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TEORIA DA PENA

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TEORIA DA PENA
1) SANÇÃO PENAL é a resposta do Estado (por meio do poder judiciário) no exercício de seu direito de punir e com observância ao devido processo legal, ao envolvido (autor, coautor, autor mediato, partícipe) na um prática de uma infração penal (crime ou delito e contravenção penal) - “ius puniendi” ou “jus puniendi” (expressões sinônimas)
a) Espécies: sanção penal (gênero):
I - pena
II – medidas de segurança
 - dupla via do direito penal, ou seja, a consequência do crime ou é um pena OU é uma medida de segurança – o juiz deve aplicar uma ou outra (Claus Roxin e Hans Heinrich Jeschech)
 - PRESSUPOSTO da pena (culpabilidade) e pressuposto da medida de segurança (periculosidade)
 - DESTINATÁRIO da pena (aplicáveis aos imputáveis ou semi-imputaves) e destinatário da medida de segurança (inimputáveis e semi-imputáveis). Os semi-imputáveis são chamados de FRONTEIRIÇOS.
3 VIAS DO D.P (ERICK MACEDO): 1ª via (pena priv. lib.); 2ª via (medida de segurança) e 3ª via (trata-se da reparação do dano causada a vítima, pensando notadamente nos crimes patrimoniais, o direito penal perde sua essência de direito penal e passa a ter essência de direito civil.
2-Conceito de Pena: é a espécie de sanção penal consistente na privação ou restrição de determinados bens jurídicos do condenado, aplicada pelo Estado a quem violou a lei penal com as finalidades de castigar seu responsável, readaptá-lo ao convívio em comunidade e, mediante a intimidação endereçada à sociedade, evitar a prática de novos crimes ou contravenções penais. 
O bem jurídico de que o condenado pode ser privado ou sofrer limitação pode ser:
- a liberdade (pena privativa de liberdade), 
- o patrimônio (pena de multa), 
- a vida (pena de morte, na excepcional hipótese prevista no art. 5.°, XLVII, “a”, da CF);
- ou outro direito qualquer, em conformidade com a legislação em vigor (penas restritivas de direitos).
Pena privativa de liberdade: retira do condenado o seu direito de locomoção, em razão da pensão por tempo determinado. Não se admite a privação perpétua da liberdade (CF, art. 5.°, XLVII, “b”), mas somente a de natureza temporária, pelo período máximo de 30 (trinta) anos para crimes (CP, art. 75) ou de 5 (cinco) anos para contravenções penais (LCP, art. 10).
Pena restritiva de direitos: limita um ou mais direitos do condenado, em substituição á pena privativa de liberdade. Está prevista no art. 43 do Código Penal e por alguns dispositivos da legislação extravagante. É uma pena alternativa.
 Pena de multa: incide sobre o patrimônio do condenado. Espécie de sanção penal de cunho patrimonial consistente no pagamento de determinada quantia em favor do Fundo Penitenciário Nacional (FUPEN).
- vida pena de morte em tempo de guerra declarada (art. 5º, LVII da CF)
- outros direitos qualquer previsto em lei
-Fundamentos da pena:
1º)politico-estatal sem a pena o ordenamento jurídico deixaria de ser coativo
2º)psicossocial a pena satisfaz o anseio de justiça da comunidade
3º)ético-individual a pena permite ao próprio delinquente liberar-se de algum sentimento de culpa. 
3-Principios da Pena: 
-Principio da reserva legal\estrita legalidade a lei tem o monopólio (comina a pena- art.1º do CP e art. 5º XXXIX CF-clausula pétrea)
-Principio da anterioridade a lei e a pena deve ser prévia ao fato de que se pretende punir (art 1º do CP e art. XXXIX-clausulas pétreas).
-Principio da Personalidade\Intransimissibilidade\Intranscedência ou da responsabilidade pessoal a pena não pode em hipótese alguma ultrapassar a pessoa do condenado (PPL, PRD e multa-art. 5º XLV) 
-OBS: O Plenário do STF entende: que este princípio impede que sanções e restrições de ordem jurídica supere a dimensão estritamente pessoal do infrator da lei penal. 
Entretanto os efeitos da condenação (obrigação de reparar o dano e perdimentos dos bens pode passar da pessoa do condenado sim)
Esse princípio nem sempre surgiu no Brasil. Pois na época da inquisição não existia esse principio (atingiam-se todas da família). 
-Princípio da Inderrogabilidade\ inevitabilidade com a condenação do agente a pena deve ser aplicada e integralmente cumprida. Pois são normas de ordem publica, normas cogentes. É manifestação da imperatividade do Estado. Esse princípio é mitigado por alguns institutos (prescrição, sursis da pena, livramento condicional). 
-Princípio da Intervenção mínima surgiu inicialmente na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão na França em 1789. Essa declaração prevê que a lei só deve prever as penas estritamente necessárias “ultima ratio”.
Esse princípio se subdivide em: - Princípio Fragmentariedade\caráter fragmentário do D.P
			 - Princípio da Subsidiariedade do D.P 
-Principio da Humanidade ou da Humanização precípua que a pena deve respeitar os direitos fundamentais do condenado enquanto ser humano (art. 5º XLIX). O Estado não pode utilizar nenhum tipo de tratamento cruel, desumano e degradante. Além disso, a CF prevê penas proibida no Brasil (art. 5º XLVII CF-morte, perpetua, trabalho forçado, banimento e cruéis)
-Principio da proporcionalidade\razoabilidade\convivência das liberdades publicas esse principio apresenta uma dupla face:
 Proibição do excesso (não se pode punir mais do que o necessário para a proteção do bem jurídico-garantismos negativo- interessa ao acusado)
Proibição da proteção insuficiente de bens jurídicos- garantismos positivo interessa à sociedade)
Esse princípio se manifesta em 3 etapas, a legislativa (cominação da pena), a jurisdicional (efetuada pelo juiz no momento da dosimetria da pena) e executória (cumprimento da pena)
-Principio da individualização da pena(art 5º XVLI) esse rol é exemplificativo, assim a CF permite que o legislador crie novas penas. 
*Conceito desse princípio segundo Nelson Hungria: individualizar a pena é retribuir o mal concreto do crime com o mal concreto da pena na concreta personalidade do agente
A individualização da pena deve observar aspectos subjetivos (relacionada ao agente) e objetivos (relacionado ao fato).
Para o STF esse principio visa buscar a padronização da pena, pena computadorizada.
Esse princípios também se manifesta em 3 fases distintas: A legislativa (cominação da pena), a jurisdicional (aplicação concreta da pena) e executória (cumprimento da pena).
4-Teorias e Finalidade da Pena 
-As escolas penais divergem quanto à finalidade da pena. Vejamos tais escolas:
1-Escola clássica (Carrara\Jacobs exumou esse assunto) a pena é uma necessidade ética permitindo o reequilíbrio do sistema
2-Escola positiva (Lombroso) a pena é indeterminada adequando-se ao criminoso.
OBS: ambas as escolas trabalhavam a pena como prevenção. 
3-Terza Scuola Italiana (Carnevale) reúne conceitos clássicos e positivistas.
4-Escola Penal Humanista (Lanza) a pena tem o objetivo de educar o culpado.
5-Escola técnico-jurídica (Manzini) a pena surge como meio de defesa contra perigosidade do agente. O objetivo é castigar o delinquente (preponderância do caráter retributivo da pena). 
6-Escola moderna Alemá (Von Liszt\aqui tbm faz lembrar de Jabos) a pena é instrumento de ordem e segurança social. A pena exerce uma função preventiva geral (visa a sociedade) e negativa (intimidação)
7-Escola da nova defesa social (gramática) a pena é uma reação da sociedade com o objetivo de proteção do cidadão. 
8-Escola correcionalista (Roeder) pena como correção da vontade do criminoso.
Finalidade da pena são os objetivos buscados com a aplicação da pena. São 3 basicamente as finalidades da pena:
1 - corrente absolutista (pena tem o objetivo de retribuir o mal causado); 
2 - corrente utilitarista (pena atua como instrumento de prevenção); e
3 - corrente eclética (a pena objetiva retribuição + prevenção- art. 59 do CP). 
Teorias: 
a)Teoria absoluta a finalidade da pena é retributiva, ou seja, o Estado pune o indivíduo para castiga-lo. A pena é retribuição justa do Estado ao mal injusto do crime. A pena é um mal necessário,mal legitimo mal justo. A pena assume um caráter expiatório, aflitivo.
 A crítica que se faz a esta teoria é de que a pena não tem nenhuma finalidade prática, pois não se preocupa com a readaptação social do infrator da lei penal. Pune-se simplesmente como retribuição â prática do ilícito penal.
Precursores (Kant e Hegel). Kant dava como exemplo de finalidade retributiva o exemplo da ilha. “Pena quanto imperativo categórico” 
b)Teorias Relativas a pena tem finalidade preventiva. Não se pune simplesmente pra unir, o Estado visa prevenir novas infrações penais. Essa prevenção pode ser geral (voltada a coletividade- o Estado pune o criminoso para evitar a prática de novos crimes pelos demais membros da coletividade. A critica que se faz aqui é que essa prevenção resulta da “instrumentalização do ser humano”- o condenado passa a ser um exemplo para a coletividade, o condenado é usado como objeto) ou especial (aquela que se dirige ao próprio condenado, ou seja, o Estado pune para que o próprio individuo não volte a delinquir. A critica que se faz aqui é que apena assume um papel educativo e o DP não tem a tarefa de educar ninguém).
Tanto a prevenção geral quanto a especial se dividem:
-prevenção geral negativa: é a intimidação coletiva (criada por Fewrbabc-Teoria da coação psicológica, que busca criar nos potenciais criminosos um contra estímulos para afastá-los das práticas de crimes. Fala-se em “direito penal do terror\medo” que significa a inflação legislativa (direito penal de emergência-criação exageradas de leis penais + hipertrofia do D.P- aumento das penas). 
Atualmente, a finalidade de prevenção geral negativa manifesta-se rotineiramente pelo direito penal do terror. Instrumentaliza-se o condenado, na medida em que serve ele de exemplo para coagir outras pessoas do corpo social com a ameaça de uma pena grave, implacável e da qual não se pode escapar. Em verdade, o ponto de partida da prevenção geral possui normalmente uma tendência para o terror estatal. Quem pretende intimidar mediante a pena, tenderá a reforçar esse efeito, castigando tão duramente quanto possível.
-prevenção geral positiva: é a reafirmação do direito (existência, validade e eficácia do D.P). 
-prevenção especial negativa: visa evitar a reincidência (programa mínimo)
-prevenção especial positiva: preocupa-se com a ressocialização do condenado, para que no futuro possa ele, com o integral cumprimento da pena, ou, se presentes os requisitos legais, com a obtenção do livramento condicional, retomar ao convívio social preparado para respeitar as regras a todos impostas pelo Direito. A pena e legitima somente quando e capaz de promover a ressocialização do criminoso.
O Brasil adota a teoria mista\eclética\conciliatória\intermediária: aqui a pena apresenta uma tríplice finalidade. A pena é uma retribuição (castigo) e também uma prevenção geral e prevenção especial. Foi a teoria acolhida pelo art. 59, caput, do Código Penal, quando dispõe que a pena será estabelecida pelo juiz “conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. (Lei 7.210/1984 - Lei de Execução Penal- LEP, Pacto São Jose da Costa Rica, art. 5.°, item “6”). E DE ACORDO COM O STF A PENA NO BRAISL É POLIFUNCIONAL.
-Finalidade da pena e evolução histórica: na origem do D.P nos povos primitivos, as penas era exclusivamente retributiva (castigo). Ao longo do tempo a pena assumiu um aspecto preventivo (ex: execução em praça publica). A pena nunca perderá seu caráter retributiva. 
Cominação das penas: é a previsão em abstrato da pena, é a efetuada pelo legislador. A cominação pode ocorre de 4 formas distintas: 
a) Isolada o tipo penal prevê uma única pena (art. 121 CPC – pena de reclusão)
b)Cumulativa o tipo penal prevê em conjunto 2 espécies de penas (art 157 CP – penas de reclusão e multas)
c)Paralela o tipo penal prevê alternativamente duas modalidade da mesma pena. Ex: crime de bigamia (art. 235, §1- penas de reclusão ou detenção).
d)alternativa o tipo penal coloca a disposição do juiz duas espécies de pena para que ele escolha somente uma delas. (art. 140 , caput CP- penas de det ou multa) 
-Teoria das janelas quebradas Teoria norte americana na qual consistiu em abandonar dois automóveis idênticos em vias públicas, um na zona pobre e problemática de Nova York, e outra em um local rico e tranquilo da Califórnia. Depois de uma semana verificou-se que o carro deixado na zona pobre foi completamente destruído, e já o carro que foi deixado na zona rica nem tocado foi. Concluiu-se, em analise inicial, ser a pobreza um fator determinante da criminalidade. 
Assim depois de uma semana decidiu-se quebrar a janela do carro na zona rica, aí só então o carro foi totalmente deteriorado. Logo percebeu-se não ser a pobreza, por si só, a causa fomentadora de infrações penais, e sim a sensação de impunidade.
Essa teoria defende que todo crime por menor que seja deve ser punido, porque a punição de um crime pequeno evita a prática de novos crimes. Ex no Brasil: aplicabilidade da lei maria da penha. O melhor exemplo da aplicação dessa teoria ocorreu em NY em 1994 (Rudolph Giulian) com a criação do movimento de lei e ordem (politica de tolerância zero). 
-Abolicionismo penal foi criada na Holanda (Louk Hulsman) e Noruega (Nils Christie e Thomas Mathiesen) parte da seguinte reflexão: a forma atual de punição, escolhida pelo Direito Penal, é falha, pois a reincidência aumenta diariamente, por isso buscou-se uma nova forma de pensar o Direito Penal. Ocorreu a descriminalização de determinadas condutas (o crime deixa de existir) e despenalização de outras condutas (subsiste o crime, mas desaparece a pena).
5-Aplicação da pena é uma atividade exclusivamente judicial, uma vez que é reservada integralmente aos integrantes do poder judiciário. 
	Etapa da individualização da pena na sua fase jurisdicional (individualização concreta da pena, ou seja, a pena que era abstrata passa a ser concreta). 
-Teoria das margens a aplicação da apena é um ato discricionário juridicamente vinculado. Toda pena apresenta limites (margens) mínimas e máximas previstas em lei. O juiz tem discricionariedade para dosar a pena dentro dessas margens. 
	A pena deve ser aplicada ainda que no caso concreto fique provado que o agente não precise de ressocialização, porque no tocante às finalidades da pena o Brasil adota uma teoria mista (prevenção especial, castigo e prevenção geral)
6- Sistema\critério\método de aplicação da pena 
-Sistema bifásico (Roberto Lyra, “príncipe dos promotores”) foi adotado no Brasil em ralação a pena de multa (art. 49, caput e §1 CP)
-Sistema trifásico (Nelson Hungria) foi adotado para a aplicação da pena privativa de liberdade (art. 68, “caput” CP) 
OBS: no tocante a pena restritiva de direitos, a característica delas é a substitutividade, pois substituem as penas privativas de liberdade. Deste modo, para as penas restritivas respeitam o sistema trifásico. 
7-Dosimetria\aplicação da pena privativa de liberdadea pena é aplicada em 3 fases:
-1ª fase: Juiz fixa a pena base leva em conta as circunstancias judiciais previstas no artigo 59, caput do CP. A circunstancia judicial permite que o juiz define a pena no caso concreto.
-2ª fase: Incidem atenuantes e agravantes circunstâncias legais pois são definidas pelo legislador
-3ªfase: causa de diminuição e de aumento da pena circunstâncias legais
	Essas três fases são distintas e sucessivas. Deste modo, o juiz deve passar por cada uma dessas fazes separadamente. A aplicação conjunta da pena, isto sem separar cada uma das fazes leva a nulidade da sentença por ofensa ao principio constitucional da individualização da pena. 
-1ª fase-Pena Base
	A pena base será aplicada de acordo com as circunstancias judiciais (circunstancias inominadas) previstas no artigo 59 CP. Essas circunstancias apresentam um caráter residual ou subsidiário, ou seja, as circunstâncias judicias só serão aplicada quando o mesmo fato não constituir uma circunstancia legal, poisvisa evitar o “bis in idem”. Ex: lesão corporal praticada contra uma criança onde o juiz aumenta a bena base (disparidade de força) e aplica a agravante (crime praticado por criança). 
	Nessa fase a pena base não pode ultrapassar os limites legais (mínimos e máximos estabelecidos pelo legislador)
	O artigo 59 do CP prevê 8 circunstâncias judiciais: se todas circunstancias for favorável aplica-se a pena mínima, se todas as circunstancias forem desfavoráveis, aplica-se a pena máxima, mas se houver uma circunstancia um desfavorável, aumenta-se um pouco a pena mínima e assim por diante (o quantum a ser aplicado deve ser considerado a diferença entre a pena mínima e máxima e divide por 8, esse valor desse ser acrescido de acordo com o tanto de circunstancias desfavoráveis). 
O STF diz que essa é a única forma de se respeitar o principio da proporcionalidade da pena. No Brasil firmou-se jurisprudência no sentido de que se a pena foi aplicada no seu mínimo legal, dispensa fundamentação, ou seja, a pena não precisa ser fundamentada pelo juiz, pois não há prejuízo para o réu. Isso gerou a “Cultura da Pena Mínima” (preguiça do juiz em fundamentar), que entende que toda pena deve ser fundamentada ainda que aplicada no mínimo legal por respeito a CF, art. 93, IX e pelo fato de o juiz se um agente público que deve prestar conta de seu trabalho para toda coletividade. 
“Redimensionamento da pena” é uma forma de se corrigir o excesso da apena. É uma atividade privativa da instância superior que se destina a corrigir o excesso da pena oriundo da instância inferior. 
-Circunstancias judiciais em espécie (1ªfase)
1-Culpabilidade Refere-se ao grau de reprovabilidade da conduta do agente. Deveria estar escrito “grau de culpabilidade”, que significa que todo agente culpável receberá uma pena, que será maior ou menor dependendo do grau da culpabilidade. (essa culpabilidade não é a mesma do que a culpabilidade da teoria do crime, que pode ser elemento do fato típico ou pressuposto de aplicação da pena)
2-Antecedentes Refere-se às informações relativa a vida pregressa do acusado no âmbito criminal. Folha de antecedentes do réu. Tudo o que diga respeito ao passado do réu, em outra área, que não seara criminal, será usado como conduta social. 
OBS: Maus antecedentes (Súmula 444 STJ Inq. Pol. e ações penais em curso não caracterizam maus antecedentes). Além disso sentenças declaratórias da extinção da punibilidade também não caracteriza maus antecedentes. (art. 5º, LVII CF- Presunção de inocência). Os maus antecedentes pressupõe uma sentença condenatória com transito em julgado. Atualmente o STF tem o mesmo entendimento da súmula 444 d STJ. 
Artigo 20, parágrafo único do CPP
Em relação aos maus antecedentes o Direito Brasileiro adota o “sistema da perpetuidade”, ou seja, os maus antecedentes NUNCA SE APAGAM pelo decurso do tempo. 
3-Conduta social é o estilo de vida do agente perante a família, sociedade, em seu ambiente de trabalho, etc..
4-Personalidade do agente é o perfil subjetivo do réu, ou seja, se o perfil é voltado à prática de crime ou não. 
5-Motivo do crime são os fatores psíquicos que levam o agente a delinquir. Deve-se ter cuidado na motivação para evitar o bis in idem. 
6-Circunstâncias do crime são os dados secundários do crime, como local, meio de execução, instrumento, etc..
7-Consequencias do crime são os efeitos prejudiciais\danosos\do crime sofrido pela vítima, a família e a sociedade. Ex: homicídio contra um idoso e estado terminal e um pai de família de 30 anos com 5 filhos e esposa para cuidar. 
8-Comportamento da vítima pode favorecer o réu quando o comportamento da vítima estimula a prática de crimes. “Conto da guitarra” é o sujeito que compra uma máquina da fazer dinheiro, mas a máquina não funciona. 
OBS: cuidado composição preconceituosa contra crimes sexuais!
 -Atenuante e agravantes (2ª fase)
-Genéricas: parte geral do CP, aplicáveis em crimes em geral 
-Especificas: parte especial do CP ou legislação extravagante, aplicáveis em determinados crimes.
-São de aplicação compulsória
	Agravantes genéricas
	Atenuante
	-previstos nos art. 61 e 62 CP (rol taxativo, pois são prejudiciais ao réu. Logo, não cabe analogia)
-sempre aumenta a pena, salvo quando já caracterizam uma elementar do crime, qualificadora ou uma causa de aumento da pena (evita o bis in idem)
-só aplica em crime doloso (salvo reincidência que pode ser aplicada no crime culposo)
	-previsto nos art. 65 e 66 (rol exemplificativo, pois beneficiam o réu. Logo, cabe analogia). Ex: teoria da co-culpabilidade.
-sempre diminuem a pena, salvo se já funcionam como elementares, privilégio ou causa de diminuição da pena.
	O “quantum” de aumento ou diminuição é de 1\6 sobre a pena base (STF). (Esse percentual de 1\6 foi determinado porque esse percentual é o menor previsto n CP para as causas de aumento e diminuição da pena. 
	Nessa fase a pena não pode ultrapassar os limites\margens legais, ou seja, as agravantes não podem conduzir a pena acima do máximo, e as atenuantes não podem trazê-la abaixo do mínimo, Sob pena de se tornarem ineficazes (as agravantes e atenuantes não terá efeito se a pena base for aplicada no máximo ou no mínimo-Sumula 231 STJ- o fundamento dessa sumula está no artigo 2º da CF “principio da separação dos poderes”, pois se o juiz ultrapassa os limites legais, ele cria uma nova pena , arvorando-se na função de legislador). 
	Concurso entre agravantes e atenuantes (art. 67 CP) regra geral é a compensação representada pela equivalência das atenuantes e agravantes . Mas no caso de Circunstâncias preponderante que são aquelas prevalece sobre as demais (motivo do crime, personalidade do agente, e reincidência-características subjetivas) deve-se aumentar menos que 1\6. 
	Reincidência (agravante) x confissão espontânea (atenuante) nesse caso o STF diz que a agravante da reincidência prevalece sobre a atenuante da confissão espontânea. Já para o STJ a reincidência e a confissão espontânea compensam-se entre si, ou seja, uma anula a outra.
-Causas de diminuição (minorante) e aumento de pena (majorante) (3ª fase)
-Genéricas: previstas na parte geral do CP e aplicáveis aos crimes em geral
-Especificas: são as previstas na parte especial e legislações extravagantes e aplicáveis somente a determináveis crimes.
	São previstas em quantidades fixas (art 155 CP1\6) ou variáveis (art. 14 CP1\3 a 2\3). 
	Nessa fase a pena pode ultrapassar os limites legais, ou seja, uma causa de aumento pode levar a pena acima do máximo, e uma causa de diminuição pode trazer a pena baixo do mínimo, pois a lei indica a quantidade do aumento ou da diminuição. 
	Pluralidade de causas de aumento ou de diminuição de pena (art. 68, parágrafo único do CP). 
Ex: *2 causas de aumento\diminuição prevista na parte geral aplica-se as duas 
*1 causa de aumento\diminuição prevista na parte geral + 1 cauda de aumento \diminuição prevista na parte especial aplica-se as duas
*2 causas de aumento\diminuição previstas na parte especial o juiz pode aplicar somente uma delas (a que mais aumenta ou a que mais diminua)., mas pode também aplicar as duas. 
	No caso de duas causas de aumento de pena (sem haver agravante) aplica-se primeiro o maior aumento da maior majorante, e a segunda majorante é aplicada na pena já aumentada. “sistema do juros sobre juros”. Todavia, há entendimento minoritário que entende que a segunda majorante é aplicado na pena base (defensoria). 
	No caso de duas causas de diminuição (sem haver atenuante) primeiro aplica-se a maior diminuição sobre a pena base, depois aplica-se e a segunda diminuição que incidirá sobre a pena já diminuída. Isto serve para evitar a “pena zeno ou negativa”.
	Agravante
	Causa de aumento
	Qualificadora
	-incide na 2ª fase
-lei omissa (STF + 1\6)
	-incise na 3ª fase
-quantidade fixa ou variável
	-altera os limites da pena em abstrato 
-as qualificadoras antecedem a aplicação da pena base. Ou seja o juiz decidirá se o crime é simples ou qualificado,só para depois realizar a dosimetria da pena. 
-No caso de 2 ou + qualificadoras: o entendimento majoritário (STF e STJ) é de que uma qualificadora será utilizada para qualificar o crime, e a outra qualificadora será usada como agravante genérica (se houver previsão no artigo 61) ou será usada como circunstancia judicial desfavorável, no caso de não ser prevista como agravante genérica. 
-OBS: tese da defensoria no caso de crime duplamente qualificado, o juiz deve usar a 1º qualificadora para qualificar o crime e as demais qualificadoras devem ser desprezadas.
8-Fixação do regime prisional\sistema penitenciário Depois do sistema trifásico o juiz fixará o regime prisional. Após o juiz analisa a possibilidade de substituição da PPL por PRD ou multa. Em caso negativo de substituição o juiz observará a possibilidade concessão do “sursis”. Após o juiz vai decidir sobre a prisão preventiva, ou seja, se o réu vai recorrer ou não em liberdade. 
	A fixação do regime prisional também é chamado de Sistema\Regime penitenciário que é meio pelo qual se efetiva o cumprimento da pena restritiva de liberdade. Há 3 tipos de regime:
-Fechado a PPL é cumprida em estabelecimento de segurança máxima ou média (presídios)
-Semiaberto a PPL é executada em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
-Aberto a PPL é comprida em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
OBS: cadeia publica não é local para cumprimento de pena, e sim prisão provisória. 
	Critérios de fixação do regime prisional (art. 33, §§2 e 3 do CP)	, é prolatada pelo juiz sentenciante, ou pelo tribunal (competência originária, grau de recurso) e obedece a seguinte ordem:
- (1º) reincidência 
- (2º) quantidade da pena aplicada 
- (3º) circunstâncias judiciais (art 33, §3 CP o juiz pode fixar o regime prisional mais grave do que o correspondente a pena aplicada, desde que a circunstancia do artigo 59 do CP sejam desfavoráveis s ao réu e desde que a decisão seja fundamentada -Sumula 718 e 719 STF).
	Modalidade de PPL:
-Reclusão (art. 33, §2) o juiz pode fixar o regime inicial fechado, semiaberto ou aberto. Primeiramente deve-se observar se o réu é primário (considera-se a quantidade da pena aplicada no caso concreto, se superior a 8 anos regime fechado, se pena superior a 4 até 8 anos regime semiaberto, e se pena até 4 anos regime aberto) ou reincidente (regime inicial fechado, independentemente da quantidade da pena aplicada.)
Sumula 269 STJ confirma que a regra é o regime fechado, mas excepcionalmente se a pena não for superior a 4 anos e se houver boas circunstancias judiciais, pode-se aplicar o regime semiaberto.
-Detenção se inicia no regime semiaberto ou aberto. Não se admite o regime fechado para o inicio do cumprimento da pena de detenção, mas é possível a regressão. Para a fixação do regime analisa se o réu é reincidente (regime semiaberto) ou primário (quantidade da pena aplicada- se pena superior a 4 anos é regime semiaberto, se a pena for até 4 anos regime aberto desde que as circunstancias não sejam desfavoráveis ao réu)
-OBS: 
*prisão simples cabe no caso de contravenção penal 
* Pena aplicada no mínimo legal e regime prisional mais severo do que o correspondente à pena aplicada é vedado (art. 157, §2, I CP Roubou com emprego de arma-Sumula 440 STJ). Se a pena foi aplicada no mínimo legal é porque todas as circunstancias foram favoráveis ao réu, por isso não se pode fixar um regime mais grave do que aquele correspondente. 
9-Reincidência
-Natureza jurídica: é uma agravante genérica, logo incide na 2ª fase da dosimetria da pena. 
-conceito: é a pratica de novo crime depois da condenação definitiva no Brasil ou no exterior, por um crime anterior (artigo 63 CP). 
-Requisitos: 
1º)crime praticado no brasil ou exterior (sentença estrangeira- art 9º CP não precisa ser homologada no STJ para gerar efeitos no Brasil, basta provar que ela exista)
2º)condenação definitiva 
3º)prática de novo crime
	A expressão “tecnicamente primário” ocorre quando existe uma condenação definitiva anterior mas não é reincidente. Ex: fulano comete crime 1 e logo em seguida o crime 2, depois o crime 1 transita em julgado e em seguida transita o crime 2 em julgado também
-circunstancia subjetiva ou pessoal porque diz respeito ao agente e não ao fato. Deste modo, essa circunstâncias subjetivas não se comunicam ao concurso de pessoas. Na reincidência basta a condenação anterior independentemente da pena aplicada. 
-Prova da reincidência: há 2 posições: - certidão cartorária detalhada-STJ
					 -folha de antecedentes- STF 
-Fundamentos e constitucionalidade da reincidência: 
“Direito penal do autor” o direito penal moderno, democrático, é o direito penal do fato. Já o direito penal do autor é aquele que vai rotular, exteriorizar determinados grupos de pessoas, aqui não importa o que o agente fez, o que interessa é o que ele é (direito ultrapassado, inconstitucional. Ex: direito penal nazista). 
	A defensoria sustentou que a reincidência é direito penal do autor, pois o réu pelo seu passado teria um tratamento mais severo. Já o “bis in idem” o agente estaria sendo punido 2 vezes pelo mesmo fato, pois a pena do novo crime será agravada em razão do crime anterior. Todavia, o plenário do STF entendeu que a reincidência quanto agravante genérica é constitucional (prevenção especial), visa a necessidade de uma aplicação de pena mais severa.
-Espécie de reincidência 
-Quanto a necessidade ou não de cumprimento da pena: 
-Real\própria\verdadeira ocorre quando o agente pratica novo crime depois de ter cumprido integralmente a pena do crime anterior. 
-Presumida\ficta\ impropria\ falsa é a que ocorre quando o agente pratica novo crime depois de ser definitivamente condenado por um crime anterior. È irrelevante se ele cumpriu ou não a pena. (ADOTADA PELO CP)
-Quanto a natureza do crime praticado pelo agente:
-genérica os crimes são diversos (ADOTADA PELO CP)
-especifica os crimes estão previstos no mesmo tipo penal. O CP fala pouco sobre esse tipo de reincidência: art 44, §3 CP (não cabe substituição da pena) e livramento condicional (nem livramento condicional). 
-Validade da condenação anterior para fins de reincidência A reincidência subsiste pelo prazo de 5 anos, contados do cumprimento da pena ou da extinção da pena (“período depurador” ou “caducidade da reincidência”). O CP na reincidência adota o sistema da temporariedade, ou seja, a reincidência vale pelo prazo 5 anos, mas após esse prazo subsistirá como mau antecedente (circunstancia judicial desfavorável)
Obs: o tecnicamente primário não é reincidente, mas pode ter mau antecedente.	 
-Crimes militares próprios (CPM) e crimes políticos não geram reincidência (exceção) embora todo e qualquer crime caracteriza a reincidência (art. 64, II CP). 
OBS: os crimes militares próprio só pode ser pratica por militar (CPM) já os crimes militares impróprios são os previsto no CPM ou CP e podem ser praticados por qualquer pessoa. Assim não existe reincidência entre um crime militar próprio e um crime comum. Mas existe reincidência entre crimes militares próprios.
No tocante ao crime politico (motivação politica), ou seja, é aquele que ofende a segurança e a organização do Estado não gera reincidência
-Crime x Contravenção Penal -para fins de reincidência (art. 63 c\c art. 7 LCP)
OBS: não se aplica a extraterritorialidade para as contravenções penais. 
*crime crimes reincidência (art. 63)
*contravenção penal contravenção penal reincidência (art 7 da LCP) 
* crimecontravenção penal reincidência (art. 7º LCP)
*contravenção crime não reincidente (não há previsão legal)
-Súmula 241 STJ a reincidência não pode ser considerada como circunstancia agravante (2ª fase) e circunstancia judicial (1ª fase). Visa evitar o bis in idem. 
10-Pena de multa espécie de sanção penal de caráter patrimonial consistente no pagamento em determinada quantia em dinheiro em favor do fundo penitenciário nacional.
	O CP adotou o sistema do dia-multa.O CP se limita a prever a pena de multa sem indicar o seu valor. Porém, há leis especiais que preveem critérios diversos (lei de licitação)
	Para a dosimetria da pena de multa o CP adota o sistema bifásico:
-1ª fase: o juiz calcula o número de dias multa, através da análise das circunstancias judiciais, atenuantes e agravantes e causa de aumento e diminuição da pena (min 10 e max 360). Ou seja, utiliza-se o critério trifásico da PPL. 
-2ª fase: valor do dia multa será calculado de acordo com a situação econômica do réu (min 1\30 do salário mínimo e max 5 x salário).
-Valor ineficaz da multa o juiz aplica a pena de multa depois conclui que a pena é ineficaz, deste modo o CP pode aplicar a pena de multa até o triplo. Mas existem algumas hipóteses que juiz pode aumentar a pena de multa até o decuplo (lei dos crimes contra o sistema financeiro nacional; lei de drogas (art. 43, p.ú); lei 197 crimes contra a propriedade industrial). 
-Multa Irrisória: é a multa com valor extremamente baixo- Necessidade de cobrança:
1ª Correntenão há necessidade de cobrança de multa de valor ínfimo, sob o fundamento do custo e benefício. Além do que a pena de multa irrisória não tem caráter retributivo (castigo). MINORITÁRIA
2ª corrente há necessidade sim de cobrança da multa mesmo que irrisória, sob o fundamento doa aplicação do Principio da inderrogabilidade (manifestação de soberania do Estado) e Principio da Imperatividade (ato de imposição\poder do Estado) (MAJORITÁRIA).
-Multa excessiva e lei 9.099\95art. 76, §1- nas hipóteses de a pena de multa ser a única aplicada, o juiz poderá reduzi-la até a metade, desde que avaliada a situação econômica do agente.
-Pagamento Voluntário da Multa: o pagamento deve ocorrer no prazo de 10 dias após o transito em julgado da sentença penal condenatória (art 50, caput, 1ª parte do CP). 
Ex: condenado à pena de multa de 20 dias multa no mínimo legal- depois da sentença transitar em julgado, cabe ao juízo da execução liquidar essa multa (contador), e só então o condenado será intimado para pagar em 10 dias. Além disso, o pagamento da multa pode ser parcelado desde que a requerimento do condenado. O número máximo de parcelas não é indicado pelo CP e LEP, isto é critério discricionário do juiz no caso concreto. O pagamento da multa pode ser efetivado mediante desconto em folha de pagemento, se a pena de multa for aplicada isoladamente, cumulada com PRD, concedido “sursis”. (somente não será possível se a pena de multa for aplicada cumulativamente com PPL). Além disso a pena de multa não pode prejudicar o sustento do condenado. 
OBS: LEP, art 168 I:
-minimo: 1\10
-máximo: 1\4
-Execução da pena de multa ausência do pagamento da multa -art. 51 CP- a multa não paga de forma voluntária deve ser executada como dívida de valor. Deste modo será que a multa perdeu seu caráter penal¿
-1ª corrente: a multa perdeu sua natureza de pena (passou a se dívida)-MINORITÁRIA
-2ª corrente: a multa mesmo sendo cobrada como divida de valor continua sendo pena (art. 5º XLVI da CF)-MAJORITÁRIA
 OBS: Antes da lei 9268\96 a pena de multa não paga, era convertida em prisão. 
-Tramite da execução da pena de multa: juiz intima o condenado a pagar, se ele não paga, o juiz emite uma certidão e após manda para fazenda publica - inscrição em divida ativa- que realiza a cobrança através da procuradoria da fazenda nacional. 
-Correção monetária: incide na pena de multa a partir da data do fato (atualização de valor)
-Multa e HC: cabe HC para discutir a pena de multa¿ Não, pois não cabe a conversão da multa em PPL (sumula 693 STF) 
Sumula 171 STJ PPL + multa multa. Essa sumula ainda é válida mas não é usada mais, tendo em vista que foi criada para a antiga lei de drogas. 
-Multa o CP adotou o sistema de dias-multa, baseado, principalmente, na capacidade econômica do sentenciado. Porém legislação extravagante pode anunciar outros sistemas, ex: licitação (sistemas de índices percentuais), locação (sistema valor de aluguel).
-Aplicação da pena de multa:
1º momento juiz deve fixar a quantidade de dias multa (mínimo 10 e máximo de 360 dias-multa) com base em critérios estipulado por 3 correntes:
juiz deve observar o critério trifásico do artigo 68 do CP (PREVALECE)
juiz deve variar de 10 a 360 dias-multa conforme a capacidade financeira do réu. 
Juiz deve variar de 10 a 360 analizando as circunstancias judiciais do art. 59 do CP
2º momento o juiz decide o valor de cada dia multa (mínimo de 1\30 á 5 vezes o salario). Esse valor pode ser triplicado, pois nesse momento o juiz analisará somente a situação econômica do sentenciado. 
*multa de valor irrisório deve ser executada¿ 
1ª corrente não, já que o poder público arcará com a sua cobrança, gastando valor superior ao que será arrecadado. 
2º corrente sim, não importando seu valor, pois pena de multa é pena incidindo sobre elas os principi da imperatividade e oprincipio da inderrogabilidade. 
*A pena de multa é executiva como divida ativa, e deve ser executada:
1ª corrente legitimidade é do MP, competência da vara das execuções criminais, seguindo o rito da LEP.
2ª corrente a legitimidade é do MP, competência da vara das execuções criminais, seguindo o rito das execuções fiscais. 
3ª corrente a legitimidade é da procuradoria da fazenda e a competência para a execução é da Vara da fazendo, seguindo o rito da lei de execução fiscal. (STF e STJ)
OBS: 
-a multa mesmo sendo executada na Vara da fazenda, não perde seu caráter penal, não podendo passar da pessoa do condenado. (principio da intrancendibilidade da pena).
-a multa aplicada no Jecrim, por força do art. 98, I da CF, deve ser executada no próprio Jecrim. 
-sumula 171 STJ se o crime prevê a PPL e multa, mas se for crime do CP pode sobrar só multa no final (desde que a substituição da PPL seja trocada por PRD), mas no caso de lei extravagante não pode sobrara apenas multa. 
-não confundir Prestação pecuniária e multa
SURSIS (art. 77 a 82 do CP e 156 a 163 da LEP)
-Se não for possível substituir a PPL em PRD ou multa, ainda é possível suspender condicionalmente a execução da pena. 
-Sursis é um instituto de politica criminal que suspende por um certo tempo (período de prova) a execução da PPL, ficando o sentenciado em liberdade sob determinadas condições, ou seja, evita a PPL através de medidas alternativas. Trata-se de exceção do princípio da inderrogabilidade da pena que diz que toda pena deve ser cumprida. 
-O Sursis é um direito subjetivo do réu ou faculdade do juiz¿ embora o art. 77 diz “poderá”, prevalece que esta expressão indica um poder-dever, isto é, presentes os requisitos, o juiz deve aplicar o sursis (direito subjetivo do réu)
Sistemas do sursis:
	Franco belga “sursi”
	Anglo americano
	Probation of firt offenders act “sursi processual”
	1º) O reú o é processado (tem denuncia)
2º) É reconhecido culpado
3º) Existe condenação
4º) Suspende-se a execução da pena
OBS: foi adotado pelo Brasil para disciplinar o sursis da pena(art. 77 CP). 
	1º) O réu é processado
2º) É reconhecido culpado
3º) não tem condenação nem pena
4º)suspende-se o processo evitando a imposição de pena
OBS: não tem previsão legal no Brasil, mas já teve na antiga lei de drogas. 
	1º) o réu é processado
2º) não é reconhecido culpado
3º) não tem condenação nem pena
4º) suspende-se o processo sem o reconhecimento da culpa. 
OBS: foi adotado pelo Brasil para disciplinar a suspensão condicional do processo (art 89 da lei 9.099)
-Espécies do sursis: 
-art 77 + 78, §1 sursis simples
-art 77 + 78 §2 sursis especial
-art 77, §2º, primeira parte sursis etário
-art 77, §2º, segunda parte sursis humanitário
	Sursis simples 
	Sursis especial
	-pena imposta não superior a 2 anos
-período de prova: 2 a 4 anos
-1º ano: prestação de serviço a comunidade OU Limitação fds.
-requisitos: condenado não reincidente em crime dolodo+ circunstancias judiciais favoráveis + não cabível PRD
	-penaimposta não superior a 2 anos
-período de prova de 2 a 4 anos
-reparação do não ou comprovação de impossibilidade
-1º ano: proibição de frequentar determinado lugares; proibição de ausentar-se da comarca; comparecimento mensal em juizo (aqui as restrições são menos drásticas pq houve a reparação do dano)-ÚNICA DIFERENÇA
requisitos: condenado não reincidente em crime dolodo+ circunstancias judiciais favoráveis + não cabível PRD
OBS: a única diferença do sursi simples e no especial, é que no especial há a reparação do dano, e por isso o condenado fica sujeito a condições mais favoráveis. 
	Sursis etário
	Sursis humanitário
	-pena imposta: não superior a 4 anos
-período de prova: 4 a 6 anos
-condenado maior de 70 anos (não importa a condição da saúde)
-1º ano se não reparar o dano fica sujeito a prestação de serviço a comunidade OU Limitação fds. Mas se reparar o dano fica sujeito a proibição de frequentar determinado lugares; proibição de ausentar-se da comarca; comparecimento mensal em juizo
requisitos: condenado não reincidente em crime doloso (SALVO SE CONDENADO A PENA DE MULTA)+ circunstancias judiciais favoráveis + não cabível PRD
	-pena imposta: não superior a 4 anos
-período de prova: 4 a 6 anos
-condenado com saúde debilitada (não imposta a idade)
-1º ano se não reparar o dano fica sujeito a prestação de serviço a comunidade OU Limitação fds. Mas se reparar o dano fica sujeito a proibição de frequentar determinado lugares; proibição de ausentar-se da comarca; comparecimento mensal em juizo
requisitos: condenado não reincidente em crime doloso (SALVO SE CONDENADO A PENA DE MULTA)+ circunstancias judiciais favoráveis + não cabível PRD
-Revogação 
	Obrigatória (art 81)
	Facultativa (art 81,§1)
	I- se o beneficiário é condenado irrecorrivelmente por crime doloso (não importa o crime praticado. Esse crime doloso pode ter sido praticado antes ou depois do inicio do período de prova. Trata-se de revogação automática-maioria da doutrina)
OBS: Rogerio Greco, apesar do silencio da lei, entende que a condenação a pena de multa, não revoga obrigatoriamente o sursis, vez que que a multa anterior não impede a aplicação do sursis no crime novo.
II (1ªparte)-não havendo o pagamento da multa. (muitos entende que essa causa de revogação foi tacitamente abolida pela lei 9268\96 que não mais permite a conversão da multa em privativa de liberdade).
II (2ª parte)-não havendo reparação sem justo motivo do dano causado pelo delito (se o réu antecipar a reparação do dano, merece o sursis especial, mas se não antecipar, a reparação de dano deve ainda ocorrer durante o período de, sob pena de revogação.)
III-Descumprimento injustificado das condições de prestação de serviço à comunidade ou limitação de fdm (aqui o beneficiário deve ser ouvido)
	I-Descumprimento injustificado de qq outra restrição (deve ouvir o beneficiário)
II-Condenação definitiva por crime culposo ou contravenção penal a pena diferente de multa (PPL ou PRD). Isto é crime culposo ou contravenção penal for punida com multa não tem a revogação facultativa. 
Período de prova: 
	Condenação
	Consequência
	Crime doloso + PPL\ PRD 
Crime doloso + multa 
Crime culposo + PPL\PRD 
Crime culposo + multa 
Contravenção penal + PPL\PRD 
Contravenção penal + multa 
	Revogação obrigatória
Revogação obrigatória (exceto p rogerio greco)
Revogação facultativa
Não revoga
Revogação facultativa
Não revoga
-Diferença de Revogação e Cassação do sursis
	Revogação obrigatória
	Revogação facultativa
	Cassação
	-art. 81, I, II e III (pressupõe inicio do período de prova)
	-art. 81, §1 (pressupõe inicio do período de prova)
	1- não comparecimento do beneficiário na audiência admonitória\advertência (que marca o inicio do beneficio)
2- provimento de recurso contra concessão do beneficio
3-condenado recusa as condições.
-IMPEDE O INICIO DO PERIODO DE PROVA
-Prorrogação do sursis (art. 81, §2 do CP “se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se proeeogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo” trata-se de prorrogação automática. A simples instauração de IP não acarreta a prorrogação do prazo da suspensão. A prorrogação é possível em se tratando de processo que apura crime doloso ou culposo ou contravenção. 
-Extinção da pena se dá com o cumprimento do período de prova, sem que haja revogação. 
-Observações:
* não é possível sursis incondicionado Assim todas as espécies de sursis obrigam ao cumprimento de condições no primeiro ano do benefício. 
* se o juiz não impõe condições compete a parte interessada interpor ED para suprir tal omissão, mas caso permanece tal omissão cabe recurso (apelação). ,
* prevalece no STJ que no caso de omissão pelo juiz da condenação sobre as condições do sursis, se ele não suprir sua omissão através de embargos ou recursos, nada impede que o juiz da execução, provocado ou de oficio, especifique as condições. Aqui não que se falar em ofensa a coisa julgada, pois a coisa julgada diz respeito a concessão do sursis e não as condições. Isto é as condições podem ser alteradas. 
* é possível sursis sucessivoocorre quando o sujeito depois de cumprir o beneficio do sursis é condenado por outro delito culposo ou contravenção (não há reicidencia em crime doloso). 
* sursis simultâneo ocorre quando o réu é condenado durante ao período de prova ao crime culposo, pois neste caso a revogação é facultativa. 
CONCURSO DE CRIMES 
-Conceito: É o instituto que se verifica nas situações em que o agente mediante uma ou mais condutas pratica 2 ou mais crimes (unidade ou pluralidade de condutas pluralidade de crimes)
-Sistema de aplicação da pena no concurso de crimes: 
a) sistema do cumulo material o juiz soma todas as penas correspondente ao crime praticado pelo agente. É aplicado no concurso material, concurso formal improprio e concurso da pena de multa (polêmica:)
b) sistema da exasperação o juiz aplica somente uma das penas aumentada de determinado percentual. Esse sistema é adotado no concurso formal próprio e no crime continuado 
c) sistema da absorção o juiz aplica somente a pena do crime mais grave que absorve todas as demais. A jurisprudência adotava esse sistema da absorção nos crimes falimentares praticados pelo falido na antiga lei de falências. Já na atual lei de falência a jurisprudência ainda não se posicionou sobre o tema. 
-Espécie:
a) concurso material\real (art. 69 CP) é a espécie de concurso de crimes em que o agente mediante duas ou mais condutas pratica 2 ou mais crimes, idênticos ou não. –Formula: (pluralidade de condutas + pluralidade de crimes). 
	O concurso material pode ser: homogêneo (crime idêntico) ou heterogêneo (crimes diversos). 
	O CP adota o sistema do cumulo material, ou seja, soma das penas.
Se crimes conexos (ligados entre si) e essa conexão acarretarem unidade processual (única ação penal) a soma das penas será efetuada na própria sentença penal condenatória. 
Nesse caso o juiz adota o critério trifásico para a aplicação da pena de cada crime, depois soma as duas penas. 
	Mas, se ações penais diversas (não há conexão) a soma será efetuada pelo juízo da execução (LEP, art 66, III, a) 
	Se o concurso resulta na imposição cumulativa de reclusão e detenção. 1º será executada a pena de (pena mas grave) só para depois ser executada pena de detenção (pena mais branda) (art. 69. Caput, parte final\ “in fine do CP) 
	Cumulação entre PPL e PRD (art 69, §1 do CP) O juiz pode cumular sim desde que elas sejam compatíveis entre si. Quando o código fala em PPL não suspensa, significa que o juiz não concedeu o “sursis da pena. 	EX: PPL no regime fechado e PRD 
	No caso de duas ou mais PRD podem ser objeto de cumprimento sucessivo (quando incompatíveis entre si) ou simultâneo (quando compatíveis entre si) (art 69, §2 CP) 
OBS: concurso material é a regra, já o concurso formal e o crime continuadosão criações para favorecer o réu. 
b) concurso formal\ideal (art. 70 CP)é a espécie de concurso de crimes em que o agente mediante uma única conduta pratica 2 ou mais crimes idênticos (homogêneo) ou não (heterogêneo) 
-Formula: unidade de conduta + pluralidade de crimes
-Próprio\perfeito é aquele que há pluralidade de crimes mas não há desígnios autônomos (art. 70, “caput”, primeira parte). Desígnios autônomos significa dolo diverso. É aquele que decorre entre um crime doloso e culposo ou entre crimes culposos. O juiz aplica o sistema da exasperação, aplica-se a pena de qualquer crime se idênticas, ou a mais grave se diversa, aumentada de 1\6 até 1\2 ( o aumento depende do números de crimes praticados-não interessa a gravidade do crime)
-Tabela STF e STJ 
	Numero de crimes
	Aumento da pena
	2
3
4
5
6 ou + (será usado como circunstancia judicial desfavorável-1ª fase)
	1\6
1\5
1\4
1\3
1\2
 Ex: ...como incurso no artigo 121, §3 , por duas vezes, na forma do artigo 70, caput, 1ª parte, do CP. 
-concurso material benéfico é um instituto benéfico ao réu (art 70, p.ú do CP). Pode surgir o concurso material benéfico. Sempre que a regra do concurso formal prejudicar o réu, o juiz deve desprezá-la e aplicar o concurso material. 
Ex: homicídio qualificado + lesão culposa se concurso formal 12 anos + 1\6= 14 anos
				 se concurso material 12 anos + 3m= 12 e 3
-Concurso formal improprio (art. 70, caput CP) há desígnios autônomos. Crimes dolosos A pena é aplicada pelo sistema do cumula material (soma-se as penas)
OBS: o concurso formal improprio nada mais é do que o concurso material mediante uma só conduta. Nesse caso não não se aplica o concurso material benéfico, pois a aplicação da pena já é concurso material. 
c) crime continuado (art. 71 CP-) o crime continuado consiste em vários crimes que a lei considera um único delito para fins de aplicação da pena. nada mais é do que um concurso material acrescido de outros requisitos
-Formula: pluralidade de condutas + pluralidade de crimes da mesma espécie + requisitos específicos. 
-Origem: surgiu no sec. XIV na Itália diante do “sentimento de humanidade” da “lei Carolina” que dizia que aquele que praticasse o 3º furto era condenado à pena de morte. Assim, os glosadores criaram “teoria da ficção jurídica” (concluído pela continuidade delitiva, devera o agente ter a pena exasperada) que definia que esses 3 furtos na verdade é um crime só. Essa teoria diz respeito exclusivamente à aplicação da pena, para todos os demais efeitos são vários crimes. 
-Requisitos cumulativos: 
1-pluralidade de condutas
2-pluralidade crimes da mesma espécie (“crimes parcelares”- são os diversos crimes da mesma espécie que integram a serie continuada). 
OBS: crimes da mesma espécie:
1ª corrente são aqueles que apresentam características comuns. Ex; furto mediante fraude e estelionato. MINORITARIA- DEFENSORIA (qto + eu caracterizo o crime continuado melhor)
2ª corrente são aqueles que estão previstos no mesmo tipo penal + mesma estrutura jurídica (ofendem o mesmo bem jurídico). Ex: roubo e latrocínio (ofendem bens jurídicos diversos) MAJORITÁRIA
3-conexão: 3.1-temporal\tempocondições de tempo, o CP não define, mas a jurisprudência adotou um critério objetivo; entre cada um dos crimes não pode haver intervalo superior a 30 dias. 
 3.2-espacial \lugar são as condições de local. Os crimes devem ser praticados na mesma cidade, ou contiguas, próximas. O critério aqui é a distancia física entre os locais do crime.
 3.3-modal\execução diz respeito a maneira de execução. Os crimes devem ser praticados de forma semelhante. 
 3.4-outras semelhante a jurisprudência fala em conexão ocasional, que significa que o crime posterior só foi praticado em razão da facilidade ocasionada pelo crime anterior. Qto mais requisitos são exigidos, mais dificl é a produção do crime continuado
Se faltar qualquer desses requistos deixa de existir o crime continuado e surge o crime material.
-Unidade de desígnios (2 posições)
1ª teoria: teoria puramente objetiva (objetiva pura) o crime continuado não depende da unidade de desígnios, basta o preenchimento dos requisitos objetivos do artigo 71 do CP. O Item 59 da Exposição de motivos da parte geral do CP, diz que foi adotada essa teoria. 
2ª teoria: teoria objetivo subjetiva além dos requisitos objetivos do artigo 71 do CP também se exige requisito subjetivo que é a unidade de desígnios (STF e STJ)
Essa teoria vai diferenciar o crime continuado do crime habitual (pois aqui o criminoso faz da pratica de crimes o seu meio de vida, e já o crime continuado visa favorecer os criminosos esporádicos) .
 -Espécie de crime continuado e aplicação da pena: 
a) crime continuado simples as penas são idênticas (aplica-se qualquer delas aumentada de 1\3 a 2\3)
b) crime continuado qualificado as penas são diversas (aplica-se a pena mais grave aumentada de 1\6 até 2\3)
Nesses dois casos o critérios usado para aumentar a pena é o numero de crimes
	Crime
	Aumento
	2
3
4
5
6
7 ou + (vale como circunstancia jud desfa)
	1\6
1\5
1\4
1\3
1\2
2\3
c)Crime continuado especifico (art 71, p.ú CP-qualificado) nesse caso aumenta-se a pena até o triplo. Segundo o STF a expressão “até o triplo” é igual de 1\6 até o triplo. (requisitos do crime continuado + requisito do, p.ú) 
OBS: Sumula 605 STF-não se admite continuidade delitiva nos crimes contra vida. SUMULA PERDEU EFICÁCIA, pois essa sumula é anterior a atual redação do art 71, p.ú, sendo assim, cabe em tese, a continuidade delitiva nos crimes contra a vida. 
Pena Restritiva de Direito 
1-Introdução
A pena alternativa abrangem as penas restritiva de direito e multa. Trata-se de fuga da pena privativa de liberdade em decorrência da falência da pena de prisão (“fator criminógeno”- no sentido de que a prisão ao invés de evitar a pratica de futuros crimes acaba incentivando). 
2-Espécies de penas restritivas de direito no CP (art. 43Rol taxativo)
I-prestação pecuniária
II-perda de bens e valores 
IV-prestação de serviço à comunidade
V-interdição temporária de direitos
VI-Limitação de fds
OBS: por ser rol exaustivo o juiz não pode criar outras PRD em um caso concreto. O inciso III que previa a pena de recolhimento domiciliar foi vetado diante da impossibilidade de fiscalização. Todavia no mesmo ano em que foi vetada, a lei dos crimes ambientais entrou em vigor e (art 8, V) previu essa modalidade de pena, o que demonstra certa incongruência. 
3-Natureza jurídica: São penas (CF, art. 5º, CF, XLVI- Rol exemplificativo)
4- Características fundamentais (art. 44 e 54 CP):
-Autonomia as PRD não podem ser cumuladas com as PPL. Assim o condenado cumpre uma ou outra. Exceções: Código de transito brasileiro, ex: art 302 (pena de 2 a 4 anos + suspenção da habilitação)
-Substitutividade as penas restritivas de direitos não são cominadas diretamente pelos tipos penais. Ou seja, os tipos penas preveem penas privativas de liberdade (através do sistema trifásico), mas se os requisitos legais estiverem presente o juiz substitui as PPL por PRD. Exceções: art. 28 da lei de drogas e crimes do Código de Transito Brasileiro. 
5-Duração das PRD	(art. 55 CP) a Prestação de serviço à comunidade, interdição temporária de direitos e limitação de FDS tem a mesma duração da PPL que foi aplicada e substituída. Todavia, a prestação de serviço à comunidade pode ser cumprida em prazo menor. 
	Já o artigo 55 não se aplica as pena de prestação pecuniária e a perda de bens e valores, uma vez que estas duas modalidades tem conteúdo patrimonial e assim não se relacionam com a duração da PPL. 
6-Requisitos à substituição da PPL por PRD (art. 44. I, II e III)
-Requisitosobjetivos: diz respeito à natureza do crime e quantidade da pena aplicada. 
-Requisitos subjetivos: diz respeito à pessoa do réu. 
	O STF firmou jurisprudência no sentido de que esses requisitos devem ser rigorosamente analisados, porque o condenado não tem o direito subjetivo à substituição da PPL por PRD. 
6.1-requisitos objetivos: 
a) Natureza do crime
-se crime doloso deve ter sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça. 
O STJ entende se o crime foi cometido com violência ou grave ameaça, pouco importa o grau de envolvimento do agente no delito (mesmo se for participe). Nesses casos a causa de menor importância é uma causa de diminuição da pena que não altera a tipicidade do crime (art. 29, §1 do CP).
-se crime cometido mediante violência impropria violência impropria é qualquer meio diverso da violência e grave ameaça capaz de reduzir a vitima a possibilidade de resistência. Há 2 posições:
-NÃO cabe substituição da PPL por PRD, pois a violência impropria é uma forma de violência à pessoa (posição majoritária).
-SIM, cabe a substituição porque a lei não proibiu expressamente. 
-se infrações de menor potencial ofensivo cometido com violência ou grave ameaça à pessoa CABE a substituição da PPL por PRD, pois a lei 9.099\95 permite, inclusive, benefícios muita mais amplos (composição civil, transação penal) do que PRD. É uma questão de lógica e coerência, embora não haja previsão expressa. 
-se crime culposo É possível a substituição por PPL por PRD, mesmo se cometido com violência à pessoa (posição amplamente majoritária). 
b) Quantidade da pena aplicada
-nos crimes dolosos (sem violência a pessoa ou grave ameaça) o limite é de pena de até 4 anos. O que se considera é a pena efetivamente aplicada no caso concreto, pouco importa a pena em abstrato. 
-No concurso de crimes é preciso que o total da pena não ultrapasse 4 anos. 
-nos crimes culposos é possível a substituição qualquer que seja a pena aplicada. 
6.2- Requisitos subjetivos
a) não ser reincidente em crime doloso (art. 44, II CP). 
OBS: o reincidente em crime doloso pode ter a PPL substituída por PRD desde que (art. 44, §3): medida socialmente recomendável (analise discricionária) + não ser reincidente especifico. 
OBS: A reincidência em crime culposo não impede a substituição. 
b)Princípio da suficiência das PRD (art. 44, III CP) se relaciona com as finalidades da pena, pois não é necessário a aplicação da PPL basta a aplicação da PRD que terá os mesmos efeitos. 
Se a pena base foi aplicada acima do mínimo legal, é porque as circunstancias judicias são desfavoráveis, e consequentemente não cabe a substituição da PPL por PRD. 
7-Momento da substituição da PPL por PRD (art. 59, IV CP) a substituição será efetuada na sentença ou acordão condenatório. 
 Todavia é possível a substituição da PPL por PRD durante ao cumprimento da pena, na execução (art. 180 da LEP), no caso de omissão da sentença ou do acordão referente a substituição. 
8-Regras da substituição
 condenação igual ou inferior a 1 ano PPL será substituída por 1 PRD ou multa (basta a quantidade da pena, pouco importa se o crime é doloso ou culposo). 
 condenação superior a 1 ano PPL será substituída por 2 PRD ou 1PRD + multa. (se for aplicada 2 PRD o condenado cumprirá a pena simultaneamente se forem compatíveis entre si. Mas se as penas forem incompatíveis serão cumpridas sucessivamente) 
OBS: No caso de crimes ambientais (art. 7º, I da lei 9605\98) há previsão de que na condenação de até 4 anos a PPL será substituída por 1 única PRD. 
9-Reconversão da PRD ocorre quando há a substituição da PPL pela PRD e depois volta a ser PPL. Embora o CP fale em conversão, na verdade estamos falando em reconversão. A reconversão pode ser: 
-Obrigatória (art. 44, §4 CP): se houver descumprimento injustificado da restrição imposta (PRD PPL). Incidente da execução penal (art 181 da LEP). Esta reconversão exige o respeito do contraditório e da ampla defesa, sob pena de nulidade. 
A parte final do artigo dispõe que o restante da PRD deverá ser cumprida através de PPL, respeitando sempre o saldo mínimo de 30 dias. (ex: se a PRD for imposta por 1 anos e eu cumpri 11 meses e 15 dias, eu vou ter que cumprir 30 dias de PPL mesmo faltando só 15 dias para o cumprimento da pena. No caso de pena de natureza de pecuniária, que também é uma PRD, leva-se em conta um critério percentual (ex: pena de 1 anos foi substituída por 1000 reais, ai eu pago 500 reais e paro de pagar, então eu devo cumprir 6 meses de PPL) 
 
-Facultativa (art. 44,§ 5 CP) o juiz tem discricionariedade de manter a PRD ou voltar a PPL, no caso de condenação superveniente por outro crime com PPL. (ex: PPL e PRD-pena pecuniária ok; PPL e PRD prestação de serviço não ok. 
OBS: Se a condenação do segundo crime for à pena de multa ou PRD, ou ate mesmo a PPL em virtude de contravenção penal não autorizam a reconversão.
10-Inicio da execução das PRD (art. 147 da LEP) começa com o transito em julgado da condenação. O STF já permitiu a execução da PRD antes do transito em julgado, quando comprovado o intuito protelatório da defesa. 
11-Penas Restritivas de direito em espécie: se subdividem
Genéricas são aquelas aplicáveis aos crimes em geral, se presentes os requisitos legais. São: - prestação pecuniária, 
 -perdas de bens e valores,
 - prestação de serviço à comunidade, 
 -proibição de frequentar determinados lugares, 
 -limitação de fim de semana
 -proibição de inscrever-se em concurso, avaliação e exames públicos (há polêmica- tem quem entenda que é especifica)
Especificas são cabíveis somente em determinados crimes (art. 47, I, II e III do CP)
11.1) Prestação pecuniária (art. 45, §1 do CP) consiste no pagamento em dinheiro à vitima (1º), seus dependentes (2º) ou entidade publica (3º) ou privada com destinação social (4º), fixada pelo juiz, em valor não inferior a 1 salario mínimo sem superior a 360 salários mínimos
-Esses destinatários tem ordem preferencial
-Pode ser qualquer entidade publica
-Se entidade privada tem que ter destinação social
- O MP e o poder judiciário NÃO podem ser beneficiários pela prestação pecuniária, pois não são entidades publicas, e sim órgãos\instituições publicas. 
- independe da aceitação da pessoa beneficiada, pois se trata de pena e por isso apresenta um caráter unilateral, positivo e cogente. 
-O valor pago a titulo de prestação pecuniária será descontado de eventual indenização civil se coincidente os beneficiários. Nesse caso a prestação pecuniária acaba sendo uma indenização civil antecipada.
-Crítica: a pena de prestação pecuniária muitas vezes acaba insurgindo a uma situação de despenalização. (ex: prestação pecuniária de mil reais, e ação de indenização tbm de mil reais, como ocorre o abate no valor, acaba que não houve pena, mas apenas indenização civil.). 
-O pagamento deve ser feito em dinheiro, mas se houver aceitação do beneficiário a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (art 45, §2 CP). 
	Prestação pecuniária
	Pena de multa
	1-Natureza jurídica: Pena restritiva de direito
2-Destinatário: vitima, descendente, entidade pública\privada com destinação social
3-Valor: varia de 1 a 360 salários min. e será descontado de eventual indenização civil, se coincidente aos beneficiários. 
	1-Pena pecuniária
2-Fundo penitenciário nacional
3- varia de 10 a 360 salários min. Não há desconto. 
 
11.2-Perdas de bens e de valores (art. 45, §3 CP) é a pena restritiva de direitos que consiste na retirada de bens e valores integrantes do patrimônio lícito do condenado, transferindo-os ao Fundo Penitenciário Nacional. Seu valor terá como teto- o que for maior- o montante do prejuízo causado ou do proveito obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime.
-Proveito do crimeé todo o lucro obtido pela prática do crime. O proveito engloba: 
* produtodo crime (ex: relógio de ouro furtado)
* bem obtido mediante especificação do produto do crime (relógio que foi derretido e transformado em corrente de ouro) 
* bens adquiridos em razão da alienação\venda do produto do crime (vendo o relógio furtado e compro o carro)
-só se aplica a Crimes que causam prejuízo patrimonial à vitima ou crimes que proporcionaram vantagem patrimonial ao agente ou terceira pessoa, ou seja, a perda de bens e de valores não se aplica ás contravenções penais. 
-a perda de bens e de valores possui conteúdo confiscatório constitucional, pois é um confisco legitimado pela CF (art. 5º XLVI-poder constituinte originário). O confisco é a retida de um bem do titular sem qualquer tipo de indenização. 
-diferenças: 
	Perda de bens e valores
	Confisco (art. 91, II CP)
	1- é pena restritiva de direitos
2- recai sobre o patrimônio lícito do condenado
	1- não é pena, e sim efeito da condenação
2- recai sobre patrimônio ilícito do condenado
 Ambos (perda de bens e valores e confisco) podem ser aplicados cumulativamente
11.3-Prestação de serviço à comunidade ou entidades públicas é a espécie de pena restritiva de direitos consistente na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado, em entidades assistenciais, escolas, orfanatos ou outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. 
-Essa pena só é aplicável às condenações superiores à 6 meses (art 46, “caput” CP). È considerada a pena mais onerosa ao condenado.
-A doutrina diz que na sua execução a prestação de serviço à comunidade se assemelha à pena privativa de liberdade, pois de alguma forma há a privação da liberdade durante ao cumprimento da pena. 
- As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do condenado (art 46,§ 3º CP), não podem ser cruéis, vexatória, ou humilhante ao condenado. 
- Não é possível a imposição dessa pena ao em igrejas ou templos religiosos. (art. 19, I CF-Estado laico)
-as tarefas impostas são cumpridas na razão: 1 hora de tarefe\ 1 dia de condenação. Estas tarefas devem ser fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho do condenado. “sistema hora-tarefa”
OBS: art 46, §4 CP se a pena substituída for superior a 1 ano deve-se ser cumprida integralmente, pode o condenado trabalhar em dobro e automaticamente ter a pena diminuída, mas de qualquer modo será integralmente cumprida. Trata-se de faculdade do condenado que não pode ser imposta pelo juiz. 
Ex: pena de 10 meses compre-se em 10 meses
 * Penas de 14 meses cumpre-se em 7 meses (trabalha 7 hrs sábado e 7 hras domingo)
-As tarefas executadas pelo condenado não são remuneradas e não geram vinculo empregatício com o Estado (art 28 e 30 da LEP). 
-competência do juízo da execução (art 149 LEP).
-Inicio da pena de prestação de serviço a comunidade: primeiro comparecimento do condenado à entidade beneficiada. 
- Diferença dessa pena com trabalho forçado: a pena de trabalho forçado é expressamente proibida pelo art. 5, XLVII da CF. Por outro lado a pena de prestação de serviço à comunidade é expressamente admitida pelo art. 5º, XLVI “d” da CF. A prestação de serviço à comunidade é um benefício para o condenado pois evita a pena de prisão, mas caso ele não concorde com trabalho, basta o descumprimento para que ele seja preso. 
11.4-Interdição Temporária de Direitos (art. 47 CP)
I-proibição de exercício de cargo, função ou atividade publica, e mandato eletivo pena específica, isto é, aplicáveis somente em determinados crimes (art. 56 CP)
-Essa pena refere-se a vida publica do réu. 
-Esta pena, em regra, é aplicável aos crimes contra a administração publica mas também é aplicável aos crimes comuns quando houver violação dos deveres funcionais do agente. 
-Essa pena é aplicável tanto para o sujeito que exerce a função publica bem como para aquele que deixou a função publica depois da pratica do crime. 
-Com o cumprimento integral da pena, encerra-se a interdição temporária de direitos. 
II-Proibição de exercício de profissão, atividade ou oficio que dependam de habilitação especial, licença ou autorização do poder publico tbm é pena especifica. 
-A pena se refere a vida privada do réu, pois é uma profissão de natureza privada, mas que depende de habilitação especial do poder publico. (ex: advogado, dentista, medico). Durante o tempo da pena fica proibido de exercer a profissão. 
III- Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo este inciso quase que foi totalmente revogado pelo CTB, pois é uma lei posterior. Não foi totalmente revogado porque tem uma situação que o CTB não comtempla. Aplica-se aos crimes culposos praticados por ciclomotores (veículos de 2 ou 3 rodas, com no máximo 50 cilindradas e velocidade max de 50 km\h)
IV-proibição de frequentar determinados lugares essa pena na prática é totalmente ineficaz pela falta de fiscalização. Critica: o legislador deveria ter delimitado estes locais, porque é amplo demais. (ex: proibição de frequentar estádio de futebol)
 
V-proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame publico esta pena restritiva foi criada pela lei 12.550\11 (mesma lei que criou o crime de fraude ao concurso publica). Trata-se de uma pena genérica, ou seja, não é aplicável apenas no crime de “fraude ao concurso” do artigo 311-A, pode ser aplicada a outros crimes também. ex: crimes contra administração publica, estelionato. 
11.5-Limitação de final de semana (art. 48)
-Surgiu na Alemanha, no Brasil não é utilizada, pois deve ser cumprida em casa de albergado, e aqui praticamente não existe casa de albergado. 
-O STJ tem entendimento pacifico de que essa pena não pode ser aplicado em local diverso. 
-Art. 94 e 95 da LEP (prevê as característica da casa de albergado).
MEDIDAS DE SEGURANÇA 
1-Conceito é espécie de sanção penal cuja finalidade consiste exclusivamente prevenção especial (evita que agente pratique nova infração)e que apresenta um caráter terapêutico, ou seja, busca a recuperação do agente. 
2-Quadro
	Critério de distinção
	Pena
	Medida de segurança
	1-finalidades
2-Pressuposto
3-Destinatários
4-Duração
	1-tríplice finalidade:
a) retribuição,
b) prevenção geral 
c) prevenção especial
2-culpabilidade
3-imputáveis e semi-imputáveis\fronteiriços
4-período determinado (porém pode ocorrer a diminuição da pena em virtude da remição: 3 dias trabalho\estudo – 1 dia de pena)
	1-Finalidade apenas de prevenção especial
2-periculosidade
3-inimputáveis e semi-imputáveis\fronteiriços
4-período determinado no mínimo de 1 a 3 anos, e indeterminado no máximo. 
Há 3 posições sobre o prazo máximo:
1ª) CP a medida de segurança subsistirá enquanto perdurar a periculosidade do agente. (o tratamento do agente é um bem, e por isso não tem limite)
2ª) STF o prazo máximo é de 30 anos (ideia é evitar a prisão perpetua e aplicação analógica do artigo 75 do CP)
3ª)STJ máximo da pena prevista em abstrato (posição adotada pelo projeto do novo CPP) 
3) Aplicação da medida de segurança depende de 3 requisitos:
a) prática de fato típico e ilícito (dever haver prova segura da materialidade) não se aplica medida de segurança se o agente estava acobertado por uma causa excludente da ilicitude. 
b) periculosidade do agente é a probabilidade, e não a mera possibilidade de um sujeito voltar a delinquir. A finalidade é a prevenção especial. É preciso realizar um juízo de prognose (olhar para o futuro), o juiz aplica medida de segurança considerando o que o individuo ainda pode fazer. Já na pena, o juízo é de diagnose (olha para o passado). 
-Espécies de periculosidade: - presumida\fictainimputáveis, presunção absoluta (art. 26 caput)
 -real\concreta semi-imputáveis, presunção relativa (art. 26,p.ú) assim, pode cumprir pena ou medida de segurança (se provar a periculosidade)
c) punibilidade não se aplica medida de segurança se já ocorreu a extinção da punibilidade pela prescrição ou por qualquer outracausa. 
-Aplicação da MS
	Inimputável
	semi imputável
	-sentença absolutória impropria, pois o juiz absolve e aplica medida de segurança (art. 386, p.ú, III e sumula 422 STF)
	-sentença condenatória (sistema vincariante ou unitário), o semi imputável ou cumpre a pena diminuída ou cumpre a medida de segurança.
4-Espécie de medida de segurança
a) Detentiva internação em hospital de custodia e tratamento psiquiátrico, ou em sua falta em estabelecimento adequado. Aqui ocorre a privação da liberdade. 
b) Restritiva tratamento ambulatorial 
OBS: Se o crime é punido com Reclusão o juiz está obrigado a aplicar a internação (detentiva-há a restrição de liberdade). Se o crime é punido com detenção o juiz pode optar entre a internação (detenção) ou tratamento ambulatorial (restritiva). O STJ tem admitido o tratamento ambulatorial para crime punido com reclusão dependendo do caso concreto. 
5-Execução da medida de segurança Com o transito em julgado da sentença ou do acordão que aplicou a medida de segurança é expedida uma guia denominada “guia de internação ou tratamento ambulatorial”, cujo prazo mínimo (1 a 3 anos) estará fixado na referida sentença ou acordão que aplicou a medida de segurança. E ai no final do prazo mínimo é realizado uma pericia para constatar a existência ou não da periculosidade. A perícia pode concluir:
-pelo fim da periculosidade juiz suspende a medida de segurança e determina a desinternação ou a liberação do tratamento ambulatorial, são condicionadas porque o agente deve cumprir os requisitos do livramento condicional. A medida de segurança só é extinta após o transito em julgado. Contra essa decisão cabe agravo com efeito suspensivo-art.179 LEP. A medida de segurança será restabelecida se no prazo de 1 ano o agente praticar algum fato indicativo da manutenção da periculosidade e não necessariamente um crime (ex: suicídio)
-manutenção da periculosidade subsiste a medida de segurança. Após 1 ano o sujeito deve passar por nova perícia para examinar o fim ou a manutenção da periculosidade. Esse prazo pode ser antecipado se o juiz da execução assim determinar. Se a periculosidade não desaparece nunca, entra em cena a discussão sobre o prazo máximo da medida de segurança. 
6-Desinternação progressiva é a conversão da internação para tratamento ambulatorial. Esse instituto não tem previsão legal, trata-se de criação jurisprudencial já pacificada. Trata-se de uma progressão na medida de segurança que se realiza através de uma pericia onde se verifica uma sensível diminuição na periculosidade. Assim, o juiz transforma essa internação para tratamento ambulatorial. 
7- conversão do tratamento ambulatorial para internação o juiz pode a qualquer momento decretar essa conversão. 
8- Conversão da pena em MS ocorre quando no curso da execução penal sobrevier doença mental\inimputabilidade ou perturbação da saúde mental\semi-imputabilidade, de modo permenente (pericia), o juiz poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. Se a doença ou perturbação mental for de natureza transitória o agente vai para o hospital e quando tiver curado volta a cumprir pena (art 41 CP). O STJ firmou jurisprudência no sentido de que essa MS terá a mesma duração da pena aplicada que foi substituída. 
OBS: Não há previsão legal no CP de medida de segurança provisória ou preventiva. Todavia, o CPP (art. 319, VII) prevê essa ocorrência “internação provisória-deve existir prova pericial da inimputabilidade ou semiimputabilidade + crime praticado com violência ou ameaça a pessoa + risco de reiteração”

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