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Bromatologia Água e Umidade – Aula 3 Introdução • É a substância mais abundante nos sistemas vivos, constituindo mais de 70% do peso da maioria dos organismos. – Atividade Metabólica – Idade – Espécie • A vida iniciou em ambiente aquoso. • As estruturas e os processos biológicos só podem ser compreendidos considerando-se as propriedades físico-químicas da água. Estrutura • A água é formada por uma molécula de oxigênio O2 e duas de hidrogênio H = H2O • A molécula tem uma geometria angular fora dos padrões, essa formação dá à molécula um caráter altamente polar. • Essa conformação tridimensional é responsável pelas propriedades incomuns da água. CORPO HUMANO POSSUI CERCA DE 75% DE ÁGUA PERDAS DIÁRIAS: - Respiração = 0,4 litros - Urina = 1,2 litros - Transpiração = 0,6 litros - Evacuação = 0,1 a 0,3 litros TOTAL = 2,5 litros COMO REPOR DIARIAMENTE? - Beber água = 1,5 litros - Ingerir alimentos = 1,0 litro Estados Físicos Pontes de Hidrogênio • Uma molécula de água pode formar 4 pontes de hidrogênio. • Essa formação tetraédrica leva a uma estrutura aberta e a uma rede de ligações tridimensional. • Essa formação singular é responsável pelas demais propriedades da água. Densidade • Na forma sólida – gelo, a água expande-se devido à elasticidade das ligações de hidrogênio. • Aumentando dessa forma seu volume e diminuindo consequentemente sua densidade. Miscibilidade É a propriedade de homogeneiza- ção que a água tem de se misturar completamente com outro líquido. A água é uma substância polar, ou seja, tem carga, logo ela é miscível em muitas substâncias, também polares, como o etanol. Substâncias apolares não se misturam com a água - substâncias hidrofóbicas. Afinidade HIDROFÍLICA HIDROFÓBICO Coesão • É a propridade que dá estabilidade as gotas de água. • Isso pode ser visto quando se coloca pequenas quantidades de água numa superfície como o vidro: a água se mantém unida sob a forma de gotas. • Essa propriedade é importante para a vida. Por exemplo, quando a água é transportada pora cima, ou seja contra a gravidade. • As fortes atrações intermoleculares mantêm as moléculas de água unidas. Tensão Superficial • É a propridade derivada da coesão. • Nessa propriedade verifica-se a formação de uma “película” ou “membrana” que garante que alguns objetos leves e/ou pequenos “flutuem” sobre a água. • Com essa propriedade pode-se observar a formação de bolhas e as ondulações que uma superficie aquosa forma com o impacto de algum objeto. Adesão • A água adere a si mesma (por coesão) por ser polar. Pelo mesmo motivo, também apresenta fortes propriedades de adesão. • Pode-se observar por exemplo numa superfície de vidro muito limpa, que a água ali depositada pode formar uma fina camada, porque as forças moleculares entre o vidro e a água (forças adesivas) são mais fortes que as coesivas. • Nas células e em suas organelas, a água está em contato com superfícies hidrofílicas, que apresentam forte atração pela água. • Desidratar superfícies hidrofílicas, isto é, remover as camadas de água fortemente aderidas a elas requer esforço significativo contra as forças de hidratação. Capilaridade • A capilaridade se refere ao processo de a água subir por um tubo estreito, contra a força da gravidade. • O fenômeno acontece porque a água adere às paredes do tubo e a tensão superficial tende a nivelar a superfície, elevando-a e, por coesão, mais água entra na parte de baixo do tubo. • O processo continua até que haja no tubo água suficiente para que a força da gravidade contrabalance a força de adesão. Quanto mais fino o tubo, maior será a altura da coluna d’água. Solubilidade • É a propriedade onde verifica-se a capacidade que um solvente tem em interagir com um soluto de maneira mais forte do que as partículas do soluto têm de interagir entre si. • Devido ao seu caráter polar dissolve substâncias polares e iônicas conhecidas como hidrofílicas Osmose • A osmose é o nome dado ao movimento da água entre meios com concentrações diferentes de solutos, separados por uma membrana semipermeável. • É um processo físico-químico importante na sobrevivência das células. • A água movimenta-se sempre de um meio hipotônico (menos concentrado em soluto) para um meio hipertônico (mais concentrado em soluto) com o objetivo de se atingir a mesma concentração em ambos os meios (isotônicos). Osmose Osmose pH • pH é o símbolo para a grandeza físico-química potencial hidrogeniônico, que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução aquosa. • O termo pH foi introduzido, em 1909, pelo bioquímico dinamarquês Søren Peter Lauritz Sørensen, com o objetivo de facilitar seus trabalhos no controle de qualidade de cervejas. • O "p" vem do alemão potenz, que significa poder de concentração, e o "H" é para o íon de hidrogênio (H+). Importância do pH – Verificar o estado de conservação dos produtos: decomposição (hidrólise, oxidação, fermentação) altera a concentração de H+; – Verificar a vida útil dos alimentos: ácido inibe o crescimento de microrganismos e a ação de enzimas; – Verificar o estádio de maturação de frutos; – Determinar o tratamento térmico o qual o alimento deverá ser submetido: • pH=4,5 – limite estabelecido para definição de tipo de tratamento térmico; • pH<4,5 – alimentos ácidos – tratamento térmico mais brando (pasteurização); • pH>4,5 – alimentos de baixa acidez – tratamento térmico mais drástico (esterilização). pH Acidez • Ácido, no âmbito da química, é um composto capaz de transferir prótons (H+) numa reação química – por tal pode ser chamado também de "doador de próton". • Ácidos também reagem com bases para formar sais numa reação de neutralização. • A definição mais simples de um ácido se resume a uma substância de gosto azedo. • Os ácidos são substâncias que tem o valor de pH inferior a 7. Alcalinidade • Alcalinidade representa a capacidade que um sistema aquoso tem para neutralizar ácidos. • A alcalinidade é devida principalmente aos carbonatos e bicarbonatos e, secundariamente, aos íons hidróxidos, silicatos, boratos, fosfatos e amônia - bases. • Defini-se por apresentar um sabor adstringente. • As bases são substâncias que tem o valor de pH superior a 7. Umidade nos Alimentos • Refere-se a quantidade de água que os alimentos contém. • Sua disponibilidade no alimento é variada. • Quanto maior a quantidade de água no alimento melhor para o desenvolvimento da maioria dos microrganismos. • Pode ser classificada como: – Umidade de superfície: água livre ou presente na superfície externa do alimento, facilmente evaporada; – Umidade adsorvida: água ligada, encontrada no interior do alimento, sem combinar-se quimicamente com o mesmo. Umidade nos Alimentos • Umidade fora das recomendações técnicas influencia: – A estabilidade química; – A deterioração microbiológica; – As alterações fisiológicas (brotação). Umidade nos Alimentos • A água do alimento: – Parte da água do alimento está fortemente ligada a sítios moleculares e iônicos; – Parte encontra-se menos fortemente ligada mas indisponível como solvente; – Outra parte está fracamente ligada aos componentes do alimento → ÁGUA LIVRE Atividade de Água (Aw) • É o índice de água que se encontra livreno alimento para que ocorra reações químicas e desenvolvimento de microrganismos. • Valores: – Água pura = 1,0 – Alimentos < 1,0 • Adição de solutos (sal, açúcar, etc) ou a desidratação diminui a Aw. Atividade de Água (Aw) • Alimentos desidratados: – Umidade < 25% – Aw = 0,6 (LIMITE para o crescimento microbiano) • Aw reduzida: – Aw entre 0,4 a 0,5 = alimento com característica macia; – Aw entre 0,35 a 0,45 = ocorre mudanças físicas. (perda de crocância, da dureza, recristalização de açúcares ); – Aw entre 0,2 a 0,3 = alimentos desidratados com vida útil máxima, componentes protegidos por uma monocamada (não há crescimento de microrganismo, nem reação química, exceto a oxidação lipídica). Atividade de Água (Aw) Valores de Aw Alimentos Superior a 0,98 carnes e pescado frescos, frutas e hortaliças frescas, leite e a maioria das bebidas, hortaliças, enlatadas em salmoura, frutas enlatadas em pouco açúcar. 0,93 a 0,98 pasta de tomate, queijo industrial, carnes curadas enlatadas, embutidos enlatados e frutas enlatadas com alta concentração de açúcar. 0,85 a 0,93 embutidos secos e fermentados, presunto fresco, queijo cheddar velho, leite condensado. 0,60 a 0,85 frutas dessecadas, farinhas, cereais, geleias e compotas, nozes. Inferiores a 0,60 bolachas, chocolate, pastelaria, mel, ovos e hortaliças desidratados e em pó. Umidade Relativa do Ar • Há correlação direta com a Aw dos alimentos. • Umidade Alta + Aw Baixa = alimento absorve umidade do ambiente, amolece e pode sofrer deterioração geralmente de origem fúngica. • Umidade Baixa + Aw Alta = Desidratação superficial do alimento com alteração nas propriedades organolépticas. • A relação U/Aw deve ser levada em conta para garantir o controle do desenvolvimento microbiano e o prolongamento do tempo de armazenagem. • Determinação de umidade corresponde à perda em peso sofrida pelo produto quando aquecido em condições nas quais a água é removida. • Reflete teor de sólidos e a perecibilidade do alimento. Determinação de Umidade Determinação de Umidade • Métodos de determinação – quantitativo: baseia-se na secagem do alimento considerando que toda perda de peso decorre da perda de umidade. • Pesa-se a amostra antes e depois da secagem que ocorre em condições controladas. Materiais e Equipamentos • Método de Estufa (perda de massa por dessecação): – 2 a 10g alimento (precisão de 0,01mg) → 105ºC → remoção da água → Tempo: 6 a 18h (até peso constante); – Cálculo: % umidade = peso amostra – peso da amostra seca peso da amostra Determinação de Umidade • Método do Infravermelho (balança com fonte da radiação acoplada): – Amostra → prato de alumínio → balança (massa inicial é registrada). – Em seguida, faz-se incidir a radiação sobre a amostra, após o processo registra-se novamente a massa. Determinação de Umidade Determinação da Aw • Colocar amostra no recipiente específico → acoplá-lo no aparelho → leitura direta. • Na câmara a atmosfera interna equilibra-se com a da amostra → equipamento mede a umidade relativa da câmara que corres- ponde a Aw. Determinação do pH • PRINCÍPIO: – Ácidos doam prótons; – Bases recebem prótons. De acordo com o grau de dissociação e de ionização, ácidos e bases são classificadas em: FRACOS, MÉDIOS E FORTES. • Método Eletrométrico: – Utiliza o equipamento pHmetro ou potenciômetro (aparelho medidor de diferença de potencial), que possui: Determinação do pH ELETRODO Bulbo em vidro especial contendo solução tamponada de cloreto em contato com o eletrodo de referência interno. O sensor do eletrodo encontra-se na extremidade do bulbo (membrana de vidro que, hidratada, forma uma camada de gel, externa, seletiva de íon hidrogênio). Determinação do pH • PROCEDIMENTO: 1. Ligar os instrumentos; 2. Antes do uso, lavar o(s) eletrodo(s) com água destilada, absorver o excesso de água com um papel absorvente macio; 3. Antes da medição da amostra: Calibrar usando as soluções-tampão. – Amostras: • Líquida: determinação de pH diretamente na amostra com a imersão do eletrodo. • Sólidas: diluir uniformemente 10g de amostra em 100 mL de água a 25ºC e fazer a imersão do eletrodo. Determinação do pH • Método Titulométrico: – Avalia a quantidade de ácido de uma amostra que reage com uma base de concentração conhecida. – Pode ser expressa em mL de solução molar % ou em gramas do componente ácido principal. – O procedimento é feito com a titulação de uma alíquota de amostra com uma base de normalidade conhecida utilizando fenolftaleína como indicador do ponto de viragem. Determinação do pH • PROCEDIMENTO: 1. Pesar 10 g da amostra; 2. Adicionar num Becker de 250 mL, contendo 100 mL de água destilada. 3. Titular, sob agitação, com solução de NaOH a 0,1 N até haver a virada (mudança de cor). Determinação do pH • Calcular: % acidez em solução molar = V x f x 100 P x c • Onde: – V = volume da solução de NaOH gasto na titulação – f = fator da solução de NaOH 0,1 ou 0,01 M – P = peso da amostra usado na titulação – c = correção para solução de NaOH 1 M: • 10 para solução NaOH 0,1 M • 100 para solução NaOH 0,01 M. Determinação do pH • Calcular: ATT (%) = V x N x f x F x 100 P • Onde: – V = volume da solução de NaOH gasto na titulação – N = normalidade da solução de NaOH – f = fator da solução de NaOH 0,1 ou 0,01 M – F = fator do ácido predominante no fruto (conforme Tabela ) – P = peso da amostra usado na titulação Determinação do pH Determinação do pH • Em bebidas carbonatadas: O CO2 pode aumentar o valor da acidez dos ácidos orgânicos, pois ele forma ácido carbônico em meio ácido. • Sua eliminação antes da titulação da amostra é importante e pode ser feita de várias maneiras: 1. Por agitação da amostra e transferência de um frasco para outro. 2. Por aquecimento em frasco aberto, evitando aquecimento muito prolongado (máx. 30 a 60 segundos). 3. Por adição de água quente fervida e neutralizada. 4. Por agitação contínua a vácuo por 1 ou 2 minutos Determinação do pH • Produtos cárneos possuem baixa acidez (pH 5,3 a 7,9) e o ácido predominante é o ácido láctico . • Produtos vegetais possuem acidez variável e na maioria das espécies: – Ácido cítrico: várias frutas (limão, laranja, figo, pêssego, pêra, abacaxi, morango e tomate); – Ácido málico: maçã, alface, brócolis e espinafre; – Ácido tartárico: uvas e tamarindo. Determinação do pH
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