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Normas de Procedimento em Higiene do Trabalho DIVISÃO DE HIGIENE DO TRABALHO CENTRO TÉCNICO NACIONAL FUNDACENTRO Esta é a quinta norma de avaliação de exposições ocupacionais a ser publicada, com o intuito de divulgar o esfor- ço interno da FUNDACENTRO na padronização de procedimentos de Higiene do Trabalho e orientar e esclarecer os profissionais da área. Estas normas foram elaboradas objetivando permitir que todos os técnicos da FUNDACENTRO, ao realizarem ativi- dades de avaliação ambiental, adotem as mesmas formas de procedimento e utilizem uma linguagem uniforme. Pos- suem caráter experimental, sendo benvindas as críticas e sugestões que visem sua melhoria. Estas devem ser encami- nhadas, por escrito, à Divisão de Higiene do Trabalho do Centro Técnico Nacional, a qual, ao revisar periodicamente as normas, considerará o seu aproveitamento nos novos textos. Deve-se ressaltar que, embora se acredite sejam estas normas de utilidade para a orientação dos profissionais de Saúde Ocupacional em geral, a sua destinação básica é para uso interno da FUNDACENTRO/MTb. Possuem por isso, muitas vezes, um caráter que extrapola o normativo e se adentra na orientação e mesmo formação do técnico, ofere- cendo conceitos e critérios de Higiene do Trabalho. Não se considerou, neste estágio, uma perfeita adequação for- mal das mesmas a uma estrutura de "norma", de acordo com a ABNT. Observe-se, porém, que a FUNDACENTRO não se furtará, em momento oportuno, de fornecer sua contribuição, neste assunto, aos comitês da própria ABNT, de maneira a subsidiar as ações de normalização a nível nacional, como já tem feito regularmente. Nórma para avaliação da exposição ocupacional ao ruído DIVISÃO DE HIGIENE DO TRABALHO NORMA TÉCNICA EXPERIMENTAL DATA: setembro/85 EQUIPE DE ELABORAÇÃO: Mário Luiz Fantazzini (texto base) Marco Antonio Tolaine Paffetti Marcos Domingos da Silva Maria Margarida Teixeira Irene F. de Souza Duarte Saad Supervisão Geral: José Manuel Osvaldo Gana Soto NORMA PARA AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE - ATRAVÉS DE DOSÍMETROS I — OBJETIVO Esta norma técnica destina-se ã padronização das ava- liações ambientais, tendo-se em vista a caracterização da exposição ocupacional ao ruído através de dosímetros. II — APLICAÇÃO Esta norma técnica está restrita à avaliação de ruído con- tínuo ou intermitente, de acordo com o critério descrito no tópico IV. Fica claro, ainda, que se aplica ã caracteriza¬ ção da exposição de pessoas com os ouvidos desprotegi¬ dos, ou seja, sem uso de equipamento de proteção indi- vidual. Ill — DEFINIÇÕES Algumas das definições aqui apresentadas são deriva- das de conceitos análosos expressos na Norma ISO 2204/1973, adaptados e aplicáveis para os fins específi- cos desta norma. 1. Ruído Contínuo Estacionário — ruído com varia- ções de nível desprezíveis durante o período de observação. 2. Ruído Contínuo Não Estacionário — ruído cujo ní- vel varia significativamente durante o período de obser- vação. 3. Ruído Contínuo Flutuante — ruído cujo nível varia continuamente de um valor apreciável, durante o período de observação. 4. Ruído Intermitente — ruído cujo nível cai ao valor de fundo (ruído de fundo) várias vezes durante o período de observação, sendo o tempo em que permanece em va- lor constante acima do valor de fundo da ordem de se- gundos ou mais, podendo, para os fins desta norma, ser assumido como contínuo, tendo-se em vista a sua avalia- ção. NOTA: Doravante, esta norma se referirá aos diferentes ti- pos de ruído contínuo e ao ruído intermitente como "ruí- do contínuo", indiferentemente. 5. Ruído de Impacto ou Impulsivo — ruído que apre- senta picos de energia acústica de duração inferior a 1(um) segundo em intervalos superiores a 1(um) segundo. 6. Situação Acústica — cada porção da jornada de tra- balho em que as condições ambientais se mantêm cons- tantes, de forma que os parâmetros a serem medidos pos- sam ser considerados definidos. 7. Ciclo de Exposição — conjunto de situações acústi- cas ao qual é submetido o trabalhador, em seqüência de- finida, e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho. 8. Nível Equivalente (Leq.) — é o nível ponderado so- bre o período de medição, que pode ser considerado co- mo o nível de pressão sonora contínuo, em regime per- manente, que apresentaria a mesma energia acústica total que o ruído real, flutuante, no mesmo período de tempo. Baseia-se no princípio de igual energia: IV — CRITÉRIO CONSIDERADO Trata-se da determinação da dose de ruído recebida pe- la pessoa exposta e a verificação da adequação da expo- sição frente a este parâmetro. O conceito de dose de ruí- do é o critério estabelecido como parâmetro da exposi- ção, a ser determinada através de dosímetros de ruído. NOTA: A aplicabilidade desta norma, tendo-se em vista a adequação da exposição frente ao critério legal vigente (Portaria 3.214/78 do MTb), é discutida no Apêndice 1 des- te documento. V — INSTRUMENTAL NECESSÁRIO 1. Dosímetro de Ruído Especificação mínima: ANSI S1. 4-1971 (R 1976) tipo S2A Características Básicas — Ponderação em amplitude: expansão t ipo contínuo fornecendo 5 dB(A) de relação amplitude/dobro de tem- po, de acordo com a OSHA* e a NR-15, Anexo 1, Portaria 3.214/78 do MTb. — Faixa de medição: 80 a 115 dB(A) Características Desejáveis — Detetor de nível de ruído contínuo acima de 115 dB(A). — Detetor de valor de pico, de níveis de impacto, de valor regulável. — Acessórios obrigatórios: calibrador de pressão sonora compatível com o equipamento de medição. — Acessórios de Uso Específico • cabo de extensão para microfone; • tripé. 2. Cronômetro de qualquer natureza, com leitura mí- nima de segundos. 3. Material para registro de dados (vide Anexo 1). VI — PROCEDIMENTO 1. Colocação do Instrumento em Condições para se Efetuar a Avaliação — Verificar o instrumento quanto à sua integridade ele¬ tromecânica, ou seja, realizar uma inspeção prévia observando-se entre outros aspectos o estado do display, peças soltas, montagem do microfone, regularidade me- cânica e elétrica dos comandos, comportamento elétrico do dosímetro, etc. Detetando irregularidades ou havendo dúvidas sobre a integridade do dosímetro, não o utilize. Encaminhe-o para a manutenção. — Verificar se o nível das baterias está adequado. — Efetuar a calibração prevista para este tipo de ava- liação, de acordo com o manual do equipamento. 2. Abordagem do Ambiente de Trabalho sob Avalia- ção a) A caracterização da exposição se fará basicamente de maneira individual, ou seja, o equipamento será utiliza- do de forma a se poder definir a dose de ruído recebida por cada um dos trabalhadores do ambiente. b) Como o conceito de dose está associado ao tempo de exposição, deverão ser obtidas informações adminis- trativas, a serem corroboradas eventualmente por obser- vações de campo, capazes de caracterizar adequadamente a duração da jornada de trabalho de cada trabalhador en- volvido. c) É de particular importância a determinação dos ciclos de exposição ao ruído que podem existir em certas situa- ções de exposição. A caracterização desses ciclos facilita a determinação da dose diária. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Havendo a possibilidade de se agruparem trabalhadores que apresentem iguais carac- terísticas de exposição, a avaliação poderá considerar um número menor de determinações, desde que estas sejam suficientes para a caracterização da situação de exposição * Occupational Safety and Health Administration, EUA. do grupo considerado. Dessa forma, podem ser estabele- cidos "grupos de responsabilidade", os quais seriam re- presentados por um ou mais trabalhadores cuja situação definissea exposição "típica" do referido grupo. O impor- tante é que o conjunto de determinações seja capaz de representar a totalidade das situações do ambiente, ou seja, de todos os seus trabalhadores. Havendo dúvidas quanto à possibilidade de redução do número de determina- ções, estas deverão considerar necessariamente a to- talidade dos expostos. 3. Medição a) Pré-requisitos: equipamento em condições, conforme o item 1 deste tópico. b) Características operacionais: a medição será feita em condições operacionais normais ou habituais, compreen¬ dendo-se como tal o ritmo usual de trabalho, a existência de fatores contribuintes habituais para o processo ou ope- ração, bem como, por parte do trabalhador, de suas con- dições usuais de exposição, em termos de indumentária, equipamentos de proteção individual não associados ao ruído, postura, etc. O procedimento de avaliação deve per- turbar o mínimo possível a habitualidade ou condição ca- racterística do que se está avaliando. Quando condições anormais puderem ocorrer, cada uma delas deve ser avaliada e registrada, em conjunto com a avaliação da condição "normal". c) A medição será realizada junto ã zona auditiva do tra- balhador, à altura do plano horizontal que contém o ca- nal auditivo, a uma distância de 150 ± 50 mm do ouvido. Para tanto, o dosímetro deverá estar equipado com cabo de extensão para o microfone, o qual será fixado adequa- damente junto ã zona auditiva. NOTA: O avaliador deve certificar-se de que o aparelho, bem como o microfone, estejam seguramente fixados no individuo. Analise os movimentos básicos que a operação exige e peça para que o trabalhador os realize com o do- símetro, antes de liberá-lo para o trabalho. É importante enfatizar que o técnico é solidariamente responsável pe- los possíveis danos que o aparelho possa sofrer durante a avaliação. Por isso mesmo, é vital uma supervisão eficiente do trabalhador a ser avaliado, durante a amostragem. d) O direcionamento do microfone deverá considerar o tipo de campo acústico existente, bem como as carac- terísticas de resposta do microfone disponível. e) Tempo de medição A dosimetria individual deve, como regra, utilizar amos- tragens cobrindo toda a jornada de trabalho. Entretanto, poderão ser feitas avaliações envolvendo porções menores que o expediente normal, desde que a amostragem seja representativa em relação à totalidade do período. Para que os resultados obtidos em avaliações de curta duração sejam representativos e possam, portanto, ser ex- trapolados para a dose da jornada, é importantíssimo que o período de amostragem seja adequadamente escolhido. Se forem identificados ciclos de exposição, repetitivos du- rante a jornada, a amostragem deverá incluir um número inteiro de ciclos, ou, se os ciclos não forem regulares, um número bem grande dos mesmos. Havendo dúvidas quanto ã representatividade da amos- tragem, esta deverá incluir necessariamente toda a jorna- da de trabalho. NOTA: O Anexo II desta norma fornece orientação para a extrapolação da dose obtida no período de amostragem, de forma a se obter a dose da jornada. 4. Rotina de Campo e Leituras NOTA: Tem por base o dosímetro B&K 4431, usado na FUN¬ DACENTRO. 4.1 Modo normal (longa duração) a) Realize os ajustes preliminares necessários no equi- pamento e sua calibração. b) Monte o microfone no trabalhador cuja exposição se deseja avaliar, conforme descrito em 3,c. c) Arme o dosímetro, zerando sua memória (resetagem). d) Feche a tampa deslizante e, se necessário, use algum meio positivo de selagem, por exemplo, fita adesiva larga, que não deixe resíduos de cola após o uso. Se necessário, rubrique o lacre. e) Fixe o dosímetro no bolso da camisa do sujeito, com o "c l ip" para fora. Também pode ser fixado no bolso da calça ou no cinto. Fixe o microfone junto ã zona auditiva do trabalhador. f) Libere o indivíduo para que inicie sua jornada de tra- balho, no horário habitual. Anote este horário. g) No fim da jornada, remova o dosímetro do indivíduo e verifique se o lacre apresenta sinais de violação. Haven- do dúvidas sobre a integridade dos dados, repita a amos- tragem. h) Abra o dosímetro e leia a porcentagem da dose indi- cada no visor. NÃO DESLIGUE O APARELHO AINDA. Ano- te a porcentagem, juntamente com o horário final. Vefifi¬ que, também, se qualquer um dos seguintes sinais apare- ce no visor, anotando-os: " / " indica que o sujeito foi exposto a níveis superiores a 115 dB(A). "P" indica que o sujeito foi exposto a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB(A) de pico. "B" indica que houve falha de bateria e que a avalia- ção deve ser repetida, após a substituição da bateria. i) Desligue o aparelho. 4.2 Modo "cal." (curta duração) NOTA: O modo de curta duração (modo "cal.") acelera o ritmo de contagem do aparelho em mais de 150 vezes. Este fato apresenta a vantagem de permitir medições de curta duração, em períodos tão pequenos como 10 segun- dos. Entretanto é importante reforçar que o período de amostragem deve ser criteriosamente escolhido, tendo-se em vista sua representatividade. a) Tenha ã mão um relógio de pulso comum com leitura de segundos. Proceder como segue: b) Faça os ajustes preliminares e a calibração. c) Usando um relógio, estime o período no qual fará a avaliação, se já determinado. d) Segure o dosímetro manualmente ou fixe-o em tripé, junto ã zona auditiva do indivíduo do qual se deseja esti- mar a dose de ruído. e) Coloque a chave de seleção de modo no modo "cal." e ligue o aparelho. Aguarde 10 segundos antes de ini- ciar as leituras no relógio e no dosímetro. f) Anote a contasem de dose no início e no fim do pe- ríodo escolhido. NOTA: Como citado em e, não use o acionamento do bo- tão liga-desliga como ponto de partida para a amostragem. Leia a contagem do relógio e do dosfmetro nos instantes inicial e final, cuidando que o instante inicial seja to- mado pelo menos 10 segundos após o dosímetro ter sido ligado. g) Subtraia a contasem inicial da final e anote este da- do, bem como o período de amostrasem. h) Se forrealizar novas amostrasens ou reavaliar a mes- ma operação para obter mais amostras, de forma a aumen- tar a representatividade da avaliação, rearme o aparelho, desligando-o e esperando pelo menos 5 segundos an- tes de ligá-lo novamente. i) Ao concluir a avaliação, desligue o aparelho. 5. Validação das Medições a) Após o término das medições, repita os passos des- critos no item 1 deste tópico. Havendo consistência em relação ao verificado antes de serem iniciadas as medições, isto é, o dosímetro estando em condições adequadas de uso, estas poderão ser validadas. b )A invalidação das medições ocorrerá: — se a aferição da calibração acusar variação tal que esta fique fora da faixa tolerada, conforme instruções do equipamento (variação maior que ±0,5 dB); — se o nível de voltagem das baterias tiver caído abai- xo do mínimo, conforme indicação do mostrador; — se for constatado qualquer prejuízo à integridade ele¬ tromecânica do aparelho, conforme descrito no item 1 des- te tópico. c) Ocorrendo invalidação, a dosimetria devera ser re- feita. d) Havendo níveis de ruído, no ciclo de exposição, su- periores a 115 dB(A), deve ser feita a anotação "Situação de Emergência". Não são admissíveis exposições a níveis de ruído contínuo superiores a 115 dB(A), seja qual for o valor de dose que tal exposição ofereça. Ou seja, nestes casos o valor é desconsiderado, mesmo que seja inferior a 100%, dado que caracteriza uma situação de "risco gra- ve e iminente", segundo a legislação. 6. Interpretação dos Resultados — Adequação da Exposição A interpretação dos resultados do ponto de vista do critério considerado e das ações de controle(corretivas) está resumida na Tabela a seguir: VII — SITUAÇÕES ESPECIAIS Presença de Picos de Ruído Impulsivo Havendo picos ocasionais de ruído impulsivo, estes se- rão detetados pelo dosímetro (4431), se forem superiores a 140 dB(A) de pico, ficando registrado o sinal "P" no mos- trador. Entretanto, como o dosímetro atua integrando no modo "s low" (resposta lenta), os picos de ruído impulsi- vo não são adequadamente considerados na formação da dose. Assim sendo, se juntamente com o ruído contínuo hou- ver um ruído impulsivo "constante" (durante toda a amos- tragem), a dosimetria obtida não representa adequadamen- te a exposição do trabalhador, e não é possível obter-se uma dose representativa através de dosímetro. Nes- tes casos, a dose deve ser obtida a partir do nível equiva- lente de exposição, com o uso de medidores integrado- res com resposta rápida. O procedimento será abordado em norma própria. APÊNDICE 1 Aplicabilidade da Norma quanto à Caracterização da Exposição Sesundo o Critério Legal Vigente (Portaria 3214/78, Anexo 1) A) Dose Obtida A versão do 4431 adquirida pela FUNDACENTRO segue a legislação brasileira, fornecendo dose de 100% para ex- posições equivalentes a 85 dB(A), para jornadas de 8 ho- ras diárias. Na composição da dose, leva em consideração níveis de ruído a partir de 80 dB(A), o que é tecnicamente recomendado. Embora a legislação não estenda a tabela do Anexo 1 a valores abaixo de 85 dB(A), o conceito de dose é bem claro no texto legal, e a tabela é tecnicamente estendível, dado o seu critério de formação Assim sendo, é tecnicamente correto e suscetível de acolhimento legal o fato de a dose de ruído ser composta de níveis de ruído acima de 80 dB(A). Isto deve ser enfati- zado por ocasião do uso do dosímetro para caracteriza- ção de insalubridade. Porém, ainda que se considere que o texto legal impli- ca necessariamente a desconsideração de níveis de ruído abaixo de 85 dB(A), o uso do dosímetro na versão em ques- tão só dará resultados superestimados de dose se na com- posição desta houver níveis de ruído entre 80 e 85 dB(A). B) Havendo níveis de ruído acima de 115 dB(A), fica ca- racterizado risco grave e iminente, não fazendo sentido o conceito de dose, seja qual for o seu valor. C) As demais implicações quanto à caracterização da exposição segundo o critério legal, bem como outras pro- vidências pertinentes, estão claramente definidas no mes- mo. Recomenda-se a sua leitura completa, antes da utiliza- ção desta norma técnica, ao se considerar a aplicação da- quele critério (Portaria 3214/78). APÊNDICE 2 ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS E CÁLCULOS ASSOCIADOS (Válida para o modelo B & K 4431 usado na FUNDACEN¬ TRO. Recomenda-se a leitura integral do manual do equi- pamento (tradução técnica n? 04/85 — SRF), ao ser utiliza- da esta Norma). 4* Análise dos resultados Uma vez obtidas a porcentagem da dose e a duração da medição, a análise matemática é simples. Seguindo-se as considerações e os exemplos que serão dados, pode- se ter uma base dos procedimentos a serem seguidos, que diferirão unicamente nas tábuas ou nomogramas utilizados, ao ser considerada uma avaliação de longa ou curta dura- ção. 4.1 Amostragem de longa duração 4.1.1 Significado da porcentagem de dose acumulada no visor Para medições sobre a jornada completa de trabalho, uma contagem de 100% indicará quando o usuário recebeu a máxima dose recomendada, correspondente a 85 dB(A) pa- ra um período de 8 horas. Uma contagem maior que 100% durante a jornada indicará que o limite de tolerância foi excedido (dose diária). A contagem obtida em amostragens envolvendo perío- dos menores que a jornada completa pode ser facilmente extrapolada para considerar todo o dia de trabalho, usan¬ do-se uma simples regra de três: 4.1.2 (modificado) Determinação do nível equivalente através de tábua de conversão Para este procedimento, utilizar a tábua da figura 4.7. Ela permite a conversão imediata da contagem da dose, dada no visor, para nível equivalente durante a amostra- gem. Há escalas para durações de amostragem de 2, 4 e 8 horas, quando o equipamento é usado no modo de longa duração (modo normal). Para qualquer escala, entra-se no lado inferior com a contagem da dose e lê-se no lado su- perior da escala o nível equivalente em dB(A). Exemplo: Uma avaliação de 4 horas forneceu uma con- tagem de 300%. Qual o nível equivalente no período? Da tábua, na escala de 4h, lemos Leq. = 98 dB(A) Qual seria o nível equivalente se esta mesma contagem tivesse sido obtida com amostragens de 2 e 8 horas? — Para amostragem de 2h — Leq = 103 dB(A) — Para amostragem de 8h — Leq = 93 dB(A) 4.1.3 (modificado)Determinação do nível equivalente usando nomograma Para este procedimento, utilizar o nomograma da Figu- ra 4.8.* O nomograma é mais flexível, pois permite obter o nível equivalente a partir da contagem da dose, para qualquer intervalo de amostragem desejado, de 10 segun- dos a 100 horas. 1 — Na escala da esquerda, localize a duração da amos- tragem. Observe que a unidade de medida se modifica ao longo da escala (segundos, minutos, horas). 2 — Na escala do meio, localize a contagem da dose, tal como foi apresentado no visor. 3 — Una estes dois pontos através de uma reta. 4 — A reta interceptará a escala da direita no ponto in- dicativo do nível equivalente. Exemplo — Uma amostragem de 40 minutos forneceu uma contagem de 19%. Qual o nível equivalente no pe- ríodo? Você deve encontrar Leq = 91 dB(A) 4.1.4 Este item é simples extensão de 4.1.3, não sendo relevante. 4.1.5 Determinação de nível equivalente composto Pode ser interessante a determinação da média de vá- rias amostragens de nível equivalente, obtendo-se, assim, o nível equivalente de todo o período, por exemplo, de uma semana de trabalho. Para tanto, basta simplesmente adicionar todas as contagens obtidas, bem como todos os períodos de amostragem; entrar a seguir no nomograma, como já foi exposto, retirando o nível equivalente do pe- ríodo. Exemplo — Os resultados a seguir foram obtidos a par- tir de cinco amostragens sucessivas de jornadas comple- tas de trabalho: Qual o valor do nível equivalente? Esta equação assume que o período de amostragem foi representativo de toda a jornada. * Esta numeração acompanha a numeração original do manual do mod. 4431, in- cluindo-se também a figura, e foi mantida para maior clareza. * Figura constante do manual original do mod. 4431. A equação também pode ser usada para sabermos qual o tempo limite de permanência em um ambiente antes que seja excedido o limite de tolerância (dose) sendo o tempo restante da jornada a ser passado em am- biente com nível de ruído inferior a 80 dB(A), por exemplo. NOTA IMPORTANTE: Como a versão adquirida do 4431 é uma versão modificada para a legislação brasileira, have- rá erro se forem utilizadas as seguintes tábuas e o nomo¬ grama do manual do equipamento: Tábua OH 0014, Fig. 4.1* Tábua OH 0015, Fig. 4.2 Nomograma da Fig. 4.3, pois se referem à versão normal (OSHA) do aparelho. Igual- mente não serão válidos os exemplos dados no item 4.1 original. Para utilização de acordo com a legislação brasileira, de- verão ser consideradas apenas as tábuas, nomogramas e exemplos constantes dos itens 4.2 e 4.3 do manual. Assim sendo, exceto o procedimento descrito em 4.1.1, todos os outros itens de 4.1 foram reescritos considerando- se o citado no item 4.3. O item 4.2 não requer modificação. Novos exemplos foram criados para os procedimentos ori- ginais do item 4.1, bem como introduzido o cálculo do Ní- vel Equivalente através de equações, além da possibilida- de do uso de tábuas e nomogramas do manual original. Para o uso de equações, veja o Apêndice 3.Temos: Duração total: 37h Contagem total: 677% Você deverá encontrar Leq = 88 dB(A) (atenção: no- mograma da Fig. 4.8) NOTA SUPLEMENTAR: O Leq. também pode ser calcula- do por equações, a partir da dose obtida e do tempo de amostragem. Vide Apêndice 3. 4.2 Análise de resultados obtidos no modo "cal ." (amostragem de curta duração) 4.2.1 Significado da porcentagem de dose acumulada no visor O modo "cal." (amostragem de curta duração) é cali- brado (cf. 3.2) de maneira que um nível de referência de 94 dB(A) produza uma taxa de contagem de 1 % por se- gundo. Combinando-se este dado com o fato de que o 4431 foi projetado para dar uma relação de dobro de con- tagem a cada incremento de 5 dB, pode-se deduzir qual o nível equivalente no período de amostragem. Isto pode ser feito diretamente através das tábuas da Fig. 4.4 ou 4.5 e do nomograma da Figura 4.6. NOTA: Não considerar o exemplo 4.2.4 e 4.2.5 do manual. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A tábua mostrada na Figura (QH 0014) só é válida na escala do modo "cal.". A es- cala para 8 horas (escala superior) não está de acordo com a legislação brasileira. Como citado anteriormente, para amostragens de longa duração (modo normal), devem ser usados a tábua da Figura 4.7 e o nomograma da Figura 4.8. O uso das tábuas e nomogramas para diversos tipos de determinação já foi explicado, com exemplos, no item 4.1, motivo pelo qual seria desnecessário repeti-lo. Os exem- plos do manual seguem a mesma sistemática do item an- terior e podem ser acompanhados sem dificuldade. ATENÇÃO A contagem do visor no modo "cal." não tem relação com a dose em termos de legislação, seja parcial ou não, pois a taxa de contagem é artificialmente acelerada para medição de curta duração. Seu objetivo básico é a obtenção do Leq., que po- de ser então utilizado normalmente. NOTA SUPLEMENTAR: Também para o modo "cal." é pos- sível a determinação do nível equivalente através de equa- ções, a partir da contagem obtida e do tempo de amos- tragem. Veja o Apêndice 3. . 4.3 Análise dos resultados obtidos com a versão modificada do 4431 (adaptado para a legislação brasileira) O modo normal (amostragens de longa duração) do 4431 foi modificado para efetuar medições considerando- se o limite de 85 dB(A) para 8 horas diárias. Com esses ins- trumentos, a calibração, operação e análise dos dados é a citada nos exemplos do item 4.1, cuidando-se para que tudo o que disser respeito a amostragens de longa dura- ção (modo normal) do nível equivalente seja considerado à luz da tábua da Fig. 4.7 ou do nomograma da Fig. 4.8, como já foi citado. APÊNDICE 3 Nível Equivalente de acordo com a Legislação Brasilei- ra, através de Equação, para o 4431. sendo: CD — Contagem da Dose (visor) TM — Tempo de Medição em horas ou fração decimal de hora. (Exemplo: 6 min = 0,1 h) sendo: CD — Contagem da Dose (visor) TM — Tempo de Medição em segundos OBSERVAÇÃO: A contagem do visor (CD) é dada em por- centagem diretamente. Para exprimir a dose na forma de- cimal, para uso, por exemplo, no quadro do item VI. 7 da Norma, basta dividir CD por 100. Por exemplo: CD = 500% Dose (decimal) = 5 * Todos os itens citados correspondem à numeração do manual original do mod. 4431
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