RELATÓRIO DA SAÍDA DE CAMPO

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
LICENCIATURA DE HISTÓRIA
DANIELA RANGEL TONIETTO 
Relatório de saída de campo – Arqueologia 
SÃO LEOPOLDO 
2017
Introdução.
Neste relatório vou tratar sobre o que foi aprendido na saída de campo da disciplina de Arqueologia e Pré-história, sobre as impressões que tive como aluna e como foi desenvolvida a atividade acadêmica nos sítios arqueológicos de Sambaqui em Xangri-la, onde vimos um Sambaqui deixado pelas sociedades primitivas que ocuparam este território de nosso estado. E também na Gruta, em Monjolo no munícipio de Santo Antônio da Patrulha, onde nos deparamos com uma escavação que rendeu o encontro de três tipos diferentes de ocupações, o que nos fez compreender melhor a formação das populações e como se dá a história do nosso estado.
Sambaquis.
Localizado no litoral do Rio Grande do Sul o Sambaqui de Xangri-lá é um patrimônio histórico tombado e de extrema importância para a história de nosso estado.
O Sambaqui é um acumulo de conchas de Mariscos que era produto da alimentação das populações que ocuparam essa área junto ao mar. Eles se alimentavam e jogavam as cascas ali mesmo no local onde era consumido, com o passar do tempo essas conchas foram se acumulando e formaram montanhas dessas carapaças. Datado com mais de 3500 anos, ocupado a cerca de 3000 o Sambaqui possui cerca de 4 metros de altura e ocupa uma área de mais ou menos uma quadra.
A área onde o Sambaqui está localizado não era muito diferente da paisagem que temos hoje, o local apresentava características de sobrevivência muito boas para a época, havia mata de Restinga com muitas árvores frutíferas, localizadas junto ao mar que trazia como alimento os peixes e também os mariscos que deram origem ao Sambaqui.
Junto ao Sambaqui foram encontrados também muitos restos de animais, artefatos e sepultamentos, marcando ainda mais as evidencias de que essas populações habitaram nesse local por um longo tempo. Ainda na casa de alguns moradores da região foram encontrados crânios, laminas de machado, etc., assim parte do patrimônio foi espalhada.
Posteriormente esse local ainda foi habitado por índios Guaranis na época da conquista portuguesa e ainda hoje é habitado, principalmente em época de veraneio onde a população quase triplica.
A primeira escavação arqueológica feita nesse sítio foi em 1984 por uma equipe de pesquisa ligada a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre, como o sítio possui uma área muito grande ainda há áreas não escavadas, mas também não são escavados por falta de interesse na pesquisa esse local. 
Gruta em Monjolo, Santo Antônio da Patrulha.
A “gruta” como é popularmente chamado é um tipo de sítio arqueológico que se deu por uma formação rochosa, ocupado a cerca de 8700 anos atrás até 500 anos atrás.
Graças ao seu formato o sítio é muito rico em material pois foram muito bem preservados naturalmente pelo aspecto angular da rocha.
A região onde o sítio está localizado, era e ainda é extremamente fértil, com grande quantidade de água potável e com grandes formações montanhosas.
Esse abrigo sob rochas é formado pelo processo de erosão da água que vai fazendo com que a rocha tenha este formato (Figura 3), o formato de uma casa pronta, onde essas populações caçadoras coletoras, Guaranis e Portugueses ou Açorianos fizeram suas primeiras moradias.
Esse sítio foi escavado na década de 1998 em uma parceria da Unisinos com arqueólogos da UFRGS, nele foram encontrados diversos vestígios matérias como, pontas de flecha, sepultamentos, instrumentos lascados, restos de alimentos, etc. 
Com a escavação foi possível detectar então que o local foi ocupado pelos 3 tipos de populações que citei acima.
Inicialmente foi ocupado por pequenos grupos caçadores coletores, a certa de 8700 anos atrás, que deixaram como vestígios, pontas de flecha que eram a sua arma de caça fundamental.
Posteriormente foi ocupada por índios Guaranis, migrantes da Amazônia que deixaram então restos de suas cerâmicas muito características.
Finalmente então este local foi ocupado pelos primeiros imigrantes portugueses ou açorianos que deixaram como vestígio restos de cerâmica colonial a 500 anos atrás.
E ainda hoje podemos dizer que o local é ocupado por populações, não como moradia, mas como um local de culto religioso e também de estudos. 
Anexos
Figura 1 
Figura 2
Figura 3
Conclusão
Durante a saída de campo podemos ter uma leve noção de como a história de nosso estado foi sendo construída, entender sobre essas sociedades que habitaram este local antes de nós e de analisar o que elas nos deixaram como aprendizado, tivemos também a oportunidade ter um contato maior com datas que nos pareciam tão distantes e com situações extremamente difíceis de se imaginar sem ter um plano de fundo inicial. 
A saída nos proporcionou um tipo de ensinamento que nenhuma aula dentro da sala poderia ter nos dado, ter um contato direto e imaginar que estávamos pisando onde pessoas como nós pisaram a anos atrás nos faz entender um pouco melhor qual é de fato o oficio do historiador e também do arqueólogo em trazer para os dias de hoje a explicação do nosso passado.
Referências bibliográficas
Prefeitura de Xangri-la. História do Sambaqui de Xangri-lá. 2014, Xangri-la.
http://www.xangrila.rs.leg.br/institucional/historia
Acesso em: 04/06/17 ás 16:30
GASPAR, Madu. Sambaqui: a arqueologia do litoral brasileiro. São Paulo: Jorge Zahar Editor, 2000.
ROGGE, Jairo. Arqueologia, pré-história e história: articulações e conceitos. São Leopoldo: Unisinos, 2017.
Arquivo pessoal de Daniela Tonietto, Material produzido durante a aula e Figura 1, 2 e 3.