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ENTEROTOMIA - ENTERECTOMIA

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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS 
Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária II 
 
 
 
 
 
4) ENTEROTOMIA 
 
# CONCEITO: 
 
 É a abertura e o fechamento cirúrgico do intestino. Esta técnica pode receber ainda o 
nome da porção anatômica a qual está sendo abordada como: pilorotomia, 
duodenotomia, jejunotomia, cecotomia, colotomia,etc. 
 
# INDICAÇÕES: 
 
 Obstruções por corpos estranhos (Fig. 03) ou fecalomas. 
 
 
 
 
Fig. 03 – Obstrução intestinal por 
 
 
 
 
 
 
 
 
# DIAGNÓSTICO: 
 
É feito pela anamnese, sinais clínicos 
 
# PRÉ-OPERATÓRIO: 
 
• Profilaxia antimicrobiana imediat
20mg/kg); 
• Correção hidroeletrolítica (sol. Rin
• Anestesia geral. 
 
# TÉCNICA CIRÚRGICA: 
 
 O paciente é colocado em decúbit
na linha mediana ventral. Os intestinos s
palpação) e a alça do intestino delgado qu
do abdome. Pinças intestinais atraumática
A
borracha de chupeta (A) em um canino da
raça Yorkshire. Notar a pouca
radiopacidade do corpo estranho,
dificultando o diagnóstico da afecção
intestinal. 
e exames radiográficos ou ultra-sonográficos. 
amente antes da cirurgia (ampicilina sódica 10-
ger lactato); 
o dorsal e o abdome é abordado através de incisão 
ão revisados de maneira sistemática (inspeção e 
e contém o corpo estranho é tracionada para fora 
s são colocadas cranial e caudalmente à área onde 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS 
Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária II 
 
 
decide-se por fazer a incisão. Pode-se ocluir temporariamente (pinça vascular) os vasos 
mesentéricos da porção a ser incidida, para diminuir o sangramento no momento da incisão 
intestinal. 
 A incisão é feita de preferência no tecido sadio imediatamente oral ou aboral ao 
corpo estranho, e não no tecido comprometido acima deste. A parede intestinal é 
seccionada longitudinalmente no lado anti-mesentérico. Após a remoção do corpo estranho, 
a enterorrafia é executada. Os fios indicados são os absorvíveis nº 4.0 ou 3.0, e as técnicas 
de sutura podem variar entre Schimieden e Cushing, Schimieden e Lambert, apenas uma 
sutura invaginante, isolado simples, Crushing, entre outras. Após a sutura intestinal pode-se 
proceder a omentalização da ferida cirúrgica. A laparotomia é fechada de forma usual. 
 
# PÓS-OPERATÓRIO: 
 
• Dieta líquida nas primeiras 48 horas; 
• Alimentação de fácil digestão nas próximas 48 horas; 
• Curativo local diário na ferida cirúrgica; 
• Retirada dos pontos de pele com 08-10 dias de pós-operatório para pequenos 
animais, e 10-15 dias para grandes animais. 
 
 
5) ENTERECTOMIA 
 
# CONCEITO: 
 
 É a secção de porções do intestino delgado. Esta técnica deve ser empregada quando 
o comprometimento da lesão na parede intestinal for de aspecto irreversível. 
 
# INTRODUÇÃO: 
 
 Podem ser encontradas na literatura diferentes técnicas para o fechamento da parede 
intestinal. 
1. Sutura: 
• Em um plano X em dois planos. 
• Eversão X inversão X aposição. 
• Pontos absorvíveis X não absorvíveis. 
2. Técnicas: 
• Término-terminal – técnica cirúrgica muito utilizada na anastomose de 
intestino delgado de canino e também bovino. 
• Término-lateral – técnica cirúrgica utilizada na anastomose entre intestino 
delgado e grosso. Ex.: intussuscepção íleo-cecal. 
• Latero-lateral – técnica cirúrgica utilizada na anastomose entre intestinos 
delgado de eqüinos para evitar estenose pós-operatória. 
 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS 
Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária II 
 
 
 
3. Todas as técnicas apresentam vantagens e desvantagens, mas apesar das 
divergências é seguro comentar que nas mãos de um cirurgião competente e 
utilizando-se os rigorosos princípios cirúrgicos, qualquer das diferentes técnicas 
costuma ser bem sucedida. Atualmente aceita-se que a anastomose término-terminal 
aposicional simples produz excelentes resultados. 
 
# PRINCÍPIOS DA CIRURGIA INTESTINAL: 
 
• Proteger todos os órgãos adjacentes e a cavidade abdominal com compressas 
úmidas. 
• Incorporar a camada submucosa nos pontos de anastomose. 
• Promover a anastomose de modo a provocar o contato de serosa com serosa. 
• Manter um suprimento sanguíneo adequado. 
• Evitar tensão no local da anastomose. 
 
# LESÕES QUE PODEM ACARRETAR NA REALIZAÇÃO DA ENTERECTOMIA: 
 
• Obstruções • Intussuscepção (Fig.04) 
• Neoplasias • Volvo 
• Rupturas • Encarceramento e estrangulamento 
intestinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CBA
Fig. 04 – Aspecto de intussuscepção de íleo em um canino Dogo Argentino. Percebe-se o
espessamento (A), enrijecimento (B) e invaginação (C) do segmento intussuscepto. Em
casos crônicos a aderência entre os segmentos torna-se iminente. 
# SINAIS CLÍNICOS: 
 
Variam conforme a localização da lesão e se a obstrução é parcial ou total. São 
sinais clínicos: 
 
 
 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária II 
 
 
 
• Náusea • Dor abdominal 
• Anorexia • Distensão abdominal 
• Inquietação • Vômitos 
• Depressão • etc. 
 
# DIAGNÓSTICO: 
 
• Anamnese e sinais clínicos; 
• Exames laboratoriais (leucograma); 
• Exames radiológicos (simples e contrastado) (Fig. 05); 
• Ultra-sonografia. 
 
 
Fig. 05 – Exame radiológico contrastado
digestivo de um canino Dogo Argentino
apresentando intussuscepção intestinal
(A). Observar a grande dilatação
intestinal (B) pelo acúmulo de gás. 
B
A
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
# PRÉ-OPERATÓRIO: 
 
• Correção hidroeletrolítica; 
• Correção do desequilíbrio ácido-básico; 
• Antibioticoterapia; 
• Tricotomia ampla. 
 
# PROCEDIMENTO CIRÚRGICO: 
 
• Anastomose término-terminal – O paciente é colocado em decúbito dorsal e é feita 
uma incisão na linha média ventral de comprimento suficiente para explorar todo o 
trato gastrintestinal. O segmento intestinal é exposto e a cavidade abdominal é 
protegida por compressas úmidas. Após ter sido determinado a extensão da 
ressecção, será ligado, um a um, os vasos mesentéricos adjacentes a porção a ser 
seccionada (categute 3.0 – 2.0), o que é normalmente feito em forma de cunha. O 
segmento intestinal é duplamente clampeado (Pinça de Doyen) e seccionado. O 
posicionamento dos clampes deve ser o mais próximo possível da linha de ressecção 
para evitar extravasamento de conteúdo sobre o campo cirúrgico. Os segmentos 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS 
Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária II 
 
 
devem ser seccionados em um ângulo de 60º para evitar a estenose, pois esta secção 
torna maior a circunferência da luz intestinal. 
A sutura é iniciada pela borda mesentérica do intestino, o fio indicado é o sintético 
absorvível nº 4.0 ou 3.0 agulhados. Os pontos utilizados são os simples isolados ou 
o Crushing. Após o ponto inicial na borda mesentérica, o segundo ponto será no 
lado oposto, o terceiro na face lateral e, o quarto, na borda contra-lateral. A sutura 
deverá prosseguir assim sucessivamente até o completo fechamento de toda a 
circunferência intestinal (Fig. 06). 
Após o término da anastomose, retira-se os clampes e testa-se o grau de 
permeabilidade da sutura forçando a passagem do conteúdo intestinal pela região 
dos pontos. Por último, deve-se proceder a omentalização da linha de anastomose. 
A cavidade abdominal é lavada e fechada de forma usual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 06 – Anastomose intestinal
término-terminal de intestino
delgado, com redução de lúmen
intestinal unilateral. 
 
# CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS:• Jejum total por 24 horas; 
• Jejum de sólidos por 72 horas; 
• Curativo local e antibioticoterapia; 
• Retirada dos pontos de pele: 08-10 dias nos pequenos animais, 10-15 nos grandes 
animais. 
 
LEITURA OBRIGATÓRIA: 
 
AMBRÓSIO, A. M. , et al. Síndrome de isquemia e reperfusão em cães. Clínica 
Veterinária, n. 24, p. 34-38, 2000. 
 
MAZZANTI, A. , et al. Intussuscepção do jejuno em cão – relato de caso. Clínica 
Veterinária, n. 24, p. 40-43, 2000. 
 
 
 
 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS 
Curso de Medicina Veterinária 
Cirurgia Veterinária II 
 
 
 
SUGESTÃO DE LEITURA: 
 
GRANDAGE, J., Anatomia funcional do sistema digestivo: intestinos. In: SLATTER, D. 
Manual de cirurgia de pequenos animais. São Paulo: Manole. 2. ed., v. 1, cap. 39, p. 
602-607, 1998. 
 
KERSJES, A.W. , NÉMETH, F. , RUTGERS, L.J.E. Atlas de cirurgia dos grandes 
animais. São Paulo: Roca, 1985, 341p. 
 
KRAHWINKEL, D. J. , RICHARDSON, D. C. Cirurgia do intestino Delgado. In: 
BOJRAB, M. J. Cirurgia dos pequenos animais. 2. ed., São Paulo: Roca, 1986, cap. 
13, p. 178-191. 
 
ORSHER, R. J., ROSIN, E. Intestino delgado. In: SLATTER, D. Manual de cirurgia de 
pequenos animais. São Paulo: Manole. 2. ed., v. 1, cap. 44, p. 720-741, 1998. 
 
VAN SLUIJS, F. J. Atlas de cirurgia dos pequenos animais. São Paulo: Manole, 1993, 
141 p. 
 
 
Prof. Daniel Roulim Stainki 
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