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9.1 Cessão de Crédito (1)

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Direito Civil II - Obrigações
Prof. Giselle Duarte
transmissão das obrigações – Cessão de Crédito
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
Ref.: 347, I, 348, 358, 496, 497, PU, 498, 605, 1749, III, CC
1) Conceito É meio de transmissão da obrigação sem alteração objetiva do vínculo obrigacional, apesar da substituição subjetiva a que se destina. Alteração do credor. É a transferência da qualidade creditória a terceiro (assim como ocorre na sub-rogação).
b) Quando há alteração do pólo ativo credor cessão de crédito
c) Quando há alteração do pólo passivo devedor assunção de dívida
O direito moderno com essas normas implementou a despersonalização do crédito, como instrumento efetivo de mobilização da riqueza e dinamização das atividades negociais, além da facilitação da continuidade das relações econômicas.
Não foge à regra de que as relações obrigacionais se orientam pelo seu fundamento de validade, quais sejam, os princípios contidos no art. 170, CF
2 - Partes envolvidas
i) Devedor
ii) Cedente = credor originário
iii) Cessionário = terceiro que recebe o título em cessão
3 – Anuência do devedor
A anuência do devedor não é necessária para que a cessão surta efeitos entre o cedente e o cessionário, mas somente será oponível contra ele após sua ciência, ou seja, que lhe seja dado conhecimento da cessão operada.
4 – Distinção com a Sub-rogação e Novação:
Novação:
 exige anuência do devedor - 360, I, CC
 há extinção da relação obrigacional;
Sub-rogação: 
 Se limita ao valor efetivamente desembolsado – 350, CC
 Busca amparar o terceiro que efetiva o pagamento
Cessão: 
 O valor pode ser ultrapassado após apurado os eventuais consectários de mora sobre o valor nominal do contrato;
 Não há extinção do vínculo obrigacional, somente troca do credor.
 Não exige anuência do credor, somente ciência.
 Tem função especulativa;
 O objeto não é apenas o crédito, mas o complexo de relações jurídicas, envolvendo os elementos passivos e ativos, assim como os direitos potestativos concernentes a relação – resp 356.383 Divergência, pois para Silvio Rodrigues cessão de créditos é diferente de cessão de direitos e obrigações
A transmissão da obrigação é verdadeiro negócio jurídico, motivo pelo qual deve atender aos requisitos de validade deste – forma, capacidade e objeto. Entretanto, não chega a ser um contrato novo, visto que somente determina alteração subjetiva, mantendo-se o vinculo originário. Assim, está sujeita aos vícios de consentimento, às nulidades que atingem os negócios jurídicos.
3 – Fontes: 
 Legal 
 Convencional
A regra é que todo o crédito é objeto de cessão e qualquer restrição advém da lei ou vontade das partes.
Não podem ser cedidos:
 As obrigações acessórias não podem ser cedidas separadamente sem a transferência do principal;
 Não podem ser transferidos os crédito penhorados – 298, CC
 Créditos que derivem de obrigações personalíssimas – ex. indenização, divida alimentícia, trabalhista, etc.
 Intransmissibilidade pela natureza da obrigação deve ser analisada casuisticamente – ex.: 496 e 497, CC nulas por inidoneidade do objeto da cessão.
 O contrato , do qual deriva o crédito, pode proibir a cessão, mas para que tal disposição seja eficaz em relação ao terceiro de boa-fé deve constar expressamente no contrato, do contrário será eficaz e oponível ao devedor
4 - Classificação:
Onerosa ou Gratuita
Pro soluto ou pro solvendo:
 Pro soluto: o cedente, credor originário, transfere o crédito sem figurar como garante pela solvabilidade do crédito
 Pro solvendo: alguém transfere a outrem o seu direito de crédito, permanecendo obrigado perante o cessionário no caso de inadimplemento do devedor
Forma pública ou particular, mas sempre escrita 
O próprio crédito, quando o for representado por um título, que deve ser entregue ao cessionário para efetivar a transferência. Ex.: cessões de crédito, ações ao portador
Negócio jurídico abstrato Não se vincular com o negócio jurídico que originou o crédito.
Obs.: Cessões de direitos são regidas pelas regras de cessão de crédito. Ex.: cessão de direitos hereditários, direitos do autor, direitos litigiosos (Havia previsão expressa no art. 1078, CC/1916)
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.
Ref.: 92, 349, 364, CC
A cessão importa transferência da qualidade creditória,e, portanto, de todos os direitos acessórios, compreendidos por direitos potestativos e garantias.
Ex.: direito de escolha nas obrigações alternativas – 252 , CC; cláusula penal; garantia real, fidejussória, de constituir em mora – 397, CC; recebimento dos juros
Obs.: Os juros serão percebidos pelo cessionário somente após a cessão, mas poderá haver disposição em contrário.
A cessão é negocio jurídico convencional, portanto, pode haver acordo entre as partes em que haja redução das garantias. 
Como não modificação objetiva da obrigação, por ex., se a obrigação era condicional ou a termo, o novo credor forçosamente se submeterá ao advento desde ou da condição
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do art. 654.
Ref.: 221, CC; 127, I e 129, §9, Lei de Registros Públicos
Trata da eficácia da cessão voluntária em relação a terceiros.
O devedor é considerado terceiro com relação ao contrato de cessão? Divergência doutrinárias
Majoritária: Não faz parte da relação jurídica de cessão, para a qual é dispensável seu consentimento
Elementos do art. 654, §1, CC: 
 constar o lugar onde foi celebrada;
 qualificação do cedente e cessionário;
 data e objetivo do ato com a designação
 extensão de seus efeitos
Portanto, a cessão por instrumento particular deve ser levada a registro, que constitui condição de eficácia e não de validade da cessão – 127, I e 129, LRP e Resp 19.661. É portanto, pressuposto de publicidade para que se tornem oponíveis a terceiros
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
Ref.: 346, II, CC; L 6015/73, art. 246
A averbação é anotação acessória e destina-se a fazer constar instrumentos, circunstâncias ou elementos que elucidem, modifiquem ou restrinjam os registros imobiliários, quer em relação à coisa, quer em relação aos titulares de direitos
Não é uma faculdade como insinua a lei, a inscrição da cessão no RGI é obrigatória para que se sub-rogue nos efeitos da hipoteca (Caio Mario) 346, II, CC 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. 
Ref.: 312, 377, 904, 9010, §2 e 922, CC
Notificação é ciência e não anuência.
A falta de notificação do devedor retira a eficácia da cessão e não a validade que continua plena entre cedente e cessionário.
Portanto, os seus efeitos perante o devedor estão condicionados à sua notificação. A norma busca proteger o devedor, que poderá, no momento da cessão, opor exceções ao cedente, credor originário, e ao cessionário.- Resp 331.369
A notificação somente se considera feita quando o devedor efetivamente toma conhecimento do fato.
A citação em ação judicial movida pelo cessionário em face do devedor supre a ausência de notificação, porque produz os mesmos efeitos.
A ciência pode ser presumida, já constar no contrato que o devedor se declara ciente de eventuais cessões realizadas e pode ser feito a qualquer tempo, desde que antes do pagamento da dívida.
Tanto o cedente quanto o cessionário podem efetivar a notificação
Títulos ao portador dispensam essa formalidade – 904, CC
Art. 291. Ocorrendo várias cessões domesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido.
Ref.: 
Decorre da livre circulação dos créditos e busca tutelar os interesses do devedor, demandando mecanismos para que este possa identificar a quem realmente deva efetuar o pagamento
Pluralidade de cessões, critério:
- a quem tiver a detenção do título;
- se o crédito não se consubstancia em título, aplicar os critério do 292, CC
Obs.: Operada a cessão o cedente não pode mais dispor do crédito transmitindo a novas pessoas, mas em o fazendo, terá prioridade para recebimento àquela que primeiro providenciar a notificação, mas se forem simultâneas, rateia-se o valor entre os cessionários.
Lembrando que na dúvida a quem pagar sempre pode o devedor valer-se da consignação em pagamento.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
Ref.: 335, IV, CC
Se o devedor não foi notificado e paga ao credor primitivo pagamento válido e com eficácia liberatório, visto que agiu de boa-fé por não ter conhecimento da alteração subjetiva da obrigação. O cedente que não providenciou a notificação responderá perante o cessionário.
Se o devedor foi notificado e paga ao credor primitivo sujeita-se a pagar duas vezes, pois não se liberou do vínculo.
Pluralidade de notificações paga bem, o devedor que paga àquele munido do título.
Lembrando que na dúvida a quem pagar sempre pode o devedor valer-se da consignação em pagamento.
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.
Ref.: 
Atos conservatórios do título são aqueles que visem resguardar o crédito, como promover a interrupção da prescrição, averbar crédito hipotecário e até mesmo efetivar a notificação para ciência da cessão. Do contrário, corre o risco de perder as garantias.
Isto ocorre porque ainda que não haja a notificação da cessão, ela é válida e produz plenamente seus efeitos entre as partes desde a sua celebração.
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
Ref.: 
Trata das exceções pessoais que são oponíveis tanto ao cedetente quanto ao cessionário.
A cessão não poderia tornar os direitos do cessionário mais amplos do que aqueles que o cedente tem. Garante-se ao devedor no momento em que é notificado, de opor as defesas que possua contra o credor originário, evitando o favorecimento indevido ou fraude. Se não exercer esses direito neste momento não poderá mais fazê-lo, nem contra este e nem em face do cessionário.
Porém, se não foi devidamente notificado, poderá opor a qualquer momento limitando ao da notificação.
As exceções do crédito ( vício de consentimento, incapacidade realtida do agende, etc) podem ser invocadas a qualquer tempo, tanto contra o credor originário quanto ao cessionário.
Obs.: Negócio Jurídico Simulado é nulo - 167, CC não produzindo qualquer efeito. Entretanto, não é oponível ao cessionário de boa-fé, ficando este resguardado contra o devedor cúmplice do cedente na prática do negócio simulado. 
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
Na cessão onerosa o cedente é responsável pela existência do crédito, mas não pela solvência do devedor.
Na cessão legal não é responsável sequer pela existência da dívida, tendo em vista que não contribuiu para a transmissão que não se dá por ato de vontade.
Ex.: várias são as hipóteses de perda judicial do título, funcionando a norma como a garantia dada nos casos de evicção, pois o cedente é responsável pela existência do crédito à época da cessão , ficando responsável pelas perdas e danos.
Na cessão gratuita pratica liberalidade, portanto, só é responsável se age de má-fé.
Obs.: Se o cessionário for negligente na conservação do crédito, a ponto de por culpa sua, extinguir-se a dívida ou desaparecerem as garantias, cessa a responsabilidade do cedente.
Deveres anexos do cedente (decorrente do ideal de cooperação inspirado pelo princípio da boa-fé objetiva)
 prestar as informações necessárias ao título;
 entregar os documentos indispensáveis ao cessionário para recebimento do crédito;
 fornecer documento comprovante da cessão
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
Refere-se tanto as cessões onerosas ou gratuitas. A regra é que não responde pela solvência do devedor (só responde pela existência, se onerosa- 296, CC), mas pode cedente e cessionário estipular o contrário.
Contudo, essa garantia dada ao cessionário contra ao inadimplemento não pode ser executada, senão após ser chamado o devedor originário a pagar. Há uma obrigação de garantia com benefício de ordem entre cedente e devedor originário.
O cessionário deve também provar a insolvência do devedor.
Como é uma garantia pode ser por prazo determinado ou indeterminado, este último até a prescrição da dívida.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
Ele não responde neste caso pelo valor nominativo do título, mesmo que o cessionário tenha adquirido por menos, pois sua relação é de garantia com base naquilo que efetivamente recebeu do cessionário pela cessão onerosa.
Do contrário estaria garantindo também os lucros num negócio especulativo. Pagará, no entanto, este valor acrescido das despesas que o cessionário tenha feito para Recber o crédito e dos juros. Não há lugar para perdas e danos, porque o cedente não agiu com culpa.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
Quando é penhorado o crédito ele se torna inalienável e conseqüentemente intransferível. A cessão de um crédito penhorado pelo credor que conhecia tal circunstância é fraude à execução.
O feito da intransmissibilidade está subordinado à prévia notificação do devedor, sendo a penhora ineficaz em relação a ele até este momento. A notificação da penhora, tal qual a da própria cessão, pode ser expressa ou presumida.
Se não notificado da penhora e o devedor paga ao credor, age de boa-fé e o pagamento tem efeito liberatório, do contrario corre o risco de pagar duas vezes – 312, CC

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