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Constitucionalismo

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1.
CONSTITUCIONALISMO
1) Etimologia da palavra ‘Constituição´
A palavra ´constituição´ provém do latim constitutio, do verbo constituere = constituir, construir, edificar, formar, organizar.
A palavra vem designar o modo pelo qual uma sociedade se organiza basicamente.
2) A idéia de constituição
Desde a Antiguidade havia a percepção de que entre as leis, há algumas que organizam o próprio poder político. São leis que fixam os seus órgãos, estabelecem as funções desses órgãos, determinam a formam de seu funcionamento, enfim, definem a sua constituição.
Todavia, essa distinção só veio a ser valorizada no século XVIII, na Europa Ocidental, quando aparecem as primeiras constituições escritas, com fundamento na crença de que, pondo-se de lado a organização costumeira do Estado, se poderia dar a ele uma estrutura racional inspirada num sistema preconcebido.
As primeiras constituições escritas surgem com a função de instrumento de limitação do poder político dos monarcas absolutistas, mediante a afirmação da existência de leis anteriores e superiores ao poder dos reis.
Por isso, além de fixarem juridicamente a base da organização política, as constituições também passaram a apresentar um rol de direitos individuais visando garantir essa limitação.
3) Antecedentes:
3.1) Pactos: convenções entre o monarca e os súditos referentes ao modo de governo e à garantia de direitos dos súditos.
O fundamento dos pactos: acordo de vontades (ainda que os reis disfarcem sua transigência sob a roupagem de outorga de direitos)
O mais célebre desses pactos: Magna Carta (1215) – imposta pelos barões ingleses ao Rei João Sem Terra (John Lackland), um dos reis mais impopulares da Inglaterra, sob pena de declaração de guerra.
Esse documento estribava-se na Carta de Coroação do Rei Henrique I (1100 a 1135) há muito esquecida.
Magna Carta – consta de um preâmbulo e de 63 artigos (foi reformulada várias vezes). O texto atual é de 1225.
A Carta afirma que o rei deve respeitar os direitos adquiridos; considera justa a rebelião e a cessação do dever de lealdade, caso o monarca desrespeite os direitos da comunidade; impõe a obrigatoriedade para o Rei de consultar o Conselho de Nobres para a obtenção de recursos financeiros extraordinários; determina que nenhum homem livre poderá ser aprisionado, exilado ou morto, a não ser pelo julgamento legal de seus pares, segundo as leis do país; constitui um comitê de 25 membros, todos barões, para julgar o rei, em suas faltas. 
O Rei obrigava-se a obedecer às imposições da Magna Carta, sob pena de legitimar o direito de rebelião.
Outro pacto importante: Petition of Rights (1628) – imposto pelos parlamentares ao Rei Carlos I (filho de Jaime I – o primeiro da Dinastia Stuart, reinou de 1625-1649)
Problemas entre o monarca e o Parlamento. Este relutava em aprovar as cobranças e os aumentos de tributos de que necessitava o rei.
Em 1628, o Parlamento aprovou várias resoluções condenando as taxações ilegais e as prisões arbitrárias. Aprovou também a Petição de Direitos (Petition of Rights), que estabelecia precisamente os limites entre a autoridade real e o poder do Parlamento.
O Parlamento, com muito custo, obteve a aprovação da Petição pelo rei. Ela então se transformou numa das leis fundamentais do reino.
3.2) Forais ou cartas de franquia
Têm em comum com os pactos: forma escrita e proteção a direitos individuais.
Elemento novo: permitia a “participação” dos súditos no governo local. Seu fundamento não é um pacto, mas a outorga pelo senhor.
Os pactos, os forais e as cartas de franquia eram muito freqüentes na Idade Média. Eles firmavam a idéia de texto escrito destinado ao resguardo de direitos dos súditos, que a Constituição iria englobar a seu tempo. 
Esses direitos sempre se afirmavam imemoriais, eram, portanto, fundados no tempo passado. Pertenciam a homens determinados (ancentrais) e não ao homem como ser abstrato, como indivíduo.
3.3) Contratos de colonização
Típicos da história das colônias norte-americanas.
Quando os peregrinos chegaram à América, muito embora continuassem subordinados ao poder da Coroa britânica, não encontraram por lá poder estabelecido. Por isso fixaram, por mútuo consenso, as leis por que haveriam de se governar.
Ainda a bordo do Mayflower, que aportou em terras americanas em 1620, redigiram o “Compact”. Começa aí a transparecer a idéia de estabelecimento e de organização do governo pelos próprios governados, que é outro pilar da idéia contemporânea de constituição.
3.4) Leis fundamentais do Reino
Trata-se de criação dos legistas franceses. São leis fundamentais que se impõem ao Rei, com o objetivo de defender a Coroa das fraquezas do próprio monarca, sob a alegação de que acima do soberano e fora de seu alcance havia regras superiores e anteriores ao Poder do rei. Essas leis diziam respeito à aquisição, ao modo de exercício e à transmissão do Poder. Elas eram imutáveis ou, como entendiam alguns, alteráveis somente pelos Estados Gerais.
Nesta doutrina encontra-se a fonte da idéia de superioridade e de imutabilidade das regras referentes ao poder, que se encontra hoje nas Constituições escritas.
3.5) Doutrinas do pacto social
Na Idade Moderna, a idéia de que a autoridade dos governantes se fundava num contrato entre indivíduos livres e racionais de origem às doutrinas contratualistas, cujos maiores expoentes são Hobbes, Locke e Rousseau.
O que essas teorias têm em comum?
Ponto de partida: estado de natureza.
Individualismo: homem como ser único e completo em si, não como parte de um organismo, da coletividade.
Natureza humana: o homem tem natureza imutável.
Liberdade e igualdade: o homem enquanto ser humano é livre e igual aos seus semelhantes
Instituição da sociedade civil e do Estado, a partir de um contrato.
3.6) Pensamento iluminista
Movimento filosófico também conhecido como Século das Luzes, que se desenvolve particularmente na França no séc. XVIII. Caracteriza-se pela defesa da ciência e da racionalidade crítica, contra a fé, a superstição e os dogmas da Religião Católica, dominantes na Idade Média. Ex. Galileu Galilei (italiano): defensor da tese de Nicolau Copérnico (polonês), para quem a Terra girava em torno do Sol, e não o contrário, como pregava a Igreja.
O Nome da Rosa (Umberto Eco)
O homem passa a acreditar na força da razão contra o obscurantismo da fé.
A filosofia iluminista defende as liberdades individuais contra o autoritarismo e o abuso do poder real.
Figuras expressivas do Iluminismo francês: Voltaire / Diderot / Rousseau / Montesquieu 
O iluminismo influenciou os revolucionários do século XVIII (França, EUA, Inconfidência mineira...). Esta visão é fonte do liberalismo político, que enaltece os direitos naturais do homem (vida, liberdade e propriedade) e busca limitar o poder político, a fim de assegurar a manutenção dessas liberdades. Um dos pilares da idéia de limitação do poder é a teoria da separação dos poderes, concebida por Montesquieu, no século XVIII.
Com a Revolução Francesa, consagrou-se a célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1789 (17 artigos): “Art. 16. Toda a sociedade na qual não está assegurada a garantia dos direitos nem determinada a separação dos poderes, não tem constituição”.
Constitucionalismo
A origem formal do constitucionalismo encontra-se vinculada ao aparecimento da primeira Constituição escrita do mundo: a Constituição dos Estados Unidos da América, em 1787. A segunda foi a francesa, de 1791. Ambas apresentam como traço marcante a organização do Estado e a limitação do poder estatal, mediante a previsão de direitos e garantias fundamentais. Após o advento destas, seguiu-se um movimento de estabelecimento de constituições escritas em todo o mundo ocidental, movimento este conhecido como constitucionalismo.
Bibliografia:
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. 30 ed. Curso de direito constitucional. SãoPaulo: Saraiva, 2003
Constituição dos Estados Unidos da América – 1787
(a primeira constituição escrita)

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