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Curso Técnico em Mineração - Petrografia

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Praça Expedicionário Assunção, 168 – Bairro Centro 
Nova Lima – MG – CEP: 34.000-000 
Telefone: (31) 3541-2666 
 
 
PPEETTRROOGGRRAAFFIIAA 
 
 
 
SENAI – “Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial” 
Centro de Formação Profissional 
“AFONSO GRECO” 
 
 
 
 
 
Presidente da FIEMG 
Olavo Machado 
 
Gestor do SENAI 
Petrônio Machado Zica 
 
Diretor Regional do SENAI e 
Superintendente de Conhecimento e Tecnologia 
Lúcio Sampaio 
 
Gerente de Educação e Tecnologia 
Edmar Fernando de Alcântara 
 
 
 
 
 
 
Elaboração 
José Maia Cardoso 
 
Unidade Operacional 
 
CFP/AG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
 
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL .............................................................................................. 1 
“AFONSO GRECO” ........................................................................................................................ 1 
PRESIDENTE DA FIEMG .................................................................................................................... 2 
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 5 
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 6 
CAPÍTULO II – CONSTITUIÇÃO DA TERRA .................................................................................... 7 
CAPÍTULO III – ROCHAS .................................................................................................................. 9 
ROCHAS METAMÓRFICAS .............................................................................................................. 9 
ROCHAS SEDIMENTARES ............................................................................................................. 10 
CAPÍTULO IV – MAGMATISMO ...................................................................................................... 11 
ROCHAS MAGMÁTICAS INTRUSIVAS .......................................................................................... 12 
CAPÍTULO V – METAMORFISMO .................................................................................................. 17 
GNAISSE PORFIRÓIDE ................................................................................................................... 20 
BIOTITA-GNAISSE .......................................................................................................................... 20 
GRANADA-GNAISSE ...................................................................................................................... 20 
GRAFITA-GNAISSE ......................................................................................................................... 20 
CAP VI-- PROCESSO SEDIMENTAR DE GÊNESE .................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Petrografia 
____________________________________________________________ 
 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Mineração ..... 
Apresentação 
 
 
 
“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do 
conhecimento. “ 
Peter Drucker 
 
 
 
O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os 
perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, 
coleta, disseminação e uso da informação. 
 
O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e 
,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito 
da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, 
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, 
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de 
educação continuada.” 
 
Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área 
tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se 
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, 
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão 
importante quanto zelar pela produção de material didático. 
 
 
Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e 
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais 
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. 
 
O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua 
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre 
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! 
 
Gerência de Educação e Tecnologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Petrografia 
____________________________________________________________ 
 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Mineração ..... 
 
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO 
 
A crosta terrestre é constituída essencialmente de rochas. São elas, juntamente 
com os fósseis, os elementos que o geólogo usa para decifrar os fenômenos 
geológicos atuais e do passado. 
 
A Petrografia é a parte da Geologia que trata do estudo sistemático das rochas. 
Os fenômenos petrográficos ocorrem na litosfera, de maneira que a Petrografia 
e a Geologia são ciências intimamente ligadas. As rochas são formadas 
predominantemente de espécies minerais. Por isso dizemos que a Mineralogia é 
a base indispensável da Petrografia. 
 
Petrografia 
____________________________________________________________ 
 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Mineração ..... 
CAPÍTULO II – CONSTITUIÇÃO DA TERRA 
A terra tem forma aproximadamente esférica (diâmetro equatorial igual a 12.712 
km e diâmetro polar igual a 12.355 km). Mas, de todo o planeta, a parte 
accessível à observação direta é muitíssimo restrita. A profundidade alcançada 
por minas, túneis ou perfurações é muito pequena, comparada ao raio terrestre. 
Exemplos de grandes profundidades são a MINA DE MORRO VELHO (2.500 m) 
ou 3872 m em sondagem na ILHA DE MARAJÓ. Dessa forma, o conhecimento 
atual da constituição da terra é resultante da aplicação de métodos indiretos, 
geofísicos ou astrofísicos. Assim, o estudo da gravidade, da densidade das 
rochas, da variação da temperatura e pressão com a profundidade, observações 
sismológicas e análises de METEORITOS (como amostras de outros planetas) 
permitiram chegar a um razoável conhecimento da constituição interior do globo 
terrestre. 
 
A terra é constituída de várias camadas, com composições definidas. Além da 
atmosfera, constituída de gases e da hidrosfera, constituída de água, reconhece-
se uma parte mais externa, denominada CROSTA TERRESTRE ou LITOSFERA. 
Distinguem-se, na litosfera, duas camadas: a crosta superior que é constituída, na 
sua maior parte, de silicatos de alumínio, donde seu nome SIAL, tendo 15 a 25 
km de profundidade. Na crosta inferior, ou SIMA, predominam silicatos de 
magnésio, com espessura de 25 a 75 km. Abaixo da crosta, começam as 
camadas mais espessas. As suas espessuras e composições são motivos de 
muitas controvérsias entre os autores. O quadro seguinte resume a constituição 
mais aceita do planeta, com suas densidades e temperaturas. 
 
 
PROFUNDIDA
DE 
(KM) 
 
NOME 
 
CONSTITUIÇ
ÃO 
 
DENSIDA
DE 
 
TEMPERATURA 
 
15 a 25 
 
Crosta Superior 
(SIAL) 
 
Sedimentos, 
Granitos 
 
2,7 
 
600° C 
 
 
50 a 100 
 
 
Crosta Inferior 
(SIMA)Basaltos 
 
2,9 
 
 
 
1200 
 
Manto 
 
Peridotitos 
(Semelhantes 
aos 
Assideritos 
 
3,3 
 
3.400° C 
 
2900 
 
Camada 
Intermediária 
Sulfetos e 
Óxidos 
(Semelhantes 
a certos 
Meteoritos) 
 
4,7 
 
4.000° C 
 
6370 
 
Núcleo 
(NIFE) 
Ferro Metálico 
com Níquel 
(Semelhante 
aos Sideritos) 
 
12,2 
 
4.000° C 
Petrografia 
____________________________________________________________ 
 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Mineração ..... 
METEORITOS: São corpos metálicos ou rochosos caídos na superfície terrestre, 
vindos dos espaços interplanetários. Há constante penetração de material 
cósmico na atmosfera terrestre. 
 
São corpos pequenos que atingem a camada atmosférica com alta velocidade. Se 
os corpos são maiores recebem o nome de meteoritos. Existem meteoritos de 
até 90 toneladas. No MUSEU NACIONAL, o maior deles é o chamado Bendengó, 
encontrado junto ao riacho de mesmo nome, na Bahia. Pesa 5360 kg, possui 
densidade 7,7 e compõe-se de 95% de ferro e 4% de níquel. Não existe resposta 
definida quanto à origem dos meteoritos. 
 
Há duas classes de meteoritos: sideritos ou meteoritos metálicos, com cerca de 
8% de Ni e assideritos ou meteoritos rochosos. 
 
Petrografia 
____________________________________________________________ 
 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Mineração ..... 
CAPÍTULO III – ROCHAS 
 
1 – DEFINIÇÃO 
 
Rocha é um agregado natural formado de um ou mais minerais (inclusive vidro e 
matéria orgânica), constituinte essencial da crosta terrestre. Não é 
necessariamente formada de material consolidado, uma vez que areias e argilas 
são exemplos de rocha, mas é necessário que exista certa constância de 
composição química e mineralógica para que uma associação seja reconhecida 
como um determinado tipo de rocha. 
 
2 – DIVISÃO: 
 
As rochas formam-se na crosta terrestre por diferentes processos e, de acordo 
com sua origem, são divididas em três grandes grupos, cada um apresentando 
características próprias, resultantes de seu modo de formação. 
 
a) Rochas magmáticas ou ígneas ou eruptivas. 
b) Rochas metamórficas. 
c) Rochas sedimentares. 
 
ROCHAS MAGMÁTICAS: 
 
Como o próprio nome indica, são as rochas formadas pelo resfriamento e 
conseqüente consolidação do MAGMA, no interior ou na superfície da crosta 
terrestre. 
 
MAGMA é uma solução constituída, na sua maior parte, de uma fusão de silicatos 
que, quando resfriada, dá origem aos diferentes minerais formadores das rochas. 
As magmáticas são as únicas rochas originadas diretamente do magma. 
 
Como características principais podem ser citadas as seguintes: 
 
a) Dureza alta, sendo rochas compactas. 
b) Total ausência de fósseis ou matéria orgânica, devido à alta temperatura 
do magma. 
c) Ausência de estratificação. 
d) Apresentam minerais típicos como nefelina, cromita, leucita, tridimita, etc. 
Geralmente têm alto teor de feldspatos. 
e) Matéria vítrea pode fazer parte de sua composição (obsidiana). 
 f ) Apresentam estruturas típicas como granitóide, pofirítica, pegmatítica, etc. 
 
ROCHAS METAMÓRFICAS 
Originam-se de rochas pré-existentes, devido a mudanças porque passam 
motivadas por altas pressões e temperaturas. A este processo de mudanças dá-
se o nome de METAMORFISMO. As rochas metamórficas podem ser 
reconhecidas pelos seguintes caracteres: 
Petrografia 
____________________________________________________________ 
 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Mineração ..... 
 
a) Rochas duras e compactas, exceto xistos e mármores. 
b) Apresentam minerais característicos de metamorfismo (talco, grafita, 
cianita, etc). 
c) Podem exibir fósseis fraturados e retorcidos, devido à pressão elevada. 
d) Os cristais alongados (como os de turmalina) apresentam-se paralelos uns 
aos outros. 
e) Estruturas típicas como gnáissica, xistosa, etc. 
 
ROCHAS SEDIMENTARES 
 
São rochas formadas a partir de material resultante da destruição de qualquer tipo 
de rocha, material este que pode ser transportado e posteriormente depositado 
em ambientes de sedimentação. A destruição das rochas inclui a decomposição 
química ou física e a acumulação do material resultante é feita pela ação de rios, 
ventos ou geleiras. As rochas sedimentares possuem as seguintes 
características: 
 
a) São rochas de baixa dureza e pouco compactas, quando comparadas com 
as magmáticas. 
b) Podem apresentar grandes quantidades de matéria orgânica e fósseis 
muito bem preservados, principalmente nas rochas calcárias. 
c) Presença de minerais típicos como calcita, dolomita, minerais de argilas, 
etc. 
d) Pequena quantidade de feldspatos e grande quantidade de quartzo 
detrítico. 
e) Apresentam estratificação, isto é, as partículas constituintes situam-se em 
camadas que se distinguem entre si por diferenças de espessura, cor, 
dimensão dos grânulos, composição mineralógica, etc. 
f) podem apresentar estrutura fragmentária (detrítica), constituída de 
grânulos arredondados e selecionados. 
 
Petrografia 
____________________________________________________________ 
 
____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Mineração ..... 
CAPÍTULO IV – MAGMATISMO 
 
1 – DEFINIÇÃO 
 
As rochas magmáticas são formadas pelo resfriamento do magma. O magma é 
material em estado de fusão, formado por uma solução de silicatos, contendo 
ainda água, sulfetos, óxidos, etc. Apresenta diversas fases. A fase líquida é 
formada por uma solução de silicatos onde predomina o SiO2; a fase gasosa é 
constituída principalmente por água e quantidades menores de outros gases; a 
fase sólida é formada por cristais em suspensão. À medida que o magma se 
resfria, a quantidade da fase sólida aumenta e diminui a quantidade da fase 
líquida. Um magma sem fase líquida e gasosa passa a ser uma rocha magmática. 
 
2 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO MAGMA 
 
Compreende duas partes: 
 
a) Constituintes não voláteis 
 
O número de constituintes não voláteis importantes é pequeno, predominando 
SiO2, contendo ainda TiO2, Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, K2O. Deve ser destacado o 
papel do SiO2, não só pela sua importância na formação de silicatos, como 
também porque influi na viscosidade e da acidez do magma. Magmas com teores 
de SiO2 superiores a 65% são chamados magmas ácidos; com teores entre 65 e 
52%, magmas neutros e com teores inferiores a 52%, magmas básicos. As 
rochas originadas desses magmas são também chamadas ácidas, neutras e 
básicas, respectivamente. 
 
b) Constituintes voláteis 
 
Os constituintes voláteis não interferem no início do processo de solidificação do 
magma. Sua ação é bastante acentuada no final do processo, na formação de 
minerais, tais como turmalina, topázio, berilo, etc. Esses minerais somente se 
formam em presença de elementos voláteis. Os elementos voláteis principais são 
H2O, CO2, CO, SO2, SO, S2, N2, HCl, H2S, HF, etc. 
 
3 – TEMPERATURA DO MAGMA 
 
Através de experiência de laboratório, onde se provocou a cristalização de 
diversos minerais, pode-se admitir que, a grandes profundidades, a temperatura 
do magma oscila entre 800 e 900°C. Esta temperatura aumenta quando o magma 
chega à superfície da crosta, atingindo 1000 a 1200°C, devido à ocorrência de 
reações exotérmicas entre os gases constituintes do magma. 
 
4 – VISCOSIDADE DO MAGMA 
 
A viscosidade depende essencialmente da temperatura e da composição química 
do magma. Ela é fator importante na cristalização de minerais, pois afeta a 
mobilidade das partículas, impedindo ou facilitando o crescimento dos cristais. 
Petrografia 
________________________________________________________________________________________________________________________ 
Curso Técnico em Mineração ..... 
Magmas ácidos (ricos em SiO2) são mais viscosos que magmas básicos (pobres 
em SiO2). 
 
5 – RESFRIAMENTO DO MAGMA 
 
O resfriamento e conseqüente solidificação do magma dependem de sua 
composição química, teor em constituintes voláteis, da localização na crosta 
terrestre, da viscosidade, etc. 
 
Na consolidação do magma os minerais se formam obedecendo a uma ordem 
determinada pelos princípios de solubilidade do mineral que são ditados pela 
composição química, temperatura e pressão do magma. 
 
Primeiramente cristalizam-se os minerais que formam a massa rochosa 
propriamente dita. Os primeiros minerais a se formarem são os considerados 
acessórios, que ocorrem em pequena quantidade e não interferem na 
classificação das rochas, como zirconita, apatita, monazita, ilmenita, etc. A seguir 
cristaliza-se a maior parte dos silicatos. Nesta fase, os constituintes voláteis não 
interferem, a não ser para manter a fluidez do magma. Numa segunda fase 
(chamada pegmatítica) os gases aumentam, passando a ter ação predominante 
e devido às altas temperaturas e pressões os gases têm sua ação dissolvente 
aumentada, provocando sua percolação nas rochas encaixantes, acarretando a 
formação de novos minerais, como turmalina, topázio, etc. Num terceiro estágio 
(chamado hidrotermal) após a ação dos voláteis, restam ao magma soluções 
residuais contendo água, sílica e grande número de elementos metálicos que vão 
se depositando ou reagindo com as rochas presentes, dando origem às jazidas 
minerais de cobre, ouro, zinco, chumbo, etc. A cristalização do magma pode se 
dar no interior da crosta e, neste caso, o magma se denomina intrusivo ou, 
então, na superfície e, neste caso, denomina-se efusivo. No caso de magma 
intrusivo o resfriamento é bastante demorado, o que provoca rochas bem 
cristalizadas onde o material vítreo não se faz presente. São as rochas 
intrusivas ou plutônicas, das quais o granito é um exemplo. No caso de magma 
efusivo, o resfriamento é bastante rápido, graças às perdas de calor para a 
atmosfera, o que impede uma perfeita cristalização da rocha. Estas rochas são 
chamadas efusivas ou vulcânicas. Nelas é freqüente a presença de matéria 
vítrea, como a obsidiana, os riólitos e os traquitos. O número de rochas existente 
na natureza, tanto plutônicas como vulcânicas é grande, mostrando a existência 
de magmas de composição química diferentes. A seguir temos exemplos de 
rochas magmáticas intrusivas e efusivas: 
 
ROCHAS MAGMÁTICAS INTRUSIVAS 
 
a) com feldspato granito, sienito, diorito, gabro, anortosito. 
b) sem feldspato peridotito, piroxenito, hornblendito 
 
Petrografia 
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____________________________________________________________ 
Curso Técnico em Mineração ..... 
ROCHAS MAGMÁTICAS EFUSIVAS 
 
Riólitos, traquitos, fonólitos, dacitos, andesitos, basaltos. 
 
6 – JAZIMENTO 
 
O jazimento no interior da crosta, isto é, as instrusões magmáticas podem ser de 
duas formas: 
a) Formas concordantes (sill, lacólito, lopólito e facólito). 
b) Formas discordantes (diques, necks, batólitos). 
 
7 – COR DAS ROCHAS MAGMÁTICAS 
 
A cor das rochas magmáticas é função de sua composição mineralógica. 
As cores escuras são devidas à presença de minerais ferro-magnesianos, como 
biotita, augita, hornblenda, etc. As cores claras indicam ausência ou pequenas 
quantidades daqueles minerais e presença de minerais incolores. 
 
8 – GRANULAÇÃO 
 
Denomina-se granulação o tamanho apresentado pelos constituintes de uma 
rocha. De acordo com sua granulação, as rochas podem ser denominadas: 
 
a) Afanítica: rochas de granulação muito fina, onde os constituintes são 
invisíveis a olho nu, geralmente menores que 0,5mm. 
 
b) Faneríticas: rochas cujos constituintes são visíveis a olho nu, geralmente 
maiores que 0,5mm. 
 
9 – ESTRUTURA 
 
Estrutura é a distribuição, ou arranjo, apresentada pelos constituintes de uma 
rocha.. Alguns autores preferem empregar o termo TEXTURA. A seguir, temos 
alguns tipos de estruturas: 
 
a) Granular: é o tipo mais comum das intrusivas. Quando os grânulos 
minerais são bem evidentes. 
 
b) Granitóide: quando os grânulos da rocha tiverem mais ou menos o mesmo 
tamanho. Comum nos granitos e também em outras rochas. 
 
c) Compacta: quando os constituintes forem muito pequenos, não permitindo 
sua determinação macroscópica. Estrutura própria das rochas afaníticas. 
 
d) Porfirítica: caracterizada pela presença de fenocristais bem desenvolvidos 
em contraste com uma base vítrea, afanítica ou fanerítica. 
 
e) Vítrea: quando a rocha apresenta toda a sua superfície completamente 
lisa. Estrutura típica da obsidiana. 
 
Petrografia 
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Curso Técnico em Mineração ..... 
f) Perlítica: caracterizada pela presença de pequenos corpos vítreos, 
arredondados ou globulares, distribuídos dentro de uma massa vítrea. 
 
g) Vacuolar ou vesicular: quando a rocha apresenta um grande número de 
pequenas cavidades (vacúolos ou vesículas) ou bolhas. É típica de rochas 
porosas. 
 
h) Fluidal: estrutura que mostram linhas de fluxo, de escorrimento. 
 
i) Orbicular: estrutura com presença de orbículos (formações arredondadas). 
 
j) Pegmatítica ou gráfica ou cuneiforme: estrutura cujos constituintes 
encontram-se imbricados, em forma de cunha. 
 
10 - DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS ROCHAS MAGMÁTICAS 
 
a) GRANITOS 
 
Os granitos são as rochas mais importantes entre as intrusivas, correspondendo a 
95% delas e a 38% de toda a litosfera. São holocristalinas, de estrutura granular, 
constituídas essencialmente de feldspatos e quartzo. Possuem alto teor de 
sílica, representando as rochas mais ácidas de todas as intrusivas. No Brasil, 
ocorrem na Serra do Mar, Serra da Mantiqueira. O emprego do granito é bastante 
amplo, como material de construção e de pavimentação. Como minerais 
acessórios nos granitos podemos encontrar magnetita, turmalina, berilo, topázio, 
zirconita, apatita, micas (biotita, moscovita), etc. Os granitos são geralmente 
rochas claras. As colorações mais comuns são cinza-claro, rosa, amarelada. 
 
Os granitos são rochas muito resistentes, que se alteram e desintegram com 
lentidão, quando expostas à ação dos agentes de intemperismo. As variedades 
do granito são: 
 
a) Pegmatítico: granito de estrutura pegmatítica 
b) Granito pórfiro: apresenta fenocristais de feldspatos ou, mais raramente, de 
quartzo. 
c) Aplito: granito de granulação muito fina, afanítica. 
 
b) BASALTOS 
 
Os basaltos são as rochas mais abundantes dentre as efusivas. Correspondem a 
45% da crosta terrestre e a 95% das efusivas. São rochas de grande importância, 
tanto pela quantidade como pelos seus produtos de decomposição, os quais 
podem resultar em solos férteis como, por exemplo, a conhecida “terra roxa”. É 
uma rocha muito utilizada como material de construção e pavimentação. São 
encontradas principalmente no Sul do Brasil, onde cobrem uma área de 
aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados. Os basaltos são rochas 
pobres em sílica, portanto são rochas básicas, formadas pela cristalização de 
magmas poucos viscosos. Daí seus derrames nas crostas serem pacíficos, não 
explosivo. São rochas compactas e afaníticas, de granulação muito fina. O 
basalto é freqüentemente escuro, negro, cinza-escuro ou verde enegrecido. 
Petrografia 
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Curso Técnico em Mineração ..... 
Raramente são encontrados basaltos claros. Os feldspatos são abundantes nos 
basaltos,e os seus minerais acessórios mais importantes são olivina, magnetita, 
biotita, etc. A olivina ocorre em grânulos ou cristais. A cor escura dos basaltos é 
devida à cor de seus minerais. Reconhece-se um basalto em decomposição pelo 
aparecimento de uma crosta amarelada, pardacenta ou avermelhada. O primeiro 
mineral a sofrer decomposição é a olivina, dando origem à serpentina, magnesita 
e óxidos de ferro. O intemperismo continuado remove os carbonatos em solução 
e deixa como produtos residuais de decomposição, uma mistura final de quartzo, 
óxidos de ferro e material argiloso, que irá fazer parte do solo formado. A 
variedade mais importante do basalto é o diábase, devido à freqüência com que é 
encontrada. O diábase apresenta uma estrutura ofítica (estrutura em forma de 
ripas dispostas irregularmente). Esta estrutura ofítica e típica de diábase. O 
basalto de olivina é uma variedade de basalto onde a olivina pode ser 
reconhecida macroscopicamente. 
 
c) PERIDOTITO 
 
É uma rocha constituída essencialmente de olivina, contendo freqüentemente 
magnetita. Tem textura granular e cor preta, às vezes esverdeada. 
 
d) SIENITO 
 
Cor de cinza até branco, podendo mostrar tons azulados. Predomina o feldspato 
alcalino, contendo ainda biotita, anfibólio ou piroxênio. Pode conter nefelina. Sua 
granulação está entre milimétrica e centimétrica. 
 
e) ANDESITO 
 
Cinza-escuro ou verde-escuro. Ocorrem fenocristais de feldspatos e anfibólio ou 
piroxênio. 
 
f) GABRO 
 
Cor preta ou verde-escura, textura equigranular. Compõe-se essencialmente de 
piroxênio e de plagioclásio cálcico. Pode ocorrer às vezes a olivina ou anfibólio. 
Fácil de confundir com diábase, que geralmente possui granulação milimétrica e 
o gabro maior que milimétrica. 
 
11 – MAGMATISMO NO BRASIL 
 
Embora, atualmente, não ocorram atividades magmáticas no Brasil, no passado 
tais atividades se manifestaram em altíssima intensidade, alcançando seu 
máximo há cerca de 180 milhões de anos. 
 
Afloram, no Brasil, as rochas magmáticas mais antigas conhecidas na superfície 
da terra. São rochas com idades de 2 bilhões de anos. Dentro dessas áreas 
situam-se cadeias de montanhas de grande importância no relevo brasileiro, 
como a Serra do Mar, a Mantiqueira e as serras das fronteiras do Brasil com as 
Guianas e a Venezuela. 
Petrografia 
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Há mais ou menos 180 milhões de anos, o Brasil foi palco das maiores atividades 
vulcânicas conhecidas no mundo, atingindo todo o sul do país, na Bacia do 
Paraná, Triângulo Mineiro, Rio Grande do Sul. Também no nordeste brasileiro 
houve derrame basáltico, dando origem a basaltos de olivina, que afloram em 
vários locais. São basaltos com fenocristais de olivina e elevado teor de titânio e 
ferro. As últimas atividades vulcânicas no Brasil, ocorridas entre 1 e 50 milhões de 
anos, foram responsáveis pela formação de diversas ilhas do Atlântico, como 
Fernando de Noronha, Trindade, Abrolhos, etc. 
 
Petrografia 
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CAPÍTULO V – METAMORFISMO 
 
1- DEFINIÇÃO 
 
As rochas da litosfera, uma vez formadas, não permanecem como corpos 
estáveis. Ao contrário, estão submetidas a constantes modificações causadas por 
agentes diversos. Portanto, as rochas estão submetidas à evolução, isto é, 
podem ser transformadas em outras rochas. A parte da Petrografia que estuda 
essas transformações constitui o metamorfismo. 
 
Metamorfismo é um conjunto de fenômenos de que participam calor, pressão, 
vapor d´água e ação química de soluções, capaz de transformar uma rocha pré-
existente em outra, mediante modificações estruturais ou mineralógicas. Se, por 
exemplo, uma rocha formada sob condições normais de temperatura e pressão é 
submetida a altas temperaturas ou pressões, ocorrem reações entre os minerais 
pré-existentes e a rocha sofre uma recristalização, com a formação de minerais 
novos. Se o processo é tal que a transformação é estrutural e mineralógica, 
mantida constante a composição química global, diz-se que houve 
metamorfismo, a rocha formada é metamórfica e os novos minerais são 
minerais metamórficos. É importante observar que o processo metamórfico se 
faz em rochas sólidas, não havendo fase líquida, como ocorre no magmatismo. 
Em princípio, qualquer rocha da litosfera pode sofrer metamorfismo, mas é nas 
sedimentares que seu efeito se torna mais evidente. 
 
2 – METAMORFISMO DE CONTATO 
 
Ocorre no contato entre corpos magmáticos e rochas encaixantes, geralmente 
sedimentares. Há uma acentuada ação do calor do magma sobre o sedimento e o 
sedimento é transformado, recristalizando-se e formando novos minerais. Por 
exemplo, se a rocha encaixante for de natureza calcária, o calor elevado provoca 
a reação entre calcita e sílica, produzindo um novo mineral, wollastonita, com 
desprendimento de CO2. 
 
 CaCO3 + SiO2 CaSiO3 + CO2 
 (calcita) (sílica) (wollastonita) 
 
Se o calcário contém Mg (calcário dolomítico), há formação de diopsídio, pela 
reação entre dolomita e sílica. 
 
 CaMg (CO3)2 + 2 SiO2 CaMg (SiO3)2 + 2 CO2 
 (dolomita) (sílica) (diopsídio) 
 
3 – METAMORFISMO REGIONAL OU DINAMOMETAMORFISMO 
 
A amplitude do metamorfismo regional é muito maior que o metamorfismo de 
contato, afetando grandes regiões da litosfera. Esse tipo de metamorfismo age 
nas bacias oceânicas, sobre sedimentos depositados ao longo de milhões de 
anos. As rochas resultantes do metamorfismo regional são encontradas nas 
Petrografia 
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regiões de grandes dobramentos da crosta. Como exemplo, tem-se a formação 
de granada, a partir de anortita, calcita e sílica. 
 
 CaAl2Si2O8 + 2 CaCO3 + SiO2 Ca3Al2(SiO4)3 + 2 CO2 
 (anortita) (calcita) (sílica) (granada) 
 
Outros minerais resultantes do metamorfismo regional são: talco, clorita, sericita, 
turmalina, etc. 
 
4 – METASSOMATISMO 
 
Nos processos metamórficos ocorrem transformações estruturais e mineralógicos 
nas rochas pré-existentes, mas o fenômeno se realiza sem que haja alteração na 
composição química global. É muito difícil, porém, sistemas fechados na 
natureza. Freqüentemente ocorrem também modificações na composição 
química. Sempre que isto ocorre, tem-se o processo chamado metassomatismo. 
 
5 – ESTRUTURAS DAS ROCHAS METAMÓRFICAS 
 
a) Xistosa: sob a ação do stress, formam-se camadas ou leitos, distribuídos 
segundo faixas de mesma orientação, que se formam quando há 
predominância de minerais laminares, prismáticos ou tabulares e de 
clivagem muito fácil, como micas, talco, clorita e anfibólios. Essa 
distribuição paralela dá lugar a uma estrutura foliada ou laminada, 
chamada xistosidade, que caracteriza a estrutura xistosa. 
 
b) Granular ou granoblástica: ocorre quando a rocha é constituída 
predominantemente de minerais sem desenvolvimento preferencial 
(equidimensionais), como quartzo, feldspatos e calcita. É estrutura típica de 
mármores e quartzitos. 
 
c) Gnáissica: é uma estrutura mista, composta de estrutura xistosa e granular, 
dispostas em faixas alternadas que diferem em composição mineralógica. 
A rocha tende a se quebrar com maior facilidade segundo as direções 
xistosas. É estrutura característica dos gnaisses. 
 
6 – PRINCIPAIS ROCHAS METAMÓRFICAS 
 
a) QUARTZITOS: 
 
São rochas metamórficas constituídas essencialmente de quartzo, derivadas 
principalmentede rochas sedimentares arenosas (arenitos). Em função da 
intensidade do metamorfismo, ocorrem todas as transições entre quartzitos e 
arenitos. Além do quartzo, outros minerais podem ocorrer, como pirita, óxidos de 
ferro, feldspatos, cianita, granada, etc; mas sempre com caráter acessório. Os 
grânulos de quartzo são cimentados por sílica, donde a alta dureza, compacidade 
e resistência dos quartzitos. Isto fornece um critério prático para distinção entre 
quartzitos e arenitos. Nas fraturas de arenitos, o cimento rompe-se mas os 
grânulos de quartzo permanecem inalterados, enquanto nos quartzitos a fratura 
rompe indistintamente grânulos e cimento. 
Petrografia 
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A cor dos quartzitos é usualmente clara (branca, cinza ou amarelada), podendo 
ser afetada pela presença de minerais acessórios, quando em grandes 
quantidades podendo, então, ser verde, vermelha, azul, preta, etc. Também 
podem ser manchados ou terem camadas de cores diferentes. Suas variedades 
podem ser: 
 
a) quanto à estrutura: quartzito xistoso, quartzito granular, etc. 
 
b) quanto à composição mineralógica: quartzito de grafita, quartzito piritoso, 
quartzito aurífero, etc. 
 
c) itacolomito ou quartzito flexível: quartzito micáceo e muito comum no 
Brasil, dotado de flexibilidade, comumente aurífero. 
 
d) Itabirito: é uma variedade de quartzito que, além de quartzo, possui grande 
quantidade de hematita. Este nome foi tirado do pico de Itabira (MG) por 
W. Von Eschwege, em 1822. 
 
b) MÁRMORES: 
 
São rochas de estrutura granoblástica, constituídas essencialmente de calcita e 
dolomita, apresentando outros minerais acessórios, como tremolita, granada, 
diopsídio, epídoto, olivina, talco, serpentina, etc. Originam-se pela ação do 
metamorfismo (regional ou de contato), sobre sedimentos de calcita ou dolomita 
(sedimento calcários). 
 
A cor normal dos sedimentos é branca, mas material carbonoso e óxidos de ferro, 
além dos minerais acessórios, causam outras cores, como cinza, amarelada, 
vermelha, rosa, preta. A distribuição de cores é heterogênea, resultando 
mármores manchados. As variedades de mármore são: 
 
a) mármores calcíticos, mármores dolomíticos 
b) mármores de biotita, mármores de tremolita 
c) mármores estatuários são os mais puros e brancos 
d) mármores de arquitetura são os de cor mais homogênea 
e) mármores ornamentais são os que se destacam por efeito de cores 
variadas em manchas. 
f) cipolino mármore micáceo 
 
Os mármores calcíticos efervescem em HCl a frio e os mármores dolomíticos 
efervescem em HCl aquecido. 
 
c) ARDÓSIAS: 
 
São rochas formadas a partir de sedimentos argilosos e metamorfismo pouco 
intenso. Constituídas essencialmente de mica, clorita e quartzo, com grafita, 
hematita, turmalina, etc, como acessórios. 
 
Sua granulação é tão fina que impede o reconhecimento macroscópico de seus 
constituintes. São rochas densas, homogêneas, caracterizadas por uma 
Petrografia 
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fissibilidade perfeita, que nada mais é que uma xistosidade plana muito fina e 
regular. Também se caracteriza por quebrarem em grandes placas. 
Sua cor é cinza ou preta e é fácil de ser riscada. Possui um aspecto sedoso nos 
planos. 
 
 
d) GNAISSES: 
 
Os gnaisses são as rochas metamórficas mais abundantes e disseminadas na 
natureza, constituindo grande parte dos terrenos mais antigos da litosfera, como 
as rochas do complexo cristalino brasileiro. 
 
Sua composição mineralógica essencial é quartzo, feldspatos e micas, à qual 
podem se associar muitos acessórios como grafita, hornblenda, turmalina, 
granada, etc. 
 
São rochas formadas pelo metamorfismo regional. Possuem cor cinza, rósea, até 
quase preta. Assemelha-se muito aos granitos. O emprego dos gnaissess 
também é semelhante ao dos granitos. As variedades de gnaisse podem ser 
quanto a: 
 
a) Gênese: 
 
Ortognaisse ( quando derivada do metamorfismo de rochas 
magmáticas. Por exemplo, dos granitos. 
Paragnaisse (quando derivada do metamorfismo de rochas 
sedimentares) 
Metagnaisse ( quando a origem é desconhecida) 
 
b) Estrutura: 
 
Gnaisse fibroso 
 Gnaisse granitóide 
 Gnaisse porfiróide 
 
c) Composição mineralógica: 
 
 Gnaisse de ortoclásio 
 Biotita-gnaisse 
 Granada-gnaisse 
 Grafita-gnaisse 
 
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e) MICAXISTOS: 
 
São rochas com estrutura xistosa, constituídas essencialmente de micas e 
quartzo, podendo conter outros minerais acessórios como feldspatos, turmalina, 
grafita, hematita, magnetita, granada, etc. Derivam principalmente de rochas 
sedimentares de granulação fina. Possuem cor prateada, cinzenta ou preta. As 
micas atribuem à rocha sua xistosidade pronunciada. As variedades dependem 
da composição mineralógica e podem ser: 
 
a) Quanto à natureza das micas: Biotitaxisto, moscovitaxisto,sericitaxisto. 
b) Quanto à natureza e teor dos acessórios: micaxisto feldspatizado, 
micaxisto de granada, de hornblenda, etc. 
 
OBS: Quando a mica é inteiramente substituída por outros minerais, a ponto de 
se transformar em mineral acessório, esta substituição dá origem a outras rochas 
xistosas. Assim, quando o talco é mineral essencial, tem-se talcoxisto; quando é 
clorita, cloritaxisto, etc. Estas rochas apresentam, de modo geral, as mesmas 
características dos micaxistos. 
 
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CAP VI-- PROCESSO SEDIMENTAR DE GÊNESE 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
Apesar de, em volume, as rochas sedimentares representarem apenas 5% da 
litosfera, em superfície ocupam 75% da área total. Isto se dá porque as rochas 
sedimentares são de ocorrência superficial, situando-se muito raramente a 
profundidades superiores a 1000 metros. Uma distinção deve ser feita entre rocha 
sedimentar e sedimento. Sedimento é um depósito de mineral sólido, na 
superfície da terra, formado por algum meio natural (água, vento, geleira), sob 
condições normais de temperatura e pressão. Rocha sedimentar é o sedimento 
consolidado, endurecido, por um agente cimentante qualquer. A rocha sedimentar 
é formada a partir de qualquer rocha pré-existente (eruptiva, metamórfica ou outra 
sedimentar). Sua formação tem origem no momento em que fragmentos dessas 
rochas primitivas são desalojados, por algum processo de desagregação e passa 
por quatro fases: INTEMPERIZAÇÃO, TRANSPORTE, DEPOSIÇÃO e 
CONSOLIDAÇÃO (DIAGÊNESE). 
 
 
A) INTEMPERIZAÇÃO: 
 
A intemperização resulta de um conjunto de processos que, agindo sobre 
minerais de rochas da superfície terrestre, ocasionam sua degradação, graças à 
ação de agentes atmosféricos e biológicos. A intemperização fornece material 
para o sedimento. Em resumo, a intemperização (ou intemperismo) causa a 
troca de um estado maciço por um estado clástico (partículas desagregadas de 
rochas pré-existentes), e conseqüente formação do sedimento. É importante 
observar que a desintegração física e a decomposição química não são 
processos isolados, ao contrário, ocorrem sempre conjuntamente, um 
completando a ação do outro. O processo físico de intemperização atua no 
sentido de reduzir o tamanho dos minerais, não interferindo na sua 
composição química,sendo resultado principalmente da ação mecânica da 
água e da temperatura. A temperatura é o principal agente da desintegração 
física. O aquecimento provocado pelo calor solar, seguido de resfriamento 
noturno, provoca dilatações e contrações sucessivas nos minerais, o que provoca 
a fadiga desses minerais e seu conseqüente rompimento, sendo deste modo 
facilmente desagregados e reduzidos a pequenos fragmentos. Os coeficientes de 
dilatação térmica dos minerais são diferentes entre si. As rochas afetadas por 
este processo tendem a esfoliar-se tomando a forma arredondada, provocando a 
formação dos chamados matacões solares ou matacões de esfoliação. Leinz e 
Amaral mediram variações de temperatura, em rochas, no interior da Bahia. Veja 
abaixo os valores medidos: 
 
NATUREZA 17 HORAS 5 HORAS 
 
Temperatura da atmosfera 36ºC 20ºC 
Temperatura de rocha preta 63ºC 26ºC 
Temperatura de rocha clara 55ºC 23ºC 
 
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O processo químico de intemperização é da maior importância. Causa 
alterações, muitas vezes sensíveis, na composição dos minerais. É o processo 
mais rápido de destruição de rochas, caracterizado por reações químicas que 
ocorrem entre os minerais das rochas e soluções aquosas diversas e gases da 
atmosfera e do interior dos sedimentos. Os principais responsáveis pela 
decomposição química são a água e CO2, porém, gases atmosféricos (O2) e sais 
solúveis também dão grande contribuição ao processo químico de 
intemperização. Os processos de decomposição química podem ser classificados 
de acordo com a natureza da reação química predominante. Os principais são os 
seguintes: 
 
a) OXIDAÇÃO: é um dos processos mais comuns na natureza, atingindo 
principalmente os minerais ricos em Fe++.Assim, os sulfetos são oxidados 
dando origem a sulfatos e ácido sulfúrico, como no caso da pirita (FeS2): 
 
2FeS2 + 2H20 + 7O2  2FeSO4 + 2H2SO4 
 
Também a siderita (FeCO3) sofre a ação do O2 dando origem à hematita: 
 
4FeCO3 + O2  2Fe2O3 + 4CO2 
 
A oxidação de minerais ricos em Fe++ provoca a formação de um camada de cor 
vermelha ou amarela na rocha, que é o primeiro indício de decomposição. 
 
b) REDUÇÃO: é menos freqüente na natureza. Ocorre em locais de aeração 
eficiente ou em ambientes de putrefação. Neste caso pode-se formar sulfetos 
a partir de sulfatos, pirita a partir de Fe2(SO4)3. 
 
c) CARBONATAÇÃO: é, provavelmente, o processo mais importante de 
destruição de rochas, uma vez que o CO2 dissolvido na água reage com 
feldspatos, resultando argila. 
 
Feldspato + H2O + CO2  argila + carbonato + sílica 
 
Também outros minerais sofrem o processo de carbonatação, como micas, 
olivina, etc. 
 
d) HIDRATAÇÃO: é a incorporação de água na rede cristalina do mineral. É o 
que ocorre na formação da gipsita a partir da anidrita. 
 
CaSO3 + nH20  CaSO4 + 2H2O 
 
Do mesmo modo, óxidos de ferro hidratados formam-se a partir de hematita. 
 
Fe2O3+ nH2O  Fe2O3 + nH2O 
 
e) HIDRÓLISE: resulta da ação da água sobre minerais, notadamente silicatos. 
Por exemplo, ortoclásio originando carbonita. 
 
2AlSi3O8 + 3H2O  Al2(OH)4Si2O5+2KOH + 4SiO2 
Petrografia 
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A ação de agentes biológicos é de menor importância e existe quando há 
interferência de agentes vegetais e animais no processo de intemperização, como 
raízes, microorganismos, ácidos orgânicos liberados por plantas e o próprio 
homem. 
 
 
 B) TRANSPORTE: 
 
A intemperização origina um material solúvel em água e um material residual 
detrítico (restos), que podem ou não permanecer no mesmo local da rocha 
primitiva. Quando ocorre transporte da fração detrítica, este é geralmente 
realizado pela água, vento ou geleira, acumulando o material onde as condições 
são mais favoráveis. A água é o principal agente de transporte, levando material 
em suspensão, como areias e argilas, ou por rolamento como seixos e 
matacões. Este meio de transporte caracteriza-se por provocar no material 
transportado, superfícies polidas e contorno arredondado. O quadro abaixo 
permite avaliar a quantidade de material transportado por águas de rios, durante 
um ano. 
 
RIO SUSPENSÃO (TON /ANO) 
 MISSISSIPI 400 000 000 
 AMAZONAS 425 000 000 
 SÃO FRANCISCO 9 800 000 
 PARAÍBA 5 500 000 
 
O vento tem menor importância que a água, sendo seus efeitos mais sentidos em 
regiões áridas. Carrega apenas partículas pequenas (máximo de 5mm), porém 
a distância pode ser muito grande. Assim é que areias do Saara são 
transportadas pelo vento até a Inglaterra, a mais de 3000Km de distância. No mês 
de março de 1901 o vento depositou cerca de 4 milhões de toneladas de areia do 
Saara sobre a Europa. 
 
O vento provoca arredondamento da material, que também apresenta superfícies 
riscadas e foscas. O transporte feito por geleiras, hoje de pequena importância, 
é evidenciado por presença de seixos e matacões estriados, resultantes do 
arrastamento e também pela mistura heterogênea do material. 
 
C) DEPOSIÇÃO: 
 
O material intemperizado é depositado em algum local, que recebe o nome 
genérico de bacia de sedimentação, das quais o oceano é a principal, 
recebendo cerca de 90% do material. Estes depósitos são marcados pelos 
meios de transporte e apresentam características próprias de cada um, 
objetos de estudo da Geomorfologia. 
 
D) CONSOLIDAÇÃO (DIAGÊNESE): 
 
Os depósitos sedimentares são constituídos de minerais e fragmentos de rochas 
que, sob ação contínua de agentes geológicos, tendem a sofrer consolidação, 
Petrografia 
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transformando-se em rochas sedimentares como, por exemplo, a consolidação 
de areias formando arenitos, de argilas formando folhelhos, etc. O 
endurecimento e a aglutinação desses minerais e fragmentos pode ser devidos a 
vários fatores, tendo maior destaque a ação de agentes cimentantes depositados 
durante ou posteriormente à formação do sedimento. Estes agentes cimentantes 
são de natureza diversa do material intemperizado, no caso de sedimentos 
detríticos e mesma natureza no caso de sedimentos resultantes de precipitação 
química ou orgânica como, por exemplo, nos calcários, onde os minerais (calcita, 
dolomita, etc) são cimentados pelo próprio carbonato. 
 
Algumas características das rochas sedimentares, como dureza, cor, são 
conseqüência do cimento presente, que pode ser de diversos tipos. Os mais 
freqüentes são os seguintes: 
a) sílica: confere cor branca e alta dureza à rocha; é geralmente colorido 
por óxidos de ferro; 
b) carbonato: calcítico ou dolomítico, de cor branca e facilmente 
reconhecido pela reação com ácidos, provocando efervescência; 
c) matéria orgânica: de cor escura ( cinza ou preta); é facilmente 
destruída por água oxigenada; 
d) óxidos de ferro: conferem cor vermelha ou amarela á rocha, conforme 
seu grau de hidratação; 
e) argila: endurecidadevido à compactação, pode ser agente cimentante 
de partículas grosseiras, provoca odor de barro molhado, sendo de 
cor branca, mas geralmente colorida por óxidos de ferro. 
 
É importante observar que a diagênese é um processo superficial de 
endurecimento de sedimentos, realizado em condições normais de temperatura e 
pressão. 
 
 2) COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA DAS ROCHAS SEDIMENTERES 
 
Do intemperismo resulta um material solúvel, removido por água e um material 
constituído de minerais que resistiram ao intemperismo e minerais que se 
formaram em conseqüência do intemperismo. O material que resistiu ao 
intemperismo é constituído de minerais considerados indecomponíveis, como 
quartzo, turmalina, zirconita,topázio, granada, corindon, monazita, rutilo, ilmenita e 
outros menos freqüentes. 
 
Constitui a fração areia dos sedimentos detríticos, embora possam aparecer em 
outras frações e seu estudo é de grande importância na determinação da gênese 
e evolução dos sedimentos. Estes minerais não sofrem influência de agentes 
químicos de intemperização, sendo afetados apenas por processos físicos, como 
fratura, abrasão, etc, que atuam no sentido de diminuir seu tamanho. 
 
Em conseqüência do intemperismo, minerais considerados decomponíveis 
( feldspatos, feldspatóides, biotita, olivina e outros) tendem a desaparecer dos 
sedimentos, dando origem a minerais secundários, que se formam através de 
reações químicas entre aqueles minerais primitivos e agentes externos. Desta 
maneira originam-se as argilas, serpentina, clorita, moscovita, hematita e outros. 
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Estes minerais constituem a fração argila dos sedimentos, estando praticamente 
ausentes das frações mais grosseiras. 
 
Os dois tipos de minerais predominam nas rochas sedimentares detríticas, mas 
quase não resultam de precipitação de sais em solução, sais estes removidos 
pela água das rochas intemperizadas. Quando estes sais encontram condições, 
precipitam-se dando origem a novos minerais, como calcita, dolomita, magnetita, 
halita e outros. 
 
3) ESTRUTURA DAS ROCHAS SEDIMENTARES 
 
Estrutura é o modo de se disporem as partículas em um rocha sedimentar. As 
características estruturais de uma rocha são dadas por 3 componentes, que nem 
sempre aparecem associados: partículas ou grânulos, que são os componentes 
maiores; matriz, de material mais fino, que preenche os interstícios entre as 
partículas; cimento, material coloidal, que liga partículas e matriz. 
 
Partículas e matriz formam uma associação relativa. Assim, grânulos de areia 
constituem partículas em matriz de argila, da mesma forma que seixos são 
partículas em matriz de areia. 
 São observadas as seguintes estruturas: 
 
a) Estrutura detrítica ou clástica ou fragmentária: como o nome indica, é 
própria de rochas detríticas, sendo caracterizada pela presença de 
partículas irregulares, fraturadas, arredondadas, existindo pequeno contato 
entre eles. 
b) Estrutra cristalina: própria de sedimentos de precipitação, caracteriza-se 
pelo maior contato entre os grãos, muitos dos quais podem apresentar 
faces de cristal. 
Não está excluída a possibilidade de ocorrência de cristais na estrutura 
detrítica ou de material detrítico na estrutura cristalina. Tanto um como outro 
ocorre com freqüência. As duas estruturas podem ocorrer simultaneamente numa 
rocha. 
 
A forma das partículas é definida através de dois parâmetros: esfericidade e 
arredondamento, determinados macroscopicamente nas frações maiores dos 
sedimentos (matacões, seixos, cascalhos). A forma não é, em geral, 
caracterizada em grânulos das frações siltes e argilas. Esfericidade de um grânulo 
é seu grau de aproximação com a forma esférica. O arredondamento mostra a 
maior ou menor angularidade das arestas e vértices de um grânulo. 
 
4) CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES 
 
A) SEDIMENTOS DETRÍTIICOS NÃO CONSOLIDADOS 
 
 AREIAS 
 ARGILAS 
 
B) SEDIMENTOS DETRÍTICOS CONSOLIDADOS 
 
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 RUDÁCEOS 
 CONGLOMERADOS 
 BRECHAS 
 ARENOSOS 
 ARENITOS 
 ARCÓSIOS 
 
 SILTOSOS 
 SILTITOS 
 
 ARGILOSOS 
 FOLHELHOS 
 ARGILITOS 
 
C) SEDIMENTOS NÃO DETRÍTICOS ( PRECIPITAÇÃO QUÍMICA OU 
ORGÂNICA) 
 
 CALCÁRIOS CALCÍTICOS 
 CALCÁRIOS DOLOMÍTICOS 
 SÍLEX 
 DEPÓSITOS FERRUGINOSOS 
 FOSFORITOS 
 GUANOS 
 TURFAS 
 CARVÕES 
 SEDIMENTOS BETUMINOSOS 
 CLORETOS 
 SULFATOS 
 NITRATOS 
 
5) DESCRIÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES 
 
AREIAS 
 
O nome areia é dado a toda fração de sedimento cujas partículas têm diâmetro 
situado entre 2mm e 0,02mm. 
 
As areias não possuem composição mineralógica definida, embora o quartzo 
sempre predomina, por sua abundância na natureza e sua resistência à 
decomposição química. Outros minerais considerados indecomponíveis, como 
mosvovita, monazita, turmalina, rutilo, zirconita, granada, etc, ocorrem associados 
ao quartzo. 
 
A cor da areia é conseqüência dos minerais presentes e de impurezas que 
possam ocorrer. Areia pura, contendo quase só quartzo é branca; óxidos de 
ferro colorem-na de amarelo; areias pretas são ricas em ilmenita e magnetita; 
coloração dourada é devida à presença de micas (moscovita, flogopita) ou de 
pirita. Argilas, quando associadas à areia, conferem a esta coloração cinza, o 
mesmo acontecendo com matéria orgânica. 
Petrografia 
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As variedades de areia são designadas pelo mineral que as caracterizam. Assim, 
temos: areia quartzífera, areia monazítica, areia zirconífera, magnetítica, 
ilmenítica, micácea,etc. 
 
ARGILAS 
 
O termo argila, usado com sentido granulométrico, significa a fração sedimento 
constituída de partículas com diâmetro máximo de 0,02mm, independente da 
composição mineralógica. 
 
Na fração granulométrica argila, predominam os minerais de argila: ilita, 
montmorilonita, etc, ao lado de minerais, como quartzo, micas, turmalina e outros. 
 
Como nas areias, a cor dos sedimentos argilosos depende da composição 
mineralógica e presença de impurezas. Cor branca indica ausência de 
impurezas e predominância de minerais de argila. Outras colorações (vermelha, 
amarela, cinza,etc) existem em conseqüência de óxidos de ferro e matéria 
orgânica. 
 
Os tipos mais comuns de argila são os seguintes: 
a) Argila refratária: possui alto teor de sílica e, devido sua capacidade de resistir 
a altas temperaturas, é muito utilizada como material refratário. 
b) Argila residual: resulta da decomposição de minerais, com sedimentação no 
próprio local; é argila que não sofreu transporte e, em conseqüência, está 
freqüentemente acompanhada de fragmentos da rocha primitiva. 
c) Loess: argila pouco coerente, facilmente pulverizada com os dedos. 
d) Terra de Fuller: argila constituída essencialmente de montmorilonita e 
feldspato. Tem propriedades absorventes que permitem sua utilização como 
clarificantes. 
e) Argila abissal: argila depositada em grandes profundidades no oceano, exibe 
grande quantidade de matéria orgânica. 
f) Bentonita: resultante da alteração de material vulcânico, com predominância 
de montmorilonita. 
 
ROCHAS RUDÁCEAS 
 
Nas rochas rudáceas destacam-se os constituintes com tamanho superior a 
2mm, consolidados por um agente cimentante qualquer. São rochas geralmente 
não estratificadas e sua cor é determinada pela matriz, argilosa ou arenosa, 
influenciada peloscomponentes maiores e pelo material cimentante. As rochas 
rudáceas podem ser de dois tipos: conglomerados e brechas. 
 
CONGLOMERADOS: são rochas formadas de fragmentos arredondados, 
denunciando transporte do material. Os principais constituintes mineralógicos são: 
quartzo, calcedônia, fragmentos de rocha, como quartzitos, sílex, calcários, 
rochas ígneas, etc. Os conglomerados são conhecidos também por pedras 
pudim (“pudding stones”). 
 
BRECHAS: Ao contrário dos conglomerados, as brechas mostram fragmentos 
angulosos, característicos de transporte pequeno ou ausente. A composição 
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mineralógica é semelhante à dos conglomerados: quartzo, calcedônia, fragmentos 
de vários tipos de rochas. 
 
A diferença fundamental entre as duas rochas rudáceas está na fase de 
transporte do material, muito acentuado nos conglomerados e praticamente 
ausente nas brechas. 
 
 ROCHAS ARENOSAS 
 
Predomina, nas rochas arenosas, a fração areia, embora ocorram usualmente 
argilas, siltes e até mesmo fragmentos com tamanho superior ao das areias. As 
rochas arenosas de maior importância são arenitos e arcósios. 
 
ARENITOS: resultam da consolidação de depósitos de areia, por um agente 
cimentante qualquer, geralmente sílica, carbonatos, óxidos de ferro ou argilas. O 
mineral predominante é quartzo, normalmente associado a micas, feldspatos, 
turmalina, magnetita, granada, rutilo, etc. Normalmente, o quartzo constitui mais 
de 90% do material detrítico dos arenitos, chegando a 99% como no arenito 
Botucatu. Predominam cores claras, conseqüência do cimento presente, embora 
sejam comuns arenitos vermelhos e amarelos, coloridos por óxidos de ferro, ou 
ainda arenitos escuros, coloridos por óxidos de manganês ou matéria orgânica. 
 
São rochas estratificadas e altamente porosas, com 12 a 35% de porosidade. 
Esta alta porosidade faz com que os arenitos sejam excelentes depósitos de 
água. 
 
No estado de São Paulo, o arenito Botucatu e o arenito Bauru são praticamente 
infalíveis para obtenção de água. Como exemplo pode ser citado um poço 
artesiano na cidade de Lins, no arenito Bauru, que apresenta uma vazão de 500 
000 litros por hora. Há várias variedades da arenito: 
 
a) quanto ao tipo de cimento: arenito silicoso, arenito ferruginoso, arenito 
calcário, etc; 
b) quanto aos minerais presentes: arenito micáceo, arenito piritoso, arenito 
aurífero, arenito feldspático, etc; 
 
Além destas variedades, há outras: 
1) GRIT: arenitos que apresentam grânulos de quartzo com forma 
angular, demonstrando ausência de transporte; 
2) QUARTZITO SEDIMENTAR: arenito com cimento silicoso, 
cristalizado como quartzo; 
3) GANISTER: arenito com cimento silicoso. Grânulos são de forma 
angular; 
4) GRAUVACA: arenito mal estruturados e heterogêneos. 
 
ARCÓSIOS: são rochas arenosas com teor elevado de feldspatos, constituindo 
sempre mais de 25% da rocha. Resultam da decomposição de rochas ricas em 
feldspatos, principalmente granitos e gnaisses. A composição mineralógica de 
arcósios é semelhante a dos arenitos, diferenciando apenas na maior quantidade 
de feldspatos. Os feldspatos estão sempre em processo de decomposição, 
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apresentando sinais de argilas. O alto teor de feldspatos mostra que os arcósios 
são rochas imaturas e, pelo desaparecimento desses minerais, tendem a se 
transformar em arenitos. 
 
 
ROCHAS SILTOSAS 
 
São rochas constituídas, predominantemente, de material da fração silte 
(diâmetro entre 1/16 e 1/256 mm). Essas rochas recebem o nome genérico de 
siltitos. Os siltitos resultam da consolidação de siltes, por um cimento qualquer, 
sendo os mais comuns: argilas, óxidos de ferro e carbonatos. Sua cor é 
normalmente cinza, em conseqüência da presença quase constante de matéria 
orgânica. Nos siltitos eólicos, são freqüentes as cores vermelha e amarela, 
ocasionadas pela presença de óxidos de ferro. Os principais minerais que 
ocorrem nos siltitos são: quartzo, feldspatos, moscovita e outros acessórios de 
rochas magmáticas e metamórficas. Apresentam, sempre, quantidade apreciável 
de minerais pesados (minerais com densidade superior a 2,8). 
 
 
ROCHAS ARGILOSAS 
 
São as rochas de granulação mais fina, formadas pela consolidação de depósitos 
argilosos. Predominam partículas com diâmetro inferior a 0,002mm, não 
estando, porém, excluída a possibilidade de ocorrência de partículas mais 
grosseiras, sempre em quantidades mínimas, não representativas. Devido à 
granluação extremamente fina, são untuosas ao tato e, como toda rocha que 
contém argila, apresentam cheiro característico de barro, quando umedecidas. 
Essas rochas argilosas são os folhelhos e argilitos. 
 
FOLHELHOS: são rochas semelhantes aos argilitos, diferindo por mostrar uma 
estratificação típica, laminar, onde as lâminas têm condições de deposição. 
Assim, cores cinza, preta, azulada indicam origem em depósitos argilosos 
marinhos ou fluviais. Outras cores, menos comum, verde ou vermelha, são 
conseqüência de material cloritoso ou de óxidos de ferro. A composição 
mineralógica de folhelhos não difere muito da dos argilitos. Predominam 
minerais de argila, acompanhados de quartzo, micas,etc. A ocorrência de 
feldspato é ocasional; matéria orgânica é comum. Apresentam porosidade da 
ordem de 13%, exclusivamente na forma de microporos, o que torna essas rochas 
impermeáveis não sendo, pois, rochas fornecedoras de água. Os folhelhos 
são as rochas sedimentares mais abundantes na natureza, sendo 50% delas. Sua 
granulação tão fina dificulta seu estudo, que somente é viável com raio x, 
microscopia e outras técnicas. Assim como os argilitos os folhelhos podem estar 
atravessados por veios de sílica ou calcita. As variedades mais importantes dos 
folhelhos são: 
 
a) FOLHELHO CALCÁRIO: apresenta apreciável quantidade de 
carbonatos 
b) FOLHELHO BETUMINOSO: rochas oleígenas, contendo material 
betuminoso 
 
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ARGILITOS: são sedimentos argilosos consolidados, não apresentando 
laminação ou estratificação. Sua composição mineralógica é semelhante à das 
argilas, predominando caolinita, quartzo, turmalina, micas, feldspatos, etc. A cor 
dos argilitos varia entre verde escuro, cinza e parda, em função da presença de 
material resultante da decomposição de minerais ferromagnesianos, matéria 
orgânica e óxidos de ferro. Outras cores são menos freqüentes. A rocha pode 
estar atravessada por veios de ferro ou cobre. Os argilitos tendem a evoluir para 
folhelhos. 
 
 ROCHAS CALCÁRIAS 
 
São rochas estratificadas, de origem química ou orgânica, motivo pelo qual é 
generalizada a ocorrência de fósseis nesses sedimentos. A rocha calcária mais 
importante é o calcário. Na sua composição mineralógica predomina a calcita, 
associada ou não à dolomita, podendo ocorrer outros carbonatos, como 
aragonita, magnesita. Também são freqüentes, em caracter acessório, quartzo, 
turmalina, zirconita, granada, todos considerados minerais indecomponíveis, bem 
como argilas e feldspatos. A cor dos calcários é conseqüência de impurezas. 
Calcários brancos, amarelados ou cinza claros são normalmente os mais puros; 
óxidos de ferro conferem cores vermelha ou parda; matéria orgânica torna o 
calcário cinza escuro ou preto e argilas o torna cinza parda. É muito comum a 
ocorrência de veios de sílica, calcita, fluorita, etc, atravessando a rocha em 
qualquerdireção. Os calcário são rochas intensamente utilizadas em agricultura, 
para a prática de calagem (elevação do Ph de solos ácidos). Também é usado na 
indústria, para fabricação de cimento e outros materiais de construção. Os 
calcários são rochas de fácil reconhecimento solubilizando-se com 
efervescência, a frio ou a quente, em HCl diluído. Apresenta grande número de 
variedades, tais como: 
 
1) CALCÁRIOS DE ORIGEM ORGÂNICA 
a) calcário dolomítico: contém mais de 10% de dolomita. Sua 
densidade é mais elevada e sua solubilidade em HCl é tanto mais 
difícil quanto maior for o teor de dolomita.O calcário dolomítico 
somente é solúvel em HCl aquecido. 
b) calcário oolítico e pisolítico: caracterizado pela presença de 
concreções calcárias, esferoidais, com camadas dispostas 
concentricamente em torno de um núcleo, que pode ser grânulo 
mineral ou fragmento de concha. As concreções formam-se em 
ambiente aquático e são denominadas oolito, quando com tamanho 
inferior a 2mm, e pisólito, quando maiores que 2mm. 
c) vasa abissal: depósito não consolidado, de mar profundo, 
constituído de restos de microorganismos. 
d) giz: calcário de granulação muito fina e elevada pureza. Sua 
consistência varia de friável e mole a compacta e dura. 
e) calcário betuminoso: de cor escura, rico em betume, apresentando 
cheiro característico dessa substância. 
 
2) CALCÁRIOS DE ORIGEM QUÍMICA 
a) travertino: calcário formado por precipitação de calcita em água 
doce, com estrutura compacta ou porosa. 
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b) estalactite e estalagmite: são acumulações de calcita encontradas 
em tetos ou pisos de grutas calcárias. 
 
ROCHAS SILICOSAS 
a) sílex: é uma rocha muito compacta, constituída de calcedônia e 
quartzo. Sua coloração é bastante variada, sendo mais comum a 
cinza. 
b) terra silicosa: depósito silicoso de origem orgânica. 
c) Sínter silicoso: rocha porosa, formada por deposição de sílica nas 
proximidades de fontes termais. 
 
ROCHAS FERRUGINOSAS 
São rochas ricas em minerais de ferro, notadamente hematita, magnetita, 
limonita, siderita, pirita, etc. Entre estas rochas citam-se arenitos ferruginosos, 
calcários ferruginosos e outras. Além dessas, são encontradas outras: 
1) minérios de ferro em camadas 
2) minérios de ferro do pântano 
 São comumente rochas oolíticas. 
 
ROCHAS FOSFATADAS 
1) fosforitas: são rochas fosfatadas de origem orgânica, resultante de 
acumulação de detritos de peixes, répteis e mamíferos. Exibem cores 
cinzas, parda ou preta. Restos orgânicos (fragmentos de conchas e 
ossos, restos de peixe, etc) podem estar presentes. São rochas de 
aspecto muito variado, podendo ser compacta ou porosa, de textura fina a 
grosseira. As fosforitas encontram aplicação na agricultura, como adubo 
fosfatado ou como matéria prima para a fabricação de superfosfatos, 
devido ao seu alto teor de P2O5 (15 a 40%). 
 
2) guanos: são também depósitos fosfatados, embora menos freqüentes. 
Deriva de excrementos e restos de aves marinhas, mostrando aspecto 
pulverulento. 
 
 ROCHAS CARBONOSAS 
Formam um grupo de sedimentos constituídos de hidrocarbonetos sólidos 
naturais, de origem orgânica, onde a matéria vegetal tem papel preponderante. 
a) turfa: são acumulações de detritos vegetais, em ambientes úmidos. Há 
carbonização parcial de matéria orgânica, mas ainda podem ser 
observadas partes de plantas, como caules, raízes e fibras vegetais. 
b) carvão: é uma substância mineral combustível, de cor preta ou preta 
pardacenta, formado por decomposição parcial de matéria vegetal. De 
acordo com o grau de carbonização, os carvões são classificados em: 
1) linhito: pardo ou preto pardacento. É o carvão de mais baixo grau de 
carbonização. Apresenta estruturas das plantas que lhe deram origem, 
alta umidade e baixo teor em calorias. O linhito, com aumento do teor de 
carbono, passa a carvão betuminoso. 
2) carvão betuminoso: é o estágio intermediário entre o linhito e antracito. 
3) antracito: é o estágio mais avançado entre os carvões, na carbonização 
da matéria vegetal, caracterizado pelo seu brilho submetálico, cor preta. 
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Queima mais lentamente que outros carvões, praticamente com ausência 
de fumaça. 
Segundo o estágio em que se encontra, a matéria vegetal apresenta os 
seguintes teores em carbono e oxigênio: 
 
 Madeira Turfa Linhito Carvão betuminoso Antracito 
Carbono 50% 55% 70% 80% 96% 
Oxigênio 44% 39% 25% 15% 2% 
 
c) betume: nome genérico dado a toda substância da precipitação de sais 
de soluções salinas. Na natureza, os oceanos são, pelo seu volume e seu 
conteúdo em sais, as mais importantes soluções salinas. 
 
A água do mar contém, em média, 3,5% de sais dissolvidos, podendo variar (mar 
Báltico 1%, mar Vermelho 4% e mar Morto 25%). A quantidade de sais 
dissolvidos nos oceanos é suficiente para cobrir o globo terrestre com uma 
camada de 44cm de espessura. 
 
A gênese por deposição salina é responsável pela existência de jazidas de 
grande interesse econômico e agronômico. Estas rochas compreendem os 
cloretos, os sulfatos e os nitratos. 
 
a) Cloretos: Os principais depósitos de cloretos na natureza são os de halita 
(NaCl) e os de silvita (KCl). Os depósitos de halita são mais conhecidos 
como sal-gema, ocorrendo em grandes massas. São de fácil 
reconhecimento pela sua alta solubilidade em água e por seu sabor 
salgado típico. Os depósitos de silvita são utilizados como fertilizantes. 
b) Sulfatos: Os depósitos mais comuns de sulfatos são os de gipsita e os de 
anidrita. A gipsita é o primeiro mineral a precipitar-se devido à evaporação 
de água do mar. 
c) Nitratos: São exemplificados pelo nitro de sódio (NaNO3), também 
conhecido como salitre do Chile e pelo nitro de potássio (KNO3), também 
chamado salitre. 
 
O salitre do Chile é higroscópico e muito solúvel em água, sendo 
encontrado em regiões áridas. É empregado como fertilizante na 
agricultura. 
 
O salitre é muito semelhante ao anterior, distinguindo-se por não ser 
higroscópico.

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