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Tribunal
	Inform / Súm
	Tema
	Jurisprudência
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	PRINCÍPIOS
	 
	 
	 
	 
	
	
	Princípios - Desenvolvimento sustentável - Acepção social
	É possível vislumbrar alguma acepção social no princípio do desenvolvimento sustentável? Há doutrina que a defesa do desenvolvimento sustentável, envolveria, além da conciliação do desenvolvimento sócio-econômico com a preservação ambiental, um caráter social, reconhecendo-o como forma de garantia da justiça por meio da realização da distribuição de riqueza.
 
LC 140. Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no exercício da competência comum a que se refere esta Lei Complementar: II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais;
	STJ - 6aT
	402
	Princípios - Insignificância
	Mesmo diante dos princípios da precaução e da prevenção, que para alguns suplantariam os princípios de garantias dos cidadãos, há de se considerar, diante do caso concreto, a possibilidade de aplicação do P. da Insignificância.
	 
	Questão TRF1
	 
	D) Em razão do tratamento dispensado ao meio ambiente pelo texto constitucional, depreende-se que é exigido dos cidadãos, predominantemente, um non facere em relação ao meio ambiente.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-exige-se uma postura ativa (facere) e uma postura omissiva (non facere).
	 
	Questão TRF1
	Desdestinação - impossibilidade
	E) O direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado afasta eventual tentativa de desafetação ou desdestinação indireta.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
DESDESTINAÇÃO - é a desafetação do bem desapropriado que é despojado do caráter público . É "o ato jurídico stricto sensu, administrativo ou constante da lei, pelo que se desveste de sua destinação pública o bem, para fazê-lo volver à categoria de propriedade privada"
	 
	Questão TRF1
	Princípio da informação
	A) O relatório de qualidade do meio ambiente, instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, é entendido como aplicação do princípio da responsabilização.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-princípio da informação, que se caracteriza como um subprincípio do princípio democrático ou princípio da participação.
	 
	 
	P. Poluidor Pagador
	P. Poluidor-pagador: Pode ser entendido como um instrumento econômico que exige do poluidor, uma vez identificado, suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais. O princípio visa a atribuir uma expressão monetária ao custo social da poluição, deslocando-o da coletividade para introduzi-lo como mais um custo do processo produtivo a ser arcado pelo empreendedor (internalização das externalidades negativas). Apresenta duas vertentes bem definidas: (1) caráter preventivo, que busca evitar a ocorrência de danos, e (2) caráter repressivo, reparar o dano causado. O presente princípio não é uma chancela para poluir, pois não se limita a suportar a poluição mediante um preço, nem apenas busca o equivalente pecuniário dos danos ambientais causados. Além e antes busca evitar o dano.
Privatização dos lucros e socialização dos danos – essa é a lógica do capitalismo. O direito ambiental visa reverter esse raciocínio.
	
	
	P. Poluidor Pagador - Logística reversa ou responsabilidade pós-consumo
	O que é logística reversa ou responsabilidade pós-consumo? Obrigação de produtores e comerciante de baterias, pilhas, pneus e agrotóxicos de dar destinação aos produtos não mais utilizados pelos consumidores. Se o produto / serviço fornecido, após o seu uso, virar lixo, quem foi o fornecedor tem obrigação de recolher esse material.
Lei n. 12.305/10 Art. 31. Sem prejuízo das obrigações estabelecidas no plano de gerenciamento de resíduos sólidos e com vistas a fortalecer a responsabilidade compartilhada e seus objetivos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm responsabilidade que abrange:
III - recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso, assim como sua subsequente destinação final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de sistema de logística reversa na forma do art. 33;
	 
	Questão TRF1
	Internalização das externalidades negativas
	B) Os instrumentos ambientais relacionados ao exercício do poder de polícia não podem ensejar impactos no custo da produção, mesmo que em defesa do meio ambiente.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-a necessidade da internalização das externalidades negativas, que decorre do princípio do poluidor pagador, infirma a afirmação da assertiva. O art. 170, VI da CF estabelece a defesa do meio ambiente como um princípio da ordem econômica.
	 
	 
	P. Usuário Pagador
	P. Usuário-pagador: “definição de valor econômico ao bem natural, com intuito de racionalizar o seu uso e evitar seu desperdício”. De frisar que, ao contrário do poluidor, o usuário não provoca, em princípio, nenhum dano ao meio ambiente. A causa do pagamento da compensação é tão só a utilização de recursos naturais escassos. Havendo algum dano ambiental, o pagador passará a ser considerado poluidor, incidindo no dever de reparação decorrente do princípio do poluidor-pagador e não propriamente do usuário-pagador. Assim, enquanto o poluidor-pagador possui um caráter de sanção, o usuário-pagador mais se assemelha a um ônus.
	
	
	P. Usuário Pagador
	Existe limite na definição nessa cobrança? O limite é não vedar o acesso aos menos favorecidos. Rico ou pobre poderia pagar do mesmo jeito? É comum leis que tarifas sociais (ex. Água), quem consome mais pagaria tarifa maior.
Súmula 407 STJ - É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo.
	 
	Questão TRF1
	Princípio Limite
	C) O padrão de qualidade ambiental é instrumento abrangente que representa uma análise do impacto de certo empreendimento na ocasião de sua instalação.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
- PRINCÍPIO DO LIMITE - em determinadas situações, a legislação permite a utilização dos recursos ambientais quando atendidos os parâmetros legalmente estabelecidos.
Lei 6.938/81 Art 4º - A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE VISARÁ: III - ao ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIOS E PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL e de NORMAS RELATIVAS AO USO E MANEJO DE RECURSOS AMBIENTAIS;
Art. 8º Compete ao CONAMA: VII - ESTABELECER NORMAS, CRITÉRIOS E PADRÕES RELATIVOS AO CONTROLE E À MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DO MEIO AMBIENTE com vistas ao USO RACIONAL DOS RECURSOS AMBIENTAIS, principalmente os hídricos.
	 
	Questão TRF1
	 
	D) A criação de zonas estritamente industriais envolvendo a instalação de polos cloroquímicos é matéria que se encontra na esfera da competência concorrente entre a União e os estados.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
Lei 6.803/80. Art . 10. § 2º Caberá exclusivamente à União, ouvidos os Governos Estadual e Municipal interessados, aprovar a delimitação e autorizar a implantação de zonas de uso estritamente industrial que se destinem à localização de pólos petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos, bem como a instalações nucleares e outras definidas em lei.
	 
	Questão TRF1
	Zoneamento Econômico econlógico
	E) O zoneamento econômico ecológico constitui instrumento de organização territorial, de caráter obrigatório e vinculado.
(C) – GABARITO PRELIMINAR
Decreto 4.297/02. Art. 2o O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. Art. 3o O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quantoa planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas.
	
	
	P. do protetor recebedor
	princípio do protetor-recebedor, tem fundamento em uma lógica inversa ao princípio do poluidor-pagador. A ideia central do princípio do protetor-recebedor é remunerar todo aquele que, de uma forma ou de outra, deixou de explorar um recurso natural que era seu, em benefício do meio ambiente e da coletividade, ou promoveu alguma coisa, também com o mesmo propósito. Nesses casos, estamos falando de pagamento por serviços ambientais prestados. 
Ex.: cota de reserva florestal.
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	COMPETÊNCIA
	 
	 
	 
	 
	
	Oral TRF5
	Competência
	01) Trate da repartição de competência em matéria ambiental e se houve alguma alteração recente sobre o tema.
Resposta:
Embora haja expressa previsão constitucional no sentido de ser comum a todos os entes competência material para “proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas” (artigo 23, VI), e de haver previsão de competência legislativa concorrente à União, Estados e DF para legislar sobre “florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição” (art. 24, VI), deve ser levado em conta que há competência privativa da União para legislar sobre “águas e energia” (art. 22, IV), “jazidas, minas e outros recursos minerais” (art. 22, XII), além da competência material privativa da União para “organizar, manter e executar a inspeção do trabalho” (art. 21, XXIV), tendo-se em conta que o âmbito laboral também integra o conceito de meio ambiente. Pode-se dizer, em linhas gerais, portanto, que há competências que são atribuídas apenas à União, e que as demais são atribuídas a todos os entes, no exercício do chamado Federalismo de Cooperação.
A matéria ligada à competência para o licenciamento era tratada predominantemente no artigo 10 da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, com base na preponderância do interesse, razão pela qual em regra era atribuída aos órgãos estaduais, salvo quando se tratasse de obra com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional. A matéria foi detalhada pelas Resoluções 1 e 237 do CONAMA. Já a competência fiscalizatória era exercida por todos os entes, haja vista ser competência da natureza comum.
Recentemente a Lei Complementar 140/2011 tratou de regular o tema da cooperação entre os entes. No que tange ao licenciamento foi mantida, em linhas gerais, a noção de predominância do interesse. Já no que tange ao poder fiscalizatório, deu-se prevalência à atuação exercida pelo ente responsável pelo licenciamento, embora não se tenha suprimido completamente a competência dos demais, porém, com preferência para a palavra dada pelo ente licenciador.
	
	
	
	
	
	
	
	COMPETÊNCIA LEGISLATIVA E MATERIAL
	 
	 
	 
	 
	
	
	Competência legislativa - Meio ambiente Natural x Artificial x Cultural x Do Trabalho
	Competência legislativa
Meio ambiente do trabalho à a competência é privativa da união (M e E não legislam)
as demais situações (natural, artificial e cultural) à a competência é concorrente.
	STJ - 1aT STJ - 2aT
	360 443
	Competência - Autoridade administrativa - Auto de infração
	A Lei n. 9.605/1998 confere a todos os funcionários dos órgãos ambientais integrantes do sistema nacional do meio ambiente (Sisnama) o poder de lavrar autos de infração e instaurar processos administrativos, desde que designados para as atividades de fiscalização. A Lei n. 11.516/2007 acrescenta: desde que precedido de ato de designação próprio da autoridade ambiental. Info 443: É nulo o auto de infração ambiental lavrado por autarquia estadual quando o servidor responsável pela autuação não foi previamente designado para a atividade fiscalizatória, o que contraria o disposto nos arts. 70, § 1º, da Lei n. 9.605/1998 e 6º, parágrafo único, da Lei n. 10.410/2002. 
	STF Pleno
	509
	Competência legislativa - Amianto - vedação do uso por lei estadual
	embora tivesse precedente em sentido diverso (ADI 2656), em nova apreciação da matéria, o STF não vislumbrou inconstitucionalidade na lei estadual que proíbe o uso, no âmbito da respectiva unidade da Federação, de produtos, materiais ou artefatos que contenham quaisquer tipos de amianto ou arbesto, ainda que exista lei federal que expressamente o autorize. De fato, há lei federal nesse sentido (Lei 9.055/95), porém, na visão da ilustrada maioria, nisso se anteveria afronta ao direito à saúde (CF, art. 196), haja vista os danos à saúde ocasionados pela substância em comento, segundo tem sido afirmado pela comunidade científica internacional, com reflexos em normas internacionais. 
	STF Pleno
	ADPF 234
	Amianto - Constitucionalidade da Lei Paulista que veda Transporte
	ADPF 234 MC / DF - COMPETÊNCIA NORMATIVA – TRANSPORTE – AMIANTO. Surge relevante pedido voltado a afastar do cenário jurídico-normativo diploma estadual a obstaculizar o transporte de certa mercadoria na região geográfica respectiva – do estado.
Observou caber à União legislar, privativamente, sobre transporte — inclusive de cargas perigosas — e sobre comércio interestadual e internacional. Assinalou, ademais, inexistir lei complementar que delegue aos Estados-membros a disciplina do tema. Afirmou que, se cada Estado-membro impusesse restrições ao comércio, ora vedando o acesso aos próprios mercados, ora impedindo a exportação por meio das regiões de fronteiras internacionais, seria o fim da Federação. Salientou, nesse sentido, que incumbiria à União explorar os portos organizados, bem como regular o transporte rodoviário de cargas.
Frisou que, a corroborar essa orientação, a Corte tem declarado a inconstitucionalidade de normas estaduais que interferem na liberdade de comércio interestadual e internacional. Reputou que, sob o enfoque da liberdade de locomoção, não se poderia restringir o acesso dos particulares ao serviço público, que deve ser regular e eficiente, por expresso mandamento constitucional.
O relator consignou, por fim, que a lei adversada proibiria o “uso” e não o “transporte” da referida mercadoria. Explicou que quem usa o faria em termos finais, seria titular de uma das faculdades inerentes ao domínio. Aquele que transporta, por sua vez, prestaria um serviço, mas não deteria, necessariamente, a titularidade da coisa para si. Desse modo, se proibido o uso do amianto no Estado de São Paulo, não o seria o transporte quando o material estivesse destinado a outros Estados da Federação ou ao exterior, no que não configuraria “uso” na acepção técnica da palavra. 
	STF pleno
	642
	Amianto - Constitucionalidade da Lei Paulista que veda Transporte
	a despeito da constitucionalidade da norma estadual que proíbe o uso, disso não se extrai permissão para que reste inviabilizado o transporte interestadual e internacional desse tipo de cargas, na medida em que ainda subsistem leis estaduais que autorizam o manejo do amianto crisotila. Assim decidiu o STF, conquanto anteriormente tenha sinalizado, em juízo de cognição sumária, que a Lei 9.055/95 se revelaria inconstitucional ao permitir o uso dessa substância.
	
	Oral TRF1
	Competência - Município
	1) Os municípios podem legislar sobre matéria ambiental? 2) Qual o critério dessa competência concorrente?
Resposta:
Sim. Em matéria ambiental a competência executiva é comum entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios (CF, art. 23, VI). Desta forma, para que o Município desempenhe essa competência executiva sem entraves, é lhes reconhecida, por conseguinte, a competência legislativa em matéria ambiental, a qual há der ser exercida de acordo com dois critérios: (i) assunto ambiental de interesse local (CF, art. 30, I); e (ii) suplementar a legislação ambiental federal e estadual (CF, art. 30, II).
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	COMPETÊNCIA JURISDICIONALSTJ - 3aS
	365
	Competência Jurisdicional - Mata Atlântica
	Embora a mata atlântica integre o patrimônio nacional, não se enquadra na definição de bem da União e, por isso, não atrai a competência da Justiça Federal. Sendo assim, é competente a Justiça estadual para processar e julgar crime ambiental de desmatamento da floresta nativa da mata atlântica.
	STJ - 3aS
	402
	Competência Jurisdicional - Floresta Amazônica
	O desmatamento da floresta amazônica em terreno objeto de propriedade particular enseja competência do juízo de Direito, e não da Justiça Federal, ao entendimento de que não há que confundir patrimônio nacional com bem da União.
	STF - 1aT
	544
	Competência Jurisdicional - Rio que banhe mais de 2 estados
	É de competência da justiça federal a ação cujo objeto versa sobre poluição em rio que banhe mais de um estado, ainda que os danos se dêem em apenas um deles, posto que se trata de bem da União a invocar a atração de competência posta no art. 109 IV CF.
	STJ - 3aS
	428
	Competência Jurisdicional - Conduta praticada no entorno de uma Unidade de Conservação Federal
	Compete ao juizado especial federal processar e julgar crime ambiental (art. 39 da Lei n. 9.605/1998) decorrente do corte de árvores (palmito) em floresta de preservação permanente sem autorização do IBAMA, que administra o Parque Nacional de Itatiaia, por ser área particular vizinha à unidade de conservação.
	TRF 2
	Ementário Temático 70
	Competência Jurisdicional - Conduta praticada no entorno de uma Unidade de Conservação Federal
	A competência da Justiça Federal se firma quando as condutas são praticadas no entorno de uma Unidade de Conservação Federal. A competência do E. Plenário do TRF é inconteste, porquanto figura no pólo passivo Chefe do Executivo Municipal, acusado da prática de crimes de competência federal.
	TRF 2
	Súm 40
	Competência Jurisdicional
	Em se tratando de crimes ambientais, a regra é a competência da Justiça Estadual, exceto se praticados em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, de suas entidades autárquicas e empresas públicas.
	STJ 3a S 
	474
	Competência - JF - Crime ambiental - Extração - Cascalho
	os delitos relativos à extração irregular de recursos minerais, por estes serem bens da União, são da competência da Justiça Federal. 
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	LICENCIAMENTO
	 
	 
	 
	 
	STJ – 2aT
	417
	Licenciamento
	A formalização de qualquer das modalidades de unidade de conservação de proteção integral invalida as licenças ambientais anteriormente concedidas.
	
	
	Licenciamento - Viabilidade ambiental e controle pelo P Judiciário
	A licença ambiental é ato vinculado ou discricionário? Viabilidade ambiental é mérito administrativo, o Judiciário poderia controla-lo? Se o empreendimento não tem viabilidade ambiental, Judiciário poderá restringir. Se existe viabilidade o Judiciário não poderia determinar qual é a forma que a administração deve proceder (foi o que ocorreu no Rio São Francisco – não teria como o magistrado substituir o Executivo em definir qual a melhor forma de realizar o empreendimento).
	
	Oral TRF1
	
	2) Apresente uma reflexão a respeito de impacto ambiental, já que se tem o conceito semântico, jurídico e científico? Qual a natureza jurídica de um licenciamento ambiental? Toda licença é precedida de EIA?
Resposta:
Impacto ambiental é a alteração no meio ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade; a definição jurídica vem expressa no art. 1º da Res. 1, de 23.1.86 do CONAMA, "considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos naturais"; a definição semântica, diferente do sentido técnico pode ser definida como “a estimativa ou o julgamento do significado e do valor do efeito ambiental para os receptores natural, socioeconômico e humano. Efeito ambiental é a alteração mensurável da produtividade dos sistemas naturais da qualidade ambiental, resultante de uma atividade econômica.” (Vocabulário básico de meio ambiente); a definição de Impacto Ambiental está associada à alteração ou efeito ambiental considerado significativo por meio da avaliação do projeto de um determinado empreendimento, podendo ser negativo ou positivo. Cuidar que impacto não é dano, nem o positivo nem o negativo, a resultante de todos os impactos, quando negativa, pode ser dano, considerando-se dano sinônimo de prejuízo (que decorre do confronto do componente positivo com o componente negativo).
A natureza jurídica do Licenciamento é de procedimento administrativo, com o fim de obtenção de licença ambiental. Já a natureza jurídica da licença ambiental é objeto de muitas divergências na doutrina, se consistiria em ato administrativo, na modalidade “licença administrativa (vinculado)”, “autorização administrativa (discricionário)”, ou ainda uma nova espécie de ato administrativo, que reuniria características de licença e de autorização.
Nem toda licença exige o EIA, apenas para as atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental. As atividades de baixo risco podem ter sua licença através de outros meios, como o plano de controle ambiental, mais simples que o EIA.
	
	Oral TRF2
	Degradação x poluição
	6) Diferença entre degradação e poluição ambiental.
Resposta:
Esta diferenciação pode ser obtida dos conceitos trazidos pela Lei nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente). Degradação é a alteração adversa das características do meio ambiente. Já a poluição é a degradação da qualidade ambiental resultantes de atividades que ou indiretamente: prejudiquem saúde, a segurança e o bem estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lacem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
7) Há relação de gênero e espécie?
Resposta:
Sim, a poluição é uma espécie qualificada da degradação. A poluição agrega ao conceito de degradação o fato de ser resultante de atividades humanas, notadamente, que prejudiquem saúde, a segurança e o bem estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lacem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
	
	Oral TRF2
	
	1) Para que haja a concessão de uma licença ambiental é preciso estudo de impacto ambiental necessariamente? Caso fosse instado a determinar a suspensão de licença ambiental pela ausência do estudo preliminar/anterior, deferiria?
Resposta:
Nem toda licença exige o EIA, apenas para as atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental. As atividades de baixo risco podem ter sua licença através de outros meios, como o plano de controle ambiental, plano de manejo e plano de recuperação de área degradada, mais simples que o EIA. A questão referente à suspensão da licença, sem prévio EIA, impõe uma análise casuística, pois, conforme delineado, nem sempre é necessária sua realização. Caso fosse impositiva a elaboração do EIA, restaria patente a ilegalidade da dispensa.
	
	Oral TRF1
	Licenciamento - Direito adquirido
	7) No direito ambiental o licenciamento gera direito adquirido? Quais são as espécies de licenciamento ambiental?
Resposta:
Não há direito adquirido, pois as condições exigidas no licenciamento devem ser mantidas não só na instalação, mas durante todo o funcionamento do empreendimento, sob pena de revogação do ato. Ademais após o fim da validade da licença, poderão ser exigidas novas condições, que se mostrarem adequadas no casoconcreto. São três as espécies de licenciamento ambiental, as quais encontram-se previstas na Resolução n.º 237/97 do CONAMA. Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
	
	Oral TRF1
	Licenciamento Múltimos
	3) É possível, é legítima ter licenciamentos múltiplos? O STJ Resp 588022 entendeu que podem existir várias espécies de licenciamento sobre um mesmo empreendimento, e neste caso não haveria ilegitimidade.
Resposta:
Via de regra, o licenciamento ambiental é feito de acordo com a preponderância do interesse, que pode ser federal (âmbito nacional ou regional), estadual ou municipal. Entretanto, existem atividades e obras que terão importância ao mesmo tempo para a Nação e para os Estados e, nesse caso, pode até haver duplicidade de licenciamento, foi o que restou decidido no REsp 588022, não obstante o art. 7º, da Resolução Conama nº 237/97, preconizar ser inadmissível mais de um licenciamento.
	
	Oral TRF1
	Licenciamento - Dispensa pela administração - Controle judicial
	11) O ato da administração de dispensa do licenciamento ambiental pode ser controlado pelo Poder Judiciário?
Resposta:
Sim, apesar de se tratar de decisão discricionária, essa decisão pode ser controlada através da ação civil pública, visto que a derrogação indevida desse instrumento significa, normalmente, o primeiro passo para a concretização do dano ambiental. Apesar de envolver um juízo discricionário (técnico e valorativo), o ato pode ser objeto de apreciação pelo juiz, que deve considerar os valores constitucionais de proteção ao meio ambiente, além dos aspectos legais, referentes à parte vinculada do ato administrativo. De outro lado, também deve ser levado em conta o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, segundo o qual é garantida a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes na vida em sociedade, tal qual a dispensa do licenciamento ambiental.
	
	
	
	
	
	
	
	COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
	
	
	
	
	STF
	ADI 3378 / DF
	Compensação ambiental - Constitucionalidade da previsão legal
	A tarifação da compensação do dano ambiental definido por lei foi considerado constitucional? Não. O STF entendeu ser inconstitucional o estabelecimento de um critério mínimo que necessariamente deveria ser pago pelo empreendedor, isso porque há casos em que inexistirá dano ambiental a ser compensado.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 36 E SEUS §§ 1º, 2º E 3º DA LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. CONSTITUCIONALIDADE DA COMPENSAÇÃO DEVIDA PELA IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 1º DO ART. 36. 1. O compartilhamento-compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº 9.985/2000 não ofende o princípio da legalidade, dado haver sido a própria lei que previu o modo de financiamento dos gastos com as unidades de conservação da natureza. De igual forma, não há violação ao princípio da separação dos Poderes, por não se tratar de delegação do Poder Legislativo para o Executivo impor deveres aos administrados. 2. Compete ao órgão licenciador fixar o quantum da compensação, de acordo com a compostura do impacto ambiental a ser dimensionado no relatório - EIA/RIMA. 3. O art. 36 da Lei nº 9.985/2000 densifica o princípio usuário-pagador, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica. 4. Inexistente desrespeito ao postulado da razoabilidade. Compensação ambiental que se revela como instrumento adequado à defesa e preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, não havendo outro meio eficaz para atingir essa finalidade constitucional. Medida amplamente compensada pelos benefícios que sempre resultam de um meio ambiente ecologicamente garantido em sua higidez. 5. Inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento", no § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/2000. O valor da compensação-compartilhamento é de ser fixado proporcionalmente ao impacto ambiental, após estudo em que se assegurem o contraditório e a ampla defesa. Prescindibilidade da fixação de percentual sobre os custos do empreendimento. 6. Ação parcialmente procedente.
	
	
	Compensação ambiental 
	É possível que o MP ingresse com ACP com valor além do valor já compensado (o dano é exatamente aquele previsto no licenciamento)? Se não houver nenhum dano que extrapole aquele já previsto no EIA/RIMA, que já foi abrangido pela compensação ambiental, não será possível postular indenização.
	STJ
	REsp 896863 / DF
	Compensação ambiental x Valor devido no caso de ocorrência de dano ambiental - Institutos de natureza distintas
	2. O artigo 36 da Lei n.º 9.985/2000 prevê o instituto de compensação ambiental com base em conclusão de EIA/RIMA, de que o empreendimento teria significativo impacto ambiental e mensuração do dano previsível e indispensável a sua realização.
3. A compensação tem conteúdo reparatório, em que o empreendedor destina parte considerável de seus esforços em ações que sirvam para contrabalançar o uso de recursos naturais indispensáveis à realização do empreendimento previsto no estudo de impacto ambiental e devidamente autorizados pelo órgão competente.
4. O montante da compensação deve ater-se àqueles danos inevitáveis e imprescindíveis ao empreendimento previsto no EIA/RIMA, não se incluindo aqueles que possam ser objeto de medidas mitigadoras ou preventivas.
5. A indenização por dano ambiental, por seu turno, tem assento no artigo 225, § 3º, da Carta da República, que cuida de hipótese de dano já ocorrido em que o autor terá obrigação de repará-lo ou indenizar a coletividade. Não há como se incluir nesse contexto aquele foi previsto e autorizado pelos órgãos ambientais já devidamente compensado.
6. Os dois institutos têm natureza distinta, não havendo bis in idem na cobrança de indenização, desde que nela não se inclua a compensação anteriormente realizada ainda na fase de implantação do projeto .
	
	
	
	
	
	
	
	EIA/RIMA
	
	
	
	
	
	
	EIA/RIMA
	Toda atividade precisa do EIA/RIMA? Não, somente as atividades de significativo impacto ambiental. Quando não tem EIA/RIMA existe algum outro estudo? Existe algum que não seja EIA/RIMA ou todos são EIA/RIMA? EIA – grande impacto; AIA – avaliação de impacto ambiental é mais simples. (impactos menores)
 
EIA/RIMA analisa a área geográfica, existe alguma determinação de um espaço mínimo dessa área? Área mínima seria a bacia hidrográfica.
A conclusão do EIA/RIMA é vinculante à administração? Se a conclusão for que de que haverá dano ao meio ambiente, diz-se que haveria discricionariedade por parte da administração. Se a conclusão for de que não há ofensa, a administração estaria vinculada a deferir o licenciamento.
 
Ofensa – discricionário;
Não ofensa ao MA – vinculativo, deveria permitir o empreendimento.
	
	TRF2
	
	2) Qual a diferença entre Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente?
Resposta:
O EIA é responsável por dizer a respeito da coleta de material, analise, bibliografia (textos), bem como estudo das prováveis consequências ambientais que podem ser causados pela obra. Este estudo tempor finalidade analisar os impactos causados pela obra, propondo condições para sua implantação e qual o procedimento que deverá ser adotado para sua construção. Já o RIMA é um relatório conclusivo que traduz os termos técnicos para esclarecimento, analisando o Impacto Ambiental. Este relatório é responsável pelos levantamentos e conclusões, devendo o órgão público licenciador analisar o relatório observando as condições de empreendimento.
	
	TRF2
	
	3) O RIMA pode ser dispensado?
Resposta:
O RIMA é documento que sempre deve acompanhar o EIA. Trata-se de documento trás de maneira sucinta e acessível a conclusões obtidas no EIA, de natureza mais técnica. O RIMA tem como fim proporcionar o acesso do público em geral, da sociedade, à informações do EIA, função que não pode ser suprimida. Assim, conclui-se que o RIMA só poderá ser dispensado quando o EIA o for também.
	
	TRF2
	
	4) Como o juiz, não havendo o RIMA para a obra, essa pode ser embargada?
Resposta:
Sim, sendo prevista a exigência do EIA/RIMA para a licença, ou ainda que não exigido pela administração, entendendo o judiciário pela sua necessidade, é possível o embargo da obra pela própria Administração, que deverá lavrar auto de infração, ou ainda pelo Judiciário, em face da patente ilegalidade verificada.
	
	Oral TRF1
	
	4) O EIA pode ser sigiloso para evitar especulação imobiliária?
Resposta:
Ainda que a especulação imobiliária não seja uma consequência esperada pela realização de alguma obra ou empreendimento, a publicidade requerida pela natureza dos bens jurídicos envolvidos deve vir em primeiro lugar, a titularidade coletiva dos bens ambientais exigem a publicidade dos atos que impliquem na potencial degradação. O EIA deve permitir a participação pública na aprovação de um processo de licenciamento ambiental que contenha este tipo de estudo, através de audiências públicas com a comunidade que será afetada pela instalação do projeto.
	
	Oral TRF1
	
	8) No EIA, é preciso obrigatoriamente um engenheiro agrônomo? Tem que ser feito o estudo por uma equipe multidisciplinar?
Resposta:
A elaboração do EIA deve ficar a cargo de uma equipe multidisciplinar formada por técnicos nos diversos setores necessários para uma completa análise dos impactos ambientais positivos e negativos do projeto, para confecção de um estudo detalhado sobre a obra ou atividade. Tendo em vista que uma análise completa normalmente requer a presença desses profissionais, é comum a sua presença na equipe, entretanto, não é requisito necessário a elaboração conjunta com um agrônomo. Ex.: é possível a elaboração de um EIA por um conjunto de geografo, biólogo, engenheiro florestal, etc.
	
	Oral TRF2
	
	8) EIA e RIMA. Pode exigir-los para o meio ambiente artificial?
Resposta:
Sim. Segundo Edis Milaré, meio ambiente artificial é aquele constituído pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto de edificações (espaço urbano fechado) e dos equipamentos públicos (ruas, praças, áreas verdes, espaços livres em geral: espaço urbano aberto). Uma vez aceito o conceito holístico do meio ambiente como produto das interações e relações da sociedade humana com o mundo natural, o meio ambiente construído, ou artificial, passa a ser objeto das políticas ambientais, caindo sob a alçada não apenas do Direito Ambiental como também do Direito Urbanístico e regulamentações específicas. Nesse sentido, pode-se exigir a elaboração do EIA e RIMA para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente artificial, até mesmo porque o art. 225, IV, da CF/88, não faz distinção, devendo o meio ambiente, no caso, ser entendido no seu sentido mais amplo. A própria Res. CONAMA 001/86, ao incluir dentre as atividades que necessitam EIA/RIMA, aeroportos e projetos urbanísticos, deixou claro a possibilidade de sua aplicação ao meio ambiente artificial. 
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	FLORA (APP, reserva legal, servidão florestal, cota de reserva florestal)
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	CÓDIGO FLORESTAL
	 
	 
	 
	 
	
	
	Uso alternativo do solo
	O que é uso alternativo do solo? Área de imóvel rural que não é app nem reserva legal.
	
	
	Reserva Legal - Imóvel urbano
	Reserva legal existe sobre imóvel rurais ou também incide sobre imóvel urbano? Pelo art. 3o, III do novo código florestal – imóvel rural em área urbana que não tem construção tem que ter reserva.
	
	
	Reserva Legal - Exploração
	Área de reserva legal admite algum tipo de exploração? Sim. Possibilidade de exploração indireto, mas depende de licenciamento.
	 
	Questão TRF1
	 
	B) O Código Florestal proíbe que o poder público realize reflorestamento de preservação permanente em áreas de propriedade privada.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
Lei 4.771/65 - Art. 18. Nas terras de propriedade privada, onde seja necessário o florestamento ou o reflorestamento de preservação permanente, o Poder Público Federal poderá fazê-lo sem desapropriá-las, se não o fizer o proprietário.
	 
	Questão TRF1
	 
	C) A fiscalização ambiental das atividades florestais deve ser realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em caráter exclusivo, quando se tratar de florestas públicas.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
Lei 4.771/65. Art. 22. A União, diretamente, através do órgão executivo específico, ou em convênio com os Estados e Municípios, fiscalizará a aplicação das normas deste Código, podendo, para tanto, criar os serviços indispensáveis. Parágrafo único. Nas áreas urbanas, a que se refere o parágrafo único do art. 2º desta Lei, a fiscalização é da competência dos municípios, atuando a União supletivamente. 
	 
	Questão TRF1
	Serviço Floretal Brasileiro
	D) Na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro atua exclusivamente na gestão das florestas públicas, com competência para exercer a função de órgão gestor.
(C) – GABARITO PRELIMINAR
Lei 11.284/06. Art. 55. O SFB atua exclusivamente na gestão das florestas públicas e tem por competência: I - exercer a função de órgão gestor prevista no art. 53 desta Lei, no âmbito federal, bem como de órgão gestor do FNDF;
	STJ - 1aS
	449
	código Florestal - Reserva Legal - Averbação - Transcrição - Título aquisitivo da propriedade
	A palha da cana-de-açúcar está inclusa no regime previsto pelo art. 27 da Lei n. 4.771/1965 (Código Florestal), daí sua queima sujeitar-se à autorização dos órgãos ambientais competentes (parágrafo único do mencionado artigo de lei e do disposto no Dec. n. 2.661/1998), sem prejuízo de outras exigências inerentes à tutela ambiental decorrentes da constituição e das leis. Essa prática também proporciona a responsabilização civil por eventuais danos de qualquer natureza causados ao meio ambiente. A proibição de queima prevista no aludido artigo abrange todas as formas de vegetação, inclusive as culturas renováveis, tal qual a cana-de-açúcar decorrente da atividade agrícola.
	STJ – 2aT
	405
	Código Florestal - Reserva Legal - Averbação - Transcrição - Título aquisitivo da propriedade
	correta a interpretação do Código Florestal no sentido de considerar a averbação da reserva legal como condição da transcrição de títulos aquisitivos de propriedade. A norma do art. 1º da Lei n. 4.771/1965 foi plenamente recepcionada pela CF/1988. Sempre que uma lei comporta mais de uma interpretação, é necessário interpretá-la do modo mais coerente com o sistema no qual está inserida. A defesa do meio ambiente naturalmente implica restrição ao direito de propriedade. E a melhor forma de tornar efetiva essa obrigação é vincular qualquer modificação na matrícula do imóvel à averbação da reserva florestal
	 
	Questão TRF1
	Concessão Florestal
	E) A concessão florestal consiste em delegação onerosa do direito de realizar manejo florestal sustentável a pessoa física ou jurídica, mediante licitação.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-na concessão florestal a delegação somente poderá ser feita para pessoa jurídica.Lei 11.284/06. Art. 3º. VII - concessão florestal: delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
	 
	 
	 
	 
	STF
	A CF e o STF
	Consulta pública - Não vinculação da decisão
	É importante salientar que a consulta pública, não obstante se constitua em instrumento essencialmente democrático, que retira o povo da plateia e o coloca no palco dos assuntos públicos, não tem, aqui, a natureza de um plebiscito. Algumas manifestações contrárias à criação da estação ecológica não têm a força de inviabilizar o empreendimento, até porque a finalidade da consulta pública é apenas ‘subsidiar a definição da localização, da dimensão e dos limites mais adequados para a unidade’ (art. 5º do Decreto 4.340/02). Isso quer dizer que a decisão final para a criação de uma unidade de conservação é do Chefe do Poder Executivo. O que este se obriga a fazer, segundo a lei, é apenas ouvir e ponderar as manifestações do povo, o que, segundo a nota técnica de fls. 512/513, parece haver ocorrido.
	 
	Questão TRF1
	 
	A) A unidade de conservação pode ser criada por meio de lei ou decreto, e, em caso de abranger área particular, não se aplica a desafetação, pois o domínio não se transmite ao poder público, em nenhuma circunstância.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
	 
	Questão TRF1
	 
	C) A necessidade de manutenção de cobertura vegetal protetora de recursos hídricos e da estrutura do solo justifica a proteção de determinado espaço territorial.
(C) – GABARITO PRELIMINAR
	 
	Questão TRF1
	 
	D) A legislação prevê, de forma taxativa, como espaços passíveis de proteção, áreas marginais a cursos de água, topos de morros e montanhas, escarpas e bordas de tabuleiros e chapadas, restingas.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-é possível que ato do poder público venha a determinar uma área de preservação permanente (art. 3º, Lei 4.771/65).
	
	Oral TRF5
	Unidades de conservação
	3) O que se entende por unidade de conservação e qual sua natureza jurídica? Quais os requisitos necessários para a implementação das unidades de conservação? É necessária a consulta pública?
Resposta:
As unidades de conservação são uma das modalidades de espaços ambientais territoriais protegidos que devem ser instituídos pelo poder público. Sua disposição legal está na Lei 9.985/2000, que aprovou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, o SNUC. De acordo com o art. 2º, I, da Lei 9.985/2000, unidade de conservação “é espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção; Importante destacar que a enorme maioria das unidades de conservação existentes no Brasil é de propriedade pública, porém, pode haver instituição de unidade de conservação em terras particulares o que, se não alcançada doação por parte do particular, gerará a necessidade de desapropriação. Para a instituição de uma unidade de conservação é são necessários: a relevância natural; o caráter oficial; a delimitação territorial; o objetivo conservacionista; o regime especial de proteção e a consulta pública, conforme art. 22, parágrafo 2º, da Lei 9.985/2000.
	
	Oral TRF5
	Unidades de conservação
	4) Quais os dois grandes grupos em que se dividem as unidades de conservação? Elas estão em conformidade com o novo Código Florestal?
Resposta:
Os dois grupos são - unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável. Nas primeiras deverá ser observada a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana. Já as de uso sustentável há exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos. Integram as unidades de proteção integral a estação ecológica, a reserva biológica o parque nacional, o monumento natural e o refúgio de vida silvestre. Já as unidades de uso sustentável são integradas por área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável e reserva particular do patrimônio natural.
Com relação a segunda indagação, houve profunda alteração por parte do Novo Código Florestal . 
	
	Oral TRF2
	
	5) Pode o poder público extinguir APA’s, por exemplo, através de decreto? A supressão somente mediante lei, aprovada pelo parlamento. Art. 225, §1º, III da CF.
Resposta:
Via de regra, no direito brasileiro, a criação e extinção de institutos, segue o princípio da simetria, ou seja, é extinto pela mesma modalidade de ato administrativo que o criou. No caso de Áreas de Preservação Permanente, entretanto, por disposição constitucional (Art. 225, §1º, III da CF), só podem ser extintas por lei, ainda que tenham sido criadas mediante decreto do poder executivo.
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	FAUNA
	 
	 
	 
	 
	
	
	Biocídio
	O que é e onde está previsto o “biocídio”? Declaração universal dos direitos dos animais (Bruxelas, 1978) prescreve que a morte de um animal sem necessidade é biocídio; de vários de uma mesma espécie, genocídio.
	STJ 2aT
	405
	Animais - Práticas cruéis (art. 225, p. 1o, VII, CR) - Controle de Zoonose - Gás asfixiante - Meio cruel
	a utilização de meio cruel para esse fim está proibida sob pena de violação do art. 225 da CF/1988, do art. 3º da Declaração Universal dos Direitos dos Animais e do art. 32 da Lei n. 9.605/1998. Assim, o uso de gás asfixiante nesses centros é tido por medida de extrema crueldade que viola o sistema normativo de proteção aos animais. O uso do gás sequer se justifica pelo fundamento de que o administrador público está a exercer o dever discricionário. Não se pode acolher que, com base nessa discricionariedade, o administrador realize prática ilícita, certo que há liberdade na escolha do método a ser utilizado, caso haja meios que se equivalham entre os não cruéis, mas nunca o exercício da discricionariedade que implique violação da própria finalidade legal. 
	STF Pleno
	628 / ADI 1856
	Animais - Rinha de Galo - Vedação às práticas cruéis contra animais x Manifestação cultural
	o Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Procurador-Geral da República para declarar a inconstitucionalidade da Lei fluminense 2.895/98 (julgado relacionado às "rinhas de galo"). Salientou-se, de um lado, a íntima conexão entre o dever ético-jurídico de preservação da fauna e o de não-incidência em práticas de crueldade e, de outro, a subsistência do gênero humano em um meio ambiente ecologicamente equilibrado (direito de terceira geração). Assinalou-se que a proteção conferida aos animais pela parte final do art. 225, § 1º, VII, da CF teria, na Lei 9.605/98 (art. 32), o seu preceito incriminador, o qual pune, a título de crime ambiental, a inflição de maus-tratos contra animais.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - BRIGA DE GALOS (LEI FLUMINENSE Nº 2.895/98) - LEGISLAÇÃO ESTADUAL QUE, PERTINENTE A EXPOSIÇÕES E A COMPETIÇÕES ENTRE AVES DAS RAÇAS COMBATENTES, FAVORECE ESSA PRÁTICA CRIMINOSA - DIPLOMA LEGISLATIVO QUE ESTIMULA O COMETIMENTO DE ATOS DE CRUELDADE CONTRA GALOS DE BRIGA - CRIME AMBIENTAL (LEI Nº 9.605/98, ART. 32) - MEIO AMBIENTE - DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) - PRERROGATIVA QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE - PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DA FAUNA (CF, ART. 225, § 1º, VII) - DESCARACTERIZAÇÃO DA BRIGA DE GALOCOMO MANIFESTAÇÃO CULTURAL - RECONHECIMENTO DA INCONSTITUIONALIDADE DA LEI ESTADUAL IMPUGNADA - AÇÃO DIRETA PROCEDENTE. LEGISLAÇÃO ESTADUAL QUE AUTORIZA A REALIZAÇÃO DE EXPOSIÇÕES E COMPETIÇÕES ENTRE AVES DAS RAÇAS COMBATENTES - NORMA QUE INSTITUCIONALIZA A PRÁTICA DE CRUELDADE CONTRA A FAUNA - INCONSTITUCIONALIDADE. - A promoção de briga de galos, além de caracterizar prática criminosa tipificada na legislação ambiental, configura conduta atentatória à Constituição da República, que veda a submissão de animais a atos de crueldade, cuja natureza perversa, à semelhança da “farra do boi” (RE 153.531/SC), não permite sejam eles qualificados como inocente manifestação cultural, de caráter meramente folclórico. Precedentes. - A proteção jurídico-constitucional dispensada à fauna abrange tanto os animais silvestres quanto os domésticos ou domesticados, nesta classe incluídos os galos utilizados em rinhas, pois o texto da Lei Fundamental vedou, em cláusula genérica, qualquer forma de submissão de animais a atos de crueldade. - Essa especial tutela, que tem por fundamento legitimador a autoridade da Constituição da República, é motivada pela necessidade de impedir a ocorrência de situações de risco que ameacem ou que façam periclitar todas as formas de vida, não só a do gênero humano, mas, também, a própria vida animal, cuja integridade restaria comprometida, não fora a vedação constitucional, por práticas aviltantes, perversas e violentas contra os seres irracionais, como os galos de briga (“gallus-gallus”). Magistério da doutrina. 
	STF 2aT
	
	Animais - Farra do boi
	COSTUME - MANIFESTAÇÃO CULTURAL - ESTÍMULO - RAZOABILIDADE - PRESERVAÇÃO DA FAUNA E DA FLORA - ANIMAIS - CRUELDADE. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância da norma do inciso VII do artigo 225 da Constituição Federal, no que veda prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Procedimento discrepante da norma constitucional denominado "farra do boi".
	STJ 2aT
	481
	Pesca - Ausência de mençãode artefato na Portaria da SUDEPE - inesistência à época da edição da portaria
	o fato de a portaria da Sudepe não ter feito menção àquele artefato ao livrar da proibição de pesca comercial os pescadores artesanais e amadores diz respeito unicamente à sua inexistência à época em que editada tal portaria (no caso, pesca subaquática amadora com arbalete - arma disparadora de arpões), e não à real vontade regulamentadora de vedar a pesca subaquática amadora com o uso do arbalete. Não há, pois, caráter restritivo, apenas lacuna relativa a desenvolvimento técnico.
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	ÁGUA
	 
	 
	 
	 
	 
	Questão TRF1
	 
	C) A CF divide o domínio das águas entre a União e os municípios conforme a localização dos corpos de água.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-a divisão é feita entre União (art. 20, III, CF) e Estados (art. 26, I, CF).
	 
	Questão TRF1
	 
	A) A lei de gestão de recursos hídricos permite ao Poder Executivo federal delegar aos estados e ao DF competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União.
(C) – GABARITO PRELIMINAR
Lei 9.433/97. Art. 14. § 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União.
	 
	Questão TRF1
	 
	B) Quando se tratar de bacia hidrográfica situada em terras indígenas, a comunidade indígena deverá ser representada por membros de entidades ambientais federais.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
Lei 9.433/97. Art. 39. § 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos representantes: I - da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação da União; II - das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	MINERAÇÃO
	 
	 
	 
	 
	 
	Questão TRF1
	Recursos Minerais - Propriedade
	B) As jazidas pertencem ao proprietário do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, sendo-lhe garantida, ainda, a propriedade do produto da lavra.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
- os recursos minerais, inclusive os do subsolo pertencem à União (art. 20, IX, CF). As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra (art. 176, CF).
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	RESPONSABILIDADE
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	RESPONSABILIDADE CIVIL
	 
	 
	 
	 
	
	oral trf1
	
	 2) E se o meu empreendimento for atingido por um terremoto, eu sou responsável, se for uma empresa que envolva riscos radioativos?
Resposta:
A responsabilidade civil em matéria ambiental é objetiva, independe da verificação da culpa do agente, isso é ponto pacífico na doutrina e jurisprudência. Este regime é adotado em vários diplomas legais (Lei 6.453/77, art. 4º, sobre danos nucleares; Código Civil, art. 927, p. único; Lei 11.105/05, art. 20, sobre biossegurança; Lei 12.305/2010, sobre resíduos sólidos; Lei 6.938/81, art. 14, § 1º, sobre a Política Nacional do Meio Ambiente). A questão que ainda provoca polêmica diz respeito ao fato de esta responsabilidade objetiva estar suportada na teoria do risco integral ou não. Para Milaré, nada obstante acoimada de radical, parece fora de dúvida ter-se vinculado a responsabilidade objetiva, em matéria ambiental, à teoria do risco integral, que atende à preocupação de se estabelecer um sistema o mais rigoroso possível, ante ao alarmante quadro de degradação que se assiste não só no Brasil, mas em todo o mundo. Ou seja, o dever de indenizar se faz presente tão só em face do dano, ainda nos casos de culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, caso fortuito ou de força maior. Nesse sentido, se meu empreendimento, uma empresa que envolva riscos radioativos, for atingido por um terremoto, ela será responsável e, se for insolvente, eu também serei, pois sua personalidade jurídica será desconsiderada. Basta a criação do risco e a existência de nexo de causalidade entre esse risco criado e o dano produzido, qualquer que seja sua causa. Adverte-se, todavia, que o tema é polêmico e que parte da doutrina e da jurisprudência não admite a teoria do risco integral, aceitando a possibilidade da existência de causas excludentes da responsabilidade (caso fortuito, força maior, fato exclusivo da vítima ou de terceiro).
	
	TRF1 ORAL
	
	3) A pretensão reparatória de dano coletivo é imprescritível?
Resposta:
Segundo Milaré, o Direito enxerga o dano ambiental sob dois aspectos distintos: a) o dano ambiental coletivo, causado ao meio ambienta globalmente considerado, em sua concepção difusa; b) o dano ambiental individual ou pessoal, sofrido pelas pessoas e seus bens. No caso do dano coletivo, o nosso ordenamento não conta com disciplina específica em matéria prescricional, a ser veiculada através de ação civil pública. Mas segundo ele, tudo leva à conclusão de que se inscreve no rol das ações imprescritíveis, somente admitindo-se a prescrição para a pretensão envolvendo direitos patrimoniais de caráter pessoal, não para pretensões quanto a direitos difusos, com característica básica da indisponibilidade, insuscetíveis de apreciação econômica, que não têm titular determinável, sob pena de sacrificar-se toda a coletividade, que é a titular. No mesmo sentido: “Em matéria de prescrição cumpre distinguir qual o bem jurídico tutelado: se eminentemente privado seguem-se os prazos normais das ações indenizatórias; se o bem jurídico é indisponível, fundamental, antecedendo a todos os demais direitos, pois sem ele não há vida, nem saúde, nem trabalho, nem lazer , considera-se imprescritível o direito à reparação. 8. O dano ambiental inclui-se dentre os direitos indisponíveis e como tal estádentre os poucos acobertados pelo manto da imprescritibilidade a ação que visa reparar o dano ambiental.” (STJ, RESP 1120117, Eliana Calmon, 2a T., DJe 19/11/2009). Também: TRF4, AC 200104010455879, Thompson Flores, 3ª T., DJ 04/09/2002.
	
	TRF1 ORAL
	
	 4) E se várias empresas reunidas são autoras de dano ecológico, uma dela se imiscuindo, existe algum óbice em relação às demais? Responsabilidade solidária? Como apurar a responsabilidade ambiental em relação à reparação, como magistrado o senhor aplicaria qual tipo de medida?
Resposta:
Não. Não existe óbice em responsabilizar as demais empresas e eu adotaria o seguinte entendimento do STJ a respeito: “Qualquer que seja a qualificação jurídica do degradador, público ou privado, no Direito brasileiro a responsabilidade civil pelo dano ambiental é de natureza objetiva, solidária e ilimitada, sendo regida pelos princípios do poluidor-pagador, da reparação in integrum, da prioridade da reparação in natura, e do favor debilis, este último a legitimar uma série de técnicas de facilitação do acesso à Justiça, entre as quais se inclui a inversão do ônus da prova em favor da vítima ambiental. Precedentes do STJ.” (v.g.: STJ, RESP 1071741, Herman Benjamin, 2ª T., 16/12/2010). É pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de que, mesmo na existência de múltiplos agentes poluidores, não existe obrigatoriedade na formação do litisconsórcio, uma vez que a responsabilidade entre eles é solidária pela reparação integral do dano ambiental (possibilidade se demandar de qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto, pelo todo).
	
	TRF1 ORAL
	
	5) A responsabilidade civil ambiental é apenas difusa? Na responsabilidade difusa a responsabilidade objetiva, e contra um particular, esta responsabilidade continua a ser objetiva?
Resposta:
Não, a responsabilidade não é apenas difusa. Como já fizemos referência em resposta a questão anterior, segundo Milaré, o Direito enxerga o dano ambiental sob dois aspectos distintos: a) o dano ambiental coletivo, causado ao meio ambienta globalmente considerado, em sua concepção difusa; b) o dano ambiental individual ou pessoal, sofrido pelas pessoas e seus bens. A responsabilidade civil, tanto numa hipótese, como na outra, é objetiva e solidária. As diferenças serão quanto ao prazo prescricional, a legitimidade para exigir a reparação e o tratamento da reparação do dano.
	
	TRF1 ORAL
	
	6) A responsabilidade ambiental civil é a mesma do direito administrativo?
Resposta:
Em linhas gerais, a responsabilidade civil ambiental tem os mesmos parâmetros da responsabilidade civil do Estado, no Direito Administrativo, pois tratam ambas de responsabilidade objetiva, que não exige a apuração de culpa, bastando a existência do evento danoso e do nexo de causalidade entre o evento e o dano provocado ao meio ambiente e a terceiros. As diferenças estarão no aspecto dos danos causados, que poderão ser de duas ordens (dano ambiental coletivo em sua concepção difusa e dano ambiental individual ou pessoal), assim como na admissibilidade ou não das excludentes de responsabilidade (caso fortuito, força maior, fato exclusivo da vítima ou de terceiro). Além disso, na responsabilidade civil ambiental, dar-se-á sempre preferência à reparação do dano mediante tutela específica, visando a restauração do meio ambiente ao seu estado anterior.
	
	TRF1 ORAL
	
	7) Qual a teoria que prevalece na responsabilidade ambiental, em termos de nexo de causalidade?
Resposta:
A responsabilidade civil ambiental, como já fizemos referência, além de ser objetiva, é também solidária, de forma que, existindo múltiplos agentes que tenham concorrido para a produção do dano, todos podem ser responsabilizados ou qualquer um deles isoladamente, não sendo necessário a formação de litisconsórcio, de forma que podemos enxergar aí a presença da teoria da equivalência dos antecedentes causais. Para Cavalieri Filho, citando Aguiar Dias, entretanto, prevalece no âmbito civil a teoria da causalidade adequada. Mas o efeito prático disso é a possibilidade de inversão do ônus da prova, judicial e extrajudicial, que é uma conseqüência da aplicação do Princípio da Precaução. A transferência do ônus da prova para os potenciais poluidores ocorreria nos seguintes casos, conforme Canotilho: a) quando ainda não se verificaram danos ao meio ambiente, todavia, eles poderão vir a ocorrer, diante falta de prova científica; b) quando os danos já ocorreram, porém, não se tem conhecimento da sua causa principal; c) quando os danos ocorreram, mas não há prova do nexo de causalidade entre o dano e a fonte poluidora. Assim, o Principio da Precaução impõe ao sujeito que desenvolve uma atividade potencialmente lesiva ao meio ambiente o ônus de provar que sua atividade não lhe oferece riscos. A inversão do ônus da prova, portanto, abarca a certeza cientifica e também o risco incerto do dano ambiental. Desta forma, o princípio que norteia a inversão do ônus da prova no Direito do Consumidor seria aplicável ao Direito Ambiental, pois as razões que justificam a sua ocorrência são comuns em ambos os casos.
	
	TRF1 ORAL
	
	8) Qual a diferença entre a teoria do risco integral e a do risco criado, e qual delas o ordenamento adotou?
Resposta:
A teoria do risco criado, que tem em Caio Mário, segundo Cavalieri, seu mais ardoroso adepto, impõe àquele que, em razão de sua atividade ou profissão, cria um perigo, a obrigação de reparação do dano que causar, salvo prova de haver adotado todas as medidas idôneas para evitá-lo. Importa numa ampliação do risco proveito, aumenta os encargos do agente, porém, é mais equitativa para a vítima, que não tem que provar que o dano resultou de uma vantagem ou de um benefício obtido pelo causador do dano, que deve assumir as conseqüências de sua atividade. Já a teoria do risco integral, é uma modalidade extremada da doutrina do risco destinada a justificar o dever de indenizar, segundo Cavalieri, até nos casos de inexistência do nexo causal. O dever de indenizar se faz presente tão só em face do dano, ainda nos casos de culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, caso fortuito e força maior. Mas essa posição não é pacífica, pois alguns doutrinadores não enxergam na teoria do risco integral a possibilidade de exclusão do nexo causal, mas apenas a inadmissibilidade das excludentes de responsabilidade. Algum nexo causal há que haver, por menor que seja, como a simples existência da atividade geradora de risco.
	
	
	
	
	STJ 2aT
	473
	Responsabilidade Civil - Compensação ambiental x condenação por danos imprevistos - bis in idem
	para a 2ª Turma do STJ são cumuláveis as indenizações por compensação ambiental (danos inerentes ao empreendimento e previstos no EIA/RIMA) e aquela por danos ambientais imprevistos, pois se tratam de medidas de natureza distinta, não havendo falar-se em “bis in idem”. Desse modo, os dois institutos têm natureza distinta, não havendo bis in idem na cobrança de indenização desde que nela não se inclua a compensação anteriormente realizada ainda na fase de implantação do projeto.
	STJ 2aT
	427
	Responsabilidade Civil - Indenização - 
	A obrigação de recuperar o meio ambiente degradado é compatível com a indenização pecuniária por eventuais prejuízos, até sua restauração plena. Contudo, se quem degradou promoveu a restauração imediata e completa do bem lesado ao status quo ante, em regra, não se fala em indenização.
	STJ 2aT
	427
	Responsabilidade Civil - Benefícios econômicos
	Os benefícios econômicos que se auferiu com a exploração ilegal do meio ambiente (bem de uso comum do povo, conforme o art. 225, caput, da CF/1988) devem reverter à coletividade.
	STJ 2aT
	429
	Responsabilidade Civil
	Em se tratando de reparação civil, é fundamental a comprovação do dano.
	 
	Questão TRF1
	 
	A) Ao impor a obrigação de reparação ao poluidor, o legislador sugere a demonstração da culpa em razão de as atividades poluidoras causarem danos ao meio ambiente ou a terceiros.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-responsabilidadeé objetiva à Art. 14. § 1º, Lei 6.938/81.
	 
	Questão TRF1
	 
	C) Em matéria ambiental, a administração responde civilmente por ato de terceiros, por culpa in omittendo proveniente de medidas de polícia.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
	 
	Questão TRF1
	 
	D) A teoria da faute du service public não é aplicada em relação à administração pública envolvida na proteção ambiental por ausência de acolhimento da jurisprudência nacional.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
	 
	Questão TRF1
	 
	E) No que se refere ao reconhecimento da responsabilidade administrativa em caso de dano ambiental, adota-se, na legislação brasileira, a teoria do risco criado.
(C) – GABARITO PRELIMINAR
	 
	 
	Responsabilidade Civil - Dano moral coletivo
	É tema conflituoso na doutrina e na jurisprudência a possibilidade de ocorrência de dano moral coletivo em função de degradação ambiental. É que como, de um modo geral, esta atinge apenas reflexa e pulverizadamente sujeitos indeterminados, via de regra não se mostra capaz de abalar o psicológico da coletividade. Prevalece, todavia, a corrente que o entende possível, desde que sejam provados fatos concretos dos quais se possa inferir razoavelmente um real dano na psique da comunidade afetada pela degradação. Assim, o dano moral difuso ou coletivo não poderia ser presumido pelo só fato de ter sido praticado um ato poluente, fazendo-se necessário prova contundente de que efetivamente houve um sofrimento psíquico por parte da universalidade de sujeitos indiretamente atingidos, o que inexistiu no caso da questão. Nesse sentido:
 
“2. Ad argumentandum tantum, ainda que ultrapassado o óbice erigido pelas Súmulas 282 e 356 do STF, melhor sorte não socorre ao recorrente, máxime porque a incompatibilidade entre o dano moral, qualificado pela noção de dor e sofrimento psíquico, e a transindividualidade, evidenciada pela indeterminabilidade do sujeito passivo e indivisibilidade da ofensa objeto de reparação, conduz à não indenizabilidade do dano moral coletivo, salvo comprovação de efetivo prejuízo dano. 3. Sob esse enfoque decidiu a 1ª Turma desta Corte, no julgamento de hipótese análoga, verbis: "PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. DANO MORAL COLETIVO. NECESSÁRIA VINCULAÇÃO DO DANO MORAL À NOÇÃO DE DOR, DE SOFRIMENTO PSÍQUICO, DE CARÁTER INDIVIDUAL. INCOMPATIBILIDADE COM A NOÇÃO DE TRANSINDIVIDUALIDADE (INDETERMINABILIDADE DO SUJEITO PASSIVO E INDIVISIBILIDADE DA OFENSA E DA REPARAÇÃO). RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO." (REsp 598.281/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, Rel. p/ Acórdão Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02.05.2006, DJ 01.06.2006) 4. Nada obstante, e apenas obiter dictum, há de se considerar que, no caso concreto, o autor não demonstra de forma clara e irrefutável o efetivo dano moral sofrido pela categoria social titular do interesse coletivo ou difuso, consoante assentado pelo acórdão recorrido:"...Entretanto, como já dito, por não se tratar de situação típica da existência de dano moral puro, não há como simplesmente presumi-la. Seria necessária prova no sentido de que a Municipalidade, de alguma forma, tenha perdido a consideração e a respeitabilidade e que a sociedade uruguaiense efetivamente tenha se sentido lesada e abalada moralmente, em decorrência do ilícito praticado, razão pela qual vai indeferido o pedido de indenização por dano moral." (STJ. RESP nº 821891, DJE: 12/05/2008).
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	STJ 1aT
	439
	Responsabilidade Civil - Reserva Legal - Atual proprietário
	A obrigação de demarcar, averbar e restaurar a área de reserva legal nas propriedades rurais constitui limitação administrativa ao uso da propriedade privada, a qual se destina a tutelar o meio ambiente, que deve ser defendido e preservado. Por ter como fonte a própria lei e por incidir sobre as propriedades em si, configura dever jurídico (obrigação ex lege) que se transfere automaticamente com a transferência do domínio (obrigação propter rem), podendo, em consequência, ser imediatamente exigível do proprietário atual independentemente de qualquer indagação a respeito da boa-fé do adquirente ou de outro nexo causal que não o que se estabelece pela titularidade do domínio.
	STJ 2aT
	471
	Responsabilidade Civil - Reflorestamento - Obrigação propter rem
	Dessa forma, embora esteja a área há muito tempo desmatada, o proprietário é que tem a obrigação de recuperá-la, em vez de explorá-la economicamente, como vinha ocorrendo. Essa obrigação de recuperá-la independe do fato de ter sido o proprietário o autor da degradação ambiental, mas decorre de obrigação propter rem, que adere ao título de domínio ou posse.
	STJ
	 
	Responsabilidade Civil - Reflorestamento e Averbação da Reserva Legal - Dispensa da demonstração de Culpa / Nexo Causalidade
	“5. Os deveres associados às APPs e à Reserva Legal têm natureza de obrigação propter rem, isto é, aderem ao título de domínio ou posse. Precedentes do STJ. 6. Descabe falar em culpa ou nexo causal, como fatores determinantes do dever de recuperar a vegetação nativa e averbar a Reserva Legal por parte do proprietário ou possuidor, antigo ou novo, mesmo se o imóvel já estava desmatado quando de sua aquisição. Sendo a hipótese de obrigação propter rem, desarrazoado perquirir quem causou o dano ambiental in casu, se o atual proprietário ou os anteriores, ou a culpabilidade de quem o fez ou deixou de fazer. Precedentes do STJ.” (STJ. RESP nº 948921, DJ: 11.11.2009).
	STJ 1aT STJ 2aT
	360 433
	Legitimidade Passiva
	Info 360 - 1aT: A ação civil pública ou coletiva que objetiva a responsabilização por dano ambiental pode ser proposta contra o poluidor, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (art. 3º, IV, da Lei n. 6.938/81), todos co-obrigados solidariamente à indenização, mediante litisconsórcio facultativo. A sua ausência não acarreta a nulidade do processo. Info 433 - 2aT: mesmo havendo vários agentes poluidores, a jurisprudência do STJ é firme quanto a não ser obrigatória a formação de litisconsórcio, visto que a responsabilidade de reparação integral do dano ambiental é solidária.
	STJ 2aT
	399
	Legitimidade Passiva - Responsabilidade - PJDP - Omissão - Município - Loteamento irregular - Regresso
	Mesmo aplicando multa e embargando a obra, se o município não impede a consumação do dano ambiental, deve ser responsabilizado conjuntamente com o loteador pelos prejuízos daí advindos; entretanto, posteriormente, poderá acionar a próprio loteador regressivamente, porque, conforme o artigo 40 da Lei n. 6.766/1979, está obrigado a promover a regularização do loteamento às expensas do loteador.
	STJ 2aT
	427
	Legitimidade Passiva - Responsabilidade - PJDP - Omissão
	A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de reconhecer a legitimidade passiva de pessoa jurídica de direito público (no caso, estado-membro) na ação que busca a responsabilidade pela degradação do meio ambiente, em razão da conduta omissiva quanto a seu dever de fiscalizá-lo.
	STJ 2aT
	404
	Legitimidade Passiva - Adquirente do imóvel - Nexo de causalidade
	A responsabilidade por danos ambientais é objetiva e, como tal, não exige a comprovação de culpa, bastando a constatação do dano e do nexo de causalidade. Contudo, não obstante a comprovação do nexo de causalidade ser a regra, em algumas situações dispensa-se tal necessidade em prol de uma efetiva proteção do bem jurídico tutelado. É isso que ocorre na esfera ambiental, nos casos em que o adquirente do imóvel é responsabilizado pelos danos ambientais causados na propriedade, independentemente de ter sido ele ou o dono anterior o real causador dos estragos. A responsabilidade por danos ao meio ambiente, além de objetiva, também é solidária.
	Doutrina
	Emagis
	Responsabilidade - Obrigação de restaurar o dano - Inaplicação de: i)Desafetação / ii) Teoria do Fato consumado / iii) direito adquiridoNão é compatível com nossa ordem jurídica a pretensa “desafetação” do bem ambientalmente protegido. A consumação da degradação ambiental não exime o responsável da obrigação de continuar protegendo a área e de repará-la. 
A indisponibilidade do meio ambiente e a imprescritibilidade do dano ambiental conduzem à conclusão de que não se pode invocar a teoria do fato consumado como justificativa para não recuperar o bem atingido. 
Não há direito adquirido à continuação da situação de ilícito ambiental. O dano ambiental é permanente e não se convalesce com o decurso do tempo. Doutrina. Jurisprudência. Nesse sentido:
“2. Inexiste direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente. O tempo é incapaz de curar ilegalidades ambientais de natureza permanente, pois parte dos sujeitos tutelados – as gerações futuras – carece de voz e de representantes que falem ou se omitam em seu nome. 3. Décadas de uso ilícito da propriedade rural não dão salvo-conduto ao proprietário ou posseiro para a continuidade de atos proibidos ou tornam legais práticas vedadas pelo legislador, sobretudo no âmbito de direitos indisponíveis, que a todos aproveita, inclusive às gerações futuras, como é o caso da proteção do meio ambiente. 4. As APPs e a Reserva Legal justificam-se onde há vegetação nativa remanescente, mas com maior razão onde, em conseqüência de desmatamento ilegal, a flora local já não existe, embora devesse existir.” (STJ. RESP nº 948921, DJ: 11.11.2009).
 
“10. Na forma do art. 225, caput, da Constituição de 1988, o manguezal é bem de uso comum do povo, marcado pela imprescritibilidade e inalienabilidade. Logo, o resultado de aterramento, drenagem e degradação ilegais de manguezal não se equipara ao instituto do acrescido a terreno de marinha, previsto no art. 20, inciso VII, do texto constitucional. 11. É incompatível com o Direito brasileiro a chamada desafetação ou desclassificação jurídica tácita em razão do fato consumado.” (STJ. RESP nº 650728, DJE: 02/12/2009).
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	STJ – 2aT
	404 / 418
	Ônus da Prova - Inversão - Empreendedor
	Nas ações civis ambientais, o caráter público e coletivo do bem jurídico tutelado – e não eventual hipossuficiência do autor da demanda em relação ao réu – conduz à conclusão de que alguns direitos do consumidor também devem ser estendidos ao autor das ações civis ambientais, pois essas buscam resguardar (e muitas vezes reparar) o patrimônio público coletivo consubstanciado no meio ambiente. A essas regras, soma-se o princípio da precaução. Esse preceitua que o meio ambiente deve ter em seu favor o benefício da dúvida no caso de incerteza (por falta de provas cientificamente relevantes) sobre o nexo causal entre determinada atividade e um efeito ambiental nocivo. Assim, ao interpretar o art. 6º, VIII, da Lei n. 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei n. 7.347/1985, conjugado com o princípio da precaução, justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o empreendedor da atividade potencialmente lesiva o ônus de demonstrar a segurança do empreendimento. (ver na aba Proc Civil o tema ACP)
	STJ
	Resp 933079 424 e 425
	Inversão do ônus da prova - Antecipação do pagamento
	REsp 933.079: Em relação ao adiantamento das despesas com a prova pericial, a isenção inicial do MP não é aceita pela jurisprudência de ambas as turmas, diante da dificuldade gerada pela adoção da tese. Abandono da interpretação literal para impor ao parquet a obrigação de antecipar honorários de perito, quando figure como autor na ação civil pública.
No Info 424, a 1a Seção em Embargos de Divergência: na condição de autor de ação civil pública, o Ministério Público, na perícia que requereu, não se incumbe de adiantar as despesas referentes a honorários do expert, contudo isso não permite que o juízo obrigue a outra parte a fazê-lo.
No Info 425 - 2aT: A Primeira Seção deste Superior Tribunal já decidiu que, conquanto não se possa obrigar o MP, como parte autora, a adiantar os honorários do perito na ação civil pública, diante do disposto no art. 18 da Lei n. 7.347/1985, também não se pode impor tal obrigação ao particular, tampouco exigir que o trabalho do perito seja prestado gratuitamente. Logo, nesse impasse, afigura-se plausível a decisão adotada na determinação de utilizar recursos do Fundo Estadual de Reparação de Interesses Difusos Lesados, criado por Lei estadual, considerando que a ACP objetiva algo previsto como destinação do aludido fundo.
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990)
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
	 
	 
	 
	 
	
	
	Infração administrativa - Previsão por meio de decreto
	Há ofensa ao princípio da legalidade a delegação da definição das infrações por parte do decreto? Ponderação – o que a lei coloca como crime, o decreto pode repetir. O que se tem vedado é a criação de infração diretamente pelo decreto. Sob esse fundamento o STJ tem entendido que não haveria infração à legalidade. Quando não havia a previsão legal, as multas eram ilegais. Depois da 9605 – seriam legais.
	STJ – 2aT
	413
	Responsabilidade Administrativa - Demolição de obra (art. 72, VIII) - auto executoriedade
	À luz do art. 72, VIII, da Lei n. 9.605/1998, não é dotada de auto executoriedade a demolição de obras já concluídas, mesmo como sanções administrativas de cunho ambiental. (O IBAMA poderá figurar no pólo ativo de ACP que vise a esta finalidade)
	STJ
	 
	Atuação do órgão federal - hipótese de licenciamento de competência do órgão estadual
	1. Havendo omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante da licença ambiental, pode o IBAMA exercer o seu poder de polícia administrativa, pois não há confundir competência para licenciar com competência para fiscalizar.
2. A contrariedade à norma pode ser anterior ou superveniente à outorga da licença, portanto a aplicação da sanção não está necessariamente vinculada à esfera do ente federal que a outorgou.
3. O pacto federativo atribuiu competência aos quatro entes da federação para proteger o meio ambiente através da fiscalização.
4. A competência constitucional para fiscalizar é comum aos órgãos do meio ambiente das diversas esferas da federação, inclusive o art. 76 da Lei Federal n. 9.605/98 prevê a possibilidade de atuação concomitante dos integrantes do SISNAMA.
5. Atividade desenvolvida com risco de dano ambiental a bem da União pode ser fiscalizada pelo IBAMA, ainda que a competência para licenciar seja de outro ente federado. (AgRg no REsp 711405/PR, STJ 2aT)”
ATENÇAO: O parágrafo único do art. 23 da CF foi regulamentado pela LC 140/11 pondendo ser extraída a seguinte conclusão: em princípio, o ente que possui a competência de licenciar a atividade poluidora também detém de modo preferencial a competência para fiscalizá-la, tal como disciplinado na legislação infraconstitucional. Entretanto, havendo perigo iminente ou atual ao meio ambiente os demais entes federados estão autorizados a agir cautelarmente e/ou existindo omissão e inércia do ente originalmente atribuído da competência para licenciar, fica o ente diverso autorizado a agir com base no poder de polícia, fiscalizando o particular e, se for o caso, aplicando sanções.
	doutrina
	emagis
	Multa aplicada por entes federados diferentes (União x Estado), qual deve prevalecer
	especificamente quanto às multas ambientais, já existia dispositivo atinente à questão que no intuito de evitar bis in idem, estabelecendo que o pagamento de multa ambiental estadual ou municipal substituiria a federal, desde que se relacionassem à mesma hipótese de incidência e ocorresse o efetivo pagamento, não bastando a celebração de termos de compromisso

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