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Epidemiologia unidade 2

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Ao longo da História percebe-se a tentativa de separar os conceitos de pessoas saudáveis de pessoas doentes, desse modo, cada grupo procurou basear-se naquilo que era mais evidente para dar explicações relativas ao adoecimento e a cura, de acordo com o nível instrumental e de referências textuais que possuíam em suas épocas. 
Até hoje não se definiu claramente a distinção entre uma pessoa saudável e uma pessoa doente, levando em conta as variáveis do meio social, econômico e cultural em que vivemos e os fatores que podem ou não provocar o aparecimento de uma enfermidade. Do ponto de vista Epidemiológico, a doença e a saúde são contradições que se acham mais próximas do que se imagina, uma vez que qualquer alteração no meio provoca o deslocamento da situação do paciente para um dos lados da dualidade: doença - saúde.
O que se tem de informações hoje em dia sobre a História Natural da doença nos leva à comparação dos pensamentos ao longo da cronologia histórica. Entendendo-se como: um processo interativo entre o agente, o suscetível e o meio ambiente, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003)
As primeiras tentativas de explicação das alterações observáveis, associavam a doença ao sobrenatural, ligado à falta de alma, possessão por algum espírito maligno, punição dos deuses ou resultado de bruxarias, o que de certa forma, acha-se ainda presente em nossa cultura contribuindo para o acréscimo do conceito saúde-doença. Nesse ponto, ressalta-se que a observância da enfermidade, levava à conclusão que a perda gradativa da saúde ou parte dela era provocada por um agente externo ao corpo – um agente do meio. 
Já na antiguidade, Hipócrates introduz o pensamento da causalidade natural das doenças, iniciando uma abordagem científica. Em sua Teoria dos Quatro Humores frisa o conceito de ser a saúde um estado de pleno equilíbrio. Pode-se estabelecer um paralelo, séculos depois, a partir da definição da OMS sobre o conceito da saúde ser: um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Denotando, implicitamente a concepção de estabilidade. 
Em Roma antiga, para se estabelecer mais uma relação com o atual conceito, observa-se a logística na construção que aquedutos e a preocupação com a higiene, ressaltando a relação do meio ambiente, fatores socioculturais e da população para evitar a patogênese. 
Já mais recentemente, Thomas Sydenham preocupa-se em coletar dados e dividir as doenças em grupo: ‘’a Natureza, ao produzir doenças, age de modo uniforme e coerente... [pois] diferentes pessoas afetadas por um mal, apresentam sintomas que muito se parecem’’. Essa caracterização sugere uma maior preocupação com o mapeamento e a descrição das doenças, com uma metodologia baseada na coleta de dados (uma das funções da Epidemiologia). Porém, não se leva em conta que o processo doença – saúde, além de levar em conta os fatores biológicos, não se apresenta de maneira uniforme, nem são causados sempre pelos mesmos fatores, uma vez que variáveis externas e modos de percepções variam de pessoa para pessoa. 
Todos esses avanços e conclusões, não levaram a um único conceito satisfatório, uma vez que a atual definição leva em conta fatores variáveis resultantes das inter-relações entre o agente, o suscetível e o meio ambiente, o papel central do homem de causador – afetado – solucionador e também a variação do ponto em que termina a percepção da enfermidade ou saúde em cada paciente.

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