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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA CURSO: ENGENHARIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA TEC 141 CIÊNCIAS DO AMBIENTE E DES.SUSTENTÁVEL DOCENTE: SILVANA MARÍLIA V. PALMEIRA DISCENTE: IVANA CARVALHO LEITE ISO 14000 ESTUDO DE CASO “Sistema de gestão ambiental aplicado em uma empresa multinacional: certificação ISO 14000” Feira de Santana Julho,2013 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................3 2 DESENVOLVIMENTO......................................................................5 3 ESTUDO DE CASO……………….....................................................7 5 CONCLUSÃO....................................................................................10 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................11 1 INTRODUÇÃO A série de normas ISO 14000 correspondem a um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) editado pela ISO (International Organization for Standardization). Esta série de normas apresenta diretrizes para Auditorias Ambientais, Avaliação do Desempenho Ambiental, Rotulagem Ambiental e Análise do Ciclo de Vida dos Produtos. Ou seja, especifica os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental, de modo a permitir que a organização formule políticas e objetivos que levem em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos ambientais significativos. A finalidade desta série de normas é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades sociais e econômicas. Entretanto, esta norma não estabelece requisitos absolutos para o desempenho ambiental, além do comprometimento, expresso na política, de atender à legislação e regulamentos aplicáveis e do compromisso com a melhoria contínua. Assim, duas organizações que desenvolvam atividades similares, mas que apresentem níveis diferentes de desempenho ambiental, podem, ambas, atender aos seus requisitos. Dessa forma, a adoção desta norma não garante, por si só, resultados ambientais ótimos (PINTO, 1995). As normas ISO 14000 oferecem benefícios às empresas, como: garantia de implementação política: a ISO 14001 força a organização a superar a inércia, ligando a política ambiental (promessas vazias) a objetivos e metas reais; consistência mundial para competição internacional: a ISO 14001 fornece um mecanismo de gestão ambiental responsável, em locais onde as normas são mínimas ou não existentes. A ISO 14001 oferece uma abordagem consistente internamente para as preocupações ambientais e também a certificação pela ISO 14001 permite às empresas identificarem-se com parcerias comerciais e com preocupações ambientais; satisfação do cliente: principalmente no caso de fabricantes de bens duráveis, muitas normas ISO estão mais disseminadas; custos reduzidos: a ISO 14001, prevenindo poluição, reduz os custos cortando as despesas com matérias-primas e diminuindo custos com descarte de resíduos; melhoria de imagem pública: há uma reação positiva da comunidade, quando ocorre uma implantação da ISO 14001 por parte de uma empresa local. A Série ISO 14000 é composta por várias normas: o ISO 14001: trata do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), sendo direcionada à certificação por terceiras partes. o ISO 14004: trata do Sistema de Gestão Ambiental, sendo destinada ao uso interno da Empresa, ou seja, corresponde ao suporte da gestão ambiental. o ISO 14010: são normas sobre as Auditorias Ambientais. São elas que asseguram credibilidade a todo processo de certificação ambiental, visando as auditorias de terceiras partes, nas quais se verificam os compromissos estabelecidos pela empresa em seu Sistema de Gestão Ambiental. o ISO 14031: são normas sobre Desempenho Ambiental, que estabelecem as diretrizes para medição, análise e definição do desempenho ambiental de uma organização, a fim de assegurar o SGA. o ISO 14020: são normas sobre Rotulagem Ambiental, estabelecendo orientações para a expressão das características ambientais dos produtos das empresas, de forma que os rótulos ressaltem as características ambientais do produto. o ISO 14040: são normas sobre a Análise do Ciclo de Vida, estabelecendo as interações entre as atividades produtivas e o meio ambiente. Analisa o impacto causado pelos produtos, processos e serviços relacionados desde a extração dos recursos naturais até a disposição final. o Guia ISO 64: corresponde a norma sobre Aspectos Ambientais nos Produtos, destinando-se àqueles que elaboram normas técnicas para produtos. Seu objetivo é orientar o projeto de determinado produto, a fim de que ele seja menos agressivo ao meio ambiente (TIBOR et al, 1998). 2 DESENVOLVIMENTO As normas de meio ambiente não são um modismo: vieram para ficar. Atendem às novas exigências do mercado, cada vez mais globalizado e competitivo, em que o fator de preservação ambiental estará cada vez mais relacionado com aceitação dos produtos, logo, com ampliação de vendas. As normas ISO 14000 - Gestão Ambiental, foram inicialmente elaboradas visando o “manejo ambiental”, que significa “o que a organização faz para minimizar os efeitos nocivos ao ambiente causados pelas suas atividades” (ISO, 2000). Assim sendo, essas normas fomentam a prevenção de processos de contaminações ambientais, uma vez que orientam a organização quanto a sua estrutura, forma de operação e de levantamento, armazenamento, recuperação e disponibilização de dados e resultados (sempre atentando para as necessidades futuras e imediatas de mercado e, conseqüentemente, a satisfação do cliente), entre outras orientações, inserindo a organização no contexto ambiental( MAIMOM,1996). Tal como as normas ISO 9000, as normas ISO 14000 ambém facultam a implementação prática de seus critérios. Entretanto, devem refletir o pretendido no contexto de Planificação ambiental, que inclui planos dirigidos a tomadas de decisões que favoreçam a prevenção ou mitigação de impactos ambientais de caráter compartimental e inter-compartimental, tais como, contaminações de solo, água, ar, flora e fauna, além de processos escolhidos como significativos no contexto ambiental. O desenvolvimento sustentável de uma região agrícola requer a seleção de sistemas de produção que atentem para condições ambientais diversificadas, e consequentemente, a escolha de tecnologias adequadas a cada um desses sistemas nesses ambientes. Devem, assim, contemplar características que propiciem a estabilidade ecológica (qualidade do ambiente), econômica (rentabilidade) e social da região. Nesse contexto, processos que fomentem a Gestão Ambiental do Espaço Agrário tornam-se fortes aliados à implantação correta desses sistemas, uma vez que fornecem um conjunto de atividades de planificação, de prática e de controle do espaço rural que define a política ambiental local, seus objetivos e responsabilidades culminando com a produtividade desejada pelo produtor aliada a minimização de impactos ambientais negativos. Assim, através da proposição de princípios, de diretrizes e de mecanismos de estruturação, controle e tomada de decisões gerenciais (sistemas de acompanhamentos), promovem o uso, a proteção, a conservação e o monitoramento de recursos naturais e sócio-econômicos do espaço rural, tendo sempre em foco as vertentes ecológicas, econômicas e sociais nessas atividades. Entretanto, as diferentes alternativas para implantar essa forma de se buscar sustentabilidade (definição de políticas regionaisou estaduais, política nacional de meio ambiente e planos “verdes”), impediam que seus benefícios fossem medidos com a acuidade necessária, com reprodutibilidade e, principalmente, comparáveis a outros inúmeros cenários propostos internacionalmente (MAINOM, 1996). A partir da década de 80, houve um gradativo incremento na demanda por sustentabilidade da agricultura, fomentado pelos movimentos ambientalistas pela preservação dos recursos naturais, pela demanda de produção de produtos saudáveis e “ambientalmente corretos”. A globalização de mercados, instaurada a partir da década passada, aliada às correntes e demandas de uma população mundial cada vez mais conscientizada e ativa na busca de seus direitos, culminaram na necessidade de um indicador com identidade visual própria, reconhecido a nível internacional, que assegurasse a produção dentro das demandas das “boas práticas agrícolas de controle”, exigidas pela sociedade. Aliam-se a elas os selos de certificação de qualidade de produto e de ambiente. 3 ESTUDO DE CASO Sistema de gestão ambiental aplicado em uma empresa multinacional: certificação ISO 14000 “a essência de um estudo de caso é tentar esclarecer uma decisão ou um conjunto de decisões: o motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais resultados” (Schramm, 1971). O artigo estudado teve por objetivo demonstrar passo a passo uma metodologia de implementação da Norma ISO 14001:2004 numa empresa do ramo alimentício, bem como às dificuldades e benefícios adquiridos na organização em questão. A ISO 14001:2004 exige que a organização deva estabelecer e manter um procedimento para identificar e ter acesso a requisitos legais e a outros requisitos as quais a organização se subscreve, aplicáveis diretamente aos aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços (CARVALHO, 2000). Portanto, para continuar concorrendo em mercados cada vez mais competitivos, as empresas devem tomar conhecimento e resolver os problemas ambientais, caso contrário perderá gradativamente seu espaço entre os consumidores mais exigentes e preocupados com o meio ambiente (DENARDIN, 2003). O artigo analisado observa-se que a empresa vinha buscando excelência em seu processo de gestão desde 2004 com a busca da integração do seu sistema de qualidade. Dentro deste processo incluem a implantação da Norma ISO 14001. Seu foco de mercado é produtos de varejo, produz em grande escala e devido a isso tem um processo industrial complexo, necessitando assim estabelecer um plano de melhoria continua dentro dos requisitos desta Norma. Nessa fase preparatória começou-se a conceituar a filosofia e os objetivos a serem alcançados. Os colaboradores foram convidados por categoriais funcionais a participarem de treinamentos realizados por uma consultoria que acompanhou o projeto inicial. A partir disso, foi criando um plano de implantação e a equipe formada iniciou um mapeamento na indústria a fim de se obter um diagnóstico ambiental da organização naquele momento. Foram estabelecidos pela consultoria os critérios que devem ser avaliados na implantação e a partir destes critérios foi elaborada uma planilha que serviu como ferramenta para o mapeamento e classificação dos impactos e aspectos ambientais produzidos pelas atividades. Uma vez mapeado os aspectos e os impactos ambientais, os mesmos devem ser avaliados de acordo com as suas probabilidades de ocorrência, as suas frequências, as suas gravidades, as suas atratividades e as suas escalas de abrangência. A partir dos parâmetros descritos e ferramenta foram obtidos os resultados das significâncias dos impactos e aspectos. Dentre os resultados obtidos relacionados com a significância do impacto pode-se observar que entre os requisitos o mais pontuável foi o da categoria inaceitável. Com a aplicação das planilhas para análise dos impactos causados ao meio ambiente pela produção dos produtos fornecidos pela empresa foi possível se ter uma base para dar início à criação de projetos que visem diminuir e/ou eliminar tais impactos. Identificados os impactos, foram criados projetos para tratamento de efluentes, reuso de água, rastreabilidade de resíduo, novos equipamentos dentro dos requisitos da norma, tendo a equipe como principal aliado para aplicação desta, a qual se demonstrou comprometida com para se obter bons resultados com a implantação. A implantação da Norma Isso 14001 é um processo difícil de obter a certificação devido aos altos investimentos em estruturas e rastreabilidade do processo, conforme conclusão: “Cerca de 82% dos aspectos ambientais mapeados foram mitigados, no entanto o restante destes aspectos requerem um concentração alta de mudança de processo e investimentos, pois a organização foi construída em um momento onde não havia preocupação com todos os requisitos estabelecidos atualmente. No entanto, apesar dessa dificuldade, novos projetos foram concedidos dentro desses moldes e é notável o envolvimento de toda a organização para a obtenção desta certificação.Uma vez certificada à organização analisada tem a garantia perpetuação nos mercados aos quais conquistou com essa mudança de postura.” 4 CONCLUSÃO Portanto, a ISO 14000 apresenta um enfoque estratégico na organização, implementa a definição e realização dinâmica de uma política ambiental, identifica, examina e avalia de forma sistemática as mudanças ambientais causadas por elementos de produtos, serviços ou atividade da organização. Também é importante destacar sua flexibilidade e adaptabilidade a qualquer setor produtivo, o incentivo que proporciona para melhoria da performance ambiental e a contribuição para uma visão global e enfoque pró-ativo da organização. 5 REFERÊNCIAS MAIMON,Dalia. Passaporte verde: Gestão Ambiental e Competitividade. Rio de Janiero. Editora Qualitymark,1996. PINTO,Jorge L. O Brasil vai a luta. Revista CNI, N.292, nov/dez. 1995. TOBOR,Tom; FELDMAN,Ira. ISO14000: Um guia para normas de gestão ambiental.1998. Disponível: http://publicacoes.fatea.br/index.php/raf/article/viewFile/216/173. Acesso Julho, 2013. http://www.ipardes.gov.br/webisis.docs/perfil_industria_completo.pdf. Acesso Julho, 2013.
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