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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária II 2) GASTROTOMIA # DEFINIÇÃO: É a abertura e o fechamento cirúrgico do estômago. # INDICAÇÕES: A gastrotomia está indicada na remoção de alimentos do estômago em pacientes com dilatação ou torção gástrica (Fig. 02), e para remoção de corpos estranhos que não podem ser retirados de outra forma (através de vômitos ou endoscopia). # PRÉ-OPERATÓRIO: • Correção hidroeletrolítica e ácido-básico; • Avaliação do trato gastrintestinal através de exame radiológico simples, contrastado e ultra-sonografia, para a localização dos corpos estranhos e de possíveis lesões; • Descompressão gástrica (sondagem ou punção); • Profilaxia antimicrobiana (ampicilina sódica 10-20 mg/kg/IV/30 minutos no pré- operatório). Fig. 02 – Comparação do grau de distensão epigástrica pré e pós-operatória, em um canino com dilatação e torção gástrica # TÉCNICA CIRÚRGICA: O animal é posicionado em decúbito dorsal e preparado para cirurgia asséptica. É feita uma incisão pré-umbilical sobre a linha média ventral. O estômago é localizado, inspecionado e tracionado próximo da incisão abdominal. O mesmo é mantido tracionado por meio de dois pontos de reparo ou por meio de pinças de Babcock. A seguir as estruturas adjacentes são afastadas e protegidas com compressas cirúrgicas umedecidas. A incisão do 5 Prof. Daniel Roulim Stainki Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária II estômago é feita longitudinal, no ponto médio entre a curvatura maior e menor, no local de menor irrigação visceral. Após a inspeção e retirada dos conteúdos, o estômago é suturado em dois planos, com padrões de suturas seromusculares invaginantes (Cushing ou Lembert). O fio utilizado é o categute cromado 2.0 ou 3.0. Após o fechamento, a incisão pode ser omentalizada. O estômago é então devolvido para a sua posição anatômica, as compressas são removidas e a cavidade abdominal é lavada copiosamente com solução salina morna. A síntese abdominal é de forma usual. # PÓS-OPERATÓRIO: • Jejum de sólidos por 48 horas; • Manter fluidoterapia pós-operatória; • Antibioticoterapia (se necessário); • Retirada dos pontos de pele aos 08 ou 10 dias de pós-operatório. # PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES: • Deiscência da sutura gástrica. • Peritonite. • Evisceração. SUGESTÃO DE LEITURA: MATTHIESEN, D.T. Gastrectomia parcial e gastrotomia. In: BOJRAB, M.J. Técnicas atuais em cirurgia de pequenos animais.3. ed., São Paulo: Roca, cap. 14, p. 204-208, 1996. VAN SLUIJS, F. J. Atlas de cirurgia de pequenos animais. São Paulo: Manole, 1992. 141 p. LEITURA OBRIGATÓRIA: STANTON, M.L.E. Obstrução da saída gástrica. In: BOJRAB, M.J. Mecanismos da moléstia na cirurgia dos pequenos animais. 2. Ed., São Paulo: Manole, cap. 40, p. 278- 280, 1996. 3) RUMENOTOMIA # INDICAÇÕES: • Remoção de corpos estranhos (metais, plásticos, cordas, etc.). • Evacuação do conteúdo do rumem em casos de sobrecarga. • Diagnóstico de neoplasias (carcinomas por ingestão de samambaia, etc.). 6 Prof. Daniel Roulim Stainki Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária II # PRÉ-OPERATÓRIO E ANESTESIA: • Jejum (12 a 24 horas). • Tricotomia da fossa para-lombar e flanco. • Anti-sepsia (álcool-iodo-álcool). • Anestesia – Tranqüilização associada com um bloqueio paravertebral, ou uma tranqüilização associada com um bloqueio em “L” invertido. # TÉCNICA CIRÚRGICA: Uma incisão para-lombar esquerda (aproximadamente 20 cm) é feita com o animal em estação. O músculo obliquo externo e músculo obliquo interno são secionados na mesma direção, devendo os vasos hemorrágicos serem pinçados e ligados. O músculo transverso é então secionado, também no sentido vertical. O peritônio é localizado, erguido com o auxílio de uma pinça de dissecção e seccionado com bisturi ou tesoura. A incisão pode ser ampliada com tesoura tanto dorsalmente quanto ventralmente. Após a cavidade abdominal ser aberta, realiza-se uma exploração das vísceras por palpação, e uma prega da parede ruminal é tracionada e fixada em nível da pele. O rumem é então suturado junto a pele com um padrão de sutura contínua simples seromuscular (nylon 0.40 – 0.50), para evitar contaminação da cavidade ou musculatura local. O rumem é então incidido e o conteúdo rumenal é então visualizado e explorado por palpação. Após a retirada dos corpos estranhos a ferida rumenal é fechada com duas camadas de suturas contínuas invaginantes (Cushing ou Lembert) seromusculares (categute 1 ou 2). O rumem é lavado e a sutura de fixação é desfeita. A síntese da parede abdominal é realizada de forma rotineira. # CONDUTA PÓS-OPERATÓRIA: • Varia conforme a causa promoveu a rumenotomia; • Fluidoterapia pós-operatória é importante; • Antibioticoterapia; • Laxativos osmóticos leves para auxiliar na evacuação rumenal. Ex.: Sulfato de magnésio. SUGESTÃO DE LEITURA: KERSJES, A. W. , NÉMETH, F. , RUTGERS, L. J. E. Atlas de cirurgia dos grandes animais. São Paulo: Manole , 1986. 143 p. 7 Prof. Daniel Roulim Stainki Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária II TURNER, A. S. , MAcILWRAITH, C. W. Técnicas cirúrgicas em animais de grande porte. São Paulo: Roca, 1985:Rumenotomia: p. 242-245. 8 Prof. Daniel Roulim Stainki
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