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[8832 29161]cap6 direito ambiental

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105
Capítulo 6
Direito Administrativo Ambiental
Seção 1 
Conceituação
As lições de direito administrativo deste capítulo envolvem duas matérias 
distintas: as infrações ambientais e o licenciamento ambiental. Assim, 
primeiramente, são tratadas as infrações para, em seguida, o licenciamento 
ambiental, nesta ordem, porque se entende que a falta de licenciamento também 
é considerada uma infração ambiental.
Conceitos de infração administrativa ambiental
São infrações administrativas, conforme o artigo 2º do Decreto Federal nº 
6.514/2008. Assim, essas infrações referem-se a “[...] toda ação ou omissão que viole 
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”. 
As disposições do referido decreto, ainda, especificam, no artigo 5o, § 1o, a 
existência de infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente, 
assim consideradas, porque apresentam sanção em que a multa máxima 
cominada não ultrapassa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), ou que, no caso de 
multa por unidade de medida, a multa aplicável não excede o valor referido.
Conceitos de licenciamento e de licença ambiental
Licenciamento ambiental é o procedimento administrativo destinado a licenciar 
atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva 
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental (Art. 2o da Lei Complementar nº 140/2011).
SILVA, Adão Daniel da. Direito Administrativo Ambiental [material didático]. Direito ambiental. Design 
instrucional Delma Cristiane Morari. Revisão Contextuar. Palhoça: UnisulVirtual. 2016.
106
Capítulo 6 
A licença ambiental é a outorga concedida pelo Poder Público a quem pretende 
exercer uma atividade potencialmente nociva ao meio ambiente. Assim, todo 
aquele que pretende construir, instalar, ampliar e colocar em funcionamento 
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados 
efetiva ou potencialmente poluidores, deverá requerer perante o órgão público 
competente a licença ambiental. (SIRVINSKAS, 2014).
Seção 2 
Infrações Ambientais
Abertura do processo administrativo
A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada 
a promover sua apuração imediata, sob pena de co-responsabilidade, mas 
qualquer pessoa pode dirigir representação aos funcionários de órgãos ambientais 
integrantes do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente), para efeito do 
exercício de seu poder de polícia. (Art. 70, §§ 2º e 3º da Lei Federal nº 9.605/1998).
Constatada a ocorrência de infração administrativa ambiental, por conhecimento 
direto da autoridade ambiental ou por corroboração de representação feita, é 
lavrado auto de infração, do qual deverá ser dado ciência ao autuado, assegurando-
se o contraditório e a ampla defesa em processo que será orientado pelos princípios 
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, 
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência 
(Artigos 95 e 96 do Decreto Federal nº 6.514/2008), bem como pelos critérios 
mencionados no parágrafo único do artigo 2o da Lei no 9.784/1999.
O auto de infração é lavrado em impresso próprio, com a identificação do 
autuado, a descrição clara e objetiva das infrações administrativas constatadas e 
a indicação dos respectivos dispositivos legais e regulamentares infringidos, não 
devendo conter emendas ou rasuras que comprometam sua validade. (Art. 97 do 
Decreto Federal nº 6.514/2008).
Sanções administrativas
As infrações administrativas, em geral, são punidas com as seguintes sanções 
previstas no artigo 3º: advertência; multa simples; multa diária; apreensão 
dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos e 
subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou 
107
Direito Ambiental 
veículos de qualquer natureza utilizados na infração; destruição ou inutilização 
do produto; suspensão de venda e fabricação do produto; embargo de obra ou 
atividade e suas respectivas áreas; demolição de obra; suspensão parcial ou total 
das atividades; e restritiva de direitos. 
As infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente, por outro lado, 
têm considerável mitigação das sanções aplicáveis, a começar pela multa máxima 
cominada, que não ultrapassa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), ou que, no caso de 
multa por unidade de medida, a multa aplicável não excede o valor referido. Para 
essas, ainda, a sanção de advertência poderá ser aplicada, mediante a lavratura de 
auto de infração, garantidos a ampla defesa e o contraditório.
É possível acumular sanções administrativas, pois, segundo o artigo 72 da 
Lei Federal nº 9.605/1998, se o agente cometer duas ou mais infrações, serão 
aplicadas cumulativamente as sanções cominadas.
Atos e prazos do processo administrativo
A defesa, formulada por escrito pelo próprio autuado ou por representação 
de advogado, deve conter os fatos e fundamentos jurídicos que contrariem 
o disposto no auto de infração e termos que o acompanham, bem como 
a especificação das provas que o autuado pretende produzir a seu favor, 
devidamente justificadas. A sua protocolização deve ser feita no prazo de vinte 
dias, contados da data da ciência da autuação, oferecer defesa contra o auto de 
infração, sob pena de não conhecimento. Além disso, pode ocorrer em qualquer 
unidade administrativa do órgão ambiental que promoveu a autuação, visto que 
deste é encaminhada imediatamente à unidade responsável. (Artigos 113, 114 e 
115 do Decreto nº 6.514/2008)
Apresentada ou não a defesa, a autoridade competente para julgar o auto 
de infração terá 30 dias de prazo impróprio, ou seja, do qual não decorre 
consequência ou efeito processual, para exarar uma decisão (Art. 124 do Decreto 
nº 6.514/2008), contados, nesse prazo, as diligências para produção de provas 
que venham a requerer o parecer técnico ou contradita do agente autuante que 
devem ser emitidos, respectivamente, no prazo de 10 dias e de 05 dias. (Art. 119, 
§§ 1º e 2º, do Decreto nº 6.514/2008)
A autoridade competente de primeira instância para julgar o processo 
administrativo é um superior hierárquico do agente autuante, no caso, por 
exemplo, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) 
a Instrução Normativa nº 06/2009 atribui, no artigo 6º, IV, essa competência ao 
Coordenador Regional do órgão. É, também, esse coordenador o responsável 
pela admissibilidade dos recursos, conforme inciso VI do mesmo artigo.
108
Capítulo 6 
O autuado não conformado com a decisão de primeira instância pode recorrer, 
no prazo de 20 dias a contar do conhecimento da decisão condenatória, à 
instância superior por meio de recurso inominado, previsto no artigo 127 do 
Decreto nº 6.514/2008.
O recurso inominado do artigo 127 deve ser dirigido à autoridade que exarou a 
decisão de primeira instância para efeitos de reconsideração da decisão proferida 
ou de admissibilidade e encaminhamento para a instância superior de julgamento. 
Da decisão de inadmissibilidade do recurso inominado cabe recurso na forma do 
artigo 56 da Lei Federal nº 9.784/1999 dirigido à autoridade prolatora da decisão 
para reconsideração ou encaminhamento para a autoridade julgadora superior.
A autoridade competente de segunda instância para julgar o processo 
administrativo é um superior hierárquico do julgador de primeira instância, 
no caso, por exemplo, do Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade (ICMBio) a Instrução Normativa n. 06/2009 atribui, no artigo 7º, 
IV, essa competência ao Presidente do órgão que, entretanto, pode delegar tal 
incumbência a um servidor ou colegiado de servidores do órgão nos termos do 
artigo 8º da citada instrução normativa. No exemplo do ICMBio, a autoridade 
indicada é a única autoridade recursal.Julgada improcedente a defesa, o autuado tem 5 dias para pagamento de multa, 
contado do recebimento da notificação do julgado. (Art. 126 do Decreto nº 6.514/2008).
Seção 3 
Licenciamento
Natureza do licenciamento ambiental
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo complexo que tem 
por intuito avaliar, na forma da lei, as condições e projetos de instalação de obra ou 
atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente.
Realizado o procedimento e estando conforme a solicitação de instalação, 
a administração emite uma licença ambiental, que é um dos tipos de atos 
administrativos liberatórios possíveis.
A existência de muitas formas administrativas liberatórias permitem intenso debate 
na doutrina sobre a natureza do produto final do procedimento administrativo 
ambiental. A discussão tem certo caráter ideológico, pois o que se discute é a 
condição do ato administrativo ambiental ter natureza discricionária, que permite 
109
Direito Ambiental 
uma maior intervenção estatal, ou uma natureza vinculada, que também permite 
uma intervenção estatal, mas subordinada aos ditames do artigo 5º, caput, dos 
direitos e garantias fundamentais dos indivíduos e coletividades que garante a 
inviolabilidade, nos termos da Constituição Federal (CF), à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança (jurídica principalmente) e à propriedade. Já em relação ao 
artigo 37, ambos da CF, há subordinação da ação administrativa aos princípios da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
A análise dos atos administrativos liberatórios, feita a seguir, serve para 
delimitar a discussão sobre a natureza discricionária ou vinculada à licença 
ambiental, uma vez que se compara à natureza da licença em geral frente aos 
demais tipos liberatórios. 
Atos administrativos liberatórios
Autorização
O uso dos bens públicos requer a necessária autorização, pela autoridade 
pública, visando a um melhor atendimento e ao uso destes por todos. A definição 
desse instituto do Direito Administrativo é sempre bem lembrada quando se traz o 
entendimento de Helly Lopes Meirelles (2009). Assim tem-se que:
[...] é o ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a 
Administração consente na prática de determinada atividade 
individual incidente sobre um bem público. Não tem forma 
nem requisitos especiais para sua efetivação, pois visa 
apenas a atividades transitórias e irrelevantes para o Poder 
Público, bastando que se consubstancie em ato escrito, 
revogável sumariamente a qualquer tempo e sem ônus para a 
Administração. (MEIRELES, 2009, p. 533). 
Autorização é, em resumo, ato administrativo que autoriza uma atividade 
particular sobre bem público, por isso discricionário e precário.
Permissão
É a oportunidade que a administração pública concede ao particular para 
disponibilizar serviços de interesse coletivo ou do uso especial de bens públicos 
gratuitamente ou remunerado, sob certas condições.
De acordo com Meirelles (2009):
Permissão, como se sabe, é o ato administrativo negocial, 
discricionário e precário, pelo qual o Poder Público faculta ao 
particular a execução de serviços de interesse coletivo, ou o uso 
especial de bens públicos, a título gratuito ou remunerado, nas 
110
Capítulo 6 
condições estabelecidas pela Administração. [...] pela permissão 
faculta-se a realização de uma atividade de interesse concorrente 
do promitente, do permissionário e do público. (MEIRELES, 
MEIRELES, 2009 p. 533). 
Também, Di Pietro (2007) afirma que o seu objeto é a execução de serviço público 
ou a utilização privativa de bem público por particular. Daí a sua dupla acepção: 
permissão de serviço público e permissão de uso. 
Permissão é, em resumo, um ato unilateral, discricionário e precário da 
administração, gratuito ou oneroso, que permite ao particular executar, fazer uso 
privativo ou não de bem público.
Concessão
A concessão ocorre quando o Estado transfere ao concessionário o dispêndio, 
que obras públicas causam como contrapartida à exploração do serviço público 
decorrente da obra para que possa ser explorado economicamente. É uma 
forma que permite ao concessionário a exploração da obra para recuperar o 
capital do investimento. 
Segundo Carvalho (2008, p. 334):
Concessão de serviço púbico precedida de execução de obra 
pública é contrato administrativo através do qual o Poder Público 
ajusta com pessoas jurídicas ou consórcio de empresas a 
execução de determinada obra pública, por sua conta e risco, 
delegando ao construtor, após a conclusão, sua exploração por 
determinado prazo. (CARVALHO, 2008, p. 334). 
A concessão é uma espécie de contrato administrativo com a reserva de alguns 
direitos, poderes e vantagens para quem concede, tais como: rescisão unilateral 
do contrato, fiscalização e punição. (DI PIETRO, 2007).
Licença Administrativa
Diógenes Gasparini (2003) define a licença como
[...] o ato administrativo vinculado por meio do qual a 
Administração Pública outorga a alguém, que para isso se 
interesse, o direito de realizar certa atividade material que sem 
ela lhe seria vedada, desde que satisfeitas às exigências legais. 
(GASPARINI, 2003, p. 76 e ss.).
Portanto, em resumo, é ato que, se preenchidos os requisitos legais, a 
Administração Pública deve conceder à pessoa física ou jurídica que requerer 
visto, sendo um direito subjetivo do interessado.
111
Direito Ambiental 
Licença ambiental
A conceituação presente no item anterior, com certeza, é a que melhor se ajusta 
à previsão constitucional do artigo 225, § 1º, inciso IV, que subordina um direito 
preexistente do interessado aos ditames da lei, que rege o processo para instalação 
de atividade ou obra potencial causadora de significativa degradação ambiental.
A diferença entre a licença ambiental e a licença administrativa é que a primeira 
apresenta, no corpo do documento liberatório, condicionantes, mas esses são 
sempre expressões do que a lei exige.
Os condicionantes presentes no corpo da licença ambiental não passam de 
transcrições orientadas pelo que é estabelecido em lei, conforme reza o artigo 
3º, inciso III, alínea “e”, da Lei Federal n. 6.938/1981, em conformidade com a 
norma constitucional insculpida no artigo 225, § 1º, inciso IV. Tais normas são 
determinadas para que as obras ou serviços não lancem matérias ou energia 
em desacordo com os padrões ambientais. Nesse contexto, a presença das 
condicionantes não altera em nada a natureza de ambas as licenças, pois o 
descumprimento de condições expressas no ato sempre enseja um processo 
administrativo que pode vir a sustar ou cancelar a licença.
Procedimentos para o licenciamento ambiental
A licença ambiental, quando deferida, é o resultado de um processo de 
licenciamento que inclui de forma bastante resumida as etapas que são 
mencionadas a seguir.
Abertura do processo de licenciamento ambiental
A entrega da documentação caracterizadora do empreendimento ao órgão 
ambiental é a abertura do processo administrativo do licenciamento. No Estado 
de Santa Catarina, o órgão ambiental estadual determina o preenchimento de um 
formulário de caracterização do empreendimento (FCEI) no Sistema de Informações 
Ambientais, conforme normatização prevista no Decreto Estadual nº 2.955/2010.
Instrução e análise do processo de licenciamento ambiental
A fase seguinte é a de instrução e análise dos documentos inicialmente entregues 
para caracterizar o empreendimento que, no caso de licenciamento de atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, submetida 
a Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), exige 
que o empreendedor, antes da abertura do processo de licenciamento ambiental, 
protocolize, na sede órgão estadual de meio ambiente, por ofício, um termo de 
referênciapara o EIA/Rima, que será submetido à análise e manifestação da equipe 
responsável pelo licenciamento. (Artigos 11 e 16 do Decreto Estadual nº 2.955/2010)
112
Capítulo 6 
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) é o instrumento de estudo ambiental 
previsto no artigo 225, § 1º, IV da CF, no qual são reunidas informações, análises e 
propostas que descrevem o empreendimento e os impactos previstos para auxiliar 
o órgão ambiental competente na concessão ou não de licenças ambientais.
O EIA é sempre acompanhado do Relatório de Impacto Ambiental (Rima), que 
reduz a resultados os estudos apresentados numa síntese capaz de indicar por 
meio de parâmetros representativos as alternativas de localização, de instalação e 
de operação do empreendimento, chegando, muitas vezes, a avaliar as condições 
de impacto ambiental nas possibilidades de fazer ou não fazer.
Empreendimentos e atividades de pequeno porte não estão sujeitos aos 
mesmos trâmites, pois não são considerados como causadores de significativa 
degradação do meio ambiente. Nesses casos, adota-se o Estudo Ambiental 
Simplificado (EAS) e consequente Relatório Ambiental Simplificado (RAS).
As qualificações do empreendimento/atividade e dos estudos exigidos é 
orientada, no âmbito do licenciamento federal, pela tipologia estabelecida por 
ato do Poder Executivo, na qual são considerados os critérios de porte, potencial 
poluidor e natureza da atividade ou empreendimento (Art. 7º, XIV, alínea “h” da Lei 
Complementar Federal nº 140/2011).
A tipologia considerada ainda não está disponível na forma prevista pela Lei 
Complementar Federal nº 140/2011, por isso a própria lei (Art. 18º, § 3o) admite o 
uso, para os processos de licenciamento e autorização ambiental, da legislação 
que vigorava na data de sua publicação. Assim, por ora, no âmbito federal é 
eficaz a tipologia prevista no Anexo VIII, da Lei Federal nº 6.938/1981.
As qualificações do empreendimento/atividade, que causam ou possam causar 
impacto ambiental de âmbito local, e dos estudos exigidos, são orientados conforme 
tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente 
(Consema), considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da 
atividade (Art. 9º, XIV, alínea “a” da Lei Complementar Federal nº 140/2011).
As Resoluções nº 13/2012 e nº 14/2012 do Consema/SC apresentam, 
respectivamente, as tipologias previstas para o licenciamento ambiental no 
âmbito do Estado de Santa Catarina e dos Municípios catarinenses.
Toda atividade que exigir o EIA/Rima, para a análise de sua viabilidade de 
implantação, também determina a ocorrência de audiência pública, com 
fundamento no artigo 225, § 1º, IV da CF, visto que no referido texto legal é 
mencionada a necessidade de publicidade ao EIA/Rima.
113
Direito Ambiental 
A audiência pública tem por finalidade expor aos interessados o conteúdo do 
produto em análise e do seu referido Rima, dirimindo dúvidas e recolhendo dos 
presentes as críticas e sugestões a respeito, não possuindo caráter deliberativo. 
(Art. 29 do Decreto Estadual nº 2.955/2010).
Na etapa final, uma equipe multidisciplinar, depois de avaliar a conformidade de 
todas as informações constantes do processo à legislação em vigor, apresenta 
parecer motivado para deferir ou não o pedido de licenciamento. 
Competência para atuar no licenciamento ambiental
A regulamentação do artigo 23, parágrafo único da Constituição Federal de 1988, 
dada pela Lei Complementar Federal nº 140/2011, permite instituir, até mesmo, um 
Sistema Ambiental Municipal, tendo em vista, a repartição de ações administrativas.
A Lei Complementar Federal nº 140/2011 fixa normas, nos termos dos incisos III, 
VI e VII do caput e do parágrafo único do artigo 23 da Constituição Federal, para 
a cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios nas 
ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas 
à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao 
combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, 
da fauna e da flora; além disso, altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
A nova normatização atribui aos municípios uma participação igualitária num 
sistema de cooperação entre os três entes da federação para:
I. proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente;
II. garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do 
meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da 
pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais;
III. harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de 
atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e 
garantir uma atuação administrativa eficiente; 
IV. garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as 
peculiaridades regionais e locais.
114
Capítulo 6 
A competência comum de preservação do meio ambiente, prevista na 
Constituição Federal, distribui ao município ações administrativas para executar 
e fazer cumprir as Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente para exercer a 
gestão dos recursos ambientais no âmbito do município.
Repartição das ações administrativas ambientais
A inclusão do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 53/2006, no 
artigo 23 da Constituição Federal, trouxe o correto disciplinamento à previsão 
de atuação por competência comum exigida da União, dos estados, do Distrito 
Federal e dos municípios.
Fonte de constantes conflitos de competência e abusos de autoridade a falta de 
disciplinamento foi superada, finalmente, com a edição da Lei Complementar nº 
140/2011 que atribuiu limites de licenciamento, essencialmente, em razão da área 
de abrangência do impacto ambiental e exclusividade a um órgão para fazê-la.
A competência comum foi mantida, mas com regras mais claras sobre 
cooperação entre os órgãos ambientais, como, por exemplo, a normatização da 
atuação supletiva e da atuação subsidiária entre os órgãos do sistema nacional 
de meio ambiente.
Nesse contexto, vale destacar que à União cabe, conforme artigo 7º, XIV da Lei 
Complementar Federal nº 140/2011, promover o licenciamento ambiental de 
empreendimentos e atividades:
a. localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
b. localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou 
na zona econômica exclusiva; 
c. localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
d. localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela 
União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
e. localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; 
f. de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos 
de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das 
Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de 
junho de 1999; 
115
Direito Ambiental 
g. destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar 
e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia 
nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da 
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); 
h. que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir 
de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação 
de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), 
e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da 
atividade ou empreendimento;
A previsão do parágrafo único do referido artigo determina que o licenciamento dos 
empreendimentos cuja localização compreenda concomitantemente áreas das faixas 
terrestre e marítima da zona costeira seráde atribuição da União exclusivamente 
nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir 
de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um 
membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os 
critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento. 
Aos Estados, cabe, conforme artigo 8o, XIV, da Lei Complementar Federal 
nº 140/2011, promover o licenciamento ambiental de atividades ou 
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente 
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, 
ressalvado o disposto nos artigos 7o e 9o.
As ações administrativas de licenciamento, atribuídas aos municípios, estão 
previstas no artigo 9º, XIV, Lei Complementar Federal nº 140/2011, com a 
indicação que devem ser observadas as atribuições dos demais entes federativos 
previstas nesta Lei Complementar, de maneira a promover o licenciamento 
ambiental das atividades ou empreendimentos:
a. que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme 
tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, 
considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; 
b. localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto 
em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). 
116
Capítulo 6 
Tipos de licenças ambientais
As licenças ambientais são indicadas pela seguinte nomenclatura: Licença 
Ambiental Prévia (LAP); Licença Ambiental de Instalação (LAI) e Licença 
Ambiental de Operação (LAO).
Na sequência, apresentaremos as principais Licenças Ambientais e seus prazos 
de validade, que estão disponíveis no portal eletrônico da Fundação de Meio 
Ambiente de Itajaí-SC (2015).
Licença ambiental prévia ( LAP)
Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, 
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e 
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas 
próximas fases de sua efetivação.
O prazo de validade da Licença Ambiental Prévia (LAP) deverá ser, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos 
relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.
Reforça-se que, nesta fase do licenciamento, ainda não é autorizado o início de obras.
Licença ambiental de instalação (LAI)
Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as 
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo 
as medidas de controle ambiental e demais condicionantes.
O prazo de validade da Licença Ambiental de Instalação (LAI) deverá ser, no 
mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou 
atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
Licença ambiental de operação (LAO)
Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do 
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de 
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
O prazo de validade da Licença Ambiental de Operação ( LAO) deverá considerar 
os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no 
máximo, 10 (dez) anos.
117
Direito Ambiental 
Outros procedimentos administrativos de convalidação de obras ou serviços 
As licenças ambientais são os atos administrativos mais conhecidos, mas há 
outros que são pouco mencionados na literatura, talvez, porque estejam limitados 
a obras ou atividades de baixo potencial de impacto ao meio ambiente. A 
abrangência desses outros, porém, suscita interesse, pois atende a um número 
maior de casos, por isso a menção é devida.
Autorização Ambiental (AUA)
A autorização ambiental funciona como um licenciamento simplificado de 
atividades ou de empreendimentos considerados de baixo potencial poluidor ou 
de porte inferior ao limite de significância, conforme estabelecido nas Resoluções 
do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e do Conselho Municipal de 
Desenvolvimento e de Meio Ambiente (Comdema).
É comum que a autorização Ambiental (AuA) tenha prazo de validade equivalente 
ao de uma Licença Ambiental de Operação ( LAO).
Certidão de Cadastramento Ambiental
As atividades com porte abaixo dos limites fixados para licenciamento ambiental 
nas Resoluções Consema e Comdema também são incluídas num cadastro 
ambiental, mediante a apresentação de Declaração de Conformidade Ambiental. 
A listagem dessas atividades passíveis de cadastramento ambiental pode ser 
vista obtida por meio de instruções normativas que os órgãos de meio ambiente 
regularmente emitem e atualizam. Normalmente, possuem um prazo de validade 
de até 4 (quatro) anos.
Autorização para Supressão de Vegetação (AUC)
A supressão de vegetação, para fins de instalação de uma atividade ou 
empreendimento, deve sempre ser requerida e caso o porte da vegetação assim 
o determine a anuência do órgão ambiental é formalizada por meio da emissão de 
uma autorização de corte (AuC).
Se o pedido de autorização de corte de vegetação estiver vinculado a uma 
atividade licenciável, a AuC deve ser analisada com a Licença Ambiental Prévia 
(LAP) e o pedido expedido por ocasião da liberação da Licença Ambiental de 
Instalação (LAI) ou da Autorização Ambiental (AuA) da atividade.
A da AUC é, no mínimo, igual àquele estabelecido pelo cronograma de 
elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou 
atividade, mas não pode, em geral, ser superior a 3 (três) anos.
118
Capítulo 6 
Declaração de Atividade não constante
É uma declaração que na verdade nem deveria ser emitida, mas como há interpretações 
conflituosas sobre o enquadramento das atividades não sujeitas ao licenciamento 
prefere-se conferir ao interessado uma declaração de atividade que não consta 
na listagem de atividades potencialmente poluidoras das Resoluções Consema e 
Comdema como forma de garantir certa segurança jurídica ao cidadão. Normalmente, 
essas declarações possuem um prazo de validade de até 4 (quatro) anos.
Parecer Técnico
É um documento técnico elaborado por um responsável com competência para 
identificar as restrições ambientais existentes no local de implantação de uma 
obra ou atividade com base na legislação ambiental. O parecer técnico é emitido 
em diversas ocasiões, servindo, inclusive, como prova em ações judiciais.
Os elementos de um parecer técnico, servem, muitas vezes, como subsídios para 
um processo de verificação de viabilidade locacional de um empreendimento e/
ou atividade considerada potencialmente causadora de degradação ambiental, 
segundo as resoluções pertinentes.
Seção 4 
Atividades Sujeitas ao Licenciamento Ambiental
Justificação da listagem das atividades
O licenciamento ambiental, por força do artigo 225, § 1º, IV da CF, segue, antes 
de tudo, a máxima constitucional de que “[...] ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei [...]”. (Art. 5º, II da CF).
É a lei que deve conter dispositivo que proíba a atividade identificada, porque 
não havendo, na legislação ambiental, dispositivo que exija licenciamento por a 
exigência de licenciamento ofende a garantia do artigo 5º, II da CF.
Verifica-se que só é exigível licenciamento, conforme determina o artigo 36 da Lei 
Federal no 9985/2000, para “[...] caso de significativo impacto ambiental [...]”, pois 
assim está referido no caput deste artigo:
119
Direito Ambiental 
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de 
empreendimentos de significativo impacto ambiental, 
assim considerado pelo órgão ambiental competente, com 
fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo 
relatório - EIA/Rima, o empreendedor é obrigado a apoiar a 
implantação e manutençãode unidade de conservação do 
Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste 
artigo e no regulamento desta Lei. 
Os casos de significativo impacto ambiental ainda estão listados para os casos 
de licenciamento federal na Resolução Conama 001/86 e no Anexo VIII da Lei 
Federal n° 6.938/81, até a edição de tipologia, conforme previsão do artigo 7º, 
XIV, alínea h da Lei Complementar Federal nº 140/2011.
Nos casos de licenciamento estadual ou municipal, as atividades de significativo 
impacto ambiental devem estar identificadas em lei, como determina a 
Constituição Federal no seu artigo 225, IV, e devem ser exercidas em níveis 
capazes de direta ou indiretamente causar danos relevantes à fauna e à flora para 
ser objeto de licenciamento ambiental, conforme o artigo 12 da Lei Estadual n° 
14.675, de 13 de abril de 2009. Leia-se:
Art. 12. O Consema tem por finalidade orientar as diretrizes da 
Política Estadual do Meio Ambiente, competindo-lhe:
...
XIII - aprovar a listagem das atividades sujeitas ao licenciamento 
ambiental, bem como definir os estudos ambientais necessários;
Art. 28. Para os fins previstos nesta Lei entende-se por:
...
X - auditoria ambiental: realização de avaliações e estudos 
destinados a verificar:
...
b) a existência de níveis efetivos ou potenciais de degradação 
ambiental por atividades de pessoas físicas ou jurídicas;
A listagem das atividades e dos seus níveis considerados capazes de causar 
danos é elaborada pelo Consema, que regularmente atualiza ou incrementa esse 
documento como forma de melhor ajustar as exigências da lista aos interesses da 
preservação ambiental. 
120
Capítulo 6 
Atividades sujeitas ao licenciamento ambiental
Recursos Naturais
A expressão é largamente utilizada na legislação e na doutrina ambiental, mas não 
possui uma conceituação precisa. Venturi (2006, p.16), tentando abranger todos 
os aspectos possíveis, apresenta o complexo conceito transcrito a seguir.
Recurso natural pode ser definido como qualquer elemento ou 
aspecto da natureza que esteja em demanda, seja passível de 
uso ou esteja sendo usado direta ou indiretamente pelo Homem 
como forma de satisfação de suas necessidades físicas e culturais, 
em determinado tempo e espaço. Os recursos naturais são 
componentes da paisagem geográfica, materiais ou não, que ainda 
não sofreram importantes transformações pelo trabalho humano e 
cuja própria gênese independe do Homem, mas aos quais foram 
atribuídos, historicamente, valores econômicos, sociais e culturais. 
Portanto, só podem ser compreendidos a partir da relação 
Homem-Natureza. Se, por um lado, os recursos naturais ocorrem 
e distribuem-se no estrato geográfico segundo uma combinação 
de processos naturais, por outro, sua apropriação ocorre segundo 
valores sociais. Dessa interação sociedade-natureza decorrem 
determinadas formas de organização social sobre o território, 
influenciadas, tanto pelos processos naturais que determinam 
a ocorrência (ou a não ocorrência) e a distribuição territorial dos 
recursos, como pelos valores sociais vigentes no contexto da 
apropriação, sendo que quanto mais valorizado é um recurso, 
maior sua mobilidade sobre o território. De qualquer forma, 
sempre haverá alguma alteração no ambiente, seja na exploração, 
apropriação ou no uso dos recursos naturais. Tais alterações 
podem tornar-se negativamente impactantes se a apropriação dos 
recursos desconsiderar as dinâmicas naturais, e/ou orientar-se 
por procedimentos não éticos. Além da demanda, da ocorrência 
e de meios técnicos, a apropriação e uso dos recursos naturais 
podem depender, também, de questões geopolíticas, sobretudo, 
quando se caracterizam como estratégicas, envolvendo disputas 
entre povos. Se, por um lado, as dinâmicas naturais explicam a 
riqueza de recursos naturais que algumas nações apresentam, 
as dinâmicas sociais podem explicar a não correspondência 
direta entre disponibilidade de recursos naturais e bem-estar e 
desenvolvimento humano.
O conceito de Venturi destaca que os recursos naturais são componentes da 
paisagem geográfica que não foram submetidos aos ofícios e artes humanas que 
lhes conferem, por isso, a qualidade de produtos artificiais. 
121
Direito Ambiental 
Obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação
As atividades e os seus níveis considerados capazes de causar danos, constantes 
das listagens das referidas resoluções, abrangem uma gama variada e estão 
sempre sujeitas a alterações. 
Em geral, a listagem inclui atividades que utilizam diretamente os recursos 
naturais como: a extração e o beneficiamento de minérios e as indústrias de 
transformação, mas, com o tempo, algumas atividades como a maricultura, não 
contempladas nas primeiras listagens, passaram a ser incluídas devido ao volume 
de resíduos dispensados no final do processo.
	art7xiv
	art7xiva

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