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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE
AULA 1: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE 
Objetivo
1. Definir personalidade;
2. Identificar diferentes perspectivas de personalidade.
Etimologicamente, a palavra "personalidade" vem do latim persona, que significa máscara. Na Antiguidade, a máscara era usada para representar ou caracterizar os personagens no teatro.
Questões que a Psicologia da Personalidade tenta responder:
De forma geral, pretende-se entender todas as diversidades do comportamento humano:“o quê”, “como” e “por quê”.
Por que uma pessoa precisa ter alto nível de desempenho, como tirar a nota máxima nas provas, ter alto grau de status social, muito dinheiro e poder para ficar satisfeita?
Por que uma pessoa, que aparentemente tem tudo o que se poderia desejar, tem depressão e outra que passa por diferentes formas de privação se sente feliz?
Como algumas conseguem se adaptar?
Por que as pessoas são tão diferentes?
Por que outras desenvolvem doenças graves e incapacitantes na ausência de uma patologia orgânica?
Como as pessoas são?
Por que agem de determinada maneira?
O que faz com que uma pessoa triste vá ao shopping e outra fique deitada em casa?
O que faz com que uma pessoa tente dar ao filho o que nunca teve e outra repita com os filhos os mesmos comportamentos que reclama de seus pais?
O QUE É UMA TEORIA?
Uma das principais funções de uma teoria é organizar conhecimentos de forma relativamente lógica, compreensível e simples. Neste sentido, é um meio de estruturar e integrar tudo o que se sabe sobre determinada área de interesse.
As teorias devem partir dos conhecimentos científicos conhecidos e confiáveis que se tem, até aquele momento, sobre um determinado tema.
Por exemplo, uma teoria sobre a memória deve incluir grande parte das informações pesquisadas sobre a memória, até o momento em que foi elaborada. 
Expansão do conhecimento
Apesar de incluir conhecimentos consolidados, as teorias incluem suposições e especulações não confirmadas empiricamente. Assim, as teorias podem contribuir para a expansão do conhecimento à medida que permitem a criação de hipóteses a serem testadas futuramente.
 
Desta forma, não existe uma única teoria que sirva como paradigma (modelo, padrão), e a sua aceitação ou rejeição é determinada pela utilidade que os profissionais encontram nela.
Uma teoria de personalidade é, portanto, o conjunto das suposições relevantes que ajudam na compreensão do ser humano, nos seguintes aspectos:
Geral ⇾ que explique as semelhanças;	Individual ⇾ que explique as diferenças.
Desta forma, vamos encontrar diferentes teorias sobre diferentes assuntos, que são divergentes em diferentes pontos, visto que nenhuma delas consegue responder, de forma plena e absoluta, a todas as questões sobre a complexidade do ser humano.
DIVERGÊNCIAS TEÓRICAS
As teorias são corpos teóricos de conhecimentos organizados, que facilitam a compreensão de uma determinada dinâmica da personalidade, dentro de uma perspectiva específica.
 
Ao longo desta disciplina, vamos conhecer diferentes teóricos de personalidade e uma grande variedade de perspectivas sobre os fatores relevantes para o desenvolvimento e compreensão da personalidade.
 
Vamos observar que muitas das teorias surgem da prática clínica e, por isso, temos teorias de personalidade na abordagem PSICANALISTA, BEHAVIORISTA, HUMANISTA e COGNITIVISTA. Além das abordagens dos traços que não se concentram nestas quatro abordagens básicas da Psicologia Clínica.
Teóricos importantes: Jung, Skinnner, Festinger, Freud, Erickson, Lewin, Maslow, Pavlov, Aaron Beck.
QUESTÕES DIVERGENTES
Desta forma, vamos perceber questões divergentes nas teorias de personalidade, tais como a importância da genética. Alguns autores privilegiam o aspecto genético na formação da personalidade, enquanto outros não abordam essa questão.
Enquanto uma teoria de personalidade considera o homem ativo com relação ao mundo (Freud), outra considera o homem como uma vítima passiva do ambiente (Skinner).
Alguns autores enfatizam a consistência do comportamento da pessoa em diferentes situações, enquanto outros consideram que a personalidade muda significativamente em função de diferentes circunstâncias.
CONTINUIDADE DA INFÂNCIA?
Alguns teóricos consideram a durabilidade das características ao longo do tempo. Neste caso, a personalidade na idade adulta seria uma continuidade da infância.
Para outros, não existe uma continuidade ao longo do tempo e o adulto pode ser radicalmente diferente da criança, a ponto de não se reconhecer nada em comum entre eles.
Alguns autores utilizam o conceito de SELF como representativo de uma unidade que se supõe existir, apesar da diversidade ao longo do tempo e diferentes contextos, outros não.
SELF Aquilo que define a pessoa na sua individualidade e subjetividade, isto é, a sua essência, núcleo central da psique.
EMPIRISMO Na filosofia, empirista é todo aquele que acredita que o conhecimento vem da experiência. Ao nascer o homem é uma página em branco na qual será impresso tudo aquilo que ele conhecerá. Nas teorias da personalidade, uma posição empirista típica seria a do Behaviorismo, que acredita que a personalidade se forma a partir das experiências vividas pelo sujeito. (!)
FISICALISMO Outra concepção acerca da Personalidade foi baseada na constituição biotipológica, segundo a qual a genética não estaria limitada exclusivamente à cor dos olhos, dos cabelos, da pele, à estatura, aos distúrbios metabólicos e, às vezes, às malformações físicas, mas também determinaria as peculiares maneiras de o indivíduo relacionar-se com o mundo: seu temperamento, seus traços afetivos etc. é uma posição fisicalista porque foca no organismo seu estudo sobre a personalidade. (!)
REDUCIONISMO As considerações extremadas ora descartam qualquer possibilidade de influência do meio sobre o desenvolvimento e a performance da Personalidade e atribuem aos arranjos sinápticos e genéticos a explicação de todas as características da personalidade da pessoa; ora reduzem tudo à experiência, desconsiderando que podem haver elementos inatos influenciando os destinos da personalidade de um indivíduo. (!)
INATISMO O filósofo Jean Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo iluminista suiço acreditava em uma forma de inatismo. Segundo ele, era a sociedade quem corrompia o homem. Deixado à sua própria natureza, o homem torna-se bom. São as tentativas de educá-lo que o tornam corrompido. (!)
COMPONENTES DA PERSONALIDADE
A maioria dos teóricos investiga os aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais como componentes da personalidade. (!)
COMPONENTE COGNITIVO Imagine que seu (sua) namorado (a), marido ou esposa lhe traga flores num dia comum. O que você pensaria? Que é gentileza ou ele (a) aprontou alguma coisa.
Este é o aspecto cognitivo desta situação. Dependendo da sua avaliação, afetará sua emoção e seu comportamento.
Caso tenha achado gentil, ficará feliz e lhe dará um beijo. Caso tenha achado suspeito, poderá sentir raiva e lhe jogar as flores na cabeça. Neste exemplo, a cognição determinou a alteração nos outros componentes, a saber: emocional e comportamental.
COMPONENTE COMPORTAMENTAL Suponha que você planeje fazer um laboratório para interpretar uma pessoa deprimida no teatro. Você adota todo o comportamento não verbal de uma pessoa deprimida: expressão de tristeza com o canto da boca, o canto das sobrancelhas e os ombros caídos. O andar e a fala lenta. A cabeça e o olhar para baixo. Este é o componente comportamental.
Caso você consiga se manter assim por algumas horas, finalizado o laboratório, poderá perceber que suas emoções e pensamentos não estarão muito animados. Neste caso, o comportamento alterou a emoção.
Caso, por qualquer motivo, você experimente um ansiolítico, este medicamento atuará diretamente na experiência emocional de redução da ansiedade. Assim, poderá perceber que seus pensamentos e sentimentos se alteram no sentido de entrarem emharmonia com o estado emocional provocado pelo efeito da química no sistema nervoso. Neste exemplo, o emocional alterou o comportamental e o cognitivo.
DIFERENÇAS ENTRE AS TEORIAS
Ocorre que as teorias comportamentais focam a investigação no comportamento e rejeitam os processos mentais.
Os cognitivistas focam no aspecto cognitivo como o responsável pelas alterações emocionais e comportamentais. Já a Psicanálise estuda o inconsciente como o responsável por todos os comportamentos e sofrimentos psíquicos.
Com relação à influência do passado, presente e futuro, podemos encontrar perspectivas antagônicas entre os psicanalistas e os cognitivistas. Enquanto a teoria psicanalítica atribui importância decisiva ao passado, a perspectiva cognitiva atribui relevância aos projetos futuros.
TEORIAS MULTIDIMENSIONAIS
Pode-se dizer que o psicólogo da personalidade não estuda especificamente como ocorre a percepção, a cognição ou as emoções, mas como esses processos se relacionam de forma particular em cada pessoa.
Assim, as teorias de personalidade são multidimensionais e devem contemplar cinco grandes áreas:
1. ESTRUTURA
Os aspectos mais duráveis da personalidade. 
Um exemplo seriam os traços1 de personalidade, como a constância de uma determinada resposta individual diante de uma diversidade de situações.
 
1
 
Atributos que descrevem uma pessoa. Ex.: Autoritária, ciumenta, agressiva, ansiosa.
2
 
A
grupamento de vários traços da personalidade
. 
São características mais amplas como introversão e extroversão
.Outro exemplo de estrutura refere-se ao tipo2 de personalidade.
2. PROCESSOS
Refere-se aos motivos que explicam o comportamento.
São estudadas três categorias de motivos:
Busca do prazer e evitação da dor;
Crescimento;
Autorrealização e motivos cognitivos.
Um mesmo comportamento pode ser motivado pela busca do prazer ou pela evitação do desprazer.
 
Por exemplo, quando uma pessoa vai para a academia porque quer emagrecer e, com isso, espera receber elogios e se tornar mais atraente, ela está em busca do prazer. Se ela vai para a academia porque está cansada de ouvir piadas a respeito do seu peso e da sua forma física, ela está querendo evitar a dor que experimenta.
Quando uma adolescente vai à aula para não ter que ouvir a mãe reclamar ou tirar a sua mesada, está motivada pela evitação do desprazer. Quando ela vai porque quer aprender aquele conteúdo, está motivada pela busca do prazer.
Autorrealização ⇾ Segundo a tendência à autorrealização, todas as pessoas possuem uma força inata que impele ao crescimento e desenvolvimento do potencial, que ao mesmo tempo é comum ao humano e individual.
Diante desta perspectiva, todas as pessoas que se tornam autorrealizadas são mais autônomas, democráticas, criativas e têm uma percepção mais clara da realidade. Este seria o potencial comum a todos os humanos, mas cada pessoa tem um potencial que é exclusivo, a pessoa precisa se sentir competente.
A competência pode se manifestar das formas mais diversas possíveis, como na música, no humor, na moda, em cuidar das pessoas, na arte etc. Os motivos cognitivos estão ligados ao estabelecimento de metas e a determinação cognitiva de atingi-las. Isso explica, por exemplo, o fato de pessoas arriscarem suas vidas em esportes extremos, ou ultrapassarem o limite físico para atingirem seus ideais.
3. DESENVOLVIMENTO 
Relevância de aspectos inatos e adquiridos, associados à formação da personalidade. Segundo algumas teorias, o aspecto genético é mais relevante em características como Inteligência; Nível de atividade motora; Nível de ansiedade.
Para os psicólogos evolucionistas, todas as seis emoções básicas (raiva, alegria, surpresa, medo, nojo, tristeza) também são determinadas pela genética (Ekman, 1992).
Segundo a Psicologia Evolucionista
Suponha que seu namorado(a), marido (esposa) esteja aborrecido(a), com uma expressão horrorosa. Cada vez que lhe olha, parece que vai fuzilar você. Segundo a Psicologia Evolucionista, temos a capacidade inata de reconhecer os sinais faciais de emoção e uma tendência a imitar a expressão facial da pessoa com quem estamos interagindo.
A experiência nos ensina formas socialmente adequadas de expressar as emoções, e contribui significativamente para o desenvolvimento da subjetividade, através de valores significativos na interpretação dos eventos.
A influência da cultura
Assim, a cultura também exerce influência no desenvolvimento da personalidade. Cada uma tem regras e comportamentos institucionalizados, exercendo uma pressão no sentido da uniformidade dos comportamentos das pessoas inseridas naquela cultura.
Dentro das culturas, as diferenças quanto à classe social ao qual a pessoa está inserida também influenciam a personalidade, assim como a família em termos de papel social, crenças e o desenvolvimento dos aspectos emocionais, em função das relações afetivas estabelecidas.
A importância da família
Neste sentido, os pais atuam como modelos a serem imitados ou a quem não se deve imitar. Os pais são também importantes fontes de reforços e incentivos, à medida que valorizam ou premiam determinado comportamento e criticam ou castigam outros.
Exemplo: Se a mãe que tem um casal de filhos somente solicita ajuda da filha para as tarefas domésticas, ou sobrecarrega a filha com os afazeres da casa e o filho “apenas ajuda”, está ensinando que esse tipo de trabalho cabe à mulher.
Posteriormente, o relacionamento com os pares na infância ou adolescência também exerce grande influência.
Esta discussão parece indicar que a hereditariedade determina uma gama de variabilidade possível para cada aspecto, sendo que o ambiente determina o resultado específico.
4. PSICOPATOLOGIA
Causas das desordens da personalidade. Ou seja, as teorias devem investigar por que algumas pessoas conseguem suportar o estresse e as dificuldades do dia a dia e ainda se sentirem felizes, enquanto outras desenvolvem transtornos mentais.
Essas teorias devem também sugerir uma indicação psicoterápica e formas de contribuir para a saúde mental das pessoas com alguma psicopatologia.
5. MUDANÇA
Diz respeito à forma como as pessoas mudam, e por que às vezes mudam e outras vezes, não. Em quais circunstâncias mudam e se existe um núcleo básico que permanece.
DEFINIÇÃO (!)
Podemos concluir afirmando que personalidade é um campo de estudo dentro da Psicologia. Em cada teoria encontramos uma definição diferente de personalidade.
De forma geral, personalidade pode ser definida como um conjunto dinâmico e organizado dos aspectos cognitivos, motivacionais, emocionais e comportamentais, relativamente duradouras, de uma pessoa, que nos permite prever suas respostas à sua capacidade de ajustamento.
PERSONALIDADE Configuração de características e comportamento que inclui ajustamento único do indivíduo à vida, incluindo traços, interesses, impulsos, valores, autoconceito, capacidades e padrões emocionais importantes. ( Dicionário da APA) (!)
A personalidade sempre aparece quando se entra em relação, deve haver interação.
ASPECTOS GERAIS DA PERSONALIDADE (!)
É uma organização e não um aglomerado de partes soltas;
É dinâmica e não estática, imutável;
É um conceito psicológico, mas intimamente relacionado com o corpo e seus processos;
É uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo que a cerca;
Mostra-se em padrões, isto é, através de características recorrentes e consistentes;
Se expressa de diferentes maneiras - comportamento, pensamento e emoções.
TEMPERAMENTO Temperamento. Fundamento básico da personalidade, em geral suposto como sendo biologicamente determinado e presente no início da vida, incluindo características como nível de energia, responsividade emocional (capacidade de responder emocionalmente. Ex. rir ou chorar), tempo de resposta e disposição para explorar.
CARÁTER A totalidade dos atributos e traços de personalidade de um indivíduo, particularmentesuas atitudes morais, sociais e religiosas. A palavra caráter é frequentemente utilizada como sinônimo de personalidade. (Terreno da moral).
CASO: S., uma mulher de 68 anos, procura seu consultório. Ela tem a aparência bem cuidada; está bem maquiada e utiliza muitos acessórios, como pulseiras, colares, brincos grandes. Tem a postura ereta e a cabeça erguida, fala alto e gesticula bastante.
Afirma que é, desde criança, uma pessoa decidida e determinada. Seus pais faziam tudo o que ela queria e ela se orgulha de não levar desaforo para casa. Casada há 27 anos, informa que marcou a consulta para conhecer a(o) psicóloga(o) porque quer trazer seu marido para a terapia, porque “ele está precisando”.
Diz ainda que está muito insatisfeita porque seu marido não a ouve, não se importa mais com ela e a evita. Segundo S., ele diz que não tem fome, só para não sentar à mesa com ela. Quando ela reclama, ele afirma que quer sossego e isto a está deixando muito irritada.
 
S. acredita que ele está fazendo isso para irritá-la. Segundo S., seu marido sempre fez tudo o que ela queria e ela quer que você resolva seu problema.
S. tem muita personalidade ou uma personalidade forte?
Poderíamos especificar a sua personalidade como egocêntrica e dominadora?
O marido de S. não tem personalidade, tem uma personalidade fraca ou, ainda, submissa?
RESPOSTA: Embora, no cotidiano, estejamos acostumados a avaliar a personalidade das pessoas pela impressão que elas causam, na realidade esta avaliação é muito limitada. Estamos selecionando apenas alguns atributos observáveis, e não realizando uma avaliação apropriada de personalidade.
AULA 2: COMO AVALIAR A PERSONALIDADE
Objetivo	
1. Entender como podemos avaliar a personalidade;
2. Identificar se existe algum instrumento mais apropriado;
3. Como se pode realizar uma pesquisa a respeito da personalidade.
AVALIANDO UM TESTE - CONFIABILIDADE, PRECISÃO OU FIDEDIGNIDADE
Para saber se um teste é preciso, confiável ou fidedigno, precisamos testá-lo. É como testar uma balança. Se subirmos nela algumas vezes durante um dia, o resultado pode se alterar ligeiramente, mas não pode ter grandes diferenças entre uma medição e outra.
Obs.: Uma alteração ligeira é chamada de erro de mensuração ou variância de erros, variações causadas por flutuações irrelevantes. CAI NA PROVA!
A confiabilidade de um teste de personalidade é determinada, normalmente, de duas formas:
Medem-se as mesmas pessoas duas vezes no intervalo de dois meses. Este procedimento avalia a confiabilidade do teste.
A personalidade de uma pessoa pode mudar em dois meses? Segundo as teorias de personalidade, embora as ações e reações possam mudar, os padrões subjacentes fundamentais permanecem relativamente estáveis por um período de tempo.
Separa-se o teste em partes e mede-se se estas partes do teste produzem resultados semelhantes.
Exemplo: Se em um teste tem 10 perguntas referentes à autoestima, pode-se avaliar questão por questão ou dividir o teste em duas partes. Exemplo: da questão 1 até a 5 e da questão 6 até a 10.
Deve-se aplicar o teste em algumas pessoas e depois comparar se o resultado de cada pessoa na primeira parte do teste é semelhante à segunda parte, ou seja, uma mesma pessoa não pode ter alta autoestima nas primeiras questões e baixa autoestima nas últimas.
Este procedimento avalia se existe consistência interna no teste chamado confiabilidade de consistência interna. Caso não haja consistência interna, deve-se modificar as questões até que a pontuação de uma parte torne-se compatível com as outras.
VALIDADE DE CONSTRUCTO Significa avaliar se realmente está medindo aquilo que se pretende.
 
Ex.: Medir o peso dos alimentos informa a quantidade de calorias dos alimentos? Se eu quero emagrecer, preciso ingerir menos calorias. Se eu considero o peso dos alimentos como medida do número de calorias, eu preciso ingerir menos em termos de quilos.
 
Uma fatia de torta de chocolate com chantilly e cereja que pesa 300 gramas seria menos calórica do que uma sopa de couve-flor que pesa 500 gramas. Nesse exemplo, podemos observar que medir o peso dos alimentos não é válido para saber a quantidade de calorias.
 
Para investigar a validade de constructo, devemos partir de uma teoria de personalidade.
VALIDADE DE CONTEÚDO O teste deve considerar todos os aspectos referentes a um determinado tema.
Para medir, por exemplo, se uma pessoa está gorda, poderíamos medir apenas seu peso e desconsiderar sua altura. Neste caso, não haveria validade de conteúdo, pois o peso deve ser proporcional à altura.
 
Que itens são relevantes e essenciais para um teste de personalidade? Os itens devem medir os diferentes aspectos do constructo geral.
VALIDADE DE CRITÉRIO A capacidade do teste de predizer a atuação da pessoa no mundo real.
Assim, se o teste de personalidade, confiável e válido em termos de constructo, informa que a pessoa tem baixa autoestima, esperamos que ela se comporte de determinada maneira e temos que verificar se isso realmente ocorre.
O MÉTODO CLÍNICO Alternativa ao método experimental para os teóricos da personalidade. Conforme esse método, para conhecer um ser humano é fundamental escutá-lo, ou seja, conhecer o modo como ele fala de si e do mundo que o cerca, atribuindo seu comportamento a razões e desejos. (!)
DIFERENTES TIPOS DE TESTES DE PERSONALIDADE
⛳ TESTE DE AUTORELATO Caracterizado por questões feitas à pessoa avaliada. São fáceis de aplicar e baratos. Geralmente são questionários e podem ser aplicados coletivamente.
MMPI (Inventário Multifásico de Personalidade de Minnesota) Utilizado na avaliação de diversos tipos de transtornos mentais, tais como: hipocondria, depressão, histeria, psicopatia, paranoia, esquizofrenia, mania, introversão.
Constitui-se por 567 afirmações simples, de respostas objetivas: sim ou não.
Eu não me canso rapidamente. 
❏
 Sim 
❏
 
 
Não
Eu me preocupo com assuntos sexuais. 
❏
 Sim 
❏
 
 
Não
Quando me aborreço, gosto de procurar alguma excitação. 
❏
 Sim 
❏
 
 
Não
Quase todas as pessoas preferem usar meios mais ou menos desonestos, para obter lucro ou vantagem, a perdê-los. 
❏
 Sim 
❏
 Não
Acredito que existe uma conspiração contra mim. 
❏
 Sim 
❏
 
 
Não
IFP (Inventário Fatorial de Personalidade) Utilizado na avaliação de diversos tipos de transtornos mentais, tais como: hipocondria, depressão, histeria, psicopatia, paranoia, esquizofrenia, mania, introversão.
Composto de 141 afirmações. A pessoa avaliada deve responder o quanto a afirmativa a caracteriza, conforme exemplo abaixo.
Parâmetros de avaliação:
✍
 Gosto de ajudar meus amigos quando eles estão com problemas.
1. Nada característico.
✍
 Gosto de dividir coisas com os outros.
2. Muito pouco característico;
✍
 
Gosto de prestar favores aos outros.
3. Pouco característico;
✍
 Sou solidário com meus amigos quando machucados ou doentes.
4. Indiferente;
✍
 Gosto que as pessoas me façam confidências e me contem seus problemas.
5. Característico;
6. Muito característico;
7. Totalmente característico;
⛳ TESTES PROJETIVOS Caracterizam-se pela apresentação de estímulos indefinidos e ambíguos. Analisa-se a resposta do examinando do ponto de vista emocional e motivacional, consciente e inconsciente.
PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH Criada por Hermann Rorschach. Trata-se de 10 pranchas, cada uma delas com manchas de tinta feitas ao acaso de forma simétrica (direita/ esquerda), sem um formato definido. Solicita-se que a pessoa avaliada diga o que está vendo.
As pranchas são exibidas em uma determinada sequência específica. É anotado tudo o que é dito: qual a forma percebida, onde esta é identificada, se tem movimento, cor etc.
O teste revela a organização básica da estrutura da personalidade, incluindo características da afetividade, sensualidade, vida interior, recursos mentais, energia psíquica e traços gerais e particulares do estado intelectualdo indivíduo. O teste pode ser aplicado a partir dos 10 anos de idade e não há limite determinado de tempo para a aplicação.
ZULLIGER Hans Zulliger criou o teste usando os experimentos de Hermann Rorschach, com manchas de tinta feitas ao acaso. Trata-se de uma técnica projetiva cuja base metodológica e suporte teórico fundamentam-se no Psicodiagnóstico de Rorschach, e também é uma medida que avalia vários aspectos da personalidade: afetivos, emocionais e o controle sobre as reações impulsivas.
O Z-Teste é uma técnica consistente, de fácil aplicação e classificação. Pode ser aplicado individual ou coletivamente, o que implica grande economia de tempo e utilidade prática.
O teste também pode ser aplicado a partir de 10 anos de idade e não há limite de tempo na aplicação. São apenas três pranchas, mostradas na seguinte ordem:
TELA T.A.T. (TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA) Teste projetivo que consiste em apresentar uma série de pranchas, selecionadas pelo examinador, ao sujeito, que deverá contar uma história sobre cada uma das pranchas.
Nas histórias, são identificadas características importantes da personalidade, que são decorrentes de duas tendências psicológicas, segundo a teoria de Murray:
A primeira é a tendência para interpretar uma situação humana ambígua, baseando-se em suas experiências, desejos, sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes.
A segunda é a tendência de contar histórias baseadas nas suas experiências e referências, expressando, desta forma, seus sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes.
O teste pode ser aplicado em pessoas com idades entre 14 e 40 anos. A aplicação é individual.
H.T.P. (CASA-ÁRVORE-PESSOA) Idealizado por John N. Buck, em 1948. Solicita-se que seja feito um desenho à mão livre, com lápis e borracha, em uma folha branca. No total, são três folhas com um desenho em cada: casa – árvore – pessoa. Utilizam-se esses temas por serem bastante familiares a todas as pessoas, mesmo as crianças pequenas.
Parte-se do princípio de que é possível fazer uma avaliação qualitativa da personalidade através da simbologia, representada graficamente. Suas vantagens relacionam-se ao fato de que é um teste de aplicação muito econômica, simples, individual ou coletiva, além de implicar numa avaliação relativamente rápida.
TESTE Q-SORT (CLASSIFICAÇÃO Q) A pessoa recebe um conjunto de cartas nomeando diferentes características. Pede-se que ela organize as características em grupos que englobem as características mínimas e máximas de alguém.
Pode ser autoavaliativo ou avaliar terceiros. Pode-se definir o número de grupos e o de características.
A classificação Q também pode ser usada para avaliar o comportamento de alguém em uma situação estruturada específica. Por exemplo: criar uma situação onde alguém deve discordar de uma autoridade.
MEDIDAS BIOLÓGICAS
FRENOLOGIA ⇾ A primeira tentativa de medir a personalidade através das características do crânio.
 
Inicialmente, utilizavam-se estudos post-mortem, isto é, identificavam pessoas com transtornos de personalidade ou sinais de lesão e suas características, de forma minuciosa, antes da morte, e a dissecação do cérebro após a sua morte.
 
Hoje, deseja-se estudar a relação entre personalidade e estruturas cerebrais, ou seja, a localização de características de personalidade no sistema nervoso, através de registros e imagens da estrutura cerebral ou do seu funcionamento.
REGISTRO ELÉTRICO ⇾ EEG Eletroencefalograma – Registro da intensidade e frequência elétrica do cérebro vivo.
TÉCNICAS DE IMAGEM ESTRUTURAL ⇾ Imagem metabólica. Imagens estáticas que revelam estruturas do cérebro.
CAT - Tomografia axial computadorizada, baseada em raio X, resolução limitada.
MRI - Ressonância magnética. Resultado de alta resolução. Um forte campo magnético é passado através do cérebro do paciente. Um scanner rotativo detecta os diferentes padrões de alterações eletromagnéticas nas moléculas do cérebro. É produzida uma imagem tridimensional. Trata-se de um procedimento caro.
IMAGEM METABÓLICA ⇾ Resultante do aumento no consumo de glicose e oxigênio em áreas ativas do cérebro.
PET – Tomografia por emissão de prótons. Mede o aumento do consumo de glicose durante tipos específicos de processamento de informação. Os participantes recebem uma dose levemente radioativa de glicose que emite prótons quando é metabolizada.
FMRI – Ressonância magnética funcional. Técnica de neuroimagem que usa campos magnéticos para construir uma representação detalhada em três dimensões do nível de atividade em várias partes do cérebro em um dado momento.
Parte da MRI, mas usa o aumento do consumo de oxigênio. Não exige o uso de partículas radioativas. O campo magnético induz mudanças no átomo de oxigênio. É menos invasiva que a PET, mas é um procedimento caro.
Um teste é um procedimento sério e leva em conta algumas considerações importantes e um tempo de estudo antes de ser aceito. Para ser reconhecido como um teste psicológico, este deve ser verificado questão a questão, comparado com outros testes existentes e testado nas mesmas pessoas, para ser considerado válido e preciso.
AULA 3: TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD – UMA TEORIA PSICODINÂMICA 
Objetivo
1. Identificar como se constitui o inconsciente;
2. Conhecer a influência do inconsciente no comportamento e nas emoções.
Freud leva ao hospital uma paciente com histeria. Segundo o diretor do hospital Meynert, os sintomas histéricos refletem uma mentira, e os pacientes deveriam estar num teatro popular, pois queriam atenção e fugir de responsabilidades. Por fim, o diretor afirma que não há terapia para isso e o leito precisava ser liberado.
Com isso, Freud decide ir a Paris estudar e observar o tratamento de Jean Martin Charcot, um neurologista francês. Charcot emprega a hipnose para estudar a histeria e demonstra que estes sintomas poderiam ser resolvidos através dos comandos orais realizados no tratamento com hipnoses.
Segundo Charcot, a histeria não era uma simulação, e sim uma doença, com um conjunto de sintomas bem definidos, sendo tanto feminina como masculina. Com isso, desfez a necessária relação que existia entre histeria e o sexo feminino. A mente do histérico estaria dividida, e assim, um trauma seria ocultado da consciência e as emoções, descarregadas fisicamente.
De volta a Viena, em uns dos seus discursos, Freud fala de sua experiência com Charcot, mas seu relato não é bem recebido pela classe médica. Segundo os médicos vienenses, o hipnotismo não era considerado um método científico.
Neste episódio, Freud conhece Joseph Breuner, que relata ter experiência com hipnose. Brauer convida Freud para trabalhar ao seu lado, e Freud começa a trabalhar com os histéricos.
Breuer relata o tratamento de Anna O. (cujo nome real era Bertha Pappenheim) utilizando a hipnose. Breuer atendeu Anna O. diariamente por mais de um ano.
Ele acreditava que, enquanto a paciente estivesse hipnotizada, ela se lembraria de experiências específicas que pudessem ter originado alguns dos sintomas. Breuer observava que, ao falar sobe as experiências dolorosas durante a hipnose, Anna O. se sentia aliviada dos sintomas. Ele se referia às conversas como cura da palavra.
Conforme prosseguiam as sessões, Breuer percebia que os incidentes de que Anna se lembrava estavam relacionados a pensamentos ou eventos que ela repudiava. Revivendo as experiências perturbadoras durante a sessão de hipnose, os sintomas eram reduzidos ou eliminados.
Estudos sobre Histeria ➠ Em colaboração com Joseph Breuer, Freud publicou: Estudos sobre Histeria, em 1895, afirmando que o sintoma toma o lugar de processos psíquicos suprimidos que não chegam à consciência. Ou seja, que o sintoma representa uma transformação ("conversão") de tais processos.
A eficácia terapêutica de seu procedimento foi explicada em função da descarga do afeto.
O caso de Anna O. foi importante para o desenvolvimento da Psicanálise, por ter apresentado a Freud o método catártico(eliminação dos sintomas através da vivência emocional de questões repulsivas excluídas da consciência).
Significado dos sonhos ➠ Em outro episódio, Freud atendia um jovem paciente, que dizia, em estado de transe hipnótico, que matara o pai porque amava a própria mãe, e começara a ter sonhos estranhos.
Assim, Freud começa a pensar no significado dos sonhos e fazer autoanálise, visto que Breuer não o aceita como paciente. Freud formula então o conceito do “Complexo de Édipo”, e mais tarde, a interpretação dos sonhos.
Freud cria uma teoria sobre a neurose, baseada em todos os casos já tratados, além de sua própria autoanálise. Segundo esta teoria, todos os traumas são ligados à sexualidade, ou seja, a sexualidade como causa da histeria.
Transferência ➠ A paciente Anna O., que parecia estar curada, tem uma recaída e cria uma gravidez psicológica. Brauer observa que Ana O. está apaixonada por ele e decide interromper o tratamento.
 
Este fenômeno revela a transferência, que na  teoria psicanalítica é a projeção de sentimentos relacionados às figuras parentais às pessoas em geral. Na seção psicanalítica, esses sentimentos são projetados para o psicanalista.
Neste caso específico de Anna O., a jovem transfere para Brauer a relação afetiva que tinha com o pai. Freud, então, passa a atender Anna, e conclui que, após a hipnose, os sintomas continuam. Assim, renuncia ao método catártico e abandona a hipnose. Freud continua tratando Anna O. e consegue levá-la a muitas lembranças em estado consciente.
A sexualidade e o inconsciente ➠ Durante uma seção, Ana O. confessa ter sido molestada pelo pai, que para silenciá-la, presenteia-a com uma boneca. Freud desconfia da veracidade deste relato em função do afeto que Anna O. demonstra para com a boneca.
Freud reconhece que, na realidade, o que ocorreu foi o inverso disto. Quando a jovem dizia que seu pai a molestou, na verdade ela queria possuir seu próprio pai. Ela levou esta fantasia para a vida adulta, sem saber administrar que se tornou um trauma.
Freud então muda sua teoria, pois descobriu que a maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida.
Suas descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e Freud desenvolve o segundo conceito mais importante da teoria psicanalítica: a sexualidade infantil. Breuer discorda de expor a teoria da sexualidade na infância ao conselho de médicos. Freud diz que vai seguir sozinho a partir de então.
Achados teóricos ➠ Freud desenvolveu uma arte de interpretação que objetiva tornar conscientes os conteúdos recalcados. A interpretação é direcionada para as associações livres, amnésias, assim como sonhos e as ações acidentais e fortuitas, e os erros cometidos na vida cotidiana. 
O livro A Interpretação dos Sonhos, publicado por Freud em 1900, deve ser visto como o precursor da introdução à teoria e técnica psicanalítica.
Em 1905, Freud publica Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, onde apresenta sua teoria sobre a sexualidade infantil, a importância da vida sexual para todas as atividades humanas e a ampliação do conceito de sexualidade, ou seja, não se restringe à genitalidade.
Nesta publicação, o primeiro grande conceito desenvolvido por Freud foi o de inconsciente. Freud assume que não há nenhuma descontinuidade na vida mental, que nada ocorre por acaso. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente.
HISTERIA ⇾ Os sintomas da histeria são: paralisias, anestesias e analgesia, perda de fala e rouquidão, amnésia, ilusões e alucinações. Podem ocorrer também pseudocrises, semelhante à crise epilética.
Na Antiguidade, atribuía-se como causa da histeria alguma alteração uterina. Acreditava-se que o útero se deslocava no interior do corpo da mulher, afetando o funcionamento dos outros órgãos e causando os sintomas. Por isso o nome "histeria", que deriva do grego hister, que significa útero.
Para a prevenção da histeria, recomendavam-se práticas de relação sexual e gestação. Ao longo da História, a doença esteve ligada de forma indissociável ao feminino e ao sexual. Na Idade Média, a histeria passou a ser definida como possessão pelo demônio, e as pacientes eram perseguidas como bruxas.
O paciente histérico caracteriza-se geralmente por apresentar um traço denominado "histriônico". Essa palavra estranha significa teatralidade. Assim, esse paciente costuma apresentar comportamento exagerado e dramático, como se estivesse representando um papel.
A classificação como histeria, na realidade, significava que a Medicina não podia tratar tais sintomas, visto não haver uma etiologia orgânica que os justificasse.
RELAÇÃO ENTRE EVENTOS
Freud começa a procurar e descrever as relações ocultas que ligavam um evento consciente a outro. Quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precederam, as conexões estão no inconsciente.
 
Uma vez que as relações inconscientes são descobertas, a aparente descontinuidade é elucidada. Em suas investigações na prática clínica sobre as causas e funcionamento das neuroses, Freud descobre que a maioria de pensamentos e desejos recalcados refere-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida.
 
Na infância estavam as experiências reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas na vida adulta. Assim, as ocorrências deste período de vida deixam marcas profundas na estruturação da personalidade.
CONCEITOS SOBRE SEXUALIDADE
As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e é desenvolvido o segundo conceito mais importante da teoria psicanalítica: a sexualidade infantil.
 
A sexualidade como busca de prazer existe desde o princípio de vida, logo após o nascimento, e não só a partir da puberdade, como afirmavam as ideias dominantes.
 
O desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo, até chegar à sexualidade adulta, onde a reprodução pode estar associada ao prazer, tanto no homem como na mulher. Esta afirmação contraria as ideias dominantes de que o sexo estava associado exclusivamente à reprodução.
 
Estas afirmações tiveram profundas repercussões na sociedade puritana da época, pela concepção vigente de infância como “inocente e pura”.
PSICANÁLISE HOJE
Atualmente, a Psicanálise trata seus pacientes da seguinte maneira: convida-os a se deitarem de costas num sofá (divã), comodamente, enquanto o psicanalista senta-se numa cadeira por trás dele, fora de seu campo visual.
Freud propõe a associação livre, ou seja, o paciente deve falar tudo o que vier à sua cabeça. Assim, espera que sejam expostos os pensamentos involuntários, considerados perturbadores e postos de lado, e que costumam se manifestar.
RECALQUE OU RECALCAMENTO
Espera-se que apareçam também as lacunas de memória, as confusões e as falhas. Essas memórias costumam vir acompanhadas de críticas e de mal-estar. Assim, Freud conclui que essas amnésias são resultado de um processo que ele chama de recalcamento, que leva as informações para o inconsciente e funciona para reduzir o desprazer de ter aquela lembrança na consciência.
Quanto maior a dificuldade de lembrar, ou falar, maior a confusão e os enganos, e maior a resistência*.
*
Força que tenta manter o conteúdo recalcado
.O fator da resistência tornou-se um dos fundamentos de sua teoria. Quando se dispõe de um procedimento que permite partir das associações até o recalcado, pode-se tornar acessível à consciência o que era antes inconsciente.
1ª TÓPICA FREUDIANA
A primeira teoria do aparelho psíquico baseia-se em uma concepção energética onde o acúmulo de energia gera tensão e é identificado como desprazer, e por isso, tende a provocar uma descarga energética que é sentida como prazer.
Segundo Freud, o objetivo de todo comportamento é o prazer, ou seja, a redução da tensão através da liberação da energia acumulada.Se a energia é bloqueada para um canal de expressão, ela encontrará outro: a princípio, aquele que oferece menor resistência. Assim, se a energia é bloqueada para propósitos sexuais, será liberada de acordo com o que é possível diante da estrutura da personalidade ou aparelho psíquico.
Já a primeira teoria psicológica foi a de uma concepção topológica: consciente, pré-consciente e inconsciente. (!)
OBS.: Segundo Freud, os homens não são criaturas gentis e generosas, que agridem apenas quando atacados. Freud acreditava que todas as atividades científicas, artísticas e culturais eram expressão da energia sexual que era impedida de se expressar de maneira direta, em função da pressão social.
CONSCIENTE O consciente é somente uma pequena parte do aparelho psíquico, e inclui tudo do que estamos cientes num dado momento. O nível consciente refere-se às experiências que a pessoa percebe, incluindo lembranças e ações intencionais.
A consciência funciona de modo realista, de acordo com as regras do tempo e do espaço. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava pré-consciente e inconsciente.
Freud recorre à imagem do iceberg para ilustrar a enorme dimensão da região inconsciente, visto que, segundo, ele só teríamos acesso a uma pequena parte dos conteúdos psíquicos.
PRÉ-CONSCIENTE É uma parte do inconsciente, e pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos são facilmente acessíveis fazem parte do pré-consciente. Estas podem incluir lembranças de ontem, as ruas onde moramos, certas datas comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de certos perfumes e uma grande quantidade de outras experiências passadas.
O pré-consciente é como uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções.
INCONSCIENTE A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais, e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente.
"Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja existência somos obrigados a supor - devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos - mas do qual nada sabemos" (Freud, 1933, lv. 28, p. 90, edição brasileira).
No inconsciente estão aspectos não acessíveis à consciência. Além disso, há material que foi excluído da consciência, recalcado e reprimido. Repressão refere-se a uma ação que é exercida sobre alguém, a partir da exterioridade; enquanto o recalque designa aquele que seria um processo intrínseco ao próprio eu.
PROCESSO INTERNO ACONTECIMENTOS EXTERNOS
O termo, enquanto um processo interno, é recalque ou recalcamento. Embora o processo seja interno, não prescinde de forma alguma dos acontecimentos externos pelos quais passa o indivíduo ao longo da sua própria vida, tais como a censura e a lei. Estes estariam representando os aspectos “externos” ao sujeito.
O material excluído da consciência não é esquecido nem perdido, mas é impedido de ser lembrado. O inconsciente é atemporal. Memórias muito antigas, quando liberadas à consciência, podem mostrar que não perderam nada de sua força emocional.
PULSÕES (!)
Assim, a maior parte do aparelho psíquico é inconsciente. Ali estão os principais determinantes da personalidade, a origem da energia psíquica: as pulsões. As pulsões são forças que estimulam o corpo a liberar energia mental.
Nunca se percebe tão claramente a pulsão no comportamento quanto nos momentos em que parece estar em jogo uma satisfação cega. Quer dizer: nos momentos em que o sujeito se satisfaz colocando em risco seu próprio bem, ou nos momentos em que não sabe que está se satisfazendo, mas está.
PULSÃO Exigência constante de satisfação feita ao aparelho psíquico por sua ligação com o corpo.
A pulsão opõe-se ao estímulo, por ser constante. Ela é também uma exigência interna, ou seja, sua fonte é somática.
A origem da pulsão é corporal e o destino é psíquico.
DUALISMOS PULSIONAIS O animal deve ter sempre um modo de garantir sua própria sobrevivência e a sobrevivência da espécie. Nos seres humanos, essas exigências entram em conflito.
Ex.: Para ser amada pela mãe, de quem depende para sobreviver, a criança aprende que não deve satisfazer certos impulsos. (!)
FREUD TRABALHOU COM DOIS DUALISMOS PULSIONAIS (!)
PRIMEIRO DUALISMO PULSIONAL O animal deve ter sempre um modo de garantir sua própria sobrevivência e a sobrevivência da espécie.
Nos seres humanos, essas exigências entram em conflito. O resultado final deve ser um equilíbrio dinâmico.
Exemplo: Para ser amada pela mãe, de quem depende para sobreviver, a criança aprende que não deve satisfazer certos impulsos.
SEGUNDO DUALISMO PULSIONAL Freud faz conflitar duas formas de satisfação: uma que exige investimento e ligação de libido em novas representações e outra que exige desligamento e desinvestimento. No caso da pulsão de morte, teríamos o além do princípio do prazer.
PULSÃO DE VIDA Refere-se à autopreservação. Esta forma de energia manifesta é chamada de libido.
PULSÃO DE MORTE É uma força contrária. Uma pulsão sexual existente desde o nascimento, a força motivadora do comportamento.
FUSÃO DAS PULSÕES Enquanto fundidas com as pulsões de vida, as pulsões de morte não são destrutivas. É apenas quando se tornam isoladas que levam à compulsão à repetição e destruição. (!)
POSIÇÃO EDÍPICA = COMPLEXO DE ÉDIPO Surge na fase fálica, em torno dos 4 ou 5 anos.
RESOLUÇÃO DO COMPLEXO DE ÉDIPO A a rivalidade com o pai é recalcada e o menino se identifica com pai, passando a desejar ser igual a ele, para ter a atenção da mãe. Isso o leva a entrar na cultura, desejando ter o time do pai, ter a mesma profissão, etc.
A menina, como se sente despossuída, se volta para o pai e fica enamorada por ele. Desejando até a ter um filho com o pai para compensar o falo perdido.
Tudo isso passa a existir apenas no inconsciente.
TEORIA DA CASTRAÇÃO A percepção da diferença é profundamente traumática para a criança e provoca o recalcamento (repressão) de toda a sexualidade infantil, abrindo caminho para a fase de latência, quando a sexualidade ficará adormecida.
O Édipo e as anteriores fixações eróticas sucumbem ao recalque, passando a existir apenas no inconsciente. Continuarão, assim, influenciando nosso comportamento amoroso, embora sem que tenhamos consciência disso. (!)
LATÊNCIA E GENITALIDADE Ocorre na puberdade / adolescência (dos 6 aos 13) e a genitalidade é notada com a vagina passando a fazer parte da troca sexual. (!)
O que está no inconsciente pressiona por satisfação, porém só pode se satisfazer após passar pela censura do pré-consciente.
Reflexos de nossos anseios recalcados ligados às fases do desenvolvimento sexual infantil continuam pressionando por satisfação, que será obtida pela sublimação ou pelo sintoma (formação de compromisso).
2ª TÓPICA FREUDIANA (!)
ID Sede das pulsões; dos instintos*. Inteiramente inconsciente. (Em alemao = eu)
EGO Responsável pela motricidade. Administra as demandas contraditórias feitas pelo Id, pelo superego e pela realidade. (Em alemao = ISSO)
Tem aspectos consciente e inconsciente.
É o mediador do desejo do ID e a censura do Superego. Regido pelo princípio da realidade (tenta evitar o desprazer considerando a realidade). Introduz os dados da realidade. É pensamento.
SUPEREGO Representa a consciência moral e exige que o sujeito atenda aos ideais sociais.
Tem aspectos consciente e inconsciente. (Em alemao = SUPEREU)
OBS.: Id é inteiramente inconsciente. O ego e o superego também têm aspectos inconscientes.
*
 No homem, a força do instinto opera de forma diferente em cada um, é a pulsão. A pulsão é o instinto singularizado em cada sujeito.
 É uma força que nos leva a fazer algo que nos satisfaz.
Pulsão não é o biológico, é um conceito limite entre o psíquico e o somático. Envolve sempreaspectos mentais.
PROCESSOS E PRINCÍPIOS DE REGULAÇÃO DO PSIQUISMO (!)
No inconsciente vigoram o princípio do prazer e o processo primário. O psiquismo busca de todo modo evitar o desprazer e o investimento de libido é feito de modo desconectado com as exigências da realidade.
O processo de realidade entra em vigor pois, caso não leve em conta a realidade, o psiquismo não consegue tampouco evitar o desprazer. Exemplo: na alucinação, o psiquismo busca uma satisfação imediata, porém sem sucesso.
Já no processo secundário, o investimento de libido nas representações é feito de modo regrado e não livre como no processo primário.
DUALISMO CARTESIANO "Penso, logo existo”, disse Descartes em 1596-1650  ao afirmar que no cérebro se encontra a alma, a consciência superior do homem. Descartes afirmava que matéria e espírito são duas essências da vida que o homem não poderia juntar. Mas o seu cérebro, sim. Essa é a ideia do dualismo cartesiano.
REDUCIONISMO É o nome dado a teorias correlatas que afirmam, grosso modo, que objetos, fenômenos, teorias e significados complexos pode ser sempre reduzidos, ou seja, expresso em unidades diferentes, a fim de explicá-los, a suas partes constituintes mais simples.
INTROVERSÃO É a característica de um indivíduo que é voltado para si mesmo de forma que absorva informações externas, mas não as repassa com facilidade, ou seja, pensa muito antes de ter qualquer tipo de ação. Um indivíduo extrovertido é comunicativo, sociável e ainda relata para o mundo tudo o que sabe, e pode ser ansioso por causa da sua necessidade de comunicação.
AULA 4: A ABORDAGEM PSICANALÍTICA. A SEGUNDA TÓPICA FREUDIANA 
Objetivo
1- Conhecer a estrutura psíquica segundo Freud;
2- Aprender a importância da infância na estrutura de personalidade;
3- Conhecer alguns mecanismos de defesa inconscientes do ego.
O CASO DO PEQUENO HANS
Hans era o filho de um médico conhecido de Freud. Sua esposa e mãe do menino tinha sido sua paciente. O pai relata que, no começo, Hans demonstrava um grande interesse em seu órgão sexual, que chamava de “pipi”, e gostava de exibi-lo.
Reparava nos animais e diferenciava os seres animados dos inanimados pela existência ou não do genital, reparando inclusive na proporcionalidade ao tamanho do corpo.
Hans dormia com os pais e, na ausência do pai no período de férias, apenas com sua mãe. Este fato pode ter causado uma superestimulação e um erotismo precoce. Quando sua mãe o vê se tocando, ameaça-o levá-lo ao médico para “cortar fora seu pipi”.
Você imagina que tipos de experiências podem ter intensificado a fantasia de castração de Hans?
COMPLEXO DE ÉDIPO E MEDO DA CASTRAÇÃO (!)
Hans apresenta mudanças estruturais de comportamento: sentia vergonha de exibir seu genital, e a fobia é eliminada.
Neste caso conhecido como "Pequeno Hans", Freud examina o desenvolvimento e a resolução de uma fobia num menino de cinco anos. O caso revela-se importante para a comprovação das teorias de Freud sobre a relação entre a sexualidade infantil e a origem das neuroses, desenvolvida nos Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade.
Trata-se da primeira aplicação terapêutica da Psicanálise à criança, visto que a teoria sobre o desenvolvimento infantil foi desenvolvida a partir de pacientes adultos. Freud identifica em Hans a ocorrência do complexo de Édipo e o medo da castração.
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD
Além da primeira tópica: consciente, inconsciente e pré-consciente, Freud desenvolve a segunda tópica que, juntamente com a primeira, compõe a estrutura psíquica. Essa tópica é representada graficamente pela metáfora do iceberg.
ID Fonte da energia oriunda das pulsões – as motivações e desejos mais primitivos do ser humano. Para Freud, em grande parte, esses desejos seriam de caráter sexual, ou seja, baseados na busca do prazer e evitação da dor.
O id não conhece a lógica, a realidade ou a moral. É cego, irracional, antissocial e egoísta. Por isso diz-se que o id é regido pelo princípio do prazer. É totalmente inconsciente e impõe a satisfação imediata dos impulsos. Caso isso não ocorra, surgem as frustrações.
EGO Estrutura psíquica que inclui o conjunto de processos psíquicos e de mecanismos através dos quais o organismo entra em contato com a realidade.
O ego se desenvolve no início da vida da criança, antes do superego, inicialmente apenas para atender às exigências do id diante da realidade.
Por exemplo: a criança quer o pirulito, e a mãe fala: “só depois do almoço”. A criança chora e esperneia na tentativa de satisfazer o id, mas ganha uma palmada da mãe, e recebe o pirulito somente depois do almoço.
A criança então, da próxima vez, fala para a mãe: “eu quero o pirulito depois do almoço”. O id continua querendo o pirulito imediatamente, mas o ego resolve adiar o prazer em função das imposições da realidade. Por isso diz-se que o id é regido pelo princípio da realidade.
A terceira instância da personalidade encontra-se em oposição ao id.
SUPEREGO Normas e valores sociais do grupo no qual o indivíduo foi criado e está inserido.
Esta instância exige um comportamento correto e impecável. Caso isso não ocorra, surge a culpa.
As exigências do superego se opõem quase sempre aos desejos do id.
Surge na fase fálica (3 a 5 anos).
ENTENDENDO O PROCESSO
O constante conflito entre o superego e o id incide diretamente no ego, já que ambos exigem determinados comportamentos muitas vezes contraditórios. Pode-se dizer que, para Freud, a personalidade consiste basicamente neste conflito entre os desejos e as normas interiorizadas da sociedade. Enquanto o id busca o prazer, o superego busca a perfeição.
	ESTRUTURA
	NÍVEL PSÍQUICO
	FUNÇÕES
	ID
	Totalmente Inconsciente
	É o reservatório da energia psíquica, da libido e condiciona fortemente os acontecimentos psíquicos.
Irracional e impulsivo procura o prazer alheio à realidade e à moral.
	EGO
	Parcialmente
Inconsciente
	Representante da realidade e do mundo externo, deriva do Id, procurando do possível satisfazer os seus impulsos. Também procura satisfazer as exigências morais do Superego. Conseguir o equilíbrio de forças contrárias é tarefa árdua para o Ego.
	SUPEREGO
	Parcialmente
Inconsciente
	Interiorização da autoridade dos pais, é constituído por normas e ideais morais. Procura através do Ego controlar o ID. Aspira à perfeição moral e tende a reprimir de forma severa as infracções à moralidade.
EGO: SEMPRE CONSCIENTE?
Um dos erros mais comuns é acreditar que o ego freudiano é sempre consciente. É certo que a maior parte dos processos do ego são conscientes, mas nem todos o são. Freud chegou a esta conclusão ao observar que, em certas ocasiões, alguns desejos procedentes do id são rejeitados e recalcados pelo ego, sem que o sujeito tenha consciência alguma dos desejos, nem da sua rejeição.
O ego amadurecido procura atender os desejos do id ao tomar consciência deles. Já um ego infantil e neurótico, ao contrário, resiste a trazê-los à consciência, defendendo-se contra eles através do recalcamento ou da utilização dos mecanismos de defesa.
Um ego maduro e adulto não teme os desejos do id, o que não significa que os satisfaça a todo o momento, e sim que toma consciência deles e avalia as possibilidades diante da realidade e da pressão do superego.
OS MECANISMOS DE DEFESA DO EGO (!)
DESEJO INCONSCIENTE
Freud afirmou que o desejo inconsciente é indestrutível. Sua ideia era de que como muitos dos impulsos originais sofreram recalque (repressão), eles passam o resto da vida pressionando acesso à consciência para obter satisfação. Os mecanismos de defesa servem para impedir que o desejo inconsciente penetre na consciência.
PROCESSO: Segundo a dinâmica do funcionamento psíquico, o conflito resultante da força da pulsão do id, somado à ameaça provocada pelo superego, resulta em ansiedade para o ego. Diante da ameaça, o ego recorre a mecanismos de defesa inconscientes como forma de se proteger contraa ansiedade.
Os mecanismos de defesa apresentam-se em todas as pessoas, e só se tornam anormais quando aparecem excessivamente. Manifestado em um dado momento, este mecanismo depende da situação específica e das características da pessoa naquele momento.
O SINTOMA E A SUBLIMAÇÃO: Alguns desses impulsos desejantes originais são sublimados, isto é, obtém satisfação de modo indireto. Outros somente encontrarão satisfação no sintoma, que será uma formação de compromisso.
FORMAÇÃO DE COMPROMISSO: Freud indica que o ego, tendo que administrar demandas contraditórias, encontra um modo de atender tanto ao Id quanto à realidade e ao Superego. O sintoma é resultado disso e, embora faça sofrer, é também um modo de obter satisfação.
O sujeito normal está sempre em falta.
PROJEÇÃO Consiste em atribuir ao outro os desejos, afetos ou comportamentos inaceitáveis em nós.
Exemplos: A pessoa infiel constantemente atribui essa característica aos outros; aquela pessoa que diz: “Fulano não suporta críticas”, quando é ela mesma que tem essa dificuldade.
DESLOCAMENTO Quando o sujeito transfere pulsões e emoções do seu objeto para um substitutivo.
Exemplos: O funcionário que sofre de humilhações do chefe no emprego e é agressivo ao chegar em casa; a criança que desloca a cólera sentida pelos pais para a boneca ou o cachorro.
RECALQUE (REPRESSÃO) O recalque separa afeto e representação e impede o acesso à consciência de um representante pulsional (instintual).
Base de todos os outros mecanismos de defesa. Consiste em afastar da consciência um afeto, uma ideia, um desejo ou experiência.
Os conteúdos recalcados, apesar de inconscientes, continuam presentes e tendem a aparecer de forma disfarçada (sonhos, atos falhos, lapsos de linguagem etc.).
SUBLIMAÇÃO Em função das restrições do superego, a pulsão é transferida para outras atividades socialmente valorizadas.
Um homem pode encontrar satisfação para seus impulsos agressivos tornando-se um lutador, um jogador de futebol ou até mesmo um cirurgião.
Para Freud, as obras de arte, as ciências, a religião, as invenções, as ações políticas, a literatura e as obras teatrais são sublimações, ou modos de substituição, do desejo sexual.
FORMAÇÃO REATIVA O sujeito superinveste as representações opostas ao desejo inconsciente. Típicas formações reativas são o nojo, a vergonha e a moralidade. Quando uma pessoa sente ou valoriza demais um desses três ou os três, está tentando se defender dos impulsos opostos que existem em si.
Tendências consideradas inaceitáveis, que fazem com que a pessoa apresente comportamentos opostos às pulsões.
Assim, uma pessoa pode ser demasiado amável e atenta com alguém que odeia ou demonstrar uma excessiva caridade para esconder um sadismo latente.
Uma pessoa submissa e dócil pode esconder um desejo violento de domínio. Uma pessoa extremamente moralista teria desejos totalmente libidinosos. Os homofóbicos teriam desejos homossexuais.
RACIONALIZAÇÃO Dar uma fachada de razão a uma defesa contra o desejo inconsciente. O sujeito explica muito bem, para não sentir / pensar o que lhe incomoda.
Encontrar razões lógicas ou aceitáveis do ponto de vista moral para justificar comportamentos duvidosos.
Exemplo: Estudante cria o hábito de colar nas provas dizendo, para se justificar, que não teve tempo de estudar.
ISOLAMENTO Consiste em retirar a emoção que acompanha pensamentos ou experiências desagradáveis.
Exemplo: Contar que foi estuprada com total indiferença.
NEGAÇÃO Negar algo que lhes incomoda. Na negação, ocorre que o sujeito deixa o desejo inconsciente chegar à consciência, desde que negando-o.
Exemplo: “A última coisa que eu quero é namorar aquele homem!”. Reparem que na frase aparece “Eu quero namorar aquele homem”, embora com um “não” na frente...
DESENVOLVIMENTO
Segundo Freud, a maioria dos aspectos significativos da personalidade no adulto são formados nos primeiros cinco anos, do desenvolvimento psicossexual.
Nos Três Ensaios Sobre a Sexualidade, Freud postulou o processo de desenvolvimento psicossexual, segundo o qual o corpo é erotizado, isto é, torna-se fonte de prazer. Em cada fase do desenvolvimento, o prazer localiza-se em uma parte específica do corpo chamada zona erógena.
Em cada fase observa-se um momento crítico e fundamental para o desenvolvimento. A forma de lidar com esses momentos pode representar um desenvolvimento contínuo ou a fixação naquela fase.
Freud usa o termo fixação para descrever o que ocorre quando uma pessoa permanece em uma determinada fase, e a busca de satisfação se mantém naquela parte do corpo. O direcionamento da libido em cada estágio, a gratificação e a experiência emocional da criança estabelecem a estruturação da personalidade futura.
Assim, Freud divide o desenvolvimento nas seguintes fases:
FASES DO DESENVOLVIMENTO
FASE ORAL (1º ano de vida). A zona de erotização é a boca. O prazer está ligado à ingestão de alimentos e à excitação da mucosa e dos lábios, e por isso, a criança leva tudo à boca.
A pulsão básica do bebê é receber alimento para atenuar as tensões de fome e sede. Enquanto é alimentada, a criança é também acalentada e acariciada. Desta forma, ela associa prazer e redução da tensão à amamentação.
O momento crítico é a dentição. No início da fase oral, a criança é passiva, e a forma com que a mãe lida com a amamentação e o dente do bebê é significativa para o desenvolvimento emocional deste, especialmente a sua forma de lidar com a agressividade.
É comum que alguma energia permaneça fixada na boca. Em adultos, observa-se a manutenção no prazer oral em comportamentos tais como: comer, chupar, lamber, beijar, beber, falar, fumar, roer unha etc. Esses comportamentos em excesso podem representar fixação na fase oral, pessoas cuja maturação psicológica pode não ter se desenvolvido.
FASE ANAL (2º ano de vida). A zona de erotização é o ânus, relacionado à questão do controle dos esfíncteres (anal e uretral). Este controle revela-se um ponto crítico nesta fase do desenvolvimento. Geralmente no segundo ano, as crianças aprendem a controlar os esfíncteres anais e a bexiga. A obtenção do controle fisiológico é ligada à percepção de que esse controle é uma nova fonte de prazer.
As crianças aprendem que o crescente nível de controle lhes traz atenção e elogios por parte de seus pais. O interesse dos pais no treinamento da higiene permite à criança exigir atenção tanto pelo controle bem-sucedido quanto pelas dificuldades. A criança inicialmente gosta de observar suas fezes na privada, na hora de dar a descarga, e às vezes dizem-lhes adeus. Não é raro uma criança oferecer como presente a seu pai ou mãe parte de suas fezes.
Tendo sido elogiada por produzi-las, a criança pode surpreender-se ou confundir-se no caso de seus pais reagirem ao presente com repugnância. O treino da higiene é muito significativo no desenvolvimento emocional da criança. Características adultas que estão associadas à fase anal são ordem e obstinação. A fixação caracteriza-se por rituais compulsivos, excesso de controle, avareza etc.
FASE FÁLICA (Entre os 3 e 5 anos). Fase caracterizada pelo período em que a criança se dá conta das diferenças sexuais. Nesta fase, acontece o que Fred chama de Complexo de Édipo, e é em torno dele que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo.
Complexo de Édipo ⇾ A mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai (ou a figura masculina que o represente) é percebido como o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Esta fase caracteriza-se pelo desejo da criança de ir para a cama de seus pais e pelo ciúme da atenção que seus pais dão um ao outro, em vez de dá-la a ela. (!)
Freud acreditava que todo menino revive um drama interno similar: ele deseja possuir sua mãe e matar seu pai. Ele também teme seu pai e receia ser castrado por ele.
FASE DA LATÊNCIA (Entre os 6 e 11 anos). Nesta fase, não se identifica uma zona específica de erotização, a energia libidinal está investidaem um objeto outro, que não o próprio corpo. A libido sexual está adormecida, em prol de outros investimentos.
A libido sexual é deslocada para atividades socialmente aceitáveis.
Este período é caracterizado ainda pela mudança qualitativa na relação da criança com seus pais, a partir do processo de superação do Complexo de Édipo.
Solução do Complexo de Édipo ⇾ O menino resolve procurando assemelhar-se ao pai, na esperança de um dia ter o amor que o pai recebe. 
Escolhe-o como modelo de comportamento e passa a internalizar as regras e as normas sociais impostas pela autoridade paterna (forma-se assim o superego).
Neste sentido, o superego é o herdeiro da resolução do complexo de Édipo. Por medo do pai, o menino “desiste” da mãe, isto é, o desejo pela mãe é substituído pelo interesse no mundo social e cultural. Inicia-se o uso da sublimação como mecanismo de defesa.
Este mesmo processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificação. (!)
Um tempo em que os desejos sexuais da fase são recalcados com sucesso, pelo superego. Durante ele, o desejo sexual torna-se inconsciente. Nesse período da vida, depois que a primeira eflorescência da sexualidade feneceu, surgem experiências como vergonha, repulsa e moralidade, resultado da relação.
FASE GENITAL A fase final do desenvolvimento biológico e psicológico ocorre com o início da puberdade e o retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais.
Neste momento, meninos e meninas tornam-se conscientes de suas identidades sexuais distintas e passam a buscar formas de satisfazer suas necessidades e conseguem amar e trabalhar.
FREUD E A SUBJETIVIDADE
Fundamental no pensamento de Freud é a ideia de conflito. O psiquismo humano é essencialmente conflituoso e dividido e tudo que temos acesso na consciência é o resultado final de um jogo de forças econômico, topográfico e dinâmico. Uma explicação metapsicológica deve contemplar esses três planos do funcionamento psíquico.
TRANSFERÊNCIA Na medida em que algumas satisfações são sempre encontradas via caminhos alternativos, pode-se dizer que certos impulsos se transferem de uma representação para outra.
Se o analista irá trabalhar com a transferência, é exatamente porque sabe que a transferência é uma propriedade do psiquismo e que necessariamente aparecerá também durante o tratamento. (!)
AULA 5: TEORIA BEHAVIORISTA – CONDICIONAMENTO CLÁSSICO E OPERANTE
Objetivo
1- Conhecer os principais representantes do Behaviorismo;
2- Aprender sobre os princípios da teoria de personalidade behaviorista;
3- Diferenciar o Behaviorismo metodológico de Watson do Behaviorismo radical de Skinner.
O comportamentalismo é um modo de seguir estritamente a perspectiva epistemológica que orienta o positivismo.
O positivismo é um modo de pensar o que deve ser a ciência e as práticas científicas. Ou seja: como se produz conhecimento científico.
Para o comportamentalismo, o objeto da psicologia deve ser o comportamento e não a mente ou a consciência. O objeto de uma ciência deve ser publicamente observável.
A mente ou a consciência só podem ser observadas pelo próprio sujeito, por introspecção, método não científico para a perspectiva comportamentalista. (!)
MANIFESTO BEHAVIORISTA Lançado por John Watson (1878 -1958). O principal ponto de ataque era o estruturalismo tanto por seu objeto quanto por seu método.
Para o comportamentalismo, pode-se pensar a personalidade ou mesmo tratar aspectos patológicos desta sem referências a aspectos neuroquímicos ou mentais.
A TÁVOLA RASA Radicalmente empirista, o comportamentalismo parte do princípio de que o homem ao nascer é uma página em branco e sua personalidade será sempre um efeito das experiências que teve dos estímulos que recebeu. (!)
O CONDICIONAMENTO CLÁSSICO OU RESPONDENTE 
O comportamento do indivíduo é mantido em função do reforço obtido; 
Influência do estímulo neutro que é associado à resposta.
REFLEXO CONDICIONADO (!)
No final do século XIX, o fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936), ao estudar a relação entre a intensidade do estímulo e da resposta, descobriu o reflexo condicionado. Esta descoberta lhe rendeu o prêmio Nobel em 1904.
O reflexo condicionado foi descoberto acidentalmente. Influenciado pela teoria da evolução de Darwin, Pavlov realizava experimentos com cães.
Ele abria uma fístula próxima à glândula salivar dos cães, por onde passava uma cânula que recolhia a saliva produzida pelo animal. O cachorro secretava saliva involuntariamente sempre que recebia comida na boca.
Este método permitiu a observação, a medição e quantificação do material colhido. Pavlov percebeu que a saliva era secretada mesmo antes de o animal receber a comida. Os cães salivavam ao ver a comida ou ouvir som dos passos do assistente que os alimentava. Pavlov descobriu que o animal tinha associado a comida ao assistente que lhes trazia a comida.
RESPOSTA REFLEXA A salivação é uma resposta reflexa inata, isto é, o organismo responde involuntariamente salivando quando a comida é colocada na boca.
Desta forma, não precisa aprendizagem, mas a salivação diante do assistente não é reflexo inato. Por isso, Pavlov chama de reflexo condicionado (ou reflexo psíquico, inicialmente).
Este reflexo é condicionado porque depende da associação experimentada pelo animal entre a comida e o assistente.
Estímulo Incondicionado Não é necessário nenhum tipo de condicionamento para que ele venha a eliciar a resposta reflexa.
🔔 Comida provoca resposta incondicionada: salivação.
Estímulo Neutro É o que não tem nenhum efeito sobre o comportamento do indivíduo, isto é, a ele não foi associado nenhum reflexo.
🔔 Campainha, apito, luz (não provoca resposta). Depois de associar o estímulo incondicionado ao estímulo neutro, o estímulo, antes neutro torna-se condicionado.
Estímulo Condicionado Que elicia a resposta por um condicionamento. É Estímulo Neutro antes do emparelhamento.
🔔 Campainha que passa a provocar a resposta condicionada: salivação.
GENERALIZAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO
Além de estudar a formação das respostas condicionadas, Pavlov pesquisou também a extinção da resposta, a recuperação espontânea, a generalização, a discriminação e o condicionamento de ordem superior.
GENERALIZAÇÃO A resposta é provocada por estímulos semelhantes ao condicionado.
🔔 Ex.: Se o condicionamento for feito com lâmpada branca de 40 volts, o animal poderá salivar também diante de uma lâmpada de 100 volts ou ainda de outra cor.
DISCRIMINAÇÃO A resposta é provocada apenas pelo Estímulo Condicionado.
🔔 Ex.: Se o condicionamento for feito por uma campainha de tipo “blim-blom”, a resposta não ocorrerá diante do som de outras campainhas diferentes.
É POSSÍVEL DESFAZER O CONDICIONAMENTO? COMO?
É muito comum pensar que, se não apresentarmos mais a campainha, o animal deixará de salivar, mas isto é um engano.
Na verdade, para se extinguir o condicionamento, deve-se expor o animal à campainha sem a comida. Depois de algumas vezes, ele desfará a ligação entre comida e campainha, deixando assim de salivar diante da campainha.
RECUPERAÇÃO ESPONTÂNEA É possível que, depois da extinção, a resposta volte a ocorrer. Neste caso, fazendo-se a extinção novamente, esta será mais rápida.
Pavlov propõe a ideia de que o reflexo condicionado poderia ter um papel importante no comportamento humano e na educação, e logo sua descoberta tornou-se base para uma nova corrente psicológica: o Behaviorismo, fundado por John Watson em 1913.
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO OU CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO OU CONDICIONAMENTO RESPONDENTE (!)
"Deem-me uma dúzia de crianças sadias, bem constituídas e a espécie de mundo que preciso para educá-las, e eu garanto que, tomando qualquer uma delas, ao acaso, prepará-la-ei para se tornar um especialista que eu selecione: um médico, um comerciante, um advogado e, sim, até um pedinte ou ladrão, independentemente dos seus talentos, inclinações, tendências, aptidões,assim como da profissão e da raça dos seus antepassados" (Watson, 1913).
John Broadus Watson estudou as descobertas feitas por Pavlov e desenvolveu pesquisas com o comportamento de animais e de crianças.
Em 1913, publicou o artigo intitulado Psicologia: Como os Behavioristas a Veem, expondo suas ideias e estabelecendo as bases da nova corrente da Psicologia: o Behaviorismo (ou Comportamentalismo).
 
O objetivo de Watson era tornar a Psicologia uma ciência objetiva. Para tanto, ela devia limitar-se ao estudo dos comportamentos observáveis passíveis de descrição objetiva e experimentação.
 
A Psicologia de Watson rejeitava conceitos mentalistas, tais como mente e consciência.
Watson não nega a existência da consciência, nem a possibilidade de o indivíduo se auto-observar. Defende, porém que a introspecção não é um método científico, e a consciência não pode ser estudada de forma científica.
DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA Joseph Wolpe, psiquiatra sul-africano, desenvolveu uma técnica específica para a fobia, inspirado nas pesquisas de Watson.
 
O paciente é primeiramente treinado em técnicas de relaxamento profundo. Em seguida, o terapeuta ajuda-o a expor-se de forma imaginária ou real, de maneira gradual e sistemática, ao objeto ou situação temido.
 
Este processo permite a dessensibilização. Sendo assim, a fobia tende a desaparecer em pouco tempo.
THORNDIKE: BASE DO CONDICIONAMENTO OPERANTE
Em uma série de experimentos, Edward Lee Thorndike colocava um gato faminto em uma caixa feita de ripas de madeira, chamada caixa-problema. Deixava a comida do lado de fora da caixa como um incentivo para aquele que conseguisse escapar.
 
O gato tinha de puxar uma alavanca ou corrente e, às vezes, repetir várias vezes a manobra para afrouxar o trinco e conseguir abrir a caixa.
 
No início, o gato exibia comportamentos aleatórios, até que acabava destravando a porta. Nas experiências seguintes, os comportamentos aleatórios mostravam-se menos frequentes, até que o gato aprendia a sair da caixa.
APRENDIZAGEM POR ENSAIO E ERRO
Thorndike registrava o tempo decorrido do instante em que o gato era colocado na caixa até o momento em que ele conseguia sair. Assim que a aprendizagem se concretizava, esse intervalo diminuía significativamente.
 
O psicólogo escreveu sobre uma tendência em “gravar” ou “apagar” as respostas de acordo com o êxito ou o fracasso das consequências. As respostas que não resultam na abertura da porta para o gato sair da caixa tendiam a desaparecer. As respostas que conduziam ao êxito eram gravadas depois de algumas repetições.
Esse tipo de aprendizagem passou a ser conhecido como aprendizagem por ensaio e erro, embora Thorndike preferisse chamá-lo de tentativa e sucesso acidental.
 
LEI DO EFEITO A partir de suas experiências, Thorndike criou a lei do efeito. Segundo esta lei, os atos que produzem satisfação em determinada situação tornam-se associados a ela; quando a situação se repete, o ato tende a ocorrer.
CONDICIONAMENTO OPERANTE DE SKINNER (!)
Skinner concluiu que os eventos ambientais controlam o comportamento. Desta forma, organizou um constructo teórico que priorizou a explicação de um comportamento sem a necessidade de alusão à fisiologia e/ou constructos internos da personalidade. Autor pertencente ao neobehaviorismo, estudou a aprendizagem e o desenvolvimento de leis do condicionamento do comportamento humano.
LEI DA AQUISIÇÃO A força de um operante pode aumentar se este for seguido da apresentação de um estímulo reforçador (ênfase no reforçamento). (!)
Burrhus Frederic Skinner partiu de onde Thorndike havia parado. Diferentemente de Thorndike, que preferia gatos, Skinner usava predominantemente ratos e pombos como sujeitos experimentais.
LEI DO EFEITO Define o comportamento operante e suas contingências.
As ações que têm resultados agradáveis para o animal (incluindo o homem) tendem a se repetir, enquanto que as que têm resultados desagradáveis, tendem a desaparecer.
O psicólogo americano Skinner aprimorou as descobertas de Thorndike, estudando detalhadamente os efeitos da frequência das consequências sobre o comportamento dos animais.
Também desenvolveu uma caixa experimental, porém a sua era menor. Ela continha um vidro transparente na frente, uma barra do lado direito que, quando pressionada, fornecia comida, um local para o fornecimento de comida, uma luz e um alto-falante que poderiam ser acionados, e um piso metálico eletrificado que emitia pequenos choques elétricos.
O CONDICIONAMENTO OPERANTE (!)
Não há estímulos externos;
A resposta comportamental é suscitada por uma situação específica;
A resposta do organismo é espontânea.
IMPORTÂNCIA DO REFORÇO PARA A APRENDIZAGEM
Skinner descobriu que poderia “modelar” o comportamento do animal, ou seja, ensinar ao animal um comportamento desejado.
ATUAÇÃO NOS SERES HUMANOS
O condicionamento operante atua nos seres humanos da mesma forma que em animais, ou seja, reforçando o comportamento desejado, e não reforçando o indesejado.
Ex.: se seu filho faz birra para conseguir o que deseja e você cede, você está reforçando seu comportamento.
REFORÇO POSITIVO Estímulo que, quando apresentado após um determinado comportamento, aumenta a probabilidade de este comportamento
ocorrer novamente.
😹 Ex.: A nota alta que o aluno recebe por estudar costuma funcionar como reforço positivo, isto é, tende a fazer com que o aluno estude mais para as próximas avaliações.
REFORÇO Estímulo que, apresentado após um determinado comportamento, aumenta a frequência de esse comportamento ocorrer novamente.
REFORÇO NEGATIVO Estímulo que, quando removido após um determinado comportamento, aumenta a frequência de esse comportamento ocorrer novamente.
😹 Ex.: Quando a mãe deixa a criança de castigo porque ela não estudou e ela passa a estudar mais. Neste caso, o comportamento de estudar aumentou de frequência, então é reforço, mas o comportamento aumentou para que ela não receba a palmada novamente. Então, trata-se de reforço negativo, isto é, o comportamento ocorre para fugir ou se esquivar de uma consequência (geralmente aversiva).
ESTÍMULO AVERSIVO É algo que provoca dor ou algum tipo de sofrimento.
PUNIÇÃO É a apresentação de um estímulo (geralmente aversivo) após um determinado comportamento que tende a diminuir a frequência deste comportamento.
😹 Ex.: A mãe que deixa a criança de castigo porque ela mentiu. Ela espera, assim, que a criança diminua a frequência de mentir.
Caso isso ocorra, verifica-se uma punição, pois o comportamento de mentir diminuiu de frequência. 
Como colocar de castigo pode servir como reforço e punição? Isso depende da frequência do comportamento. Quando o castigo serve para aumentar a frequência do comportamento, é reforço; quando funciona para diminuir a frequência, é punição.
Esquemas de Reforçamento
REFORÇO CONTÍNUO O reforço é oferecido toda vez que o comportamento ocorrer.
REFORÇO INTERMITENTE Nem sempre estamos acompanhando o comportamento dos outros para poder oferecer o reforço. Neste caso então, chamamos de reforço intermitente.
REFORÇO ALEATÓRIO Skinner acreditava que o reforço aleatório provocava o que ele chamou de “comportamento supersticioso”, o que pode explicar por que pessoas viciadas em jogos de azar tendem a se endividar. Elas geralmente acreditam que, na próxima rodada, serão reforçadas, isto é, premiadas.
MODELAGEM Recompensas que orientam o comportamento do animal para um comportamento desejado. (!)
Nesse procedimento, o treinador baseia-se nos comportamentos existentes para o organismo, recompensando as aproximações mais desejadas.
Ambos os comportamentos (advindos do condicionamento Clássico e Operante) envolvem aquisição, extinção, recuperação espontânea, generalização e discriminação.
Em 1945, Skinner publicou o livro The Operational Analysis of Psychological Terms, cuja publicação marcou a origem da corrente comportamentalista denominada de Behavorismo Radical.

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