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Resumos Elementos constitucionais de Direito Previdenciário

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NOTA 11 – PREVIDENCIARIO – AULA 01.1 - Introdução - Elementos constitucionais de Direito Previdenciário
Segundo o art. 193 da Constituição, qual é a base e o objetivo da ordem social?
Resposta
• Base da ordem social = Primado do Trabalho.
• Objetivo da ordem social = bem-estar e justiça social:
De que forma a Constituição da República define seguridade social?
Resposta
A CR, em seu art. 194, afirma que seguridade social compreende assistência, saúde eprevidência, sendo um conjunto de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade.
Qual a diferença entre seguridade social e seguro social?
Resposta
Seguro social é o mesmo que Previdência Social.
Seguridade social é o conjunto de Saúde + Previdência + Assistência Social. Trata-se de conceito inaugurado com a Constituição de 1988.
É correto definir a seguridade social conjunto integrado de ações de iniciativa do Poder Público Federal, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social?
Resposta
Não.
A iniciativa será de todos os poderes públicos (não só do federal) e também da sociedade.
Assim, pelo art. 194 da Constituição: a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Seguridade Social pode ser compreendida como direito fundamental?
Resposta
Sim, certamente.
Não só o tripé da seguridade social (saúde, previdência e assistência) está listado no art. 6º da Constituição da República, como também consta da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), em seu artigo XX. Além disso, também se verifica menção à seguridade social no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU.
Dentro da clássica classificação dos direitos fundamentais, estaria a seguridade social enquadrada como direito fundamental de 2ª geração, ou seja, aqueles que envolvem uma prestação estatal.
Cite três princípios e diretrizes constitucionais da seguridade social?
Resposta
Do art. 194 da CR (especificamente seu parágrafo único), vislumbram-se os seguintes princípios básicos da seguridade social:
a) universalidade de cobertura e atendimento;
b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços devidos às populações urbanas e rurais;
c) seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços;
d) irredutibilidade do valor dos benefícios;
e) equidade na forma de participação e custeio;
f) diversidade da base de financiamento; e
g) caráter democrático e descentralizado da administração, com gestão quadripartite.
Cada um desses sete princípios será objeto de análise separada.
A uniformidade da cobertura e do atendimento pode ser considerada um dos objetivos da seguridade social?
Resposta:Não.
Segundo o art. 194, I, o correto seria "universalidade" da cobertura e do atendimento.
O que se entende por Universalidade de cobertura e atendimento?
Resposta
Garantir princípio da seguridade social é, segundo a OIT, um dos maiores desafios dos modernos sistemas de seguridade social.
A universalidade de cobertura e atendimento tem duas acepções, objetiva e subjetiva.
Na sua acepção objetiva, significa que todos os riscos sociais devem ser cobertos pelo sistema de seguridade social. É a universalidade de cobertura.
Pela acepção subjetiva, significa que todos devem gozar de proteção social. É a universalidade de atendimento.
É importante destacar que, como todo princípio, não é absoluto. Exemplificativamente, o sistema previdenciário é contributivo, excluindo do atendimento, em regra, aqueles que não vertem contribuições para o RGPS.
A diversidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais pode ser considerada um dos objetivos da seguridade social?
Resposta
Não. Segundo o art. 194, II, o correto seria "uniformidade" e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.
A equidade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços pode ser considerada um dos objetivos da seguridade social?
Resposta:Não.
O correto seria "seletividade" e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
O que se entende por seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços?
Resposta
Essa é uma diretriz mais voltada ao legislador. Significa que a este incumbe eleger os benefícios e serviços que serão oferecidos pelo sistema. Está intrinsecamente ligado à capacidade financeira da Previdência Social e tem por norte assegurar inicialmente aquilo que for mais essencial e posteriormente o que for menos essencial.
Por exemplo (apenas por hipótese), se o sistema não tiver condições de pagar ao mesmo tempo auxílio-doença e gratificação natalina, deverá o legislador estruturá-lo de forma a garantir a instituição de auxílio-doença para só posteriormente garantir a gratificação natalina.
A distributividade, a seu turno, é comando ao legislador para que escolha as prestações que contemplem de modo mais abrangente os que se encontram em maior estado de necessidade. Tem relação com a função de distribuição de renda que é atribuída ao sistema de seguridade social.
O que se entende por irredutibilidade do valor dos benefícios?
Resposta
A irredutibilidade indica que aqueles benefícios da seguridade social que envolvem o pagamento de valores ao atendido não podem ser nominalmente reduzidos.
Cumpre destacar que, tal qual a irredutibilidade de subsídios ou de salários, envolve unicamente a irredutibilidade do valor nominal, não alcançando a defasagem do poder de compra decorrente do processo inflacionário.
A irredutibilidade do valor real dos benefícios pode ser considerada um dos objetivos da seguridade social?
Resposta:Não.
A irredutibilidade do valor dos benefícios é um dos objetivos da seguridade social, está previsto no art. 194, IV da Constituição.
Porém, trata-se de uma proibição de que se reduza o valor "NOMINAL" dos benefícios. Ou seja, se alguém ganhar 100 reais em certo benefício, nunca vai poder passar a ganhar menos de 100 reais, o valor nominal. Este princípio, não protege por si só, o valor "REAL" (poder de compra), analisado considerando a inflação. 
Não confunda este princípio, que por si só, não tem poder de proteger o valor real, com a regra expressamente prevista para os benefícios previdenciários lá no art. 201 §4º, que diz: É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. Esta sim é uma proteção ao valor real, expressamente prevista.
A uniformidade na forma de participação no custeio pode ser considerada um dos objetivos da seguridade social?
Resposta: Não. 
O correto seria "eqüidade" na forma de participação no custeio.
Tal expressão implica dizer que, no custeio da seguridade social, deve pagar mais quem pode mais, e deve pagar menos quem pode menos, cada um na medida de suas condições.
Esse aspecto é que justifica que a contribuição do segurado empregado tenha uma alíquota de 8, 9 ou 11%, conforme sua remuneração.
O que se entende por equidade na forma de participação e custeio?
Resposta
Em termos simples, indica essa diretriz que cada qual deve participar do sistema de seguridade social na medida de suas possibilidades. É uma forma de concretização da igualdade substancial, princípio constitucional de alta relevância.
Sabemos que a seguridade social é informada (ou seja, tem como vetor) pela "diversidade da base de financiamento". Assim, segundo o art. 195, podemos dizer que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, tanto de forma direta quanto de forma indireta?
Resposta
Sim. É o que dispõe o art. 195.  Esse financiamento da sociedade se dá através de recursos orçamentários (provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios) e de diversas contribuições sociais, dispostas no art. 195.
 Chama-se "direta" a forma de financiamento através de contribuiçõessociais e "indireta" a forma de financiamento através de recursos orçamentários.
De que forma ocorre a administração democrática e a gestão quadripartite da seguridade social?
Resposta: Em conformidade com o art. 194 da CR, a gestão quadripartite determina que órgãos colegiados da seguridade social contem com representantes do Governo, dos Trabalhadores, dos Empregadores e dos Aposentados.
A uniformidade da base de financiamento pode ser considerada um dos objetivos da seguridade social?
Resposta: Não o correto seria "diversidade" da base de financiamento.
O que se entende por diversidade da base de financiamento?
Resposta
É diretriz da seguridade social que determina que esta será financiada por toda a sociedade. Assim, todos são chamados a contribuir para a seguridade social.
Em específico, são instituídas contribuições a cargo do empregador, do trabalhador, do administrador de concursos de prognósticos, do importador de bens ou serviços e dos entes federados (art. 195 da CR). Além disso, foi outorgada competência à União para instituir, mediante lei complementar, outras fontes de custeio da seguridade social.
Podemos dizer que as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão de forma discriminada dentro do orçamento da União?
Resposta: Não.
Segundo o art. 195 §1º, as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
A filiação à Previdência Social é uma faculdade?
Resposta: Como regra, não.
O art. 201 da Constituição da República determina que a organização da Previdência Social deve ser norteada pela filiação obrigatória. Seguindo esse norte, a Lei 8.213/91 estabeleceu a categoria dos segurados obrigatórios da Previdência (art. 11), listando atividades que, em verificadas no caso concreto, determinam, obrigatoriamente, a filiação da pessoa ao sistema previdenciário.
A filiação, como exceção, pode ser facultativa, para aqueles que não sejam contemplados na categoria de segurados obrigatórios e, mesmo assim, desejem ingressar no sistema.
Os benefícios previdenciários podem ser estabelecidos em valor inferior ao salário mínimo?
Resposta
Sim e não. O §2º do art. 201 da Constituição da República estabelece que nenhum benefícioque substitua o salário de contribuição pode ser pago em valor inferior ao salário mínimo.
Dessa forma, os benefícios que não possuem a função de substituição do salário de contribuição não contam com essa limitação mínima. São eles: auxílio-acidente e salário-família.
Existem eventos que são necessariamente cobertos pela Previdência Social. Cite três deles.
Resposta: O art. 201 da CR identifica alguns eventos de cobertura obrigatória pela Previdência Social, podendo o legislador instituir benefícios e serviços para outros eventos, mas tendo estes como um patamar mínimo. São eles:
- doença; invalidez; morte; idade avançada; maternidade; desemprego involuntário; reclusão (para os segurados de baixa renda); e existência de prole (para os segurados de baixa renda).
Esses eventos são cobertos pelos seguintes benefícios: auxílio-doença (doença), auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez (invalidez), aposentadoria por idade (idade avançada), salário maternidade (maternidade), seguro-desemprego (desemprego involuntário), auxílio-reclusão (reclusão do segurado de baixa renda) e salário-família (existência de prole).
Em que situações pode o legislador ordinário instituir critérios e requisitos diferenciados para concessão de aposentadoria aos benefíciários do RGPS?
Resposta
Como regra, é vedada ao legislador essa conduta. Todavia, o §1º do art. 201 da CR excepciona os casos de atividades exercidas sob condições prejudiciais à saúde ou integridade física e de qualquer atividade exercida pela pessoa com deficiência. Para esses casos, foi instituída a aposentadoria especial (art. 57 da Lei de Benefícios), e as aposentadorias da pessoa com deficiência (Lei Complementar 142/2013). Essas modalidades de aposentadoria diferenciam-se das demais pelo reduzido tempo de contribuição ou idade exigidos para sua concessão.
O que é a proteção atuarial ao segurado e beneficiário do Regime Geral de Previdência Social?
Resposta: Essa expressão engloba as proteções previstas nos §§ 3º e 4º do art. 201 da CR. Em essência, as contribuições vertidas para o sistema serão atualizadas quando do cálculo de concessão do benefício, e este será periodicamente reajustado para assegurar seu valor real.
A Constituição da República estabelece tempos de contribuição e idades mínimas para a concessão de benefícios. Quais são?
Resposta
Nos termos no §7º do art. 201 da CR, é assegurada a aposentadoria àquele que tiver 35 anos de contribuição, se homem, ou 30 anos de contribuição, se mulher. 
Além disso, é assegurada aposentadoria àquele que tiver 65 anos de idade (homem) ou 60 anos de idade (mulher), sendo esses limites reduzidos em 5 anos para aqueles que exerçam suas atividades em regime de economia familiar.
Da mesma forma, para professores de educação básica (ensino infantil, fundamental e médio) há redução de 5 anos dos períodos acima estabelecidos para a aposentadoria por tempo de contribuição.
O que dispõe a Constituição sobre a aposentadoria do professor?
Resposta: 	Para o professor de educação  infantil e ensino fundamental e médio, o §8º da Constituição da República garante a aposentadoria por tempo de contribuição com redução de 5 anos. Assim, o professor poderá lograr aposentadoria com 30 anos de contribuição, e a professora, com 25.
O que é “contagem recíproca”, para fins previdenciários?
Resposta
Contagem recíproca é a possibilidade de um cidadão que tenha trabalhado por um período vinculado ao Regime Geral de Previdência Social e por outro período vinculado a um Regime Próprio de Previdência Social, possa somar esses períodos para fins de obtenção de benefícios previdenciários junto a um desses regimes.
Dessa forma, se por hipótese alguém trabalhou por 15 anos vinculado ao RPPS (servidor público), partindo então para a iniciativa privada por mais 20 anos (RGPS), poderá somar ambos os períodos para obter aposentadoria por tempo de contribuição junto ao RGPS (benefício este que exige, para o segurado homem, 35 anos de tempo de contribuição).
A contagem recíproca é assegurada constitucionalmente no art. 201, §9º da Constituição da República e permite o carregamento de tempo de contribuição do RGPS para um RPPS, de um RPPS para o RGPS e mesmo de um RPPS para outro RPPS.
O risco de acidente de trabalho é coberto pela Previdência Social ou pelo setor privado?
Resposta: Conforme determinação do art. 201, §10º da Constituição da República, a lei deve disciplinar a cobertura do risco de acidente do trabalho, de forma que seja este atendidoconcorrentemente pelo RGPS e pelo setor privado.
É correto dizer que o presidiário, mesmo quando não exerce atividade lícita e remunerada, há de ser tido como segurado obrigatório da previdência social, pois a universalidade de sua cobertura encontra-se consagrada constitucionalmente?
Resposta
Não. A vinculação com o RGPS decorre do exercício de alguma das atividades previstas no art. 11 da Lei de Benefícios ou do pagamento de contribuições na forma facultativa prevista pelo art. 14 da mesma lei. O presidiário, caso seja segurado da Previdência Social no momento da prisão, não perde essa qualidade enquanto preso, conforme art. 15, IV e, caso exerça atividade lícita e remunerada, será segurado por força desta atividade. Todavia, o presidiário, apenas por esta condição, não é considerado segurado do RGPS.
O fato de o sistema previdenciário ser contributivo determina que toda e qualquer prestação pecuniária do RGPS atenda a um prévio período de carência?
Resposta
Não. Apesar de ser regra a exigência do cumprimento de períodos de carência para a obtenção dos benefícios previdenciários, em várias situações esta é dispensável, explicitadosno art. 26 da Lei de Benefícios.
Especificamente, independem de carência os benefícios de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente, os benefícios por incapacidade laboral decorrente de acidente de qualquer natureza ou doença profissional, o serviço social, a reabilitação profissional, o salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica, além dos benefícios devidos aos segurados especiais.
Os trabalhadores de baixa renda e os segurados facultativos que  se dediquem exclusivamente às lides domésticas de sua própria residência, sendo de baixa renda,  têm algum tratamento privilegiado, para fins da previdência social?
Resposta: Sim. O §12 do art. 201 da Constituição da República, inserido em 2005 (EC 47/2005) prevê que para essa espécie de trabalhador deva ser instituído um regime diferenciado de inclusão previdenciária, para que tenham acesso a benefício de um salário mínimo.
Isso veio a ser concretizado pela Lei 12.470/2011 (que alterou a Lei 8.212/91), que instituiu a possibilidade de o segurado, ao optar por não ter direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, possa contribuir com o valor equivalente a 11% do salário mínimo, se contribuinte individual que trabalhe por conta própria ou segurado facultativo, ou ainda o valor equivalente a 5% do salário mínimo, se microempreendedor individual ou segurado facultativo que se dedique exclusivamente às lides domésticas e pertença a família de baixa renda.
Aderindo a essa espécie de contribuição, o segurado terá cobertura de todos os riscos sociais, não gozando, unicamente, da aposentadoria por tempo de contribuição.
É correto afirmar que a imposição de um número maior de contribuições àqueles que tenham maior capacidade econômica, a fim de que todos — notadamente os de menor capacidade econômica — possam partilhar dos benefícios gerados pela arrecadação total decorre da aplicação do princípio constitucional da igualdade?
Resposta
Não. Pelo princípio da igualdade, de sujeitos equivalentes devem ser exigidas as mesmas contribuições. O que fundamenta a imposição de um número maior de contribuições àqueles com maior capacidade econômica são os princípio da solidariedade, segundo o qual cabe a toda a sociedade suportar a previdência social, e da equidade na forma de participação do custeio. O primeiro não está expressamente previsto no texto constitucional, ao passo que o segundo está localizado no inciso V do art. 194 da CF.
É dado ao poder público a instituição de outras contribuições à seguridade social, além daquelas provenientes dos trabalhadores e segurados, dos empregadores, das empresas e equiparados e dos concursos de prognósticos?
Resposta
Sim. Além das fontes mencionadas na questão, a CF prevê o custeio da seguridade social também pela contribuição do importador de bens e serviços ou equiparados (art. 195, IV), bem como autorizando a lei a instituir outras fontes de custeio (art. 195, parágrafo 4o), desde que mediante lei complementar, de forma não-cumulativa e com base de cálculo e fato gerador distintos daqueles já previstos na Constituição.
O postulado da universalidade da cobertura e do atendimento significa que o poder público deve organizar a seguridade social de modo a garantir os benefícios respectivos a todos os residentes no país, observadas as peculiaridades e as especificidades que, nos termos da lei, possam justificar a concessão de benefícios distintos a segurados urbanos e rurais. Está correta essa assertiva?
Resposta
Não. A universalidade de cobertura determina que todas as contingências sociais devem ser alcançadas pela Previdência Social, enquanto que a universalidade de atendimento implica a possibilidade de acesso ao Regime Geral de Previdência Social a todos os habitantes da comunidade. Entretanto, a Constituição Federal, em seu art. 194, parágrafo único, inciso II, erige a princípio a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. É dizer, não é possível a concessão de benefícios distintos a esses dois ramos da população.
Apesar de seu sentido objetivo, o princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios — segundo o qual o poder aquisitivo dos benefícios não pode ser onerado — depende de lei ordinária para a sua concreção. Está correta a assertiva?
Resposta
Sim. A irredutibilidade dos benefícios, conforme posição já firmada pela jurisprudência brasileira, é apenas nominal. Nesse sentido, a recomposição das perdas inflacionárias depende de lei específica.
Há alguma consideração particular pelo ordenamento jurídico brasileiro a tratados internacionais que disponham sobre matéria previdenciária?
Resposta: Sim.
Conforme previsão específica constante do art. 85-A da Lei 8.212/91, os tratados internacionais que versem acerca de matéria previdenciária serão considerados, para fins de interpretação, como leis especiais.
Tal dispositivo tem por objetivo o resguardo das disposições negociadas junto a outros sujeitos de Direito Internacional Público.
A Constituição Federal, no seu art. 195 §8º, elenca os segurados especiais, ou seja, aqueles que devem contribuir para a seguridade mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e assim fazer jus aos benefícios nos termos da lei. Quem são esses segurados e qual o requisito para se enquadrar nesse grupo?
Resposta
Os segurados são, pela literalidade do §8º da Constituição:
•    o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais; 
•    o pescador artesanal;
•    os respectivos cônjuges.
Veja-se, por oportuno, que a legislação ordinária alarga levemente esse conceito, ao permitir que companheiros e filhos maiores de 16 anos também sejam enquadrados como segurados especiais, desde que participem ativamente das atividades rurais (Lei de Benefícios, art. 11, §6º).
Requisito: Desde que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes. Novamente, esse requisito, encontrado no §8º do art. 195 da Constituição, é melhor delineado pelo art. 11 e parágrafos da Lei 8.213/91.
A Constituição prevê a existência da previdência privada, facultativa e de caráter complementar, que será organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social. É necessária uma lei complementar para regulá-la?
Resposta
Sim, é o que dispõe explicitamente o art. 202 da Constituição da República.
A Lei Complementar em apreço é a Lei Complementar 109/2001.
O empregador que fizer contribuições em favor do seu empregado para a previdência privada poderá inclui-las no contrato de trabalho como parte da remuneração oferecida?
Resposta
Não. Segundo a Constituição da República, art. 202, §2°, as contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei
Segundo a Constituição é vedado que os entes federativos ou suas entidades da administração indireta atuem como patrocinadores de entidade de previdência privada?
Resposta
Não, não é vedado.
A única forma de tais entidades fazerem aporte financeiro a entidades de previdência privada é na forma de patrocinadores.
Qualquer outra forma de aporte financeiro é vedada, pois assim diz a Constituição: "é vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado".
Ao atuarem como patrocinadores de entidade de previdência privada, qual o limite da contribuição normal que pode ser feita pelos entes da federação ou por suas entidades da administração indireta?Resposta
Segundo CF, art. 202 §3º, a contribuição dos entes públicos patrocinadores deve ser nomáximo igual a contribuição do segurado, pois assim diz a Constituição: "é vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado"
NOTA 11 - TOPICO 1.2 - Introdução - Fontes e evolução histórica da Seguridade Social
Quais são as fontes primárias do Direito Previdenciário?
Resposta: Fontes primárias, definidas como aquelas que têm o condão de criar obrigações, são a Constituição da República e aquelas previstas no art. 59 da CR, a saber: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Além disso, tratados internacionais também são considerados fontes primárias de Direito, na medida em que possuem status de lei ordinária ou, se aprovados na forma do §3º do art. 5º da Constituição, status de emenda constitucional.
O que são consideradas fontes secundárias?
Resposta: Fontes secundárias são aquelas que não têm força para criar, de forma abstrata e aplicável indistintamente, direitos e obrigações.
São, por exemplo, decretos e instruções normativas, os quais extraem sua fonte de validade da lei, não podendo extrapolá-la, mas apenas esclarecer e disciplinar seus pontos.
Qual o ente federativo responsável por legislar acerca da seguridade social?
Resposta: À luz do art. 22, XXIII da Constituição da República, compete à União, privativamente, legislar acerca da seguridade social. Por conta disso, a União aprovou legislações orgânicas acerca da Saúde (Lei 8.080/90), da Assistência (Lei 8.742/93) e da Previdência (Lei 8.213/91), além de aprovar uma única lei que dispõe sobre o financiamento da seguridade social como um todo (Lei 8.212/91).
Estados e Municípios, entretanto, não são isentos de reponsabilidade sobre a seguridade social, já que possuem competência para “cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência” (Constituição da República, art. 23, II).
Ainda, o art. 24 da Constituição dispõe competir à União, aos Estados e ao Distrito Federal (mas não aos municípios) legislar concorrentemetne sobre “previdência social, proteção e defesa da saúde” (inc. XII).
Outrossim, cada ente federado tem competência para instituir o RPPS de seus servidores.
Tratados internacionais podem ser considerados fonte de Direito Previdenciário?
Resposta Certamente. 
Os Tratados Internacionais terem, como regra, status de lei ordinária, podendo possuir statusde Emenda à Constituição (Art. 5º, §3º da CR) ou mesmo status supralegal (em sendo tratado sobre direitos humanos, à luz da jurisprudência do STF).
Além disso, o art. 85-A da Lei 8.212/91 estabelece que tratados internacionais que versem sobre matéria previdenciário sejam interpretados como lei especial.
Qual a primeira lei que estabeleceu alguma proteção acidentária no Brasil?
Resposta
A primeira norma legal que criou proteção acidentária no Brasil foi o Código Comercial de 1850, que, em seu art. 79, determinava que os empregados permaneceriam recebendo seus salários em caso de invalidez por “acidentes imprevistos e inculpados”, desde que a invalidez não excedesse a três meses.
Qual a primeira referência constitucional acerca da Seguridade Social?
Resposta
A Constituição de 1891, em seu art. 175, concedeu a funcionários públicos (e apenas a eles) aposentadoria por invalidez no serviço.
Historicamente, em que período surge a preocupação efetiva com a Seguridade Social?
Resposta
A seguridade social, enquando direito fundamental de 2ª Geração, vê sua disciplina adensada globalmente a partir dos primórdios do século XX. No Brasil, o Decreto Legislativo 3.724/19 impôs aos empregadores a responsabilidade por acidentes sofridos por seus empregados.
Pouco depois, em 1923, é aprovada a Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo 4.682/23), criando caixas de aposentadorias e pensões para os ferroviárias, que deveriam ser instituídas pelas empresas e, mediante contribuição, financiariam algumas prestações (aposentadoria por invalidez, ordinária, pensão por morte e assistência médica). Importante salientar que a Lei Eloy Chaves é considerada a primeira manifestação legislativa sobre Previdência Social no Brasil.
Durante a década de 20, por outros Decretos Legislativos, a Lei Eloy Chaves foi sendo estendida para outras categorias profissionais (portuários, marítimos, telegráficos, etc). Assim, pode ser afirmado que, no Brasil, a preocupação efetiva com a Seguridade Social desenvolveu-se no início do século XX, mais especificamente a partir de 1919.
De que forma a Era Vargas (1930-1945) influenciou a Seguridade Social?
Resposta
O governo de Vargas, caracterizado pelo populismo e intervencionismo, foi o responsável pela criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, o qual teve papel decisivo na criação de vários institutos de aposentadorias e pensões, substituindo as antigas caixas.
A previdência social passou a ser organizada não por empresa, mas sim por categoria profissional. Assim ao longo da década de 30 foram criados institutos de previdência relacionados com cada categoria profissional (marítimos, bancários, industriários, comerciários, transportadores de carga, etc).
Ainda durante a Era Vargas, cumpre destacar que a Constituição de 1934 estabeleceu o tríplice critério de custeio (setor público, empregados e empregadores). Já na Constituição de 1937, houve apenas a referência à instituição de seguros de velhice, invalidez, vida e acidentes de trabalho.
Até quando a Previdência Social brasileira foi organizada por categoria profissional?
Resposta :A organização da previdência social por institutos específicos para cada categoria profissional iniciou no Brasil entre 1933, com a criação do IAPM – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos.
A extinção dos institutos teve início com o advento da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), a Lei 3.807/60, que unificou toda a legislação securitária. Estando todos os institutos sujeitos à mesma legislação, tornou-se desnecessário que várias estruturas administrativas cuidassem dos mesmos benefícios.
Assim, em 1966, através do Decreto-lei 72/66, foram unificados os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), sendo criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Como iniciou a proteção previdenciária do Trabalhador Rural no Brasil?
Resposta: Antes de 1963, o trabalhador rural não gozava de qualquer proteção previdenciária. Nesse ano, com o advento da Lei 4.214/63, foi instituído o FUNRURAL, constituído de 1% do valor dos produtos comercializados.
O que foi o PRORURAL?
Resposta: O Programa de Assistência ao Trabalhador Rural foi implantado pela Lei Complementar 11. 
Através dessa lei, o FUNRURAL foi revestido de natureza autárquica, sendo implantados benefícios de natureza assistencial ao trabalhador rural (sendo a aposentadoria por velhice o principal deles).
O que foi o SINPAS?
Resposta: O Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, criado pela Lei 6.439/77, pretendeu reorganizar a previdência social brasileira.
O Sistema era composto pelo INPS (concessão e manutenção de benefícios), pelo INAMPS(assistência médica – saúde), pelo IAPAS (arrecadação, fiscalização e cobrança de contribuições), pela LBA (Legião Brasileira de Assitência), pela FUNABEM (assistência ao menor), pela Dataprev (Processamento de dados) e pela CEME (Central de Medicamentos).
Quais as principais mudanças estruturais ocorridas com e após a Constituição da República de 1988?
Resposta: A CR de 1988 foi inovadora ao tratar da Seguridade Social como um gênero, composto de Previdência, Saúde e Assistência.  No que diz com a Saúde, previu a criaçãode um sistema único (SUS).
No que diz com a Previdência, previu a uniformidade e equivalência dos serviços e benefícios devidos às populações urbanas e rurais, as quais, até então, possuíam regimes bastantes distintos de seguridade social.
Já em 1990, houve a fusão do IAPAS e do INPS, com a criação do INSS.
O INAMPS foi extinto em 1993.
Posteriormente, com a Lei 11.457/2007, a arrecadação, fiscalização e administração das contribuições previdenciárias saiu da esfera de atribuições do INSS, passando para  União Federal, através da Receita Federal do Brasil.
Assim, organicamente, hoje a Seguridade Social é assim estruturada no Brasil:
Saúde – Organizada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
Assistência – Organizada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo o benefício de prestação continuada concedido por intermédio do INSS;
Previdência (RGPS - arrecadação) – de competência da União, pela Receita Federal do Brasil;
Previdência (RGPS – concessão e manutenção de benefícios e serviços ) – de competência do INSS;
Previdência (RPPS) – cada Ente Federado é responsável pela organização do seu próprio regime, sendo que no âmbito federal não houve a criação de uma autarquia específica para essa função.
NOTA 11 - TOPICO 02.1 -Beneficiários –Segurados
Quais as espécies de beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS)?
Resposta
São duas as espécies de beneficiários: segurados e dependentes.
Segurados recebem benefícios face à atividade por eles próprios exercida.Exemplificativamente, é benefício concedido a segurados a aposentadoria por idade.
Dependentes, por sua vez, recebem benefícios face à atividade exercida por terceiro de quem dependam, desde que atendidos certos critérios previstos no art. 16 da Lei de Benefícios.
Exemplificativamente, é benefício concedido a dependentes a pensão por morte.
Os segurados da Previdência Social (RGPS) são divididos em duas categorias básicas. Quais são essas categorias e o que as diferencia?
Resposta
Os segurados do RGPS podem ser classificados entre obrigatórios e facultativos.
Os segurados obrigatórios, regrados pelo art. 11 da Lei de Benefícios, mantêm vínculo com a Previdência Social de forma compulsória por conta da atividade que exercem.
Assim, para estes, é mais relevante o exercício da atividade que o recolhimento de contribuições (apesar de a ausência do recolhimento ter a potencialidade de gerar efeitos negativos para o segurado).
Por sua vez, os segurados facultativos, disciplinados no art. 13 da Lei 8.213/91, optam por se vincular à Previdência Social.
Sua relação com a Previdência, portanto, é associada ao recolhimento de contribuições.
Por este motivo, por exemplo, é admissível que o segurado obrigatório contribuinte individual efetue recolhimentos pretéritos (desde que comprove o exercício da atividade), enquanto que o mesmo não é cabível para o segurado facultativo.
Quais são as cinco modalidades de segurados obrigatórios da Previdência Social?
Resposta: À luz do art. 11 da Lei de Benefícios, os segurados obrigatórios do RGPS podem se enquadrar em uma das seguintes modalidades: Empregado (inciso I), Empregado Doméstico (inciso II),Contribuinte Individual (inciso V), Trabalhador Avulso (inciso VI) e Segurado Especial (inciso VII).
Qual o conceito de segurado especial?
Resposta
Para uma definição superficial, pode-se afirmar que o segurado especial é aquele que exerce atividade agropecuária, extrativista (seringueiro) ou de pesca artesanal, em regime de economia familiar. Além disso, é alcançado pelo conceito não só o chefe da família, como também seu cônjuge ou companheiro e filho ou equiparado maior de 16 anos que comprovadamente trabalhem em conjunto.
VER texto atual da Lei 8.213/91, o qual deve ser analisado e internalizado para fins de provas de concursos públicos.
O que se entende por regime de economia familiar?
Resposta
O regime de economia familiar, essencial para o enquadramento do segurado como segurado especial, tem como definição legal ser aquele em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes, admitindo-se, apenas, o uso de mão de obra temporária por até 120 dias/homem ao ano, ou seja, uma pessoa por 120 dias, duas pessoas por 60 dias e assim sucessivamente. (§1º do art. 11 da Lei de Benefícios).
O integrante do núcleo familiar rural que não auxilia a produção pode ser considerado segurado especial?
Resposta: Não.
A extensão da qualidade de segurado aos membros da família do agricultor/seringueiro extrativista/pescador artesanal alcança apenas os indivíduos que efetivamente trabalhem para o desenvolvimento e sustento do núcleo familiar, à luz do §6º do art. 11 da Lei de Benefícios.
Além disso, apenas a partir dos 16 anos é possível o enquadramento do membro da família como segurado.
Qual o limite de uso de mão de obra temporária para manter o enquadramento do indivíduo que labora em regime de economia familiar como segurado especial?
Resposta
O regime de economia familiar seja mantido mesmo com o uso de mão de obra temporária, desde que essa represente, no máximo, 120 dias/homem dentro de um ano civil. Dessa forma, pode ser utilizado um empregado temporário por 120 dias, dois por 60 ou qualquer combinação, desde que o limite acima seja atendido.Também é considerado, nesse cômputo, se a jornada exercida pelo temporário é integral (8 horas/dia e 44h/semana) ou parcial, o que tornaria possível, por exemplo, a contratação de um empregado por 240 dias dentro do ano civil, desde que este exerça uma jornada de 4 horas diárias.
Qual a definição de trabalhador avulso?
Resposta: O trabalho avulso é aquele exercido por pessoa a várias empresas ou tomadores, sem vínculo empregatício, sendo as oportunidades de trabalho geridas por uma instituição intermediária.
O exemplo mais recorrente de trabalho avulso é aquele desenvolvido em portos. Sob este panorama, o navio que necessitar de mão-de-obra contrata um operador portuário, que, por sua vez, solicita tantos trabalhadores avulsos quanto necessários ao Órgão Gestor de Mão de Obra, o qual faz a escalação dos trabalhadores avulsos para aquele serviço específico.
Dessa forma, a cada dia o trabalhador avulso prestará portuário serviços para um tomador distinto, nunca se vinculando a qualquer deles.
Mais recentemente, a Lei 12.023/2009 regulamentou a possibilidade de existência de trabalho avulso para a movimentação de mercadorias fora do âmbito portuário organizado, sendo que, nesta hipótese, o sindicato responde pela organização da escala de trabalhadores.
É relevante destacar que a Constituição da República, em seu art. 7º, XXXIV, assegura aos trabalhadores avulsos os mesmos direitos alcançados aos trabalhadores com vínculo empregatício, Essa disposição acaba se refletindo na seara previdenciária, razão pela qual toda disposição aplicável aos segurados empregados será aplicável aos segurados avulsos, à exceção de normas pontuais cuja aplicabilidade ao avulso se tornaria impossível.
Qual a principal característica que diferencia o empregado doméstico do empregado?
Resposta
A diferença essencial entre essas duas modalidades de segurados obrigatórios do RGPS é o fato de o trabalho desenvolvido pelo empregado doméstico ser realizado em âmbito residencial e sem finalidade lucrativa.
Nessa categoria são enquadrados empregados domésticos, cuidadores, jardineiros, motoristas, etc, desde que atendidos os requisitos acima.
Veja-se, por oportuno, que a referência a "ambito residencial" não determina que necessariamente o empregado doméstico trabalhe dentro da residência, mas apenas que suas atividades não tenham relaçao com empresa. Dessa forma, o motorista particular (que exerce sua atividade, por excelência, fora da residência) é considerado empregado doméstico.
Quem é considerado segurado obrigatório na modalidade“empregado”?
Resposta : O RGPS adota uma concepção de empregado bastante próxima àquela esposada pela CLT, considerando empregado aquele que presta serviços de natureza urbana ou rural à empresa, de forma não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração (art. 11, I, “a” da Lei de Benefícios”).
Todavia, nas alíneas “b” a “j” a lei traz outras espécies de vínculos que são considerados empregados por equiparação:
“b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional;
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais. (Incluída pela Lei nº 8.647, de 1993)
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social ; (Incluída pela Lei nº 9.506, de 1997)
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004)”.
É importante conhecer essas modalidades, em especial aquelas em que a vinculação ao RGPS é subsidiária (alíneas “d”, “e”, “h”, “i” e “j”).
Também é de se dar algum destaque para a alínea “g”, que considera segurado empregado o ocupante, de exclusivamente, de cargo em comissão no âmbito do serviço público federal (e apenas federal).
Qual a definição legal de contribuinte individual?
Resposta
A categoria de segurado obrigatório na modalidade “contribuinte individual” resultou na junção, em 1999, de três categorias distintas até então existentes: trabalhador autônomo, empresário e trabalhador equiparado a autônomo.
Como regra, contribuinte individual é aquele que exerce por conta própria atividade lucrativa, sendo que o inciso V do art. 11 da Lei de Benefícios especifica da seguinte forma as possíveis facetas do contribuinte individual:
“a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo;
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa;
d) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999)
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego;
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;”
Analisando os dispositivos acima, tem-se que a alínea “a” há a inclusão como contribuinte individual do proprietário rural qua não possa ser enquadrado como segurado especial, dado o vulto econômico de sua atividade.
Na alínea “b”, por sua vez, é incluído no conceito o garimpeiro, que não é enquadrado como segurado especial.
A alínea “c” trata da situação particular de clérigos, que não são considerados empregados de suas congregações.
Na alínea “e” existe a proteção do brasileiro que trabalha para organismo internacional do qual faz parte o Brasil (ONU, OMC, OIT, MERCOSUL, etc.), desde que inexista regime previdenciário próprio.
A alínea “f” abarca o administrador ou conselheiro de sociedade empresária ou outras entidades equiparadas (cooperativas, associações, etc.), que não podem ser considerados empregados, além do síndico de condomínio que receba remuneração.
Por fim, as alíneas “g” e “h” representam cláusulas de abertura, enquadrando como contribuinte individual todo aquele que preste serviço sem relação de emprego, no âmbito urbano ou rural, bem como aquele que exerça atividade econômica de natureza urbana.
Verifica-se, assim, que em grande parte o conceito de contribuinte individual será fixado por exclusão: não se enquadrando a pessoa como empregado, empregado doméstico, avulso ou segurado especial, e presente uma atividade que represente ganhos para a pessoa, ela será, no mais das vezes, categorizada como contribuinte individual
O fato de o proprietário celebrar contrato de parceria, outorgando parte da propriedade para terceiro cultivar, afasta a qualidade de segurado especial?
Resposta: Não necessariamente.
O §8, inciso I, do art. 11 da Lei de Benefícios permite que o proprietário de até 4 módulos fiscais possa outorgar até a metade disso para terceiro, mantendo sua qualidade de segurado especial, Todavia, isso somente é possível se o tamanho total da propriedade ficar no limite de 4 módulos fiscais e se ambos, outorgante e outorgado, exerçam atividade em regime de economia familiar.
Qual a relevância da participação em plano de previdência complementar instituído por sindicato ou outra entidade classista de trabalhadores ou produtores rurais para a manutenção da qualidade de segurado especial?
Resposta:Nenhuma.
A lei 11.718/2008 incluiu o inciso III ao §8º do art. 11 da Lei de Benefícios, deixando claro que a participação nessa espécie de programa de previdência privada não interfere na qualidade de segurado especial.
O beneficiamento ou industrialização artesanal é admissível dentro do âmbito do regime de economia familiar?
Resposta
Sim, desde que seja efetuado pela própria família e que o produto resultante não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). Apesar disso, é importante destacar que a Lei 12.873/2013 tornou irrelevante a incidência do IPI na hipótese de o agricultor segurado especial integrar sociedade empresária,sociedade simples ou atuar como empresário individual ou empresa individual de responsabilidada limitada, com relação ao produto final e desde que o objeto da empresa seja agrícola, agroindustrial ou agroturístico e que a empresa seja considerada microempresa (Lei Complementar 123).
Recomenda-se a atenta leitura do inciso V do §8º do art. 11 da Lei 8.213/91, c/c o §11 do art. 25 da Lei 8.212/91 (plano de custeio)E DO §12 do art. 11 da Lei de Benefícios, em conjunto com o inciso VII do §8º do mesmo artigo.
Em que hipóteses o recebimento de rendimento de fonte externa ao trabalho rural (ou seringueiro extrativista ou pesqueiro artesanal) permite a manutenção da qualidade de segurado especial?
Resposta: O §9º do art. 11 da Lei de Benefícios, fixa hipóteses em que o rendimento extra não afasta a qualidade de segurado especial.
→ o recebimento de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão de até um salário mínimo.Outrossim, se a participação em PPC instituído por sindicato rural não afasta a qualidade de segurado especial, o recebimento de benefícios daí advindos também não interfere com a filiação do segurado junto à Previdência Social.
→o exercício de papel político de representação dessa parcela da sociedade (e recebimento de correspondente remuneração), seja como dirigente sindical, vereador de Município que desenvolva atividade rural ou dirigente de cooperativa rural constituída por segurados especiais, exclusivamente.
→O recebimento de contraprestação pela outorga de parcela da propriedade a terceiro (desde que a propriedade como um todo não supere 4 módulos fiscais e que outorgante e outorgado atuem como segurados especiais) 
→o ganho decorrente de atividade artística ou de produção artesanal, desde que limitado a um salário mínimo mensal, não afasta a qualidade de segurado especial.
→ o exercício de atividade remunerada (urbana ou rural) por até 120 dias por ano não afasta o enquadramento como segurado especial.
O aposentado pelo RGPS que retorna ao exercício de atividade abrangida pelo Regime tem que tratamento previdenciário?
Resposta
Na hipótese do retorno a uma atividade abrangida pelo RGPS, o aposentado será considerado segurado obrigatório, sujeitando-se às contribuições devidas, conforme dispõe o §3º do art. 11 da Lei de Benefícios.
Entretanto, na medida em que já recebe benefício previdenciário do RGPS, o exercício da nova atividade não terá o condão de gerar a concessão de qualquer prestação da Previdência Social, salvo o salário-família e a reabilitação profissional, conforme dispõe o §2º do art. 18 da Lei 8.213/91.
Além disso, o Decreto 3.048/99, em seu art. 103, permite que a segurada aposentada que retornar à atividade poderá gozar de salário-maternidade, cumpridos os demais requisitos. 
O que é o “período de graça”?
Período de graça é um período em que a legislação previdenciária permite a manutenção da qualidade de segurado, mesmo após a cessação do pagamento de contribuições pelo segurado.
As hipóteses de cabimento estão arroladas no art. 15 da Lei 8.213/91, abaixo reproduzido.
Permanece como segurado, sem limite de prazo, aquele que está em gozo de benefício, o segurado segregado compulsoriamente, o segurado recolhido à prisão e o incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar. Pelo prazo de 12 meses, mantém a qualidade de segurado aquele que deixe de exercer atividade remunerada abrangida pelo RGPS, aquele que retorna de situação de segregação compulsória e o preso liberto.
Com relação àquele que deixa de exercer atividade remunerada vinculada ao RGPS, o prazo de 12 meses é prorrogado para 24 meses se o segurado já tiver pago 120 contribuições mensais sem perda da qualidade de segurado, e esse prazo ainda é acrescido de 12 meses se o segurado deixar de exercer a atividade por força de desemprego, comprovada essa situação mediante registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.
Logo, o período de graça para o empregado que conte com mais de 120 contribuições sem perda da qualidade de segurado e que vá para a inatividade por força de desemprego pode alcançar 36 meses.
Por fim, o segurado incorporado às Forças Armadas, após o licenciamento, goza de 3 meses de período de graça, e o facultativo, após cessar as contribuições, goza de 6 meses de período de graça.
Em todas essas hipóteses, a perda da qualidade de segurado ocorre no dia seguinte ao término do prazo para recolhimento de contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados.
Isso quer dizer, por exemplo, que no caso do segurado empregado, sem 120 contribuições e que vá para a inatividade por opção (não sendo, pois, caso de desemprego) em dezembro de 2012, somente perderá a qualidade de segurado em 16 de fevereiro de 2014.
Assim ocorre porque, findo o prazo de 12 meses em dezembro de 2013, o exercício de alguma atividade remunerada em janeiro de 2014 permitiria a manutenção da qualidade de segurado e, como a contribuição referente a janeiro de 2014 deve ser recolhida até 15 de fevereiro de 2014, apenas a partir de 16 de fevereiro ocorrerá a efetiva perda da qualidade de segurado.
Henry, de nacionalidade francesa, presta serviços no Brasil à embaixada da França. Em virtude da natureza de sua atividade, Henry fixou residência em Brasília – DF. Seria Henry segurado obrigatório da previdência social?
Resposta : Sim. A situação de Henry enquadra-se no art. 11, I, "d" da Lei 8.213/91, ou seja, é considerado segurado obrigatório, na modalidade “empregado”.
Pedro, pela prática de crime de homicídio doloso, foi condenado a 7 anos de reclusão, em regime fechado. Nessa situação, durante o período de cumprimento da pena, Pedro não poderá filiar-se ao regime geral de previdência social. É correta a assertiva?
Resposta : Não.
Mesmo em situação de reclusão, é dado ao preso filiar-se ao RGPS, através do exercício de atividade remunerada ou de contribuição na qualidade de contribuinte individual ou facultativo (art. 2º da Lei 10.666/2003).
Importante destacar que essa filiação não prejudica eventual direito dos dependentes ao auxílio-reclusão, sendo vedada, em qualquer hipótese, a percepção conjunta desse benefício e de aposentadoria ou auxílio-doença (nesse caso, deverão segurado e dependentes optar pelo benefício mais vantajoso).
Na condição de segurado especial, podem se inscrever, facultativamente, no RGPS, entre outros, a dona de casa, o síndico de condomínio não- remunerado, o estudante com 16 anos ou mais e o brasileiro que acompanha cônjuge ao exterior. Está correta a assertiva?
Resposta: Não.
Segurado especial, segundo a Lei de Benefícios, é o pequeno produtor rural ou equiparado (pescador e seringueiro, por exemplo), que trabalha em regime de economia familiar, sendo enquadrado como segurado obrigatório.
Os exemplos citados na questão correspondem a segurados facultativos da Previdência Social, ou seja, àquelas pessoas que, mesmo não estando obrigatoriamente vinculadas, optam por contribuir para o RGPS
São os trabalhadores avulsos e eventuais equiparados ao trabalhador autônomo?
Resposta : Não.
Trabalhadores avulsos compõem subcategoria própria dos segurados obrigatórios da Previdência Social.
Já o trabalhador autônomo pertence à subcategoria de contribuinte individual, nos termos do art. 11 da Lei de Benefícios.
02.2 -Beneficiários – Dependentes
Quais são as prestações previdenciárias acessíveis aos dependentes do segurado?
Resposta : Os dependentes do segurado têm acesso aos benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão, bem como aos serviços de reabilitação profissional e serviço social.
Como estão estruturados os potenciais dependentes previdenciários do segurado?
Resposta : A Lei 8.213/91, no art. 16, divide os possíveis dependentes em três classes.
Na primeira, encontram-se cônjuges e filhos (bem como equiparados), na segunda os pais e na terceira os irmãos menores, inválidos ou deficientes mentais.
Quem são os integrantes da primeira classe de dependentes?
Resposta
A lei prevêcomo integrantes da primeira classe o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.
Importante destacar que mesmo antes da atual jurisprudência do STF, o INSS já aceitava uniões homossexuais como aptas a gerar a relação de companheirismo da qual decorre o vínculo de dependência previdenciária.
Quem são as pessoas integrantes da segunda classe de dependentes previdenciários?
Resposta: Os pais.
Quem são as pessoas integrantes da terceira classe de dependentes previdenciários?
Resposta
Integram a terceira classe de dependentes previdenciários os irmãos não emancipados, de qualquer condição, menores de 21 (vinte e um) anos ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, conforme regulamento.
Cuida-se de inovação veiculada pela Lei 13.135/2015, que afastou a exigência de declaração judicial acerca da deficiência intelectual ou mental, além de ter excluído a necessidade de ser o irmão maior de 21 anos inválido, referindo-se apenas a "deficiência grave", expressão essa a ser definida no Regulamento da Previdência Social.
Aplica-se no Direito Previdenciário o critério de dependência e vocação hereditária previsto no Código Civil?
Resposta:Não.
O critério de dependência previdenciária, previsto no art. 16 da Lei de Benefícios, é especial com relação àquele estipulado pelo Código Civil. Assim, por exemplo, é mantida a relação de dependência dos filhos para com os pais até os 21 anos, ainda que pela legislação civil a maioridade seja alcançada aos 18 anos.
Além disso, o dependente, quando beneficiário, recebe prestação da Previdência Social a título próprio, mas apenas por conta da ligação com o segurado, não se tornando, o benefício, patrimônio sujeito a transmissão hereditária.
É possível a inscrição de companheira ou companheiro na qualidade de dependente se o segurado for casado?
Resposta:Sim.
Na medida em que a mera separação de fato habilita a pessoa a constituir união estável (art. 1.723, §1º do Código Civil), é possível a inscrição de companheiro ou companheira mesmo na vigência formal de casamento
03 - Noções Gerais sobre Plano de Benefícios
Quantas e quais são as prestações instituídas pelo RGPS?
Resposta
A lei 8.213/91 cita doze prestações do RGPS, sendo dez benefícios e dois serviços.
Dos benefícios, oito são outorgados aos segurados e dois aos dependentes (e os serviços são para ambos).
Os oito benefícios devidos a segurados são os seguintes: aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial, auxílio-doença, salário-família, salário-maternidade e auxílio-acidente.
Os dois benefícios devidos a dependentes são a pensão por morte e o auxílio-reclusão.
Finalmente, os dois serviços, devidos a ambas as categorias de beneficiários, são o serviço social e a reabilitação profissional.
Além desses, é relevante destacar a existência de modalidade especiais de aposentadoria por tempo de contribuição e por idade devidas aos segurados com deficiência, instituídas pela Lei Complementar 142/2013, bem como a existência do seguro-desemprego, que é benefício previdenciário, mas não instituído dentro do âmbito do RGPS, sendo administrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O aposentado pelo RGPS que retorna a alguma atividade de filiação obrigatória é considerado segurado?
Resposta : Sim.
O aposentado pelo RGPS que volta ao exercício de alguma atividade inserida no art. 11 da Lei de Benefícios é considerado segurado com relação ao exercício dessa atividade, sendo, por conta disso, contribuinte do RGPS.
Entretanto, por força do exercício dessa atividade não fará jus a qualquer prestação da Previdência Social, exceto salário-família e reabilitação profissional, se empregado (art. 11, I), na forma o §2º do art. 18 da Lei de Benefícios.
Além disso, há outra exceção não prevista na Lei, mas no Decreto 3.048/99, em seu art. 103, segundo o qual a aposentada que retornar à atividade fará jus ao benefício de salário-maternidade.
Há alguma hipótese em que o segurado não faça jus, em tese, a todas as modalidades de benefícios previstas pelo RGPS?
Resposta : Sim.
De início, tem-se que o contribuinte individual e o segurado facultativo não fazem jus ao benefício de auxílio-acidente, conforme dispõe o art 18, §1º da Lei de Benefícios.
Além disso, o contribuinte individual que trabalhe por conta própria e o segurado facultativo que optem por contribuir com apenas 11% ou 5% do salário mínimo (a contribuição usual é de 20% sobre o salário recebido) não fazem jus ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, à luz do art. 18, §3º da Lei de Benefícios.
Finalmente, o segurado especial que não contribua facultativamente para a Previdência Social não faz jus ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.
O que se entende por carência, para fins da Previdência Social?
Resposta : Carência é um número mínimo de contribuições que precisam ser vertidas ao RGPS como requisito para a concessão de certos benefícios, conforme dispõe o art. 24 da Lei de Benefícios.
A carência, por sua própria natureza, varia em função do benefício a ser postulado, partindo da total inexistência de exigência de carência (auxílio-acidente, por exemplo), até o máximo de exigência de 180 contribuições (aposentadoria por idade, por exemplo).
Importante não confundir o conceito de carência com o de tempo de contribuição (este identificado no art. 55 da Lei de Benefícios).
Ocorrendo a perda da qualidade de segurado e posterior reaquisição, é possível o aproveitamento das contribuições vertidas durante o primeiro período, para fins de cumprimento do requisito de carência?
Resposta: Sim, desde que o segurado alcance, no segundo período, o equivalente a 1/3 das contribuições exigidas para fins de carência, conforme dispõe o art. 24, parágrafo único da Lei de Benefícios.
Dessa forma, um segurado que perca a qualidade de segurado após já ter vertido 8 contribuições para o RGPS e, posteriormente, volte a se filiar, poderá aproveitar essas 8 contribuições para a concessão de auxílio-doença (cuja carência mínima é de 12 contribuições) a partir da quarta contribuição no segundo vínculo.
Essa regra, contudo, não é aplicável aos benefícios de aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial, conforme dispõe o art. 3º da Lei 10.666/2003 (ver o texto no campo "observação").
Quais prestações previdenciárias independem de carência?
Resposta: Independem de carência as seguintes prestações, conforme o art. 26 da Lei de Benefícios:
a) os serviços da Previdência (serviço social e reabilitação profissional);
b) a pensão por morte, o auxílio-reclusão, o salário-família e o auxílio-acidente, em qualquer hipótese;
c) o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez decorrentes de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho;
d) o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez decorrentes de doenças e moléstias específicas disciplinadas pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, por conta do estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator grave que delas decorrem, sendo que referida lista deve ser atualizada a cada três anos;
e) os benefícios devidos aos segurados especiais que não contribuam facultativamente para o RGPS (art. 39, I da Lei de Benefícios);
f) o salário-maternidade para as seguradas empregada, empregada doméstica ou trabalhadora avulsa.
Qual a carência exigida para a concessão de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez?
Em se tratando de moléstia decorrente de acidente de qualquer natureza ou doença do trabalho (e equiparados), não há carência. Nas demais situações, exige-se a título de carência o equivalente a 12 contribuições mensais.
Quais os benefícios que exigem carência de 180 contribuições (15 anos)?
Resposta : São osbenefícios de aposentadoria por idade, tempo de CONTRIBUIÇÃO e especial.
Qual a carência exigida para a concessão de salário-maternidade?
Resposta : Depende da espécie de segurada. Em essência, exige-se essa condição antes da concepção.
Para as seguradas contribuinte individual, segurada especial e facultativa, a carência exigida é de 10 contribuições mensais.
Na hipótese de parto antecipado, essa carência é reduzida em número correspondente ao de meses em que o parto foi antecipado. Para as seguradas empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa não é exigido o cumprimento de qualquer carência.
O que é salário-de-benefício?
Salário-de-benefício é o valor-base frente ao qual são calculados os benefícios previdenciários, exceto salário-família e salário-maternidade.Ele tem por limite mínimo o salário mínimo e por limite máximo o teto da Previdência Social.
De que forma é calculado o salário-de-benefício?
O salário-de-benefício corresponde, basicamente, à média aritmética simples dos 80% maiores salários-de-contribuição do segurado posteriores a julho de 1994 (data da entrada em vigor do Plano Real), devidamente atualizados.
Para alguns benefícios (aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria por idade - neste caso, apenas se beneficiar o segurado), entra no conceito de salário-de-benefício a multiplicação da média acima pelo fator previdenciário.
Pela Medida Provisória 676/2015, entretanto, foi criado sistema alternativo à aplicação do fator previdenciário, que o dispensa se, além de preencher o requisito da aposentadoria por tempo de contribuição, o segurado tiver idade e tempo de contribuição cujos valores em anos, somados, sejam iguais a 95 ou 85, para segurados homens e mulheres, respectivamente.
Essas pontuações (95/85) são aumentadas em um ponto em 2017, 2019, 2020, 2021 e 2022.
O que é o fator previdenciário?
Fator previdenciário é um multiplicador criado em 1999 (Lei 9.876/99), que leva em consideração a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado no momento da aposentadoria.
Foi ele instituído para equalizar o valor do benefício em função do tempo em que se espera que este será gozado.
Sua existência decorre do fato de no Brasil não ser exigida qualquer idade mínima para a obtenção de aposentadoria por tempo de contribuição, o que permite que pessoas com pouco mais de 50 anos de idade, mas 35 de trabalho, obtenham o benefício e, dada o aumento da expectativa de vida, dele gozem por décadas a fio, o que gera um problema atuarial sério, o conhecido déficit da Previdência Social.
Com a edição da Medida Provisória 676/2015, convertida na Lei 13.183/2015 criou-se um sistema alternativo ao fator previdenciário, disciplinado no art. 29-C da Lei de Benefícios.
Em síntese, poderá optar pela exclusão do fator previdenciário aquele segurado que, além de alcançar os requisitos para a aposentadoria por tempo de contribuição, contar com anos de idade e de tempo de contribuição que, somados, alcancem 95 ou 85, para segurados homens e mulheres, respectivamente (acrescendo-se 5 pontos a essa soma na hipótese de segurado professor ou professora que tenham exercído exclusivamente atividade de magistério de educação infantil ou ensino fundamental ou médio). Exige-se, ainda, tempo mínimo de contribuição de 35 anos para homens e 30 para mulheres. 
Tal pontuação (95/85) é  acrescida de 1 (um) ponto em 2018, 2020, 2022, 2024 e 2026, resultando, ao final, na regra 100/90.
Finalmente, a Lei 13.183/2015 acrescentou o §4º ao art. 29-C, permitindo que o segurado que tenha alcançado os requisitos para opção de afastamento do fator previdenciário, mas não tenha exercido esse direito, possa exercê-lo a qualquer momento, com as regras da data do atingimento dos requisitos.
O fator previdenciário é aplicável a todas as espécies de benefícios?
Resposta: Em verdade, não.
Apenas três benefícios têm previsão de aplicação do fator previdenciário como integrante do cálculo do salário de benefícios, quais sejam, a aposentadoria por tempo de contribuição, a aposentadoria por idade (art. 29, I, da Lei de Benefícios) e a aposentadoria especial da pessoa com deficiência, prevista na Lei Complementar 142/2013.
Ainda, deve ser destacado que para a aposentadoria por idade e para a aposentadoria especial da pessoa com deficiência a aplicação do fator previdenciário é opcional, ou seja, aplica-se apenas se vier a favorecer o segurado.
Com relação à aposentadoria por idade, tal disposição não está no texto da Lei 8.213/91 (que dá a entender que a aplicação seria obrigatória), mas sim no art. 7º da Lei 9.876/99, que instituiu o fator previdenciário.
Destaca-se, ainda, que para a aposentadoria por tempo de contribuição foi instituída fórmula alternativa ao fator previdenciário pela Medida Provisória 676/2015.
Que valores são considerados para o cálculo do salário-de-benefício?
Resposta: Em síntese, à luz do art. 29, §3º, da Lei de Benefícios, são considerados todos os ganhos habituais do segurado (pagos em espécie ou em utilidades) sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto a gratificação natalina (sobre a qual incide a contribuição, mas que não é utilizada como base de cálculo).
O período em que o segurado gozou de benefício por incapacidade é computado para fins de cálculo de posterior benefício?
Resposta :Sim. O §5º do art. 29 da Lei de Benefícios determina que o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo do benefício por incapacidade laboral seja considerado salário-de-contribuição para o cálculo de benefícios posteriores.
De que forma é apurada a expectativa de sobrevida do segurado, para fins de cálculo do fator previdenciário?
Resposta : Utiliza-se, para essa finalidade, a tábua de mortalidade construída pelo IBGE, considerada a média nacional única para ambos os sexos.
O valor do auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição?
Atualmente sim. Na medida em que pela sistemática vigente não é cabível a acumulação de auxílio-acidente com qualquer aposentadoria, seu valor é computado como se salário-de-contribuição fosse.
O segurado que, por algum motivo, não consiga comprovar o valor dos seus salários-de-contribuição, mas comprove o tempo de serviço, poderá fazer jus a benefício previdenciário?
Sim. Nessa hipótese, conforme art. 35 da Lei de Benefícios, nos meses em que não há prova do valor da contribuição será considerada como contribuição o salário mínimo, facultando-se o recálculo do valor do benefício se o segurado vier a apresentar prova dos salários-de-contribuição.
Essa previsão existe unicamente para os trabalhadores empregado, empregado doméstico e avulso, e se justifica pelo fato de não serem eles responsáveis pelo recolhimento previdenciário.
A que benefícios o segurado especial faz jus sem efetuar recolhimento previdenciário?
Nos termos do art. 39, I, da Lei de Benefícios, o segurado especial que não verter recolhimentos à Previdência Social, poderá receber os benefícios de aposentadoria por idade ou invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão por morte, no valor de um salário mínimo, bem como de auxílio-acidente, no valor de 50% do salário mínimo.
Como não possui contribuições, para este segurado a carência é substituída pela comprovação do exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido.
04.01 - Benefícios em Espécie - Aposentadoria por Invalidez
Qual a carência mínima para a concessão de aposentadoria por invalidez?
A carência mínima exigida para esse benefício é de 12 meses, conforme art. 25, I, da Lei de Benefícios, salvo se a incapacidade for decorrente de acidente de qualquer natureza, hipótese em que a carência é dispensada, à luz do art. 26, II, da mesma Lei.
Também é dispensada carência na hipótese de a incapacidade surgir por decorrência de doença ou afeccção especificada em lista elaborada pelosMinistérios da Saúde e da Previdência, atualizada a cada três anos, conforme critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que justifique tratamento diferenciado.
Quais as características da incapacidade laboral permitem a concessão de aposentadoria por invalidez?
À luz do caput do art. 42 da Lei 8.213/91, para a concessão de aposentadoria por invalidez a incapacidade laboral deve ser total, ou seja, para toda e qualquer função, e permanente, ou seja, de prognóstico desfavorável à recuperação (nos termos da lei, "incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência"). Exigindo-se apenas um prognóstico de permanência, que pode ser revisto.
O que se entende por mensalidade de recuperação?
Mensalidade de recuperação é aquela paga ao segurado aposentado por invalidez APÓS a cessação do benefício pela constatação da recuperação da capacidade laboral, como forma depermitir um prazo adequado para reinserção no mercado de trabalho, estando disciplinada no art. 47 da Lei de Benefícios.
Se a recuperação ocorrer dentro de 5 anos do início do pagamento de benefício por incapacidade (seja aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença que posteriormente foi transformado em aposentadoria por invalidez), é assegurado o pagamento de tantos meses de benefício quanto forem os anos em que o segurado ficou aposentado, salvo se tiver o direito de retornar à função que desempenhava antes da aposentadoria, conforme a lei trabalhista (hipótese em que a cessação é imediata).
Se a recuperação ocorrer após 5 anos do início do benefício, a aposentadoria é mantida, mesmo com o retorno à atividade, por 6 meses no valor integral, por mais seis meses reduzida para 50% do valor original e por mais seis meses reduzida para 25% do valor original, totalizando 1 ano e meio de recebimento do benefíciO
Considere a seguinte situação hipotética. Túlio era portador de grave doença, o que quase o impossibilitava de trabalhar. Durante período de melhoria de seu estado geral, Túlio conseguiu seu primeiro emprego e, portanto, filiou-se ao RGPS. Dois meses após o início do trabalho, Túlio sofreu recaída, por motivos estranhos ao trabalho, e ficou definitivamente impedido de trabalhar. Nessa situação, terá Túlio direito à aposentadoria por invalidez?
Não. Como regra, a incapacidade decorrente de moléstia preexistente à filiação não gera direito nem a auxílio-doença nem a aposentadoria por invalidez, conforme art. 59, parágrafo único e 42, §2º, ambos da Lei de Benefícios.
Todavia, ambos os dispositivos afastam a restrição na hipótese de a incapacidade decorrer de progressão ou agravamento da moléstia ou lesão.Assim, a recaída ou agravamento de Túlio permitiria a concessão do benefício.
Nada obstante, a questão destacou que Túlio estava em seu primeiro emprego, no qual trabalhou por dois meses. Na medida em que o benefício de aposentadoria por invalidez exige o cumprimento de um período de carência de 12 meses, conforme art. 25, I, da Lei 8.213/91, impossível a concessão na espécie.
Qual a data do início do benefício (DIB) da aposentadoria por invalidez?
Há três hipóteses reguladas em lei.
a) segurado em gozo auxílio-doença, a DIB da aposentadoria por invalidez será o dia seguinte à cessação do auxílio;
b) segurado empregado, a DIB da aposentadoria por invalidez ocorrerá no 16º dia após o afastamento do trabalho, se o requerimento ocorrer em até 30 dias do afastamento, caso contrário será devida a partir do requerimento; AQUI caberá à empresa pagar a remuneração do empregado nos 15 primeiros dias de afastamento.
c) outra espécie de segurado, a DIB da aposentadoria por invalidez será a data do início da incapacidade, se requerida em até 30 dias desta, ou a data do requerimento, se escoado esse prazo.
 
Qual o valor do benefício de aposentadoria por invalidez?
O valor estipulado para a RMI (Renda Mensal Inicial) do benefício de aposentadoria por invalidez é de 100% do SB sem aplicação do fator previdenciário, limitado ao teto da Previdência Social. Art. 44 e 29 da Lei de Benefícios.
De que forma cessa o benefício de aposentadoria por invalidez?
Além da morte do indivíduo, o benefício também pode ser cessado quando constatada a recuperação do beneficiário para o trabalho, conforme dispõem os arts. 46 e 47 da Lei de Benefícios.
04.02 - Benefícios em Espécie - Aposentadoria por Idade
Qual a carência exigida para a concessão de aposentadoria por idade?
A carência mínima exigida equivale a 180 contribuições, à luz do art. 25, III, da Lei 8.213/91, a mesma exigida para os benefícios de aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial.
Qual a idade mínima para acessar o benefício de aposentadoria por idade?
A idade mínima depende de dois fatores: sexo e local de atividade.
Para os segurados urbanos, a idade mínima é de 65 anos se homem e 60 anos para mulher.
Para os segurados rurais 60 anos se homem e 55 anos para mulher.
O que é a aposentadoria por idade mista?
Aposentadoria por idade mista é aquela prevista no §3º do art. 41 da Lei de Benefícios, para o trabalhador rural que não tenha como comprovar o exercício de atividade rural por 180 meses antes do requerimento do benefício, mas que possua exercício de atividade urbana nesse período.
Para essa hipótese, o segurado tem direito ao benefício, se a soma do tempo de atividades rurais e urbanas alcançar 180 meses/contribuições, mas nesse caso a idade mínima será de 65 e 60 anos (homem/mulher), e não de 60 e 55 anos. Destaca-se que a lei permite referida soma inclusive na hipótese do segurado especial, sendo para este considerado como salário-de-contribuição o salário mínimo.
De que forma é comprovado o exercício de atividade rural pelo trabalhador empregado rural e pelo contribuinte individual rural?
O trabalhador empregado rural, bem como o contribuinte individual rural, até 31 de dezembro de 2010, comprova o exercício de sua atividade, ou seja, preenche os requisitos para acessar o benefício, através da mera prova de que exerceu efetivamente algum trabalho rural.
A partir dessa data, nos termos no art. 2º da lei 11.718/2008, deve comprovar o efetivo emprego, da seguinte forma:
- de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, cada mês comprovado de emprego, multiplicado por 3 (três), limitado a 12 (doze) meses, dentro do respectivo ano civil; e
- de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, cada mês comprovado de emprego, multiplicado por 2 (dois), limitado a 12 (doze) meses dentro do respectivo ano civil.
A partir de 2021, tanto empregado quanto contribuinte individual rural devem comprovar a atividade da mesma forma que o trabalhador equivalente urbano.
A partir de que data é concedida a aposentadoria por idade?
Para o segurado empregado (inclusive doméstico), do desligamento do emprego, se requerida até 90 dias deste fato.
Para os demais, da data do requerimento, tudo à luz do art. 49 da Lei de Benefícios.
Qual o valor da aposentadoria por idade?
A aposentadoria por idade equivale e 70% do salário de benefício, mais 1% por cada grupo de 12 contribuições, limitada a 100%. A aplicação do fator previdenciário é opcional (ou seja, aplica-se se favorecer o segurado), conforme o art. 7º da Lei 9.876/99, que criou o fator previdenciário.
Caso o aposentado por idade necessite de ajuda permanente de terceiros, terá ele direito ao acréscimo de 25% sobre o valor do benefício?
Não. O art. 45 da Lei de Benefícios prevê o direito de o aposentado por invalidez receber acréscimo de 25% sobre o valor de seu benefício quando comprovar que necessidade da assistência permanente de outra pessoa, vantagem prevista única e exclusivamente para o benefício de aposentadoria por invalidez, não sendo possível sua extensão para beneficiários de outras espécies de aposentadoria.
04.03 - Benefícios em Espécie - Aposentadoria por Tempo de Serviço
Qual o tempo de serviço mínimo necessário para a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição?
Apesar de os arts. 52 e 53 da Lei de Benefícios

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