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Responsabilidade Civil 02

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PREPARATÓRIO PARA OAB
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL Responsabilidade Civil
Professor: Dr. Marcel Leonardi Coordenação: Dr. Flávio Tartuce
Como dispõe o artigo 948 do Código Civil, se ocorrer homicídio por ato doloso ou culposo, a indenização consistirá: 
a) no pagamento de despesas com o tratamento médico-hospitalar da vítima, com seu funeral e com o luto da família; 
b) na prestação de alimentos às pessoas a quem o defunto os devia, considerando-se a duração provável da vida da vítima. A indenização será proporcionalmente reduzida se, para o evento, tiver também concorrido culpa da vítima.
Pelo artigo 949 do Código Civil, havendo lesão corporal, ou outra ofensa à saúde física ou mental, o ofensor deverá indenizar o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença, ou seja, até ele se curar, além de lhe pagar a importância correspondente a algum outro prejuízo que o lesado comprove ter sofrido. Se o ferimento causar aleijão ou deformamento, fazendo com que o ofendido cause impressão desagradável, deverá ele, se possível, ser corrigido in natura, por meio de cirurgia plástica, e esta se incluirá na reparação do dano e na sua liquidação. Se impossível for a volta ao statu quo ante, uma indenização será devida ao lesado.
Já o artigo 950 trata da hipótese de perda ou diminuição de capacidade laborativa. Se a vítima, em razão da ofensa, vier a perder ou diminuir a capacidade para o trabalho, o ofensor deverá pagar uma indenização, que abranja as despesas do tratamento, os lucros cessantes até o final desse estado, e uma pensão correspondente à importância do trabalho, para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Mas se o lesado preferir, poderá pleitear que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
O artigo 951 destaca que, nas situações de responsabilidade subjetiva, como, por exemplo, a responsabilidade do médico, cirurgião, farmacêutico, parteira e dentista, o erro profissional poderá constituir ato ilícito.
Pelo artigo 952 do Código Civil, se o lesante usurpar ou esbulhar o alheio, a indenização consistirá na devolução in natura, acrescida de pagamento de perdas e danos, exceto se comprovar boa-fé do usurpador ou esbulhador, caso em que deverá apenas restituir a coisa, móvel ou imóvel, acrescida do valor das deteriorações e o devido a título de lucros cessantes. E se, porventura, não mais existir a coisa, deverá pagar o equivalente ao lesado. Se for impossível ao usurpador devolver o bem que usurpou ou esbulhou, por não mais existir, deverá pagar ao seu legítimo proprietário ou possuidor o preço atual da coisa em dinheiro, incluindo-se, ainda, o valor afetivo que o bem possa ter, desde que não seja maior do que o preço ordinário da coisa.
O artigo 953 trata da indenização referente à injúria, à calúnia e à difamação. Nesses casos em que há ofensa à honra, o lesante, ou seja, quem comete o dano, deverá pagar ao ofendido uma indenização por injúria ou calúnia que consistirá na reparação do dano delas resultante. Se o ofendido não puder comprovar o prejuízo material, caberá ao juiz fixar, com equidade, o valor da indenização, atendendo as circunstâncias do caso.
Pela regra do artigo 954, a privação da liberdade pessoal é reparada mediante pagamento de indenização das perdas e danos materiais que sobrevierem ao ofendido, e, se este não puder provar o prejuízo material, o Judiciário deverá fixar equitativamente o montante indenizatório, atendendo as peculiaridades do caso.
Ao estabelecer, no artigo 12, que o fabricante, produtor, construtor e o importador respondem pela reparação dos danos causados aos consumidores, independentemente da existência de culpa, o Código de Defesa do Consumidor acolheu os postulados da responsabilidade objetiva, pois desconsidera, no plano probatório, qualquer investigação relacionadas com a conduta do fornecedor.
Com relação às causas excludentes de responsabilidade, o fabricante, produtor, construtor ou importador ficará isento de responsabilidade quando provar: que não colocou o produto no mercado; que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Não se pode confundir a culpa exclusiva com a culpa concorrente: no caso de culpa exclusiva da vítima ou de terceiro, desaparece a relação de causalidade entre o defeito do produto e o evento danoso, inexistindo assim relação de responsabilidade; no caso de culpa concorrente, a responsabilidade do fornecedor apenas é atenuada, em razão da concorrência de culpa, e os aplicadores da norma costumam condenar o agente causador do dano a reparar pela metade o prejuízo, cabendo à vítima arcar com a outra metade. Há quem entenda, porém, que a lei mencionou apenas a culpa exclusiva como excludente de responsabilidade, fazendo com que mesmo nas hipóteses de concorrência de culpa, permanece a responsabilidade integral do fabricante e demais fornecedores pela reparação dos danos. Isso é decidido pelo juiz, caso a caso.
O artigo 13 trata da responsabilidade do comerciante nos acidentes de consumo. Como nós podemos perceber, essa responsabilidade é apenas subsidiária, pois os responsáveis principais são aqueles mencionados no art. 12. Os incisos I e II regulam situações relacionadas, porém, diferentes. Nos termos do Inciso I, o comerciante será responsabilizado se o fabricante, construtor, produtor ou importador não puderem ser identificados, como se dá na compra de cereais de diversos produtores e na posterior embalagem e revenda do produto. O Inciso II responsabiliza, da mesma forma, o comerciante, se o produto final, embalado ou recondicionado, não permitir clara identificação dos respectivos fabricantes. Mas a hipótese de responsabilidade que, na prática, irá ocorrer com mais frequência, é aquela prevista no Inciso III, ou seja, quando o comerciante não conservar adequadamente os produtos perecíveis. Note que o Parágrafo Único estipula o direito de regresso de qualquer um que tenha pago a indenização ao consumidor contra os demais corresponsáveis pelo evento danoso.
O art. 14 disciplina a responsabilidade por danos causados aos consumidores em razão da prestação de serviços defeituosos, em exata correspondência com o disposto no art. 12. Aqui, são válidas as mesmas considerações efetuadas a respeito da responsabilidade no fornecimento de produto, ou seja, a responsabilidade existe desde que estejam presentes três pressupostos: defeito de serviço; evento danoso, e relação de causalidade entre o defeito do serviço e o dano.
O § 1o do art. 14 oferece critérios para aferição do vício de qualidade do serviço prestado, e o item mais importante, neste particular, é a segurança do usuário, que deve levar em conta: o modo do fornecimento do serviço; os riscos da fruição; e a época em que foi prestado o serviço. O serviço presume-se defeituoso quando é mal apresentado ao público consumidor, quando sua fruição é capaz de suscitar riscos acima de um nível considerado razoável e quando não atende aos padrões mínimos de qualidade exigíveis em relação à época em que foi fornecido.
Pelo artigo 14, a responsabilidade do fornecedor de serviços independe da extensão da culpa, acolhendo, também, os postulados da responsabilidade objetiva. As causas excludentes de responsabilidade do prestador de serviços são as mesmas previstas na hipótese do fornecimento de bens, a saber: que tendo prestado o serviço, o defeito inexiste, ou que a culpa é exclusiva do usuário ou de terceiro.
A exceção está prevista no parágrafo quarto deste artigo 14, que trata do fornecimento de serviços por profissionais liberais, cuja responsabilidade é apurada mediante verificação de culpa. Essa diversidade de tratamento é necessária em razão da natureza pessoal dos serviços prestados por profissionais liberais. Por exemplo, médicos e advogados costumam ser contratados com base na confiança que inspiram aos respectivos clientes, e exercem atividades que costumam representar obrigações de meio, e não de resultado. A diferença é a de que, na obrigaçãode meio, o profissional contratado desempenha uma função ou exerce determinada atividade com o objetivo de buscar uma solução para seu cliente sem, porém, poder garantir o resultado. Assim, um advogado contratado para promover uma ação judicial ou um médico contratado para realizar um tratamento em um paciente têm obrigações de meio, e não de resultado. Ainda que o advogado perca a causa ou que o paciente venha a falecer, o que interessa saber é se eles atuaram de forma competente, fazendo seu trabalho dentro do que era razoável. Já na obrigação de resultado, o profissional contratado assume um compromisso de atingir um determinado resultado, tal como um médico que faz uma cirurgia plástica estética, como, por exemplo, a colocação de silicone nos seios. Nesses casos, se algo de errado ocorre, a responsabilidade do médico será objetiva, e não subjetiva. Assim sendo, os profissionais liberais a que este artigo se refere são aqueles que exercem atividades que constituem obrigações de meio, e nesses casos esses profissionais somente serão responsabilizados por danos quando ficar demonstrada a ocorrência de culpa subjetiva, em quaisquer de suas modalidades: negligência, imprudência ou imperícia.
Pelo artigo 18 do CDC, todos os fornecedores respondem pelo ressarcimento dos vícios de qualidade ou quantidade eventualmente aparados no fornecimento de produtos ou serviços. Assim, o consumidor poderá, à sua escolha, reclamar seus direitos contra todos os fornecedores ou contra alguns, se não quiser dirigi-la apenas contra um. Prevalecem, aqui, as regras da solidariedade passiva, e, por isso, a escolha não induz concentração do débito. Ou seja: se o escolhido não ressarcir integralmente os danos, o consumidor poderá voltar-se contra os demais, de modo conjunto ou isoladamente. Por um critério de comodidade e conveniência o consumidor, certamente, dirigirá sua pretensão contra o fornecedor imediato, quer se trate de industrial, produtor, comerciante ou simples prestador de serviço.
Existem sanções previstas no § 1o desse artigo, para reparação dos vícios de qualidade dos produtos. Em primeiro lugar, o dispositivo concede ao fornecedor a oportunidade de acionar o sistema de garantia do produto e reparar o defeito no prazo máximo de 30 dias. Não sendo sanado o vício, no prazo legal, o consumidor poderá exigir, à sua escolha, três alternativas: a substituição do produto por outro da mesma espécie em perfeitas condições de uso; a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de também receber eventuais perdas e danos; o abatimento proporcional do preço.
A substituição do produto é a sanção civil mais conveniente e satisfatória para o consumidor quando se trata de fornecimento de produtos duráveis, tais como eletrodomésticos. Apesar de o inciso se referir à substituição do produto por outro da mesma espécie, deve ser interpretado no sentido de permitir a substituição por outro da mesma espécie, marca e modelo. Quanto à segunda alternativa do consumidor, que determina a restituição imediata da quantia paga, naturalmente esse valor deve ser corrigido até a data da efetiva devolução, sendo que, evidentemente, o consumidor deve devolver também o produto defeituoso para receber o dinheiro de volta, bem como eventuais perdas e danos que tenha sofrido. Finalmente, o consumidor poderá pleitear o abatimento proporcional do preço. Essa é a alternativa mais atrativa para o consumidor em se tratando de produtos caracterizados pela escassez de ofertas.
O parágrafo segundo disciplina a redução ou ampliação contratual do prazo de garantia legal. Em termos contratuais, a garantia não pode ser inferior a sete nem superior a 180 dias, como ficar convencionado entre os partícipes da relação de consumo. Isso é perfeitamente válido.
O parágrafo terceiro observa que nas situações em que não for viável a substituição das partes com problemas, por razões de qualidade ou característica do produto, tais como medicamentos, peças de vestuário, o consumidor poderá exercer de imediato seu direito de escolha, pois não haverá a possibilidade de substituição de componentes pelo fornecedor, de modo que o prazo de trinta dias para que o defeito seja sanado não faz qualquer sentido. Notem ainda que o parágrafo quarto deste artigo diz que tendo o consumidor optado pela alternativa do Inciso I do § 1o deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo dos disposto nos incisos II e III do § 1o deste artigo.
O parágrafo quinto menciona que a responsabilidade por eventuais vícios de qualidade de produtos in natura foi atribuída, em princípio, exclusivamente ao fornecedor imediato, ou seja, aquele que vende diretamente ao consumidor, ressalvada a responsabilidade do produtor, que existirá quando ele puder ser identificado, mas essa ressalva só prevalece quando o fornecedor imediato demonstrar que o produtor é que deu causa ao perecimento do produto.
Por fim, o parágrafo sexto indica quais são os produtos impróprios ao uso ou ao consumo os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; os produtos deteriorados, alternados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares da fabricação, distribuição ou apresentação; os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim que se destinam.
Pelo artigo 19, os fornecedores respondem, solidariamente, pelos vícios de quantidade do produto, assim entendidos aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária. As sanções previstas para os vícios de qualidade descritos no art. 19 são as seguintes: abatimento proporcional do preço; complementação do peso ou medida; substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo; restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. A escolha cabe ao consumidor. O § 1o adverte, ainda, para a aplicação do disposto no artigo anterior que permite ao consumidor, diante do vício de quantidade, substituir o produto viciado por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço.
Por último, o § 2o prevê a responsabilidade exclusiva do fornecedor imediato quando o instrumento de medição utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais. Se quem deu causa ao vício de quantidade foi o fornecedor imediato, o produtor rural não poderá ser responsabilizado.
O artigo 20 do CDC disciplina a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualidade e de quantidade dos serviços. Os serviços padecem de vício de qualidade quando são impróprios ao consumo, ou seja, quando se mostram inadequados para os fins que deles se esperam ou não atendam às normas regulamentares de prestabilidade. Notem que o serviço prestado também é defeituoso quando houver disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária. Ainda que sem nominá-los, o dispositivo alude aos vícios de quantidade dos serviços prestados. Notem que os serviços prestados podem até ser reexecutados, mas isto nem sempre consulta aos interesses ou conveniência dos usuários. Imaginem, por exemplo, serviços de encanador ou de pedreiro que apresentam vícios. É natural que o consumidor não vá querer que a mesma pessoa reexecute os serviços. Esta particularidade explica a ressalva "quando cabível", expressa no Inciso I. Aliás, o § 1o dispõe que a reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros, por conta e risco do fornecedor. Trata-se de hipótese normativa que, na prática, dificilmente ocorre, pois introduz o complicador de uma relação dependente, atrelada à relação de consumo.

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