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Capacidades Físicas Básicas

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1 
APOSTILA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - E.E.E.P. OSMIRA EDUARDO DE CASTRO - MORADA NOVA/CE 
PROFº HECCTOR RODRIGO MAGALHÃES FREITAS - CREF 006283-G/CE 
1. CAPACIDADES FÍSICAS BÁSICAS 
 
Para a prática de uma atividade física, coloca-se em jogo várias capacidades físicas. Capacidades 
físicas são ações musculares e processos motores que dizem respeito à formação corporal e a técnica de 
movimentos, ou seja, qualidades que fazem parte de nosso corpo, essenciais para uma vida ativa e 
saudável. 
Entre as capacidades físicas, podemos citar: a coordenação, a flexibilidade, resistência, velocidade, 
força, agilidade e equilíbrio. Cada um delas tem características, desenvolvimento e curiosidades muito 
peculiares. 
Quando assistimos ao desempenho de um atleta vencendo obstáculos, podemos ter certeza de que 
ele está utilizando uma ou mais capacidades físicas. Mas o cidadão que não pratica esporte de alto nível 
também deve melhorar o nível de suas capacidades físicas se estiver interessado em manter uma boa 
postura, resolver as tarefas do cotidiano ou mesmo praticar atividade física voltada para o lazer. 
(DARIDO E JUNIOR, 2007). 
 
1.1 COORDENAÇÃO 
 
A coordenação motora é a capacidade do cérebro de equilibrar 
os movimentos do corpo, mais especificamente dos músculos e das 
articulações. Pode-se verificar o desempenho motor de uma pessoa 
através de sua agilidade, velocidade e energia. 
 
A coordenação motora é dividida em: 
• Coordenação geral 
• Coordenação geral especifica 
• Coordenação fina 
 
Coordenação motora grossa ou geral - que visa utilizar os grandes músculos (esqueléticos) de 
forma mais eficaz tornando o espaço mais tolerável à dominação do corpo, de fora global mais eficiente, 
plástica e econômica. Este tipo de coordenação permite a criança ou adulto dominar o corpo no espaço, 
controlando os movimentos mais rudes. 
Ex: andar, pular, rastejar e etc. 
 
Coordenação geral especifica - permite controlar movimentos específicos de uma atividade. 
Ex: chutar uma bola (futebol), arremessar (basquete) e etc. 
 
Coordenação motora fina - que visa utilizar os pequenos músculos de forma mais eficaz tornando 
o ambiente controlável pelo corpo para o manuseio de objetos, produzindo assim movimentos delicados 
e específicos. 
Ex: recortar, lançar ao alvo, escrever, digitar e etc. 
 
 
 
 
 
 
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APOSTILA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - E.E.E.P. OSMIRA EDUARDO DE CASTRO - MORADA NOVA/CE 
PROFº HECCTOR RODRIGO MAGALHÃES FREITAS - CREF 006283-G/CE 
1.2 FLEXIBILIDADE 
 
Flexibilidade - É capacidade de aproveitar as possibilidades de 
movimentos articulares, os mais amplos possíveis, em todas as 
direções. Em diversos esportes e atividades físicas, pode-se perceber 
a influencia de flexibilidade na execução de movimentos. 
Amplitude de Movimento - Dimensão do deslocamento do 
corpo ou de seus segmentos entre certos pontos, de orientação 
convencionalmente escolhida, expressada em graus e unidades 
lineares. 
Mobilidade - Refere-se à amplitude de movimento permitida pela articulação em função de seus 
diversos componentes. 
Elasticidade - Diz-se à capacidade de extensão elástica dos componentes. 
Plasticidade - É a capacidade dos elementos articulares de se distendem e não retornarem à sua 
medida inicial. Em parte, no caso dos componentes articulares, a deformação é apenas temporária, 
porém, uma pequena parte das deformações plásticas ocorridas como resultado do treinamento de 
flexibilidade de alta intensidade são irreversíveis. 
Porque a flexibilidade é importante? 
 
• Para aumentar a qualidade e a quantidade dos 
movimentos; 
• Melhora a postura corporal; 
• Diminui os riscos de lesões; 
• Favorecer a maior mobilidade nas atividades diárias e esportivas. 
 
Ligamentos - tem baixo coeficiente de elasticidade e alto coeficiente de plasticidade. 
Tendões - tem baixo coeficiente de elasticidade e de plasticidade. 
Músculos - tem alto coeficiente de elasticidade, principalmente quando trabalhados para tal. 
 
Obs.: - Geralmente quando os limites são superados em seus coeficientes de elasticidade e 
plasticidade, causa o rompimento das estruturas e o surgimento de lesões. 
 
 
FATORES QUE LIMITAM A FLEXIBILIDADE 
 
INFLUÊNCIAS INTERNAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS 
Tipo de articulação Temperatura ambiente 
Resistência interna da articulação Hora do dia 
Estrutura óssea que limita o movimento Idade 
Elasticidade do tecido muscular Gênero (masculino ou feminino) 
Elasticidade de tendões e ligamentos Roupa ou equipamentos inadequados 
Elasticidade da pele Nível de condicionamento 
Habilidade do músculo de contrair e relaxar de acordo 
com a intensidade do movimento 
Habilidade particular em alguns 
movimentos 
Temperatura das articulações associadas aos tecidos Recuperação da articulação ou músculo 
após uma lesão 
 
Quanto a Flexibilidade: 
 
A flexibilidade é bastante específica para cada articulação podendo variar de indivíduo para 
indivíduo e até no mesmo indivíduo com passar do tempo. 
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APOSTILA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - E.E.E.P. OSMIRA EDUARDO DE CASTRO - MORADA NOVA/CE 
PROFº HECCTOR RODRIGO MAGALHÃES FREITAS - CREF 006283-G/CE 
Curiosidades e características da flexibilidade 
 
A flexibilidade sofre a influencia de alguns fatores que podem ser caracterizados pela idade e pelo 
sexo. Do nascimento até a velhice, a flexibilidade tem picos e quedas. Nos bebês, as articulações não 
estão formadas por completo, por isso eles conseguem colocar os pés na boca. 
Até a fase pré-púbere, a flexibilidade é grande. Na adolescência, há uma diminuição, que tende a 
se acentuar na fase adulta e na velhice. 
 As meninas, em geral, têm flexibilidade maior que os meninos, porque, entre outros fatores, elas 
tendem a ter uma quantidade menor de massa muscular, possibilitando uma maior mobilidade articular. 
Existem meninos com mais flexibilidade do que as meninas, mas é uma minoria. 
 
Tipos de Flexibilidade: 
 
1- Ativa - é a máxima amplitude que se pode obter através de movimentos efetuados pelos 
músculos de forma voluntária. 
2- Passiva - é a máxima amplitude articular que se consegue em um movimento através da ação 
de uma segunda pessoa, aparelhos, força da gravidade, etc. 
 
1.3 RESISTÊNCIA 
 
Resistência – é a capacidade de realizar trabalho muscular com uma dada intensidade e durante 
um determinado período de tempo. O principal fator limitante e que simultaneamente afeta o resultado é 
a fadiga. Considera-se que um atleta tem uma boa resistência quando não se cansa facilmente ou ainda 
quando consegue continuar a realizar um determinado movimento em estado de fadiga. Dentro do 
complexo das capacidades motoras, a resistência é a capacidade que deve ser desenvolvida em 
primeiro. Sem uma boa resistência é difícil repetir suficientemente outros tipos de treino de modo a 
desenvolver outros componentes da aptidão física. 
 
Tipos de resistências: 
 
• Resistência aeróbica; 
• Resistência anaeróbica. 
 
Resistência anaeróbia - É a capacidade de execução de 
determinada atividade com alta intensidade em um curto espaço de tempo, 
durante um período de tempo inferior a três minutos. O desenvolvimento da 
resistência anaeróbia em atletas de alto nível possibilita o prolongamento 
dos esforços máximos mantendo a velocidade e o ritmo do movimento, 
mesmo com o crescente débito de oxigênio, da conseqüente fadiga 
muscular e o aparecimento de uma solicitação mental progressiva. 
 
Resistência aeróbia – Esse tipo de resistência permite manter o 
esforço de intensidade moderada durante longo tempo, com equilíbrio 
entre o que se capta de oxigênio e o que se consome. 
A maratona, as corridas de longa distância do atletismo, como a 
prova de 10 mil metros, a marcha atlética, o triatlo, o duatlo, a natação 
de longa distância são exemplos de atividadesfísicas que requerem 
bons níveis de resistência aeróbia. 
 
1.4 VELOCIDADE 
Velocidade – É a capacidade de execução de um movimento ou cobertura de 
uma distância no menor tempo possível ou como a capacidade de realizar um 
esforço de máxima freqüência e amplitude de movimentos durante um tempo curto. 
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Podemos observar a velocidade em muitas atividades esportivas e recreativas, assim como no 
nosso cotidiano. Nas atividades esportivas, a velocidade aparece no futebol, no atletismo, no basquete, 
no vôlei, na natação. Nas atividades recreativas, está em jogos como pega-pega, pique-bandeira. Em 
nosso cotidiano, aparecem situações como “atravessar a rua correndo”, “correr porque vai chover”. 
 
A velocidade está dividida em três: 
 
Velocidade de reação - “tempo requerido para ser iniciada 
uma resposta a um estímulo específico”. 
Velocidade de deslocamento ou velocidade de 
movimento - “A capacidade máxima de um indivíduo deslocar-se 
de um ponto para outro”, sendo importantíssima nos esportes 
coletivos e no Atletismo (provas de velocidade). 
Velocidade de movimento dos membros (superiores ou 
inferiores) - “a habilidade de mover os braços ou pernas tão 
rápido quanto possível”. 
 
1.5 FORÇA 
 
Força - É a capacidade física que permite a um músculo ou um 
grupo de músculos produzir uma tensão e vencer uma resistência na 
ação de empurrar, tracionar, elevar, apertar, abaixar, segurar, etc. 
Tipos de Força: A força nunca aparece sob uma forma pura, mas 
constantemente como uma combinação, ou mais ou menos como uma 
mistura de fatores físicos de condicionamento da “performance”. São 
elas: 
Força dinâmica (isotônica) - É “o tipo de força que envolve as 
forças dos músculos nos membros em movimentos repetidos durante 
um período de tempo”. 
Força de explosão (potência) - É a capacidade que o sistema neuromuscular tem de superar 
resistências com a maior velocidade de contração possível. Esta combinação de velocidade de contração 
muscular e velocidade de movimento designam-se freqüentemente potência. 
Força estática (isométrica) - É “o tipo de força que explica o fato de haver força produzindo calor, 
e não havendo produção de trabalho em forma de movimento”. 
 
1.6 AGILIDADE 
 
Agilidade - É a capacidade de deslocar o corpo no espaço o mais rápido 
possível, mudando o centro de gravidade de posição, sem perder o equilíbrio e a 
coordenação dos movimentos. 
A agilidade aparece muito nas atividades esportivas e recreativas, assim 
como em movimentos relacionados ao nosso dia-a-dia. Por exemplo: nos 
esporte – basquete, esgrima, boxe, vôlei, tênis, futsal, futebol americano; nas 
atividades recreativas – pega-pega, queimada, pique-bandeira; nas atividades 
do cotidiano – o desviar de algum objeto lançado em nossa direção. 
 
 
1.7 EQUILÍBRIO 
 
Equilíbrio - É uma das capacidades físicas mais importantes e precisamos dele em diferentes 
situações: ficar em pé, andar, andar de bicicleta, de patins, de skate, etc. 
É a capacidade de manter o corpo estável em uma posição estática ou em movimento. 
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Os principais órgãos responsáveis pelo equilíbrio são o labirinto do ouvido interno e o cerebelo, que 
tem influência no equilíbrio por ser responsável pela coordenação de todos os movimentos. 
A posição da cabeça nas atividades é importante para a manutenção ou perda do equilíbrio. 
Observe uma bailarina quando faz giros, ela está sempre olhando para um ponto fixo e só gira a cabeça 
após o corpo girar, sem tirar o olho do ponto. 
Há alguns tipos de equilíbrio. O equilíbrio dinâmico é aquele que 
o indivíduo mantém equilibrando-se durante um movimento. Por 
exemplo, quando andamos de bicicleta, quando andamos em um muro, 
quando corremos. O equilíbrio estático é a capacidade de equilibrar-se 
em uma posição estática, sem movimento. Esse equilíbrio está presente 
ao ficarmos de pé por exemplo. O equilíbrio de recuperação é a 
capacidade de recuperar o equilíbrio em uma posição específica, após 
sofrer um desequilíbrio. Por exemplo, quando um ginasta sai da barra 
fixa, ou cavalo, após um salto, e tem que cair de pé, sem mover os dois 
pés para frente ou para trás. 
 
Atividade: 
 
1. Marque V para afirmativa verdadeira e F para afirmativa falsa: 
 
a) O desenvolvimento da força depende de alguns fatores, dentre eles, a idade e o sexo. ( ) 
b) A força aumenta desde o nascimento até a idade adulta, diminuindo na velhice. ( ) 
c) Existem mulheres “mais fortes” do que os homens. ( ) 
d) Pessoas altas são sempre mais fortes do que as mais “baixinhas”. ( ) 
e) Na maioria dos casos, os homens são mais fortes que as mulheres, em virtude da diferença de 
massa muscular. ( ) 
f) A flexibilidade diminui com a idade. ( ) 
g) Exercícios de alongamento são importantes no ganho da flexibilidade. ( ) 
h) As moças, geralmente, têm mais flexibilidade do que os rapazes. ( ) 
i) A flexibilidade é uma capacidade física não treinável. ( ) 
j) As capacidades físicas só são necessárias para atletas. ( ) 
 
2. Assinale a segunda coluna de acordo com a primeira (deve-se analisar a capacidade física que está 
sendo mais exigida): 
 
( 1 ) Resistência 
( 2 ) Velocidade 
( 3 ) Força 
( 4 ) Agilidade 
( 5 ) Flexibilidade 
( 6 ) Equilíbrio 
( 7 ) Coordenação 
 
 
 
 
 
( ) Escrever uma carta 
( ) Exercícios de alongamento 
( ) Correr por 10 km 
( ) Desviar de um soco no boxe 
( ) 50 metros livre na natação 
( ) Deslocar uma TV da sala ao quarto 
( ) Fazer uma faxina completa em casa 
( ) Andar sobre um muro 
( ) Dar uma finta no basquete 
( ) 100 metros rasos no atletismo 
( ) Ficar em pé por 30 minutos na fila do banco 
 
 
 
 
 
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2. INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS 
 
 
 
O corpo de bombeiros define socorros de urgência, ou primeiros socorros, como as medidas 
inicialmente tomadas por alguém que esteja qualificado para prestar o socorro, a fim de manter os sinais 
vitais e evitar o agravamento de lesões já existentes em uma pessoa que esteja fora do ambiente 
hospitalar. 
Já segundo a Cruz Vermelha Americana, socorros de urgência são os cuidados imediatamente 
prestados a quem esteja lesionado ou subitamente adoecido. Quem presta os socorros de urgência 
precisa saber também que encorajar aquele que recebe os socorros, com palavras tranquilizadoras e 
motivadoras, que demonstrem sua competência para socorrer. 
Assim, quem presta socorros deve saber o que fazer e o que não fazer, evitando os erros 
frequentemente cometidos por quem não está preparado para lidar com situações de urgência. A 
diferença entre a vida e a morte (em casos mais extremos) ou entre uma rápida recuperação ou um longo 
período de hospitalização e tratamento pode depender da qualidade dos conhecimentos sobre socorros 
de urgência daquele que presta esse atendimento. 
Quando estamos em uma atividade corporal, seja em uma aula de educação física na escola, seja 
uma atividade esportiva ou recreativa, o risco de ocorrer uma lesão ou um acidente está sempre 
presente. Em tais situações, precisamos saber como fazer para prestar socorro a quem está lesionado, 
acidentado ou subitamente se sente mal. 
Toda pessoa que for realizar o atendimento pré hospitalar (APH), mais conhecido como primeiros 
socorros, deve antes de tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a outras 
pessoas, não justificaa tomada de atitudes inconseqüentes, que acabem transformando-o em mais uma 
vítima. 
A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom atendimento de APH (primeiros 
socorros). Para tanto, evite que a vítima seja exposta desnecessariamente e mantenha o devido sigilo 
sobre as informações pessoais que ela lhe revele durante o atendimento. 
Quando se está lidando com vidas, o tempo é um fator que não deve ser desprezado em hipótese 
alguma. A demora na prestação do atendimento pode definir a vida ou a morte da vítima, assim como 
procedimentos inadequados. 
Importante lembrar que um ser humano pode passar até três semanas sem comida, uma semana sem 
água, porém, pouco provável, que sobreviva mais que cinco minutos sem oxigênio. 
 
2.1 ALGUNS CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS 
 
Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa, fora do ambiente hospitalar, 
cujo estado físico, psíquico e ou emocional coloquem em perigo sua vida ou sua saúde, com o objetivo 
de manter suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições (estabilização), até que receba 
assistência médica especializada. 
Prestador de socorro: Pessoa leiga, mas com o mínimo de conhecimento capaz de prestar atendimento 
à uma vítima até a chegada do socorro especializado. 
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Socorrista: É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar problemas 
que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do 
paciente sem agravar as lesões já existentes. 
Manutenção da Vida: Ações desenvolvidas com o objetivo de garantir a vida da vítima, sobrepondo à 
"qualidade de vida". 
Qualidade de Vida: Ações desenvolvidas para reduzir as seqüelas que possam surgir durante e após o 
atendimento. 
Urgência: Estado grave, que necessita atendimento médico, embora não seja necessariamente uma 
emergência. Ex: contusões leves, entorses, luxações. 
Emergência: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto entre o 
momento em que a vítima é encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto possível. Ex: 
Parada Cardiorrespiratória e hemorragias graves. 
Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de atendimento. 
Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resulta pessoas mortas ou feridas, mas que pode 
oferecer risco futuro. 
Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima. 
Sintoma: É informação a partir de um relato da vítima. 
 
 
 
Acidentes ocorrem a qualquer hora, em qualquer lugar e com qualquer pessoa. Devemos estar 
preparados para enfrentá-los, e da melhor maneira possível. 
 
2.2 OMISSÃO DE SOCORRO 
 
Deixar de prestar socorro, ou seja, não dar nenhuma assistência a vítima de acidente ou a pessoa 
em perigo iminente podendo fazê-lo, é crime segundo o artigo 135 do Código Penal Brasileiro. 
A omissão ou a falta de um pronto atendimento eficiente são os principais motivos de mortes ou 
danos irreversíveis em vítimas de acidentes de trânsito. 
 
2.3 OBJETIVOS DOS PRIMEIROS SOCORROS: 
 
 Preservar a vida; 
 Reduzir o sofrimento; 
 Prevenir complicações; 
 Proporcionar transporte adequado, possibilitando melhores condições para receber o tratamento 
definitivo. 
 
2.4 ATITUDES BÁSICAS 
 
Para que se possa realizar o primeiro atendimento a uma vítima, é necessário algumas atitudes, como: 
 Seriedade, compreensão e confiança; 
 Manter a calma de si mesmo e das outras pessoas; 
 Agilidade; 
 Bom senso; 
 Conhecimento técnico e científico; 
 Agir com segurança para não se tornar outra vítima; 
 Improviso; 
 Jamais ultrapassar os limites de atuação; 
 Não levar a mão à boca e olhos sem antes lavar com água e sabão; 
 Utilizar luvas de borracha no atendimento; 
 
Lembre-se!!! 
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2.5 OS 10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA 
 
1º - Mantenha a calma; 
2º - Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver prestando socorro: primeiro 
eu (o socorrista), depois minha equipe (incluindo os transeuntes) e por ultimo a vítima. Isso parece ser 
contraditório à primeira vista, mas tem o intuito básico de não gerar novas vítimas; 
3º - Ao prestar socorro, é fundamental ligar para o atendimento pré-hospitalar assim que chegar ao local 
do acidente. Podemos, por exemplo, discar 193 (número do corpo de bombeiros); 
4º - sempre verificar se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir no acidente; 
5º - Mantenha sempre o bom-senso; 
6º - Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos; 
7º - Distribua tarefas, assim, os transeuntes que lhe atrapalhariam o ajudará e se sentirão mais úteis; 
8º - Evite manobras intempestivas (realizar de forma imprudente, com pressa); 
9º - Em caso de múltiplas vítimas, dê preferência aquelas que correm maior risco de vida como, por 
exemplo, vítimas em parada cardiorrespiratória ou que estejam sangrando muito; 
10º - Seja socorrista e não um herói (lembre-se do 2º mandamento). 
 
2.6 ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS 
 
Enquanto o socorro especializado não chegar, devemos tomar algumas precauções básicas. 
Antes de qualquer procedimento, avaliar a cena do acidente e observar se ela pode oferecer riscos, 
para o acidentado e para você. EM HIPÓTESE NENHUMA PONHA SUA PRÓPRIA VIDA EM RISCO. 
Existem critérios internacionalmente aceitos, no que se refere a abordagem (atendimento) da 
vítima. As etapas principais são as seguintes: 
 
2.6.1 PRINCIPAIS ETAPAS 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
 
Consiste na primeira avaliação feita ao chegar ao local do acidente, antes de se iniciar o socorro: 
 
1º Avaliar o Local 
 
É importante observar rapidamente se existem perigos para o 
acidentado e para quem estiver prestando o socorro nas 
proximidades da ocorrência. Por exemplo: 
 
 Fios elétricos soltos e desencapados; tráfego de veículos; 
andaimes; vazamento de gás; máquinas funcionando; risco de 
desmoronamento, explosão, queda de objetos, etc.; 
 Assumir o controle da situação; 
 Evitar o pânico e afastar os curiosos. 
 
2º Avaliar a Vítima - o estado que ela se encontra: 
 
Neste momento deverá ser feito um rápido exame da vítima, obedecendo a uma sequência 
padronizada e corrigindo imediatamente os problemas encontrados. 
O exame deverá ser feito rigorosamente nessa seqüência: O “ABCDE” da vida. 
 A - Abertura das vias aéreas com controle cervical - Estão desobstruídas? Existe lesão da cervical? 
 B - Boa ventilação, respiração - Está adequada? 
 C - Circulação, hemorragia e controle do choque - Existe pulso palpável? Há hemorragias graves? 
 D - Distúrbio neurológico, nível de consciência; 
 E - Exposição e proteção da vítima 
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AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
 
É realizado após a estabilização dos sinais vitais da vítima. Consiste em uma avaliação minuciosa, 
a qual se inicia na cabeça e vai até os pés, na parte anterior (frente) e posterior (costas), identificando 
lesões que apesar de sua gravidade não colocam a vítima em risco iminente de morte. 
 
2.6.2 CLASSIFICAÇÃO DA VÍTIMA 
 
Pelo histórico do acidente deve-se observar indícios que possam ajudar ao prestador de socorro 
classificar a vítima como clínica ou traumática. 
 
Vítima Clínica: apresenta sinais e sintomas de disfunções com natureza fisiológica, como doenças, etc. 
 
Vítima de Trauma: apresenta sinais e sintomas de natureza traumática, como possíveis fraturas. 
Devemos nessescasos atentar para a imobilização e estabilização da região suspeita de lesão. 
 
2.7 SINAIS VITAIS - FORMAS DE CHECAGEM: "VER / OUVIR / SENTIR" 
 
Sinais vitais são aqueles que indicam a existência de vida. São reflexos ou indícios que permitem 
concluir sobre o estado geral de uma pessoa. Os sinais sobre o funcionamento do corpo humano que 
devem ser compreendidos e conhecidos são: 
 
 Temperatura (precisa de instrumental específico) 
 Pulso - braquial e carotídeo 
 Respiração - geralmente usa-se o dorso da mão para sentir 
 Pressão arterial (precisa de instrumental específico) 
 
Parâmetros considerados normais para sinais vitais. 
 
 Temperatura: 36.5º C; 
 Pulso: 60 a 100 bpm; 
 FR: 12 a 20 ipm; 
 P.A: 120 x 80 mmHg. 
 
Os sinais vitais são sinais que podem ser facilmente percebidos, deduzindo-se assim, que na 
ausência deles, existem alterações nas funções vitais do corpo 
 
2.7.1 TEMPERATURA CORPORAL 
 
A temperatura resulta do equilíbrio térmico mantido entre o ganho e a 
perda de calor pelo organismo. A temperatura é um importante indicador da 
atividade metabólica, já que o calor obtido nas reações metabólicas se propaga 
pelos tecidos e pelo sangue circulante. 
A temperatura do corpo humano está sujeita a variações individuais e a 
flutuações devido a fatores fisiológicos como: exercícios, digestão, temperatura 
ambiente e estado emocional. A avaliação diária da temperatura de uma pessoa 
em perfeito estado de saúde nunca é maior que um grau Celsius, sendo mais 
baixa pela manhã e um pouco elevada no final da tarde. Existe pequena 
elevação de temperatura nas mulheres após a ovulação, no período menstrual e 
no primeiro trimestre da gravidez. 
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Nosso corpo tem uma temperatura média normal que varia de 36 a 37ºC. A avaliação da 
temperatura é uma das maneiras de identificar o estado de uma pessoa, pois em algumas emergências a 
temperatura muda muito. 
O sistema termorregulador trabalha estimulando a perda de calor em ambientes de calor excessivo 
e acelerando os fenômenos metabólicos no frio para compensar a perda de calor. Graças a isto, o 
homem é um ser homeotérmico que, ao contrário de outros animais, mantêm a temperatura do corpo 
constante a despeito de fatores externos. 
 
VARIAÇÃO DE TEMPERATURA DO CORPO 
ESTADO TÉRMICO TEMPERATURA (ºC) 
Sub-normal 34-36 
Normal 36-37 
Estado febril 37-38 
Febre 38-39 
Febre alta (pirexia) 39-40 
Febre muito alta (hiperpirexia) 40-41 
 
Perda de Calor 
 
O corpo humano perde calor através de vários processos que podem ser classificados da seguinte 
maneira: 
 
Eliminação - fezes, urina, saliva, respiração. 
Evaporação - a evaporação pela pele (perda passiva) associada à eliminação permitirá a perda de calor 
em elevadas temperaturas. 
Condução - é a troca de calor entre o sangue e o ambiente. Quanto maior é a quantidade de sangue que 
circula sob a pele maior é a troca de calor com o meio. O aumento da circulação explica o 
avermelhamento da pele (hipermia) quando estamos com febre. 
 
Verificação da Temperatura 
 
Oral ou bucal - Temperatura média varia de 36,2 a 37ºC. O termômetro deve ficar por cerca de 
três minutos, sob a língua, com o paciente sentado, semi-sentado (reclinado) ou deitado. 
Não se verifica a temperatura de vítimas inconscientes, crianças depois de ingerirem líquidos (frios 
ou quentes) após a extração dentária ou inflamação na cavidade oral. 
Axilar - Temperatura média varia de 36 a 36,8ºC. A via axilar é a mais sujeita a fatores externos. O 
termômetro deve ser mantido sob a axila seca, por 3 a 5 minutos, com o acidentado sentado, reclinado 
ou deitado. 
Não se verifica temperatura em vítimas de queimaduras no tórax, processos inflamatórios na axila 
ou fratura dos membros superiores. 
Retal - Temperatura média varia de 36,4 a 37ºC. O termômetro deverá ser lavado, seco e 
lubrificado com vaselina e mantido dentro do reto por 3 minutos com o acidentado em decúbito lateral, 
com a flexão de um membro inferior sobre o outro. 
Não se verifica a temperatura retal em vítimas que tenham tido intervenção cirúrgica no reto, com 
abscesso retal ou perineorrafia. 
A verificação da temperatura retal é a mais precisa, pois é a que menos sofre influência de fatores 
externos. 
O instrumento padrão para a medida da temperatura corpórea é o termômetro clínico de vidro com 
mercúrio. Em nosso meio, o método mais aceito é a temperatura axilar o que satisfaz plenamente aos 
propósitos clínicos. Vários instrumentos podem ser usados para a avaliação da temperatura da pele. A 
literatura internacional adota a medida da temperatura retal ou oral. 
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2.7.2 PULSO 
 
O pulso é a onda de distensão de uma artéria transmitida pela pressão que o coração exerce sobre 
o sangue. Esta onda é perceptível pela palpação de uma artéria e se repete com regularidade, segundo 
as batidas do coração. 
Existe uma relação direta entre a temperatura do corpo e a freqüência do pulso. Em geral, exceto 
em algumas febres, para cada grau de aumento de temperatura existe um aumento no número de 
pulsações por minuto (cerca de 10 pulsações). 
O pulso pode ser apresentado variando de acordo com sua freqüência, regularidade, tensão e 
volume. 
a) Regularidade (alteração de ritmo) 
Pulso rítmico: normal 
Pulso arrítmico: anormal 
b) Tensão 
c) Freqüência - Existe uma variação média de acordo com a idade como pode ser visto no Quadro 
abaixo. 
 
PULSO NORMAL FAIXA ETÁRIA 
60-100 bpm Adultos 
80-90 bpm Crianças acima de 7 anos 
80-120 bpm Crianças de 1 a 7 anos 
110-130 bpm Crianças abaixo de um ano 
130-160 bpm Recém-nascidos 
 
d) Volume - Pulso cheio: normal 
 Pulso filiforme (fraco): anormal 
 
A alteração na freqüência do pulso denuncia alteração na quantidade de fluxo sanguíneo. 
As causas fisiológicas que aumentam os batimentos do pulso são: digestão, exercícios físicos, 
banho frio, estado de excitação emocional e qualquer estado de reatividade do organismo. 
No desmaio / síncope as pulsações diminuem. 
Através do pulso ou das pulsações do sangue dentro do corpo, é possível avaliar se a circulação e 
o funcionamento do coração estão normais ou não. Pode-se sentir o pulso com facilidade: 
 
 Procurar acomodar o braço do acidentado em posição relaxada. 
 Usar o dedo indicador, médio e anular sobre a artéria escolhida para sentir o pulso, fazendo uma 
leve pressão sobre qualquer um dos pontos onde se pode verificar mais facilmente o pulso de 
uma pessoa. 
 Não usar o polegar para não correr o risco de sentir suas próprias pulsações. 
 Contar no relógio as pulsações num período de 60 segundos. Neste período deve-se procurar 
observar a regularidade, a tensão, o volume e a freqüência do pulso. 
 
Existem no corpo vários locais onde se podem sentir os pulsos da corrente sanguínea. 
 
Recomenda-se não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isto pode impedir que se percebam os 
batimentos. 
 
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O pulso radial pode ser sentido na parte da frente do punho. Usar as pontas de 2 a 3 dedos 
levemente sobre o pulso da pessoa do lado correspondente ao polegar, conforme a figura abaixo. 
 
O pulso carotídeo é o pulso sentido na artéria carótida que se localiza de cada lado do pescoço. 
Posicionam-se os dedos sem pressionar muito para não comprimir a artéria e impedir a percepção do 
pulso. 
Do ponto de vista prático, a artéria radial e carótidasão mais fáceis para a localização do pulso, 
mas há outros pontos que não devem ser descartados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.7.3 RESPIRAÇÃO 
 
A respiração é uma das funções essenciais à vida. É através dela que o corpo promove 
permanentemente o suprimento de oxigênio necessário ao organismo, vital para a manutenção da vida. 
A respiração é comandada pelo Sistema Nervoso Central. Seu funcionamento processa-se de 
maneira involuntária e automática. É a respiração que permite a ventilação e a oxigenação do organismo 
e isto só ocorre através das vias aéreas desimpedidas. 
A observação e identificação do estado da respiração de um acidentado de qualquer tipo de 
afecção é conduta básica no atendimento de primeiros socorros. Muitas doenças, problemas clínicos e 
acidentes de maior ou menor proporção alteram parcialmente ou completamente o processo respiratório. 
Fatores diversos como secreções, vômito, corpo estranho, edema e até mesmo a própria língua 
podem ocasionar a obstrução das vias aéreas. A obstrução produz asfixia que, se prolongada, resulta em 
parada cardiorrespiratória. 
O processo respiratório manifesta-se fisicamente através dos movimentos ritmados de inspiração e 
expiração. Na inspiração existe a contração dos músculos que participam do processo respiratório, e na 
expiração estes músculos relaxam-se espontaneamente. Quimicamente existe uma troca de gazes entre 
os meios externos e internos do corpo. O organismo recebe oxigênio atmosférico e elimina dióxido de 
carbono. Esta troca é a hematose, que é a transformação, no pulmão, do sangue venoso em sangue 
arterial. 
Deve-se saber identificar se a pessoa está respirando e como está respirando. A respiração pode 
ser basicamente classificada por tipo e freqüência. 
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A freqüência da respiração é contada pela quantidade 
de vezes que uma pessoa realiza os movimentos combinados 
de inspiração e expiração em um minuto. Para se verificar a 
freqüência da respiração, conta-se o número de vezes que 
uma pessoa realiza os movimentos respiratórios: 01 
inspiração + 01 expiração = 01 movimento respiratório. 
A contagem pode ser feita observando-se a elevação 
do tórax se o acidentado for mulher ou do abdome se for 
homem ou criança. Pode ser feita ainda contando-se as 
saídas de ar quente pelas narinas. 
A freqüência média por minuto dos movimentos respiratórios varia com a idade. Por exemplo: um 
adulto possui um valor médio respiratório de 12 - 20 respirações por minuto. 
 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (VALORES NORMAIS) 
FAIXA ETÁRIA FREQUENCIA RESPIRATÓRIA (ipm) 
Recém nascido 30-60 
Lactente 24-40 
Pré-escolar 22-34 
Escolar 18-30 
Adolescente 12-16 
Adulto 12-20 
 
TIPOS DE RESPIRAÇÃO 
 
 Eupnéia - Respiração que se processa por movimentos regulares, sem dificuldades, na 
freqüência média. 
 Apnéia - É a ausência dos movimentos respiratórios, equivale à parada respiratória. 
 Dispnéia - Dificuldade na execução dos movimentos respiratórios. 
 Bradpnéia - Diminuição na frequência média dos movimentos respiratórios. 
 Taquipnéia - Aceleração dos movimentos respiratórios. 
 Ortopnéia - O acidentado só respira sentado. 
 Hiperpnéia ou hiperventilação - É quando ocorre o aumento da freqüência e da profundidade 
dos movimentos respiratórios. 
 
Fatores fisiopatológicos podem alterar a necessidade de oxigênio ou a concentração de gás 
carbônico no sangue. Isto contribui para a diminuição ou o aumento da freqüência dos movimentos 
respiratórios. A nível fisiológico os exercícios físicos, as emoções fortes e banhos frios tendem a 
aumentar a freqüência respiratória. Em contra partida o banho quente e o sono a diminuem. 
 
2.7.4 PRESSÃO ARTERIAL 
 
A pressão arterial é a pressão do sangue, que depende da força de 
contração do coração, do grau de distensibilidade do sistema arterial, da 
quantidade de sangue e sua viscosidade. 
Uma pessoa com hipertensão deverá ser mantida com a cabeça 
elevada; deve ser acalmada; reduzir a ingestão de líquidos e sal e ficar sob 
observação permanente até a chegada do médico. No caso do hipotenso, 
deve-se promover a ingestão de líquidos com pitadas de sal, deitá-lo e chamar 
um médico. 
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É importante perguntar à vítima sua pressão arterial e passar essa informação ao profissional que 
for prestar o socorro especializado. 
 
CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL (> 18 ANOS DE IDADE) 
PAD (mmHg) PAS (mmHg) CLASSIFICAÇÃO 
<85 < 130 Normal 
85-89 130-139 Normal limítrofe 
90-99 140-159 Hipertensão leve (estágio 1) 
100-109 160-179 Hipertensão moderada (estágio 2) 
≥ 110 ≥ 180 Hipertensão grave (estágio 1) 
< 90 ≥ 140 Hipertensão Sistólica isolada 
 
2.8 SINAIS DE APOIO 
 
Além dos sinais vitais do funcionamento do corpo humano, existem outros que devem ser 
observados para obtenção de mais informações sobre o estado de saúde de uma pessoa. São os sinais 
de apoio; sinais que o corpo emite em função do estado de funcionamento dos órgãos vitais. 
Os sinais de apoio podem ser alterados em casos de hemorragia, parada cardíaca ou uma forte 
batida na cabeça, por exemplo. Os sinais de apoio tornam-se cada vez mais evidentes com o 
agravamento do estado do acidentado. Os principais sinais de apoio são: 
 Dilatação e reatividade das pupilas 
 Cor e umidade da pele 
 Estado de consciência 
 Motilidade e sensibilidade do corpo 
 
2.8.1 DILATAÇÃO E REATIVIDADE DAS PUPILAS 
 
A pupila é uma abertura no centro da íris - a parte colorida do olho - e sua função principal é 
controlar a entrada de luz no olho para a formação das imagens que vemos. A pupila exposta à luz se 
contrai. Quando há pouca ou quase nenhuma luz a pupila se dilata, fica aberta. Quando a pupila está 
totalmente dilatada, é sinal de que o cérebro não está recebendo oxigênio, exceto no uso de colírios 
midriáticos ou certos envenenamentos. 
A dilatação e reatividade das pupilas são um sinal de apoio importante. Muitas alterações do 
organismo provocam reações nas pupilas. Certas condições de "stress", tensão, medo e estados de pré-
choque também provocam consideráveis alterações nas pupilas. 
Devemos observar as pupilas de uma pessoa contra a luz de uma fonte lateral, de preferência com 
o ambiente escurecido. Se não for possível deve-se olhar as pupilas contra a luz ambiente. 
 
MIOSE – Pupilas contraídas, sem reação a luz 
Lesões no sistema nervoso central. Abuso de drogas 
 
ANISOCORICA – Pupilas assimétricas (uma dilatada e 
outra contraída) 
Acidente vascular cerebral - AVC, Traumatismo crânio 
encefálico - TCE. 
 
MIDRIASE – Pupilas dilatadas 
Ambiente com pouca luz, anóxia ou hipóxia severa, 
inconsciência, estado de choque, parada cardíaca, 
hemorragia, TCE. 
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2.8.2 COR E UMIDADE DA PELE 
 
A cor e a umidade da pele são também sinais de apoio muito útil no reconhecimento do estado 
geral de um acidentado. Uma pessoa pode apresentar a pele pálida, cianosada ou hiperemiada 
(avermelhada e quente). 
A cor e a umidade da pele devem ser observadas na face e nas extremidades dos membros, onde 
as alterações se manifestam primeiro. A pele pode também ficar úmida e pegajosa. Pode-se observar 
estas alterações melhor no antebraço e na barriga. 
 
ALTERAÇÕES ORGÂNICAS QUE PROVOCAM ALTERAÇÕES NA COR E UMIDADE DA PELE 
ALTERAÇÃO OCORRÊNCIA 
Cianose (pele azulada) Exposição ao frio, parada cardiorrespiratória, estado de choque, 
morte. 
PalidezHemorragia, parada cardiorrespiratória, exposição ao frio, 
extrema tensão emocional, estado de choque. 
Hiperemia (pele 
vermelha e quente) 
Febre, exposição a ambientes quentes, ingestão de bebidas 
alcoólicas, queimaduras de primeiro grau, traumatismo. 
Pele fria e viscosa ou 
úmida e pegajosa Estado de choque 
 
2.8.3 Estado de Consciência 
 
Este é outro sinal de apoio importante. A consciência plena é o estado em que uma pessoa 
mantém o nível de lucidez que lhe permite perceber normalmente o ambiente que a cerca, com todos os 
sentidos saudáveis respondendo aos estímulos sensoriais. 
Quando se encontra um acidentado capaz de informar com clareza sobre o seu estado físico, pode-
se dizer que esta pessoa está perfeitamente consciente. Há, no entanto, situações em que uma pessoa 
pode apresentar sinais de apreensão excessiva, olhar assustado, face contraída e medo. Esta pessoa 
certamente não estará em seu pleno estado de consciência. 
Uma pessoa pode estar inconsciente por desmaio, estado de choque, estado de coma, convulsão, 
parada cardíaca, parada respiratória, alcoolismo, intoxicação por drogas e uma série de outras 
circunstâncias de saúde e lesão. 
No desmaio há uma súbita e breve perda de consciência e diminuição do tônus muscular. Já o 
estado de coma é caracterizado por uma perda de consciência mais prolongada e profunda, podendo o 
acidentado deixar de apresentar gradativamente reação aos estímulos dolorosos e perda dos reflexos. 
 
2.8.4 Motilidade e Sensibilidade do Corpo 
 
Qualquer pessoa consciente que apresente dificuldade ou incapacidade de sentir ou movimentar 
determinadas partes do corpo está obviamente fora de seu estado normal de saúde. A capacidade de 
mover e sentir partes do corpo são um sinal que pode nos dar muitas informações. 
Quando há incapacidade de uma pessoa consciente realizar certos movimentos, pode-se suspeitar 
de uma paralisia da área que deveria ser movimentada. A incapacidade de mover o membro superior 
depois de um acidente pode indicar lesão do nervo do membro. A incapacidade de movimento nos 
membros inferiores pode indicar uma lesão da medula espinhal. 
O desvio da comissura labial (canto da boca) pode estar a indicar lesão cerebral ou de nervo 
periférico (facial). Pede-se à vítima que sorria. Sua boca sorrirá torta, só de um lado. 
Pedir à vítima de acidente traumático que movimente os dedos de cada mão, a mão e os membros 
superiores, os dedos de cada pé, o pé e os membros inferiores 
Quando um acidentado perde o movimento voluntário de alguma parte do corpo, geralmente ela 
também perde a sensibilidade no local. 
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Muitas vezes, porém, o movimento existe, mas o acidentado reclama de dormência e formigamento 
nas extremidades. É muito importante o reconhecimento destas duas situações, como um indício de que 
há lesão na medula espinhal. É importante, também, nestes casos tomar muito cuidado com o manuseio 
e transporte do acidentado para evitar o agravamento da lesão. Convém ainda lembrar que o acidentado 
de histeria, alcoolismo agudo ou intoxicação por drogas, mesmo que sofra acidente traumático, pode não 
sentir dor por várias horas. 
 
A verificação rápida e precisa dos sinais vitais e dos sinais de apoio é uma chave importante para 
o desempenho de primeiros socorros. O reconhecimento destes sinais dá suporte, rapidez e 
agilidade no atendimento e salvamento de vidas. 
 
DICAS IMPORTANTES!!! 
 
 Toda vítima de trauma possui lesão cervical até provar o contrário! 
 O estado de uma vítima é inversamente proporcional ao número de informações obtidas pelo 
socorrista. 
 Não se administra nada via oral para vítimas inconscientes! 
 
Atividade: 
 
1. Uma das ações do socorrista para manter a vítima viva é a estabilização dos seus sinais vitais. Cite 
quais são esses sinais: 
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________ 
 
2. Antes de proceder à avaliação secundária, o socorrista deverá realizar: 
a) O transporte, não se preocupando com qualquer análise. 
b) A avaliação secundária. 
c) A pesquisa do ambiente onde ocorreu o acidente, relacionando-o com os problemas da vítima. 
d) A avaliação primária, afastando todos os perigos que ameaçam a vida 
 
3. Dentre os objetivos dos primeiros socorros estão: 
a) Preservar a vida. 
b) Manter a vítima sofrendo. 
c) Prevenir complicações. 
d) Proporcionar transporte adequado 
e) Os itens a, c e d estão corretas. 
 
4. Midríase é o estado em que as pupilas encontram-se: 
a) Contraídas. 
b) Normais. 
c) Dilatadas. 
d) Assimétricas. 
 
5. Existem no corpo vários locais onde se podem sentir os pulsos da corrente sanguínea, cite os dois 
principais. 
1 _____________________________________ 2 ____________________________________ 
 
6. Ao observar uma pessoa que acaba de acidentar-se o socorrista percebe que a vítima encontra-se 
em apnéia respiratória, isso significa que: 
a) A respiração apresenta movimentos regulares, sem dificuldades, na freqüência média. 
b) Há uma ausência dos movimentos respiratórios. 
c) Há uma diminuição na frequência média dos movimentos respiratórios. 
d) Há uma dificuldade na execução dos movimentos respiratórios. 
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3. POSTURA CORPORAL – COLUNA VERTEBRAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A inteligência e a capacidade de deslocamento e movimentação, executando tarefas com precisão, 
entre outros aspectos, é o que diferencia o ser humano de outros seres vivos. 
Com exceção da visão, nem mesmo os outros sentidos como o olfato e a audição são tão 
importantes para uma vida saudável como a motricidade da coluna e membros. 
A coluna vertebral suporta o peso do corpo, contém e protege a medula espinhal que conduz todos 
os estímulos nervosos do cérebro para os membros superiores, tronco e membros inferiores, permitindo 
e controlando todas as funções musculoesqueléticas, viscerais do abdômen e estrutural do tórax (pulmão 
e coração). 
Qualquer doença que comprometa a coluna vertebral pode colocar em risco todas as estruturas e 
funções descritas. Na prática, os principais problemas da coluna vertebral são os degenerativos 
(desgastes) dos discos e articulações da coluna. Com o passar dos anos, o efeito da má postura, ganho 
de peso corporal, levantar e carregar pesos e a falta de condicionamento físico podem desencadear 
problemas na coluna. 
O conhecimento da anatomia da coluna, como ela funciona, a importância de uma postura correta e 
de técnicas adequadas para a realização de esforços ou de levantar pesos, pode prevenir e proteger a 
coluna de lesões. 
O reforço muscular, através de exercícios adequados e condicionamento físico, também são úteis 
na prevenção de desgastes e lesões tanto no trabalho quanto fora dele. 
A coluna vertebral é parte subcranial do esqueleto axial. De forma muito simplificada, é uma haste 
firme e flexível, constituída de elementos individuais unidos entre si por articulações, conectados por 
fortes ligamentos e suportados dinamicamente por uma poderosa massa musculotendinosa. 
 
3.1 ASPECTOS GERAIS 
 
3.1.1 ARRANJO ANATÔMICO GERAL DE COLUNA VERTEBRAL 
 
A coluna vertebral é uma série de ossos individuais – as 
vértebras – que ao serem articulados constituem o eixo central 
esquelético do corpo. A coluna vertebral é flexível porque as vértebras 
são móveis, mas a sua estabilidade depende principalmente dos 
músculos e ligamentos. Embora seja uma entidade puramenteesquelética, do ponto de vista prático, quando nos referimos à “coluna 
vertebral”, na verdade estamos também nos referindo ao seu 
conteúdo e aos seus anexos, que são os músculos, nervos e vasos 
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com ela relacionados. Seu comprimento é de aproximadamente dois quintos da altura total do corpo. 
A coluna vertebral, sob o ponto de vista de engenharia, é de uma constituição perfeita. Imaginem a 
coluna de um prédio que tivesse que suportar toda a estrutura e ao mesmo tempo tivesse que 
movimentar esse prédio. Seria "impossível". Mas a espinha faz isso. 
Constituição óssea - A coluna é formada de 33 ossos que são chamados vértebras e está dividida 
em 4 regiões: a região cervical (pescoço), com 7 vértebras; a torácica ou dorsal, com 12; a lombar, com 
5; a região sacra, com 5 vértebras que se fundiram num só osso chamado sacro, e a região do cóccix, 
com 3 ou 4 vértebras, que também se fundiram em um só osso, o cóccix. É a região sacrococcigeana. 
As vértebras tornam-se progressivamente maiores na direção inferior até o sacro, tornando-se a 
partir daí sucessivamente menores. 
 
3.1.2 REGIÕES DA COLUNA VERTEBRAL 
 
A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas: cervical, torácica, lombar e sacral. Essas 
curvaturas ajudam a centralizar a cabeça sobre o corpo, proporcionando um equilíbrio para andar na 
posição ereta. É também a responsável pela proteção da Medula Espinhal. Esta estrutura (medula) é de 
vital importância no organismo humano, pois todo o comando do Sistema Nervoso depende da 
integridade medular, que está contido dentro do canal vertebral. 
 
 
1. Cervical: constitui o esqueleto axial do pescoço e 
suporte da cabeça. 
 
 
 
2. Torácica: suporta a cavidade torácica. 
 
 
 
 
 
3. Lombar: suporta a cavidade abdominal e permite 
mobilidade entre a parte torácica do tronco e a pelve. 
 
 
4. Sacral: une a coluna vertebral à cintura pélvica. 
 
5. Coccígea: é uma estrutura rudimentar em humanos, 
mas possui função no suporte do assoalho pélvico. 
 
Como já vimos, a coluna é um eixo central do corpo humano, portanto ela apresenta uma série de 
curvaturas conforme a nossa postura, por isso, quanto mais errado a postura, mais deformidades 
ocorrerão na coluna, podendo ocasionar serias lesões, como a hérnia de disco, osteófitos (bico de 
papagaio), escoliose, lordose, cifose, gibosidade (corcunda), etc. 
A maioria destes desvios da coluna causa pinçamento de nervos que 
partem de dentro da coluna. O mais famoso deles é o nervo ciático 
(popularmente chamada de dor ciática). 
Diversos fatores podem interferir para o desenvolvimento destas 
lombalgias, tais como: dormir em posição errada, carregar objetos de 
forma incorreta, posturas inadequadas, movimentos bruscos, entre outros. 
 
 
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3.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS POSTURAIS 
 
A coluna vertebral possui 3 tipos de curvas: a lordose, a cifose e 
a escoliose . A lordose é presente na coluna cervical e na coluna 
lombar e a cifose é presente na coluna torácica. A presença dessas 
duas curvas é NORMAL nesses níveis ao lado, fazendo parte das 
curvaturas normais da coluna. Apenas em casos em que a lordose e a 
cifose aparecem em grau aumentado é que são consideradas 
anormais e devem ser investigadas. 
O aumento acentuado (anormal) do grau da cifose e da lordose 
são denominados de: 
 
• Hipercifose; 
• Hiperlordose. 
• A Escoliose é sempre uma curva anormal. 
 
 
 
3.2.1 ESCOLIOSE 
 
Definição 
 
A escoliose é uma ou mais curvaturas laterais anormal, que atinge 
geralmente as vértebras torácicas. Ela pode ser do tipo funcional (ou 
fisiológica) e estrutural (patológica). 
No caso da escoliose funcional a coluna curva-se lateralmente devido 
à diferença de peso nas duas metades do corpo em conseqüência: 
 
• Da poliomielite; 
• Da diferença de comprimento dos membros inferiores, devido às 
fraturas mal reduzidas, a uma prótese mal adaptada ou a um joelho 
valgo unilateral; 
• De uma má postura. 
 
A escoliose estrutural, geralmente aparece na infância e é progressiva. 
A causa é o crescimento desigual das vértebras. Dependendo da gravidade 
da curvatura, esta pode comprimir órgãos abdominais e também prejudicar a 
respiração. 
 
 
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3.2.2 HIPERCIFOSE 
 
Definição 
 
A cifose é uma acentuada curvatura torácica, 
deixando a pessoa com aspecto de corcunda. As 
causas mais importantes dessa deformidade são a má 
postura e o condicionamento físico insuficiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2.3 HIPERLORDOSE 
 
Definição 
 
A Lordose é um aumento exagerado nas 
curvaturas cervical e/ou lombar. Pode ser uma 
compensação de uma cifose ou à flacidez muscular 
com um ou sem aumento de peso anterior à coluna – 
como na obesidade e na gravidez. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.3 DICAS PARA UMA POSTURA SAUDÁVEL 
 
3.3.1 POSTURA AO ANDAR 
 
 
 
A má postura ao andar é a causa de muitas dores. Procure andar o 
mais ereto possível, sempre olhando acima da linha do horizonte. Um bom 
treino é andar em casa com um livro sobre a cabeça. 
 
 
 
 
 
 
3.3.2 POSTURA AO LEVANTAR PESOS 
 
A maneira correta para levantar pesos e volumes exige a flexão dos 
joelhos e aproximação do objeto junto ao corpo, agachando-se sem 
inclinar o corpo para frente. 
Contraindo a musculatura abdominal, com a coluna ereta force os 
músculos das coxas e pernas para elevar o peso. Utilizando as 
articulações dos quadris, joelhos e tornozelos, pode-se atenuar a pressão 
e esforços sobre as delicadas articulações da coluna vertebral. Se o 
objeto é muito pesado para ser elevado com segurança ou se você não 
consegue se posicionar corretamente, solicite auxílio de outra pessoa. 
 
3.3.3 POSTURA SENTADO 
 
 
 
Quando sentado, procure manter sua coluna bem 
posicionada utilizando uma cadeira que ofereça suporte à sua 
curvatura lombar (lordose). 
 
 
 
 
 
3.3.4 POSTURA DEITADO 
 
Sua coluna também necessita de suporte 
quando você está deitado. 
Procure utilizar colchão firme e manter os 
joelhos dobrados (fletidos) para preservação do 
balanço e equilíbrio da coluna. Um colchão muito 
macio permite o corpo afundar causando torções à 
coluna. Quando se está deitado de barriga para cima, 
o posicionamento de uma almofada ou travesseiro sob 
os joelhos também é útil para a manutenção do 
posicionamento correto e relaxamento da musculatura 
das costas. 
X ERRADO √ CERTO 
X ERRADO √ CERTO 
X ERRADO √ CERTO 
X ERRADO √ CERTO 
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3.3.5 POSTURA AO LEVAR UMA MOCHILA OU SACOLA 
 
 
No transporte das mochilas no ombro, tome cuidado para não 
compensar o peso da mochila com a inclinação do tronco para frente. 
Os alunos que transportam a mochila através de alças e rodinhas 
devem variar o lado que carregam as mochilas, ora no lado direito ora 
no lado esquerdo. Isso ajuda a evitar um “vício” postural inadequado. 
No caso de sacola cheia, tentar dividir o peso em duas sacolase levar 
uma em cada lado, distribuindo melhor o peso. 
Compreender que o nosso corpo e a nossa mente recebem 
influências no nosso dia-a-dia é de fundamental importância para 
entendermos os cuidados que devemos ter com eles. 
Um aspecto bem interessante é analisarmos nossa postura e 
nosso comportamento durante o dia, e verificar se estamos sentando 
corretamente e alinhados, se ao ficar muito tempo em pé numa fila 
estamos nos apoiando o tempo inteiro apenas numa das pernas, pois 
estes fatos podem nos ajudar a identificar compensações estabelecidas ao nosso corpo que interferem 
na postura corporal, e conseqüentemente em nossa saúde. 
Ao ficar sentado em frente ao computador procure manter o corpo ereto e os pés apoiados no chão, 
evite ficar com as pernas cruzadas e os joelhos muito flexionados. Observe se você não está projetando 
para frente a cabeça e mantenha-a alinhada com seu tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - Evite assistir televisão deitado. 
2 - Evite ficar muito tempo com a cabeça baixa como ao passar 
roupa, fazer tricô e nos casos de leitura prolongada. 
3 - Evite flexionar (dobrar) a coluna para pegar objetos ou peso do 
chão. Procure sempre se agachar (dobrar os joelhos). 
4 - Evitar ou Reduzir o excesso de peso (obesidade). 
5 - Procure sentar de maneira correta, evite sofá muito macio e 
cadeira sem encosto ou banquinho. 
6 - Procure fazer períodos de intervalo no uso do computador. 
7 - Caminhe com a coluna reta, olhando para frente. 
8 - Pratica de atividade física (como a caminhada) regularmente. 
9 - Procure adaptar os móveis de sua casa e do trabalho de acordo com a sua altura (por exemplo a pia 
da cozinha, o tanque de lavar roupa, a mesa ou escrivaninha). 
10 - Evite carregar peso somente de um lado. 
11 - Evite dormir de bruços (de barriga para baixo). 
12 - Evite fazer musculação sem uma orientação adequada. 
13 - Evite usar sapato de salto muito alto. 
14 - Evite se virar bruscamente para olhar atrás de você. 
 
 
 
X ERRADO √ CERTO 
CUIDADOS BÁSICOS PARA 
VOCÊ TER UMA COLUNA 
VERTEBRAL SAUDÁVEL!!! 
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Atividade: 
 
Faça uma pesquisa em livros e/ou internet e responda: 
 
1. Qual a definição de postura? 
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________ 
 
2. Existe uma “postura correta” para todas as pessoas? 
_______________________________________________________________________________ 
 
3. Escolha uma atividade que você faz durante o dia (brincar, ver televisão, andar, dormir, etc.). Como 
você acha que a sua coluna vertebral permanece enquanto você realiza esta atividade? 
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________ 
 
4. Realize uma pesquisa em sua escola, sobre o número de alunos que relatam sentir dor nas costas 
devido à má postura e/ou problemas na coluna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. CORPORIEDADE 
 
A corporeidade constitui-se das dimensões: Física 
(estrutura física biofísico-motora organizadora de todas as 
dimensões humanas); Emocional (instinto, afeto); Mental 
espiritual (cognição, razão, pensamento, idéia, 
consciência); Sócio-histórico-cultural (valores, hábitos). 
Sendo assim, corporeidade é a maneira pela qual o cérebro 
reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional com 
o mundo. 
O corpo é movido por intenções provenientes da 
mente. As intenções manifestam-se através do corpo, que 
interage com o mundo, que dá uma resposta para o corpo, 
que informa a mente através de seus órgãos sensoriais, 
que, analisando as respostas obtidas do ambiente, muda ou 
reafirma suas intenções, utilizando o corpo para novas 
manifestações, enfim, é sentir e utilizar o corpo como 
ferramenta de manifestação e interação com o mundo. 
Corporeidade é o seu modo de ser e estar no mundo com e através do corpo. É uma expressão 
própria dos seres humanos. É o jeito de o ser humano se expressar e comunicar. Ignorando essa forma 
única de ser, a sociedade impõe padrões estéticos corporais a serem seguidos, tendo os jovens como 
alvo predileto. 
O apelo para que se transforme o corpo e o adapte a um padrão corporal imposto pela cultura 
movimenta o mercado de consumo. Este vende dietas, vitaminas, suplementos alimentares, moda 
esportiva, bebidas isotônicas, ginástica e exercícios. Publicações especializadas na “venda” do corpo são 
comuns em bancas. A indústria de cosméticos, produtos estéticos, cirurgia plástica e programas de TV 
completam o quadro. O propósito é ser padrão, não há respeito à corporeidade e sim a imposição da 
busca do corpo dito aceitável socialmente. 
Diante de um apelo diário pela busca da estética corporal ideal, o corpo vem sendo padronizado. 
Na sociedade, os indivíduos se encontram reféns de modelos que, estampados nas mais diversas formas 
de venda de sua imagem, “estão prontos” a influenciar o corpo do outro a se transformar. 
Vivenciando, identificando e brincando com o corpo, a escola possibilita discussões sobre os 
estereótipos e estigmas corporais, e a dualidade mente/corpo. 
 
4.1 CONCEPÇÕES DE CORPO 
 
4.1.1 A sociedade do culto ao corpo perfeito 
 
Intensificação do culto à estética ao longo dos séculos pode ter colaborado para a transformação 
do indivíduo em objeto. 
Produtos de beleza cada vez mais sofisticados, revistas que dão dicas para manter a boa forma, 
clínicas de estética e de cirurgia plástica, salões de cabeleireiros e academias de ginástica. Hoje o 
mundo está cercado por serviços à disposição de quem deseja cuidar da aparência ou moldá-la. 
A preocupação do homem com o corpo, no entanto, não é recente. A origem do culto ao corpo 
remonta à Antiguidade. Os gregos acreditavam, há cerca de 2.500 anos a.C., que a estética e o físico 
eram tão importantes quanto o intelecto na busca pela perfeição – pensamento traduzido na frase “mens 
sana in corpore sano” (mente saudável em corpo são) e na própria história das Olimpíadas. 
Após a Era Clássica, na Idade Média, as questões estéticas e o físico ficaram relegados ao 
segundo plano. Durante essa época, o corpo foi tratado pela sociedade de forma discreta, com todo o 
decoro exigido pelas crenças religiosas, e de acordo com as leis divinas. 
Apenas no século 18, nos anos que se seguiram às Revoluções Francesa e Industrial, o corpo 
voltou a ter destaque no cotidiano do homem ocidental. De acordo com o psicólogo Fernando de 
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Almeida Silveira, doutor em Filosofia e professor da Universidade Federal de São Paulo, com a 
queda da aristocracia européia, a burguesia foi se auto-afirmando por meio de uma nova relação corpo-
essência. "Se os nobres tinham suas origens genealógicas como diferencial, a burguesia passou a 
desenvolver a noção de um corpo disciplinado, saudável e longevo para se destacar tanto da aristocracia 
decadente quanto do proletariado promíscuo e desregrado". 
Além disso, a partir desse período, o corpo que tinha condições de fornecer uma maior 
produtividade passou a ser mais valorizado devido à ascensão do Capitalismo Industrial. "Pouco tempo 
depois da primeira Revolução Industrial, no fim do século 19,o mundo assistiu ao chamado 'movimento 
ginástico europeu', que buscava 'construir' homens ideais para esse novo modelo de sistema, mais fortes 
e saudáveis, por meio da difusão de métodos de ginástica", ressalta o professor de Educação 
Física da Universidade Metodista de São Paulo, Wilson Alviano. 
No século 21, com a pressão dos ideais de beleza impostos pela indústria da moda e alimentados 
pela mídia, a valorização do corpo perfeito tornou-se uma obsessão global. Hoje cada vez mais pessoas 
buscam formas de transformar o físico, em busca da perfeição de acordo com os padrões. 
Segundo Alviano, essa intensificação do culto à estética já traz danos notórios para a sociedade. 
"Doenças como anorexia, bulimia e vigorexia [transtorno caracterizado pela prática de exercícios físicos 
em excesso] tomaram um vulto assustador. Muitos colocam suas vidas em risco, consumindo remédios 
para emagrecer e anabolizantes ou até mesmo fazendo cirurgias desnecessárias." 
Para o psicólogo Fernando de Almeida Silveira, o maior prejuízo da valorização exagerada da boa 
aparência é o fortalecimento da concepção de corpo-objeto. "As pessoas passaram a enxergar o corpo 
hoje como uma coisa moldável, conforme certos padrões estéticos, fomentados por uma pressão social 
de classe. Nesse sentido, o físico, os sentidos e a alma são massificados por conta dessa ditadura de 
idealização da beleza". Alviano completa: "Com essa transformação do corpo em coisa, o próprio 
indivíduo se reduziu a um objeto, que só possui valor como ostentação dentro dos padrões 
preestabelecidos". 
Por Renata Firace 
 
4.1.2 Corpo, consumo e mídia 
 
O fim do século passado e o início deste configuram um novo estágio do capitalismo, denominado 
por muitos, globalização, ou ainda, ocidentalização do mundo. Nessa fase, a comunicação, o 
desenvolvimento tecnológico e a economia vêm trazendo uma acelerada transformação nas sociedades 
e, ao mesmo tempo, profundas mudanças no nosso modo de ser, viver, aprender, sentir, pensar e agir. 
Vivemos em um sistema capitalista, somos impulsionados a produzir e consumir produtos. Por isso, 
passamos a maior parte do tempo envolvidos com o trabalho, dimensão da vida humana que nos permite 
atender a toda ordem de necessidades - as essenciais para nossa sobrevivência e as criadas pelo 
próprio sistema. O - deus mercadoǁ, muitas vezes, interfere também em nossas opções de lazer com a 
família e amigos, principalmente, sobre a influência da indústria cultural. 
É nesta lógica que nosso corpo está inserido: por meio dele estamos neste mundo. A partir de suas 
interações com outros corpos, espaços e culturas, construímos nossas identidades e subjetividades, 
pensamentos e valores. Então, vamos focar nosso olhar sobre a corporeidade (ou as questões relativas 
ao corpo) no mundo contemporâneo. 
Você deve ter observado que os corpos presentes na telinha (principalmente nas propagandas e 
novelas) são, em sua maioria, corpos bonitos, sarados, brancos, louros, jovens, viris, belos, bem 
cuidados, ágeis e felizes. Corpos gordos, velhos, flácidos, não são reproduzidos, mas escondidos, 
disfarçados e dissimulados. Quase sempre, apenas nos telejornais, é comum aparecerem os corpos do 
cotidiano, de gente simples, ligados muitas vezes à pobreza, violência, tragédia e assim por diante. 
 Isto nos faz pensar que existe um modelo de corpo desejado e suscitado pela mídia, que o 
transforma em objeto a ser conquistado e comprado. Torna-se algo idealizado e, na atualidade, é 
sinônimo de saudável, belo, atlético, como se esse modelo de corpo fosse a única possibilidade de ser. 
Vivemos uma verdadeira tirania da aparência em que o corpo tem sido mais valorizado por suas 
próteses, enfeites, vestuário, enfim, pelo que tem e não pelo que é. 
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 Assim, o corpo se torna uma mercadoria como qualquer outra. Compram-se seios, nádegas, 
narizes, orelhas. 
Eliminam-se os sinais de envelhecimento mudando a cor dos cabelos, injetando produtos para 
minimizar as rugas, etc. O corpo é o principal estímulo da indústria da beleza associada à imagem de 
juventude que esbanja saúde, alegria. Em nome da beleza (veja bem, da beleza e não da saúde e da 
qualidade de vida) consomem-se roupas, alimentos, adereços, aparelhos, suplementos, silicones, 
imagens e exercícios físicos. Essa mercantilização dos corpos tem estimulado o comércio e o consumo 
de produtos. O próprio corpo tornou-se veículo utilizado para vender os mais variados tipos de produtos. 
Nesse mercado do corpo, aqueles que não têm acesso aos produtos de consumo tornam-se, 
muitas vezes, mercadorias baratas. Num país marcado pela desigualdade social, e também racial, como 
é o nosso, os representantes de etnias negras e indígenas são os mais atingidos. 
 Leia a poesia do poeta mineiro Carlos Drumond de Andrade, escrita no início da década de 40, no 
século XX, período em que o Brasil estava vivendo o início de seu processo de industrialização: Sensível 
às mudanças que vinham ocorrendo em nossa sociedade naquela época, o poeta antecipa seu olhar 
sobre suas implicações para os corpos. 
 
Eu, etiqueta 
 
Em minha calça está grudado um nome 
que não é meu de batismo ou de cartório, 
um nome... estranho. 
Meu blusão traz lembrete de bebida 
que jamais pus na boca, nesta vida. 
Em minha camiseta, a marca de cigarro 
que não fumo, até hoje não fumei. 
Minhas meias falam de produto 
que nunca experimentei 
mas são comunicados a meus pés. 
Meu tênis é proclama colorido 
de alguma coisa não provada 
por este provador de idade. 
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, 
minha gravata e cinto e escova e pente, 
meu copo, minha xícara, 
minha toalha de banho e sabonete, 
meu isso, meu aquilo, 
desde a cabeça até o bico dos sapatos, 
são mensagens, 
letras falantes, 
gritos visuais, 
ordem de uso, abuso, reincidência, 
costume, hábito, preemência, 
indispensabilidade, 
e fazem de mim homem-anúncio itinerante, 
escravo da matéria anunciada. 
Estou, estou na moda. 
É doce estar na moda, ainda que a moda 
seja negar minha identidade, 
trocá-la por mil, açambarcando 
todas as marcas registradas, 
todos os logotipos de mercado. 
Com que inocência demito-me de ser 
eu que antes era e me sabia 
tão diverso de outros, tão mim-mesmo, 
ser pensante, sentinte e solitário 
com outros seres diversos e conscientes 
de sua humana invencível condição. 
Agora sou anúncio, 
ora vulgar, ora bizarro, 
em língua nacional ou em qualquer língua 
(qualquer, principalmente). 
E nisto me comprazo, tiro glória 
de minha anulação. 
Não sou - vê lá - anúncio contratado. 
Eu é que mimosamente pago 
para anunciar, para vender 
em bares, festas, praias, pérgulas piscinas, 
e bem à vista exibo esta etiqueta 
global no corpo que desiste 
de ser veste e sandália de uma essência 
tão viva, independente, 
que moda ou suborno algum compromete. 
Onde terei jogado fora 
meu gosto e capacidade de escolher, 
minhas indiossicrasias tão pessoais, 
tão minhas que no rosto se espelhavam, 
e cada gesto, cada olhar, 
cada vinco de roupa 
resumia uma estética? 
Hoje sou costurado, sou tecido, 
sou gravado de forma universal, 
saio da estamparia, não de casa, 
da vitrine me tiram, me recolocam, 
objeto pulsante mas objeto 
que se oferece como signo dos outros 
objetos estáticos, tarifados. 
Por me ostentar assim, tão orgulhoso 
de ser não eu, mas artigo industrial, 
peço que meu nome retifiquem. 
Já não me convém o título de homem, 
meu nome novo é coisa. 
Eu sou a coisa, coisamente. 
 
 
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PROFº HECCTOR RODRIGO MAGALHÃES FREITAS - CREF 006283-G/CEAssim como denunciado pelo poeta, podemos perceber que é uma tendência do mundo moderno 
reproduzir a mesma lógica do mercado, isto é, o corpo é explorado economicamente e utilizado para 
vender e consumir produtos de toda natureza, mesmo que não sejam tão recomendáveis como as 
bebidas e os cigarros. Mulheres sedutoras vendem produtos destinados ao público masculino e, o 
contrário, recentemente, também tem acontecido. É o caso, por exemplo, das propagandas de cerveja. 
Como as mulheres já constituem parte considerável do público que usufrui o produto, é hora de usar 
modelos, atores e outros ícones da beleza e do sucesso masculino, com o fim único de vender mais e 
mais, lucrar mais e mais. São comerciais planejados e preparados para atingir uma determinada 
camada da população, cada vez mais vulnerável a essa visão estereotipada propagada pela mídia – 
corpos jovens perfeitos, como modelos a serem copiados e reproduzidos. 
 
4.1.3 A mulher magra que é admirada hoje seria considerada feia até pouco tempo atrás. 
 
No mundo atual, e no Brasil principalmente, a busca pela beleza e pela 
juventude está em todo o lugar. O apelo vem da televisão, do cinema, das 
propagandas onde homens e mulheres parecem ter vindo do Olimpo, sem 
qualquer imperfeição física. Na modernidade, a busca pela beleza virou 
comércio e movimenta bilhões de dólares em cosméticos, cirurgias plásticas, 
tratamentos contra rugas, celulites e gordurinhas inconvenientes. Está 
declarada a guerra contra a natureza que criou o envelhecimento. E nessa 
batalha, a pressão pela beleza recai com mais força sobre as mulheres. O 
poeta Vinicius de Moraes resumiu a situação com certa crueldade quando 
disse simplesmente: as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental. 
Mas a revolta da humanidade com o passar do tempo vem de longa data. A Grécia Antiga 
admirava a beleza dos corpos e cultuava deuses imortais, sempre jovens e sedutores. A filósofa Maria 
de Lourdes Borges, da Universidade Federal de Santa Catarina, lembra que a busca pela beleza e pela 
juventude são universais. 
"A busca da beleza é natural. A busca da juventude é natural, no sentido de que isso acontece em 
todas as civilizações. Isso vem na nossa consciência que somos finitos, nós tememos a morte, não 
queremos a morte. Nós sentimos que quando o nosso corpo envelhece isso significa uma certa 
proximidade maior da morte. Então de certa maneira é natural que tanto homens quanto mulheres 
queiram manter a juventude" 
Mas o que é ser belo? Essa pergunta já teve diversas respostas ao longo 
da história. Mas algumas características aparecem em lugares e épocas 
diferentes. A admiração pela simetria dos traços do rosto, os ombros fortes para 
os homens e o corpo de violão para as mulheres são sinais de beleza 
considerados universais. Civilizações antigas fizeram imagens onde o barro 
moldou mulheres de quadris largos e seios fartos. Nas cavernas ou nas obras de 
arte de pintores como Boticcelli e Rubens, as mulheres eram admiradas por 
curvas que permitiam uma barriguinha sem maiores traumas. 
O geneticista Renato Zambora aponta que a beleza é uma questão 
importante para que os homens escolham as esposas. E durante a evolução 
humana, a beleza feminina se relacionou com a capacidade de ter filhos. 
Mulheres gordas, de quadril largo e cintura fina, indicavam a possibilidade de 
gerar uma prole saudável. Zambora explica que a cultura pode criar padrões 
estéticos diferentes, como o culto à magreza que se vê hoje, mas o cérebro 
masculino continua reagindo à beleza da mesma forma que há milhares de 
anos. 
 
 
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Não é verdade que homens achem muito bonitas mulheres muito magras. Elas perdem os ícones 
sexuais, a relação da cintura quadril fica prejudicada porque o quadril emagrece, e ficam praticamente 
com ausência de mamas. O cérebro acaba não identificando aquilo como corpo de mulher. 
A historiadora Mary del Priore, indica que o primeiro documento sobre a beleza da mulher 
brasileira seria a carta de Pero Vaz de Caminha, que louva a beleza da mulher indígena, descrita como 
limpa e gorda. 
É interessante esse olhar masculino sobre o corpo da índia nua e 
gorda porque a gordura, de fato, no século XVI, as carnes cheias, o corpo 
cheio, é sinônimo de beleza que nós já podemos detectar na pintura do 
Barroco, tendo como exemplo à pintura As três graças (ao lado), de 
Rubens, que é um dos mais importantes representantes desse tipo de 
pintura. Onde o referencial era mulheres gordas, na época, sinal de 
prestígio social e boa condição financeira, uma vez que só pessoas nobres 
conseguiam se alimentar com fartura. Uma mulher de costelas à mostra 
seria certamente um sinônimo de feiúra. A magreza sempre é vista da 
perspectiva da fome, do empobrecimento e da doença. 
A gordura como padrão de beleza se associa também com o consumo alimentar das elites que 
tinham acesso ao açúcar, artigo raro e muito caro naquela época. Mary del Priore explica que no 
decorrer dos séculos, o corpo feminino mais cheio continuou a ser admirado. As curvas seguiam 
insinuando o poder feminino de gerar. 
E esse potencial procriador está nos quadris, está nas cadeiras, no 
bumbum, no ventre. Quanto mais cheio embaixo, mais bonita era a mulher. A 
moda, inclusive, vai acentuar esse critério estético porque a moda das 
anquinhas (que era uma almofada ou armação que as mulheres usavam sob a 
saia, para entufá-la), que atravessa toda a segunda metade do século XIX, ela 
acentua o posterior da mulher, enquanto o espartilho comprime violentamente a 
cintura, projetando os seios. Então, realmente a mulher se torna no imaginário 
masculino um verdadeiro violão. 
Nesse mesmo século XIX, a magreza vira moda na esteira das heroínas 
românticas retratadas nos livros. As mulheres se deixavam emagrecer e se maquiavam para simular 
olheiras mais profundas. Mas foi um modismo passageiro, e a imagem das carnes cheias como padrão 
de beleza vai chegar até o século XX. Mas nesse momento, transformações importantes acontecem 
com a mudança nos papéis da mulher e sua entrada no mercado de trabalho. O fortalecimento da 
indústria da beleza e a globalização também irão modificar a maneira como as pessoas buscam uma 
forma física atraente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Atividade: 
 
Com base nos textos abordados no capítulo 4, responda: 
 
1. Como o corpo tem sido visto? 
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
 
2. Com que imagem de corpo convivemos em nosso dia-a-dia? 
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
 
3. Que mensagens são transmitidas por essas imagens? 
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
 
4. Será que hoje a maioria das pessoas consideraria belas as mulheres que o artista escolheu como 
modelos para seus quadros (as três Graças)? Comente. 
______________________________________________________________________________
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