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DIREITOS FUNDAMENTAIS - PRIMEIRA PROVA - Geovanne Peixoto

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DIREITOS FUNDAMENTAIS
Profº Geovanne Peixoto
DIREITOS FUNDAMENTAIS
	Os Direitos Fundamentais são essências ao ser humano, é o que dá condição de ter uma vida digna. Por serem juridicizados, são inseridos dentro da ótica do dever-se normativo da Constituição.
	A dignidade humana é um dos princípios fundamentais da R.F.B.
	A diferença entre direitos humanos e direitos fundamentos é que os D.H. estão positivados em tratados internacionais e os direitos fundamentais estão positivados em uma Constituição.
	Há, hoje, uma posição que tem prevalecido que diz que existe uma distinção entre D.F e D.H. Porém há divergências se são realmente distintos.
COMO O BRASIL RECEPCIONA OS TRATADOS INTERNACIONAIS QUE TRATAM DE DIREITOS HUMANOS?
Fixou uma posição de que os tratados internacionais ingressam na ordem jurídica brasileira como normas infraconstitucionais, com o mesmo status normativo de lei ordinária.
A mera assinatura do presidente não é suficiente para a aprovação de tratados internacionais como leis internas, precisa de aprovação do Congresso, que passa pelas mesmas etapas de aprovação de leis ordinárias.
Alguns constitucionalistas defendem que, na nova redação do texto constitucional, os tratados internacionais que tratarem de Direitos Humanos devem ter o mesmo status normativo dos direitos fundamentais.
A partir de 2004, a questão se esclarece: tratados internacionais que tratem de Diretos Humanos e forem aprovados pelo mesmo rito de emendas constitucionais serão direitos fundamentais
As normas de tratados internacionais que antecedem as E.C.45 são supralegais, as que sucedem a são ECs se passarem pelo mesmo rito de aprovação.
EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
	-GERAÇÕES DO DIREITOS FUNDAMENTAIS: separa os Direitos Humanos em 3 gerações, fazendo uma analogia com os ideais da Revolução Francesa
1ª GERAÇÃO = LIBERDADE
2ª GERAÇÃO = IGUALDADE
3ª GERAÇÃO = FRATERNIDADE
	A palavra geração não representa bem o que se quer discutir, pois seu sentido traduz uma ideia de superação, como se houvesse uma anulação da anterior. Por isso, alguns autores sustentam a ideia de que, se tratando de D.F não há anulação da anterior e sim acréscimo, desse modo se usa a palavra DIMENSÃO.
	Com essa divisão o objetivo era mostrar que a evolução política, ideológica e social tem um impacto direto sobre o momento histórico e construção do D.F, os quais geram um pacto direto sobre sua aplicabilidade
	PRIMEIRA DIMENSÃO = LIBERDADE
Caracterizado pelo fato de os D.F estabelecem liberdades fundamentais para o ser humana que passam a ser assegurados. Cada indivíduo passa a dispor, usufruir de um conjunto de direitos individuais oponíveis contra o Estado.
	É um momento de construção de um direito Liberal; o liberalismo é a ideologia predominante da construção da 1ªD dos DFs, e como consequência do liberalismo esses direitos são tutelados/ defendidos individualmente.
	Direitos individuais que surgem dentro de um contexto do constitucionalismo liberal para delimitar a ação doestado, definindo, portanto, zonar que o Estado não pode mais interferir.
LIBERDADE ≠ DIREITO A LIBERDADE
A liberdade é um valor absoluto, no momento em que é normatizada, deixa de ser um valor absoluto, passando a ser um valor relativo. Não é mais algo que se quer e sim algo que você pode. O Direito vai estabelecer um dever-ser, impondo limites à liberdade. Pode se fazer o que quiser desde que não exista uma proibição da ordem jurídica.
	A primeira dimensão institui um conjunto de Direitos determinando o que pode e o que não pode. Aqui, percebe-se que há Direitos e Deveres fundamentais. O Direito gera deveres.
	Quando o liberalismo assume uma posição hegemônica decorrente principalmente do ato final das revoluções estava claro que não podia mais se admitir a intervenção do Estado na liberdade do indivíduo. Liberalismo exige que o Estado seja mantido para garantir a liberdade do indivíduo, o exercício do poder é limitado.
	Os indivíduos podem fazer o que quiserem, desde que a ordem jurídica não contraponha. Ideia de autonomia aos indivíduos. REGULAÇÃO ≠ EMANCIPAÇÃO
REGULAÇÃO estabelecimento de uma ordem jurídica como aperfeiçoamento de um contrato social
EMANCIPAÇÃO autonomia da liberdade
	Embora apresente uma grande evolução na forma de entender o Direito, ela se esgota em determinado momento, pois passa a ser incapaz de tutelar direitos outros que não dependem da defesa do cidadão, passa a se perceber, portanto, a necessidade da previsibilidade da defesa e da construção de outros direitos, os quais que em vez de serem dos cidadãos subjetivamente e permitirem a eles defenderem esses direitos contra o Estado, passa a ser necessário uma providência estatal passa a ser requisitado no papel de PROVEDOR DE DIREITOS.
	Reivindicação contemporânea a crise do liberalismo e ascensão do Estado Social Constituição Mexicana de 1927 e Alemã de 1919 = trazem a necessidade de ações sociais por intermédio de políticas púbicas para concretizar Direitos Fundamentais Sociais (passagem para 2ª dimensão).
	SEGUNDA DIMENSÃO = DIREITOS SOCIAIS
Não dependem mais do direito subjetivo do indivíduo para que possa premiar sua defesa perante o Estado partem da premissa que o Estado deve disponibilizar ao indivíduo.
	No momento em que o Estado assume a posição de que ter que providenciar a sua sociedade coisas como acesso a saúde, educação, assistência social entre outros, existe um custo, diferente dos direitos individuais (primeira dimensão) e no momento que se gera um custo, esse estado não pode admitir um “jogo livre” do mercado, ou seja, aumenta a necessidade de regulamentação da ordem econômica, uma vez que precisava abastecer os cofres púbicos, assim controla-se a atividade econômica para estabelecer um equilíbrio entre o que produz e o que necessita.
	Não é apenas a dimensão dos direitos sociais e econômicos, pois estes estão intimamente relacionados. Exercícios da ordem econômica não podem colocar em risco os direitos sociais.
	Apenas se desenvolve no fim da 2ª Guerra Mundial. Demanda de construção de um modelo de Estado Social que tem como premissa legislar a previsibilidade do controle de ordem econômica associado a prestação de direitos sociais. Todavia, a Constituição não tem como resolver tudo isso, então, o modelo ocidental se utiliza de um novo modelo normativo diferente daquele que classicamente definiu os direitos subjetivos de defesa.
MODELO PROGRAMÁTICO DE NORMATIZAÇÃO estabelece fins, diretrizes a serem implementadas pela efetivação de políticas públicas. Vai ser construído a partir de um modelo de constitucionalismo dirigente ou programático. Constituições que estabelecem os objetivos sociais e econômicos do Estado e que o agente garante para o cidadão uma prestação estatal. Aqui, o dever do Estado é disponibilizar o acesso aos direitos sociais, as quais, por sua vez será usufruído individualmente pelo cidadão. 
O direito social não atende universalmente a sociedade, é dentro dos limites que o Estado pode fornecer, o usufruto é individual, não coletivo.
	TERCEIRA DIMENSÃO = DIREITOS COLETIVOS; FRATERNIDADE
Está relacionado a promoção da fraternidade que significa que os direitos também agora poderão ser protegidos em termos coletivos.
	PROTEÇÃO DO DIREITOS COLETIVOS parte de um debate que não está mais preocupado com a tutela individual, mas reconhecem a proteção da perspectiva de uma proteção coletiva.
DIREITOS COLETIVOS E DIFUSOS = direitos da coletividade apta a proteger a coletividade, seja ela identificável ou não.
	Direitos Coletivos: refere-se o direito coletivo a um grupo identificável, ou seja, identifica quem são as pessoas que integram essa coletividade.
	Direitos Difusos: direitos em que a coletividade não é identificada.
É uma relação jurídica particular, com especificidades pois não se observa apenas o que quer o indivíduo, mas passa a reconhecer uma relação que requer uma comunhão de interesses entre os indivíduos, que partilham o mesmo interesse.
 	Para a 3ª Dimensão é necessário permitir que os indivíduosque se colocam em uma mesma posição podem conjuntamente buscar a mesma solução para os seus problemas.
	Não unanimidade de pensamento sobre a 4ª dimensão a fragmentação das dimensões não traz uma contribuição efetiva e fragiliza o processo de efetivação dos Direitos Fundamentais (em decorrência da fragmentação). Não existe dimensões e sim um Direito Fundamental, é preciso saber interpretá-los e não dividi-los – Jairo Scheffer.
A ABERTURA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Deve-se entender D.F. a partir da perspectiva da Constituição.
O rol de Direitos Fundamentais positivados em um texto constitucional é exaustivo? Ou seja, um rol que não pode ser ampliado? Ou D.F. são encontrados apenas de formas exemplificativas com um rol “numerus apertus”.
Pensando na essência da questão, leva-se em consideração que os D.Fs representam aquilo que é essencial para garantir, assegurar a dignidade humana não é algo estático, conceito variável. A ideia de dignidade estar em constante evolução. Por isso, não se admite que o rol de D.F. estão esgotados em uma Constituição (dinâmica social não permite). Ex.: Direito ao acesso à internet. 
A Constituição aceita tal interpretação? (art 5. §2 -Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.)
 O texto constitucional foi preenchido por uma clausula de abertura, a qual considera a abertura dos D.Fs para a incorporação de novos D.Fs. Ao admitir essa abertura, o texto constitucional, todavia, impõe limites. Requer que os novos D.Fs para serem inseridos dentro do sistema jurídico estejam em consonância com aquilo que já estar na Constituição (o regime e os princípios adotados) Necessário para que o sistema jurídico seja dotado de integridade e coerência.
Em se tratando de D.Fs não pode haver retrocesso – vedação do retrocesso. (art 60, §4º, IV)
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
IV - os direitos e garantias individuais.
A capacidade de alteração dos D.Fs é dada ao poder legislativo (poder constituinte derivado reformador).
A norma de D.F tem aplicação imediata/direta, sem depender de outras normas para efetivar seus efeitos. Diante de uma norma de eficácia limitada, a aplicação da norma constitucional está condicionada a edição de uma lei que lhe de aplicabilidade – greve para servidos público é DF, condicionado a edição de uma lei que estabeleça os limites para o exercício desse direito fundamental.
Mandato de Injunção (art. 5º, inciso 71) cidadão poderá requerer ao poder judiciário que tome as providências necessárias para assegurar o exercício do Direito. 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Lhe assegura o exercício do Direito Fundamental Constitucional inviabilizado em decorrência da omissão legislativa. 
Norma de eficácia limitada norma que por si só não tem aplicabilidade, é necessária uma segunda lei que regulamente o exercício desse direito. 
O problema do mandato de injunção é que permite ao judiciário entrar na esfera legislativa, quando há ausência da mesma.
EFEITOS GERADOS NA TEORIA DO DIREITO NO JULGAMENTO DO CASO LÜTH: emblemática na alteração da Teoria dos D.Fs.
No pós-Guerra, Lüth era jornalista e presidente do sindicato de jornalistas da Alemanha; faz campanha através de matérias para que o povo alemão não assistisse a um determinado filme. O diretor deste filme tinha sido um importante funcionário do departamento de propaganda nazista, com mensagens para doutrinar a sociedade alemã. E ainda assim, pós-guerra faria referências ao nazismo
Ingressam com ação judicial contra Lüth alegando a liberdade que o cineasta tinha para ter a sua obra, contestando a propagando negativa feita pelo jornalista sobre a obra, fundada no C.C. Alemão. A justiça alemã deu ganho de causa ao diretor e aos produtores. O advogado de Lüth diz que na verdade tal caso se trata da aplicação do Direito Fundamental da liberdade de expressão e informação utilizada por Lüth.
	Todavia, o Direito Alemão não admitia a aplicação direta de dispositivos da Constituição. E os DF’s eram entendidos como direitos de defesa do cidadão contra o Estado, não existia nenhum precedente da aplicação de D.F de um cidadão contra outro.
	Necessidade de se impor a força normativa dos Direitos Fundamentais, de dar a eles uma aplicação direto sobre o caso. Necessidade de ampliar a noção de DF’s para aceitar que os direitos de defesa não são oponíveis apenas contra o Estado, mas que os direitos de defesa decorrente também são oponíveis contra outros cidadãos. 
	Os Direitos Fundamentais para além da sua dimensão vertical, passa a admitir uma dimensão horizontal.
DIMENSÃO VERTICAL: assegurava ao cidadão o direito subjetivo de defesa contra o Estado, ou seja, Direitos Fundamentais somente poderiam ser arguidos quando na relação jurídica estivesse de um lado o Estado, e de outra uma pessoa jurídica ou física que teve seu direito fundamental violado.
	A partir do caso Luth, foi possível que uma pessoa pudesse reivindicar seus D.F contra outra pessoa.
Direitos Fundamentais são direitos objetivos decorrente de valores ganham sentidos objetivamente dentro daquilo que estar na própria Constituição.
Existência de uma dimensão horizontal possibilidade de fazer uma disputa envolvendo particulares.
FUNDAMENTOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DIGNIDADE HUMANA
Interpretação dos Direitos Fundamentais: historicamente, a interpretação a partir de um viés hermenêutico, clássico, principalmente, em coordenação com a forma de pensar positivista, investiu muito na interpretação dos textos legais. O papel do interprete do Direito era tão somente investigar o sentido que o texto legal possuía. Durante a Escola de Exegese, caso algo não tivesse no texto da lei, o juiz poderia se abster de decidir. 
A interpretação deixa de ser uma interpretação de textos. Sofre uma mudança significativa no Direito, principalmente a partir do momento em que a Filosofia caminhou no sentindo de evoluir sobre as ideias ligadas ao que se denomina de hermenêutica. A mudança da hermenêutica no plano filosófico, vai impactar na mudança também na intepretação no Direito. 
A intepretação constitucional tem se limitado a discutir: os princípios da interpretação constitucional e nova interpretação constitucional, sendo essa pautada nos velhos métodos – leitura ultrapassada. 
Modelo clássico não tem sido suficiente para atender as necessidades no que toca os Direitos Fundamentais. Há uma falta de efetividade nos Direitos Fundamentais, e quando efetivados são assim feitos sem fundamentos. 
O que a hermenêutica filosófica trará de tão grande contribuição para esse sistema metodológico construiu? momento chave = giro linguístico – papel percebido para a linguagem dentro do processo de interpretação. Ela olhava para linguagem enquanto um meio para alcançar o sentido dos textos. Relação de sujeito que interpreta um objeto (lei). 
A relação da linguagem é necessária para construção entre os sujeitos do sentido que ele quer produzir, a partir daí se desloca a intepretação do sentindo semântico sujeito-objeto (lei), e passa o direito a ser concedido como sujeito-sujeito, indo para o campo chamado de pragmática.
O Direito não se resume a lei, e sim aos fatos sociais que demandam uma solução jurídica passa a depender de elementos da percepção social do problema. Ex.: constitucionalidade das uniões homoafetivas pelo STF. 
Direito não pode ser visto de modo fragmentado, e sim de maneira unitária. O ordenamento jurídico, conjunto legislativo e jurisprudencial, que forma o direito não pode ser visto como um simples conjunto de lei, é preciso que haja coerência entre eles. A função de organizaçãodo sistema é da dada a Constituição, pois ela é a norma suprema, dotada de superioridade, sendo a norma de validação do sistema jurídico, ou seja, valida o sistema, legitimando o seu funcionamento. Toda interpretação começa pela Constituição. 
Martin Heidegger e Hans G. Gadamer livros fundamentais na reviravolta hermenêutica. 
Martin Heidegger – traz como grande contribuição o fato da interpretação ser entendida agora, não mais a partir de elementos metafísicos, e sim a partir da compreensão do plano físico do ser. O interprete não busca sua solução do que ele quer nos textos, mas sim na realidade. O Ser é a realidade, com as coisas acontecem na sociedade – “ quer que o texto lhe diga algo, pergunte a ele” – o texto si, por si, não diz nada, apenas diz quando for fruto de indagação. O papel do interprete é fazer as perguntas ideais ao texto, necessidade ideal de se olhar os fatos. E esses fatos por usa vez, não pode ser reconhecido como desconexos, e sim dentro de uma dimensão temporal, ou seja, dentro de um contexto. 
Hans G. Gadamer – diz como buscar diante do que M.H. disse, a verdade – algo extremamente impactante e significativo para o Direito, pois essa área trabalha justamente com a busca da verdade. 
Como alcançar a verdade com um método? Não é possível. A análise metodológica que surgiu dizendo que a partir do método se achava a verdade, é mentira. Deve-se opor ao método. 
O método dificulta a busca da verdade, pois ele limita a verdade por aquilo que ele pre selecionou pelo método, só se alcança a resposta que apenas o método permite. Existe verdade para além do método. Cada método leva para um lugar distinto. A questão metodológica é a existência de vários caminhos, as quais dependem da circunstancia e do contexto. Compreensão do contexto e utilização dentro dele dos elementos necessários para o jogo metáfora do jogo = jogo jurídico; elementos utilizados = fatos, lei, jurisprudência, doutrina – elementos normatizadores do Direito. 
Como então se deve trabalhar a intepretação: Ela é feita a partir da compreensão o problema, o que requer a análise dos fatos. A partir da análise dos fatos se extrai os problemas a serem resolvidos, e a partir disso irá perquirir a legislação para encontrar a solução do problema, assim questionar como o poder judiciário tem lido isso, analisando assim, a jurisprudência (o poder judiciário já se manifestou? De que forma? Qual foi a posição?) e por fim a doutrina (construída através de um processo de construção dogmática- cientifica). Importância de lidar com todas as fontes do Direito no processo interpretação, não é o rigor metodológico, o método atrapalha na busca da verdade, e esta verdade, não necessariamente no Direito, é de fato a verdade, pois o Direito tem o poder de construir verdades artificiais, as quais devem ser evitadas ao máximo, porém inevitavelmente irá surgir. 
DISCUSSOES SOBRE AS PRINCIPAIS TEORIAS NORTE-AMERICANAS: a grande discussão americana sobre interpretação constitucional diz respeito sobre qual é o papel do poder judiciário na interpretação da constitucional preocupação em torno do ativismo judicial, combate ao ativismo judicial. Combate teórico do desenvolvimento do poder judiciário que vai além dos limites daquilo que estar na Constituição. 
John H. Elay – “Democracia e Desconfiança”- compara a interpretação com jogo de basquete, existência de um arbitro para intermediar a disputa entre duas equipes. Qual é o papel do juiz? Ele não deve interferir no resultado do jogo, seu papel é permitir que o juiz jogue dentro das regras do jogo, sua intervenção é restrita as regras do jogo. A mesma coisa no poder judiciário, o juiz ao julgar uma causa, deve se ater “ as regras do jogo”, no processo, aquele que tiver os melhores fundamentos ganha, mas não é o juiz que determina, sua função é apenas controlar o jogo. Ideia de conter a interferência subjetivista do juiz no processo de interpretação. Na interpretação do direito os juízes têm sido extremamente subjetivistas, e acabam decidindo o que querem. É necessários juízes com intepretações minimalistas, que deixem espaço aberto para que as decisões sejam tomadas pelo legislativo, já que sua função não é essa, ele não foi eleito democraticamente para tal. 
Dworkin – se preocupe em discutir esse modelo de interpretação e principalmente esse modelo, a partir da perspectiva de uma figura metafórica do Juiz Hércules. O primeiro juiz é o subjetivista, já o Hércules é aquele que combate o subjetivismo, sendo necessário primeiramente, se auto controlar, não permitir que a suas preconcepções interfiram no seu julgamento. Juiz Hércules é aquele que leva o Direito a sério, sendo o primeiro que ele tem que combater é ele mesmo. Julga com dois parâmetros: PLANO ou MORAL SOCIAL, ou seja, com os valores da sociedade, se perguntando: “sempre julgarei com os valores da sociedade? ” NÃO. Quando eles colocarem em risco grupos vulneráveis (minorias) e houver incentivo contrário a essa moral social, uma moral constitucional, aplica-se a moral constitucional. O Direito não pode colocar em risco a pluralidade social, os grupos das minores e vulneráveis precisam ser aceitados. Quando se fala em Direitos Fundamentais são para aqueles que se encontram em condições de vulnerabilidade. Buscar por intermédio dos Dfs sempre a interpretação que não coloque em risco as minorias. A constituição pré-define que a sociedade é constituída a base da pluralidade, sendo o art.1 coloca o pluralismo como valor fundamental. Com isso, se pode colocar uma lei contrária a maioria, em prol das minorias.
O juiz Hercules, além de ser dogmático e crítico, ele também tem que ser democrata, ouvindo democraticamente a sociedade, por isso, deve-se pensar no Direito instrumentos processuais capazes de viabilizar dialogo social (dialogo entre as pessoas dentro da sociedade). Em vez de um Direito Positivo, um Direito Democraticamente construído.
DIGNIDADE HUMANA:
No Brasil, a leitura foi feita um tanto quanto inadequada. A partir do momento que muitos autores começam a defender que os princípios são responsáveis pela abertura da interpretação dentro dos processos jurídicos, enquanto que, na verdade os princípios são responsáveis pelo encerramento. Ou seja, um fim a ser alcançado
Crítica a posição dogmática adotada = Prof. Ricardo Maurício, tem uma tese sobre a dignidade humana, defendendo que o princípio da dignidade da pessoa humana, tem como função otimizar (clausula de otimização) a interpretação. Ou seja a intepretação jurídica, é aberta pelos princípios. Dentro dessa interpretação é importante que se tenha um conceito a priori de dignidade humana. 
Equivoco da doutrina dos Df.s = haveria um conceito a priori da dignidade humana. Juridicamente não se quer saber o conceito filosófico de dignidade humana, é preciso entender o conceito jurídico, o qual é diferente do filosófico, o qual passa por uma discussão ética personalizada.
Ex.: juiz recebe uma ação a qual discute a possibilidade de transfusão de sangue para uma testemunha de Jeová, um outro juiz também recebe. O primeiro acha que não respeitar os dogmas religiosos ofende a dignidade humana, todavia, o outro juiz por ser ateu, diz que a religião não pode pautar, uma vez que, o Estado laico. 
Em nome da dignidade começa a se ter decisões diferentes gerando insegurança jurídica. 
A dignidade pode ser usada para desviar os fins dos deveres jurídicos. Quando os DF’S são construídos positivamente dentro do direito, se tem a dignidade, ou seja, a dignidade está no respeito dos dfs. 
A noção de dignidade humana não estar no conceito a priori metafisico, e sim na aplicação e efetivação dos direitos fundamentais. Não se predefine um conceito de dignidade. 
NOÇÃO GERAL DE LIBERDADE:
Jurisprudência norte-americana já chegou a fundamentar que a liberdade é o bem mais importante que a vida, vindo antes da própria vida. Quando se fala de liberdade, fala-se de um direito fundamental extremamente importante. 
No Brasil, o bem jurídico maior é a vida, não a liberdade. O direitoà liberdade não se discute o valor liberdade, ou seja, o valor absoluto pleno, ele existe à medida que o ser humano dispõe de autonomia suficiente para tomarmos todas as decisões que querem fazer da vida ligada a ideia de autonomia plena. Autonomia que dá condições para tomar decisões.
Não se discute liberdade e sim o DIREITO à liberdade, o direito surge para adjetivar o valor liberdade;
As confederações se baseiam na soberania, e as federação na autonomia, a qual estar correlacionada a limites, o ente autônomo não pode fazer tudo. O conceito de autonomia de fato não transmite uma ideia de plenitude, autonomia significa que algo estar dentro de determinados limites, e se falar em liberdade enquanto garantia de autonomia, é jurídico, a autonomia exercida dentro dos limites jurídicos. O direito à liberdade enquanto garantidor da autonomia do sujeito de fazer o que quiser em relação a sua vida, são processadas dentro de limites (art. 5, II) O sistema jurídico pode e deve impor limites a vida das pessoas.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
A ideia de liberdade enquanto em direito, só pode fazer o que quiser desde que isso não esteja proibido, vedado, dentro do sistema jurídico. Determinados comportamentos estão obrigados a fazer deveres fundamentais.
Direito Político – dentro dele se tem o direito de votar, porém não é um direito e sim a obrigação, o dever de votar, já que o direito ao voto, no Brasil é o dever ao voto.
O direito à liberdade se dá dentro do âmbito daquele que juridicamente é permitido, é facultado. 
Visto isso, deve-se compreender os encaixes do sistema jurídico. A grande questão é que muitas vezes se encontra a oposição de outros direitos. A liberdade quando invocada, encontra-se dentro de uma esfera de conflitos de interesses, que se dá dentro do confrontamento de direitos entre as partes.
Liberdade de informação, muitas vezes em prol desse direito ocorre a invasão da privacidade, coloca-se em risco a honra, a vida privada, a imagem, a intimidade das pessoas. Ex.: se a suposta invasão de privacidade estiver equiparada com outro direito, uma outra regra que exclui a privacidade. 
LIBERDADE DE REUNIÃO: movimento não pode ocorrer por ausência da autorização do poder público – para Doria torna o movimento ilegal. Deveria ter se usado métodos coercitivas para se tirar a pessoa dali. (ART 5, inciso 16). 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
O direito de reunião é um direito fundamental sagrado que garante a possibilidade de um exercício de uma outra liberdade, a liberdade de expressão
Direito fundamental instrumental – instrumentaliza o exercício da liberdade de expressão. É dado a todos o direito de liberdade de expressão, se não se garantir a todos instrumentalmente para que ela seja exercida. Uma dessas formas é o direito de reunião para manifestação sobre o que se bem entender. 
A liberdade de reunião exige:
Comunicação previa o poder público, assim comunicado, esse não pode dizer que não fará, só se veda o direito a reunião, é o fato de se ter uma outra reunião convocada no mesmo lugar, isso em função de segurança pública, uma vez que grupos antagônicos podem se reunir em mesmo lugar, havendo uma possibilidade de o movimento deixe de ser pacifico e não pode haver perturbação à ordem pública.
Ex.: eleição = passeata em prol de um candidato. O poder público não pode vedar, apenas pode registrar e controlar = dar segurança mas pode especificar o local.
LIBERDADE PROFISSIONAL
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
A liberdade de exercício profissional = como o constituinte trabalha de ideia de ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, se não em virtude de lei. A liberdade profissional encontra seu limite na legalidade. O que pode condicionar o exercício profissional = as regras estabelecidas pela lei. Ex.: se é bacharel em Direito, porém não se pode advogar, é necessária aprovação no Exame da Ordem (OAB). Não é exigido por toda profissão. (Lei 996/94)
Deve-se perguntar se a profissão é regulamentada, se sim, sua ocorrência só poderá ocorrer nos limites da lei. 
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO: 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Primeira questão = garantia a própria liberdade de associação. A única finalidade vedada é a associação paramilitar.
Não dependem de autorização pública. Não basta só formar a associação, é necessário adquirir personalidade jurídica, preenchendo os requisitos necessários para sua inscrição como pessoa jurídica. 
O poder público não pode vedar que não tenham cumprido os requisitos necessários para formar uma personalidade jurídica. Porém, o Estado não deve julgar se deve ou não ter esse tipo de funcionamento, ou seja, o limite jurídico para seu funcionamento formal. O âmbito de atuação não estar limitado, salvo questão paramilitar.
Constituído a associação, o poder público só pode encerrar sua atuação desde que seja decidido judicialmente. Não se diz que o juiz tem o poder de dizer qual associação vai funcionar ou não, pois isso estaria sendo um controle do Estado. O juiz somente poderá determinar a suspensão de funcionamento ou sua extinção, quando houver legalmente hipótese prevista, ou seja, se a lei diz: em tal situação, se a associação fizer isso, poderão ter suas atividades suspensas por x tempo será necessário a tipificação das hipóteses que admitem como sanção para atuação ilícita.
Não obrigatoriedade de associação: o fato de existir uma associação não pode gerar obrigatoriedade de se filiar. Deve ter liberdade decisória da autonomia de cada cidadão querer ou não se associar. 
As associações estão constitucionalmente legitimadas para agir como representantes na defesa dos interesses dos associados – uma associação pode figurar em uma ação na qualidade de parte, não da defesa do interesse dela associação enquanto pessoa jurídica, mas sim na defesa de todos ou de alguns associados. Para a representação é necessário que outorgue uma procuração, aqui NÃO, é feito ao contrário, se não quiser a representação deverá notificar que assim não o quer. A associação poderá representar sem a necessidade de procuração A CF dá essa legitimidade + previsão do estatuto de forma expressar assim elaborar (depende da complementação do Estatuto da Associação)
LIVRE INICIATIVA: dentro de um sistema capitalista, em que a ordem econômica tem um mercado de regras próprias, não se deve haver uma vedação ao exercício de qualquer atividade empresarial. 
	Um outro Direito Fundamental de suma importância em relação a ideia genérica de liberdade é o da livre iniciativa, liberdade do desenvolvimento de atividades empresariais. Não se aplica de forma plena. É necessário o preenchimento de requisitos legais para o desenvolvimento da atividade empresarial. 
	Para se montar uma empresa deve primeiro constitui pessoa jurídica nos cadastros de controle. Não deve haver nenhum tipo de prática estatal que inviabilize o exercício de atividades empresariais. O Estado deve somente estabelecer requisitos, regular, fiscalizar e estabelecer juridicamente quais os requisitos necessários parao exercício das atividades empresariais, desde que as pessoas os preencham e passem a atuar como livre iniciativa, vão ser regulamentadas, controladas e fiscalizadas pelo Estado, já que compete a ele regular a ordem econômica. 
	Pelo art. 170, não pode ser exercido em prejuízo do trabalhador. Deve ser harmonizado com a valorização do trabalho humano., isso vai estar expressamente no caput do art. 170. Necessidade de a atividade empresarial não beneficiar tão somente o empresário, mas simultaneamente valorizar e proporcionar condições dignas ao trabalhador.
	Livre concorrência: a partir do direito da liberdade de concorrer no mercado, se tem uma apropriamento do próprio sistema capitalista engradecido pela livre concorrência. Constitucionalmente tutelada como princípio do Estado brasileiro, ela é uma regra fundamental dentro de um sistema capitalista de mercado. Se não existe livre concorrência se torna um sistema hegemônico de dominação e imposição. A livre concorrência, então, é necessária.

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