DELAÇÃO PREMIADA

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DELAÇÃO PREMIADA
Oljailson Nogueira de Freitas�
RESUMO
Tendo em vista o crescimento da violência em todo o pais, é necessária uma maior atenção por parte de todos, para que com soluções práticas possam assim diminuir essa grande crescente. Analisando os crimes que tem acontecido com mais frequência, uma das alternativas para a diminuição é a delação premiada. Sendo a delação premiada prevista na legislação brasileira, vem o tema propor o incentivo para que cada vez mais a delação possa ser usada, trazendo assim uma maior facilidade para se solucionar os crimes. Para que a delação premiada se torne uma previsão legal mais usada, saindo assim da mera existência. Trazendo à tona esse tema para que se possam solucionar os crimes com mais rapidez e eficácia, inibindo assim a prática dos crimes como por exemplo, lavagem de dinheiro, crimes organizados, crimes contra o sistema financeiro, dentre outros.
PALAVRAS-CHAVE: 1 Direito. 2 Delação premiada. 3 Crimes. 
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1 INTRODUÇÃO
	A delação premiada adentra ao ordenamento jurídico para que os crimes cometidos em quadrilha ou bando possam ser resolvidos com mais rapidez buscando ao máximo a veracidade dos fatos ocorridos, diante do instituto da delação o processo criminal seria muito mais rápido, trazendo assim agilidade no processo.
	Com todos os benefícios previstos na delação premiada o delator teria um incentivo para se delatar os crimes, pois poderá contar com a diminuição de sua pena, e até mesmo em alguns casos o perdão judicial, e com a proteção física e mental, de acordo com o programa de vítimas e testemunhas. 
	Sendo assim o delator fica amparado pelo judiciário de todas as formas possíveis lhe garantindo segurança. A delação premiada vem se tornando nos últimos anos um dos meios mais favoráveis para se resolver crimes com mais rapidez.
2 DELAÇÃO PREMIADA
	Com a evolução da sociedade e consequentemente a evolução dos crimes, foi necessário a criação de dispositivos legais que contribuíssem para a resolução mais rápida dos crimes e com isso a diminuição dos mesmos. Foi a partir dessa necessidade que se instituiu a delação premiada, como a busca da verdade real dos fatos ocorridos ou dos que estariam para ocorrer, como forma de gratificação o delator recebe uma diminuição em sua pena e proteção contra possíveis ameaças a sua integridade física. 
		O artigo 8° da Lei n°8.072/90 diz que “O participante que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desarmamento, terá a pena reduzida de 1 (um) a 2/3 (dois terços). ”
	Pode ser aplicada em outros crimes específicos também, como por exemplo, lavagem de dinheiro, crime organizado, tráfico, extorsão mediante a sequestro. Se tratando de crimes em que se pode aplicar a delação premiada não se tem nenhuma restrição, sendo aplicada a todos os crimes, independente de ação pena pública ou privada, até mesmo nos crimes denominados de ação penal exclusiva.
	A delação premiada é diferente de confissão e do testemunho, pois na confissão o próprio autor do crime confessa o delito e no testemunho não se tem envolvimento nenhum com o crime, apenas relata o que sabe. Diante disso conclui-se que a delação é um instituto a parte, com suas próprias características, onde o delator está envolvido no crime e acaba confessando o seu delito e atribuindo a outros chamados coparticipantes juntamente com ele a pratica do mesmo.
	Em tese a delação premiada consiste nas seguintes normas jurídicas descritas na Lei 9.807/99:
Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:
I - A identificação dos demais coautores ou partícipes da ação criminosa;
II - A localização da vítima com a sua integridade física preservada;
III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.
Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.
Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços.
3 EFEITOS DA DELAÇÃO
	A delação premiada no ordenamento jurídico brasileiro teve início com a Lei 8.072/90 que trata dos crimes hediondos, que de acordo com o art.8°, o participante que denunciasse teria sua pena reduzida de um a dois terços, desde que a delação tenha eficácia. 
	Regula-se também a delação premiada as leis:
12.850/13 – Crime organizado 
9.613/98 – Lavagem de dinheiro
9.807/99 – Proteção as vítimas e testemunhas 
7.492/86 – Crimes contra o sistema financeiro
	Todas as leis citadas acima procuram tratar da delação premiada, mas de formas diferentes, cada uma com sua particularidade.
	Na lei dos crimes organizados é concedido a redução de um a dois terços da pena ao delator, que de forma espontânea colabore para o esclarecimento de infrações penais e desmantelando o grupo criminoso.
	Já na lei de lavagem de dinheiro, a colaboração do delator não precisa ser de forma espontânea, apenas devera partir de forma voluntária, podendo ter sua pena reduzida de um a dois terços a ser cumprida em regime aberto, podendo ainda deixar de aplicá-la ou substitui-la por pena restritiva dos direitos, pois nesse caso especifico o réu delator não teria nenhuma proteção na prisão, correndo o risco de ser morto por ter delatado o crime.
	A lei dos crimes de lavagem de dinheiro tem uma forma especial na redução de pena, que é de um a dois terços em regime aberto, podendo ainda ser concedido o perdão judicial, caso o mesmo leve a apuração do crime e a localização dos bens.
	Já na lei de proteção a vítimas e testemunhas a delação premiada é tratada de forma mais ampla, oferecendo proteção, redução de pena e até mesmo o perdão judicial, que é concedido aos delatores que contribuírem de forma voluntária e efetiva.
	Não existe uma forma única de aplicação da delação premiada, ficando assim a critério de cada lei especifica o grau do benefício a ser concedido e se será ou não aplicado o perdão judicial.
	A delação foi tida como uma política de combate ao crime, o Brasil por ser um pais subdesenvolvido o crescimento da criminalidade vem sendo um grande problema a ser superado pelo governo e a forma encontrada foi a delação premiada.
4 PROTEÇÃO AOS DELATORES
	A proteção dada aos delatores está prevista no capítulo II da Lei 9.807/99, onde diz que: 
Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na prisão ou fora dela, medidas especiais de segurança e proteção a sua integridade física, considerando ameaça ou coação eventual ou efetiva.
§ 1o Estando sob prisão temporária, preventiva ou em decorrência de flagrante delito, o colaborador será custodiado em dependência separada dos demais presos.
§ 2o Durante a instrução criminal, poderá o juiz competente determinar em favor do colaborador qualquer das medidas previstas no art. 8o desta Lei.
§ 3o No caso de cumprimento da pena em regime fechado, poderá o juiz criminal determinar medidas especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais apenados.
	É o programa de proteção a vítimas e testemunhas que vem garantindo a proteção necessária aos acusados ou condenados que contribuíram com a resolução de crimes e com o andamento do processo criminal, utilizando-se assim da delação premiada.
	Como pode ser notado o sistema de proteção as vítimas e testemunhas é bom, tendo em vista que prevê uma proteção ampla contra as ameaças sofridas, no entanto ocorre uma deficiência na hora de se colocar em prática tal proteção devida ao desinteresse da administraçãopública em por em prática a proteção de forma efetiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A delação causa certa polêmica por se tratar de uma forma de traição por parte do delator, que traiu a confiança dos demais integrantes da quadrilha, seria como uma traição institucionalizada, onde o indivíduo é incentivado a delatar, a fim de obter benefícios.
	A delação está prevista em vários ordenamentos jurídicos, sendo elas as leis 8.072/90 e 9.269/96; § 2° do art. 24, da lei 7.492/86 e o art. 16 da lei 8.137/90, ambos acrescentados pela lei 9.080/95; o art. 4° da lei 12.850/13 e o § 5°, art. 1° da lei 9.613/98, bem como o próprio código penal, mas especificamente no art. 159, § 4°, no crime de extorsão mediante sequestro.
	Para contribuir com o estimulo a delação, foi criado a lei 9.807/99, que vem estabelecer normas de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas, prevendo também a proteção de acusados e condenados que contribuírem com a investigação policial. 
	O objetivo da delação é muito claro, que prevê uma resolução mais rápida dos crimes, tendo a contribuição do delator, mas devido a muitos fatores como a moral e o medo de delatar, está deixando a desejar não sendo muito utilizada no processo criminal. É uma prática que deveria ser utilizada com mais frequência, para que assim possa ter uma rápida resolução dos crimes, porém para isso seria necessário apresentar garantias e proteções dadas ao relator para que isso estimule a delação.
	
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n° 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal
​_______. Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986. Define os crimes contra o sistema financeiro nacional, e dá outras providências.
_______. Lei n° 8.072, de 25 de julho de 1990. Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências.
_______. Lei n° 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências. 
_______. Lei n° 9.080, de 19 de julho de 1995. Acrescenta dispositivos às Leis nºs 7.492, de 16 de junho de 1986, e 8.137, de 27 de dezembro de 1990.
_______. Lei n° 9.269, de 02 de abril de 1996. Dá nova redação ao § 4° do art. 159 do Código Penal.
_______. Lei n° 9.613, de 03 de março de 1998. Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.
_______. Lei n° 9.807, de 13 de julho de 1999. Estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal.
_______. Lei n° 12.850, de 02 de agosto de 2013. Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providências.
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