art. 22 CC)
Não há prazo mínimo para a formulação desse pedido.
IIº: Ausente que deixa procurador (art. 26 CC)
O pedido só poderá ser formulado após três anos depois do desaparecimento.
Fases da ausência
3.1. Curadoria dos bens do ausente
* Termo inicial: essa fase se inicia com a declaração judicial de ausência de uma pessoa.
* Atos praticados: o juiz deverá nomear um curador e estabelecer os deveres e poderes desse curador.
( Obs (art. 25 CC): o juiz deverá observar uma ordem para a nomeação do curador:
1º: o cônjuge desde que não separado judicialmente ou separado de fato há mais de dois anos.
2º: os pais.
3º: os descendentes, sendo que os mais próximos excluem os mais remotos.
4º: a pessoa de confiança do juiz.
* Situação dos bens: deverão ser arrecadados, individualizados e administrados pelo curador.
3.2. Sucessão provisória
* Termo inicial: art. 26 CC: essa fase se inicia com uma sentença declaratória de sucessão de uma pessoa, proferida após um ano da arrecadação dos bens.
* Atos praticados: abertura do inventário do ausente e a partilha dos bens.
* Situação dos bens: os herdeiros vão adquirir a posse dos bens
(posse (uso, fruição dos bens) ≠ propriedade (direito pleno de dispor, reaver...)
( Requisitos para a posse dos bens
Os herdeiros deverão oferecer uma caução real proporcional ao quinhão recebido.�
(Exceção (art. 30, § 2º CC): cônjuge, ascendentes e descendentes estão dispensados da caução.
Cônjuge, ascendentes e descendentes: esses herdeiros adquirem a propriedade dos frutos.�
Demais herdeiros: terão que capitalizar metade dos frutos - por meio de títulos da dívida pública.
Alienação dos bens só poderá ocorrer em duas hipóteses:
1º: autorização judicial;
2º: Desapropriação: interesse público no bem imóvel.
Sucessão definitiva
* Termo inicial (art. 37 CC): se inicia com uma sentença do juiz que declara a sucessão definitiva. Essa sentença só pode ser proferida após 10 anos do trânsito em julgado� da sentença que determinou a abertura da sucessão provisória.
* Situação dos bens: os herdeiros vão adquirir a propriedade dos bens.
* Atos praticados: os herdeiros já poderão alienar os bens�.
( os herdeiros poderão requerer o levantamento da caução (extinção da caução).
Dispensa das fases (art. 38 CC)
Pode se dispensar a fase da sucessão provisória e permanente desde que preenchido dois requisitos:
1º: o ausente deve possuir mais de 80 anos.
2º: inexistência de notícias do ausente nos últimos cinco anos.
( esses requisitos são cumulativos
Retorno do ausente
Retorno do ausente na fase de curadoria dos bens: o curador deverá restituir os bens ao ausente.
Retorno na fase de abertura da sucessão provisória (art. 36 CC):
* Regra geral: os herdeiros deverão restituir os bens ao ausente.
● o ausente tem direito a uma indenização pelos bens que não mais existam por culpa dos herdeiros.
* Exceção (art. 33, § único CC): não são obrigados a devolver os frutos na hipótese de ausência voluntária.
● na situação de ausência justificada deve-se devolver tanto os bens quanto os frutos.
Retorno do ausente na fase de sucessão definitiva
* os bens retornam ao ausente;
* o ausente tem direito aos bens sub-rogados�
Retorno após dez anos da abertura da sucessão definitiva (art. 39, “caput”, CC)
* o ausente não terá direito à restituição dos bens.
( Crítica doutrinária: ofensa à dignidade da pessoa humana. Esse artigo é inconstitucional, baseado na ideia de não asseguração do patrimônio mínimo.
Inexistência de sucessores (art. 39, § único CC)
Inexistindo herdeiros, os bens do ausente serão repassados aos municípios ou Distrito Federal ou ainda à União se os bens estiverem localizados em território federal.
Incoerências do art. 26 do CC (ver tb art. 22):
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
1º) o art. 26 faz menção aos “decorridos três anos da arrecadação dos bens se o ausente deixou bens”. 
Art. 22: desapareceu sem deixar procurador: arrecadar os bens (suc. provisória - 1 ano)
Desapareceu e deixou procurador: não poderá arrecadar os bens.
( os arts. 22 e 26 não se encaixam.
2º) Arrecadação antes da declaração de ausência: faz menção à declaração de ausência após a arrecadação dos bens.
V. Pessoas Jurídicas
Aspectos gerais
Conceito: 
“Pessoa jurídica é um conjunto de pessoas ou de bens dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei, para a consecução de fins comuns” 
(C. R. Gonçalves)
“conjunto dotado de personalidade jurídica própria”: a pessoa jurídica possui a capacidade de ter direitos e deveres.
A pessoa jurídica possui patrimônio próprio, obrigações próprias e vontades próprias que são diversas das pessoas/membros que a constituíram.�
Designações�
* Pessoa de existência ideal: expressão criada em contraposição às pessoas de existência visível. (prof. Teixeira de Freitas - expressão adotada pelo CC argentino).
* Pessoa moral: expressão criticada pela doutrina pq a pessoa jurídica não é de ordem moral.
* Pessoa coletiva: sendo a pessoa jurídica a soma de várias pessoas físicas. Essa expressão é criticada pq não abarca as fundações.
Natureza Jurídica�
Teoria da Ficção
Fundamento: parte da premissa de que apenas as pessoas físicas possuem personalidade jurídica, mas considera a extensão dessa personalidade jurídica às pessoas jurídicas por força da ficção convencionada por uma coletividade.
Equívoco: é considerar o próprio Estado como ficção, o próprio Direito.
Teoria da Equiparação
Fundamento: parte do princípio de que só existem pessoas físicas. Mas o ordenamento equipara um conjunto de bens a uma pessoa.
Equívoco: ela peca ao elevar um conjunto de bens a uma pessoa e em contrapartida reduz o ser humano à coisa.
Teoria da realidade objetiva ou orgânica
Fundamento: defende que a pessoa jurídica tem existência real. O ordenamento jurídico apenas declara a existência dessas pessoas.
Equívoco: o ordenamento jurídico não declara a existência jurídica de uma pessoa, ele constitui uma pessoa jurídica.
Teoria da realidade jurídica ou técnica.
Fundamento: defende que a pessoa jurídica existe de fato, mas o ordenamento não a declara e sim a constitui.
Pressupostos de existência
1º) Vontade Humana (Afeectio Societatis)
Elemento anímico de constituição da sociedade correspondente à reunião de esforços/vontade em torno de um ideal comum.
2º) Observância das condições legais de constituição
Aquisição da personalidade jurídica (art. 45 e 46): a pessoa jurídica adquire personalidade jurídica no momento do registro do seu ato constitutivo - estatuto ou contrato social.
Ato Constitutivo: deve reunir os requisitos previstos no art. 46 CC: deve ser registrado na junta comercial� ou no cartório de pessoas jurídicas�.
Irregularidade na constituição: havendo vontade humana sem registro: observância dos requisitos: a sociedade será considerada sociedadede fato� ou irregular�.
Capacidade de representação da pessoa jurídica
Capacidade
As pessoas jurídicas possuem capacidade limitada, aptidão de ter direitos e obrigações relacionadas ao campo de sua atuação. (ver art. 52 CC)
Representação
Exercício (art. 46, III CC): as pessoas jurídicas são representadas� pelas pessoas físicas designadas no ato constitutivo.
OBS crítica: a vontade da pessoa física é a mesma da pessoa jurídica, por isso o termo representante é inválido. Adota o termo presentante.
Responsabilidade dos sócios
* Regra Geral: os sócios não respondem pelas obrigações de uma pessoa jurídica.
* Exceções: 
1º) Sociedade de fato irregular: não possui personalidade jurídica, logo, não possui direitos e deveres. Automaticamente não existe pessoa separada: a responsabilidade é da pessoa física por não existir pessoa jurídica.
2º) Estipulação do ato constitutivo (art. 46, V, CC): o próprio ato constitutivo pode prever a responsabilidade solidária� ou subsidiária� dos sócios.
Vantagem: atrair crédito: o rol de garantias é maior.
3º) Previsão legal: a própria lei pode estabelecer hipóteses em que o sócio responderá pessoalmente pelas obrigações da pessoa jurídica.
Ex: art. 1052 CC: sociedade limitada; art. 134 CTN: responsabilidade dos sócios pelo pagamento de tributos em sociedades em extinção.
Classificação das pessoas jurídicas
Critérios para classificação
( P. J. Dir. Público: o controle do estado é muito maior.
( P. J. Dir. Privado: o Estado se limita à ditar regras.
* Origem
As pessoas jurídicas de dir. privado podem ser criadas tanto por particulares quanto pelo Estado - ex: empresas públicas e sociedades de economia mista.
As pessoas jurídicas de direito público só podem ser criadas pelo Estado.
* Finalidade
As pessoas jurídicas de direito privado, em regra, buscam o lucro para satisfazerem anseios particulares.
As pessoas jurídicas de direito público buscam a satisfação do bem/interesse público.
* Extinção
As pessoas jurídicas de direito privado só podem ser extintas pela vontade das partes. Já as pessoas jurídicas de direito público só podem ser extintas por lei.�
* Controle do Estado
Pessoas jurídicas de direito privado: o Estado exerce um controle negativo.�
Pessoas jurídicas de direito público: o Estado exerce um controle positivo.�
Pessoas jurídicas de direito público
Pessoas jurídicas de direito público externo (art. 42 CC)
São todas as pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica pelo direito internacional público.�
( São elas: Estados (país), Organizações intergovernamentais, a Santa Sé (cúpula governativa da Igreja Católica).
Pessoas jurídicas de direito público interno (art. 41 CC)
Categorias:
1º) Entes da federação: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Territórios.
2º) Autarquias: “São as pessoas jurídicas de direito público, integrantes da administração indireta, criadas por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado.” (José dos Santos Carvalho F.)
Ex: INSS, IBAMA... *Associações Públicas: autarquias compostas por um consórcio público; união de municípios, por exemplo.
3º) Entidades de caráter público criadas por lei
Todas as demais pessoas jurídicas criadas pelo Estado e dotadas de personalidade jurídica de direito público. Ex: as fundações�: Fapemig.
Pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 CC, alterada pela lei 12441/11)
Existem seis tipos: Associações, Fundações*, Sociedades, Partidos Políticos, Organizações Religiosas e a Empresa Individual LTDA.
6.3.1. Associações (arts. 53 a 61 CC)
Generalidades:
* Conceito: “As associações são pessoas jurídicas de Direito Privado constituídas de pessoas que reúnem seus esforços para a realização de fins não econômicos.” (C. R. Gonçalves).
Ex: clubes esportivos, AABB, entidades culturais.
* Característica principal
Elemento identificador: ausência do intuito de lucro (esse é o ponto de distinção entre uma sociedade e uma associação)
Geração de receita: a associação pode gerar receita própria (não pode gerar lucros)
Requisitos do estatuto da associação� (art. 54, I, CC)
● Denominação, fins e sede da associação (art. 54, I, CC)
b.1) Requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados (art. 54, II, CC)
* Significado: trata-se de um direito assegurado a todo associado de conhecer o procedimento da demissão e exclusão dos associados (garante a legitimidade da associação).
* Exclusão do associado (art. 57 CC): demissão (do cargo/ permanece associado) ≠ exclusão (requisitos)
( Requisitos para exclusão:
1º- existência de justa causa;
2º- existência de um procedimento em que assegure o direito de defesa e de recurso (Qual órgão exclui? Previsto no estatuto).
b.2) Direitos e deveres dos associados (art. 54, III, CC)
b.3) Fontes de recursos para a sua manutenção (art. 54, IV, CC)
b.4) Modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos;
● Assembléia Geral
* Significado: órgão máximo de qualquer associação composto por todos os associados.
* Constituição: órgãos de existência obrigatória.
* Competência: privativa/exclusiva para alterar o estatuto, e para destituição de dirigentes.
* Quorum: deve ser estabelecido no estatuto. Em regra, há dois tipos de quorum:
1º- Maioria absoluta: metade + 1 dos associados
2º- Maioria simples: metade + 1 dos presentes à reunião, desde que presente a maioria absoluta (50 % + 1).
● Conselho deliberativo
Composto por membros eleitos pela Assembléia Geral.
Órgão de existência facultativa.
Competência das questões definidas no estatuto.
b.5) Condições para alteração das disposições estatutárias e para dissolução (art. 54, VI, CC)
* Competência: privativa da Assembleia geral (através de quorum)
b.6) Forma de gestão administrativa e de gestão das respectivas contas
Diretoria (*presidência, secretaria geral...): órgãos responsável pela execução das atividades da associação.
Conselho Fiscal
* Finalidade: fiscalizar a observância dos deveres legais e estatutários dos demais órgãos.
*Constituição:
-Regra geral: o Conselho Fiscal é de existência facultativa;
-Exceção (art. 4º, III lei 9790/99 OSCIP: Organização Sociedade Civil Interesse Público): para a associação se tornar uma OSCIP ela precisa ter um Conselho Fiscal.
OBS.: interpretar os anseios do caso concreto na elaboração do estatuto. Evitar copiar modelos prontos. Observar o mínimo previsto em lei e criar os demais artigos do estatuto de acordo com as necessidades da associação.
Transmissão da cota da associação (art. 56 CC)
*Obs.: A associação é composta por pessoas que compartilham ideias, valores, pretensões.
* Regra geral: as cotas não são transmissíveis: pela questão de ninguém ser obrigado a associar-se a pessoas desconhecidas.
A condição de associado não se transmite por herança. O valor da cota pode ser exigido pelo herdeiro.
6.3.2. Fundações (art. 62 et seq):
Conceito: “É a atribuição personalidade jurídica a um patrimônio que a vontade humana destinava a uma finalidade social”. (Caio Mário S. P.)
Pode ser apenas uma pessoa que disponibiliza seus bens para fins sociais.
Fundação e Associação
Aspectos semelhantes:
Ambas possuem personalidade jurídica;
Ambas não possuem finalidade lucrativa.
Aspectos distintivos:
A Associação resulta da vontade de uma ou mais pessoas, enquanto que, para a constituição da Fundação é suficiente a vontade de uma pessoa.�
Para o surgimento de uma Fundação é imprescindível a existência de bens o que não é necessário no caso da Associação.
Os fins de uma Fundação são imutáveis, na Associação a finalidade pode ser modificada.
Constituição da Fundação
Fases:
Dotação de bens�: reserva de bens pelo instituidor com uma finalidade específica.Pode ser feita por ato inter vivos (Ex. escritura pública) e por ato causa mortis (Ex. testamento).
Elaboração do Estatuto (art. 65 CC): 
( Elaborador: pessoa escolhida pelo instituidor na escritura ou no testamento (pode ser o próprio instituidor). Obs.: se o instituidor não estabelecer o elaborador do estatuto, presume-se que o Ministério Público o fará.
( Prazo de elaboração: prazo determinado pelo instituidor. E se o instituidor for omisso? Nesse caso, o prazo será de 180 dias.
( Inobservância do prazo: se o prazo não for respeitado o estatuto deverá ser elaborado pelo Ministério Público. (Obs: se o instituidor não estabelecer o elaborador do estatuto, presume-se que o Ministério Público o fará.)
Apreciação do Ministério Público
Observar se os fins da Fundação são lícitos.
Observar se o estatuto foi elaborado de forma regular - se estão presentes todos os requisitos para a formulação do estatuto.
Observar se os bens são suficientes para a constituição a Fundação.
Obs.: Insuficiência de bens: os bens deverão ser repassados a uma Fundação com fins semelhantes (art. 63 CC).
Registro
No cartório de pessoas jurídicas.
Extinção da Fundação (art. 69 CC)
A Fundação poderá ser extinta em duas hipóteses:
Decurso do prazo de duração.
Quando a finalidade da Fundação se tornar inútil, impossível ou ilícita.
● Qual o destino dos bens quando a Fundação for extinta? Serão destinados a uma instituição com fins semelhantes.
6.3.3 Organizações Religiosas e Partidos Políticos
Essas pessoas jurídicas são em sua essência associações (Pablo Stolze Gagliano).
Pontos de distinção: não tem Assembleia Geral, Estatuto. Os Partidos Políticos são regulamentados por lei própria.
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) - art. 44, VI CC acrescentado pela Lei 12.441/2011.
Características:
Esta Empresa pode ser criada por apenas uma pessoa física ou jurídica;
A pessoa física só pode criar uma Eireli, mas a pessoa jurídica pode criar várias Eirelis pq não há limitação quanto às pessoas jurídicas.
A Eireli deve ser constituída com capital mínimo de 100 salários.
Responsabilidade civil das pessoas jurídicas
Aspectos gerais da responsabilidade civil
Conduta ativa ou omissiva�;
Culpa ou dolo do agente�;
Dano: prejuízo material ou moral causado a outrem;
Nexo de causalidade: relação de pertinência entre a conduta e o dano - relação de causa e efeito.
Responsabilidade civil das pessoas jurídicas de Direito Público
Teorias fundamentadoras
Irresponsabilidade absoluta: o Estado não pode ser responsabilizado pelos danos que causar.
( Fundamento: quem cria o Direito? O Estado. Portanto, ele nunca erra e sim seus servidores.
Responsabilidade subjetiva: defende que o Estado deve e pode ser responsabilizado desde que se comprove culpa ou dolo por parte do Estado.
( Teoria da responsabilidade ou culpa individual do agente público: sustenta que o Estado pode ser responsabilizado desde que se demonstre a culpa de um servidor determinado.
( Teoria da culpa administrativa: o Estado deve ser responsabilizado desde que se prove a culpa de um serviço público.
Teoria da responsabilidade objetiva: o Estado deve ser responsabilizado independente de dolo ou culpa.
( Teoria do risco administrativo: o poder público não pode ser responsabilizado em três situações: Fato exclusivo da vítima (a culpa é da vítima) / Caso Fortuito (ação da natureza) / Força maior (ação humana, ex: golpe militar).
( Teoria do risco integral: a pessoa jurídica de Direito Público será sempre responsabilizada independentemente de qualquer excludente. (independente tb de culpa ou dolo).
Posição adotada no ordenamento jurídico brasileiro (art. 37, § VI CF e art. 43 CC)
( A Constituição adotou a teoria da responsabilidade objetiva adotando a tese do risco administrativo - (princípio da solidariedade dos riscos).
( A Constituição assegurou: direito de regresso do Estado em relação ao servidor público.
Responsabilidade das pessoas jurídicas de Direito Privado
Regra geral: responsabilidade subjetiva.
Exceção: a Legislação pode estabelecer exceções. Exs.:
( Art. 37, § 6º CF: prevê a responsabilidade objetiva de p. j. de Dir. Priv. Prestadoras de serviços públicos.
( Art. 931 CC: responsabilidade objetiva das p. j. de Dir. Priv. Pelos serviços e produtos colocados em circulação.
( Art. 12 e 14 CDC: responsabilidade objetiva das p. j. de Dir. Priv. Nas relações de consumo.
Desconsideração da personalidade jurídica
Art. 50 CC e art. 28 Lei 8078/90 CDC.
Conceito:
“É a permissão judicial para responsabilizar civilmente o sócio, nas hipóteses nas quais for o autêntico obrigado ou o verdadeiro responsável, em face da lei ou do contrato diante de atos praticados sob o véu societário” (Nelson Rosenvald).
Causa da desconsideração
Teoria Menor: a desconsideração ela poderá ser feita sempre que houver um prejuízo para um credor.
Teoria Maior: é possível haver a desconsideração da personalidade jurídica sempre que a pessoa jurídica for utilizada para a prática de atos abusivos.
( Teoria Maior Objetiva: é suficiente que ocorra a confusão patrimonial.
( Teoria Maior Subjetiva: para que ocorra a desconsideração é necessário que ocorra a intenção de utilizar a p. j. de forma deturpada (configuração do elemento anímico).
A desconsideração no Direito Brasileiro
Código Civil (art. 50):
● Previsão: permite a desconsideração nas hipóteses de desvio de finalidade e confusão patrimonial.
●Teoria adotada: Teoria Maior Objetiva.
Lei 8078/90 CDC: art. 28, § 5º
● Previsão: permite a desconsideração sempre que for necessário para poder ressarcir os prejuízos do consumidor.
● Teoria Menor
Lei 9605/98
● Previsão: permite a desconsideração sempre que a personalidade jurídica for um obstáculo para o ressarcimento dos danos ambientais.
● Teoria Menor.
Alcance da desconsideração (Enunciado nº 7 CJF)
Desconsideração*: pegar bens dos sócios para garantir dívidas da p. j.
A desconsideração só pode atingir os bens dos sócios dirigentes ou os sócios envolvidos na atividade abusiva.�
Desconsideração inversa
Não tem previsão legal. É a desconsideração da p. j. para pagamento de dívidas dos sócios.
Desconsiderar a personalidade jurídica para que a pessoa jurídica seja condenada a arcar com obrigações dos sócios - posição doutrinária.
Desconsideração e extinção da Pessoa Jurídica: “Caráter episódico da desconsideração”
Desconsideração*: caráter temporário, para situações específicas. A p. j. continua a exercer suas atividades.
Extinção da pessoa jurídica
Convencional: estabelecida pelos próprios sócios em observância ao ato constitutivo (estatuto ou contrato social).
Administrativa: ocorre quando uma autoridade pública promove a cassação para o funcionamento de uma pessoa jurídica para o desempenho de alguma atividade.
Legal: ocorre quando configurada uma das hipóteses previstas em lei. Ex.: 11.101/2005: Lei de falência.
Judicial: decorre de uma sentença judicial.
VI. Entes despersonalizados ou grupos com personificação anômala
Generalidades
Conceito: “É um conjunto de pessoas e bens reconhecido pelo ordenamento jurídico, que possui capacidade processual, embora não seja titular de uma personalidade jurídica”. (Pablo S. Gagliano)
Posição dos entes despersonalizados
Posição intermediária entre as pessoas e os bens.
Esfera de atuação
A pessoa tem atuação ampla proveniente da própria personalidade jurídica que ela possui.
Os entes despersonalizados só podem atuar nos limites autorizados pela lei.
( Os entes despersonalizados possuem capacidade processual: capacidade de atuar em juízo; de participar no polo ativo ou passivo de uma ação; capacidade de ser parte em uma ação.
Espécies
Sociedade de fato ou irregular: sociedade que não possui personalidade jurídica por ausência do registrodo ato constitutivo.
A ação é proposta em nome da sociedade de fato, mas os sócios que respondem.
Espólio: conjunto de bens e direitos deixado pelo falecido para os seus herdeiros legítimos ou testamentários.
Por um tempo pode atuar como autor ou como réu: propõe uma ação em face do espólio que será representado pelo inventariante - algum parente nomeado pelo juiz.
Herança vacante e jacente: herança que não possui herdeiro constituído. (nem mesmo por testamento).
Serão representados em juízo pelo curador escolhido pelo juiz. Em regra o acervo vai para o município.
Massa Falida: é o conjunto de bens do empresário que teve a sua falência decretada judicialmente.
No caso de falência, o empresário não pode mais administrar seus bens.
Representada por um síndico.
( OBS: Alguns doutrinadores incluem mais dois tipos de entes despersonalizados: a família e o condomínio.
UNIDADE VII – DOMICÍLIO
1)DOMICÍLIO DAS PESSOAS NATURAIS
1.1)CONCEITO: Domicílio é o lugar onde uma pessoas estabelece a sua residência com ânimo definitivo. (ART 70, C.C.)
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
	*ELEMENTO OBJETIVO OU EXTERNO: Residência 
		=>MORADA: É o lugar onde a pessoa se instala temporariamente. Ex: temporadas, hotel, visitas, estadia, qualquer tipo de estadia.
		=>RESIDÊNCIA: É o lugar que a pessoa se estabelece com habitualidade.
		=>DOMICÍLIO: Abarca a Residência somada ao elemento subjetivo.
	*ELEMENTO SUBJETIVO OU INTERNO: “ANIMUS MANENDI” é a intenção de permanecer em determinado lugar.
1.2) IMPORTÂNCIA DA DELIMITAÇÃO DO DOMICÍLIO
*DIREITO PROCESSUAL CIVIL (ART 94 CPC.)
O domicílio do réu é o elemento caracterizador da competência de foro. Ex: Ação é proposta no domicílio do réu. O Juiz competente é aquele do foro do réu.
*DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO (ART 7º e 10º “LICC”)
O domicílio é o elemento de conexão para determinação das regras da capacidade do direito de família e direito de sucessões (herança)�. Ex: - Bolívia: maioridade: 21 anos - Boliviano faz uma compra e venda no Brasil. Essa ação não tem validade, pois o que importa é a lei prevalecente no domicílio do indivíduo.
*DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (ART 327 C.C.)
Em regra o lugar de cumprimento de uma obrigação é o lugar do domicílio do devedor. Ex: Domicílio de Araponga. Geraldo (Araponga - devedor da obrigação de entregar o guarda roupa) deve entregar um guarda roupa para Bianca (Viçosa - devedor da obrigação de entregar o dinheiro)
1.3) PLURALIDADE DE DOMICÍLIOS (ART 71, C.C.)
Permite que a pessoa possa ter mais de um domicilio desde que ele tenha mais de uma residência com intenção de morar nessas residências, ou também mora alternadamente nas duas casas.
1.4) DOMICÍLIO PROFISSIONAL (Art 73, C.C)
Permite que o lugar onde a pessoa exerça a sua profissão seja um domicilio. Mas s se aplica a questões concernentes a sua profissão. Só relacionadas a própria profissão. 
Ex: dicionário e o Professor de português. Professora compra um dicionário e um pijama na cidade x em que exerce sua profissão. Não paga. O credor do dicionário poderá acioná-la na cidade x, e o credor do pijama deverá acioná-la na cidade em que ela mora.
1.5) MUDANÇA DE DOMICÍLIO (ART 74 C.C.)
*SIGNIFICADO: É a alteração dos elementos constitutivos do domicílio. Transferência da residência e a mudança de intenção. (intenção de mudança)
*PROVA DE INTENÇÃO DE MUDAR (Art 74, s único, C.C.)
Há dois meios de prova:
1ª) Declaração prestada as autoridades do lugar que se deixa.
2ª) Pelas circunstâncias que acompanham a própria mudança de domicílio. Ex: Caminhão de mudança. Matrícula de um filho, não precisa de artigo que se prova, e é obvio a analise de circunstância.
1.6) DOMICÍLIO APARENTE OU OCASIONAL (ART 73 C.C.)
Estabelece a presunção quanto às pessoas que não possuem residência, a presunção de que são domiciliadas nos lugares que se encontram. 
Ex: Ciganos, artistas de circo, mendigos, andarilhos.
1.7) ESPÉCIES DE DOMICÍLIO
A) VOLUNTÁRIO: É o domicílio livremente escolhido por uma pessoa conforme sua conveniência. Regra geral.
B) LEGAL OU NECESSÁRIO (art 76 CC): É o domicilio imposto a 5 categorias de pessoas:
	1ª) Incapaz: O domicílio do incapaz é o domicílio do seu representante legal.
	2ª) Preso: O domicílio é o lugar em que cumpre a sentença.
	3ª) Militar: O domicílio é o lugar em que serve.
	4ª) Servidor Público: O domicílio é o lugar em que exerce suas funções em caráter permanente. 
	5ª) Marítimo: O domicílio é o lugar em que o navio estiver registrado.
C) DOMICÍLIO DE ELEIÇÃO (art 78 CC)
Domicílio estabelecido pelas próprias partes de um contrato para fatos relacionados à própria relação contratual. 
Ex: Cláusula de eleição de foro – Para eleger o foro que vai julgar esta causa. Apenas para situações daquele contrato.
* Disponibilidade do domicilio de eleição: O autor da ação pode renunciar ao domicílio de eleição e pode optar pelo domicílio do réu e renunciar pelo domicílio eleito no contrato. A cláusula de eleição beneficia o autor do contrato que pode renunciar ao benefício.
*Contratos de adesão� (art 112 § único CPC)
É nula a cláusula de eleição de foro em um contrato de adesão.
1.8) Domicílio do agente diplomático (art 77 CC)
* Agente Diplomático: Toda Pessoa que representa os interesses públicos do país nas relações internacionais.
*Diplomatas em sentido estrito (Embaixador, 1º, 2º,3º, secretários, agentes consulares) Os agentes diplomáticos gozam da imunidade de jurisdição – Impossibilidade de ser julgado no país que atua (extraterritorialidade). Deverá ser processado no lugar que possui o domicílio em seu país de origem, se não tiver domicílio é processado em Brasília ou no ultimo lugar em que teve domicílio.
2) Domicílio das pessoas jurídicas (Art 75 C.C.)
2.1) Domicílio das pessoas jurídicas de direito público
	=> União: Distrito Federal
	=> Estados e Territórios: Capital dos Estados e Territórios
	=>Município: É o lugar onde se encontra a sua administração�
2.2) Domicílio das pessoas jurídicas de direito privado: O domicílio é o lugar apontado no seu ato constitutivo. Se o ato constitutivo for omisso, o domicílio será aquele onde se encontra e funciona a administração da pessoa jurídica.
* Pluralidade de estabelecimentos (Art 75 s 1º C.C. e SÚMULA 363 STF)
O código autoriza estabelecer cada estabelecimento como domicílio da pessoa jurídica. Vários domicílios para os fatos neles praticados. Não pode ser no estabelecimento que não ocorreu o fato.
3) Pessoa jurídica com sede no estrangeiro (Art 75, s2º C.C.)
É considerada como domiciliada no lugar onde possui um estabelecimento no Brasil para relações aqui desenvolvidas.
UNIDADE VIII – OBJETO DO DIREITO
1) OBJETO DA RELAÇÃO JURÍDICA : “é tudo que se pode submeter ao poder dos sujeitos de direito, como instrumento de realização de suas finalidades jurídicas” (GONÇALVES, Carlos Roberto) 
2) PATRIMÔNIO: “É o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, que possui valor econômico” (BEVILAQUA, Clóvis)
	* Características:
		=>Complexo de relações: O patrimônio abarca tanto os passivos� como os ativos de uma pessoa. Os débitos e créditos.
		=> Valor Econômico: Só integra o patrimônio as relações jurídicas que podem ser apreciados pecuniariamente. Relações de família não entra no patrimônio.
OBS.: Patrimônio Moral: Para designar relações jurídicas sem caráter pecuniário. Ex: Direito a vida.
3)BEM E COISA – Não há uniformidade doutrinária.
1ª) COISA COMO GÊNERO: Defende que o bem é espécie de coisa, porque os bens seriam as coisas que poderiam ser apreciadas pecuniariamente em dinheiro.
2ª) BEM COMO GÊNERO: Tudo aquilo que corresponde a satisfação dos nossos anseios�.
*Bem jurídico: bens com valor econômico. Materiais(Carros, casas...) e Imateriais (Direitos autorais, direitos de crédito).
*Coisa- São os bens jurídicos materiais.
4) CLASSIFICAÇÃO DOS BENS
4.1) Dos bens considerados em si mesmo:4.1.1) BENS CORPÓREOS E INCORPÓREOS:
	A) BENS CORPÓREOS: São os bens que possuem existência material criada pela natureza. Ex: energia e os gases.
	B) BENS INCORPÓREOS: Bens que possuem existência ideal, porque são criados pelo direito. Ex: João contrata José para construir uma estátua, compra o direito de crédito, obrigação de construir a estátua. Direito criado pelo ordenamento jurídico.
	C)Importância da distinção: Não há importância prática.
OBS.: Distinção terminológica.
Alienação� de bens corpóreos: Compra e Venda, permuta e doação (expressões técnicas)
Alienação de bens incorpóreos: Cessão�
4.1.2) BENS IMÓVEIS E MÓVEIS
A) BENS IMÓVEIS: São aqueles que não podem ser transportados de um local para o outro, sem destruição. (PEREIRA, Caio Mário)
A1) CLASSIFICAÇÃO:
	*BENS IMÓVEIS POR SUA NATUREZA (ART 79, 1ª PARTE C.C.)
	Enquadra-se apenas o solo, o subsolo e o espaço aéreo correspondente. Minério pertence a união. O proprietário tem prioridade perante a união.
	*BENS IMÓVEIS POR ACESSÃO (ART 79. “INFINI” C.C.)
=> Acessão Natural: São os bens que se agregam ao solo sem intervenção humana. Ex: Árvores, nascentes.
=>Acessão física; artificial ou industrial: São os bens que o homem agrega ao solo de forma permanente. Ex.: Construções, edificações;
OBS.: Há bens que não se encaixa,: Barracas, circos, parque de diversões. 
BENS PROVISORIAMENTE DESTACADOS DE UM IMÓVEL (ART 81 C.C.) Estes bens, permanecem como imóveis por um período provisório. Ex: Telhas que são retiradas para reforma, casa de madeira. Por mais que se desloquem não deixam de ser imóveis.
=>Acessão intelectual: São os bens imobilizados pela vontade humana. São destinados a comodidade de um imóvel ou exploração industrial. Ex: Ventilador de teto, quadro. NÃO ESTÁ MAIS PREVISTO NO CÓDIGO
	*BENS IMÓVEIS POR DETERMINAÇÃO LEGAL(ART 80 C.C.)
1º) Os direitos reais sobre imóveis e respectivas ações. Ex: usucapião
2º) Direito a sucessão aberta. EX: (herança) é considerado bem imóvel
B) BENS MÓVEIS: “São todos aqueles suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por forças alheias, sem alteração da substância ou da destinação econômica social”. (Art 82 C.C.)
	*SEMOVENTES são os bens móveis que se deslocam de um lugar ao outro por movimento próprio. Ex: Animais.
B2) CLASSIFICAÇÃO
	*BENS MÓVEIS POR SUA NATUREZA (ART 82 C.C.): São so bens que podem ser transportados de um lugar ao outro sem que ocorra alteração corpórea.
	*BENS MÓVEIS POR DETERMINAÇÃO LEGAL (ART 83 C.C): São os bens incorpóreos que são considerados móveis por escolha do legislador.
	=> Espécies:
		1º)Direitos reais sobre bens móveis e respectivas ações
		2º) Direitos pessoais de caráter patrimoniais e as respectivas ações.
		3º) As energias que possuem valor econômico.
	*BENS MÓVEIS POR ANTECIPAÇÃO: Embora agregados ao solo se destinam a se transformar em bens imóveis. NÃO ESTÁ PREVISTA NO CÓDIGO CIVIL. CRIADA PEA JURISPRUDÊNCIA. Ex: as árvores destinadas ao corte como o eucalipto.
C)IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO:
1º - Instrumento público (art 108 c.c.) Os bens imóveis acima de 30 salários mínimos só podem ser alienados mediante a escritura pública.
2º - Anuência do cônjuge – A alienação de bem imóvel depende de outorga uxória� ou outorga marital�.
*Aquisição do Bem (art 1227 C.C) O Bem móvel é adquirido pela tradição (Entrega do bem) Ex: entrega TV das Casas Bahia. Exceção: lei fiduciária dos bancos para carros. O Bem imóvel é adquirido pelo registro.
*Garantia (Art 1431 e 1473 C.C) 
Imóveis: Hipoteca 
Móveis: Penhor
4.1.3) BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS (ART 85 C.C.)
A) “Bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos por outros da mesma espécie. Qualidade e quantidade.” (art 85 C.C)
Ex: Soja, arroz, produtos industrializados.
B) transformação: Um bem fungível pode se tornar um Bem infungível por dois fatores:
	=> Evolução Histórica e cultural. Ex moeda atual (BF) moeda antiga (BI)
	=> A vontade do titular. Ex: Um livro é um bem fungível, mas se recebe um autógrafo se torna um bem infungível.
C)RELAÇÃO ENTRE BENS MÓVEIS FUNGÍVEIS:
*ART 85 CC os bens fungíveis são bens móveis.
Para Caio Mário existe uma exceção para hipótese de um loteamento. Pois se compra sem saber qual lote será o seu, sem localização certa.
D) IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO 
*Relações contratuais: Os bens fungíveis são objeto de contrato mútuo (art 586 seguinte C.C.). Os bens infungíveis são objeto de contrato comodato (art 579 579 em seguinte)
*Direito das obrigações
	=>Caso Fortuito ou Força Maior: Pode-se alegar dependendo do bem. Se for fungível não, se for infungível sim.
	=> Obrigação de fazer: Obrigação de fazer fungível pode ser cumprida por terceiro ao contrario da infungível.
4.1.4) BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS.
São os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substancia sendo também considerados tais os destinados a alienação.(Art 86 C.C.)
A)CLASSIFICAÇÃO
	* Bens consumíveis de fato (naturalmente consumíveis): São aqueles que não se destinam a utilização contínua. Ex: Alimentos.
	*Bens consumíveis de direito (juridicamente consumíveis): Bens que se destinam a alienação. Ex: Livro didático.
B)IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO:
*Usufruto impróprio ou quase usufruto (Art 1392,s 1º C.C.): O usufratuario pode consumir os bens, mas depois tem que restituir outros da mesma espécie u equivalente em dinheiro.
4.1.5) BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS (ART 87 E 88 C.C.)
A) “Bens divisíveis são aqueles que podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam” (art 87 C.C)
Ex: Chocolate, açúcar.
B) Critério: 
	=> Critério Natural: Considera o bem divisível o bem que pode ser fracionado sem alteração de sua substância.
	=> Critério econômico: O Bem divisível é aquele que pode ser fracionado sem que ocorra diminuição considerável do seu valor. Ex: saco de arroz (divisível) - diamante (indivisível). Lote grande no centro (indivisível).
	=> Critério convencional: A vontade das partes pode transformar um bem divisível em um bem indivisível:
		*Indivisibilidade do condomínio (art 1320, s 1º C.C). Prazo máximo de 5 anos. Porque o ex dono pode ter o interesse de requerer o bem.
Renda constituída sobre o imóvel (desuso): o casal repassa a propriedade para alguém e essa pessoa é obrigada a transferir uma renda (aluguel) para o casal. Caso um faleça e for indivisível, o valor permanece.
C)IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO
*Obrigações indivisíveis (Art 257 a 263 C.C)- Se for um bem indivisível, o credor pode exigir a cobrança de um bem de um dos devedores. Se for um bem divisível de todos os devedores.
4.1.6) BENS SINGULARES E COLETIVOS (ART 89 “ET SEQ” C.C.)
A) “São bens singulares aqueles que são considerados em sua individualidade, representados por uma unidade autônoma e por isso, distinta de quaisquer outras.” (GLAGLIANO, PABLO)
A2) ESPÉCIES:
*BENS SIMPLES- São aqueles com partes componente unidas entre si, naturalmente. Ex: A árvore, os animais.
*BENS COMPOSTOS: São aqueles que possuem partes unidas por intervenção humana. Ex: Bens industrializados, eletrodomésticos, automóveis.
B)BENS COLETIVOS: São aqueles que formam um conjunto homogêneo. Ex: livros que compõem uma biblioteca, imagens de um presépio.
B2) ESPÉCIES
*Universalidade de fato (“Universitas facti”): bens que possuem uma destinação unitária em decorrência da vontade humana. Ex: Quadros de um museu, livros de uma biblioteca. : os quadros de um museu; os livros de uma biblioteca; imagens do presépio - faz sentido vender separadamente? Só faz sentido vender em conjunto
*Universalidade de direito (“universita Juris”): Bens que possuem a mesma destinação por vontade da lei. Ex: Massa falida e herança. Ex: Massa Falida - conjunto de bens que pertenciam ao falido que terão o mesmo destino / Herança: conjunto de bens que pertenciam ao falecido.
4.2.)DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS:
4.2.1) BENS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS: Bem principal é o bem que possui existência autônoma. Bem acessório é aquele que existe em função do principal. Ex:Aparelho de Celular e carregador.
*REGRA GERAL: O destino do bem acessório segue o do principal. Ex: Quem compra o celular, compra também o carregador.
OBS: até o momento da transferência, quem é dono do bem principal é também dono do bem acessório. Ex: vaca prenha.
*ESPÉCIES DE BENS ACESSORIOS:
A)FRUTOS:
A1) “São utilidades que a coisa periodicamente produz sem desfalque se dua substância.” (BEVILAQUA, CLOVIS)
A2) Classificação:
1ª) Quanto a natureza:
- Naturais: Frutos gerados pelos bens principais em decorrência de sua própria força orgânica. Ex: Frutas, leite, crias de animais.
- Industriais: Frutos gerados pelos bens principais em decorrência de intervenção humana. Ex: Qualquer produto em relação a máquina que o produz, sorvete.
- CIVIS (RENDIMENTOS): são aqueles que possibilitam a percepção de uma renda. Ex: Aluguel, juros.
	2ª) Quando ao Estado:
- PENDENTES: São os frutos que ainda se encontram agregados ao bem principal. Ex: aluguel não pago.
- COLHIDOS OU PERCEBIDOS: São os frutos já destacados do bem principal.
- PERCIPIENDOS: São os frutos que poderiam ter sido colhidos, mas não foram. Ex: fruta que apodrece e cai - perde sua essência enquanto fruta.
- ESTANTES: São os frutos que se encontram armazenados e destinados a venda. Ex: bebida armazenada para curtir.
- CONSUMIDOS: São os frutos que não mais existem.
A3) IMPORTÂNCIA DA CARACTERIZAÇÃO:
*POSSUIDOR DE BOA FÉ (ART 1214 C.C.): O possuidor de boa fé tem direito aos frutos colidos ou percebidos e uma indenização pelos frutos pendentes.
*REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BESN (ART 1660, V, C.C.) : Comunicação dos frutos colhidos ou pendentes de bens particulares na constância do casamento. (os frutos são divididos). . Ex: aluguel que não foi pago - pendente - a mulher tem direito.
B) PRODUTOS
“Os produtos são utilidades que a coisa principal produz, cuja percepção ou extração diminui a sua substância.” (GLAGLIANO, PABLO)
Ex: Recursos não renováveis.
B2) IMPORTÂNCIA DA CARACTERIZAÇÃO: 
*Possuidor de boa fé. Se extrair produtos em propriedade alheia terá de rstituir esses produtos ao proprietário.
C) PARTES INTEGRANTES E PERTENÇAS (ART 93 e 94 C.C.) 
C1) PARTES INTEGRANTES: São as partes concretas que entram na unidade que faz a coisa, embora conserve a sua identidade. (Pontes Miranda) Ex: Volante e rodas de um automóvel.
	*PARTE INTEGRANTE E PARTE COMPONENTE: Parte componente são partes que se fundem para compor um outro mas perdem a identidade. Ex: Cimento, a casa soma tijolo, cimento e tinta.
	*PERTENÇAS: “São bens destinados a conservar ou facilitar o uso dos bens principais, sem que destes sejam partes integrantes.” (GOMES, Orlando) Ex: Aparelho de ar condicionado.
C2) IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO (ART 94 C.C.): Princípio da gravitação jurídica (Parte Integrante) – Princípio de que o acessório segue o principal. � Ex: venda de um carro por um valor x - entrega do carro e conseqüente desencontro de expectativas - discussão: o que é parte integrante e o que é pertença? Ideia de essencialidade: o que é essencial para o funcionamento do carro e o que não é?
D) BENFEITORIAS (ART 96 “ET SEQ”) : “Obra realizada pelos homem na estrutura da coisa principal, com o propósito de conserva-la, melhorá-la ou embelezá-la” (GAGLIANO, Pablo). Ex: lustre de uma casa, reforma de uma pilastra, ornamentação de um jardim.
D2) CLASSIFICAÇÃO:
	1º) BENFEITORIAS NECESSÁRIAS (ART 96, S 3º C.C) São as que buscam conservar um bem ou evitar a sua destruição. Ex: troca de telhado, reforma de uma pilastra, concerto de carros.
	2ª) BENFEITORIAS ÚTEIS (ART 96, S 2º C.C.) Destinada a facilitar ou aumentar a utilização de um bem. Ex: Colocação de portão eletrônico, abertura de um novo acesso de carros.
	3ª) BENFEITORIAS VOLUNTÁRIAS (ART 96, S 1º C.C.) Com o fim estético. Ex: lustre, estátuas, ornamentação de um jardim.
OBS.: Função social da propriedade (Art 5º XXIII CF): Reconhecimento que a propriedade deve ser explorada economicamente, pois a partir dela gera riquezas. A jurisprudência entende que a benfeitoria necessária ajuda que a propriedade cumpra sua função social. Ex: Adubação de um sítio.
D3) BENFEITORIA E ACESSÃO
	1ª) Quanto a Origem (Art 97 C.C.) A benfeitoria decorre da intervenção humana, já á acessão decorre tanto de intervenção humana e intervenção natural.
Ex de acessão: Aluvião: Contínuo e sucessivo de terra por força da natureza;
	 Avulsão: Acréscimo de grande porção de terra, por força de intervenção natural violenta.
	2ª) Quanto a transformação: A benfeitoria transforma um bem existente, a acessão cria um outro bem.
Ex; Reforma um cômodo – transformação benfeitoria.
			 - Acréscimo de um cômodo - Acessão 
D4) Importância da classificação: 
*Possuidor de boa fé (Art 1219 C.C.) DIREITOS:
	1º) Direito de indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis.
	2º)Direito de levantar as benfeitorias voluptuárias, desde que preenchido dois requisitos:
		1º) Ausência de destruição do bem principal.
		2º) Ausência de interesse do proprietário na indenização.
		3º) Direito de retenção pelas benfeitorias necessárias e uteis – Reter e conservar as coisas.
OBS: SÚMULA 335 STJ: Para o STJ é válida a renuncia aos direitos de retenção e as benfeitorias.
*Regime da comunhão parcial de bens (Art 1660, IV, C.C.) Haverá comunicação de benfeitorias feitas em bens particulares. Ex: Reforma em casas que já existiam anteriormente ao casamento,
4.3) BENS PÚBLICOS
A) São aqueles que pertencem as pessoas jurídicas de direito público (Art 98 C.C.). 
Critério: Titularidade – Se é pertencem a pessoas jurídicas de direito público é bem público. Se pertence as pessoas jurídicas de direito privado é bem provado. 
B) CLASSIFICAÇÃO
	1ª) Bem de uso comum do povo (Art 99, I C.C): É aquele destinado a ser utilizado por toda a coletividade sem formalidades. Ex: Praças, Rodovias, Praias. �
	2ª) Bem de uso especial (Art 99, II, C.C.): É o bem utilizado pelo poder público na prestação de um serviço público. Ex: Hospital, Edifícios do poder público�.
	3ª) Bem dominical ou dominial (Art 99, III, C.C.): É aquele bem que pertence o bem público, mas não é utilizado por todo coletivo, nem é empregado na prestação de um serviço público. Ex: Bens herdados pelo município.
C) POSSIBILIDADE DE ALIENAÇÃO (ART 100 E 101 C.C.)
*Bem dominial ou dominical: Pode ser alienado desde que observadas as condções egais:
	- Esfera Federal: Lei 8.666/93
	- Cada município tem que ter suas leis. Ex: Avaliação prévia, autorização por lei.
*Bens de uso especial e de uso comum do povo:
	- Podem ser alienados mediante um processo de desafetação (processo que se declara a perda de utilidade pública de um bem). Ex: ambulância que ficou velha. Privatização.
D) USUCAPIÃO� (ART 102 C.C. E ART 183, S 3º E 191 CF)
O bem público não pode ser objeto de usocapião.
E) TERRAS DEVOLUTAS: São aquelas que não se encontram registradas nem em nome do poder público, nem em nome de particulares.
*PROPRIEDADE:
	1ª CORRENTE) Defende que estas terras são de propriedade do poder público, logo não poderão ser usocapidas.
	2ª CORRENTE) Defende que as terras devolutas são “Res Nulius”, coisa de ninguém, logo será dono quem “chegar primeiro”�.
O Estado passa ser dono dessa terra por meio de um processo de discriminação.
Res Derelita – Coisa abandonada. Já teve dono uma vez, mas foi abandonada.
4.4) BEM DE FAMÍLIA:
4.1.1) Constitui-se em uma porção de bens que a lei resguarda com as características de inalienabilidade e impenhorabilidade em benefício da constituição e permanência de uma moradia para o corpo familiar. (Silvio Venosa)
CRÍTICA: Só se aplica ao bem de família voluntário.
4.4.2) BEM DE FAMÍLIA VOLUNTÁRIO

Outros materiais