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1 Universidade Salvador – UNIFACS Cursos de Engenharia – Cálculo IV Profa: Ilka Rebouças Freire Cálculo Vetorial Texto 02: Derivada Direcional e Gradiente. A Derivada Direcional Consideremos a função escalar f: D R2 R e Po D. Vimos que )P( x f o e )P( y f o correspondem às taxas de variação de f quando, a partir de Po, há um deslocamento nas direções positivas de OX e OY, respectivamente. Vamos generalizar esse conceito determinando as taxas de variação de f quando, a partir de Po, há um deslocamento numa direção qualquer. Seja z = f(x,y) uma função com derivadas parciais contínuas e seja u = ( u1, u2) um vetor unitário que faz um ângulo com o eixo OX. Vamos analisar como f varia quando há um deslocamento na direção e sentido de u . Sejam P(x,y) e P1 (x + x , y + y) D( f ), e 1PP o vetor de mesma direção e sentido de u , sendo que P1 está a uma distância u de P. Definimos a derivada direcional de f na direção do vetor u como sendo, se existir, o limite )P( u f = uΔ )P(f)P(f lim 1 0uΔ . Podemos mostrar que a definição da derivada direcional dada, através do limite acima é equivalente a que apresentamos a seguir y y + y x x + x x y P P1 u u 2 Observações: O vetor u é um vetor unitário, logo podemos escrevê-lo como u = ( cos, sen ), sendo o ângulo que u faz com o eixo Ox Podemos também considerar u = ( cos, cos), onde é o complementar de e cos e cos são os cossenos diretores de u . Neste caso escrevemos βcos)y,x( y f αcos)y,x( x f αsen)y,x( y f αcos)y,x( x f )y,x( u f Interpretação Física Seja z = f(x,y) com derivadas parciais contínuas em (x,y) e seja u = ( u1, u2) um vetor unitário. Indicamos por u f ( ou Du ) e denominamos por derivada direcional de f no ponto (x,y), na direção do vetor u , a função 21 u )y,x( y f u )y,x( x f )y,x( u f A derivada direcional dá a taxa de variação do valor da função z = f(x,y) em relação à distância no plano xy, medida na direção e sentido do vetor u x y u u 3 Observações: 1) As derivadas parciais são casos particulares da derivada direcional: Se u = (1,0), temos que x f 0 y f 1 x f u f Se u = (0,1), temos que y f 1 y f 0 x f u f 2) Podemos estender a definição de derivada direcional para funções de três variáveis: Se w = f(x, y, z) e u = ( u1, u2, u3 ) é um vetor unitário, então 321 u z f u y f u x f u f ou Se , e são os ângulos diretores de u , então γcos z f βcos y f αcos x f u f Exemplos: 1) Dada a função f(x,y) = 3x 2 y2 + 4x e u o vetor unitário na direção de /6, encontre a derivada direcional, na direção de u . Solução: u = (cos(/6), sen(/6)) = 2 1 , 2 3 ; 4x6 x f e y2 y f y3)2x3(y2 2 1 2 3 )4x6(αsen y f αcos x f u f 2) Calcule )1,1,1( u f sendo f(x,y,z) = x 2 + y 2 + z 2 e u = k3ji2 Temos que 14941u , logo o versor de u é 14 3 , 14 1 , 14 2 u o u f = 14 z6y2x4 14 3z2y22x2 u f (1,1,1) = 14 12 4 A Derivada Direcional e o Gradiente Definimos a derivada direcional de f na direção do vetor unitário u = ( u1, u2 ) como sendo 21 u y f u x f u f . Podemos dar uma notação vetorial para a derivada direcional observando que ela pode ser escrita como o produto escalar entre os vetores y f , x f e u , ou seja 21 u y f u x f u f = y f , x f · ( u1, u2 ). Observação: Quando para cada ponto do domínio de f está definido o vetor gradiente, dizemos que no domínio de f está definido um campo vetorial de gradientes. Exemplos: 1) Se z = f(x,y) = x 2 2xy, determine f (1,1). Solução: x f = 2x 2y e y f = 2x f(x, y) = (2x 2y, 2x) f(1,1) = ( 0, 2) 2) Se f(x,y,z) = xy+yz, determine f (x, y, z ) Solução: x f = y ; y f = (x + z) e y z f f(x, y, z ) = ( y, x + z, y ) O resultado a seguir relaciona a derivada direcional e o gradiente: Seja z = f(x,y) uma função de duas variáveis tal que as suas derivadas parciais existem. Definimos o gradiente de f no ponto (x,y) e indicamos por f ( lê-se del f ou nabla f) o vetor f (x,y) = )y,x( y f ),y,x( x f Usamos também a notação gradf Analogamente, se w = f(x,y,z) é uma função de três variáveis, f (x,y,z) = )z,y,x( z f ),z,y,x( y f ),z,y,x( x f 5 D] Seja )u,u(u 21 o vetor unitário . Temos que a medida algébrica da projeção de f sobre u é igual a f · u = y f , x f · )u,u( 21 = u f u y f u x f 21 Interpretação Geométrica: 1OPθcos.fθcosu.f u f , onde é o ângulo formado entre f e u Propriedades do Gradiente 1) )y,x( u f tem valor máximo se f e u têm o mesmo sentido. Este valor máximo é igual a f . Logo, f tem o sentido em que f cresce mais rapidamente. De fato: θcos.fθcosu.f u f , onde é o ângulo formado entre f e u . Se f e u têm o mesmo sentido = 0, cos = 1 e f u f 2) )y,x( u f tem valor mínimo se f e u têm sentidos opostos. Este valor mínimo é igual a f . Logo, f tem o sentido em que f decresce mais rapidamente De fato: f e u têm sentido, opostos, = 180 , cos = 1 e f u f Seja D o domínio de uma função z = f(x,y) para o qual está definido um campo de gradiente. Então a derivada direcional de f na direção de u é a medida algébricada projeção do vetor f sobre u f u f u f u u O P1 6 3) )y,x( u f = 0 quando f é ortogonal a u De fato: Neste caso temos que = 90, cos = 0 e portanto )y,x( u f = 0 4) A derivada direcional de f na direção de um vetor tangente a uma curva de nível é zero, isto é, ao longo de uma curva de nível a taxa de variação da função é zero. Ou, equivalentemente, o gradiente é ortogonal à reta tangente à uma curva de nível, Assim, se s é o vetor direção da reta tangente a uma curva de nível temos que f · s = 0 y f , x f · s = 0. Logo podemos considerar s = x f , y f Observação: Todos os resultados vistos para o caso bidimensional valem para o caso tridimensional Exemplos: 1) Calcule s f (1,1), sendo f(x,y) == 2x 2 + 5y 2 e s = ( 2, 3 ) Solução: Vamos encontrar inicialmente o versor de s : 1394s . O versor de s é portanto s o = 13 3 , 13 2 . Além disso, x4 x f e y10 y f s f = 0sf = ) 13 3 , 13 2 ()y10,x4( = 13 y30x8 13 3 y10 13 2 x4 s f (1,1) = 13 38 2) A temperatura T de uma placa circular aquecida, em qualquer dos seus pontos (x,y), é dada por 2yx 64 )y,x(T 22 , estando a origem do sistema no centro da placa. Determine a taxa de variação de T no ponto ( 1,2) na direção de = /3 f u 7 Solução: 2 3 , 2 1 3/πsen,3/πcosu ; 222 )2yx( x128 x T e 222 )2yx( y128 y T 2 3 )2yx( y128 2 1 )2yx( x128 u T 222222 49 312864 )2,1( u T 3) Seja zy 2 x )z,y,x(f 2 2 . Encontre: a) f(2, 4, 2) b) O valor máximo da derivada direcional u f (2, 4, 2) Solução: a) z f , y f , x f f (x, 2y, 1) f(2, 4, 2) = (2, 8, 1) b) O valor máximo da derivada direcional ocorre na direção e sentido de f e tem valor igual a 691644)1,8,2(f 4) Dada a função f(x,y) = 2x 2 y2 + 3x y, encontre: a) Um vetor normal à reta tangente à curva C: 2x2 y2 + 3x y = 3 no ponto Po(1, 2) b) O valor mínimo de u f no ponto Po. Solução: a) A curva C é a curva de nível z = 3, portanto o vetor normal corresponde ao gradiente em Po. Assim, y z , x z z ( 4x + 3, 2y 1) e z( 1, 2 ) = (7,3) b) O valor mínimo é igual a 58949)3,7(z 8 5) O potencial elétrico em um ponto qualquer do plano XY é, em volts, dado por y2cose)y,x(V x2 . Encontre: a) A taxa de variação do potencial no ponto (0, /4) na direção do vetor s =(cos/6) i + (sen/6) j b) O sentido em que V cresce mais rapidamente, a partir do ponto ( 0, /4) e a taxa de crescimento. c) O sentido e o valor da taxa de variação mínima de V em (0, /4) d) Em que direção, a partir de ( 0. /4), V permanece constante. Solução: a) os.V s V ; os 2 1 , 2 3 6/πsen,6/πcoss e y2sene2,y2cose2V x2x2 ; V(0, /4) = (0, 2). Logo, 12,0. 2 1 , 2 3 s V b) O sentido em que V cresce mais rapidamente é o sentido do gradiente V = (0, 2) e a taxa é igual a 240V . c) O sentido é V = ( 0, 2) e o valor é V 2 d) V permanece constante na direção ortogonal a V, ou seja, na direção do vetor ( 2,0) Referências Bibliográficas: 1. O Cálculo com Geometria Analítica – Swokowski vol 2 2. Cálculo – Um novo horizonte – Anton vol2 3. Cálculo C – Diva Fleming
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