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Constitucional - Otavio Piva

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A Casa do Concurseiro	
  
	
  
	
  
	
  
Direito	
  Constitucional	
  
Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  
	
  
	
  
2012	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Apoio:	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  2	
  
OTÁVIO	
  PIVA	
  
	
  
Natural	
   de	
  Porto	
  Alegre,	
   RS,	
   é	
   advogado	
  militante.	
  	
  
Bacharel	
   em	
   Direito	
   pela	
   Universidade	
   do	
   Vale	
   do	
  
Rio	
  dos	
  Sinos	
  -­‐	
  UNISINOS,	
  em	
  1995.	
  Especialista	
  em	
  
Educação	
   a	
   Distância.	
   	
  Mestre	
   em	
   Ciências	
   Sociais	
  
pela	
  PUC-­‐RS.	
  Doutorando	
  na	
  PUC-­‐RS.	
  
Professor	
  da	
  disciplina	
  de	
  Direito	
  Constitucional	
  no	
  	
  
Complexo	
  EAD,	
  na	
  Escola	
  Superior	
  da	
  Magistratura	
  
do	
  RS	
  (ESM	
  –	
  AJURIS),	
  na	
  Escola	
  Superior	
  Faculdade	
  
do	
  Ministério	
  Público	
  (FMP),	
  na	
  Fundação	
  Escola	
  da	
  
Magistratura	
   do	
   Trabalho	
   do	
   RS	
   (FEMARGS),	
   na	
  
Escola	
   Superior	
   de	
   Direito	
   Municipal	
   de	
   Porto	
  
Alegre	
  	
  	
  (ESDM)	
  e	
  em	
  diversos	
  cursos	
  preparatórios	
  
a	
  concursos	
  públicos	
  e	
  exame	
  de	
  ordem.	
  
É	
   autor	
   de	
   sete	
   livros	
   e	
   de	
   artigos	
   publicados.	
  	
  
	
  
Foi	
   agraciado	
   com	
   a	
   Cruz	
   do	
   Mérito	
   Cívico	
   e	
  
Cultural,	
  distinção	
  oficializada	
  pela	
  Portaria	
  nº	
  153,	
  
de	
  04	
  de	
  junho	
  de	
  1965,	
  do	
  Ministério	
  da	
  Educação	
  
e	
   Cultura	
   do	
   Brasil	
   -­‐	
   MEC,	
   em	
   reconhecimento	
   ao	
  
relevante	
   trabalho	
   realizado	
   em	
   defesa	
   dos	
  
interesses	
  de	
  médicos	
  formados	
  no	
  exterior.	
  
Recebeu	
   reconhecimento	
   internacional,	
   sendo	
  
condecorado	
  com	
  a	
  Cruz	
  da	
  Ordem	
  Internacional	
  do	
  
Mérito	
   do	
   Descobridor	
   do	
   Brasil,	
   das	
   mãos	
   do	
  
Embaixador	
   do	
   Brasil	
   em	
  Portugal	
   	
   e	
   do	
  Magnífico	
  
Reitor	
   da	
   Universidade	
   de	
   Coimbra,	
   Portugal,	
   em	
  
reconhecimento	
  aos	
  esforços	
  praticados	
  em	
  prol	
  do	
  
ensino	
  jurídico	
  do	
  Direito	
  Constitucional	
  no	
  Brasil.	
  
Contato:	
  veritas@cpovo.net	
  	
  
Site	
  com	
  material	
  de	
  estudo:	
  
www.pivaadvogados.adv.br	
  
	
  
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Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  3	
  
	
  
NOTA	
  DO	
  AUTOR	
  
	
  
O	
  presente	
  material	
  objetiva	
   servir	
  de	
  material	
  de	
  apoio	
  na	
  preparação	
  de	
  candidatos	
  
que	
  se	
  preparam	
  aos	
  mais	
  diversos	
  concursos	
  públicos	
  do	
  país.	
  
Para	
   tanto,	
   apresenta	
   os	
   principais	
   temas	
   objeto	
   de	
   concursos	
   públicos	
   de	
   forma	
  
condensada	
  e	
  esquematizada.	
  
Além	
   disso,	
   ao	
   finalizar	
   cada	
   capítulo,	
   são	
   oferecidas	
   questões	
   de	
   concursos	
   públicos	
  
para	
   permitir	
   o	
   exercício	
   das	
  matérias	
   estudadas	
   e,	
   ainda,	
   	
   para	
   que	
   o	
   estudante	
   tenha	
   uma	
  
visão	
  geral	
  de	
  como	
  esses	
  conteúdos	
  estão	
  sendo	
  objeto	
  e	
  qual	
  o	
  grau	
  de	
  exigência	
  em	
  diversas	
  
provas	
  de	
  todo	
  o	
  país.	
  
O	
  material	
  de	
  apoio	
  está	
  estruturado	
  em	
  dezesseis	
  capítulos:	
  	
  	
  
1	
  –	
  Teoria	
  Geral	
  do	
  Direito	
  Constitucional	
  
2	
  –	
  Preâmbulo	
  e	
  Princípios	
  Fundamentais	
  
3	
  –	
  Direitos	
  e	
  Garantias	
  Fundamentais	
  
4	
  –	
  Direitos	
  Sociais	
  	
  
5	
  -­‐	
  Nacionalidade	
  
6–	
  Direitos	
  Políticos	
  
7	
  –	
  Organização	
  do	
  Estado	
  
8	
  –	
  Poder	
  Legislativo	
  
9	
  –	
  Fiscalização	
  contábil	
  e	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União	
  
10	
  –	
  Poder	
  Executivo	
  
11	
  -­‐	
  Poder	
  Judiciário	
  
12	
  –	
  Processo	
  Legislativo	
  Constitucional	
  
13	
  –	
  Controle	
  de	
  Constitucionalidade	
  
14–	
  Funções	
  Essenciais	
  à	
  Justiça	
  
15	
  –	
  Defesa	
  do	
  Estado	
  e	
  das	
  Instituições	
  Democráticas	
  
16	
  –	
  Eficácia	
  e	
  Aplicabilidade	
  da	
  Norma	
  Constitucional.	
  
	
   	
  
	
   A	
   ideia,	
  portanto,	
  é	
   fornecer	
  aos	
  alunos	
   	
  uma	
  espécie	
  de	
  “livro-­‐texto”,	
  permitindo	
  não	
  
apenas	
  o	
  estudo	
  objetivo	
  de	
  pontos-­‐chaves	
  que	
  constantemente	
  são	
  exigidos	
  nas	
  provas,	
  mas	
  
também	
   subsídios	
   teóricos	
   para	
   melhor	
   aproveitamento	
   das	
   aulas	
   da	
   disciplina	
   de	
   Direito	
  
Constitucional.	
  	
  
	
  
Finalmente,	
  cabe	
  o	
  agradecimento	
  especial	
  ao	
  Professor	
  Pedro	
  Kuhn,	
  a	
  quem	
  coube	
  a	
  
revisão	
  do	
  conteúdo	
  relativamente	
  aos	
  Direitos	
  Sociais.	
  
	
  
	
   	
  
	
   Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  4	
  
Capítulo	
  1	
  
Teoria	
  Geral	
  do	
  Direito	
  Constitucional	
  
	
  
1.1	
  	
  DIREITO	
  CONSTITUCIONAL.	
  NATUREZA.	
  CONCEITO.	
  OBJETO.	
  
	
  
O	
  Direito	
  Constitucional	
   pertence	
   ao	
   ramo	
  do	
  Direito	
  Público,	
   	
   distinguindo-­‐se	
  
dos	
   demais	
   ramos	
   do	
   Direito	
   Público	
   pela	
   natureza	
   específica	
   de	
   seu	
   objeto.	
   	
   Para	
  
Canotilho,	
   o	
   Direito	
   Constitucional	
   é	
   um	
   intertexto	
   aberto,	
   ou	
   seja,	
   deve	
   muito	
   a	
  
experiências	
  constitucionais,	
  nacionais	
  e	
  estrangeiras;	
  no	
  seu	
  espírito	
   transporta	
   ideias	
  
de	
   filósofos,	
   pensadores,	
   políticos;	
   os	
   seus	
   mitos	
   pressupõem	
   as	
   profundidades	
   dos	
  
arquétipos	
  enraizados	
  dos	
  povos.	
  O	
  Direito	
  Constitucional,	
  no	
  entanto,	
  não	
  se	
  dissolve	
  na	
  
história,	
  é	
  um	
  direito	
  vigente	
  e	
  vivo	
  e	
  como	
  tal	
  deve	
  ser	
  ensinado	
  (CARVALHO,	
  2007).	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Entende-­‐se	
  que	
  o	
  objeto	
  do	
  Direito	
  Constitucional	
  é	
  “[...]	
  estabelecer	
  a	
  estrutura	
  do	
  
Estado,	
  a	
  organização	
  de	
  seus	
  órgãos,	
  o	
  modo	
  de	
  aquisição	
  do	
  poder	
  e	
  as	
  forma	
  de	
  seu	
  
exercício,	
  limites	
  de	
  sua	
  atuação,	
  assegurar	
  os	
  direitos	
  e	
  garantias	
  dos	
  indivíduos,	
  fixar	
  o	
  
regime	
   político	
   e	
   disciplinar	
   os	
   fins	
   sócio-­‐econômicos	
   do	
   estado,	
   bem	
   como	
   os	
  
fundamentos	
  dos	
  direitos	
  econômicos,	
  sociais	
  e	
  culturais"	
  (SILVA,	
  2008,	
  p.	
  43).	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
1.2	
  	
  FONTES	
  DO	
  DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
	
  
a) Constituição;	
  
b) Leis,	
  decretos	
  e	
  regulamentos	
  de	
  conteúdo	
  constitucional;	
  
	
  
c) Costumes	
  e	
  as	
  convicções	
  sociais	
  vigentes;	
  
d) Jurisprudência;	
  
e) Doutrina;	
  
f) Princípios	
  gerais	
  de	
  direito.	
  
	
  
	
  
1.3	
  ELEMENTOS	
  DAS	
  CONSTITUIÇÕES	
  SEGUNDO	
  JOSÉ	
  AFONSO	
  DA	
  SILVA	
  	
  	
  
	
  
Elementos	
   orgânicos:	
   são	
   normas	
   reguladorasda	
   estrutura	
   do	
   Estado	
   e	
   do	
   Poder	
  
(Exemplo:	
  Capítulo	
  IV,	
  Da	
  Organização	
  dos	
  Poderes).	
  
Elementos	
   limitativos:	
   impõe	
   limites	
   aos	
   poderes	
   públicos	
   (Exemplo:	
   Título	
   II,	
   Dos	
  
Direitos	
  e	
  Garantias	
  Fundamentais).	
  
Elementos	
  sócio-­‐ideológicos:	
  demonstram	
  a	
  ideologia	
  constitucional	
  (Exemplo:	
  Direitos	
  
Sociais	
  dos	
  Trabalhadores).	
  
Elementos	
   de	
   estabilização	
   constitucional:	
   são	
   as	
   normas	
   destinadas	
   à	
   defesa	
   do	
  
Estado	
   e	
   à	
   manutenção	
   da	
   estabilidade	
   (Exemplo:	
   Intervenção	
   federal,	
   Estado	
   de	
  
Defesa).	
  
Elementos	
   formais	
   de	
   aplicabilidade:	
   trazem	
   regras	
   de	
   aplicação	
   da	
   Constituição	
  
(Exemplo:	
  art.	
  5.º,	
  §	
  1.º,	
  ADCT).	
  
	
  
Fontes imediatas 
Fontes mediatas 
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  5	
  
	
  
1.4	
   CONSTITUIÇÃO:	
   SENTIDO	
   SOCIOLÓGICO,	
   SENTIDO	
   POLÍTICO,	
   SENTIDO	
   JURÍDICO,	
  
SENTIDO	
  CULTURALISTA.	
  
	
  
1.4.1	
  Sentido	
  sociológico	
  	
  	
  
FERDINAND	
   LASSALLE	
   foi	
   o	
   representante	
   mais	
   expressivo	
   do	
   sociologismo	
  
jurídico.	
  Para	
  ele,	
  a	
  Constituição	
  pode	
  representar	
  o	
  efetivo	
  poder	
  social	
  ou	
  distanciar-­‐se	
  
dele:	
  na	
  primeira	
  hipótese,	
  	
  ela	
  é	
  legítima;	
  na	
  segunda,	
  ilegítima.	
  	
  
Segundo	
  a	
  tese	
  fundamental	
  de	
  Lassalle,	
  a	
  Constituição	
  de	
  um	
  país	
  expressa	
  as	
  
relações	
  de	
  poder	
  nele	
  dominantes:	
  o	
  poder	
  militar,	
  representado	
  pelas	
  forças	
  armadas;	
  
o	
  poder	
  social,	
  representado	
  pelos	
  latifundiários;	
  o	
  poder	
  econômico,	
  representado	
  pela	
  
indústria	
   e	
   pelo	
   grande	
   capital;	
   e,	
   finalmente,	
   o	
   poder	
   intelectual,	
   representado	
   pela	
  
consciência	
  e	
   cultura	
  gerais.	
   	
   É	
  essa	
   conjugação	
  de	
   fatores	
  que	
   forma	
  a	
  “Constituição	
  
real”	
  de	
  um	
  país.	
  	
  
Assim,	
   a	
   “Constituição	
   escrita”	
   não	
   passaria	
   de	
   uma	
   "folha	
   de	
   papel",	
   pois	
   a	
  
capacidade	
   de	
   regular	
   e	
   motivar	
   estaria	
   limitada	
   à	
   sua	
   compatibilidade	
   com	
   a	
  
“Constituição	
   real”.	
   	
   	
   Portanto,	
   no	
   caso	
   de	
   colisão	
   entre	
   a	
   “Constituição	
   real”	
   e	
   a	
  
“Constituição	
  jurídica”,	
  o	
  desfecho	
  seria	
  inevitável:	
  	
  prevaleceria	
  a	
  Constituição	
  real.	
  
	
  
1.4.2	
  Sentido	
  político	
  
	
  	
  	
  	
   É	
  a	
   concepção	
  é	
  CARL	
  SCHMITT,	
  o	
  qual	
  entende	
  que,	
  Constituição,	
   	
  é	
   fruto	
  do	
  
que	
  denominou	
  de	
  decisão	
  política	
  fundamental,	
  ou	
  seja,	
  decisão	
  concreta	
  de	
  conjunto	
  
sobre	
  o	
  modo	
  e	
  a	
  forma	
  de	
  existência	
  da	
  unidade	
  política.	
  	
  
Carl	
  Schmitt	
  	
  diferencia	
  	
  “Constituição”	
  das	
  “leis	
  constitucionais”.	
  	
  
Constituição	
   se	
   refere	
   à	
   decisão	
   política	
   fundamental	
   (estrutura	
   e	
   órgãos	
   do	
  
Estado,	
  direitos	
  individuais,	
  vida	
  democrática...).	
  Leis	
  constitucionais,	
  por	
  sua	
  vez,	
  são	
  as	
  
demais	
   normas	
   inscritas	
   no	
   texto	
   da	
   Constituição,	
   mas	
   que	
   não	
   contém	
   matéria	
   de	
  
decisão	
  política	
  fundamental.	
  
	
  
1.4.3	
  Sentido	
  jurídico	
  
A	
   teoria	
   de	
   HANS	
   KELSEN	
   é	
   a	
   fonte	
   do	
   sentido	
   jurídico.	
   Segundo	
   o	
   jurista	
  
austríaco,	
  para	
  se	
  buscar	
  o	
  fundamento	
  da	
  Constituição,	
  não	
  é	
  necessário	
  incursões	
  pela	
  
sociologia	
  ou	
  pela	
  política.	
  Para	
  	
  ele,	
  portanto,	
  a	
  Constituição	
  é	
  a	
  norma	
  pura,	
  pois	
  está	
  
no	
  plano	
  no	
  dever-­‐ser,	
  e	
  não	
  no	
  mundo	
  do	
  “ser”,	
  que	
  seria	
  do	
  direito	
  natural.	
  
Kelsen	
  explora	
  a	
  ideia	
  de	
  Constituição	
  por	
  meio	
  de	
  dois	
  distintos	
  planos:	
  lógico-­‐
jurídico	
  e	
  jurídico-­‐positivo:	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  6	
  
LÓGICO-­‐JURÍDICO	
   JURÍDICO-­‐POSITIVO	
  
Norma	
  hipotética	
  fundamental	
  
(suposta)	
   Norma	
  posta	
  (positivada)	
  
Norma	
  que	
  serve	
  de	
  fundamento	
  
hipotético	
  da	
  validade	
  da	
  
Constituição	
  positivada.	
  
Norma	
  suprema,	
  fixa	
  no	
  mais	
  alto	
  patamar	
  
hierárquico	
  do	
  sistema	
  jurídico	
  
	
  
1.4.4	
  Sentido	
  culturalista	
  
	
   Esta	
   concepção	
   parte	
   do	
   pressuposto	
   de	
   que	
   todos	
   os	
   sentidos	
   até	
   agora	
  
abordados	
   são	
   interdependentes	
   e,	
   por	
   isso,	
   o	
   entendimento	
   da	
   Constituição	
   está	
  
dependente	
   de	
   uma	
   complexidade	
   de	
   fundamentos.	
   Essa	
   conjunção	
   leva	
   à	
   ideia	
   de	
  
“Constituição	
  total”,	
  ou	
  seja,	
  que	
  considera	
  todos	
  os	
  aspectos	
  econômicos,	
  sociológicos,	
  
jurídicos	
  e	
  filosóficos	
  (NOVELINO,	
  2009).	
  	
  
A	
   visão	
   culturalista,	
   então,	
   vê	
   a	
   Constituição	
   como	
   resultante	
   da	
   expressão	
  
cultural	
   de	
   um	
   determinado	
   momento	
   histórico	
   e,	
   simultaneamente,	
   atua	
   ela	
   como	
  
elemento	
  conformador	
  dessa	
  mesma	
  cultura.	
  
	
  
1.4.5	
  Konrad	
  Hesse:	
  a	
  força	
  normativa	
  da	
  Constituição	
  
	
  
Para	
  KONRAD	
  HESSE,	
  as	
  normas	
  jurídicas	
  e	
  a	
  realidade	
  devem	
  ser	
  consideradas	
  
em	
   seu	
   condicionamento	
   recíproco.	
   A	
   norma	
   constitucional	
   não	
   tem	
   existência	
  
autônoma	
  em	
  face	
  da	
  realidade,	
  e	
  a	
  Constituição	
  não	
  configura	
  apenas	
  a	
  expressão	
  de	
  
um	
  ser,	
  mas	
  também	
  de	
  um	
  dever	
  ser.	
  Assim,	
  para	
  ser	
  aplicável,	
  a	
  Constituição	
  deve	
  ser	
  
conexa	
  à	
   realidade	
   jurídica,	
   social,	
  política;	
  no	
  entanto,	
  ela	
  não	
  é	
  apenas	
  determinada	
  
pela	
  realidade	
  social,	
  mas	
  também	
  determinante	
  desta.	
  
	
  
	
  
1.5	
  	
  CONCEITO	
  DE	
  CONSTITUIÇÃO	
  	
  
	
  
Constituição,	
   segundo	
  Alexandre	
  de	
  Moraes	
   (2008,	
  p.	
  6),	
  é	
  a	
   lei	
   fundamental	
  e	
  
suprema	
   de	
   um	
   Estado,	
   que	
   contém	
   normas	
   referentes	
   à	
   estruturação	
   do	
   Estado,	
   à	
  
formação	
   dos	
   poderes	
   públicos,	
   forma	
   de	
   governo	
   e	
   aquisição	
   do	
   poder	
   de	
   governar,	
  
distribuição	
  de	
  competências,	
  direitos,	
  garantias	
  e	
  deveres	
  dos	
  cidadãos.	
  Além	
  disso,	
  é	
  a	
  
Constituição	
  que	
  individualiza	
  os	
  órgãos	
  competentes	
  para	
  a	
  edição	
  de	
  normas	
  jurídicas,	
  
legislativas	
  ou	
  administrativas.	
  
	
  
	
   	
  
	
  
	
  
	
  
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  7	
  
	
  
	
  
1.6	
  CLASSIFICAÇÃO	
  DAS	
  CONSTITUIÇÕESQuanto	
  à	
  forma	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  à	
  estabilidade	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  ao	
  conteúdo	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Escritas (orgânicas, codificadas, sistematizadas): cujas regras se 
contêm em documento solene, elaborado para fixar a organização 
fundamental. 
 
Não escritas (inorgânicas, não codificadas): não traz as normas 
constitucionais em um único texto solene e codificado, mas por diversos 
textos separados (inclusive em sentido histórico), baseados nas tradições, 
costumes, jurisprudência etc. 
 
Rígidas: são aquelas que só podem ser alteradas mediante 
processo especial de reforma, normalmente, por meio de 
quorum especial, diferenciado do exigido para as demais 
normas. 
Flexíveis: podem ser modificadas por processo legislativo 
ordinário, comum. 
 
Semirrígidas: algumas regras podem ser modificadas por 
processo legislativo ordinário. Outras, somente por processo 
legislativo especial. 
Imutáveis: seriam inalteráveis, pois pretenderiam ser 
permanentes, eternas. 
Super-rígidas: além de possuir um processo legislativo 
diferenciado (emendas) para sua modificação, alguns assuntos 
seriam imutáveis, por força das cláusulas pétreas (art. 60, § 
4.º, CF/88). 
Formal: é composta por normas estruturais de organização 
fundamental da sociedade e do Estado e, além dessas, por outros 
princípios e regras que não teriam essa natureza estruturante. Assim, 
independentemente da matéria, todo o conteúdo que foi aprovado 
por um processo diferenciado terá caráter constitucional. 
Material: é composta por princípios e regras que têm por objeto os 
direitos fundamentais, a estrutura do Estado, a organização dos 
Poderes, a distribuição de competências etc. Traz a organização 
fundamental da sociedade e do Estado. 
 
Legal: seria a Constituição escrita e que se apresenta fragmentada em 
textos esparsos. Isso se dá na medida em que o art. 5º, § 3º, da CF/88, 
passou a aceitar que tratados de direitos humanos sejam equiparados às 
emendas constitucionais. 
 
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Quanto	
  ao	
  modo	
  	
  
de	
  elaboração	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  à	
  origem	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  a	
  sua	
  extensão	
  	
  
e	
  finalidade	
  	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  à	
  	
  
correspondência	
  	
  
com	
  a	
  realidade	
  
ou	
  ontológica	
  
(Karl	
  Loewenstein)	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Dogmáticas: são as que se apresentam como produto escrito e 
sistematizado por um órgão constituinte, a partir de ideias 
fundamentais da teoria política e do direito dominante. 
Históricas: são constituições fruto da lenta e contínua síntese da 
história e tradições de um determinado povo. 
 
 
Promulgadas: são aquelas que derivam do trabalho de Assembléia 
Nacional Constituinte, composta por representantes do povo, eleitos 
para essa finalidade. 
Outorgadas: são as produzidas sem a participação popular, através 
da imposição do poder. 
 
Analíticas (dirigentes): examinam e regulamentam todos os 
assuntos que entendem relevantes à formação, destinação e 
funcionamento do Estado. 
 
Sintéticas (garantias): preveem somente os princípios e as 
normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando 
seu poder por meio de estipulação de direitos e garantias 
fundamentais. 
 
Normativas: são aquelas cujas normas dominam o processo 
político, ou seja, em que o poder se adapta às normas 
constitucionais e se lhes submete. 
 
Nominais: são aquelas que não conseguem adaptar as suas 
normas à dinâmica do processo político, ficando sem 
realidade existencial. Em outras palavras: mesmo tendo a 
intenção de limitar o poder, não conseguem. 
 
Semânticas: apenas formalizam a situação do poder político 
existente em benefício exclusivo dos detentores de fato desse 
poder. 
Cesaristas: são as referendadas pelo povo, sobre um projeto 
elaborado por um Imperador ou ditador. 
 
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1.6.1	
  Classificação	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988	
  
	
  
	
  
	
  
Escrita	
  
ou	
  	
  
Legal	
  
	
  
Rígida	
  
ou	
  
Super-­‐rígida	
  
Formal	
   Dogmática	
   Promulgada	
   Analítica	
  
	
  
	
  
1.7	
  	
  FUNDAMENTOS	
  DO	
  PODER	
  CONSTITUINTE	
  	
  
	
  
Poder	
  Constituinte	
   é	
   a	
  manifestação	
   soberana	
  da	
   suprema	
   vontade	
  política	
   de	
  
um	
  povo,	
  social	
  e	
  juridicamente	
  organizado	
  (MORAES,	
  2008,	
  p.	
  26).	
  
Assim,	
  a	
  titularidade	
  do	
  Poder	
  Constituinte,	
  pela	
  moderna	
  doutrina,	
  pertence	
  ao	
  
povo,	
   pois	
   o	
   Poder	
   decorre	
   da	
   soberania	
   popular	
   (CF,	
   art.	
   1.o,	
   parágrafo	
   único).	
   A	
  
vontade	
  constituinte	
  é	
  a	
  vontade	
  do	
  povo,	
  expressa	
  por	
  meio	
  de	
  seus	
  representantes.	
  	
  
Existem,	
  assim,	
  duas	
  formas	
  básicas	
  de	
  deflagração	
  do	
  processo	
  constituinte	
  originário:	
  
Assembléia	
  Nacional	
  Constituinte	
  e	
  Revolução	
  (outorga).	
  
	
  
	
  
1.7.1 Poder	
  Constituinte	
  originário	
  e	
  derivado	
  
	
  
Poder	
   Constituinte	
   Originário	
   (de	
   primeiro	
   grau):	
   é	
   aquele	
   que	
   estabelece	
   a	
  
Constituição	
  de	
  um	
  Estado,	
  organizando-­‐o	
  e	
  criando	
  os	
  poderes	
  destinados	
  a	
   reger	
  os	
  
interesses	
  da	
  comunidade.	
  São	
  características	
  do	
  Poder	
  Constituinte	
  Originário:	
  é	
  inicial	
  
e	
   anterior,	
   juridicamente	
   ilimitado	
   e	
   incondicionado,	
   autônomo	
   e	
   exclusivo,	
  
permanente	
  e	
  inalienável	
  (SARLET,	
  2012,	
  p.	
  91).	
  
	
  
Adverte-­‐se,	
  contudo,	
  que	
  a	
  ilimitação	
  do	
  Poder	
  Constituinte	
  Originário	
  encontra-­‐
se	
  somente	
  em	
  plano	
  jurídico-­‐formal.	
   	
  A	
  expressão	
  “incondicionado”,	
  portanto,	
  refere-­‐
se	
  a	
  qualquer	
   tipo	
  de	
   limitação	
   imposta	
  pela	
  Constituição	
  anterior,	
   nada	
  mais	
  do	
  que	
  
isso.	
  
	
  
Poder	
   Constituinte	
   Derivado	
   (ou	
   instituído,	
   constituído,	
   reformador,	
   de	
  
segundo	
  grau):	
  é	
  aquele	
  que	
  está	
   inserido	
  dentro	
  da	
  própria	
  Constituição.	
  Permite	
  ao	
  
legislador	
   realizar	
   certas	
  modificações	
   no	
   texto	
   original	
   da	
   Constituição.	
   Possui	
   como	
  
características:	
   	
  derivado,	
  subordinado,	
   	
  condicionado.	
  É,	
  em	
  última	
  análise,	
   limitado.	
  	
  
Subdivide-­‐se	
  em	
  dois:	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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1.8 REFORMA	
  E	
  REVISÃO	
  CONSTITUCIONAL	
  
	
  
Segundo	
  Manoel	
  Gonçalves	
  Ferreira	
  Filho	
  (2001,	
  p.	
  284),	
  na	
  tradição	
  do	
  Direito	
  
Constitucional	
  brasileiro,	
  não	
  há	
  qualquer	
  diferença	
  no	
  uso	
  das	
  duas	
  expressões.	
  	
  	
  
	
  
Adverte,	
   contudo,	
  utilizando	
   lições	
  de	
  Nélson	
  de	
  Souza	
  Sampaio	
  que,	
  quantoà	
  	
  
amplitude,	
  costuma-­‐se	
  falar	
  em	
  reforma	
  total	
  e	
  reforma	
  parcial.	
   	
   	
  O	
  termo	
  “emenda”,	
  
explica,	
   	
   tem	
   maior	
   propriedade	
   nesta	
   última	
   hipótese,	
   mas	
   é	
   usado	
   também	
   em	
  
sentido	
  amplo,	
  equivalente	
  à	
  revisão	
  ou	
  reforma,	
  como	
  fazem	
  os	
  escritores	
  ingleses	
  com	
  
as	
  expressões	
  amendment	
  e	
  revision	
  	
  em	
  referência	
  a	
  alterações	
  da	
  Constituição.	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Nada	
   obstante,	
   é	
   importante	
   salientar	
   que	
   a	
   Constituição	
   Federal	
   de	
   1988	
  
incorporou	
  tratamento	
  diferenciado	
  às	
  duas	
  expressões:	
  
	
  
	
  
REVISÃO	
  CONSTITUCIONAL	
  
Art.	
  3.º,	
  ADCT.	
  
REFORMA	
  CONSTITUCIONAL	
  
Art.	
  60	
  
Votação	
  unicameral.	
   Votação	
  bicameral	
  –	
  art.	
  60,	
  §	
  2º.	
  
Aprovação	
  por	
  maioria	
  absoluta.	
   Aprovação	
  por	
  3/5	
  do	
  total	
  de	
  membros	
  de	
  
cada	
  Casa	
  –	
  art.	
  60,	
  §	
  2º.	
  
Não	
  pode	
  ser	
  reproduzido	
  por	
  Estado,	
  DF	
  e	
  
Municípios.	
   Norma	
  de	
  reprodução	
  obrigatória.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Poder 
Constituinte 
Derivado 
Poder Constituinte derivado reformador: é a possibilidade de 
alteração do texto constitucional, respeitando a regulamentação 
especial prevista na própria Constituição. No Brasil, o poder reformador 
dá-se através de emenda à constituição ou de revisão 
constitucional; 
Poder Constituinte derivado decorrente: é a possibilidade que os 
Estados-Membros têm de se auto-organizarem por meio de suas 
Constituições Estaduais, obedecidos, sempre, os limites impostos pela 
Constituição Federal. 
 
 
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  Página	
  11	
  
1.8.1 Possibilidade	
  de	
  alteração	
  da	
  Constituição	
  através	
   de	
   interpretação:	
  mutação	
  
constitucional	
  
Mutação	
  constitucional	
  é	
  o	
  processo	
  informal	
  de	
  modificação	
  do	
  significado	
  da	
  
Constituição	
   sem	
  que	
  haja	
   a	
   alteração	
   formal	
  de	
   seu	
   texto,	
   que	
   se	
  daria	
  por	
  meio	
  de	
  
emenda	
  constitucional.	
  
Essa	
   possibilidade	
   pode	
   ocorrer	
   por	
   duas	
   razões	
   (NOVELINO,	
   2009,	
   p.	
   148):	
   a)	
  
surgimento	
  de	
  novo	
  costume	
  	
  ou	
  b)	
  pela	
  via	
  interpretativa.	
  
A	
  Constituição	
  de	
  um	
  país	
  é	
  um	
  organismo	
  vivo	
  (living	
  Constitucion),	
  dinâmico	
  e	
  sujeito	
  
a	
   mutações	
   e	
   uma	
   hermenêutica	
   que	
   acompanhe,	
   quanto	
   possível,	
   a	
   evolução	
   da	
  
própria	
  sociedade.	
  
	
   Por	
  exemplo,	
  com	
  esse	
  fundamento,	
  ensina	
  Daniel	
  Sarmento	
  (2001,	
  p.	
  122),	
  que	
  
o	
  STF,	
  no	
  julgamento	
  do	
  Inquérito	
  687-­‐SP	
  (Informativo	
  159),	
  entendeu	
  que	
  deveria	
  ser	
  
revogada	
   a	
   Súmula	
   394	
   (manutenção	
   da	
   prerrogativa	
   de	
   foro	
   por	
   função	
   após	
   a	
  
cessação	
  do	
  mandato).	
  	
  
	
   Para	
   concursos,	
   outro	
   exemplo	
   importante	
   de	
  mutação	
   constitucional	
   teria	
   se	
  
efetivado	
   em	
   relação	
   à	
   participação	
   do	
   Senado	
   Federal	
   no	
   controle	
   DIFUSO	
   de	
  
constitucionalidade,	
   prevista	
   no	
   art.	
   52,	
   X,	
   da	
  Constituição	
  da	
  República	
   (KUBLISCKAS,	
  
2009).	
  
No	
  julgamento	
  da	
  Reclamação	
  nº	
  4.335/AC	
  (Informativo	
  STF	
  nº	
  454	
  –	
  pendente	
  
de	
  julgamento	
  final)	
  os	
  Ministros	
  Gilmar	
  Ferreira	
  Mendes	
  e	
  Eros	
  Grau	
  entenderam	
  que	
  
o	
  papel	
  do	
  Senado	
  no	
  controle	
  difuso	
  não	
  seria	
  mais	
  de	
  “suspender	
  a	
  execução	
  das	
  leis”,	
  
mas	
   apenas	
   dar	
   publicidade	
   às	
   decisões	
   finais	
   do	
   STF,	
   as	
   quais,	
   mesmo	
   no	
   sistema	
  
difuso,	
  	
  já	
  seriam,	
  por	
  si,	
  erga	
  omnes.	
  	
  	
  	
  
	
  
	
  
1.9 NEOCONSTITUCIONALISMO	
   (pós-­‐positivismo	
   ou	
   constitucionalismo	
   pós-­‐
moderno)	
  
	
  
Neoconstitucionalismo	
  é	
  a	
  corrente	
  de	
  pensamento	
  que	
  busca	
  não	
  mais	
  atrelar	
  o	
  
constitucionalismo	
  apenas	
  à	
   idéia	
  de	
   limitação	
  do	
  Poder	
  político,	
  mas,	
  acima	
  de	
   tudo,	
  
buscar	
  a	
  real	
  eficácia	
  do	
  texto	
  constitucional,	
  de	
  forma	
  a	
  que	
  este	
  deixe	
  de	
  possuir	
  um	
  
caráter	
   meramente	
   retórico,	
   principalmente	
   no	
   que	
   diz	
   respeito	
   à	
   concretização	
   dos	
  
direitos	
   fundamentais:	
  “A	
  doutrina	
  pós-­‐positivista	
   se	
   inspira	
  na	
   revalorização	
  da	
   razão	
  
prática,	
  na	
  teoria	
  da	
  Justiça	
  e	
  na	
  legitimação	
  democrática.”	
  (BARROSO,	
  2009,	
  p.	
  249).	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  12	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1)	
  (Juiz	
  do	
  Trabalho	
  –	
  23a.	
  Região	
  –	
  2010)	
  Analise	
  as	
  proposições	
  abaixo	
  e	
  indique	
  a	
  resposta	
  
correta:	
  
I	
   –	
   No	
   sentido	
   sociológico,	
   a	
   Constituição,	
   segundo	
   a	
   conceituação	
   de	
   Ferdinand	
   Lassalle	
   é	
   a	
  
somatória	
  dos	
  fatores	
  reais	
  de	
  poder	
  dentro	
  de	
  uma	
  sociedade,	
  e	
  no	
  sentido	
  político,	
  segundo	
  
Carl	
   Schmitt,	
   é	
   a	
   decisão	
   política	
   fundamental,	
   fazendo	
   distinção	
   entre	
   Constituição	
   e	
   leis	
  
constitucionais.	
  
II	
   –	
   Para	
   Hans	
   Kelsen	
   a	
   concepção	
   de	
   Constituição	
   tem	
   dois	
   sentidos:	
   lógico-­‐jurídico,	
   que	
  
equivale	
  à	
  norma	
  positiva	
  suprema,	
  ou	
  seja,	
  conjunto	
  de	
  normas	
  que	
  regula	
  a	
  criação	
  de	
  outras	
  
normas,	
  lei	
  nacional	
  no	
  seu	
  mais	
  alto	
  grau,	
  e	
  jurídico-­‐positivo,	
  que	
  significa	
  norma	
  fundamental	
  
hipotética;	
  
III	
  –	
  A	
  Constituição	
  dita	
  Cesarista	
  é	
  aquela	
  em	
  que	
  a	
  participação	
  popular	
  é	
  democrática	
  pois	
  visa	
  
ratificar	
  a	
  vontade	
  do	
  detentor	
  do	
  poder;	
  
IV	
   –	
   Os	
   elementos	
   da	
   Constituição	
   trazem	
   valores	
   distintos	
   caracterizando	
   a	
   natureza	
  
polifacética	
  da	
  Constituição,	
  assim	
  pode-­‐se	
  afirmar	
  que	
  o	
  preâmbulo	
  da	
  Constituição	
  constitui	
  
seu	
  elemento	
  formal	
  de	
  aplicabilidade.	
  
(A) A	
  proposição	
  I	
  está	
  correta,	
  e	
  as	
  proposições	
  II,	
  III	
  e	
  IV	
  erradas;	
  
(B) Todas	
  as	
  proposições	
  estão	
  erradas;	
  
(C) As	
  proposições	
  II	
  e	
  IV	
  estão	
  corretas	
  e	
  as	
  proposições	
  I	
  e	
  III	
  estão	
  erradas;	
  
(D) Todas	
  as	
  proposições	
  estão	
  corretas;	
  
(E) As	
  proposições	
  I	
  e	
  IV	
  estão	
  corretas,	
  e	
  as	
  proposições	
  II	
  e	
  III	
  estão	
  erradas.	
  
	
  
	
  
2) (Defensor	
   Público	
   –	
   SP	
   -­‐	
   2006)	
   O	
   termo	
   “Constituição”	
   comporta	
   uma	
   série	
   de	
  
significados	
   e	
   sentidos.	
   Assinale	
   a	
   alternativa	
   que	
   associa	
   corretamente	
   a	
   frase,	
   autor	
   e	
  
sentido.	
  
(A) Todas	
   as	
   Constituições	
   pretendem,	
   implícita	
   ou	
   explicitamente,conformar	
   globalmente	
   o	
  
político.	
  Há	
  uma	
   intenção	
  atuante	
  e	
   conformadora	
  do	
  direito	
   constitucional	
  que	
  vincula	
  o	
  
legislador.	
  Jorge	
  Miranda.	
  Sentido	
  dirigente.	
  
(B) Todos	
  os	
  países	
  possuem,	
  possuíram	
  sempre,	
  em	
  todos	
  os	
  momentos	
  as	
   sua	
  história	
  uma	
  
constituição	
  real	
  e	
  efetiva.Carl	
  Schmitt.	
  Sentido	
  político.	
  
(C) Constituição	
   significa,	
   essencialmente,	
   decisão	
   política	
   fundamental,	
   ou	
   seja,	
   concreta	
  
decisão	
   de	
   conjunto	
   sobre	
   o	
   modo	
   e	
   a	
   forma	
   de	
   existência	
   política.	
   Ferdinand	
   Lassale.	
  
Sentido	
  Político.	
  
(D) Constituição	
  é	
  a	
  norma	
  fundamental	
  hipotética	
  e	
  lei	
  nacional	
  no	
  seu	
  mais	
  alto	
  grau	
  na	
  forma	
  
de	
   documento	
   solene	
   e	
   que	
   somente	
   pode	
   ser	
   alterada	
   observando-­‐se	
   certas	
   prescrições	
  
especiais.	
  Jean	
  Jacques	
  Rousseau.	
  Sentido	
  lógico-­‐jurídico.	
  
(E) A	
  verdadeira	
  Constituição	
  de	
  um	
  país	
  somente	
  tem	
  por	
  base	
  os	
  fatores	
  reais	
  de	
  poder	
  que	
  
naquele	
  país	
  vigem	
  e	
  as	
  constituições	
  escritas	
  não	
  têm	
  valor	
  nem	
  são	
  duráveis	
  a	
  não	
  ser	
  que	
  
exprimam	
  fielmente	
  os	
  fatores	
  reais	
  de	
  poder	
  que	
  imperam	
  na	
  realidade.	
  Ferdinand	
  Lassale.	
  
Sentido	
  Sociológico.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  13	
  
	
  
3)	
  (Procurador	
  do	
  Município	
  de	
  Sorocaba	
  –	
  SP	
  –	
  2008)	
  	
  De	
  acordo	
  com	
  a	
  teoria	
  geral	
  do	
  direito	
  
constitucional,	
  o	
  conceito	
  de	
  Constituição	
  pode	
  ser	
  concebido	
  em	
  diferentes	
  sentidos.	
  Aponte	
  
a	
   alternativa	
   que	
   corresponde	
   aos	
   autores	
   clássicos	
   que	
   concebem	
   a	
   Constituição,	
  
respectivamente,	
  nos	
  sentidos	
  sociológico,	
  político	
  e	
  jurídico.	
  
(A)	
  Hans	
  Kelsen,	
  Ferdinand	
  Lassalle	
  e	
  Norberto	
  Bobbio.	
  
(B)	
  Carl	
  Schmitt,	
  Konrad	
  Hesse	
  e	
  Ferdinand	
  Lassalle.	
  
(C)	
  Karl	
  Lowenstein,	
  Carl	
  Schmitt	
  e	
  Hans	
  kelsen.	
  
(D)	
  Ferdinand	
  Lassalle,	
  Carl	
  Schmitt	
  e	
  Hans	
  Kelsen.	
  
(E)	
  Norberto	
  Bobbio,	
  JJ.	
  Canotilho	
  e	
  Karl	
  Lowenstein.	
  
	
  
4)	
   (Analista	
   MPU	
   –	
   2007)	
   Conforme	
   a	
   doutrina	
   dominante,	
   a	
   Constituição	
   da	
   República	
  
Federativa	
  do	
  Brasil	
  de	
  1988	
  é	
  classificada	
  como	
  	
  
(A) formal,	
  escrita,	
  outorgada	
  e	
  rígida.	
  
(B) formal,	
  escrita,	
  promulgada	
  e	
  rígida.	
  
(C) material,	
  escrita,	
  promulgada	
  e	
  imutável.	
  
(D) formal,	
  escrita,	
  promulgada	
  e	
  flexível.	
  
(E) Material,	
  escrita,	
  outorgada	
  e	
  semirrígida.	
  
	
  
5) (Analista	
   do	
   TRF	
   –	
   4ª	
   Região	
   –	
   2007)	
   	
   A	
   Constituição	
   da	
   República	
   Federativa	
   do	
   Brasil	
  
(1988),	
   pode	
   ser	
   classificada	
   quanto	
   ao	
   seu	
   conteúdo,	
   seu	
   modo	
   de	
   elaboração,	
   sua	
  
origem,	
  sua	
  estabilidade	
  e	
  sua	
  extensão,	
  como	
  	
  
(A) formal,	
  histórica	
  ou	
  costumeira,	
  promulgada,	
  flexível	
  e	
  sintética.	
  
(B) material,	
  dogmática,	
  outorgada,	
  rígida	
  e	
  sintética.	
  
(C) formal,	
  dogmática,	
  promulgada,	
  super-­‐rígida	
  e	
  analítica.	
  
(D) material,	
  pragmática,	
  outorgada,	
  semirrígida	
  e	
  sintética.	
  
(E) formal,	
  histórica	
  ou	
  costumeira,	
  outorgada,	
  flexível	
  e	
  analítica.	
  
	
  
6)	
   (MP/RN	
   –	
   2009)	
   A	
   Carta	
   outorgada	
   em	
   10	
   de	
   novembro	
   de	
   1937	
   é	
   exemplo	
   de	
   texto	
  
constitucional	
  colocado	
  a	
  serviço	
  do	
  detentor	
  do	
  poder,	
  para	
  seu	
  uso	
  pessoal.	
  É	
  a	
  máscara	
  do	
  
poder.	
   É	
   uma	
   Constituição	
   que	
   perde	
   normatividade,	
   salvo	
   nas	
   passagens	
   em	
   que	
   confere	
  
atribuições	
  ao	
  titular	
  do	
  poder.	
  
Numerosos	
  preceitos	
  da	
  Carta	
  de	
  1937	
  permaneceram	
  no	
  domínio	
  do	
  puro	
  nominalismo,	
  sem	
  
qualquer	
  aplicação	
  e	
  efetividade	
  no	
  mundo	
  das	
  normas	
  jurídicas.	
  
	
  
Raul	
  Machado	
  Horta.	
  Direito	
   constitucional.	
  2.a	
  ed.	
  
Belo	
   Horizonte:	
   Del	
   Rey,	
   1999,	
   p.	
   54-­‐5	
   (com	
  
adaptações).	
  
	
  
	
   Considerando	
   a	
   classificação	
   ontológica	
   das	
   constituições,	
   assinale	
   a	
   opção	
   que	
  
apresenta	
  a	
  categoria	
  que	
  se	
  aplica	
  à	
  Constituição	
  de	
  1937,	
  conforme	
  a	
  descrição	
  acima.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  14	
  
	
  
(A) constituição	
  semântica.	
  	
  
(B) constituição	
  dogmática.	
  
(C) constituição	
  formal.	
  
(D) constituição	
  outorgada.	
  	
  
(E) constituição	
  ortodoxa.	
  
	
  
7)	
   (MP/DF	
  –	
  2005)	
  Considerando	
  que	
  a	
   função	
  normativa	
  da	
  autorização	
   significa	
   conferir	
   a	
  
uma	
   pessoa	
   o	
   poder	
   de	
   estabelecer	
   e	
   aplicar	
   normas,	
   Kelsen	
   afirmava	
   que	
   uma	
   norma	
   do	
  
Direito	
   autoriza	
   pessoas	
   determinadas	
   a	
   produzirem	
  normas	
   jurídicas	
   ou	
   a	
   aplicá-­‐las.	
  Neste	
  
caso,	
  diz-­‐se:	
  o	
  Direito	
  confere	
  a	
  pessoas	
  determinadas	
  um	
  poder	
  legal.	
  Já	
  que,	
  para	
  Kelsen,	
  o	
  
Direito	
   regula	
   sua	
   própria	
   produção	
   e	
   aplicação,	
   a	
   função	
   normativa	
   da	
   autorização	
  
desempenha,	
   particularmente,	
   um	
   importante	
   papel	
   no	
   direito.	
   Apenas	
   pessoas,	
   às	
   quais	
   o	
  
ordenamento	
   jurídico	
   confere	
   este	
   poder	
   podem	
   produzir	
   ou	
   aplicar	
   normas	
   de	
   Direito.	
   A	
  
respeito	
   do	
   conceito,	
   estrutura	
   e	
   função	
   da	
   Constituição,	
   segundo	
   Hans	
   Kelsen,	
   e	
   de	
   sua	
  
configuração	
  na	
  Constituição	
  Brasileira	
  de	
  1988,	
  assinale	
  a	
  alternativa	
  incorreta.	
  
(A) A	
  Constituição	
  Brasileira	
  é	
  o	
  fundamento	
  de	
  validade	
  de	
  toda	
  a	
  ordem	
  jurídica	
  nacional.	
  
(B) A	
   Constituição	
   confere	
   unidade	
   ao	
   ordenamento	
   jurídico,	
   tendo	
   em	
   vista	
   que	
   a	
   ordem	
  
jurídica	
  não	
  é	
  um	
  sistema	
  de	
  normas	
  jurídicas	
  ordenadas	
  no	
  mesmo	
  plano.	
  
(C) A	
  ordem	
  jurídica	
  de	
  1988	
  é	
  uma	
  construção	
  escalonada	
  de	
  diferentes	
  camadas	
  ou	
  de	
  níveis	
  
de	
  normas	
  jurídicas.	
  
(D) A	
  Constituição	
  de	
  1988	
  e	
  o	
  novo	
  Código	
  Civil	
   são	
  o	
  ponto	
  comum	
  ao	
  qual	
   se	
   reconduzem	
  
todas	
  as	
  normas	
  vigentes	
  no	
  âmbito	
  do	
  Estado	
  Brasileiro.	
  
(E) A	
  ordem	
   constitucional	
   instituída	
   em	
  1988	
   recebeu	
   normas	
   anteriores	
   à	
   sua	
   vigência	
   que	
  
com	
  ela	
  fossem	
  compatíveis.	
  
	
  
8)	
  (Analista	
  do	
  MP	
  –	
  CE	
  –	
  2009)	
  A	
  Constituição	
  brasileira	
  de	
  1824	
  previa,	
  em	
  seus	
  artigos	
  174	
  e	
  
178:	
  
	
  
“Art.	
  174.	
  Se	
  passadosquatro	
  anos,	
  depois	
  de	
  jurada	
  a	
  Constituição	
  do	
  Brasil,	
  se	
  conhecer,	
  que	
  algum	
  dos	
  
seus	
   artigos	
  merece	
   reforma,	
   se	
   fará	
   a	
   proposição	
   por	
   escrito,	
   a	
   qual	
   deve	
   ter	
   origem	
   na	
   Câmara	
   dos	
  
Deputados,	
  e	
  ser	
  apoiada	
  pela	
  terça	
  parte	
  deles.”	
  
“Art.	
  178.	
  É	
  só	
  Constitucional	
  o	
  que	
  diz	
  respeito	
  aos	
  limites	
  e	
  atribuições	
  respectivas	
  dos	
  Poderes	
  Políticos	
  e	
  
aos	
  Direitos	
  Políticos	
  e	
  individuais	
  dos	
  Cidadãos.	
  Tudo	
  o	
  que	
  não	
  é	
  Constitucional	
  pode	
  ser	
  alterado	
  sem	
  as	
  
formalidades	
  referidas,	
  pelas	
  Legislaturas	
  ordinárias.”	
  
	
  
Depreende-­‐se	
  dos	
  dispositivos	
  acima	
  transcritos	
  que	
  a	
  Constituição	
  brasileira	
  do	
  Império:	
  
(A) Impunha	
   limites	
   temporais,	
   materiais	
   e	
   circunstanciais	
   ao	
   exercício	
   regular	
   do	
   poder	
   de	
  
reforma	
  constitucional,	
  a	
  exemplo	
  do	
  que	
  se	
  tem	
  na	
  Constituição	
  vigente.	
  
(B) Exigia	
   quorum	
   de	
   maioria	
   qualificada	
   para	
   propositura	
   de	
   emendas	
   à	
   Constituição	
   por	
  
membros	
   do	
   Legislativo,	
   diferentemente	
   da	
   Constituição	
   vigente,	
   que	
   admite	
   iniciativa	
  
isolada	
  de	
  parlamentares	
  para	
  proposta	
  de	
  emenda.	
  
(C) Poderia	
  ser	
  classificada	
  como	
  sintética	
  e	
  histórica,	
  em	
  oposição	
  à	
  Constituição	
  vigente,	
  que	
  é	
  
analítica	
  e	
  dogmática.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  15	
  
	
  
(D) Era	
   do	
   tipo	
   semirrígida,	
   quanto	
   à	
   alterabilidade	
   de	
   suas	
   normas,	
   diferentemente	
   da	
  
Constituição	
  vigente,	
  que,	
  sob	
  esse	
  aspecto,	
  é	
  rígida.	
  
(E) Previa	
  hipótese	
  especial	
  de	
  revisão	
  constitucional,	
  semelhante	
  àquela	
  contemplada	
  no	
  Ato	
  
das	
   Disposições	
   Constitucionais	
   Transitórias	
   da	
   Constituição	
   vigente,	
   quanto	
   a	
   prazo	
   e	
  
quorum	
  para	
  exercício	
  do	
  poder	
  de	
  revisão.	
  
	
  
9)	
  (MP/MT	
  –	
  2008)	
  Segundo	
  a	
  doutrina,	
  as	
  constituições	
  podem	
  ser	
  classificadas	
  como	
  
(A) dogmáticas,	
   quando	
   resultantes	
   de	
   longa	
   e	
   progressiva	
   formação	
   histórica,	
   fruto	
   da	
  
evolução	
  das	
  tradições	
  e	
  costumes	
  sociais	
  e	
  culturais	
  de	
  um	
  povo.	
  
(B) outorgadas,	
   quando	
  originárias	
   de	
  um	
  órgão	
   constituinte,	
   formado	
  por	
   representantes	
  do	
  
povo.	
  
(C) costumeiras,	
   quando	
   elaboradas	
   por	
   um	
  órgão	
   constituinte,	
   sistematiza	
   as	
   idéias	
   políticas	
  
ou	
  dogmas	
  fundamentais	
  do	
  momento.	
  
(D) rígidas,	
  quando	
  somente	
  podem	
  ser	
  alteradas	
  por	
  um	
  processo	
  legislativo	
  mais	
  dificultoso	
  e	
  
solene,	
  diferenciado	
  daquele	
  da	
  legislatura	
  ordinária.	
  
(E) flexíveis,	
   quando	
   formadas	
   por	
   normas	
   que	
   estabelecem	
   a	
   estrutura	
   do	
   estado	
   e	
   normas	
  
que	
   estabelecem	
  programas	
  governamentais	
  (programáticas).	
  
	
  
10)	
   (MP/SP	
  –	
  2010)	
  Quanto	
  ao	
  grau	
  de	
   sua	
  alterabilidade	
  ou	
  mutabilidade,	
  as	
  Constituições	
  
Federais	
  se	
  classificam	
  em:	
  
(A) flexíveis,	
  rígidas,	
  semirrígidas	
  ou	
  semiflexíveis,	
  e	
  superrígidas.	
  	
  
(B) promulgadas,	
  outorgadas,	
  cesaristas	
  e	
  pactuadas.	
  	
  
(C) analíticas	
  e	
  sintéticas.	
  	
  
(D) escritas	
  e	
  costumeiras.	
  
(E) rígidas	
  e	
  superígidas	
  
GABARITO	
  
	
  
1	
   E	
  
2	
   E	
  
3	
   D	
  
4	
   B	
  
5	
   C	
  
6	
   A	
  
7	
   D	
  
8	
   D	
  
9	
   D	
  
10	
   A	
  
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  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  16	
  
Capítulo	
  2	
  
Preâmbulo	
  e	
  Princípios	
  Fundamentais	
  
	
  
2.1	
  	
  PREÂMBULO	
  CONSTITUCIONAL	
  
Relativamente	
   à	
   força	
   jurídica	
   do	
   preâmbulo	
   constitucional,	
   o	
   Plenário	
   do	
  
Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   no	
   julgamento	
   da	
   ADI	
   2.076/AC,	
   (Rel.	
   Min.	
   CARLOS	
  
VELLOSO),	
   reconheceu	
  que	
  o	
  preâmbulo	
  da	
  Constituição	
  não	
  tem	
  valor	
  normativo,	
  
apresentando-­‐se	
   desvestido	
   de	
   força	
   cogente.	
  O	
   STF,	
   no	
   julgamento	
   plenário	
   em	
  
questão,	
  entendeu	
  que:	
  	
  
F O	
   preâmbulo	
   é	
   parte	
   integrante	
   da	
   Constituição,	
   com	
   todas	
   as	
   suas	
  
consequências.	
   Dela	
   não	
   se	
   distingue	
   nem	
   pela	
   origem,	
   nem	
   pelo	
   sentido,	
  
nem	
  pelo	
  instrumento	
  em	
  que	
  se	
  contém.	
  Distingue-­‐se	
  (ou	
  pode	
  distinguir-­‐se)	
  
apenas	
  pela	
  sua	
  eficácia	
  ou	
  pelo	
  papel	
  que	
  desempenha.	
  	
  
F Os	
  preâmbulos	
  não	
  podem	
  assimilar-­‐se	
  às	
  declarações	
  de	
  direitos.	
  	
  
F O	
   preâmbulo	
   não	
   pode	
   ser	
   invocado	
   enquanto	
   tal,	
   isoladamente,	
   nem	
   cria	
  
direitos	
  ou	
  deveres.	
  Não	
  há	
  inconstitucionalidade	
  por	
  violação	
  do	
  preâmbulo	
  
como	
   texto;	
   só	
   há	
   inconstitucionalidade	
   por	
   violação	
   dos	
   princípios	
  
consignados	
  na	
  Constituição.	
  	
  	
  
	
  
Além	
  disso,	
   orienta	
   Ingo	
  W.	
   Sarlet	
   (2012,	
   p.	
   67),	
   que	
   o	
   STF,	
   em	
   julgamento	
   de	
  
2009	
  (HC	
  94.163),	
  entendeu	
  que	
  no	
  âmbito	
  de	
  interpretação	
  e	
  aplicação	
  do	
  direito,	
  
os	
   valores	
   e	
   objetivos	
   consignados	
   no	
   preâmbulo	
   da	
   Constituição	
   podem	
   ser	
  
invocados	
  como	
  reforço	
  argumentativo,	
  de	
  forma	
  a	
  justificar	
  uma	
  decisão,	
  desde	
  que	
  
em	
  conjunção	
  com	
  demais	
  preceitos	
  normativos	
  do	
  texto	
  principal	
  da	
  Constituição.	
  
	
  
2.2	
  	
  PRINCÍPIOS	
  FUNDAMENTAIS	
  
	
   Na	
   doutrina	
   brasileira	
   (BASTOS,	
   2001),	
   os	
   Princípios	
   Fundamentais	
   são	
  
aqueles	
   que	
   guardam	
   os	
   valores	
   da	
   ordem	
   jurídica,	
   não	
   objetivando	
   regular	
  
situações	
   específicas,	
   mas	
   para	
   servir	
   como	
   critério	
   de	
   interpretação	
   das	
   normas	
  
constitucionais	
  para	
  o	
   legislador,	
  para	
  o	
   juiz	
  e	
  para	
  os	
  próprios	
  cidadãos.	
  Objetivam	
  
(BULOS,	
  2007,	
  p.	
  384):	
  
F garantir	
  a	
  unidade	
  da	
  Constituição;	
  
F orientar	
   a	
   ação	
   do	
   intérprete,	
   balizando	
   a	
   tomada	
   de	
   decisões,	
   tanto	
   de	
  
particulares	
  quanto	
  dos	
  Legislativo,	
  Executivo	
  e	
  Judiciário;	
  
F preservar	
  o	
  Estado	
  democrático	
  de	
  direito.	
  
	
  
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  Página	
  17	
  
2.2.1	
  Fundamentos	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil	
  (Art.	
  1.º)	
  	
  
	
  
I	
  -­‐	
  SOBERANIA	
  
Na	
  acepção	
  de	
  Marcelo	
  Caetano	
  (1987,	
  p.	
  169),	
  	
  trata-­‐se	
  de	
  um	
  poderpolítico	
  
supremo,	
  ou	
  seja,	
  aquele	
  que	
  não	
  é	
  limitado	
  por	
  nenhum	
  outro	
  na	
  ordem	
  interna	
  e	
  
nas	
   relações	
   internacionais.	
   	
   Consiste	
   no	
   fato	
   de	
   não	
   acatar	
   regras	
   que	
   não	
   sejam	
  
voluntariamente	
  aceitas	
  e	
  em	
  igualdade	
  com	
  os	
  poderes	
  supremos	
  dos	
  outros	
  povos.	
  
	
  
II	
  -­‐	
  CIDADANIA	
  
	
   Não	
  é	
  incomum	
  o	
  conceito	
  de	
  cidadania	
  como	
  sendo	
  a	
  condição	
  do	
  brasileiro	
  
nato	
   ou	
   naturalizado	
   de	
   utilizar	
   seus	
   direitos	
   junto	
   ao	
   poder	
   público	
   estatal,	
   tais	
  
como:	
  ser	
  eleitor	
  ou	
  candidato,	
  ter	
  acesso	
  a	
  cargos	
  públicos	
  etc.	
   (art.	
  14	
  da	
  CF/88).	
  
Enfim,	
  cidadão	
  seria	
  o	
  resultado	
  do	
  somatório:	
  brasileiro	
  +	
  direitos	
  políticos.	
  
Nada	
   obstante,	
   não	
   parece	
   ser	
   essa	
   a	
   melhor	
   interpretação,	
   mesmo	
   para	
  
quem	
  se	
  prepara	
  para	
  concursos	
  públicos,	
  especialmente	
  face	
  à	
  inserção	
  do	
  conceito	
  
de	
  cidadão	
  no	
  rol	
  do	
  art.	
  1.º	
  da	
  Constituição	
  Federal.	
   	
  Na	
  medida	
  em	
  que	
  é	
  um	
  dos	
  
“Princípios	
  Fundamentais”,	
  restringir	
  CIDADANIA	
  ao	
  fato	
  puro	
  e	
  simples	
  do	
  exercício	
  
dos	
  Direitos	
  Políticos	
  por	
  brasileiros,	
  é	
  reduzir	
  muito	
  o	
  caráter	
  de	
  vetor	
  interpretativo	
  
que	
  deve	
  ser	
  emprestado	
  a	
  esse	
  referencial	
  constitucional.	
  
Por	
   essa	
   razão,	
   a	
   doutrina	
   brasileira	
   tem	
   conferido	
   interpretação	
   mais	
  
abrangente,	
  concluindo	
  que,	
  cidadania	
  seria	
  o	
  “direito	
  de	
  ter	
  direitos”,	
  ligada	
  à	
  idéia	
  
de	
  dignidade	
  da	
  pessoa	
  humana	
   (ARAÚJO,	
  2004,	
  p.	
  79;	
  NOVELINO,	
  2009,	
  p.	
  503;	
   ).	
  
Com	
   essa	
   visão,	
   não	
   apenas	
   os	
   brasileiros	
   estariam	
   alcançados,	
   mas	
   também	
   os	
  
estrangeiros	
  aqui	
   residentes,	
  pois	
  a	
   cidadania	
  advém	
  da	
  qualidade	
  do	
  ser	
  humano,	
  
que	
  o	
  faz	
  merecedor	
  da	
  tutela	
  do	
  Estado	
  (NASCIMENTO,	
  1997,	
  p.	
  169).	
  	
  
	
  
III	
  -­‐	
  DIGNIDADE	
  DA	
  PESSOA	
  HUMANA	
  
Segundo	
   o	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal	
   (HC	
   85.988-­‐MC),	
   o	
   postulado	
   da	
  
dignidade	
   da	
   pessoa	
   humana,	
   que	
   representa	
   significativo	
   vetor	
   interpretativo,	
  
verdadeiro	
   valor-­‐fonte	
   que	
   conforma	
   e	
   inspira	
   todo	
   o	
   ordenamento	
   constitucional	
  
vigente	
  no	
  País	
  e	
  que	
  traduz,	
  de	
  modo	
  expressivo,	
  um	
  dos	
  fundamentos	
  em	
  que	
  se	
  
assenta,	
   entre	
   os	
   brasileiros,	
   a	
   ordem	
   republicana	
   e	
   democrática	
   consagrada	
   pelo	
  
sistema	
  de	
  direito	
  constitucional	
  positivo.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  18	
  
	
  
IV	
  -­‐	
  VALORES	
  SOCIAIS	
  DO	
  TRABALHO	
  E	
  DA	
  LIVRE	
  INICIATIVA	
  
Os	
  valores	
  sociais	
  do	
  trabalho	
  defluem	
  diretamente	
  da	
  dignidade	
  da	
  pessoa	
  
humana.	
  	
  	
  Conjugados	
  em	
  um	
  único	
  inciso,	
  demonstrou	
  o	
  constituinte	
  de	
  1998	
  a	
  
intenção	
  de	
  relacioná-­‐los	
  para	
  de	
  que	
  haja	
  harmonia	
  e	
  cooperação	
  entre	
  a	
  mão	
  de	
  
obra	
  e	
  os	
  detentores	
  do	
  capital	
  (CHIMENTI,	
  2005).	
  
A	
   livre	
   iniciativa,	
   portanto,	
   está	
   ligada	
   diretamente	
   ao	
   regime	
   capitalista	
   de	
  
mercado,	
   sobre	
   o	
   qual	
   repousa	
   a	
   ordem	
  econômica	
   e	
   social	
   para	
   a	
   consecução	
  do	
  
desenvolvimento	
   nacional	
   e	
   para	
   a	
   construção	
   de	
   uma	
   sociedade	
   livre,	
   justa	
   e	
  
solidária	
  (CRETELLA	
  JÚNIOR,	
  1998).	
  
Importante,	
   contudo,	
   que	
   a	
   intervenção	
   do	
   Estado	
   no	
   domínio	
   econômico,	
  
sob	
  a	
  forma	
  de	
  fiscalização,	
  incentivo	
  e	
  planejamento,	
  antes	
  de	
  vedada,	
  é	
  prevista	
  no	
  
art.	
  174	
   da	
  Constituição	
  da	
  República.	
   	
  O	
  próprio	
  STF	
   (ADI	
  2163)	
   se	
  pronunciou	
  no	
  
sentido	
  de	
  que,	
  para	
  que	
  sejam	
  realizados	
  os	
  fundamentos	
  do	
  art.	
  1.º	
  e	
  os	
  fins	
  do	
  art.	
  
3.º	
  da	
  CF,	
  é	
  necessário	
  que	
  o	
  Estado	
  atue	
  sobre	
  o	
  domínio	
  econômico,	
  sendo	
  essa	
  
intervenção	
  não	
  só	
  adequada,	
  mas	
  indispensável	
  à	
  consolidação	
  e	
  preservação	
  do	
  
sistema	
  capitalista	
  de	
  mercado.	
  
	
  
V	
  -­‐	
  PLURALISMO	
  POLÍTICO	
  
O	
   pluralismo	
   político,	
   instituído	
   como	
   fundamento	
   Estado	
   democrático	
   de	
  
direito,	
  não	
  está	
  restrito	
  à	
  questão	
  do	
  pluralismo	
  político-­‐partidário.	
  
Na	
  doutrina	
  (ROZICKI,	
  2005),	
  pluralismo	
  político	
  liga-­‐se	
  ao	
  reconhecimento	
  de	
  
que	
  a	
  sociedade	
  é	
  multidiversificada,	
  composta	
  pela	
  pluralidade	
  de	
  vários	
  centros	
  de	
  
poder	
  em	
  diferentes	
  setores:	
  “[...]	
  As	
  diversas	
  comunidades	
  de	
  pessoas	
  com	
  idênticos	
  
interesses	
  que	
  se	
  constituem,	
  pretendendo	
  facilitar	
  a	
  participação	
  de	
  seus	
  membros	
  
no	
  acompanhamento	
  e	
  deliberação	
  relativa	
  a	
  toda	
  a	
  ação	
  estatal,	
  conferindo	
  a	
  esta,	
  
ou	
   não,	
   legitimidade,	
   naturalmente,	
   no	
   ambiente	
   democrático,	
   assumem	
   a	
  
representação	
  de	
   interesses	
  determinados,	
   específicos	
   e	
  delimitados	
  através	
  de	
   sua	
  
organização	
  em	
  distintas	
  associações.	
  [...]”.	
  
Para	
   Gilmar	
   Ferreira	
   Mendes	
   (2010,	
   p.	
   220),	
   o	
   princípio	
   fundamental	
   do	
  
pluralismo	
  político	
  assume	
  função	
  de	
  um	
  direito	
  fundamental	
  à	
  diferença,	
  inerente	
  à	
  
própria	
  dignidade	
  da	
  pessoa	
  humana,	
  compreendendo:	
  
F inicialmente,	
  tolera-­‐se	
  aquilo	
  que	
  se	
  desaprova	
  as	
  não	
  se	
  pode	
  impedir;	
  
F a	
   seguir,	
   tenta-­‐se	
   compreender	
   as	
   convicções	
   contrárias	
   às	
   nossas,	
   mas	
   sem	
  
aderir	
  a	
  elas;	
  
F finalmente,	
  reconhece-­‐se	
  o	
  direito	
  ao	
  erro,	
  ou	
  seja,	
  o	
  direito	
  de	
  todo	
  indivíduo	
  de	
  
acreditar	
   no	
   que	
   bem	
   entender	
   e	
   de	
   levar	
   a	
   vida	
   como	
   lhe	
   convier,	
   com	
   a	
   só	
  
condição	
  de	
  que	
  as	
   suas	
  escolhas	
  pessoais	
  não	
   causem	
  prejuízo	
  a	
  outrem,	
  nem	
  
impeçam	
  o	
  exercício	
  de	
  igual	
  direito	
  pelos	
  demais	
  integrantes	
  do	
  grupo.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  19	
  
2.2.2	
  Separação	
  dos	
  Poderes	
  (Art.	
  2.º)	
  
Constitucionalmente	
   analisado,	
   PODER	
   é	
   o	
   princípio	
   unificador	
   da	
   ordem	
  
jurídica.	
  Significa	
  dizer	
  que	
  sem	
  Poder	
  o	
  Estado	
  não	
  se	
  organiza	
  e,	
  por	
   isso,	
  não	
  há,	
  
nem	
   pode	
   haver,	
   Estado	
   sem	
   Poder.	
   	
   Segundo	
   Cretella	
   Júnior	
   (1998),	
   o	
   Poder,	
   no	
  
início,	
  seriauno.	
  Aos	
  poucos,	
  contudo,	
  foi	
  partilhado,	
  sendo	
  seu	
  exercício	
  distribuído	
  
entre	
   vários	
   tipos	
   de	
   órgãos,	
   cada	
   um	
   com	
   sua	
   competência	
   graduada.	
   Assim,	
   a	
  
separação	
   dos	
   Poderes	
   pressupõe	
   a	
   tripartição	
   das	
   funções	
   do	
   Estado,	
   ou	
   seja,	
   a	
  
distinção	
  das	
  funções	
  “legislativa”,	
  “executiva”	
  e	
  “judiciária”.	
  	
  
Nesse	
   sentido,	
   explica,	
   cada	
   Poder	
   tem	
   o	
   exercício	
   de	
   funções	
   que	
   lhe	
   são	
  
próprias	
  –	
  funções	
  orgânicas	
  ou	
  formais	
  –	
  além	
  de	
  outras	
  funções	
  –	
  funções	
  materiais	
  
–	
   normalmente,	
   e	
   por	
   excelência,	
   exercidas	
   pelos	
   outros	
   dois	
   Poderes.	
   Trata-­‐se,	
  
enfim,	
  da	
  tradicional	
  distinção	
  de	
  funções	
  TÍPICAS	
  e	
  ATÍPICAS	
  de	
  cada	
  Poder.	
  	
  
A	
  divisão	
  do	
  Poder,	
  assim,	
  consiste	
  em	
  repartir	
  o	
  exercício	
  do	
  Poder	
  Político	
  
entre	
  vários	
  órgãos	
  diferentes	
  e	
  independentes,	
  por	
  diversos	
  critérios,	
  de	
  modo	
  que	
  
nenhum	
   órgão	
   possa	
   agir	
   livremente	
   sem	
   ser	
   freado	
   por	
   outro,	
   impedindo,	
   dessa	
  
forma,	
  o	
  arbítrio	
  antidemocrático.	
  
	
  
2.2.3	
  	
  Objetivos	
  Fundamentais	
  do	
  Brasil	
  (Art.	
  3.º)	
  
	
   Diversamente	
  dos	
  “fundamentos”	
  (art.	
  1.º),	
  os	
  objetivos	
   lançados	
  no	
  art.	
  3.º	
  
da	
   Constituição	
   Federal	
   afiguram-­‐se	
   normas	
   de	
   natureza	
   programática	
   (SOUZA,	
  
2006),	
  fornecendo	
  ao	
  governante	
  vetores	
  da	
  realização	
  de	
  suas	
  políticas	
  públicas.	
  
	
   São	
   destinatários,	
   assim,	
   dos	
   comandos-­‐valores	
   previstos	
   no	
   art.	
   3.º	
   da	
  
Constituição	
  Federal,	
  não	
  diretamente	
  os	
  brasileiros	
  e	
  estrangeiros	
  aqui	
   residentes,	
  
mas	
   especialmente	
   os	
   Poderes	
   Legislativo	
   e	
   Executivo,	
   a	
   quem	
   cabe,	
  
respectivamente,	
   a	
   inovação	
   da	
   ordem	
   jurídica	
   e	
   a	
   execução	
   das	
   políticas	
  
governamentais.	
  
	
  
2.2.4	
  Princípios	
  do	
  Brasil	
  em	
  suas	
  Relações	
  Internacionais	
  (Art.	
  4.º)	
  
	
   O	
   art.	
   4.º	
   da	
   Constituição	
   da	
   República	
   traça	
   quais	
   são	
   os	
   princípios	
   que	
   o	
  
Brasil	
   propugna	
   em	
   suas	
   relações	
   internacionais.	
   	
  Por	
   relações	
   internacionais	
  
(SEITENFUS,	
   2004), 	
   define-­‐se	
   o	
   conjunto	
  de	
   contratos	
   que	
   se	
   estabelecem	
  através	
  
das	
   fronteiras	
   nacionais	
   entre	
   grupos	
   socialmente	
   organizados.	
   Portanto,	
   são	
  
internacionais	
   todos	
   os	
   fenômenos	
   que	
   transcendem	
   as	
   fronteiras	
   de	
   um	
   Estado,	
  
fazendo	
  que	
  os	
  sujeitos,	
  privados	
  ou	
  públicos,	
  individuais	
  ou	
  coletivos,	
  relacionem-­‐se	
  
entre	
  si.	
  
	
   A	
   constitucionalização	
   de	
   princípios	
   tradicionais	
   do	
   Direito	
   visa,	
   sobretudo,	
  
permitir,	
  com	
  relação	
  aos	
  atos	
  decorrentes	
  da	
  política	
  externa	
  nacional,	
  a	
  fiscalização	
  
e	
  o	
  controle	
  através	
  de	
  órgãos	
  constitucionalmente	
  competentes.	
  	
  
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  Página	
  20	
  
Em	
  síntese,	
  o	
  art.	
  4.º	
  da	
  CF/88	
  possibilita	
  o	
  controle	
  (político)	
  da	
  ação	
  Estatal	
  
por	
  parte	
  do	
  Poder	
  Legislativo	
  que	
  pode,	
  como	
  exemplo,	
  negar	
  aprovação	
  a	
  Tratado	
  
internacional	
  celebrado	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República	
  e,	
  ainda,	
  o	
  controle	
  repressivo	
  
pelo	
   Poder	
   Judiciário	
   que	
   poderá,	
   balizado	
   por	
   tais	
   princípios,	
   censurar	
   qualquer	
  
desvio	
  porventura	
  ocorrido	
  nessa	
  seara.	
  	
  
	
  
2.2.4.1	
  	
  Asilo	
  Político	
  
	
   O	
  instituto	
  do	
  Asilo	
  Político	
  é	
  regulado	
  pela	
  Lei	
  6.815/80	
  (art.	
  28),	
  o	
  “Estatuto	
  
de	
   Estrangeiro”,	
   segundo	
   o	
   qual	
   o	
   estrangeiro	
   admitido	
   no	
   território	
   nacional	
   na	
  
condição	
  de	
  asilado	
  político	
  ficará	
  sujeito,	
  além	
  dos	
  deveres	
  que	
  lhe	
  forem	
  impostos	
  
pelo	
  Direito	
  Internacional,	
  a	
  cumprir	
  as	
  disposições	
  da	
  legislação	
  vigente	
  e	
  as	
  que	
  o	
  
Governo	
  brasileiro	
  lhe	
  fixar.	
  
	
   Não	
  deve	
  ser	
  confundida,	
  contudo,	
  a	
  condição	
  de	
  ASILADO	
  POLÍTICO,	
  com	
  a	
  
de	
  REFUGIADO.	
  Diferenças:	
  
	
   	
  
ASILO	
  POLÍTICO	
   REFUGIADO	
  
Lei	
  6.815/80	
   Lei	
  9.474/97	
  
Constitui	
  exercício	
  de	
  um	
  ato	
  soberano	
  do	
  
Estado,	
  sendo	
  decisão	
  política	
  cujo	
  
cumprimento	
  não	
  se	
  sujeita	
  a	
  nenhum	
  
organismo	
  internacional.	
  
Trata-­‐se	
  de	
  instituição	
  convencional	
  de	
  caráter	
  
universal,	
  aplicando-­‐se	
  de	
  maneira	
  apolítica,	
  
visando	
  à	
  proteção	
  de	
  pessoas	
  com	
  fundado	
  
temor	
  de	
  perseguição.	
  
O	
  asilo,	
  normalmente,	
  é	
  utilizado	
  em	
  casos	
  de	
  
perseguição	
  política	
  individualizada.	
  
Tem	
  sido	
  aplicado	
  a	
  casos	
  em	
  que	
  a	
  
necessidade	
  de	
  proteção	
  atinge	
  a	
  um	
  número	
  
elevado	
  de	
  pessoas,	
  onde	
  a	
  perseguição	
  tem	
  
aspecto	
  mais	
  generalizado.	
  
Visa	
  à	
  proteção	
  frente	
  à	
  perseguição	
  atual	
  e	
  
efetiva.	
   É	
  suficiente	
  o	
  fundado	
  temor	
  de	
  perseguição.	
  
O	
  asilo	
  pode	
  ser	
  solicitado	
  no	
  próprio	
  país	
  de	
  
origem	
  do	
  indivíduo	
  perseguido.	
  
O	
  refúgio,	
  por	
  sua	
  vez,	
  somente	
  é	
  admitido	
  
quando	
  o	
  indivíduo	
  está	
  fora	
  de	
  seu	
  país	
  de	
  
origem.	
  
Não	
  veda	
  extradição	
  (STF,	
  Ext.	
  524).	
   Veda	
  a	
  extradição	
  do	
  refugiado	
  (art.	
  33	
  da	
  Lei	
  9.474/97).	
  
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  21	
  
2.2.4.2	
  	
  MERCOSUL	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Nas	
  palavras	
  da	
  Comissão	
  do	
  MERCOSUL	
  da	
  Assembléia	
  Legislativa	
  do	
  Estado	
  do	
  
Rio	
  Grande	
  do	
  Sul,	
  o	
  Mercado	
  Comum	
  do	
  Sul	
  constitui	
   	
  "uma	
  etapa	
   importante	
  nos	
  
esforços	
   de	
   integração	
   econômica	
   da	
   América	
   Latina	
   e	
   tem	
   seu	
   marco	
   básico	
   no	
  
Tratado	
  de	
  Assunção,	
   firmado	
  em	
  26	
  de	
  março	
  de	
  1991,	
  na	
  Capital	
  Paraguaia	
   [...]”	
  
(Cartilha	
  do	
  Mercosul	
  –	
  ALRGS).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Foi	
   fixada,	
   então,	
   a	
   data	
   de	
   31	
   de	
   dezembro	
   de	
   1994	
   para	
   que	
   os	
   países	
  
signatários	
   decidissem	
   a	
   estrutura	
   institucional	
   definitiva	
   do	
   MERCOSUL,	
   as	
  
respectivas	
  atribuições	
  e	
  as	
  formas	
  de	
  deliberação.	
  Com	
  o	
  Protocolo	
  de	
  Ouro	
  Preto,	
  
em	
   1994,	
   o	
   MERCOSUL	
   adquiriu	
   personalidade	
   jurídica	
   internacional.	
   Essa	
   foi	
   a	
  
grande	
  inovação.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Sendo	
   assim,	
   respeitando	
   divergências	
   doutrináriasmuitas,	
   ainda	
   se	
   está	
  
progredindo	
   em	
   direção	
   a	
   um	
   "mercado	
   comum".	
   Diversas	
   etapas	
   de	
   cooperação	
  
econômica	
   e	
   de	
   integração	
   econômica	
   são	
   necessárias,	
   preparando	
   os	
   Estados	
  
signatários	
  à	
  realidade	
  de	
  um	
  verdadeiro	
  mercado	
  comum.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Importantes	
   	
  observações	
  de	
  BASSO	
   (1997,	
  p.	
  20),	
   	
   segundo	
  a	
  qual	
  "Quando	
  o	
  
Tratado	
  de	
  Assunção	
  faz	
  referência	
  expressa	
  à	
   intenção	
  dos	
  signatários	
  de	
  criar	
  um	
  
‘mercado	
  comum’,	
  	
  deixa	
  claro	
  que	
  os	
  Estados,	
  mais	
  do	
  que	
  ‘cooperação’	
  econômica,	
  
buscam	
  a	
  ‘integração’.	
  Isto	
  é,	
  	
  a	
  livre	
  circulação	
  de	
  pessoas,	
  bens,	
  serviços	
  e	
  capitais	
  
(arts.	
  1.º	
  e	
  5.º	
  do	
  Tratado	
  de	
  Assunção)."	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Note-­‐se	
  que,	
  estando	
  em	
  marcha	
  a	
  integração	
  do	
  mercado	
  comum	
  do	
  sul,	
  deve-­‐
se	
  considerá-­‐la	
  como	
  uma	
  idéia	
  pendente	
  de	
  ser	
  viabilizada	
  em	
  termos	
  práticos.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Finalmente,	
   cumpre	
  esclarecer	
  que	
  o	
  STF	
   (CR	
  8.279-­‐AgR)	
   já	
   teve	
  oportunidade	
  
de	
  se	
  manifestar	
  no	
  sentido	
  de	
  que,	
  mesmo	
  cuidando-­‐se	
  de	
  tratados	
  de	
  integração,	
  
ainda	
  subsistem	
  os	
  clássicos	
  mecanismos	
  institucionais	
  de	
  recepção	
  das	
  convenções	
  
internacionais	
  em	
  geral,	
  não	
  bastando,	
  para	
  afastá-­‐los,	
  a	
  existência	
  da	
  norma	
  inscrita	
  
no	
   art.	
   4.º,	
   parágrafo	
   único,	
   da	
   Constituição	
   da	
   República,	
   que	
   possui	
   conteúdo	
  
meramente	
   programático	
   e	
   cujo	
   sentido	
   não	
   torna	
   dispensável	
   a	
   atuação	
   dos	
  
instrumentos	
  constitucionais	
  de	
   transposição,	
  para	
  a	
  ordem	
   jurídica	
  doméstica,	
  dos	
  
acordos,	
  protocolos	
  e	
  convenções	
  celebrados	
  pelo	
  Brasil	
  no	
  âmbito	
  do	
  Mercosul.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  22	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1)	
  (Defensor	
  Público	
  –	
  SP	
  –	
  2009)	
  Assinale	
  a	
  afirmativa	
  correta.	
  
(A) Nosso	
  federalismo	
  prevê	
  a	
  atuação	
  do	
  poder	
  constituinte	
  derivado	
  decorrente,	
  por	
  meio	
  
de	
  instituições	
  que	
  correspondam	
  à	
  idéia	
  centralizadora	
  de	
  afirmação	
  do	
  estado	
  que	
  atua	
  
em	
  bloco	
  único.	
  
(B) A	
   teoria	
   da	
   ‘tripartição	
   de	
   poderes’	
   confirma	
   o	
   princípio	
   da	
   indelegabilidade	
   de	
  
atribuições,	
   por	
   isso	
   qualquer	
   exceção,	
   mesmo	
   advinda	
   do	
   poder	
   constitucional	
  
originário,	
  deve	
  ser	
  considerada	
  inconstitucional.	
  
(C) O	
  princípio	
  do	
  pluralismo	
  político	
   refere-­‐se	
  à	
   ideologia	
  unitária	
  da	
  preferência	
  político-­‐
partidária,	
  já	
  que	
  nesse	
  terreno	
  é	
  imperativa	
  a	
  aplicação	
  da	
  reserva	
  da	
  constituição.	
  
(D) Nas	
   relações	
   internacionais	
   aplica-­‐se	
   o	
   princípio	
   constitucional	
   da	
   intervenção,	
   com	
  
repúdio	
  ao	
  terrorismo	
  e	
  defesa	
  da	
  paz,	
  além	
  da	
  solução	
  pacífica	
  dos	
  conflitos.	
  
(E) O	
   princípio	
   republicano,	
   que	
   traduz	
   a	
   maneira	
   como	
   se	
   dá	
   a	
   instituição	
   do	
   poder	
   na	
  
sociedade	
   e	
   a	
   relação	
   entre	
   governantes	
   e	
   governados,	
   mantém-­‐se	
   na	
   ordem	
  
constitucional,	
  mas	
  hoje	
  não	
  mais	
  protegido	
  formalmente	
  contra	
  emenda	
  constitucional.	
  
	
  
2)	
   (MP/CE	
   –	
   2011)	
   A	
   invocação	
   à	
   proteção	
   de	
   Deus,	
   constante	
   do	
   Preâmbulo	
   da	
  
Constituição	
  da	
  República	
  vigente,	
  
(A) é	
  inconstitucional.	
  	
  
(B) é	
  ilícita.	
  	
  
(C) não	
  tem	
  força	
  normativa.	
  
(D) não	
  foi	
  recepcionada	
  pelo	
  texto	
  constitucional.	
  
(E) é	
  expressão	
  de	
  reprodução	
  obrigatória	
  nas	
  Constituições	
  estaduais.	
  
	
  
3)	
  	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  correta	
  (AFTN	
  -­‐	
  96):	
  
(A) Entre	
   os	
   princípios	
   fundamentais	
   da	
   ordem	
   constitucional,	
   no	
   que	
   respeita	
   às	
   relações	
  
internacionais,	
  não	
  se	
  encontra	
  a	
  concessão	
  de	
  asilo	
  político.	
  
(B) O	
   texto	
   constitucional	
   reconhece	
   expressamente	
   a	
   possibilidade	
   de	
   transferência	
   de	
  
parcela	
  de	
  soberania	
  a	
  entes	
  supranacionais.	
  
(C) A	
   igualdade	
  entre	
  os	
  Estados	
  é	
  princípio	
   fundamental	
  da	
  República	
   Federativa	
  em	
  suas	
  
relações	
  internacionais.	
  
(D) O	
   direito	
   editado	
   por	
   autoridades	
   supranacionais	
   integra	
   a	
   ordem	
   jurídica	
   brasileira	
  
independentemente	
  de	
  qualquer	
  processo	
  de	
  recepção	
  ou	
  de	
  transformação.	
  
(E) Os	
   princípios	
   gerais	
   de	
   direito	
   internacional	
   público	
   tem	
   preeminência	
   em	
   relação	
   ao	
  
direito	
  positivo	
  ordinário	
  no	
  sistema	
  constitucional	
  brasileiro.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  23	
  
4)	
   (Juiz	
   Federal	
   -­‐	
   4a.	
   Região)	
   Considerar	
   as	
   seguintes	
   afirmações	
   indicando,	
   adiante,	
   a	
  
alternativa	
  correta:	
  
I	
   -­‐	
  Nas	
   suas	
   relações	
   internacionais,	
   a	
  República	
   Federativa	
  do	
  Brasil	
   rege-­‐se,	
   entre	
  outros,	
  
pelo	
  princípio	
  da	
  prevalência	
  dos	
  direitos	
  humanos	
  e	
  da	
   igualdade	
  entre	
  os	
  Estados,	
   sendo	
  
objetivo	
  explicitamente	
  previsto	
  na	
  Constituição	
  o	
  da	
  formação	
  de	
  uma	
  comunidade	
   latino-­‐
americana	
  de	
  nações.	
  
II	
   -­‐	
  Constituem	
  valor	
  e	
  objetivo	
  expressamente	
  referidos	
  na	
  Constituição	
  o	
  estabelecimento	
  
de	
  uma	
  “sociedade	
  fraterna”	
  e	
  a	
  construção	
  de	
  “uma	
  sociedade	
  solidária”.	
  
III	
   -­‐	
   Constitui	
   valor,	
   objetivo	
   ou	
   fundamento	
   expressamente	
   referidos	
   no	
   preâmbulo	
   e	
   nos	
  
princípios	
  fundamentais	
  da	
  Constituição,	
  a	
  erradicação	
  do	
  	
  “sectarismo	
  ideológico”,	
  a	
  	
  “busca	
  
do	
  pleno	
  emprego”	
  	
  e	
  a	
  	
  “solução	
  pacífica	
  dos	
  conflitos”	
  .	
  
(A) As	
  três	
  afirmações	
  estão	
  inteiramente	
  corretas;	
  
(B) Apenas	
  as	
  afirmações	
  I	
  e	
  II	
  estão	
  inteiramente	
  corretas;	
  
(C) Apenas	
  a	
  afirmação	
  II	
  está	
  inteiramente	
  correta;	
  
(D) Apenas	
  a	
  afirmação	
  I	
  está	
  inteiramente	
  correta.	
  
	
  
5)	
   (MPU	
   –	
   2004)	
   Sobre	
   os	
   princípios	
   fundamentais,	
   na	
   Constituição	
   de	
   1988,	
   marque	
   a	
  
única	
  opção	
  correta:	
  
(A) Em	
  razão	
  do	
  princípio	
  republicano,	
  adotado	
  na	
  Constituição	
  de	
  1988,	
  os	
  Estados	
  podem	
  
instituir	
  seus	
  impostos	
  e	
  aplicar	
  suas	
  rendas.	
  
(B) Como	
   decorrência	
   da	
   adoção	
   do	
   princípio	
   do	
   Estado	
   Democrático	
   de	
   Direito,temos	
   o	
  
princípio	
   da	
   independência	
   do	
   juiz,	
   cujo	
   conteúdo	
   relaciona-­‐se,	
   entre	
   outros	
   aspectos,	
  
com	
  a	
  previsão	
  constitucional	
  de	
  garantias	
  relativas	
  ao	
  exercício	
  da	
  magistratura.	
  
(C) A	
  adoção	
  do	
  princípio	
  da	
  separação	
  dos	
  poderes,	
  na	
  Constituição	
  brasileira,	
   impõe	
  uma	
  
independência	
   absoluta	
   entre	
   os	
   Poderes,	
   impedindo	
   que	
   haja	
   qualquer	
   tipo	
   de	
  
interferência	
  de	
  um	
  Poder	
  sobre	
  o	
  outro.	
  
(D) Em	
  decorrência	
  do	
  princípio	
  federativo,	
  há,	
  na	
  Constituição	
  brasileira,	
  a	
  previsão	
  de	
  que	
  
os	
  Estados	
  possuirão	
  constituições	
  e	
  os	
  municípios,	
  leis	
  orgânicas,	
  por	
  força	
  de	
  expressa	
  
disposição	
   constitucional,	
   após	
   dois	
   turnos	
   de	
   votação,	
   respectivamente,	
   nas	
  
Assembléias	
  Legislativas	
  e	
  nas	
  Câmaras	
  municipais.	
  
(E) A	
   concessão	
   de	
   asilo	
   político,	
   um	
   dos	
   princípios	
   que	
   rege	
   o	
   Brasil	
   em	
   suas	
   relações	
  
internacionais,	
   tem	
  sua	
  aplicação	
  restringida,	
  nos	
  termos	
  da	
  Constituição,	
  por	
  questões	
  
de	
  ideologia	
  e	
  de	
  independência	
  nacional	
  
	
  
6) (AFRF	
  –	
  2002)	
  Assinale	
  a	
  opção	
  correta.	
  
(A) A	
   República	
   Federativa	
   do	
   Brasil	
   é	
   formada	
   pela	
   união	
   dos	
   Estados	
   e	
  Municípios	
   e	
   do	
  
Distrito	
  Federal,	
  que	
  devem	
  ser	
  considerados	
  entidades	
  soberanas.	
  
(B) O	
  desenvolvimento	
  nacional	
   é	
  objetivo	
   fundamental	
   da	
  República	
   Federativa	
  do	
  Brasil,	
  
devendo	
   sempre	
   preponderar	
   sobre	
  medidas	
   que	
   tenham	
   por	
   objetivo	
   a	
   redução	
   das	
  
desigualdades	
  regionais	
  brasileiras.	
  
(C) O	
  princípio	
  da	
  independência	
  entre	
  os	
  Poderes	
  não	
  impede	
  que,	
  por	
  vezes,	
  o	
  membro	
  de	
  
um	
  Poder	
  escolha	
  os	
  integrantes	
  de	
  outro	
  Poder.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  24	
  
(D) Como	
  o	
  Brasil	
  se	
  rege,	
  nas	
  relações	
   internacionais,	
  pelo	
  princípio	
  da	
  não-­‐intervenção,	
  é	
  
contrária	
  à	
  Constituição	
  a	
  participação	
  brasileira	
  em	
  qualquer	
  missão	
  militar	
  promovida	
  
pela	
  Organização	
  das	
  Nações	
  Unidas	
  (ONU).	
  
(E) Um	
  Estado-­‐membro	
  da	
  Federação	
  brasileira	
  pode-­‐se	
  desligar	
  da	
  União	
  Federal	
  (direito	
  de	
  
secessão),	
   invocando	
   o	
   princípio	
   da	
   autodeterminação	
   dos	
   povos,	
   inscrito	
   na	
  
Constituição	
  Federal.	
  
	
  
7)	
  (Téc.	
  Rec.	
  Fed.	
  -­‐	
  2002)	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  correta.	
  
(A) Na	
   Federação	
   brasileira,	
   os	
   Estados-­‐membros	
   dispõem	
   do	
   direito	
   de	
   secessão,	
   como	
  
expressão	
  do	
  princípio	
  da	
  autodeterminação	
  dos	
  povos.	
  
(B) A	
  Constituição	
  Federal,	
  ao	
  proclamar	
  o	
  princípio	
  da	
  separação	
  de	
  Poderes,	
  cria	
  obstáculo	
  
absoluto	
  a	
  que	
  um	
  poder	
  fiscalize	
  o	
  outro.	
  
(C) Lei	
   que	
   viesse	
   a	
   instituir	
   o	
   regime	
   de	
   partido	
   político	
   único	
   entre	
   nós	
   feriria	
   princípio	
  	
  
fundamental	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil.	
  
(D) A	
  Constituição	
  Federal	
  em	
  vigor	
  é	
  toda	
  ela	
  voltada	
  para	
  a	
  defesa	
  de	
  valores	
  sociais	
  e	
  da	
  
cidadania,	
   por	
   isso	
   mesmo,	
   os	
   valores	
   da	
   livre	
   iniciativa	
   não	
   são	
   arrolados	
   como	
  
princípios	
  fundamentais	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil.	
  
(E) Embora	
  diga	
  que	
   todo	
  poder	
  emana	
  do	
  povo,	
  a	
  Constituição	
  estabelece	
  que	
  o	
  poder	
  é	
  
exercido	
  pelos	
   representantes	
   do	
  povo,	
   não	
   admitindo	
  hipótese	
   de	
   exercício	
   do	
  poder	
  
diretamente	
  pelo	
  povo.	
  
	
  
8)	
   (MP/GO	
   –	
   2009)	
   O	
   preâmbulo	
   é	
   o	
   pórtico	
   da	
   Constituição	
   e	
   revela	
   a	
   síntese	
   do	
  
pensamento	
  do	
  legislador	
  constituinte.	
  Acerca	
  de	
  sua	
  natureza	
  jurídica,	
  marque	
  a	
  resposta	
  
correta:	
  
(A) Para	
   o	
   STF	
   o	
   preâmbulo	
   constitucional	
   deve	
   ser	
   contado	
   como	
   norma	
   constitucional,	
  
integrando	
  o	
  articulado	
  constitucional,	
  possuindo	
  eficácia	
  jurídica	
  plena.	
  
(B) Preâmbulo	
  na	
  CF/88	
  é	
  dotado	
  de	
  força	
  normativa	
  cogente,	
  fazendo	
  parte	
  da	
  declaração	
  
de	
  direitos	
  e,	
  por	
  isso,	
  tomado	
  como	
  cláusula	
  pétrea.	
  
(C) Preâmbulo,	
  por	
  expressa	
  disposição	
  constitucional,	
  tem	
  como	
  finalidade	
  a	
  resolução	
  das	
  
chamadas	
  lacunas	
  ocultas,	
  que	
  são	
  aquelas	
  decorrentes	
  de	
  erro	
  do	
  Poder	
  Constituinte	
  ou	
  
de	
  desatualização	
  da	
  Constituição.	
  
(D) Para	
  o	
  STF	
  o	
  preâmbulo	
  constitucional	
  situa-­‐se	
  no	
  domínio	
  da	
  política	
  e	
  reflete	
  a	
  posição	
  
ideológica	
   do	
   constituinte.	
   Logo,	
   não	
   contém	
   relevância	
   jurídica,	
   não	
   tem	
   força	
  
normativa,	
   sendo	
   mero	
   vetor	
   interpretativo	
   das	
   normas	
   constitucionais,	
   não	
   servindo	
  
como	
  parâmetro	
  para	
  o	
  controle	
  de	
  constitucionalidade.	
  
	
  
9)	
  (Téc.	
  Rec.	
  Fed.	
  -­‐	
  2003)	
  Assinale	
  a	
  opção	
  correta,	
  a	
  respeito	
  das	
  relações	
  internacionais	
  do	
  
Brasil	
  com	
  os	
  outros	
  países	
  à	
  luz	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988.	
  
(A) Repúdio	
   à	
   violação	
   aos	
   direitos	
   humanos	
   para	
   com	
   países	
   nos	
   quais	
   o	
   Brasil	
   não	
  
mantenha	
  relações	
  comerciais.	
  
(B) Apoio	
   à	
   guerra,	
   quando	
   declarada	
   para	
   a	
   proteção	
   de	
   direitos	
   humanitários	
  
desrespeitados	
  por	
  determinadas	
  autoridades	
  de	
  determinados	
  países.	
  
(C) Busca	
  de	
  soluções	
  bélicas	
  em	
  repúdio	
  ao	
  terrorismo.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  25	
  
(D) Interferência	
  na	
  escolha	
  de	
  dirigentes	
  de	
  outras	
  Nações	
  que	
  sejam	
  vinculados	
  a	
  grupos	
  
racistas.	
  
(E) Colaboração	
  como	
  árbitro	
  internacional	
  na	
  busca	
  de	
  solução	
  pacífica	
  de	
  conflitos.	
  
	
  
10)	
  (Defensor	
  Público	
  –	
  RS	
  –	
  2011)	
  É	
  correto	
  afirmar:	
  
(A) As	
  normas	
  do	
  ADCT	
  não	
  podem	
  ser	
  alteradas	
  por	
  meio	
  de	
  emendas	
  constitucionais,	
  pois	
  
são	
  de	
  natureza	
  transitória.	
  
(B) O	
  preâmbulo	
  da	
  Constituição	
  Federal,	
  ao	
  referir-­‐se	
  expressamente	
  ao	
  pacto	
   federativo,	
  
está	
  a	
  indicar	
  a	
  intenção	
  do	
  constituinte	
  em	
  instituir	
  um	
  Estado	
  Democrático	
  e,	
  por	
  isso,	
  
deve	
  ser	
  considerado	
  quando	
  da	
  interpretação	
  das	
  normas.	
  
(C) São	
  objetivos	
  fundamentais	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil	
  previstos	
  e	
  assim	
  descritos	
  
no	
   artigo	
   3°.	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   construir	
   uma	
   sociedade	
   livre,

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