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aula NOTARIAL E REGISTRAL Kumpel 06 06 2011

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1 
 
DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL 
Prof. Victor Kumpel 
 
I- Visão geral 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
CARTÓRIO (essa nomenclatura está ultrapassada) : é unidade administrativa sem 
personalidade jurídica. Na realidade existem 2 atividades: 
 a- Tabelionato 
 b- Ofício de Registro 
 
Historicamente, divididos em 2 unidades: 
 
I- JUDICIAL: (Ofícios de Justiça) operacionaliza LIDE (conflito de 
interesses). 
 
Hierarquia: (há plano de carreiras) 
 a- ESCRIVÃO JUDICIAL: CPC chama de escrivania de Justiça: recebe 
por força legal maiores funções dos ofícios de Justiça, compondo o quadro geral de 
administração Judiciária. 
 b- OFICIAL MAIOR 
 c- CHEFES DE SEÇÃO 
 d- ESCREVENTE 
 e- Auxiliar (não está incluso no plano de carreira –SP, Lei 500) 
 
 Vara de Justiça: fiscaliza os Ofícios de Justiça e os cartórios Extrajudiciais. 
 
 Hierarquia: 
 a- JUIZ 
 b- OFICIAL DE JUSTIÇA: é o longa manus do juiz (não tem nada a ver 
com o cartório). 
 c- Assessores 
 
II- EXTRAJUDICIAL : operacionaliza ATOS ADMINISTRATIVOS. 
 
a- Tabelionato: pratica atividade meio. Titular = tabelião. 
- Notas 
- Protestos 
- Contratos Marítimos 
 
 
 Tabelião de Notas: lavratura de contrato (escrituras de compra e 
venda e escrituras de doação). 
2 
 
 Tabelião de Protesto: faz o protesto de títulos de câmbio (atribui 
mora aos títulos) 
 Tabelião marítimo: há somente 3 no Brasil (ES, BA, ) – escrituras 
dos navios que fazem navegação de cabotagem. 
 
b- Ofícios de Registro: pratica atividade fim. Titular = registrador. 
6 serventias: 
Registro civil das pessoas naturais (faz assento = lançamento no 
livro de registro). 
 - nascimento, casamento, óbitos etc. 
 - responsável pelas estatísticas. O MP atua fortemente porque 
guardião da cidadania. 
Registro civil das pessoas jurídicas (Parte Geral do CC). 
Registro de imóveis (depositário imobiliário). 
Registro de títulos e documentos (responsável pela conservação) 
 - responsável pela notificação extrajudicial. 
Cartório de Distribuição de Títulos (não há em SP, no RJ tem) – em 
SP há Distribuidor de Protesto. 
Ofício de Registro dos Contratos Marítimos 
 
- Ambos (Judicial e Extrajudicial), podem ser: 
a- OFICIALIZADOS: (a lei estadual cria os ofícios de Justiça e os 
concursos fazem delegação). 
 
b- DELEGADOS: em SP 
- Ambos fazem as mesmas coisas. 
- Em SP, eram unificados até 1985 (Juri e Tabelionato de Notas). 
 
- Tendência: desjudicialização – Ex. Lei 11.441 (divórcio) 
 
PRINCÍPIO DE INDIVIDUALIZAÇÃO DAS UNIDADES 
- Cada Ofício de Registro só pratica uma atividade. 
- não é respeitado: há locais em que há acumulação (o direito adquirido não permite 
o desmembramento). 
 
REGIME JURÍDICO: é regime jurídico constitucional (art. 236 CF). Regulado pelas 
leis: 
 - Lei 8.935/94 (disciplina a estrutura da atividade) 
 - Lei 10.169/00 (emolumentos) 
 
 - Lei 6.015/73 (não tem previsão constitucional) (trata da funcionalidade dos 
registros). 
 
Art. 236 CF – Constitucionalidade 
3 
 
- art. 93 CF – competência do CNJ. 
 
1- Atividade de caráter privado (ponto de vista ORGANIZACIONAL). 
Ex. oficial coloca a serventia no prédio que quiser, e contrata quantos 
empregados quiser. 
 
2- Atividade pública (ponto de vista TÉCNICO, ou seja, o ato assentacional é 
público). O livro passa de delegado para delegado porque é público. 
 
3- Delegação administrativa/ constitucional. 
3.1. Delegante: Poder Judiciário dos Estados membros (resolução do CNJ) 
– (antes achava-se que era o Poder Executivo). 
3.2. Delegado: particular, pessoa física concursada. (a pessoa física quem 
responde). 
 
4- Fiscalização (piramidal): 
- Juiz Corregedor permanente (ver na lei estadual – na cidade de São 
Paulo, na área central os juízes titulares das 2 varas de registro e na 
regional, o Conselho Superior da Magistratura determina qual a vara. 
No interior, o Conselho também estabelece a divisão). E o CNJ tem 
poder avocatório. 
Em grau recursal é o Corregedor Geral da Justiça. 
 
5- (§1º) Lei 8.935/94 (matérias) 
- ingresso 
- atribuição 
- obrigação (direitos + deveres) 
- responsabilidade 
- perda de delegação 
 
 Há algumas antinomias com a lei 6.015/73 porque ela tratou de 
alguns temas estruturais, que estão revogados. 
 
6- (§2º) Lei 10.169/00: emolumentos – estabelecida por lei estadual. 
- por regra: 50% custeiam o cartório (serventia) e 50% são públicos. 
- natureza jurídica: taxa de serviço, taxa sui generis. 
- na prática: não poderia transigir (dar desconto), na realidade, ele 
transige na parte dele, mas não pode por vício de delegação. Sendo 
taxa, não pode transigir, nem da parte da serventia. 
 
7- (§3º) Ingresso: por concurso (Resolução 80 e 81 CNJ) 
- por provimento (início) 
- por remoção (já exercia cargo por 2 anos) 
 
4 
 
- Cargo: posição (atrelada a plano de carreira) 
- Função: atividade exercida 
 
8- (Delegado)- atividade PRIVADA. Não precisa se aposentar com 70 anos, 
não é servidor público, não está sujeito ao art. 37 CF. Remuneração 
privada, não tem teto, não tem aposentadoria compulsória, pagam ISS. 
 
Os trabalhadores: 
- Regime Jurídico Público: trabalhador que entrou antes de 1994. 
- Regime Jurídico Privado (CLT): trabalhador que entrou após 1994. 
 
- sendo atividade privada, o substituto do delegado pode ser quem ele 
quiser (inclusive o filho – não há falar em nepotismo). O CNJ veda 
indicação de parente de juiz corregedor. 
 
9- A norma constitucional é problemática quando fala em 6 meses. Na 
prática, se não abre concurso, quem está lá, se perpetua. 
- CNJ: flexibilizou a regra: 1 ano para abrir e 1 ano para encerrar o 
concurso. 
 
10- Natureza jurídica da atividade (da delegação): 
 
- É CONCESSÃO, mas diferenciada da concessão administrativa. 
Lembrando... 
- Agente público: exercente de cargo, emprego, função. 
 a- agente político: “eletivos” 
 b- servidores públicos (sentido geral) 
 - estatutários 
 - celetistas 
 - servidores temporários (cargo confiança) 
 c- militares 
d- particulares em colaboração (por requisição ou nomeação) 
1- Requisição 
 
2- Gestor (o que se põe à frente em caso de calamidade – recebe a 
ratificação do poder público) 
 
3- Delegado (concessionários, permissionários) 
 
4- Natureza da atividade: concessão, mas de natureza distinta da concessão 
administrativa. 
 
 
 
5 
 
Delegação/ Concessão Concessão administrativa 
- concurso público - licitação 
- Pessoa Física (responsabilidade 
pessoal) 
- PJ, fundamentalmente 
- remuneração: taxa (emolumento) - remuneração: tarifa ou preço 
público 
- perda da delegação (interino* e há 
novo concurso) 
- encampação (Estado pode 
desenvolver atividade) 
 
* CNJ: Interino: responde como preposto do Estado. 
 
4- CARACTERÍSTICAS 
 
JURISDICIDADE: é funcionário do Judiciário, sem ser de carreira 
- Lei 8.935, art. 3º, § 2º - pode se inscrever após 10 anos de exercício. 
 
VERACIDADE: fé pública 
 - dotado de confiança 
 - forma 
 - conteúdo 
 - técnica (não pode gerar ato nulo ou anulável) 
 
INVESTIDURA: função (não tem plano de carreira 
 
PERENIDADE: art. 39 (rol taxativo das hipóteses de perda, extinção) 
 
OPERABILIDADE: art. 4º 
 - atender bem 
 - manutenção do acervo (conservação documental – 3 sistemas: físico, 
microfilmagem, digital) 
 
5- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
PUBLICIDADE: cientificação a terceiros. 
 - Publicidade plena: não pode sonegar informação nenhuma paraaquele que requer (oponibilidade erga omni) . Ex. cartório de registro de imóvel. 
 - Publicidade restrita: informação está no assento e não na certidão. Há 
sigilo. Ex. adoção (o juiz da Vara da Infância determina se a informação será dada) – 
cartório de registro civil. 
 
 - Publicidade ativa: Exemplo: o cartório é responsável pelos proclamas 
de casamento. 
 - Publicidade passiva: 
 
 
6 
 
Certidão: 
 Espécies: 
 a- Em inteiro teor: traz a integralidade do assento. (somente quem 
pode olhar o livro (2 pessoas) = juiz corregedor (pode deslocar o livro) e o perito (no 
cartório). Geralmente cópia reprográfica. 
 
 b- Em breve relatório: é uma certidão em que se lança em outro 
documento as informações essenciais. Ex. certidão de nascimento. 
Art. 227, §6º CF: discriminação ativa (constar informação diferente das demais ex. 
que é adotivo), discriminação passiva (deixar de constar uma informação, ex. não 
tem o nome do pai: no assento está escrito que não tem pai, mas na certidão coloca-
se nome fantasia). 
 
“exposto”: abandonado no nascimento 
 
 c- Por quesito: a certidão responde a questões (dados) solicitados. 
Ex. certidão de objeto e pé. 
 
AUTENTICIDADE: verdade do ponto de vista formal (verdade formal). Se diferencia 
da veracidade (que responde pelo conteúdo). Ex. “adoção à brasileira” (= figura 
descriminalizada, companheiro adota filho de companheira). 
- O registrador, quando fere a autenticidade, pratica falsidade documental. 
 
SEGURANÇA: 
a- Técnica 
- Tabelião pode praticar ato anulável (art. 496 CC) 
Exemplo: Pai vende imóvel para F1. É necessária a anuência de F2 e F3? 2 
posições: 
Protetiva: é necessário. Outra: não é necessário, mas coloca-se que o ato é 
anulável, indicando o art. 496 CC. 
 
b- Física 
- manter a segurança dos livros 
 
EFICÁCIA: 
a- Constitutiva: ex nunc. 
- Registro Civil (emancipação) 
 
b- Declaratória: ex tunc. 
- maioria: Registro Civil (assento de nascimento: prazo: pai = 15 dias; mãe = 60 
dias). 
- problema: “gato” (velhinho diz que fraudou a data de nascimento e requer 
modificação da data de nascimento (anterior) para requerer aposentadoria). 
 
7 
 
- Interdição: figura hibrida. 
 
6- NOMENCLATURA 
 
ASSENTO: biunívoca 
a- Livro físico 
b- Lançamento no livro (mais usada) 
 
TRASLADO 
- art. 217 e art. 218 CC 
 
CERTIDÃO 
- Traslado e certidão: são provas. 
 
3 teorias 
1- Teoria Prática 
 - Traslado: 1ª via. 
 - Certidão: demais cópias 
 
2- Teoria da mesma figura jurídica 
 - onde o Código não diferencia, não cabe ao interprete fazê-lo. 
 - traslado e certidão são a mesma coisa 
 
3- Teoria Técnica 
 - Traslado: é documento para dar eficácia (precisa apresentar em algum lugar 
para produzir efeitos). 
 - Certidão: é documento de prova. 
 
ATOS 
a- Ato de Registro (art. 9º CC) – ato criador do próprio assento. No registro 
faz-se o lançamento essencial. 
 
b- Ato de Averbação (art.10 CC) – mera modificação no assento realizado. 
Ex. registro de casamento e averbação de divórcio. 
Adoção: se de pessoa menor = registro – cancela o anterior (anotação); se 
pessoa maior = averbação. 
 
c- Ato de Anotação – notificação não modificativa. 
 
MATRÍCULA: é a base física do assentamento. 
Passou a ser aberta em 1976. Se na família havia um imóvel muito antigo, não há 
matrícula. Na sucessão, é necessário abrir a matrícula deste imóvel e depois iniciar 
a sucessão. 
 
8 
 
Exemplo: matrícula de imóvel, 4 dados: 
- número sequencial 
- titular 
- descrição imóvel 
- título que determinou sua lavratura 
 
- A partir de 2010, os assentos do Registro Civil passaram a se chamar matrícula. 
 
ESCRITURA: é documento que pode ser escritura pública (feito pelo tabelião) ou 
escritura particular (feita por quem não tem delegação pública – geralmente feita por 
advogado. MUDANÇA: não é mais necessário 2 testemunhas). Testemunha só é 
necessário quando a lei exigir. 
 
7- COMPETÊNCIA 
 
COMPETÊNCIA NOTARIAL 
- art. 6º (Lei 8.935): CUMULATIVA: formalização jurídica da vontade das partes. Ex. 
ato de assembleia de sociedade (pode ser feita por advogado ou tabelião), lavratura 
de contratos em geral. 
 
- art. 7º (Lei 8.935): PRIVATIVA 
 
ESCRITURA PÚBLICA (art. 215) 
 
a) compra e venda, doação e troca – art. 108 CC. 
- exceções: Lei 6.766/79 – direito de promitente comprador de coisa imóvel. 
 Lei 9.514/97 – Alienação Fiduciária em Garantia. 
 
b) separação/ divórcio; inventário/ partilha. 
 
c) Procuração: ato unilateral de outorga de poder. 
 
- Não confundir com contrato de mandato (entre advogado (mandatário) e cliente 
(mandante)) que estabelece honorários etc. 
 
SP, 01/3/11 
 
COMPETÊNCIA (Lei 8.935/94) 
 
1- TABELIONATO DE NOTAS (art. 6º, 7º) 
 
Testamento público 
- Lei 8.935/94, art. 20, §4º (de acordo com o CC 1916) 
 - “lavrar testamento” não pode ser feito por substituto, somente pelo tabelião. 
9 
 
- art. 1864, I, CC/2002 
 - substituto pode lavrar testamento (ampliativa) 
 
 - antinomia de 2º grau (lei geral posterior X lei específica anterior) 
 
- Questões: 
 - qual dos artigos é válido? Doutrina: lei posterior não pode ser letra morta, ou 
seja, substituto PODE lavrar testamento, até porque é mais eficiente e o art. 20, §4º 
está em sintonia com a sociedade do início do século. 
 - Mas, qual o substituto que pode desempenhar essa tarefa (o substituto 
designado ou substituto escrevente)? Em proteção ao terceiro, cidadão que não tem 
como saber qual é o substituto designado, aceita-se que qualquer substituto possa 
lavrar testamento. 
 - Essa discussão é típica do direito sucessório. 
 
Ata Notarial (art. 7º, III) – ata notarial é um documento que capta um fato (para que 
esse fato se perpetue no tempo). Ex1. xingamento em site na internet. . Ex2: 2: 
reunião de condomínio, etc. . Ex3: recusa de fornecedor. 
Instrumento apto para gerar provas – configura a prova pré-constituída. 
 
 
ATOS EXTRAPROTOCOLARES 
 
1- RECONHECIMENTO DE FIRMA (3 espécies) 
 
 - por autenticidade (com a presença do titular) – no Estado de SP, o cartório 
civil pode fazer isso. 
 - por semelhança (por meio de ficha) 
 - por abono ( 3ª pessoa reconhecendo a assinatura) – só existe em presídio 
(o diretor do presídio reconhece que a assinatura é de tal preso) – Em SP, somente 
o diretor do presídio pode fazer o reconhecimento. 
 
2- TEBELIONATO PROTESTOS 
 
Art. 11 – fluxograma do ato de protesto 
1- protocolar o título 
2- intimação 
3.1- pagamento com quitação 
3.2- protesto 
3.2.1- desistência 
3.2.2- cancelamento de protesto 
 
Certidão (negativa ou positiva de protesto) – ato mais comum 
 
10 
 
3- OFÍCIO DE REGISTRO 
 
Lei 6.015/73 (estrutura da lei) 
 I- Registo Geral: escrituração 
 2- Registro Civil: pessoas naturais 
 3- Registro Civil: pessoas jurídicas 
 4- Registro Título e Documentos (art. 127 e 129, artigos fundamentais) 
 5- Registro Imóveis (art. 267 a 299 
(em concursos: saber os itens (2) e (5)) 
 
 
INGRESSO NA ATIVIDADE NOTARIAL E REGISTRAL 
Artigos 14 a 19, Lei 8.695 
 
1. Introdução 
- art. 236, §3º: 
 - concurso público 
 - não pode ficar vago por mais de 6 meses 
 - ingresso (2 formas: provimento e remoção) 
(deve-se prestar concurso para remoção porque é FUNÇÃO e não carreira) 
 
- Em SP, havia a Lei 12.227/06 declarada inconstitucional ADIN 3773-1. 
 
2. Concursos 
 
2.1 REQUISITOS PARA HABILITAÇÃO 
 
Provimento: 
- genéricos(bacharel, brasileiro, etc.) 
- específico (exercício contínuo da atividade por 10 anos – art. 15, §2º) 
 
Remoção: (requisito estadual) 
- estar titular a 2 anos (art. 17) – critério estadual, o exercício deve ser no Estado e 
não precisa ser o mesmo tipo de serventia (limites: prazo (2 anos) e território 
(Estado) 
 
- quem regula a matéria Resolução 81 CNJ 
 
2.2 BANCA EXAMINADORA 
(art. 15) 
- 1 Desembargador 
- 3 juízes 
- MP 
- OAB 
11 
 
- 1 Notário 
- 1 Registrador 
 
2.3 PERIODICIDADE 
- 1 ano 
 
2.4 FASES DO CONCURSO 
1ª) Preambular: 100 testes (25 notarial registral/ 20 civil/ resto....) 
2ª) Fase escrita: dividida por área 
 - tabelionatos (notas e protestos) 
 - registro de imóveis (anexo registro civil) 
 - registro civil + tabelionato notas 
 
(OBS: o princípio da individualização das unidades tem sido mitigado porque nas 
áreas em que a o RI é fraco, o RC é forte e vice-versa). 
 
- Redação 
- Peça prática 
- 2 a 4 questões 
 
3ª) Oral 
- individual ou 
- em grupo 
 
4ª) Entrevista pessoal 
 
5ª) Títulos 
 
Contagem nota: (escrito X 4) + (oral X 4) x (titulo X 2) ÷ 10 
 
3. VAGAS 
- Lista única das serventias estaduais (publicada 2 vezes por ano). 
 
Art. 16 Lei 8.935 
- vacância (aposentadoria, morte, etc.) 
 
4. PROVIMENTO DA SERVENTIA 
 
- Publicação resultado final 
- Recurso prazo 5 dias para o órgão especial 
 - MS 
- Fixar data da escolha da delegação 
- Outorga da delegação pelo presidente do TJ (no dia da escolha já sai outorgada) 
12 
 
- Investidura perante o Corregedor Geral da Justiça (em até 30 dias, prorrogáveis 
por mais 30 dias) 
- início do exercício perante o juiz corregedor permanente (30 dias). 
 
 
 
15/3/2011 
 
PREPOSTOS 
 
1. Introdução 
- Natureza: controvérsia 
 - antes de 1994 (Lei 8.935/94) – eram ESTATUTÁRIOS. 
 - depois de 1994 – passaram a ser CLTISTAS. 
 
- STF: considera que a passagem de estatutários para cltista com a CR/88. 
 
- Questão: de quem é o passivo trabalhista? 
 - Para o TST: depende do fato gerador. 
 Titular anterior: se o momento da saída se deu durante sua 
concessão. 
 Período de intervenção (saída forçada e designação de um 
substituto interventor): Estado é responsável. 
 Substituto (designado): responde pelo seu período. 
 Novo titular (designado): a Justiça tem dito que deve-se dispensar 
imediatamente após assumir, nesse caso,o passivo trabalhista é do 
substituto ou titular anterior. 
 
-------- TITULAR--- (2005)--------- SUBSTITUTO------(2011)----NOVO TITULAR-- 
a) Interventor 
b) Designado 
 
2. Princípios 
 
1º) INDEPENDÊNCIA (art. 20 Lei 8.935) 
- liberdade de contratar 
- facultatividade 
- discricionariedade de contratação 
- liberdade salarial 
 
2º) LIVRE GERENCIAMENTO 
- atos administrativos 
- o titular fixa as atribuições 
 
13 
 
- Exceção: CNJ proíbe a contratação de parentes de juiz corregedor. 
 
3º) HIERARQUIA (art. 20, §1º) 
 
- Titular 
- Substituto designado (§5º) – “filho do cara” 
- Substituto não-designado (§4º) – escreventes com maiores atribuições 
- Escreventes (cada titular fixa os poderes dos escreventes) 
- Auxiliares (desenvolvem atividades menores, mecânicas, sem juridicidade) 
 
- 3º contratado: tem-se admitido prestador de serviço (não tem vínculo 
empregatício). Ex. serviços de notificação, de limpeza. 
 
4º) RESPONSABILIDADE PESSOAL (art. 21) 
 
- não interessa quem pratica o ato, o titular é o responsável. 
- a responsabilidade por falta administrativa é personalíssima. 
 
3. Responsabilidade civil 
 
- 4 teses: 
 
a. STF (de 1988 a 2000): considerava que a atividade era PÚBLICA em todos os 
sentidos, aplicavam o art. 37 CF. 
 - 1ª) falta civil – art. 37, §6º CF – decisão absurda. 
 - regressiva provando dolo ou culpa do registrador (respons. subjetiva) 
 
b. Tese doutrinária (de 2001 até hoje) 
 - art. 37,§6º - respons. Objetiva (o titular corresponde à PJ) 
 
c. art. 22 da Lei 8.935/94 
 - responsabilidade objetiva 
 - se quiser, regressiva contra o preposto 
 - responsabilidade civil também é objetiva 
 - hipótese constitucional – utilização pacificada 
 
d. Aplicabilidade ou não do CDC? 
 - atividade notarial (uti singuli) 
 
 - atividade registral (uti universi) 
 - interesse difuso (sempre) 
 
 - além disso, o serviço é remunerado por taxa. 
 
14 
 
4. Incompatibilidades 
 
a. INCOMPATIBILIDADE: impossibilidade de viabilizar (ou exercer 
simultaneamente) 2 ou mais funções. 
(art. 25) 
 - Advocacia (nem preventiva nem judicial) 
 - Intermediação dos serviços (não pode agenciar serviços – Resolução 35 
CNJ, que disciplina a Lei 11.441/07). 
 - Cargo, emprego, função (ainda que em comissão) 
 - mandato eletivo (exceção: vereança) – deve se afastar sendo substituto do 
art. 20, §5º com direito à percepção dos emolumentos. 
 
b. ACUMULAÇÃO: possibilidade de exercer mais de uma atividade notarial e 
registral (art.26) 
- regra: unidade ou individualização da atividade (não-acumulação). 
- exceção: acumulação. 
 
- Possibilidades: 
 1- Titular de Registro de Título e Documentos + Pessoas Jurídicas 
 2- Tabelionato de Contratos Marítimos + Registro (contratos marítimos) 
 3- Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN) + Tabelionato de Notas (art. 
44) 
 - o Registro Civil pode estar: 
 - dentro de uma comarca (São Paulo) – Registro Civil Puro 
 - fora da comarca (ex. Parelheiros) – acumula com Tab. Notas 
 4- Registro Civil + Registro Imóveis (TD + PJ) 
 
- Desacumulação (necessidade de lei) 
 - fere o Direito Adquirido. Tese aceita: desacumula para o próximo titular. 
 
- Fracionamento Territorial 
 - gera efeito imediato 
 - desdobra-se e abre novo concurso 
 
c. IMPEDIMENTO: vedação para praticar atos. 
(art. 27) 
1º) Ato pessoal: se aplica apenas ao Tabelionato, não no caso do Registrador. 
2º) Atos de parentes: colateral até 3º grau. (não para irmãos, tios, sobrinhos). 
 
5. Direitos 
(art. 28 3 29) 
- Direito de independência funcional 
- Direito de Emolumentos integral (refere-se a 50% não recolhíveis ao Estado) 
- Direito Sanção- Reserva legal das obrigações 
15 
 
- Direito de opção no desdobramento ou desmembramento da serventia 
- Direito a livre filiação sindical 
 
6. Deveres 
(art. 30) 
 
 Quanto ao serviço 
- Eficiência (art. 30, II) – o juiz controla a liberdade administrativa do oficial. 
- Obrigação de Prioridade (art. 30 III)– destaque para as ordens judiciais. 
- Dignidade na atividade (art.30, V) - 
- Sigilo (art. 30, VI) – somente no Registro Civil e Tabelionato de Notas em relação à 
separação e divórcio. (obrigação relativa) 
- Dúvida registral (art. 30, XIII) – é procedimento administrativo no qual o oficial 
entende não-cabível o ato de registro. Tem participação do MP. Encaminha-se a 
dúvida ao juiz corregedor. 
- Normas técnicas (art. 30 XIV) – são as normas de serviço da Corregedoria Geral 
de Justiça. Quando estão desatualizadas, observar a lei. 
 
 Quanto aos livros 
- guarda e conservação de livros (assentos principais) (art. 30, I) 
- arquivo (chamado de CLASSIFICADOR) – assentos secundários, acessórios. (art. 
30, IV) 
- acesso aos documentos – art. 30 
 
 Quanto aos emolumentos 
- Publicidade dos emolumentos (art. 30, VII) 
- Cumprimento dos emolumentos (art. 30, VIII) 
- Dar recibo dos emolumentos recebidos (art. 30, IX) 
- Fiscalizar o recolhimento tributário (art. 
 - ITBI: fato gerador é o registro, mas ele cobra antes.- pelo CTB: é solidariamente responsável pela obrigação tributária. 
 - se o novo titular não verificar e denunciar as irregularidades, passa a ser o 
responsável. !!!! 
 
 
22/3/2011 
 
Infrações disciplinares e penalidades 
- decorrente do Princípio da Legalidade (art. 31) 
 
Fiscalização 
- ciência e autorização do juiz 
- não é necessário a presença do oficial (só cientificação) 
- os livros não saem do Cartório sem ordem judicial 
16 
 
 
1. Infrações disciplinares 
 
I- Não observação das disposições legais e normativas: com DOLO. 
- todos os tipos penalizatórios devem ser previstos em leis. 
- o tipo é aberto demais 
- prescrição legal e normativa 
- deve haver DOLO na conduta 
 
II- “conduta atentatória às instituições notariais e de registro”: ato que denigra à 
atividade. Ex. trabalhar bêbado. 
III- Emolumentos: 
- cobrança indevida (excessiva ou “a menos”). Ex. compromisso de compra e venda 
(quando feita por escritura pública tem 40% de desconto, que geralmente não é 
dado). 
 
IV- Sigilo profissional 
- Registro civil (alguns) 
- Tabelionato de notas (ex. divórcio, Lei 11.441/07) 
 
V- Não observância dos dispositivos do art. 30. 
 
2. Penas aplicáveis (art. 31) 
- não tem a pena de advertência 
 
Antes: advertência (é reprimenda verbal) 
 Demissão simples 
 Demissão a bem do serviço público (inabilitava a pessoa por 10 anos para 
prestar concurso público) 
 
Hoje, gradação: da repreensão até a perda da delegação. 
 
I- Repreensão 
- nos funcionários em geral: implica a perda da licença prêmio (3 meses a cada 5 
anos). No nosso caso, não há licença prêmio. Portanto, a repreensão tem efeito 
importante para concursos porque é inabilitante para outros concursos. 
- não há prazo para reabilitação (fica na ficha funcional). 
 
II- Multa (art. 32, II + 33, II) 
- reincidência ou infração que não seja falta mais grave 
- valor: não é previsto em lei. Tem-se decidido que o montante deve corresponder de 
2/3 a 1 mês dos vencimentos. 
 
III- Suspensão (art. 32, III e art. 33, III) 
17 
 
- 90 dias + 30 dias 
- nomeação de interventor (não é da serventia, portanto não é o substituto) 
- interventor: discricionário do Tribunal (geralmente é uma pessoa experiente, titular 
de outro cartório). 
 
IV- Perda da delegação (art. 35) 
- 2 situações: 
 - efeito de sentença condenatória transitada em julgado, 
 - de processo administrativo instaurado pelo Juízo competente, assegurado 
amplo direito de defesa. 
 
 
3. Procedimento administrativo 
1ª Fase preliminar 
- sigilo 
 
2ª Fase Processo Administrativo 
- Instalação a partir de “Portaria Administrativa Disciplinar” – há publicidade pois 
deve ser submetida à Corregedoria Geral. 
- art. 36: prazo máximo = 120 dias (90+30) – art. 36, §1º 
- art. 36, §2º: na prática o interventor fica com os 50% que não são do Estado. 
- novas infrações descobertas pelo interventor geram novos processos 
administrativos, cada um deles com prazo de 120 dias. Portanto, na prática, pode 
ficar afastada por mais de ano, conforme se acumulam os processos 
administrativos. 
 
 
4. Extinção delegação (art. 39) 
- é a quebra do vínculo entre a pessoa e o Estado. 
 
I- Morte 
 
II- Aposentadoria (IPESP) 
- os que estão hoje, se aposentam pelo IPESP, mas não são funcionários públicos. 
Os novos concursos, não se aposentarão pelo IPESP. 
 
III- Renúncia 
 
IV- Invalidez (IPESP) 
 
V- Perda, nos termos do art. 35 
 
VI- Descumprimento da gratuidade da Lei 9.534/97 
18 
 
REGISTRO CIVIL 
 
INTRODUÇÃO 
 
Registro Civil das Pessoas Naturais 
- Tem base territorial municipal: DISTRITO, subdividido em SUBDISTRITOS. 
 
1º Cartório de Registro Civil 
- é diferente dos outros CRgC, porque tem o LIVRO E (único que registra atos que 
os outros não fazem) 
 
Outros: atos em geral 
LIVRO E 
 - atos do exterior (atos consulares, autoridades estrangeiras) 
 - morte presumida 
 - ausência 
 - emancipações 
 - interdições 
 
Atos 
Registro 
Averbação: modifica os assentos originários. (adoção de maior de idade é 
averbação) 
Anotação: toda anotação que não tem caráter modificativo (ex. óbito, 
interdição) 
 
Art. 9º CC 
São assentados no livro: 
 - nascimento, casamento, óbito 
 - emancipação (voluntária e judicial) 
 - interdição 
 - ausência/ morte presumida 
 
Como não é taxativo, outros: 
 - opção de nacionalidade (nacionalidade postestativa) = no Livro E. 
 
Art. 10 CC 
 
Exemplo: 
Emancipação voluntária: só passa a surtir efeitos quando: 
1- pais fazem uma certidão de emancipação 
2- esse documento vai ser registrado no livro E do 1º Cartório de Reg. Civil. Faz-se o 
traslado do registro para uma certidão. 
19 
 
3- Esta certidão será levado para o cartório onde está sua certidão de nascimento 
que deverá ser anotada. 
4- pede-se uma certidão atualizada que constará a emancipação. 
 
 
HISTÓRICO 
 
Igreja católica (1545: Concílio de Trento) 
 - Imóveis 
 - Civil (1550) 
 
1861: inicia-se o registro civil no Brasil, mas concorrente com o registro paroquial 
feito pela Igreja Católica. 
1930: 
 
- art. 226 CF 
 
“Posse de estado de casado”: instituto (art. 1545 CC) criado para abrigar aqueles 
que se casaram somente no casamento na igreja (não se confunde com a união 
estável). 
 
Livros 
 
1- Livro A - Nascimento 
2- Livro B - Casamento 
 - inclusive, união estável com efeitos civis 
3- Livro B-auxiliar – Casamento religioso 
 - casamento religioso com efeitos civis 
4- Livro C - Óbito 
5- Livro C-auxiliar – natimorto 
6- Livro D- Proclamas 
7- Livro E - Demais atos (1º Cartório de Registro Civil) 
 
8- Visita MP 
9- Protocolo de Entrada 
10- Procuração e substalecimentos 
 
Problema1: grávida deu à luz a criança que morreu após 10 minutos. O que fazer? 
Lavra certidão de nascimento no Livro A, lavra óbito no Livro C e faz anotações 
recíprocas. 
 
Problema2: união estável convertida em casamento. Que livro anotar? No livro B 
porque o livro B-auxiliar é somente para casamentos religiosos com efeitos civis. 
 
20 
 
29/03/2011 
 
- O livro de procuração: não é .... 
 
- Atos impróprios dos Cartórios Registro Civil 
 1- procuração (não translativa). Exceção: o mandato in rem suam só pode ser 
feito em Cartório de Notas. 
 
Indice 
 
Cronologia 
- toda escrituração é feita na ordem de apresentação do protocolo. 
- não gera prejudicidade. Exceção: gêmeos. (constar no assento o fato de ser 
gêmeo e a ordem de nascimento). 
 
- Só lança no protocolo (livro) os atos que não forem feitos na hora (ex. casamento). 
 
Padronização dos livros 
 
- Livros: todos têm 300 folhas (exceção Livro E = 150 folhas). 
 - 2 colunas e 1 centro: anotação e averbação na margem direita e o assento 
no centro. (na prática, cada assento em uma folha) 
 - assento: tem sempre a assinatura da parte (assina o livro) – art. 37. 
 - se, na leitura, percebe-se o erro, faz a correção antes da assinatura. 
 - para retificação de assento. Necessidade de decisão judicial – art. 39. 
 
- Classificadores: 
 - são pastas em que são feitos outros arquivamentos (outros pedidos, 
principalmente com o IBGE – ofícios enviados mensalmente, classificadores de 
guias de recolhimento (deve ser feito diário) 
 - Podem ser: 
 - obrigatórios: determinados 
 - facultativos 
 
 
Publicidade 
 
Instrumento: é a CERTIDÃO. É a base para qualquer outro documento (art. 16). 
- é um direito do titular e dequalquer outra pessoa. 
 - qualquer pessoa tem acesso a qualquer certidão imotivadamente (a única 
dificuldade é saber onde foi praticado o ato) – Em SP não há cartório do distribuidor 
(o Estado do RJ tem). 
 
 
21 
 
 Espécies 
1- Em inteiro teor: consta todas as informações do assento (ex. certidão de 
casamento). 
2- Em breve relatório: consta os dados essenciais (padronizados) (ex. certidão 
de nascimento) – não constará se foi adoção etc. 
3- Por quesitos: muito comum em certidão de óbito (causa). 
 
OBS: união estável: não pode ser colocada em certidão (não dá para quesitar). 
- formas de se quesitar a certidão: postal, telegráfica, eletrônica. 
 
Livro A – Certidão de Nascimento 
- art. 2º CC 
 
Teorias 
Teoria Natalista (adotada no CC): nascituro tem expectativa de direito (art. 125 CC) 
- personalidade constitucional – todos têm. 
- personalidade econômica – nascimento com vida. 
 - nascimento: separação da vida materna 
 - vida: (teoria docimasia hidrostática Galeno) 
 
Ex. Se nasceu com vida e morreu. Lavra registro de nascimento e após de óbito. 
- natimorto: não dá nome. 
 
Teoria concepcionista (não é adotada no Brasil). 
 
Filiação 
- art. 227, §6º CF: Princípio da Isonomia (não há discriminação entre os filhos). 
 
- Para o sistema registral há 2 tipos de filiação: 
 
1- decorre do casamento (há presunção pater is, ou seja, o pai é o marido, do 
art. 1597 CC) 
a) situação temporal: nascimento a partir do 180º dias do início 
casamento, o pai é o marido (mãe com certidão de casamento + 
DNV (declaração de nascido vivo)) e 300º dia do fim do casamento. 
 
 b) decorre do biodireito 
 
 2- decorre fora do casamento 
a) reconhecimento: 
- características: unilateral, formal, receptício, irrevogável, 
personalíssimo. 
 
Ato unilateral (do pai) de admitir a paternidade, 4 situações: 
22 
 
a.1 comparecimento espontâneo na serventia, 
a.2 escritura pública ou instrumento particular de reconhecimento, 
a.3 testamento, 
a.4 depor na frente de qualquer juiz (até juiz do Trabalho) 
OBS: vedação legal (Lei 8.560/92): não pode reconhecer filho na ata do casamento. 
 
- ato receptício: art. 1614 CC – o titular pode não aceitar o reconhecimento 
(se passar de 4 anos (prazo decadencial) – necessidade de ação para 
 
- ato personalíssimo: garoto de 15 anos pode reconhecer filho? Se incapacidade 
relativa (16 anos) pode fazer sozinho. Se menor de 16 anos, o juiz de autorizar o 
reconhecimento (em atividade administrativa). 
 
Lei 8560/92 – Procedimento do suposto pai. 
Exemplo 
 
1º) Nascimento: DNV (Declaração de Nascido Vivo) do Hospital 
 
2º) Comparecimento da mãe (Cartório do domicilio da mãe ou na Maternidade) 
 2.1 mãe informa a paternidade e informa que o pai vai espontaneamente (tem 
15 dias para voltar) 
 2.2 mãe informa a paternidade, mas não tem certeza (cria o incidente do 
“suposto pai”) 
 2.3 mãe não informa da paternidade (também cria o incidente do “suposto 
pai”) 
 Em 2.2 e 2.3: lavra-se o assento parcial (na hora) sem o nome do pai. 
 
3º) Procedimento: 
 - abra um protocolo 
 - lança assento parcial 
 
4ª) a remessa para o juiz corregedor 
 
5º) Audiência com a mãe (não acontece na prática) 
 
6º) Intimação do “suposto(s) pai(s)” 
 
7º) Audiência reconhecimento 
 7.1 reconhecimento positivo 
 7.2 reconhecimento negativo 
 - DNA voluntário 
 - negação total 
 
23 
 
8º) Nessa última hipótese: remessa ao MP. (o que não acontece, pois o MP diz que 
não tem legitimidade) – vai para Defensoria Pública. 
 
 
12/04/2011 
 
CORREÇÃO DA PROVA 
 
1) 
1- CNJ: papel de fiscalizar e regular em âmbito nacional, dando uniformidade à 
função 
2- Corregedoria: papel regulamentador das normas de serviço da, revisor, poder 
avocatório 
3- Corregedor permanente: regulamenta por meio de portarias normatizadoras, 
reguladoras, saneia atos (muito comum em matéria de civil). 
 
2) Penas elencadas no art. 
Não se aplica a pena de demissão porque revogou a lei anterior que tratava como 
funcionário público (art. 2º LICC). 
 
Perda da delegação 
 
3) 
Tabelionato 
 - notas (notário) 
 - protesto (sui generis) – mescla atividade notarial e registradora 
 - etc. 
 
Ofício de Registro (registrador) 
 
4) 
1- Sim. Pode o relativamente fazer o assento da mesma forma que pode testar. 
2- Não fará de plano. Fará diligências. Por ter DNV, não há dúvidas sobre os dados. 
A diligência será no sentido de apurar as causas do atraso de fazer o registro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
2º BIMESTRE 
 
 
ASSENTO DE NASCIMENTO 
 
 
NOME 
 
- designativo 
- um dos elementos do estado da pessoa. 
 
ESTADO DA PESSOA: é um conjunto de características que individualizam a 
pessoa para que possa interagir no direito das obrigações. Trata-se de tudo o que 
modifica a situação da pessoa. 
- Composto por 4 grandes elementos: 
1- Estado político: (art. 12 CF) nacional e estrangeiro. 
2- Estado profissional 
3- Estado familiar 
 - Registral (aquele que muda o assento da pessoa) 
 (solteiro, casado, divorciado, viúvo, separado judicial ou extrajudicialmente 
(discute se a EC n. 66 revogou ou não – prof. acha que não) 
- Não Registral 
(companheiro, parceiro, separado de fato) – não entra no registro. 
4- Estado pessoal: nome e domicílio. 
 
Nome é composto de 5 partes 
1- Prenome 
a. Simples 
b. Composto 
2- Sobrenome 
a. Paterna 
b. Materna 
3- Agnome (facultativo) 
4- Partículo 
5- Título 
 
Prenome: historicamente é um designativo ligado a uma característica moral ou 
física. 
 
Sobrenome: designativo da origem familiar (pode buscar a descendência em linha 
reta (infinito) e em linha colateral (até 4º grau) – deve ser comprovada. Por costume, 
o sobrenome paterno é colocado em último, mas a lei deixa livre. OU seja, irmãos 
dos mesmos pais podem ter sobrenomes diferentes. 
25 
 
Exceção: gêmeos não podem ter o mesmo nome. Por outro lado, dois irmãos 
nascidos em datas diferentes podem ter o mesmo nome (nome e sobrenome 
idêntico) 
 
Agnome: é o elemento distintivo da mesma família. Ex. Junior, Neto, Sobrinho. 
- É facultativo e o oficial não pode exigir. Ou seja, pai e filho podem ter o mesmo 
nome. 
 
Partícula: é a preposição. É facultativa. É de livre colocação e retirada. 
- Quando a partícula é um título, não é tão fácil retirar. Ex. von (do alemão) que virou 
e... ex. Lins e Silva. 
 
Título: agregado ao nome. No Brasil não se admite o registro do título. 
 
FORMAS CONSTITUTIVAS DO NOME 
 
1) ASSENTO NASCIMENTO: natimorto não tem direito a nome. 
2) CASAMENTO: pode-se adotar o sobrenome do outro. O CC utiliza a 
palavra “acrescer”, mas na prática admite-se a supressão desde que 
permaneça um sobrenome da família de origem. Ambos podem acrescer, 
ou seja, ficam com o mesmo sobrenome. 
3) UNIÃO ESTÁVEL: acresce o nome (averbação) no assento de 
nascimento. (art. 57, §§2º e 3º Lei Registro Público). 
4) FAMÍLIA MONOPARENTAL: enteado pode adotar o sobrenome do 
padrasto/ madrasta, desde que não suprima o seu e tenha a anuência 
escrita do pai/mãe de sangue. Sem anuência, somente com decisão de 
juiz. (art. 57, §8º). 
5) ADOÇÃO: 
- de menor: há cancelamento do assento podendo mudar todas as 
informações. 
- exceção: adoção unilateral (não há cancelamento da original, 
somente averbação pois um dos pais continua o mesmo). 
- de maior: averbação. Gera acréscimo. 
 
 
 
 FORMAS MODIFICATIVAS DO NOME 
 
1) ADMINISTRATIVA- art. 18 e art. 19 
- erro 
- homonímia (mesmo nome) 
 
2) JUDICIAL 
26 
 
- jurisdicionais: mudanças originárias das varas de família e infância (ex. 
adoção). 
- não jurisdicionas: originárias das varas de registro (ex. modificação de sexo) 
“apelido público e notório”, “nome vexatório”. 
 
 
 
CASAMENTO 
 
1) HABILITAÇÃO 
- verificação se as pessoas estão aptas a casar. 
- é procedimento administrativo regido pela: 
- Lei 6.015/73, 
- CC art. 1521 e s. 
- normas de serviço da Corregedoria de Justiça / SP (SNCJ/SP capítulo XVII). 
 
a) Pedido dos contraentes: cartório do domicílio de qualquer um deles. 
- sozinhos: a partir dos 18 anos ou emancipados 
- 16-18: acompanhados por ambos os pais. 
 - se 1 dos pais não concordou: necessidade de suprimento de consentimento. 
(alvará do juiz) 
- menor de 16 anos 
 - suprimento de idade (juiz confia na palavra dos envolvidos) (alvará do juiz) 
 
- Questão 1: mulher grávida (18 anos) e homem menor (15 anos). 
 
- art. 1526 CC 
- art. 1525 CC (pode por procuração) 
 
- Questão 2: estrangeiro (com visto de turista) pode habilitar para o casamento? Sim. 
Residência: hotel em que está hospedado. Só não autoriza se o passaporte estiver 
vencido. 
 
Pedido: por escrito em formulário próprio. Decide-se: 
a. regime de bens 
b. nome 
 
- lex locci celebrationis 
2) CASAMENTO RELIGIOSO 
3) ESPÉCIES DE CASAMENTO 
 
 
19/4/2011 
 
27 
 
1.1 Pedido habilitação 
 - certidão nascimento: ou outra que a lei equipare como documento de 
identificação (carteira profissional (OAB)) 
 - 2 declarações: 
 - das partes 
 - 2 testemunhas (atestam que as partes são desimpedidas) – é a 
declaração mais importante. 
 
1.2 Registro/ autuação 
 
1.3 Expedição dos proclamas e publicação dos editais 
 
a) Expedição de Proclamas: é a ata que comunica o casamento e fica, por 15 
dias, afixada em mural no Cartório. Finalidade: 
b) Edital: pelo menos 1 vez deve ser publicado em jornal. 
c) Registro no livro D. 
- Se cada um dos noivos morar em um lugar, deverá ser dada publicidade nos 
2 municípios (os noivos levam em mãos). 
 
1.4 Certidão: certifica que os proclamas foram feitos (nos 2 cartórios, se for o 
caso). 
 
1.5 Vista ao Ministério Público. (Em SP, os que trabalham na 2ª Vara) – ato PGJ 
(Procurador Geral de Justiça): deixa em aberto para o MP se manifestar quando 
quiser ou quando houver incidente. 
 
OBS: homologação judicial: existia, mas desde 2010 essa etapa não existe mais. 
 
1.6 Lavratura de “certidão de habilitação”: é o documento que estatui que os 
noivos estão aptos a casar. 
 
1.7 Extração do “certificado de habilitação”: extrair do livro. È dessa data que 
inicia a contagem do prazo decadencial de 90 dias. O documento é dos noivos (tira 
do Cartório e pode levar para onde quiser). Possibilidades: 
 deixar decair, 
 casar na própria serventia (99,9% dos casos), 
 ir para outra serventia (vou casar em Piranguinho), 
 pode casar perante a autoridade religiosa. 
 
1.8 Certificado vigente: 
 
1.9 Pedido celebração (juiz de paz). 
28 
 
Juiz de Paz: pela Constituição do Município de SP, deveria ser eleito junto com o 
prefeito. Hoje: nomeado pelo Secretário de Justiça e da Cidadania, indicado pelo 
Corregedor Permanente. Não tem remuneração. 
 
2.0 Qualificação 
- aferição dos requisitos 
- em casamento civil a qualificação é automática, mas no religioso nem sempre. 
 
2.1 Designação de dia e local 
 
2.2 Celebração (antes dos 90 dias) 
- participam: juiz + oficial + as partes (ou procurador) + 2 testemunhas 
- 4 testemunhas: somente se1 das partes for analfabeto ou não puder 
escrever E a celebração for celebrada fora do Cartório (pergunta de teste). 
 
2.3 Assento: Livro B. 
 
2.4 Certidão casamento 
 
2.5 Arquivamento 
 
 
INCIDENTES 
 - Impedimentos 
 - Causas suspensivas 
 
- esses incidentes se operacionalizam com a OPOSIÇÃO (é a apresentação das 
situações dos impedimentos ou causas suspensivas). 
- podem ser apresentadas até a celebração (tópico 2.2) 
 
 
1- Oposição 
 
Oposição Ordinária 
- apresentada durante o período de proclamas e editais. 
 
Oposição Extraordinária 
- apresentada durante a celebração. 
- uma das exigências é que o casamento deve ser celebrado com as portas abertas. 
- qualquer oposição (mesmo falsa) impede a celebração do casamento. 
 
Procedimento da oposição 
29 
 
- em princípio deve ser feita por escrita, mas na prática, pode ser oral e o oficial 
(durante a cerimônia) reduz a termo, colhe assinatura e dá prazo de 3 dias (ou mais) 
para juntar certidão/ prova. 
- remessa do incidente para o juiz corregedor 
- vista às partes 
- vista ao MP 
 
- Se julgar procedente a oposição (sentença administrativa): arquiva a habilitação. 
- Se julgar improcedente: determina nova data e local casamento. 
 
2- Recalcitração 
 
- uma das partes titubeia e não demonstra uma vontade inequívoca de casar. 
- 24 horas 
- “vou tomar uma pra criar coragem de casar” 
 
3- Urgência 
 
- doença, viagem, gravidez etc. 
- suprime a fase dos proclamas e editais. 
 
4- Por procuração 
 
- na fase da celebração, uma das partes não pode comparecer. 
- outorga procuração: Escritura Pública + 90 dias + poderes especiais. 
- hoje: os dois podem casar por procuração. 
 
- se revogar a procuração, mas o procurador casar mesmo assim? Se não coabitar, 
pode entrar com ação anulatória e buscar indenização cível. 
 
 
Classificação dos casamentos 
 
1) critério, AUTORIDADE 
 
CIVIL 
 - Juiz casamento 
 - (exterior) 
 - Cônsul 
- art. 18, Lei : 
- requisitos: 
 - ambos devem ser brasileiros (nato ou naturalizado) 
 - domiciliado no exterior 
 
30 
 
 - quando voltar para o Brasil, o casamento deverá ser regularizado em 180 
dias com registro no livro E. 
 - se ultrapassar o prazo, permissão do juiz corregedor 
 
 - Autoridade estrangeira 
 - uma das partes é estrangeiro. 
 - “lex locci celebrationis” (desde que não fira nossa ordem pública) 
 - 2 estrangeiros casados no exterior não podem regularizar a situação no 
Brasil. Somente os brasileiros podem assentar registro no Livro E. 
 
 Processo de Consularização: cônsul expede uma certidão 
atestando: i) que a autoridade é legítima, ii) que foram respeitados as formas da lei. 
a. Expede certidão 
b. Tradução juramentada 
c. Registro no TD (Títulos e Documentos) 
d. Livro E (1º Cartório) e transcrição em 180 dias 
 
- Autoridade extraordinária: capitão de navio ou comandante de 
aeronave. Assento no Diário de Bordo. 
- OBS: no caso de um casal de estrangeiros (casados no estrangeiro) que está 
morando aqui e quiser se divorciar. Aceita o divórcio e registra somente o divórcio. 
 
 
RELIGIOSO 
 
Procedimento 
1) Extração da Certidão de Habilitação 
2) Autoridade religiosa: qualificação 
3) Celebração: certidão religiosa, após 90 dias 
4) Assento no Livro-B 
 
- prazo: mais 90 dias para comparecer no Registro Civil e fazer o assento no Livro B-
Auxiliar. 
- se perder 1 dos 2 prazos: deve fazer nova habilitação (não, nova celebração). 
 
Casamento sem a prévia habilitação: 
1) Pedido para autoridade religiosa 
2) Celebração: certidão. 
3) Cartório de Registro Civil – fazer habilitação e 
4) Assento com data retroativa (da celebração) 
 
Mas, se no lapso entre a celebração e o pedido de assento da certidão no Cartório 
ocorrerem fatos sinistros e imprevistos.... o que acontecerá? Cenas no próximocapítulo. 
31 
 
 
 
ÓBITO 
 
 
1 Conceito 
Fim da personalidade quando cessam as funções vitais. 
 
- Lei doação de órgãos e tecidos: 
 - morte: quando cessam as atividades cerebrais. 
 
- Código Civil: cessar as grandes funções vitais. 
 - morte cerebral, respiratória e circulatória. 
 
- “morte civil”: perdimento de bens como sanção. 
- “morte legal”: exclusão da herança 
 
 
2 Classificação 
 
REAL 
 - há presença do cadáver. (verificação da morte) 
 - assento no Livro C 
 
PRESUMIDA 
 - não há presença do cadáver. 
 
 - COM AUSÊNCIA (art. 16, CC) 
 - assento no Livro E 
 - não há nexo da causalidade, incerteza. 
 
 - SEM AUSÊNCIA 
 - há nexo da causalidade 
 
 - com DECLARAÇÃO (art. 7º, CC) 
 - assento no Livro E 
 
 - com JUSTIFICAÇÃO (art. 88, LRP) 
 - assento no Livro C 
 
 
3 Extinção da personalidade 
 
32 
 
- com a morte, aplica-se a regra do art. 12, parágrafo único. Os titulares dos direitos 
são os parentes. 
- O morto não tem direitos. A extinção dos direitos da personalidade é plena. 
- O que remanesce são os direitos civis. 
 
- É uma linha de prioridade: 
- cônjuge/ companheiro 
- descendentes 
- ascendentes 
- colaterais em 2º grau, 3º grau, 4º grau 
 
4 Aspectos registrais 
 
4.1 Introdução 
 
(art. 77, LRP, regra geral) 
- Com a declaração de óbito (DO), se faz o assento de óbito (Livro C), obtém-se uma 
certidão para se fazer o sepultamento. 
 
- art. 77, Lei Contravenções Penais: sepultar sem certidão. 
- Declaração de Óbito: em 5 vias 
 - 1ª via: Secretaria Municipal de Saúde 
 - 2ª via: Registro Civil 
 - 3ª via: 
 
4.2 Classificação registral 
 
Óbito Natural: ocorre sem assistência médica. 
- DO 
- verificado pelo SVO (Serviço de Verificação de Óbito), em São Paulo 
 - médico (em municípios que não há SVO) 
 - parente ou interessado com 2 testemunhas (médico não quer declarar) 
 
Óbito Acidental (ou violento) 
- DO emitida pelo IML 
 - perito (faz laudo para verificar a causa mortis) 
 - juiz criminal 
 
4.3 Óbito criança 
 
Criança = inferior a 1 ano (para a Lei dos Registros Públicos). 
 
Nasceu vivo e morreu: 2 assentos: 
 
33 
 
Natimorto: assento no Livro C – Auxiliar. 
Anencefálico: pode nascer vivo (Livro ) e herdar. 
 
4.4 Cremação 
- averbada no assento de óbito. 
 
a Vontade cremação 
 - testamento vital 
 - escrito particular 
 
b Vontade não-cremação 
 - exceção: saúde pública (pergunta de concurso: pode uma pessoa ser 
cremada tendo expressado vontade de não-cremação?) 
 
c Silêncio 
 - presunção de não-cremação 
 - manifestação de vontade da família (no Estado de SP, é necessário 
ALVARÁ de juiz criminal). Às vezes, cônjuge quer cremação e filhos, não. Prevalece 
a vontade do cônjuge. 
 
4.5 Moléstia mal definida 
- faz-se necropsia que é obrigada a constar da DO. 
- obrigatoriamente deve constar a causa mortis. 
 
4.6 Prazo 
- 24 horas do falecimento. 
- perda de prazo: alvará judicial. 
 
4.7 Competência 
- oficial competente: competência territorial (circunscrição do local da morte). 
- art. 79 LRP: quem dá a notícia 
 
4.8 Utilização cadáver 
- para pesquisa, para estudo (Universidade) etc. 
- geralmente cadáver de indigente 
 
Lei 8.501/92 
1º) DO---- Assento---- Certidão. 
2º) Pedido da Instituição para oficial de Registro Civil. 
3º) Protocolo – Registro Autuação 
4º) Expediçao de Editais: 3x a cada 10 dias. 
5º) Remessa da autuação ao juiz corregedor 
6º) Vista ao MP 
7º) - se houver reclamação do cadáver----- sepultamento 
34 
 
 - se não houver reclamação----- autorização. Averba-se no assento e na 
certidão de óbito. 
 
5 Ausência 
- art. 22 e ss., CC. 
- AUSENTE: pessoa que 1) desaparece, 2) não deixa procurador, 3) deixa bens. 
- ausência: natureza jurídica: perda paulatina de personalidade (não é incapacitação, 
conforme o CC/1916, devido à curatela). 
 
Fase declaratória 
1º) Pedido de declaração de ausência. (Vara de Família e Sucessões) 
2º) Sentença “Declaratória de Ausência” – nessa sentença há nomeação de curador. 
 - expede-se um mandado 
 - Assento no Livro E, 
 - Anotação no Livro A (no Registro de Nascimento) 
 - Anotação no Livro B (casamento) 
- A cada 2 meses, edital, durante 1 ano. 
 
a) Retorno titular: anotações da volta nos Livros (E, A, B). 
b) Certeza da morte: (acha o cadáver). Cancela assento Livro E, e 
 
3º) Pedido Abertura Sucessão Provisória 
- 3 anos (+ 1 ano de editais) 
 - citação de todos 
 
Fase administrativa dos bens 
4º) Sentença de Abertura de Sucessão Provisória 
 - Averbação obrigatória da sentença (Av1) no Livro E. (art. 104) 
 - Se houver testamento: 
 - juiz autoriza: atos de alienação, emissão na posse. 
 
5º) Certidão Decenal 
 - certifica que se passaram 10 anos da sentença (art. 37) 
 - a sentença da declaração de ausência só produz efeitos a partir 10 anos do 
trânsito em julgado 
 - averbação no Livro E (Av2) 
 
6º) Pedido de Abertura de Sucessão Definitiva 
- para o patrimônio passar para os herdeiros 
- se o titular voltar, não terá mais direito aos bens. 
 
7º) “Sentença de Abertura de Sucessão Definitiva” 
 - averbação no Livro E (Av3) 
 
35 
 
8º) Certidão Decenal 
 - averbação no Livro E (Av4) - ARQUIVAMENTO 
 - pode averbar no Livro C, mas não será necessário. 
 
 
03-05-2011 (anotações Karina e Lucas) 
 
 
REGISTRO DE IMÓVEIS 
 
Artigos 1245 a 1247 CC: estabeleceram apenas princípios já presentes, não 
modificando nada no que tange ao registro de imóveis. Já constam da Lei 6.015/73 
artigos 167 a 299. 
 
Dúvida acerca se o artigo 167 LRI teria sido revogado pelos artigos 1225 CC, pois, 
ambos estabelecem sobre os direitos reais. A princípio não revogou, pois, o artigo 
167 só é modificável por lei especial (específica) que o altere, logo, o artigo 1225 CC 
por não trazer certas previsões do 167 não previstas pelo 1225 não revoga o rol do 
artigo 167. 
Tanto que algumas alíneas do artigo 167 foram expressamente revogadas por leis 
específicas. 
 
Introdução 
 
1 Histórico 
 
O registro de imóveis passou por fases, na verdade. Na fase embrionária não existia 
registro de imóvel nenhum. 
 
Cartas de sesmaria – era uma concessão precária. A pessoa cedia um pedaço de 
terra mas poderia reavê-la. É o chamado Princípio da Devolutividade, em que o 
imóvel que não é bem utilizado, é devolvido (as próprias terras devolutas). 
Obs. As terras devolutas são públicas (rurais, são da União) por isso não é permitido 
o usucapião de terras devolutas. 
 
No Brasil não funcionou, pois, as pessoas concediam, as outras utilizavam mal e as 
primeiras, por sua vez, não as pediam de volta. 
 
Sobreveio a Lei 601/1850 (Lei de Terras) para regularizar o comisso (trazer de 
volta), perdoar o comisso. 
Obs. Nessa lei tinha um artigo com a primeira proteção ambiental – quem 
queimasse uma árvore perdia a concessão, a propriedade. 
36 
 
 
1850 – Lei de Terras 
Registro paroquial – fazia o registro civil e o registro de imóveis. Introdução de 
regra que estabelecia um alto valor pela regularização das terras. Criação dos 
emolumentos. 
 
Os bancos tinham interesse em registrar para garantir as hipotecas. Princípio da 
ambulatoriedade (o ônus real acompanha a coisa onde quer que ela vá). 
 
1864 – Surge o sistema de transcrição e inscrição. 
- A transcrição é a gênese do nosso sistema em relação a transferência da 
propriedade. Era feitapalavra por palavra (verbo “ad verbum”). 
- A inscrição se dava nos livros dos ônus reais. Era feita por resumo. 
1939 – Criou vários livros e gerou uma confusão imensa.(Decreto 4.857/39) 
1973 (76) – Lei 6.015/73: Criou o sistema matricular. 
 
3– Conceito 
 
O registro de imóveis é a serventia extrajudicial responsável pelo assentamento em 
livro da propriedade e dos demais direitos reais, além de outros atos e decisões 
judiciais determinadas por lei e cuja finalidade é gerar publicidade e oponibilidade 
“erga omnes”. 
- Natureza jurídica da propriedade: direito fundamental do homem. 
Entram no assentamento (livros) os direitos reais (anticrese, hipoteca). 
Os mandados e alvarás também integram ( o controle) 
 
Nomenclatura 
 
a) Registro 
- Pode ser sinônimo de serventia. 
- Pode ser o ato de assentamento. 
- É o ato de registro, averbação ou anotação. 
 Registro – atos modificativos da essência do assento, que modificam o 
sujeito, objeto ou título de origem. Está no art. 167, I da LRP. 
 Averbação – atos secundários de modificação do assento. Art. 167, II da LRP 
 Anotação – consiste em verificar o fato. 
37 
 
Todo ato principal, ou seja, todo ato modificativo da essência (quanto ao sujeito, 
objeto e quanto ao título da origem) de assento é um ato de registro e, tudo que 
modificar elementos secundários, acessório é averbação (isso só dá certo no 
registro civil – diz um grande estudioso da matéria). 
Não serve para o registro de imóveis porque a lei é contraditória. 
 
Ex. o contrato de locação é introduzido no cartório por dois motivos: 
-cláusula de preferência (é a mais importante porque gera a anulação do negócio 
jurídico se não for respeitada essa cláusula) – é averbada ainda que seja a mais 
importante! 
-cláusula de vigência – é registro, a despeito de ser menos importante do que a 
primeira. 
 
O ato de registro é aquele que está no artigo 167, I. E o ato de averbação é aquele 
do artigo 167, II. 
 
Arresto, seqüestro, em São Paulo é averbado, mas o CPC diz que é registrado. 
A anotação é situação rara porque é meramente a comunicação de um fato no 
registro de imóveis, pois, tem-se o livro de protocolo. 
 
b) Matrícula 
- Base física de todo assentamento registral. 
- Consiste no primeiro registro da propriedade a partir da vigência da lei. 
- É todo o conteúdo do livro 2. 
- Cadastro da propriedade. 
 
c) Fólio real 
- É um sistema, é a ideologia registral. 
Toda principiologia do direito registral. Enquanto matrícula é a base física o folio real 
é a base ideológica (principiológica). 
 
Quais são as formas de registro? 
a) registro comum = observa a obrigatoriedade (art. 1245, par. 1 do CC). 
 
b) registro Torrens = É um registro imutável. Você sempre adquirirá do proprietário. 
 
c) registro rural = necessita do INCRA 
 
d) registro especial = art. 190 da CR/1988. (aquisição por estrangeiros) 
Existe diferenças entre brasileiros e estrangeiros (artigo 178)? 
38 
 
 
Quais são os efeitos gerais do registro? 
 
a) Constitutivo - “ex nunc” – Prenotação = lançamento no livro protocolo. 
Artigo 1246 CC– prenotação (lançamento no livro protocolo). É o momento em que 
se torna propriedade – o registro ainda pode demorar meses. 
 
b) Declaratório – “ex tunc” 
Usucapião é declaratória. Cancela-se a matrícula anterior e inicia-se nova matrícula. 
É como se o antigo proprietário nunca tivesse o sido. 
A acessão e a sucessão também são declaratórias. 
 
Os herdeiros fazem cessão de cotas hereditárias. 
 
A Publicidade – retrovenda – propriedade resolúvel. 
 
 
 
10-05-2011 
 
 
PRINCÍPIOS REGISTRAIS 
 
Discussão: é possível conversão da união homoafetiva em casamento? 
 
Princípio da legalidade 
 
- o ato do registrador é ATO ADMINISTRATIVO VINCULADO. 
- os atos são regulados pelo art. 167 que trata dos atos de: 
 - registro (inciso I) – há taxatividade não exauriente. 
 - averbação/ anotação (inciso II) 
 - matrícula (não está nesse artigo). 
 
- art. 167, I – taxatividade 
 - rol não é exaustivo 
 - rol não é sistêmico 
 - rol híbrido 
- direito real, 
- direito processual (penhora, arresto), 
- direito obrigacional, 
- direito pessoal (ação reipersecutória), 
- direito sucessão, 
39 
 
- direito família (bem de família voluntário: pode-se colocar imóvel de 
qualquer valor ao passo que se cair na lei n. .... considera-se o imóvel de 
menor valor), 
- direito administrativo (desapropriação, é título originário (não há 
acordo entre as partes) ou derivado (há acordo), 
- direito comercial (debêntures, transferência de, cédula de crédito 
rural, imobiliário, - Livro C) 
 
“Todo direito real nasce por um ato de registro e morre por averbação”. 
 
Digressão: 
 - ação reipersecutória: é direito pessoal, obrigacional, geralmente o pedido é 
de anulação de negócio que indiretamente traz de volta a coisa. 
 - ação reivindicatória: é direito real. 
 
 
- Taxatividade: finalidade do registro dos títulos 
 - constituição 
 - transferência 
 - extinção 
 - além da oponibilidade erga omnes 
 
- Títulos que NÃO entram em registro: 
 - aqueles que não têm previsão legal 
 - às vezes, a previsão legal pode se dar por mandado (por exemplo: mandado 
judicial para registro de união homoafetiva) 
 - somente averbação 
 - contrato preliminar (não tem acesso no RI) 
 - compromisso de compra e venda (art. 1417, CC) – registra-se, mas não é 
contrato preliminar. 
 - ocupação imobiliária (não registra) 
 - cessão de direito hereditários 
 - divisão do módulo rural (não registra porque é a menor unidade do módulo 
rural) 
 - Lei 6.766/79 (Lei de parcelamento do solo urbano) – qualquer 
descumprimento. Exceção: usucapião tabular (se presta à regularização de 
ocupação que descumpre a lei de parcelamento do solo urbano). 
 
 
Princípio da territorialidade ou da base territorial 
 
- art. 169 Lei Registros Públicos 
- “todos” (atos de registro e de averbação) 
 
40 
 
- situação da circunscrição do imóvel. 
- determinada pela lei estadual. (no município de SP, há 12 Cartórios de Registro de 
Imóvel) 
- se estiver em mais de uma circunscrição (fazenda enorme em 5 municípios), 
anotar em todas (publicidade a terceiros) 
 
- oficial pode se recusar a prenotar um título fora de sua base territorial. 
 
- Exceção: (art. 169, I e II): 
 I- averbação: nova base territorial 
 II- fronteira: faz registro em todas “com amarras” 
 
- Inciso III: trata da locação 
- art. 1657, CC: registra no Livro 3 (domicílio dos cônjuges) e depois averba no 
Registro de Imóvel. 
 
 
Princípio da publicidade 
 
- Publicidade no registro de imóvel: é a cientificação obrigatória a terceiro. 
- Se materializa por meio da certidão. É cópia integral. 
- Dá publicidade plena. Objetivo: proteger terceiro de boa-fé. 
 
 
Princípio da especialização ou especialidade 
 
- princípio da precisão, da exatidão. 
- subprincípios: 
 - especialização objetiva: exatidão em relação ao objeto (art. 176, §3º, II, 
item 3). Averbar demolições e as novas construções (“puxadinho”) para não perder o 
valor patrimonial. 
 
 - especialização subjetiva: precisão quanto ao titular. (art. 176, §1º, item 4 – 
nome, domicílio, nacionalidade, estado civil, inscrição etc.) 
PJ (sede social, número de inscrição etc.) 
PF (deve-se averbar todas as modificações no estado (casamento, divórcio)) 
 
- art. 1424, CC: contratos de penhor, hipoteca e anticrese (valor da dívida, prazo, 
juros, bens gravados) - a dívida circula junto com o bem – todos os bens dadosem 
hipoteca e o valor da dívida ficam gravados – “princípio da ambulatoriedade”. 
 
Questão: hipoteca em terreno de incorporadora, como ficam as unidades? 
- Matrícula mãe: incorporação tem hipoteca (no chão) 
41 
 
- regra do CC: hipoteca do principal grava todos os acessórios. (ou seja, os 
apartamentos construídos estão hipotecados). 
 
- Súmula 308 STJ: “A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, 
anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia 
perante os adquirentes do imóvel.” 
 
- Lei 4.591/64 – lei de condomínios e incorporação imobiliária. 
 
- IMPORTANTE: ao comprar imóvel em construção, averbar na matrícula mãe o 
compromisso de compra e venda (princípio da especialização). Ou seja, cada vez 
que a incorporadora vai fazer uma modificação no projeto, você será avisado. 
Averbar as características objetivas do imóvel para não ser surpreendido quando da 
entrega do apartamento. 
 
 
Princípio da força probante ou fé 
 
Art. 1247, CC: o registro deve espelhar a verdade. Trata-se de verdade real. 
- tutela de retificação (art. 213 LRP) 
- tutela a anulação do CC 
 
Verdade: 
 - em relação à matrícula 
 - verdade do registro 
 - verdade da averbação 
 
No nosso sistema, trabalha-se com uma verdade relativa. 
- exceção: registro TORRENS. 
 
 
Princípio da instância ou rogação 
 
- oficial só pratica ato provocado. 
- não pratica ato de ofício. 
- Exceções: 
- art. 167, II, 13 (LRP): mudança de nome de rua, praça, etc. (deve modificar 
todas as matrículas sem custa, de graça) – para proteger a especialização. 
 
- assento reflexo: caso de permuta. 
 
 
 
 
42 
 
Princípio do privilégio ou prioridade 
 
- aquele que prenota primeiro tem sempre o melhor direito. 
- prenotou e lançou no protocolo, tem o direito. 
 
Situação: imóvel de 1 milhão. 
Hipoteca 1: anotada em 01/05 – vence no Natal, dívida de 50 mil. 
Hipoteca 2: anotada em 10/05 – vence no natal, dívida de 50 mil 
Hipoteca 3: anotada em 30/05 – vence 30/06, dívida de 500 mil. 
 
- O que acontece com a hipoteca 3 que tem seu vencimento anterior mas foi 
prenota por último? 
 
 
 
SP, 17/05/2011. 
 
Princípio da qualificação 
 - O oficial registrador é obrigado a recepcionar todos os títulos e verificar a 
possibilidade de ingresso no sistema. Verificação da “registrabilidade” dos títulos que 
se apresentação. Verificação dos títulos e documentos. 
Fundamento: segurança do sistema. Poder ser: 
(Já houve anteriormente a prenotação). 
 
 - qualificação positiva: há possibilidade da prática do registro, averbação ou 
matrícula. 
 
 - qualificação negativa: emissão da nota de registro em que constam as 
razões do não-registro. Prazo: não consta da lei de registro. As normas de serviço 
estabelecem o prazo de 15 dias. (está vigente a prenotação). Se não registrar em 
30 dias, a prenotação decai. 
Demonstra a probidade do oficial porque não há ganho para o Cartório quando se dá 
uma nota devolutiva. 
 
 
Princípio da continuidade 
- art. 195 da LRP. Desencadeamento lógico decorrente do nexo de causalidade 
subjetiva e objetiva. 
 
- usucapião é exceção: quebra-se o nexo causal e inicia-se 0outro encadeamento 
lógico. Problema: o título sai com nova matrícula e com a data em que ele adquire o 
direito, mas a posse é anterior (requisito do lapso temporal). 
 
 
43 
 
Princípio da disponibilidade 
- tanto o sujeito quanto o objeto devem ter poder de disposição. 
 
 - disponibilidade subjetiva: demonstra que o sujeito pode alienar (ex. 
impeditivo: cláusula de inalienabilidade; usufrutuário (nunca pode alienar); 
 
 - disponibilidade objetiva: exemplo: bens públicos, com exceção dos bens 
dominial ou dominical (que foram desafetados, portanto podem ser comerciados). 
- Bem gravado é indisponível? Em princípio não, somente se por dívida do INSS ou 
tributária. 
 
 
Princípio da concentração 
 
- a matrícula deve constar todas as informações necessárias. 
- cláusula constituti deve estar na matrícula (na matrícula deve constar a 
transferência da posse indireta, para permitir o constituto possessório) – no RS 
acham que deve constar na matrícula. Em SP, não. 
 
 
ESTRUTURA DO REGISTRO DE IMÓVEL 
 
SUJEITOS 
 
 - Ativo: (art. 217 LRP): 
- capacidade jurídica 
- capacidade econômica 
 - há gratuidade no registro de imóvel? Sim. LMCMV (Lei Minha 
Casa, Minha Vida) – trata de usucapião administrativo. 
 
 - Passivo: necessidade de aceitação. 
Doação “pura e simples”: absolutamente incapaz; a termo; sob 
condição. Mesmo nesses casos, é necessária aceitação expressa do 
beneficiário. (art. 218 LRP) 
 
 
TÍTULOS (art. 221 LRP) 
 
 - Escritura Pública (inclusive lavradas em consulados). + art. 225 CC 
 
 - Instrumento Particular 
 
 - Sentença estrangeira homologada STJ e títulos consularizados (inc. III) 
 
44 
 
 - Títulos judiciais: tem a mesma qualificação, mas não se entra no mérito 
dos títulos. 
 
FORMA 
 - matrícula 
 - livro 
 
 - Matrícula 
 2 finalidades: 
 - modernizar o sistema: transformar as antigas transcrições em matrícula. 
 - regular novos registros. 
 - todo registro a partir de 1976 deve ter matrícula 
 
Elementos: 
1- Número de ordem (sequência cronológica) – não há relação entre o 
n. da matrícula e a localização do imóvel na circunscrição. 
2- Data da abertura da matrícula. Coincide com a data da prenotação. 
3- Indicação do imóvel: cuidado para evitar superposição de imóveis. 
Se isso acontecer: necessidade de retificação registral (pode ser 
administrativa ou judicial). “Desta que”: para não gerar sobreposição de área. 
4- Titular 
5- Registro titular 
 
 Livros 
1- Protocolo: prenotação 
2- Registro geral (das Matrículas) 
3- Registro auxiliar 
4- Indicador real 
5- Indicador pessoal 
 
+ 3 ou 4 livros não numerados (extras) 
 
- Exame e Cálculo 
- Aquisição de imóvel rural por estrangeiro 
- Indisponibilidade de bens 
- Emissão de debêntures 
 
1- Livro Protocolo 
- prenotar: lançar no livro do protocolo. (art. 1246 CC) 
- chave geral do sistema 
- posso deixar de lançar no protocolo? Se for somente uma consulta, o oficial 
lançará no livro de exame e cálculo. Se lançar no livro de protocolo e não fizer o 
registro, deve aguardar 30 dias para decair. Somente após esse prazo poderia 
registrar para outro. 
45 
 
- quando se pede certidão de imóvel: não consta o que foi lançado no livro de 
protocolo, salvo se pedido. 
- sempre abre e encerra no mesmo dia. 
 
2- Livro de Registro Geral (matrículas) 
- concentra as matrículas, registros e averbações de tudo. 
- fundamento do sistema. 
 
3- Livro de Registro Auxiliar 
- Cédula de Crédito 
- Convenção de condomínio 
- Pacto anti-nupcial 
- Títulos que não podem ser lançados no Registro Geral (ex. tombamento) 
- penhor de máquinas e aparelhos 
 
 
 - o documento é lançado integralmente (por exemplo: convenção de 
condomínio com 80 laudas) 
 - Questão: a convenção de condomínio obriga o novo adquirente? STJ 
considera que a Convenção de Condomínio é institucional e portanto obriga quer se 
tenha ou não conhecimento dela (se for registrada, constará na matrícula do imóvel 
o registro da convenção de condomínio). 
 
 4- Indicador real 
- consulta com base na localização. 
 
 5- Indicador pessoal 
- consulta com base nas informações pessoais. 
 
 - Livro de aquisição rural por estrangeiro 
- art. 188 e art. 190, CF. 
 
 - Livrode indisponibilidade de bens 
 - indisponibilidades judiciais: 
 - indisponibilidades administrativas: decorrentes de pedido, de requerimento. 
 
 
 
 
 
 
 
26/05/2011 
 
46 
 
PROCESSO DE DÚVIDA REGISTRAL 
 
1. Conceito material: juízo obstativo da prática de um ato de registro por parte 
do oficial com insurgência do interessado (da parte). Decorrente da 
qualificação negativa. A parte provoca o oficial a suscitar dúvida. (maneira de 
remeter ao juiz o que se entende não dever fazer) 
É procedimento administrativo praticado perante o juiz cuja decisão tem 
natureza vinculadora e normativa. 
Realizado pelo juiz fora da atividade jurisdicional. 
Por outro lado, a parte poderá procurar via judicial. 
Para vincular todo o Estado, deve ser decisão do Conselho Nacional da 
Magistratura (vincula todos os RI’s do Estado). 
 
2. Principios informadores 
a. Princípio do controle. 
- protocolo 
- oficial não pode deixar decair (em 30 dias). 
- é administrativo, remete observando hierarquia: 
 - oficial 
 - juiz corregedor permanente (determinado pela lei estadual) 
 - CGJ (Corregedoria Geral – órgão de 2º grau monocrático): 
trabalha com todas as questões de averbação. 
 - CSM (Conselho Superior da Magistratura (7 membros): 
questões de matrícula. 
(em outros Estados: há outras organizações). 
 
b. Princípio da instância ou rogação 
- todos os atos são praticados por requerimento, por provocação (princípio 
da inércia). 
- oral: maioria dos atos 
- escrito: requisições e suscitação de dúvida. Da mesma forma, as 
requisições do juiz devem ser por escrito. 
 
3. Natureza 
- procedimento administrativo vinculado (de registro: civil, pessoa jurídica, 
registro imóvel)- art. 204 LRP. 
 
4. Aplicabilidade (art. 198 LRP) 
- impossibilidade de cumprir uma exigência. 
- Atos: 
a. Abertura de matrícula (ex. oficial não tem condição de abrir matrícula 
com os dados disponíveis). Nesse caso, os dados poderão ser conseguidos 
pela via jurisdicional. 
b. Ato de registro (167, I) 
47 
 
c. Ato de averbação (art. 167, II) (em SP, chamado de pedido de 
providência. A diferença em relação ao ato de registro está no ato a ser 
praticado, cujo rito é diferente em 2º grau (CSM). 
 
5. Partes 
a. Suscitante da dúvida: OFICIAL (registrador: art. 1º, LRP) 
- substituto do registrador pode suscitar dúvida? Somente na 
impossibilidade declarada do oficial (“no impedimento ocasional do 
titular”). 
- tabelião pode suscitar dúvidas? Tabelião de notas não pode, mas o 
tabelião de protesto pode suscitar dúvida por disposição da Lei 9.492/97. 
O tabelião de notas, ao se recusar praticar ato, fornece NOTA DE 
RECUSA. Não há dúvidas no tabelionato de notas. 
 
- Digressão: “Declaração de pobreza (no sistema processual)”: não 
conseguir simultaneamente custear a vida e as custas do processo. 
 
- A suscitação de dúvida pode ser automática (de ofício)? Somente no 
Cartório de Título e Documentos quando há suspeita de fraude no 
documento. 
b. Suscitado: (art. 202 LRP) interessado e 3º interessado (MP). 
 
 
6. Dúvida inversa: o particular suscita diretamente ao juiz (admissível em SP). 
 
a. Suscitante: INTERESSADO. (as partes se invertem). 
- problema: não há PRENOTAÇÃO, o que pode ocasionar prejuízo à 
parte. Não há previsão na Lei 6.015/73; Lei 8.935/94. Aplica-se por 
analogia o art. 5º, 
 
- se o oficial se recusar a suscitar a dúvida, seria melhor impetrar MS. 
 
 
7. Procedimento da suscitação de dúvida 
 
a. Apresentação do título 
b. Capacidade: jurídica e econômica 
c. Requerimento 
a. Verbal 
b. Escrito (arts. 234, 235, 246 LRP) 
i. Retificação registral 
ii. Unificação de matrícula 
iii. Desmembramento de matrícula 
 
48 
 
- Lembrando: o oficial deve praticar de ofício: assentos reflexos (em vez de o oficial 
praticar 1 ato, ele praticará 2 atos. Por exemplo: permuta, retrovenda). 
 
d. Títulos 
 
Títulos notariais (art. 225) - 
Títulos particulares – necessidade de firma reconhecida, exceção SFH 
Títulos judiciais 
Títulos administrativos (concessões de uso para fim de moradia) – ex.: em 
Guarulhos, 45 mil no último ano). Medida provisória 2220/01. 
Títulos estrangeiros: títulos consularizados. 
 
e. Oficial pode: 
- DEVOLUÇÃO IMEDIATA DO TÍTULO: quando não há competência 
registral, ou quando apresenta cópia. 
 
- PRENOTAÇÃO: gera presunção de competência registral. Oficial faz 
lançamento no “Livro Protocolo”. 
 
f. Qualificação registral (havendo prenotação) 
- feito pelo escrevente mais qualificado (trabalho super especializado) 
- QUALIFICAÇAO POSITIVA: realiza registro ou averbação. 
 
- QUALIFICAÇAO NEGATIVA, pode gerar: 
 
a. Nota de devolução: não há possibilidade de prática do ato. 
 
 b. Nota de exigência: por defeitos intrínsecos ou extrínsecos. 
(art. 205 LRP, 15 dias para correção podendo o prazo ser prorrogado 
dependendo do solicitado). Deve ser exaustiva (na prática: se ocorrer 
esquecimento de um documento, o oficial dá uma nova nota de exigência), 
deve ser clara, deve ser jurídica (somente pode-se imputar obrigação 
legal ao particular) e deve ser razoável. 
 
g. Particular (atos do): 
 
- CUMPRIMENTO: há registro. 
 
- DECADÊNCIA: não consegue observar o prazo (lembrar que o dinheiro 
da prenotação é devolvido quando não efetivação do registro). Pode entrar 
novamente quando tiver os documentos em mãos. 
 
- INSURGÊNCIA: Pedido de suscitação da dúvida. 
 
49 
 
h. Dúvida registral 
a- são as razões do não-registro, apresentadas por escrito. 
- não vincula. 
 
b- anota à margem da prenotação. Paralisa o prazo decadencial. Não 
importa quanto tempo demore, a data do registro retroage à data da 
prenotação. 
 
c- Notificação ao apresentante (interessado) para que impugne no prazo 
de 15 dias (o oficial faz a ciatação!). 
 
d- Remessa da dúvida ao juiz corregedor permanente. Possibilidades: 
 
1- Apresentação da defesa (protocolada em Cartório Judicial). Se a 
defesa for não-técnica (não for advogado), o juiz nomeia defensor. 
 
2- Inércia do titular: (art. 199 LRP) – não aplica-se o art. 319 CPC 
(revelia), pois é matéria de direito. Portanto, o juiz abre vistas ao 
MP. (ausência do MP = nulidade da sentença, art. 200 LRP). 
i. Requisição de diligências, 
ii. Parecer em 10 dias 
3- Sentença: como as outras, em 3 fases, mas não está atrelada a 
pedido (não há). 15 dias (em SP, considera-se 30 dias porque a 
competência do juiz é cumulativa). 
- a sentença só pode ser improcedente (não há falta de nada, 
portanto, registre-se) ou procedente. 
 
4- Apelação: vai para o Conselho Superior da Magistratura (7 
membros). Decidem por maioria. Relator é sempre o Corregedor 
Geral de Justiça. 
- Outros recursos possíveis: Embargos de Declaração, com 
natureza infringente. 
 
- Existe custa processual? 
- A Lei 6.015 faz previsão de pagamento de custas, mas a lei estadual não fez 
previsão. 
- Não há previsão de honorários. 
 
Ver acórdãos: ver no site da Corregedoria. Vai cair na prova. 
 
 
 
31-05-2011 
 
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TABELIONATO DE NOTAS 
Aula prof. Marcos, 3º Tabelionato da Capital. 
 
Historicamente, o tabelião de notas se confundia com o próprio Direito e o tabelião 
tinha a função redatora de unificar a linguagem dos diferentes dialetos. 
Em torno de 1300, o notário de Bolonha passou a agir no mérito das questões 
notariais. 
 
Alexandre, o Grande, determinou que os notários fizessem seus atos em papel 
específico. Do ponto de vista do Estado,

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