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Resumo ERRO DE TIPO (Masson, Greco e Rogério Sanches) 2016

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1 
WWW.FOCANORESUMO.COM 
 MARTINA CORREIA 
ERRO DE TIPO 
DIREITO PENAL 
Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco. 
 
 INTRODUÇÃO 
 
- “Erro é a falsa percepção da realidade ou o falso ou equivocado conhecimento de um objeto (...)” 
(definição de Luiz Flávio Gomes). 
- O CP dá o mesmo tratamento ao erro e à ignorância. 
- O ERRO DE TIPO RECAI SOBRE OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO TIPO PENAL, ISTO É, 
ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS. O sujeito comete um crime por não conhecer a presença de um 
elemento. Exemplos: 
a) Caçador que atira em arbusto supondo matar um animal e, na verdade, atira em outro 
caçador. Ele não sabia que se tratava de “alguém” (elementar do crime de homicídio). Se 
soubesse, não teria disparado. 
b) Sujeito se apropria de um computador igual ao seu deixado numa biblioteca, por supor ser 
próprio (modelo idêntico). Ele não sabia que se tratava de “coisa alheia” (elementar do crime 
de furto). Se soubesse, não teria se apropriado. 
- É CABÍVEL O ERRO DE TIPO NOS CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS. Ex.: o salva-vidas vê um 
banhista se debatendo e acha que ele está brincando. O banhista se afoga. O erro de tipo incidiu 
sobre o dever de agir (elemento constitutivo do tipo dos crimes omissivos impróprios). 
 
ERRO DE TIPO CRIME PUTATIVO POR ERRO DE TIPO 
O agente não sabe o que faz, há falsa percepção da realidade. 
O agente acha que está agindo licitamente, sem 
saber que está praticando um crime. 
Ex.: atirar contra uma pessoa, imaginando se tratar de 
um animal. 
O agente quer praticar um crime, mas, por erro, 
acaba praticando um fato penalmente irrelevante. 
Ex.: atirar contra cadáver, imaginando se tratar de 
pessoa viva. 
O agente ignora a presença de uma elementar: 
pessoa é “alguém”. 
O agente ignora a ausência de uma elementar: 
cadáver não é “alguém”. 
Inevitável  exclui o dolo e a culpa. 
Evitável  exclui o dolo, mas pode punir a culpa. 
Espécie de crime impossível. 
 
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO 
O agente não sabe o que faz. Não conhece a 
realidade ao seu redor. 
Ex.: A se apodera de ferro velho, imaginando que a 
coisa é abandonada. 
O agente sabe o que faz e conhece a realidade ao seu 
redor, mas se equivoca quanto à regra de conduta. 
Ex.: A se apropria de coisa achada imaginando que 
“achado não é roubado”. Na verdade, comete o crime 
de apropriação indevida de coisa achada. 
 
 ERRO DE TIPO ESSENCIAL 
 
- Os exemplos acima tratam do erro de tipo essencial, aquele que RECAI SOBRE ELEMENTARES do 
tipo penal. Como o dolo deve abranger todas as elementares, não há dolo. 
 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite 
a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
 
2 
WWW.FOCANORESUMO.COM 
 MARTINA CORREIA 
 
 
 
ERRO DE TIPO INESCUSÁVEL exclui o DOLO, mas permite a PUNIÇÃO POR CULPA, se houver 
previsão 
ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL exclui o DOLO e a CULPA (exclui o crime) 
 
- Exceção: O ERRO ESCUSÁVEL NÃO EXCLUI O CRIME QUANDO OCORRE A DESCLASSIFICAÇÃO PARA 
OUTRO CRIME. Ex.: o particular que ofende um funcionário desconhecendo essa condição não 
pratica desacato, mas subsiste o crime de injúria. 
- O erro de tipo inescusável não exclui a culpa porque o erro evitável é previsível. Havendo 
previsibilidade, há culpa. Tomar como referência o homem médio. 
 
 ERRO DE TIPO ACIDENTAL 
 
- O erro de tipo acidental recai sobre DADOS PERIFÉRICOS DO TIPO (qualificadoras, agravantes, 
causas de aumento, enfim, tudo que se relaciona com a dosimetria da pena sem alterar a figura 
típica, bem como dados irrelevantes). Se alertado, o agente corrige o erro e continua agindo 
ilicitamente. O CRIME CONTINUA A EXISTIR: O ERRO DE TIPO ACIDENTAL NÃO INTERFERE NA 
TIPICIDADE. Ex.: o sujeito que subtrai um relógio falsificado, pensando se tratar de um Rolex. A figura 
típica (subtrair coisa móvel alheia) continua intacta. O agente tem vontade e consciência de praticar 
uma conduta que sabe ser ilícita (age com dolo de furtar). 
 
ERRO DE TIPO ESSENCIAL ERRO DE TIPO ACIDENTAL 
Recai sobre ELEMENTARES, isto é, dados 
relevantes e principais do tipo penal. 
Recai sobre DADOS PERIFÉRICOS DO 
TIPO. 
Se alertado, o agente deixa de agir 
ilicitamente. 
Se alertado, o agente corrige o erro e 
continua agindo ilicitamente. 
AFASTA O DOLO E, SE FOR INEVITÁVEL, 
TAMBÉM AFASTA A CULPA. 
O CRIME CONTINUA ÍNTEGRO. 
 
O ERRO DE TIPO ACIDENTAL PODE RECAIR SOBRE... 
OBJETO PESSOA EXECUÇÃO 
(aberratio ictus) 
RESULTADO 
(aberratio criminis) 
NEXO CAUSAL 
(aberratio causae) 
 
1. ERRO SOBRE O OBJETO 
- Exemplo do Rolex acima. O sujeito responde pelo crime considerando que objeto? Não há 
consenso. Alguns entendem que o sujeito responde pelo crime considerando o objeto efetivamente 
atacado. Zaffaroni considera o objeto que gerar consequências mais favoráveis (posição a ser 
explorada na prova da Defensoria). 
 
2. ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA) 
- O agente quer cometer um crime contra uma pessoa (vítima virtual), mas comete contra terceiro 
(vítima real). Não há erro na execução, mas apenas ERRO QUANTO À REPRESENTAÇÃO DA PESSOA. 
Ex.: o agente quer matar o pai, mas dispara contra seu tio, irmão gêmeo de seu pai; o agente quer 
disparar contra um inimigo, mas o confunde com outra pessoa. 
 
3 
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 MARTINA CORREIA 
- O agente responde pelo crime CONSIDERANDO AS QUALIDADES DA VÍTIMA VIRTUAL, E NÃO DA 
VÍTIMA REAL. No caso, incidiria a agravante genérica (crime praticado contra ascendente). 
 
Art. 20, §3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. 
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa 
contra quem o agente queria praticar o crime. 
 
3. ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS) 
- O agente, por ACIDENTE OU ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUÇÃO, erra o alvo e atinge outra 
pessoa. Diferentemente do erro sobre a pessoa, aqui não há erro quanto à identificação da vítima. 
Ex.: o agente erra a mira ou o golpe; o agente coloca uma bomba no carro para matar A, mas a 
explosão mata o motorista de A, que liga o carro antes. 
- O agente responde pelo crime CONSIDERANDO AS QUALIDADES DA VÍTIMA VIRTUAL, E NÃO DA 
VÍTIMA REAL. 
- Se a pessoa visada também for atingida, aplica-se a regra do concurso formal de crimes. Ex.: se o 
agente, ao disparar contra seu desafeto, atingir pessoas diversas, há concurso formal próprio (pena 
do crime mais grave + 1/6 até 1/3 ou cúmulo material, se mais benéfico). Se houver dolo quanto às 
demais pessoas atingidas (desígnios autônomos), há concurso formal impróprio (cúmulo material). 
 
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de 
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse 
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. 
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra 
do art. 70 deste Código (concurso formal). 
 
- Atenção: PARA A DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA, VALE A PESSOA EFETIVAMENTE LESADA. 
Ex.: o agente quer matar o policial federal Antônio, mas, por erro na execução, acaba matando o 
policial civil Paulo. O agente responde por homicídio considerando as qualidades de Antônio, mas é 
julgado pela justiça estadual. 
 
Quero matar A, mas, por erro na execução, mato B Homicídio doloso, considerando as características de 
A 
Quero matar A, mas, por erro na execução, mato A e 
B (terceiro) 
Homicídio doloso de A e homicídio culposo de B, em 
concurso formal 
Quero matar A, mas, por erro na execução,causo 
ferimentos em A e mato B (terceiro) 
Tentativa de homicídio de A e homicídio culposo de 
B, em concurso formal 
 
4. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (ABERRATIO CRIMINIS) 
- Por ACIDENTE OU ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUÇÃO, o resultado não corresponde com o 
pretendido pelo agente, que RESPONDERÁ PELO RESULTADO PRODUZIDO A TÍTULO DE CULPA. Ex.: 
o sujeito atira uma pedra para danificar o carro de A, mas, por falha na pontaria, acaba acertando o 
motorista, que morre com a pancada. Responderá por homicídio culposo (resultado produzido). 
- Se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do concurso formal. 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do 
crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é 
previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do 
art. 70 deste Código. 
 
- E se o resultado produzido é menos grave do que o resultado pretendido? Ex.: o agente quer matar 
o motorista, mas, por erro na execução, só danifica o seu carro (o bem jurídico lesado é menos 
importante – vida x coisa). Nesse caso, seria estranho imaginar que o sujeito deve responder apenas 
pelo dano quando teve dolo de matar. Como o dano não prevê figura atípica, o agente ficaria 
impune. Para resolver essa situação, Zaffaroni entende que o agente deve responder pela 
TENTATIVA DO RESULTADO PRETENDIDO NÃO ALCANÇADO, ou seja, homicídio tentado. 
 
O agente queria... Mas causou... Responde por... (resultado produzido a título de culpa) 
Dano Morte Homicídio culposo 
Morte Dano Dano culposo? 
Tentativa de homicídio, para evitar a impunidade 
 
5. ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL (ABERRATIO CAUSAE) 
- É uma criação doutrinária. Ex.: o agente oferece veneno para a vítima beber. A vítima bebe e 
minutos depois fica inconsciente. O agente supõe que a vítima estava morta e atira seu corpo ao 
mar. A perícia, posteriormente, atribui a causa da morte ao afogamento, e não ao veneno. O agente 
deve responder pelo resultado produzido, pois houve perfeita congruência entre sua vontade 
(morte) e o resultado (morte), independentemente do nexo causal efetivo. O agente quis o 
resultado e conseguiu. 
- No erro sobre o nexo causal há o DOLO GERAL (dolo por erro sucessivo, dolus generalis ou 
aberratio causae). 
- O agente responde considerando qual nexo causal (afogamento ou asfixia)? Não há consenso. 
Cléber Masson diz que a corrente majoritária considera nexo pretendido (veneno). Já Rogério 
Sanches considera majoritária a corrente que considera o nexo ocorrido (asfixia por afogamento). 
Contudo, parece que a melhor solução, apontada por Sanches, é considerar o nexo mais favorável 
ao réu. 
 
 ERRO DE TIPO PROVOCADO POR TERCEIRO 
 
- O agente erra induzido por um agente provocador. Ex.: o médico (provocador) quer matar o 
paciente e, para isso, troca a ampola com o medicamento e induz a enfermeira a erro (provocada). A 
enfermeira ministra a substância errada e mata a vítima. O médico responderá por crime doloso por 
ter determinado dolosamente o erro de outrem. A enfermeira incorre em erro de tipo. Se o seu erro 
for inevitável (era praticamente impossível saber o teor da ampola), restará excluído seu dolo. Se o 
seu erro for evitável (era possível perceber a troca das substâncias), restará excluído seu dolo, mas 
responderá a título de culpa. Se houver dolo dos dois, ambos respondem. 
 
Art. 20, §2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
Provocador com dolo  crime doloso Erro inevitável do provocado  exclui o dolo e a culpa (imune) 
Provocador com culpa  crime 
culposo 
Erro evitável do provocado  exclui o dolo, mas não a culpa, se 
previsto 
 
 ERRO DE SUBSUNÇÃO 
 
- É uma criação doutrinária. Trata-se do erro que recai sobre interpretações jurídicas. Ex.: agente 
denunciado por falsidade de documento público alega que não sabia que cheque de instituição 
privada equipara-se a documento público. 
- Não é erro de tipo porque o sujeito conhece a realidade. Não é erro de proibição porque o agente 
sabe que age ilicitamente. Há doutrina, contudo, que entende que se trata de espécie de erro de 
proibição. 
 
 DESCRIMINANTES PUTATIVAS 
 
- DESCRIMINANTE é causa de exclusão da licitude. Exemplos do art. 23 do CP: estado de 
necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito. 
PUTATIVO é algo que parece, mas não é, algo inexistente. Logo, DESCRIMINANTE PUTATIVA é a 
CAUSA DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE QUE NÃO EXISTE DE VERDADE, MAS APENAS NO IMAGINÁRIO 
DO AGENTE. As descriminantes putativas estão ligadas ao ERRO. Estão presentes em 3 situações: 
 
1. Erro relativo aos PRESSUPOSTOS DE FATO de uma causa de exclusão de ilicitude 
- É o caso clássico de descriminante: o sujeito imagina erroneamente estar acobertado por uma 
excludente de ilicitude. Ex.: o agente, à noite, numa rua escura, vê um inimigo (do qual já recebeu 
ameaças escritas) com a mão no bolso vindo em sua direção. Desfere-lhe tiros e causa sua morte. 
Depois, constata-se que a vítima pretendia apenas pegar seu celular para fazer uma ligação. O agente 
não está amparado pela legítima defesa, pois ausente a “agressão injusta” (pressuposto fático), a 
não ser em seu pensamento. Esse erro do agente, contudo, é plenamente escusável ou inevitável 
devido às circunstâncias, pois já havia sido ameaçado pela vítima. Tem-se legítima defesa putativa. 
- Quando o agente se supõe erroneamente acobertado por uma excludente de ilicitude e comete um 
crime, age com dolo ou culpa? Ao prever o resultado, o agente deseja sua produção (intenciona, no 
exemplo dado, provocar a morte do inimigo). A rigor, há dolo na conduta. Todavia, por razões de 
política criminal, o agente deve responder a título de culpa. É o que se entende por CULPA 
IMPRÓPRIA: se a situação fática imaginada pelo agente realmente existisse, sua ação seria 
legítima. Como o erro poderia ter sido evitado pelo emprego da prudência do homem médio, 
responde a título de culpa (se houver tal previsão). Vale destacar que essa é a única modalidade de 
crime culposo que admite a tentativa. 
- Estamos diante do erro de tipo ou do erro de direito? Duas correntes discutem a natureza jurídica 
do erro relativo aos pressupostos de fato de uma causa de exclusão de ilicitude. 
 
1ª corrente: ERRO DE TIPO 2ª CORRENTE: ERRO DE PROIBIÇÃO 
Os adeptos da TEORIA LIMITADA DA 
CULPABILIDADE entendem que se o erro recair 
sobre um pressuposto fático, há erro de tipo (erro 
de tipo permissivo). Nos outros casos, o erro será 
Os adeptos da TEORIA EXTREMADA DA 
CULPABILIDADE entendem que todo e qualquer 
erro que recaia sobre uma causa de justificação é 
erro de proibição. Não importa se recai sobre um 
 
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 MARTINA CORREIA 
de proibição. pressuposto fático, a existência ou os limites de 
uma excludente de ilicitude. 
É a corrente que prevalece no Brasil. 
A exposição de motivos da reforma de 84 anuncia 
que o CP adota a teoria limitada. 
Teoria minoritária, embora o CESPE, às vezes, 
adote. 
 
- Assim, adotada a TEORIA LIMITADA, a situação merece o tratamento do ERRO DE TIPO (ERRO DE 
TIPO PERMISSIVO): 
 
Descriminantes putativas 
Art. 20 §1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena 
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. 
 
ERRO DE TIPO INESCUSÁVEL exclui o DOLO, mas permitea PUNIÇÃO POR CULPA, se houver 
previsão 
ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL exclui o DOLO e a CULPA (exclui o crime) 
 
2. Erro relativo à EXISTÊNCIA de uma causa de exclusão da ilicitude 
- Nesse caso, O AGENTE SUPÕE A EXISTÊNCIA DE UMA DESCRIMINANTE QUE, NA VERDADE, NÃO 
EXISTE NO MUNDO JURÍDICO. Ex.: o sujeito que mata a esposa, em flagrante adultério, por acreditar 
que age acobertado pela legítima defesa da honra (não existe em nosso ordenamento). 
 
3. Erro relativo aos LIMITES de uma causa de exclusão da ilicitude 
- Nesse caso, o agente conhece as causas de exclusão de ilicitude, mas não os seus limites, 
extrapolando-os. Ex.: o sujeito que mata o invasor de sua fazenda, por acreditar que a defesa de 
sua propriedade autoriza essa reação. Há, na verdade, um excesso, pois o ordenamento não ampara 
reação tão desproporcional. 
 
- As teorias limitada e extremada concordam que ambas as situações (2 e 3) devem ser tratadas 
como ERRO DE PROIBIÇÃO (ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO). 
 
 Erro sobre a ilicitude do fato 
Art. 21 – O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 a 1/3. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência 
da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa 
consciência. 
 
ERRO DE PROIBIÇÃO INESCUSÁVEL responde pelo CRIME DOLOSO, com REDUÇÃO DE PENA 
de 1/6 a 1/3. 
ERRO DE PROIBIÇÃO ESCUSÁVEL ISENTA DE PENA (exclui a culpabilidade, embora subsistam o 
dolo e a culpa) 
 
 
7 
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 MARTINA CORREIA 
- Por que “erro de proibição indireto”? Breve revisão sobre o erro de proibição: pode ser direto ou 
indireto. O direto ocorre quanto ao conteúdo proibitivo de uma norma penal (o agente acredita que 
sua conduta é lícita). Ex.: turista que trazia consigo maconha para consumo próprio, pois em seu país 
era permitido tal uso. O indireto ocorre quando o agente supõe que sua ação é típica, mas é 
amparada por uma excludente de ilicitude. Pode ocorrer quanto à existência e aos limites da 
permissão (excludente de ilicitude – é o caso aqui tratado). 
 
Erro relativo... Descriminante putativa por... 
Aos PRESSUPOSTOS DE 
FATO de uma causa de 
exclusão da ilicitude 
ERRO DE TIPO PERMISSIVO (teoria limitada da culpabilidade). 
Para a teoria extremada, é erro de proibição. 
ESCUSÁVEL exclui o DOLO e a CULPA (exclui o crime) 
INESCUSÁVEL exclui o DOLO, mas permite a punição por culpa, se houver 
previsão 
A EXISTÊNCIA e aos 
LIMITES de uma causa de 
exclusão da ilicitude 
ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO ou ERRO DE PERMISSÃO. 
ESCUSÁVEL ISENTA DE PENA (exclui a culpabilidade, embora subsistam o 
dolo e a culpa) 
INESCUSÁVEL responde pelo CRIME DOLOSO, com REDUÇÃO DE PENA de 
1/6 a 1/3. 
 
TEORIA EXTREMADA TEORIA LIMITADA (ADOTADA) 
Erro sobre os pressupostos fáticos 
Erro sobre a existência da excludente de ilicitude 
Erro sobre os limites da excludente de ilicitude 
= TUDO É ERRO DE PROIBIÇÃO 
 
Erro sobre os pressupostos fáticos 
= ERRO DE TIPO (erro de tipo permissivo) 
Erro sobre a existência da excludente de ilicitude 
Erro sobre os limites da excludente de ilicitude 
= ERRO DE PROIBIÇÃO (erro de proibição indireto)

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