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CONCEPÇÃO DE SAÚDE-DOENÇA MENTAL Prof.ª Érika Barbosa CONCEPÇÃO DE SAÚDE-DOENÇA MENTAL I - ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS SOBRE O PROCESSO SAÚDE/DOENÇA/DOENÇA MENTAL Saúde é não ter doença? Saúde mental é não ter doença mental? Tempos Bíblicos - o caso do rei Saul. Hipócrates (460-377 a.C.) - doenças como "reações de adaptação" do organismo. As enfermidades mentais tinham origem no cérebro. Na Idade Média (poder do clero) - as doenças mentais voltam ao reino do sobrenatural e as terapêuticas consistem novamente em exorcismos para livrar o corpo dos espíritos malignos. Philippe Pinel – SÉC. XVIII – loucura como doença mental e objeto de intervenção médica. A constituição do saber psiquiátrico: melancolia, demência e idiotismo. O asilamento dos loucos (classificação e exclusão dos incapacitados) passa a ser utilizado em larga escala por todo o mundo. Novos Questionamentos - Fim do Séc. XX – caráter iatrogênico do espaço asilar, que tinha como foco o sintoma de uma doença em detrimento da liberdade do doente 1980 à 2001 – período em que se discute novos modos de fazer em saúde em novos espaços assistenciais 8ª Conferencia Nacional de Saúde/ 1986: Saúde como processo e não como estado de ausência de doença: “Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de habitação, alimentação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde.” I Conferencia Nacional de Saúde Mental/ 1987: o conceito de saúde deve ser ampliado e, passar pelos determinantes das condições de vida. Sendo assim, o conceito de Saúde Mental deve deixar de ser a classificação e exclusão dos "incapacitados" para a produção e para o convívio social. II Conferencia Nacional de Saúde Mental/1994: O processo saúde/doença mental deverá ser entendido a partir de uma perspectiva contextualizada, onde qualidade e modo de vida são determinantes para a compreensão do sujeito. As ações de saúde mental devem integrar-se às outras políticas sociais, como educação, cultura, esporte e lazer, seguridade social e habitação. III Conferencia Nacional de Saúde Mental/2001: Saúde compreendida como processo e não como ausência de doença, na perspectiva de produção de qualidade de vida, enfatizando ações integrais e promocionais de saúde. IV Conferencia Nacional de Saúde Mental/2010: Caminhos intersetoriais para a produção de qualidade de vida. Diferenças culturais, julgamentos subjetivos, e teorias relacionadas concorrentes afetam o modo como a saúde mental é definida. Saúde mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional. A Saúde Mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio emocional, psicológico e social, evidenciado pelas relações satisfatórias, comportamento e enfrentamento apropriados e adaptativos. II - A REALIDADE SOCIAL, POLÍTICA E CULTURAL BRASILEIRA E A SAÚDE MENTAL A atenção integral em saúde mental deverá ser composta por uma ampla rede de serviços que partam de uma visão integrada das várias dimensões da vida do indivíduo. A atenção básica, os ambulatórios, as emergências hospitalares e leitos especializados nos hospitais gerais devem estar prontos para atender as demandas do sujeito portador de sofrimento psíquico, além do surgimento de novos serviços especializados como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços de Residências Terapêuticas (SRT), os centros de convivência, dentre outros serviços. III - DIFERENÇAS CONCEITUAIS ENTRE DOENÇA E DEFICIÊNCIA MENTAL Doença Mental - Abrange várias perturbações que afetam o funcionamento e o comportamento emocional, social e intelectual do indivíduo. Caracteriza-se por reações emocionais desajustadas, distorções da compreensão e da comunicação , comportamento social inadequado. São transtornos para os quais não existe uma causa orgânica, mas sim um desarranjo funcional complexo nos circuitos do SNC. (ex.: esquizofrenia; depressão) Deficiência mental - funcionamento intelectual inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança. É um transtorno de origem orgânica, quando o SNC não alcançou todo seu potencial de desenvolvimento, determinado por fatores pré, peri e pós natais. (ex.: Síndrome Down, Paralisia cerebral, microcefalias) IV - ASPECTOS PREDISPONENTES DA DOENÇA MENTAL Fatores individuais – constituição biológica, intolerância as incertezas da vida, perda de sentido da própria vida, raça, idade. Fatores interpessoais – comunicação ineficaz, dependência ou afastamento dos relacionamentos, falta de senso de pertencimento (gregária), apoio social inadequado. Fatores Socioculturais - falta de recursos, violência, falta de moradia, classe social, discriminação e estigmas. V - INTERAÇÃO DOS FATORES BIOLÓGICOS, SOCIAIS E PSICOLÓGICOS NO DESENVOLVIMENTO DOS TRANSTORNOS MENTAIS Etiologia Multifatorial: A cultura e a etnia influenciam as crenças e os valores individuais e sociais; A cultura religiosa pode interferir na reação e na tolerância à dor, bem como na expressão das emoções/sentimentos - doenças podem ser entendidas como punição ou castigo divino ou karma. O Risco genético para transmissão de doenças (anemia falciforme –raça negra), bem como situações endêmicas ou epidêmicas, e a violência urbana transformam o cotidiano VI -GLOBALIZAÇÃO, CIDADANIA, EXCLUSÃO SOCIAL E DOENÇA MENTAL Cultura capitalista, mercadológica e consumismo – valorização do ter, em detrimento do ser. Formação para o sucesso individualizado X formação cidadã. VII - PRECONCEITO, CRENÇAS, HÁBITOS VIII – SUBJETIVIDADE E RESILIÊNCIA Resiliência psicológica: Capacidade de lidar com problemas sem sofrer surtos; Termo emprestado da física: É a propriedade de se retornar a forma ou posição original uma vez cessada a pressão sobre o mesmo. IX - REAÇÕES PSICOLÓGICAS À DOENÇA AGUDA,DIFICULDADES DE ADESÃO NA DOENÇA CRÔNICA Todo problema de saúde é também – e sempre será – um problema de saúde mental. X - QUALIDADE DE VIDA E DOENÇA MENTAL É possível? XI - CUIDADO E INTEGRALIDADE Ministério da Saúde (2010) - “O processo do cuidado integral à saúde é missão básica do Sistema Único de Saúde... Ele envolve a promoção da saúde, a redução de risco ou manutenção de baixo risco, a detecção precoce e o rastreamento de doenças, assim como o tratamento e a reabilitação.” XII - SAÚDE MENTAL NO TRABALHO A Globalização também afetou o mundo do trabalho: excesso ou da redução do trabalho, medo do desemprego, mudança do perfil do trabalhador – sofrimento psíquico relacionado ao trabalho.
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