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Modelos de Liderança Professora conteudista: Graziella Antunes Pereira Sumário Modelos de Liderança Unidade I 1 A LIDERANÇA E SEUS CONCEITOS ...............................................................................................................1 1.1 O líder como ponte .................................................................................................................................2 1.2 As teorias e características da liderança ........................................................................................3 2 OS ESTILOS DE LIDERANÇA ............................................................................................................................5 2.1 A liderança autocrática .........................................................................................................................6 2.2 A liderança liberal (laissez-faire) .......................................................................................................6 2.3 A liderança democrática .......................................................................................................................7 2.4 As principais características de um líder .......................................................................................8 3 A LIDERANÇA COM O USO DO COACHING COMO FERRAMENTA GERENCIAL .........................9 3.1 Capacidade de influência e de motivação ..................................................................................11 3.2 Mediador de conflitos .........................................................................................................................11 3.3 Capacidade de delegar poderes ...................................................................................................... 12 3.4 Habilidade de orientação .................................................................................................................. 12 3.5 Gerenciamento da criatividade ...................................................................................................... 12 4 O PAPEL DA LIDERANÇA DIANTE DOS DIFERENTES TIPOS DE CONFLITOS ............................... 13 4.1 O conflito ................................................................................................................................................. 13 4.2 O que fazer? ............................................................................................................................................ 14 4.3 Mediação x Negociação ..................................................................................................................... 15 4.4 Tipos de conflitos ................................................................................................................................. 15 4.5 Subdivisão dos conflitos externos ................................................................................................ 16 4.6 A evolução na aceitação dos conflitos organizacionais ....................................................... 17 Unidade II 5 O LÍDER COMO ADMINISTRADOR DE CONFLITOS .............................................................................. 18 5.1 Os níveis de gravidade de um conflito ........................................................................................ 18 5.2 Os conflitos organizacionais e suas causas ............................................................................... 19 5.3 Os principais pontos na administração dos conflitos organizacionais .......................... 19 5.4 Os estilos de administração de conflitos .................................................................................... 21 6 A LIDERANÇA ORIENTADA PARA AS PESSOAS .................................................................................... 22 6.1 A importância do grupo .................................................................................................................... 23 6.2 Os frutos da liderança orientada para as pessoas .................................................................. 24 7 A LIDERANÇA ORIENTADA PARA AS TAREFAS .................................................................................... 25 7.1 A centralização da autoridade ........................................................................................................ 25 7.2 A cooperação ......................................................................................................................................... 26 7.3 As consequências da liderança orientada para as tarefas ................................................... 27 8 OS COMPROMISSOS DA LIDERANÇA ...................................................................................................... 29 Unidade III 9 PODER E LIDERANÇAS ORGANIZACIONAIS: CARACTERÍSTICAS E PECULIARIDADES ......... 32 9.1 O poder por sua definição ................................................................................................................ 32 9.2 Os instrumentos do poder ................................................................................................................ 33 10 LIDERANÇA X AUTORIDADE ..................................................................................................................... 35 10.1 Os limites da autoridade ................................................................................................................. 38 10.2 Os jogos de poder x Autoridade ................................................................................................... 38 11 A LIDERANÇA E SEU PROCESSO CONTÍNUO DE MUDANÇAS ..................................................... 39 11.1 As quatro políticas do processo de mudança segundo Peter Drucker ......................... 41 11.2 O líder reativo ...................................................................................................................................... 43 11.3 E o ambiente da liderança reativa? ............................................................................................. 43 11.4 O líder reativo e seus posicionamentos .................................................................................... 44 11.5 A liderança reativa na mediação de conflitos ........................................................................ 45 Unidade IV 12 OS PRINCÍPIOS DA LIDERANÇA PROATIVA ........................................................................................ 47 12.1 As características do líder proativo ............................................................................................ 47 12.2 A liderança proativa x Oportunidades e ameaças ................................................................ 49 12.3 As principais dificuldades da liderança proativa .................................................................. 50 13 A ORIENTAÇÃO DA LIDERANÇA PELA VISÃO CONTÁBIL .............................................................. 51 13.1 A visão contábil .................................................................................................................................. 52 13.2 Trabalho em grupo ............................................................................................................................ 52 13.3 O relacionamento com o grupo de liderados ......................................................................... 53 13.4 O líder orientado por uma visão contábil x Administração de conflitos .................... 54 14 RESUMO ........................................................................................................................................................... 55 14.1 A liderança autocrática ................................................................................................................... 56 14.2 A liderança liberal (laissez-faire) .................................................................................................56 14.3 A liderança democrática ................................................................................................................. 57 14.4 As principais características de um líder .................................................................................. 58 14.5 A liderança orientada para as pessoas ...................................................................................... 59 14.6 A liderança orientada para as tarefas ....................................................................................... 59 1 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 Unidade I 5 10 15 20 1 A LIDERANÇA E SEUS CONCEITOS Liderança é a capacidade de influenciar um grupo para que as metas sejam alcançadas. Stephen P. Robbins Ao longo do tempo a definição de liderança vem sofrendo diversas modificações na tentativa de melhor se adaptar ao modelo de gestão do contexto. Muitos são os estudos que tentam explicar esse fenômeno tão positivo para as organizações, bem como a sua evolução. Em alguns pontos todos concordam, os líderes são alegres, motivadores, criativos e acima de tudo carismáticos. Antigamente, o carisma era uma característica ligada a dons divinos, hoje, sabemos que seu significado nada mais é do que um poder de persuasão que podemos exercer sobre outras pessoas. Apesar de algumas pessoas já nascerem com essa característica, não significa que ela não esteja ao alcance de todos, neste caso será necessário um empenho para desenvolvê-la. Considerada como essencial no interior de qualquer grupo, a liderança assume dentro dos grupos de trabalho um papel importante no desenvolvimento das tarefas da equipe. Porém, uma diferenciação é importante que se faça neste momento inicial de nosso estudo: liderança e gerência representam dois diferentes estilos ou posturas organizacionais. Enquanto os gerentes estão preocupados em fazer com que seu grupo cumpra prazos e normas estabelecidos pela empresa, os gerentes desenvolvem ações que: 2 Unidade I Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 • possam ajudar o grupo a atingir suas metas ou objetivos; • possibilitem a mediação de possíveis conflitos que possam surgir; • possam impulsionar o início das tarefas; • transformem em ponte entre objetivos organizacionais e os objetivos individuais de seus liderados. Importante observarmos que todas essas ações indicadas acima são bem mais facilmente desenvolvidas quando o líder é escolhido por seu próprio grupo para representá-lo e não quando o mesmo é indicado. Segundo Abraham Zaleznik, “os líderes se diferem dos gerentes em motivação, história de vida e quanto aos seus modos de pensar e agir”. Mas, não podemos deixar de lado o valor da presença do gerente, principalmente quanto às suas atividades de desenvolvimento de planejamentos formais, desenhos organizacionais fixos ou mesmo sua rigidez no monitoramento dos resultados a serem alcançados pela equipe. Koter afirma que “tanto uma liderança forte quanto uma gerência sólida são necessárias para uma eficácia organizacional excelente”. Qualquer pessoa poderá se tornar formalmente um líder, assim a empresa para qual ela trabalha lhe ofereça esta incumbência. Porém, a liderança formal ou imposta não é garantia de sucesso para nenhuma organização. Ao contrário, o líder que surge naturalmente encontrará muito mais facilidade em influenciar na motivação de seu grupo organizacional, promovendo assim uma liderança mais eficaz. É uma espécie de liderança natural. 1.1 O líder como ponte Toda organização é formada por diferentes tipos de pessoas que em sua interação desenvolverão ações que possam 5 10 15 20 25 30 3 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 possibilitar o alcance das metas da empresa. Por mais recursos materiais que disponha uma organização, esta jamais poderá funcionar sem os colaboradores, ou recursos humanos. Em contrapartida, a maioria das pessoas depende das empresas para alcançar seus objetivos pessoais e profissionais. Observe o quadro abaixo: Objetivos organizacionais Objetivos individuais • Redução de custos • Bons salários • Aumento de lucros • Benefícios adicionais • Maior produtividade • Qualidade de vida no trabalho • Satisfação dos clientes • Possibilidade de crescimento profissional • Produtos e serviços de qualidade • Clima favorável para trabalhar • Excelência no atendimento aos clientes • Respeito O líder deve funcionar como uma ponte entre os objetivos da empresa e os objetivos de seus liderados. Chiavenato, no seu livro Gestão de pessoas, afirma que Verificou-se que, se a organização quer alcançar os seus objetivos da melhor maneira possível, ela precisa saber canalizar os esforços das pessoas para que também estas atinjam os seus objetivos individuais e que ambas as partes saiam ganhando. Modernamente, a solução do tipo ganhar-ganhar no jogo de interesses envolvidos é perfeita. Trata-se de uma solução que requer negociação, participação e sinergia de esforços. 1.2 As teorias e características da liderança A liderança precisa estar presente em qualquer que seja a organização, principalmente em empresas divididas em setores ou departamentos. Aos que vão desempenhar 5 10 15 20 4 Unidade I Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 o papel de líder algumas importantes características psicológicas são essenciais. Algumas pessoas já as possuem congenitamente enquanto outras precisam desenvolvê-las. Persistência, autoconfiança, motivação e adaptabilidade são algumas dessas características. Vários são os estudos existentes acerca da liderança, porém três teorias são fundamentais para o nosso estudo. As teorias da liderança Teorias de estilo de liderança Teoria de traço de personalidade Teoria situacional de liderança Refere-se às características de personalidades mais marcantes que o líder possui São estilos de comportamento adotados pelo líder Capacidade de adequação do comportamento do líder frente à diferentes situações Vamos entendê-las melhor. 1. Teoria de traço de personalidade Das teorias sobre liderança esta é considerada a mais antiga e refere-se a uma característica específica que o líder possui e que o difere das outras pessoas. Esta teoria foi defendida por Thomas Carlyle e essas características podem ser físicas, intelectuais sociais ou outras relacionadas diretamente com as tarefas a serem desenvolvidas pelo líder. Importante observar que qualquer que seja a situação o líder deverá inspirar em seus liderados confiança, inteligência e percepção. 5 10 15 5 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 2. Teoria de estilo de liderança Esta teoria busca explicar a liderança através dos diferentes comportamentos dos líderes frente aos seus liderados, ou seja, a maneira pela qual ele se comporta para orientar seus subordinados quando do desenvolvimento de suas tarefas. Esta teoria nos aponta três diferentes estilos de liderança: autocrática, liberal e democrática. 3. Teoria situacional de liderança Esta teoria busca explicar o processo de liderança através de uma visão mais ampla. Parte do princípio de que o líder se comporta de acordo com a situação em que o mesmo se encontra, desta forma, ela nega um estilo único de liderança. Ela considera que o líder eficazé aquele capaz ajustar-se a diferentes tipos de pessoas ou grupos de pessoas, sob as mais diversas situações. Liderar é ser um chefe bem aceito pelo grupo. Geraldo Mattos 2 OS ESTILOS DE LIDERANÇA A liderança é um processo necessário e presente em todos os âmbitos da nossa vida, quer estejamos na posição de líder como pais, supervisores ou professores, quer quando estejamos na situação de liderado, como aluno, filho ou colaborador. Sua existência é decorrente de uma gama de variáveis e características como automotivação, confiança, carisma, bem como a mais essencial que é o espírito de trabalho em equipe. Outra característica importante para um bom processo de liderança diz respeito à capacidade de automotivação do líder e sua influência na motivação de seus liderados. 5 10 15 20 6 Unidade I Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 Liderar não é tarefa fácil, ainda mais quando se trata de um grande grupo de pessoas, cujos pontos de vista dificilmente coincidem na totalidade. Segundo Resende (2004), a liderança pode ser pensada como “uma função de comando” ou “uma qualidade que faz com que alguém seja capaz de influenciar ou conduzir pessoas para um objetivo”. Diversos são os estilos de liderança apontados pelos estudiosos do comportamento organizacional, porém vamos conhecer mais intensamente os três mais importantes. 2.1 A liderança autocrática Estilo considerado bastante negativo e marcado pela presença do autoritarismo por parte do líder e consequentemente pouca oportunidade para a livre expressão dos liderados. O líder concentra em si todas as decisões. Constante imposição de ordens fazendo com que a realização das tarefas do grupo apenas sejam desenvolvidas quando da presença do “líder”, já que é ele próprio o responsável por traçar as diretrizes. Não existem espontaneidade nem delegação de tarefas, tudo depende da “ordem” do líder que decidirá o que e quem fazer. As decisões são tomadas sem que haja uma consulta prévia do grupo, fato que gera grande insatisfação para a equipe. Este tipo de liderança evita reuniões ou qualquer tipo de evento que possa sugerir a opinião do grupo de trabalho. 2.2 A liderança liberal (laissez-faire) Estilo bastante criticado por proporcionar a equipe uma liberdade muitas vezes tida como exagerada. Ao contrário do líder autoritário, o liberal delega ao grupo as tarefas a serem desenvolvidas e o deixa livre para desenvolvê-las. Não há controle, ao invés disso a liberdade é sua característica 5 10 15 20 25 7 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 principal. A divisão das tarefas também fica a cargo do grupo, o líder também não interfere nesse ponto. Porém, toda essa liberdade poderá trazer para o grupo efeitos nocivos quanto à dispersão ou perda do foco a ser alcançado pela equipe, já que cada um faz o que considera correto. O líder também não participa da avaliação do grupo, apenas emite sua opinião quando solicitado. 2.3 A liderança democrática Estilo caracterizado por priorizar a participação do grupo em todas as decisões a serem tomadas. Alguns autores referem-se ao estilo democrático como sendo o estilo da liberdade controlada. Cabe ao grupo, como um todo, incluindo o líder, debater e decidir sobre as diretrizes a serem tomadas. O líder democrático possui três características essenciais: condutor, incentivador e orientador na participação de todos os membros do grupo. Geralmente, proporciona ao grupo um sentido de integração e satisfação. Independente do estilo de liderança a ser seguido, a relação entre líder e liderado deve ser baseada em confiança e respeito mútuos. A empatia, ou seja, a capacidade de poder se colocar no lugar do outro, é uma das variáveis mais importantes para tornar a liderança eficaz. No entanto, nenhum estilo deverá permitir que as relações ultrapassem os limites do profissionalismo. O líder não pode ser um mero repassador de valores, bem mais que isso, ele deve desenvolver com seus liderados relações fortes e verdadeiras em nome, principalmente, dos objetivos da empresa que ambos estão representando. Para isso é preciso que ele reúna algumas características citadas. A capacidade de percepção do líder determina a sua flexibilidade de comportamento. Augostinho Minicucci, 1995. 5 10 15 20 25 8 Unidade I Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 2.4 As principais características de um líder As principais características de um líder são: • imparcialidade: ele não pode deixar que a emoção interfira nas suas decisões. A razão deverá estar sempre presente, principalmente no momento da tomada de decisões, quando deverá prevalecer sempre o que seja melhor para o grupo como um todo; • empatia: esta é a habilidade de conseguirmos nos projetar no lugar do outro. Ela nos permite avaliar as situações como se estivéssemos vivendo-as; • cordialidade: esta habilidade deve estar presente em todos os campos das nossas relações, principalmente entre líderes e liderados. Somente solicitando de seus funcionários os líderes poderão chegar a resultados satisfatórios, do contrário, ou seja, impondo os resultados nunca serão excelentes; • paciência: liderar não é tarefa fácil, ela envolve várias habilidades dentre elas a de identificar os limites e possibilidades de cada um dos membros de seu grupo. Poderemos ter dois excelentes colaboradores, porém, com características de dinamismos diferentes, cabendo ao líder conhecer e respeitar o tempo de cada um; • posicionamento definido: a liderança tem sua base na personalidade daquele que está à frente do grupo, assim precisa tê-la bem definida. Não será nada agradável para um grupo ter um líder com alterações constantes de personalidade; • autocontrole: a prática da liderança envolve situações muitas vezes bastante delicadas, e que poderão exigir do líder certo controle pessoal, principalmente quando seus conceitos, ideias e valores são postos em discussão; • espírito de coletividade: é a base da liderança eficaz. Somente quando tivermos consciência da força do 5 10 15 20 25 30 9 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 trabalho em grupo, da atuação coletiva poderemos nos considerar líderes de verdade. 3 A LIDERANÇA COM O USO DO COACHING COMO FERRAMENTA GERENCIAL As diversas teorias, tipos e modelos de liderança que conhecemos possuem em comum a característica de se tratar de um esforço que vislumbre um eficaz e saudável gerenciamento de pessoas em prol dos objetivos de uma organização para a qual ambos, líder e liderados, trabalham. A constante evolução dos modelos de gestão de pessoas obrigou as teorias acerca da liderança a tomar rumos diferentes que contemplem o líder não somente como influente acompanhante do desenvolvimento das tarefas de seus liderados. Hoje, o papel da liderança vai muito além e passa pela tarefa de “treinador”, buscando constantemente auxiliar os seus liderados no alcance de suas metas e objetivos, tudo isso num ambiente interativo de mudanças constantes. Segundo Chiavenato (2002), “’Coaching’ trata-se de um relacionamento que provoca novas competências e que agrega valor à organização e ao cliente”. O coaching representa uma ferramenta vital para a empresa moderna. A responsabilidade do coach (treinador) é proporcionar uma aprendizagem organizacional constante. O líder antigo tomava suas decisões e distribuía as tarefas de acordocom as habilidades de seus liderados, que eram vistos como recursos dos quais as empresas dispunham para atingir suas metas. Desta forma, se o colaborador era hábil com as questões financeiras a ele eram distribuídas as tarefas desse âmbito. O coach continua sua busca pela construção de relacionamentos sinceros e construtivos, porém com um diferencial, ou seja, a ele também cabe a tarefa de desenvolver 5 10 15 20 25 10 Unidade I Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 pessoas. Se o colaborador não tem habilidade em certa área de conhecimento, cabe ao coach perceber e tentar fazê-lo buscar complementar seu conhecimento. Observe-se que é um processo didático, ou seja, de aprendizagem. Segundo Araújo (1999), Coaching é liderança refinada, pois, ao se concentrar mais no desenvolvimento de pessoas, fortalece o capital humano nas organizações para enfrentar mudanças com maior agilidade. Líder Coaching Resultados Desenvolvimento de pessoas Atenção: Para que o processo de coaching aconteça é necessário que pelo menos duas pessoas estejam presentes: o coach (treinador) e do outro lado o aprendiz. Segundo Petracca, Líderes são os que, em um grupo, ocupam uma posição de poder, que têm condições de influenciar, de forma determinante, todas as decisões de caráter estratégico. O poder é exercido ativamente e encontra legitimação na correspondência com as expectativas do grupo. As principais habilidades do processo de coaching Coaching Saber Saber orientar Saber mostrar Saber fazer 5 10 15 11 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 3.1 Capacidade de influência e de motivação O coach como representante de uma determinada organização pauta sua atuação de acordo com os objetivos, missão e visão desta organização. Logo após, sua tarefa será a de compartilhar isso com seus aprendizes, de modo que sintam nele uma convicção acerca do que está sendo passado. Geralmente é uma pessoa muito entusiasmada e de astral contagiante. Evita ser explícito demais quando está expondo suas ideias, preferindo utilizar-se de perguntas inteligentemente elaboradas para forçar que as pessoas tirem suas próprias conclusões. Assim, ele evita ser muito persuasivo, ao mesmo tempo em que dá oportunidade para que os outros reflitam melhor. Outra característica muito marcante reside em seu modo de liderar pelo exemplo, ou seja, ele é o primeiro a iniciar uma tarefa que foi solicitada, conseguindo, dessa forma, a ajuda e o comprometimento dos demais. 3.2 Mediador de conflitos Os seres humanos possuem sua existência marcada pela presença de diversos tipos de conflitos que podem variar tanto em forma como em intensidade. Eles existem porque as pessoas divergem em muitos pontos como interesses, objetivos e pontos de vista. Na maioria das vezes a solução desses conflitos se dá através de uma pacífica mediação, que busca uma forma de solucionar o impasse de modo que todos os envolvidos fiquem satisfeitos. Ninguém quer sair perdendo, isso é natural, por isso a troca tem que existir. Porém, nem sempre a solução é tão saudável como se espera, podendo este conflito se transformar num difícil problema de relação. Tudo irá depender do comportamento do responsável por sua mediação, tarefa comumente desempenhada pelo líder. Sabemos o quanto a presença dos conflitos organizacionais pode auxiliar no desenvolvimento dos grupos de trabalho, 5 10 15 20 25 30 12 Unidade I Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 principalmente por proporcionar a possibilidade de discussão de novas ideias e pontos de vista. No processo de coaching isso não é diferente, o conflito é considerado ainda mais positivo. É tratado como elemento construtivo aos grupos de trabalho. Porém, mesmo com toda essa importância que é dada ao conflito, o coach procura solucioná-lo da forma mais rápida possível, evitando o envolvimento de outras pessoas, principalmente de setores diferentes. 3.3 Capacidade de delegar poderes Uma característica bem marcante do coach reside na sua capacidade de não centralizar em si poderes. Ele é descentralizador ao ponto de deixar que seus liderados busquem sozinhos, alternativas para resolver os possíveis problemas. As tarefas também são delegadas, sejam elas cotidianas ou tarefas de cunho mais específico, ou seja, ele confia na capacidade de seus liderados. Importante esclarecer que ao delegar as tarefas a serem cumpridas o coach esclarece-as para que não haja a necessidade de acompanhá-las durante sua execução, evitando assim, que o liderado se sinta pressionado para desenvolvê-la. 3.4 Habilidade de orientação O coach desenvolve uma espécie de treinamento baseado no desenvolvimento das pessoas. Esse trabalho consiste em orientar através de uma espécie de transferência de conhecimentos. Ele ensina e espera que o aprendizado se concretize de acordo com o tempo de cada pessoa. A qualidade tolerância é indispensável neste processo de orientação. 3.5 Gerenciamento da criatividade O coach não tem medo de pessoas criativas, ao contrário sua gestão é marcada pela estimulação constante de seus liderados em relação às novas ideias que os mesmos possam apresentar. Possui um feeling bem aguçado para identificar que ideias 5 10 15 20 25 13 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 podem ser utilizadas para o desenvolvimento da equipe. Essas ideias precisam necessariamente estar alinhadas às políticas e objetivos da empresa. O processo de coaching representa uma liderança mais focada no indivíduo, sua participação nos grupos aos quais pertence, bem como em seu desenvolvimento pessoal. 4 O PAPEL DA LIDERANÇA DIANTE DOS DIFERENTES TIPOS DE CONFLITOS 4.1 O conflito O tema deste módulo será um dos assuntos mais presentes em nossas vidas, mas talvez não tenhamos a noção do quanto ele nos atinge, às vezes de forma positiva, e às vezes de forma negativa. Estamos falando do conflito, algo tão inerente à nossa existência quanto as nossas próprias relações. Os conflitos fazem parte da dinâmica dos seres humanos e representam muitas vezes um meio de crescimento pessoal, já que pensamentos, opiniões, ideias e pontos de vista estão sendo discutidos e podem culminar numa reflexão acerca do assunto em pauta. Eles podem variar em tipo e intensidade e representam uma divergência entre as partes envolvidas. Para que ele exista é preciso que haja um contraponto. Quando ocorre entre duas pessoas existe ainda a tentativa de uma das partes em impedir que a outra parte alcance seu objetivo. Nas relações de trabalho os conflitos são uma constante. Isso é ruim? Nem sempre e pode representar até um meio de desenvolvimento para a equipe, porém pode ser muito negativo se não for bem administrado. É exatamente nesse ponto que entra a figura do líder. Na maioria das vezes vai caber a ele gerenciar e aproveitar o que o conflito pode oferecer de contribuição para a sua equipe. Segundo Chiavenato, “o conflito constitui uma interferência ativa ou passiva, mas deliberada para impor um bloqueio sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus objetivos”. 5 10 15 20 25 14 Unidade I Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 Maria José Lobato define o conflito como sendo “uma situação que revela desentendimento,confronto de opiniões, entre duas ou mais pessoas, situação essa que não tem de ser necessariamente negativa”. Os conflitos organizacionais são mais difíceis de serem detectados, pois os envolvidos procuram dissimulá-los ao máximo, para evitar problemas na organização e muitas vezes quando se percebe a sua existência ele já se instalou, tornando- se mais difícil de ser administrado. Por isso líder precisa ser bastante sensível para perceber algum tipo de alteração no comportamento dos membros de seu grupo. O contato próximo entre líder e liderados auxilia numa detecção mais precoce do conflito e assim, uma possibilidade de eliminá-lo antes de sua instalação. 4.2 O que fazer? Não existe uma receita pronta que se possa seguir para administrar os possíveis conflitos que possamos encontrar, já que os envolvidos são seres humanos dotados de diferenças e peculiaridades. Porém, sabe-se que alguns pontos precisam estar claros para o líder antes que o mesmo procure um meio de solucioná-los. São eles: 1. Qual o tipo de conflito que está se desenvolvendo, interno ou externo? 2. Quem são os envolvidos diretos e indiretos? 3. Quais foram as causas primárias e secundárias para que o mesmo fosse gerado? 4. Que benefícios ele pode oferecer ao grupo? Somente quando tais perguntas forem respondidas o líder poderá optar pelo meio mais eficaz para administrar o conflito gerado. Existem também três habilidades importantes 5 10 15 20 25 15 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 que devem estar presentes neste momento de observação: a empatia, ou seja, a capacidade de se colocar na posição do outro; a escuta ativa representando uma disposição por parte do líder em ouvir as partes principais envolvidas no processo; e uma atitude assertiva, ou seja, atuar conscientemente no ponto correto. 4.3 Mediação x negociação Uma outra questão precisa ser esclarecida: mediar é diferente de negociar. O líder ao negociar um conflito não pode se comportar como se estivesse em meio a uma negociação. Quando negociamos buscamos fazer com que as partes envolvidas no processo saiam ganhando igualmente. Mediar é diferente. Trata-se de encontrar um ponto em que as partes conflitantes concordem, mesmo que uma delas tenha que abdicar de sua opinião, apesar de que tanto a mediação como a negociação resulte numa positiva solução para o conflito. O que está em jogo são os interesses da empresa e de todos que a compõem. 4.4 Tipos de conflitos O conflito interno É aquele desenvolvido no campo das nossas relações intrapessoais. Representa as nossas discordâncias internas. Se aquilo em que acreditamos e consideramos como certo é de alguma maneira rejeitado por nossa família ou pelo grupo social ao qual pertencemos é bem provável o início do desenvolvimento de um conflito interno. Esse tipo de conflito pode deixar a vida de um indivíduo imobilizada, pois reflete uma espécie de vazio entre o que acredita e o que representa, muitas vezes para não contrariar o que é “socialmente correto”. 5 10 15 20 25 16 Unidade I Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 Apesar de parecer um tipo de conflito meramente particular, no campo das relações de trabalho sua presença é muito comum. Se você tem necessitado constantemente buscar distração para as pressões originadas em seu ambiente de trabalho é bem provável que o comportamento que lhe está sendo exigido ou mesmo que as políticas de sua empresa estejam gerando em você algum tipo de conflito do tipo interno. O conflito externo É um tipo de conflito explícito e que pode ocorrer em vários outros níveis externos, podendo se desenvolver nas relações intragrupais (entre grupos), interorganizacionais (entre organizações ou setores de uma organização) ou ainda interpessoais (entre indivíduos), onde será mais aprofundada nossa investigação. 4.5 Subdivisão dos conflitos externos Os conflitos externos podem se subdividir em: • conflitos de interesse: são os antagonismos a respeito do que nos interessa, do que desejamos ser ou obter. Esse interesse pode ser do campo material, como o nosso desejo de obtenção de alguns bens ou do campo de nossas posições na sociedade, como cargos ou posições que desejamos ocupar, status; • conflito de valores: esse tipo de conflito vem a se relacionar com nossos valores e crenças. Nossos conceitos, neste momento, são postos em interrogação. Esse tipo de conflito é classificado como sendo um dos mais difíceis de ser mediado, pois trata de questões de identidades moral, social e cultural. Representa uma tentativa de negar tudo o que nos foi passado por nossos pais, amigos, professores, desde que a nossa consciência começou a se formar; 5 10 15 20 25 30 17 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 • conflito de direitos: relacionados com a infração de normas, leis ou regulamentações com as quais somos beneficiados. Possui uma característica bem própria de ser um conflito não passível de negociação, já que gira em torno de um direito, previamente adquirido, e que não está sendo, de fato, respeitado visto que direito não se discute. 4.6 A evolução na aceitação dos conflitos organizacionais Os conflitos organizacionais nem sempre foram vistos como benéficos ou importantes para o desenvolvimento das pessoas. Do contrário, eles eram bastante temidos pelos líderes, que preferiam nem deixar os mesmos serem iniciados. A evolução de sua aceitação segue praticamente a mesma evolução das teorias da gestão administrativa. Observe a tabela a seguir: Gestão clássica (tradicional) Gestão das relações humanas Gestão contemporânea (interacionista) O conflito deve de todas as formas ser evitado, pois indica um mau funcionamento dentro do grupo e um fraco desempenho do líder. Conflito é o resultado natural e inevitável em qualquer grupo. Não é necessariamente mau e tem um potencial de converter-se em uma força positiva para determinar o desempenho do grupo. O conflito não somente pode ser uma força positiva no grupo, como é absolutamente necessário para que o mesmo se desenvolva de forma eficaz. Existe uma espécie de evolução em relação à importância e aceitação do conflito no interior dos grupos. Tradicional Relações humanas Interacionista 5 10 15
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