Buscar

Fármacos antidepressivos e suas interferências no tratamento odontológico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS – FARMACOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA 
TRABALHO I
FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS
Artigo: AVALIAÇÃO DA DEPRESSÃO E DE TESTES NEUROPSICOLÓGICOS EM PACIENTES COM DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES
DISCENTE: EDIVAM BRITO DA SILVA FILHO
BELÉM, 02 DE AGOSTO DE 2017
SUMÁRIO
 
1 - INTRODUÇÃO
– TRANSTORNO PSIQUIATRICO E DISTURBIO AFETIVO
– DEPRESSÃO BIPOLAR E UNIPOLAR 
2 – TEORIA DA DEPRESSÃO 
2.1 – TEORIA DAS MONOAMINAS 
3 – DEPRESSÃO X SAÚDE PÚBLICA 
4 – FARMACOS ANTIDEPRESSIVOS 
4.1 – INIBIDORES DE RECAPTAÇÃO DE MONOAMINAS
 • ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADTs)
 • INIBIDORES DE RECAPTURA DE SEROTONINA (ISRS) E NOREPINEFRINA (ICSNs)
4.2 – INIBIDORES DOS RECEPTORES DE MONOAMINAS 
4.3 – INIBIDORES DA MAO
 • INIBIDORES NÃO SELETIVOS E IRREVERSSÍVEIS 
 • INIBIDORES SELETIVOS E REVERSSÍVEIS
5 – INTERFERENCIA DOS ANTIDEPRESSIVOS NO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO 
6 – DEPRESSÃO NA ODONTOLOGIA 
6.1 – DEPRESSÃO X DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR 
7 – REFERÊNCIAS 
 
1 – INTRODUÇÃO
1.1 – Distúrbio psiquiátrico e transtorno afetivo 
 Distúrbio psiquiátrico é o termo utilizado para descrever anormalidades psicológicas e/ou mentais, as quais comprometem, principalmente, o humor, o comportamento e o raciocínio. Depressão, transtorno de ansiedade, demência, esquizofrenia, transtorno obsessivo-compulsivo e estresse pós-traumático são os distúrbios psiquiátricos mais comuns. Todavia, abordar-se-á neste trabalho apenas a depressão – não dispensando o fato de que a ansiedade está intimamente ligada a mesma. Convém ressaltar que, no Brasil, em 17 de março de 2009, a Câmara Federal aprovou o projeto de Lei 6013/01 que conceitua o transtorno mental e assegura o direito de um diagnóstico definitivo para indivíduos portadores de tais patologias; substituindo, assim, denominações antigas, como por exemplo “alienação mental”. 
 O transtorno afetivo tem algumas particularidades se comparado ao distúrbio psiquiátrico. O primeiro está mais relacionado a questões de humor e afeto, ao passo que o segundo está ligado a características diversas (depressão, transtorno de ansiedade, demência e outros; como mencionados anteriormente). É importante saber, entretanto, que a linha que separa os distúrbios psiquiátricos dos transtornos efetivos é bastante tênue, podendo haver casos em que indivíduos portadores de ambas as patologias podem apresentar sintomas bem semelhantes. 
1.2 – Depressão bipolar e unipolar
 
 A depressão pode ser diagnosticada de acordo com o tempo de duração dos sintomas, em bipolar e unipolar. Na depressão bipolar, como o próprio nome já diz, há dois polos, o depressivo e o maníaco. Os episódios maníacos – caracterizados pelo humor altamente elevado e/ou irritabilidade intensa – são menos frequentes que os episódios depressivos – caracterizados como o inverso do polo maníaco. Neste tipo de depressão (bipolar), as crises depressivas são muito alternadas, onde o indivíduo pode apresentar os sintomas e a ausência dos mesmos em períodos significativamente curtos.
 A depressão unipolar, também conhecida como depressão maior, possui apenas um polo, o polo depressivo, onde os sintomas persistem por um longo período, existindo, desta forma, pouca variação dos mesmos. 
 Os sintomas mais conhecidos de ambos os casos são: humor triste, perda de interesse nas atividades cotidianas, perda da capacidade de sentir prazer (Anedonia), sentimentos de desvalorização ou culpabilidade excessiva, diminuição da capacidade de concentração, pensamento de morte ou suicida, irritabilidade, perturbação do sono (insônia ou Hipersônia), aumento ou diminuição de peso, agitação ou inibição psicomotora, perda de energia (astenia) e dores de cabeça (cefaleia). 
2 – TEORIA DA DEPRESSÃO
2.1 – Teoria das monoaminas
 A teoria das monoaminas postula que a depressão é causada pela baixa quantidade de alguns neurotransmissores (serotonina e noradrenalina – norepinefrina) nas fendas sinápticas de algumas regiões do cérebro, sendo que as partes mais afetadas são, por exemplo, o hipocampo, algumas regiões dos gânglios da base e o córtex frontal. 
 A descoberta dos antidepressivos das classes “inibidores da monoamina oxidase e tricíclicos”, no final da década de 1950, constituiu o caminho para a teoria das monoaminas. 
 Tanto a serotonina quanto a norepinefrina possuem funções de extrema importância para o organismo. A serotonina, quando em quantidades grandes, desencadeia funções como o aumento da tolerância a dor, diminuição do desejo por alimentos, melhora do humor e do sono; entre outras. Em níveis baixos de serotonina, os efeitos causados no organismo são o inverso dos apresentados acima. A noradrenalina, em quantidades significativamente pequenas, provoca quadros semelhantes aos da carência de serotonina, como por exemplo depressão e irritabilidade. 
 Por estas razões, a teoria das monoaminas é a mais aceita atualmente, no entanto, é relevante ressaltar que é uma teoria que ainda está em estudo, pois ainda há algumas lacunas que precisam ser preenchidas.
3 – DEPRESSÃO X SAÚDE PÚBLICA
 É indubitável que a depressão seja uma das doenças de maior impacto no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão ocupará o 2º lugar entre as doenças mais dispendiosas e fatais, sendo que 4,4% da população mundial será afetada e 11,5 milhões serão brasileiros. Fato que, de dada maneira, transformou-a em um problema de saúde pública. Uma questão preocupante, tanto do ponto de vista da saúde do indivíduo propriamente dita, quanto do ponto de vista profissional. De acordo com a OMS, em 2022, a depressão será a segunda maior causa de incapacitação no trabalho. “As chances de um profissional com depressão ser demitido são grandes, pois seu rendimento no trabalho é comprometido, bem como sua concentração, energia e iniciativa”, comenta o psiquiatra e professor Kalil Duailibi, de São Paulo. 
 No que diz respeito à saúde do indivíduo, a depressão também interfere no tratamento de outras doenças, como por exemplo doenças cardiovasculares, periodontais, derrame, diabetes, câncer e outros.
 Outro fator preocupante é que a maioria dos indivíduos portadores da depressão se entregam a doença, de modo a chegar ao ponte de cometer suicídio, o que, de certa forma, potencializa o índice de óbitos de depressivos no Brasil e no mundo. 
 Evidencia-se, portanto, a depressão como sendo um problema de saúde pública.
4 – FARMACOS ANTIDEPRESSIVOS
 Assim como mencionado anteriormente, a depressão é causada pela deficiência dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina (norepinefrina). Tendo em vista isso, os fármacos antidepressivos agem de modo a fazer com que a quantidade de neurotransmissores nas fendas sinápticas não seja diminuída, reduzindo, dessa forma, os efeitos depressivos. Tais fármacos são classificados de acordo com o seu mecanismo de ação em: inibidores de recaptação de monoaminas, inibidores dos receptores de monoaminas e inibidores da MAO.
4.1 – Inibidores de recaptação de monoaminas
 Os inibidores de recaptação de monoaminas, como o próprio nome denuncia, agem nos receptadores das monoaminas serotonina e noradrenalina (SERT e NET, respectivamente), de modo a impedir a recaptação desses neurotransmissores, o que aumenta a quantidade dos mesmos na fenda sináptica. A bupropina é um exemplo dessa classe de fármacos.
 • Antidepressivos tricíclicos (ADTs): esses fármacos (por exemplo, imipramina, amitriptilina, nortriptilina, clomipramina) são assim denominados devido a sua forma “tricíclica”, na qual há três anéis benzênicos.
Por exemplo: 
 Na pratica, os antidepressivos tricíclicos não são os mais ideais para serem usados. Entretanto, a necessidade fez deles uma opção viável. Os ADTs competem pelo ponto de ligação e transporte das aminase, em sua maioria, inibem a captura de norepinefrina e de 5-HT, porém, com menos afinidade pela dopamina. Muitos ADTs também competem pela ligação de outros receptores, como os colinérgicos muscarínicos e os de histamina. Os efeitos produzidos pela ligação dos ADTs a tais receptores não causam efeitos antidepressivos, pelo contrário, causam vários efeitos adversos: sedação, crises convulsivas, impotência, efeitos anticolinérgicos (boca seca, constipação, retenção urinária etc.) entre outros. Os ADTs também possuem toxicidade aguda quando administrados em grandes dosagens.
 • Inibidores da captação de serotonina e norepinefrina (ICSNs): devido ao histórico de poucos efeitos adversos e de alta eficácia terapêutica, esses fármacos tem sido um dos mais utilizados. Alguns dos seus efeitos adversos são: náuseas, diarreia, agitação e insônia. Exemplos de fármacos dessa classe: venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina. 
4.2 – Inibidores dos receptores de monoaminas 
 Essa classe de fármacos atua como antagonista dos receptores de monoaminas, tais como os receptores 5-HT, ɑ2-adrenérgicos e H1 da histamina. A mirtazapina, por exemplo, bloqueia, entre outros receptores, os ɑ-adrenérgicos e os 5-HT2C, tendo como resultado a ação antidepressiva. Uns dos efeitos adversos causados pois essa classe de fármacos são: boca seca, sedação, hipotensão, disritmia cardíaca e aumento do peso. 
 4.3 – Inibidores da MAO
 Os inibidores da MAO (monoamina oxidase) foram um dos primeiros fármacos antidepressivos aplicados, sendo substituídos posteriormente por outros mais eficazes e com menos efeitos adversos.
 A MAO é uma enzima responsável por degradar a serotonina e a noradrenalina na fenda sináptica. Sendo assim, os fármacos dessa categoria inibem a ação da MAO, prolongando, assim, o tempo e a quantidade de tais neurotransmissores. Existem duas classes de fármacos inibidores da MAO: os inibidores não seletivos e irreversíveis; inibidores seletivos e reversíveis. 
 • Inibidores seletivos e reversíveis: os IMAOS reversíveis (por exemplo: moclobemida) são, de modo geral, mais bem aceitos e causam poucas interações alimentares. Todavia, são pouco eficazes.
 • Inibidores não seletivos e irreversíveis: os IMAOS não seletivos e irreversíveis (por exemplo: tranilcipromina) bloqueiam a ação dos dois subtipos da enzima, MAO-A e MAO-B. Estas características confere-lhes um longo período de duração. Entretanto, na contramão dessa qualidade há uma problemática: seus efeitos adversos. Pois a inibição não seletiva e irreversível leva à acumulação e, consequentemente, a toxicidade de vários substratos da enzima. 
 Os efeitos adversos de ambos os tipos e IMAOS incluem hipotensão, insônia, lesão hepática, náuseas, vômitos, agitação, reação a tiramina (queijos e vinhos).
5 – INTERFERÊNCIA DOS ANTIDEPRESSIVOS NO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO
 A adição de vasoconstritores nos anestésicos locais apresentou um grande progresso no que diz respeito às ciências médicas, - pois eles causam vasodilatação periférica, por relaxar a musculatura vascular, o que diminui a absorção sistêmica e os riscos de toxicidade -, principalmente para a Odontologia, tendo em vista o seu uso em quase todos os procedimentos odontológicos. Não obstante, como dito anteriormente, nos dias atuais, grande massa da sociedade brasileira e de outros países sofre com a depressão, sendo necessária a intervenção por meio de fármacos antidepressivos. Quando estes fármacos entram em contato com os anestésicos locais, mais precisamente com os vasoconstritores, as interações medicamentosas podem ser várias.
 Em usuários de tricíclicos, os efeitos colaterais sobre o sistema cardiovascular, como elevação da pressão arterial e arritmias cardíacas são potencializados pela administração em altas doses ou por injeção intravascular acidental de vasoconstritores como AD, NA ou fenilefrina. 
6 – DEPRESSÃO NA ODONTOLOGIA
6.1 – Depressão x disfunção temporomandibular
 A disfunção temporomandibular é caracterizada por alguns sinais e sintomas (inflamação da região mal articulada, cefaleia, mobilidade da articulação mandibular e dos músculos ao redor comprometida), provenientes da não consonância entre estruturas orofaciais, tais como o côndilo mandibular e o osso malar.
 A DTM é mais comum no gênero feminino e, de acordo com Donegá et al. (1997), a idade do indivíduo também é um fator determinante para a DTM, sendo maior a incidência entre 21 e 30 anos. 
 São várias as causas da DTM. No entanto, distúrbios psiquiátricos como depressão constituem uma das causas principais de tal patologia. Esta relação foi estudada por Borelli et al. (1987) e posteriormente por Conti et al. (1996), Garcia et al. (1997), Moreira et al. (1998) e Tosato e Caria (2006), concluindo que a depressão, ansiedade e estresse estavam relacionados a DTM, pois causavam um aumento da atividade do músculo e, consequentemente, dor. 
 Ainda nos estudos de Borelli et al. (1987), observou-se que hábitos parafuncionais (como por exemplo onicofagia, ranger dos dentes e movimentos desordenados do rosto) e dificuldade de concentração constituíam alguns dos sintomas da doença.
 Desta maneira, é nítida a interação entre DTM e depressão. 
7 – REFERÊNCIAS
•BRILHANTE, D. P.; GROSSI; M. L.; et al. Avaliação da depressão e de testes neuropsicológicos em pacientes com desordens temporomandibulares. Porto Alegre, 2006.
•PIVELLO, V. L. Antidepressivos: é importante para o Cirurgião-Dentista conhecê-lo. São Paulo. 10 jan. 2009. disponível em <www.odontosites.com.br/odonto/antidepressivos-e-importante-para-o-cirurgiao-dentista-conhece-los.html>. Acesso em: 22 jun. 2017.
• RANG, H.P.; DALE, M. M.; et al. FARMACOLOGIA. 8ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier. p. 570 – 587, 2012.

Outros materiais