Buscar

Apostila Introdução ao Direito Tributário - Roteiro de Aulas - Alexandre Lugon - 2012

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 208 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 208 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 208 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

DIREITODIREITODIREITODIREITO 
TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO 
 
 
 
ROTEIRO DAS AULAS 
 
Prof. Alexandre Lugon 
Atualizada pela LC 118/05 
Revisada em julho de 2008 
 
Admim
Textbox
 2012
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 2 
 
 
 
 PROGRAMA 
 
UNIDADE I 
1. Introdução ao estudo do Direito Tributário: 
a) Receitas Públicas 
2. Direito Tributário X Direito Financeiro 
3. Definição de Tributo 
4. Espécies tributárias: 
a) Imposto 
b) Taxas 
c) Contribuições de Melhoria 
d) Empréstimos Compulsórios 
e) Contribuições Especiais 
5. Determinação da natureza jurídica dos tributos. 
 
UNIDADE II 
1. Competência Tributária: 
a) Competência para estabelecer normas gerais de Direito Tributário 
b) Competência para instituir Tributos. 
2. Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar: 
a) Princípios tributários 
b) Imunidades tributárias. 
 
UNIDADE III 
1. Legislação Tributária: 
a) Leis 
� Emendas à Constituição 
� Leis Delegadas 
� Leis Complementares 
� Leis Ordinárias 
� Medidas Provisórias 
� Decretos Legislativos 
� Resoluções do Senado Federal 
b) Tratados e Convenções Internacionais 
c) Decretos 
d) Normas Complementares 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 3 
 
 
2. Vigência da Legislação Tributária 
3. Aplicação da Legislação Tributária- 
a) Eficácia 
b) Exceções à Irretroatividade 
4. Regras de interpretação e de integração da legislação tributária 
 
UNIDADE IV 
1. Obrigação Tributária: 
a) Elementos estruturais 
� Fato Gerador 
� Sujeito Ativo e Sujeito Passivo 
� Prestações 
b) Classificação da Obrigação Tributária 
� Obrigação Tributária Principal 
� Obrigação Tributária Acessória 
2. Princípio do "Non Olet" 
3. Convenções Particulares 
4. Solidariedade 
5. Capacidade Tributária Passiva 
6. Domicílio Tributário 
7. Responsabilidade Tributária: 
a) Responsabilidade por Substituição e por Transferëncia 
b) Responsabilidade dos Sucessores 
c) Responsabilidade de Terceiros 
d) Responsabilidade por Infrações 
 
UNIDADE V 
1. Crédito Tributário: 
b) Natureza Jurídica 
2. Lançamento Tributário: 
b) Definição 
c) Regência do Lançamento Tributário 
d) Hipóteses de Alteração 
e) Modalidades do Lançamento Tributário 
3. Hipóteses de suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário: 
a) Moratória 
b) Depósito do Montante Integral 
c) Reclamações e Recursos 
d) Liminares e Tutelas Antecipadas 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 4 
 
e) Parcelamento 
4. Extinção do Crédito Tributário 
a) Pagamento 
b) Compensação 
c) Transação 
d) Remissão 
e) Prescrição e Decadência 
f) Ação de consignação em pagamento 
g) Conversão do depósito em renda 
h) Pagamento antecipado sob condição resolutória de ulterior homologação 
i) Decisão administrativa irreformável 
j) Decisão judicial transitada em julgado 
k) Dação em pagamento em bens imóveis 
5. Exclusão do Crédito Tributário 
a) Isenção 
b) Anistia 
6. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 
 
UNIDADE VI 
Administração Tributária – Fiscalização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 5 
 
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL UTILIZADA 
 
1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
1.1 art. 24 C.F; art.145 a 167 C.F. ( SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ); art. 167 C.F; art. 195; 
art. 198; art. 212 C.F; 239 C.F 
1.2 EMENDAS CONSTITUCIONAIS N.º 03/93; 12/96; 20/98, 21/99, 29/00, 31/00, 32/01, 33/01, 
37/02, 39/02, 41/03, 42/03, 44/04; 45/05; 55/07 
1.3 ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (art. 34 , art. 40 a 42, art. 70, 
art. 75, 76, e art. 79 a 94 da ADCT) 
 
2. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ( Lei n.º 5172/66, LC 104/01, LC 105/01 e LC118/05 ) 
LIVRO I 
2.1. art. 1.º a 16.º CTN. 
a) os art. 1.º e 2.º CTN são regidos atualmente pelo novo SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL, 
disposto na atual CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA BRASILEIRA) 
b) art. 9, I (as ressalvas estão regidas pelo art. 153 § 1.º C.F.) 
c) art. 13 (agora está regido pelo art. 150 § 3.º C.F.) 
d) o art. 15,III CTN não foi recepcionado 
2.2. art. 17 e 18 CTN ( regido pelo SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL- art 145 a 167 C.F.) 
a) art. 18 ( agora está regido pelo art. 147 C.F./88) 
2.3. art. 19 a 34 CTN 
a) art 21 e 26 CTN derrogados pelo art. 153 § 1.º C.F 
b) art. 22,II CTN não recepcionado 
2.4.art. 35 a 36 CTN ( regidos pelo SISTEMA TRIBUTARIO NACIONAL –art 155 a 156 C.F) 
2.5. 37 a 51 CTN 
a) não se aplicam os art. 46,III CTN; 47,III CTN e 51, IV CTN 
2.6.art. 52 a 62 CTN ( regidos pela LC 87/96 e LC 116/03 ) 
2.7.art. 63 a 67 CTN 
a) art. 65 CTN derrogado pelo art. 153 § 1 C.F 
2.8. art. 68 a 73 CTN ( regidos pela LC 87/96 e LC 116/03 ) 
2.9. art.74 a 75 CTN ( não recepcionados ) 
2.10. art. 76 a 82 CTN- recepcionados 
2.11. os art. 83 a 95 CTN estão regidos no capítulo da Repartição das Receitas Tributárias da 
Constituição Federal ( portanto, estudar exclusivamente nos art. 157 a 162 CF ) 
 
LIVRO II 
2.12. art. 96 a 217 CTN 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 6 
 
 
UNIDADE I 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
ADMIN. PÚBLICA 
DIREITO FINANCEIRO 
ATIV. FINANCEIRA ESTADO 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
TRIBUTO 
RECEITAS PÚBLICAS 
DESPESAS PÚBLICA 
CRÉDITO PÚBLICOS 
ORÇAMENTO 
TRIBUTOS 
INGRESSOS 
PÚBLICOS 
espécie: 
RECEITAS 
PÚBLICAS 
espécie: 
TRIBUTOS 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 7 
 
 
1.1. INGRESSOS PÚBLICOS ( Direito Financeiro ) 
 
 
O Estado, na busca de recursos para desempenhar suas funções, procura obtê-los de fontes 
variadas, conforme classificação a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INGRESSOS 
OU 
ENTRADAS 
 
PRÓPRIOS 
OU 
RECEITAS 
PÚBLICAS 
 
PATRIMONIAIS 
 
EMPRESARIAIS 
OU PREÇOS 
PÚBLICOS 
DERIVADAS 
TRIBUTOS 
PENALIDADES 
PECUNIÁRIAS 
REPARAÇÕES 
DE GUERRA 
RECEITAS 
CREDITÍCIAS 
 
DE TERCEIROS 
OU 
IMPRÓPRIOS 
 
 ORIGINÁRIAS 
 DIREITO 
TRIBUTÁRIO 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 8 
 
Vejamos os conceitos aplicados acima: 
 
1.1 Ingressos ou Entradas: São todos os recursos financeiros que entram nos cofres públicos, 
tenham ou não o caráter de serem restituíveis ( retorno à origem). Enfoque: entradas lícitas ou devidas. 
 
1.1.1 Empréstimos (restituíveis apesar de lícitos) 
 
1.1.2. Receitas Públicas ( ingressos não restituíveis quando devidos) 
 1.1.2.1- Originárias: Decorrem de atividade atípica de Estado. O Estado angaria recursos 
administrando seu próprio patrimônio (ex. alienações) ou prestando serviços não essenciais de Estado 
(ex. tarifas públicas ) 
 1.1.2.1.1.Patrimoniais : o "Estado" administra o seu próprio patrimônio, extraindo dele os seus 
recursos. 
Ex: aluguéis, alienações de imóveis, etc... 
 
 1.1.2.1.2 Empresariais: O Estado presta serviços públicos de caráter não essencial de Estado. 
Ex: tarifas de energia elétrica, tarifa telefônica e etc. São serviços remunerados, via de regra, por 
prestações de caráter contratual. 
 
 1.1.2.2. Derivadas: Decorrem de atividade típica de Estado. O Estado angaria recursosaos cofres 
públicos provenientes de fontes externas ao próprio Estado. 
• Tributos 
• Penalidades pecuniárias 
• Reparações de Guerra 
• Receitas creditícias ou impróprias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 9 
 
 
 
 
2. O DIREITO TRIBUTÁRIO NO MUNDO JURÍDICO 
 
2.1. DIREITO TRIBUTÁRIO X DIREITO FINANCEIRO X CIÊNCIA DAS FINANÇAS 
 
2.1.1. A Ciência das Finanças : É a ciência que estuda o fenômeno financeiro, ou seja, a atividade 
financeira do Estado: as receitas públicas, as despesas públicas, o orçamento público e o crédito 
público. 
 
2.1.2. O Direito Financeiro: É o ramo do Direito Público que normatiza a atividade financeira do 
Estado. 
 
2.1.3. O Direito Tributário: É o ramo didaticamente autônomo do Direito Público que estuda e 
normatiza as relações jurídicas entre o Estado e o contribuinte, relativas à instituição, fiscalização e 
arrecadação da receita pública derivada específica referente ao conceito de tributo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIÊNCIA DAS 
FINANÇAS E DIREITO 
FINANCEIRO 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
RECEITA PUBLICA 
 
TRIBUTO 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 10 
 
 
 
2.1.4. Características do Direito Tributário: 
 
 
 
É uma disciplina didaticamente autônoma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relaciona-se com os demais ramos do Direito, pois este é uno e indivisível. 
Possui autonomia didática = é ramificação do Direito para facilitar seu estudo 
Possui autonomia dogmática= princípios próprios 
Possui autonomia estrutural= institutos próprios 
Sua autonomia dogmática ou estrutural é relativa uma vez que não se utiliza somente de princípios e 
institutos próprios, valendo-se de princípios e institutos de Direito Privado. 
 
 
 
 
 
CONSTITUCIONAL 
CIVIL TRIBUTÁRIO 
O DIREITO ( É UNO E 
INDIVISÍVEL ) 
RAMIFICAÇÃO/ 
DISCIPLINA 
JURÍDICA 
( AUTONOMIA 
DIDÁTICA) 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 11 
 
2. TRIBUTO 
 
NOÇÕES PRELIMINARES- RELAÇÃO JURÍDICA NO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
LEI 
FATO GERADOR 
 
SUJEITO 
ATIVO 
SUJEITO 
PASSIVO 
DEVER 
JURÍDICO 
= 
PRESTAÇÃO 
 
1) Prestação DE DAR: 
 
• TRIBUTO 
• PENALIDADE 
PECUNIÁRIA 
 
 
2)Prestações de FAZER 
 
3) Prestações de não 
FAZER 
DESCUMPRIMENTO DAS PRESTAÇÕES DE 
FAZER 
OU NÃO FAZER = ATO ILÍCITO 
SANÇÃO DO ATO ILÍCITO 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 12 
 
 
3.1. A definição de tributo: 
Sentido primitivo = imposições de guerra 
Sentido atual = recursos voltados à manutenção do Estado. 
 
 
 TRIBUTO ( art. 3.º do CTN.) 
 
• é toda prestação pecuniária 
• compulsória 
• em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir 
• instituída em lei ("ex-lege" - art. 150,I C.F. e art. 97 CTN ) 
• que não constitua sanção de ato ilícito 
• cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada ( entenda-se = ato vinculado, 
oposto a ato discricionário ) 
 
Observações complementares: 
 
Dação em pagamento é o pagamento de tributos com bens. Não era aceito para para a maioria dos 
doutrinadores, senão para doutrina minoritária (Luis Emydio e Paulo de B. Carvalho) . 
No entanto, a lei complementar n.º 104 de 2001, que alterou dispositivos do CTN, incluiu no art 156, XI 
CTN, “dação em pagamento em bens imóveis, na forma estabelecida em lei” como modalidade nova de 
extinção do crédito tributário.. 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 13 
 
 
Não se aceita, no entanto, extinção do crédito tributário mediante tributos in ¨natura ¨ ( ex: 1 kg em 
espécie para cada tonelada) e tributos ¨in labore ¨ (exemplo: um dia de serviço ) 
Os tributos diferem das indenizações ( por lesão) e das doações, heranças jacentes , prescrição aquisitiva 
e etc...; distinguem-se ainda dos deveres compulsórios de ordem privada (ex. seguros automobilísticos, 
obrigações de alimentos e etc...) e ainda das apropriações de dinheiro abandonado ( estas últimas não 
causam relação jurídica) 
 
Quanto à função que exerçam, os tributos poderão ser: 
a) fiscais (função meramente arrecadatória para o cumprimento das prerrogativas e incumbências de 
Estado). Ex: IR , ICMS, IPTU... 
b) extrafiscais ( além da função fiscal, nestes predomina a função de controle ou intervenção na 
economia) . Ex: II, IE, IPI, IOF, ITR; 
c) parafiscais ( arrecadados para que o Estado cumpra funções paralelas às funções típicas de Estado). 
Ex. contribuições da seguridade social art. 195 C.F. 
 
 
4. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
 
art. 5.º CTN : São tributos os impostos, taxas e contribuições de melhoria 
 ( possuem função tributária básica ). 
 
Os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais, após sua inclusão no Sistema Tributário 
Nacional ( ex: Empréstimo Compulsório incluído no STN pela EC 01/69), passam a ter natureza 
tributária segundo o STF, pois, apesar de não serem tributos básicos novos, no entanto, são dotados de 
características especiais as quais lhe atribuem função tributária autônoma além de comporem o STN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natureza tributária 
para 
STF 
 
 
 
 
IMPOSTOS 
TAXAS 
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 14 
 
 
 
4.1 IMPOSTO 
 
Art. 145, I C.F. e art. 16 CTN 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes 
tributos: I - impostos; 
Características: 
 
4.1.1. FATO GERADOR: manifestação exterior de riqueza decorrente da capacidade econômica do 
contribuinte. 
4.1.2. FUNÇÃO: redistributiva 
 
4.1.3. BASE DE CÁLCULO: grandeza de dimensiona a manifestação econômica do contribuinte. 
 
4.1.4. TRIBUTO NÃO VINCULADO: São tributos cujo fato gerador é uma situação que não tem 
como contrapartida nenhuma atividade imediata do Estado em relação ao contribuinte. (Ex: 
quando o Estado cobra I.R. , não oferece nenhum serviço de imediato em troca. Portanto, 
afirmamos que o imposto é um tributo NÃO VINCULADO . (vide art. 16 CTN) 
 
 Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte 
 
4.1.5. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA: Em regra, a receita arrecadada não pode estar 
vinculada, por lei, a nenhuma despesa específica, fundo ou órgão predeterminados, isto é , tem 
que ser redestinada ao “ bolo do orçamento”, de onde será repartida segundo os critérios da lei 
orçamentária. Portanto, é um tributo de RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de 
ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA. Veja a proibição no art. 167, IV da Constituição Federal 
– alterado pela E.C. 43/03. Há, no entanto, exceções previstas no próprio artigo 167,IV C.F 
que serão estudadas no capítulo de Competência Tributária. 
 
Art 167 CF- são vedados: 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição 
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de 
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do 
ensino e para realização de atividades da administração tributária,como determinado, 
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 15 
 
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o 
disposto no § 4º deste artigo; 
 
4.1.6. Diversos são os impostos instituídos pela União, Estados, D.F e Municípios, segundo a 
competência tributária que lhes for atribuída pela própria Constituição. ( vide capítulo de 
Competência Tributária) 
 
4.1.7. Algumas classificações importantes dos impostos: 
 
a) Quanto à forma de percepção: diretos e indiretos 
 
� São DIRETOS quando o sujeito passivo de direito (aquele que tem a obrigação legal de recolher 
o tributo aos cofres públicos ) é idêntico ao sujeito passivo de fato (aquele que efetivamente 
desembolsa). Não há transferência do encargo tributário. Ex: IPTU, onde o proprietário tem 
obrigação legal de recolher aos cofres públicos e ele próprio arca com o ônus tributário. Neste 
caso não há transferência de ônus financeiro a terceiros. Dá-se o fenômeno da percussão 
tributária; 
 
 
 
� São INDIRETOS quando o sujeito contribuinte de direito é diverso do suejeito passivo de fato. 
Ex: ICMS, IPI, ISS. Nesta hipótese há transferência de ônus tributário a terceiros, há o 
fenômeno da repercussão ou translação, uma vez que o sujeito passivo de direito transfere o 
encargo tributário ao sujeito passivo de fato, como, por exemplo, quando o comerciante já 
engloba o montante do tributo a arrecadar no preço final da mercadoria, transferindo o 
desembolso efetivo do tributo, portanto , para o consumidor final. Vale ressaltar que o 
consumidor, no exemplo, não se diz contribuinte ( nome reservado aos contribuites de direito e 
não aos contribuintes de fato ). 
 
 
 
b) Quanto ao objeto de incidência: reais ou pessoais 
 
� São PESSOAIS quando atingem a pessoa, isto é, levam em consideração características 
subjetivas do sujeito passivo. Incidem sobre a pessoa do contribuinte. Ex: I.R. 
 
 
� São REAIS quando restringem sua incidência à coisa, à ¨res¨ ( = coisa), objeto do imposto, 
desconsiderando, em regra, a figura do contribuinte. Ex: IPTU 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 16 
 
 
 
c) Quanto à alíquota: fixos ou proporcionais: 
 
� FIXOS quando o valor do tributo a ser recolhido for estabelecido, fixado em valor pré-
determinado, segundo o estabelecido em lei. Ex. ISS dos autônomos, o ICMS por estimativa 
das Micro-empresas. A metodologia de cálculo é feita sem aplicação de alíquotas sobre base de 
cálculo. 
 
 
� PROPORCIONAIS quando a alíquota for um percentual a ser aplicado sobre um valor, 
isto é, sobre uma Base de Cálculo. Podendo, por sua vez, ser ainda progressivos, caso a 
alíquota aumente em função do aumento da respectiva Base de Cálculo. Ex: IR 
 
 
d) Quanto à base econômica: ( classificação adotada pelo Código Tributário Nacional )- 
� impostos sobre o COMÉRCIO EXTERIOR. Ex: II e IE; 
� impostos sobre o PATRIMÔNIO E A RENDA: IR,ITR, IPVA, IGF, ITD, ITBI, IPTU ; 
� impostos sobre a PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO: IPI, ISS, ICMS e IOF 
( estas siglas correspondem aos impostos exemplificados na UNIDADE II, tópico n.4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 17 
 
4.2 TAXAS: 
A Constituição, no art. 145,II, elenca a existência de taxa sobre dois fatos geradores distintos, 
denominadas respectivamente taxa de serviço e taxa de polícia, conforme veremos a seguir: 
CF- Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir 
os seguintes tributos:...........II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela 
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao 
contribuinte ou postos a sua disposição; 
 Vide CTN no art. 77. “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do 
poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado 
ao contribuinte ou posto à sua disposição.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATO 
GERADOR 
DAS TAXAS 
UTILIZAÇÃO 
EFETIVA 
OU 
POTENCIAL 
DE 
SERVIÇOS 
PÚBLICOS 
 
ESPECÍFICOS 
 
 E 
 
DIVISÍVEIS 
POSTOS A 
DISPOSIÇÃO 
OU 
EXERCÍCIO REGULAR DO PODER DE POLÍCIA 
TAXAS DE 
SERVIÇO 
TAXAS 
DE 
POLÍCIA 
PRESTADOS 
AO CONTRIBUINTE 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 18 
 
 4.2.1. TAXA DE SERVIÇO 
 
 4.2.1.1. SERVIÇO PÚBLICO: As Taxas de serviços remuneram serviços públicos essenciais de 
Estado ou ainda serviços típicos de Estado. Já em se tratando de serviços públicos não essenciais, estes 
deverão ser remunerados por preços públicos, os quais diferem das taxas. Exemplos de taxas de serviço: 
TCLU (taxa de coleta domiciliar de lixo urbano ); TI (taxa de incêndio); taxa judiciária 
 
a) Diferenças entre Taxas e Preços Públicos: as taxas são instituídas por lei, compulsórias, 
cobradas pelo Poder Público, remunerando, via de regra, serviços públicos essenciais de Estado. 
Admitem terceirização. Já os preços públicos são facultativos, de natureza contratual e 
remuneratórios, via de regra, de serviços públicos não essenciais de Estado, podendo sua cobrança 
ser delegada à pessoas jurídicas de direito privado (concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos = neste caso, alguns doutrinadores preferem a denominação específica de tarifas, enquanto 
outros não fazem distinção entre preço público e tarifa). 
 
SUMULA STF: 545- Taxas e preços públicos não se confundem, porque estas, diferentemente 
daqueles, são COMPULSÓRIAS e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, 
em relação À LEI QUE AS INSTITUIU 
 
E o pedágio será taxa ou preço público?. A doutrina diverge. Para Sacha Calmon é preço público, 
para Baleeiro e Luis Emydio é taxa e, finalmente, para Bernardo Ribeiro de Morais será um tributo 
novo, cujo fato gerador, segundo o art. 150, V da Constituição Federal , seria o uso de via conservada 
pelo Poder Público. Quanto ao STF, há decisões como preço público ( ADIM 800/RS-1992 ) e 
como taxa ( RE-181475/RS- 1999 ), dependendo das características apresentadas por cada caso em 
particular. Varia, portanto, em função da natureza de sua instituição ( instituída por lei será taxa; 
natureza contratual será preço público). Em prova, é usual considerar-se como sendo preço público, 
uma vez predominar, nos dias de hoje, a natureza contratual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 19 
 
 
 
4.2.1.2. SERVIÇO ESPECÍFICOS E DIVISÍVEIS: quanto aos serviços públicos objeto de taxas, 
somente são passíveis de tributação os serviços públicos específicos e divisíveis 
 
Art. 79 CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de 
utilidade, ou de necessidades públicas; 
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus 
usuários 
 
a) ESPECÍFICOS- As taxas se referem a serviços públicos específicos, isto é, aqueles que podem 
beneficiar indivíduos ou grupos determinados, ou seja, aqueles que se destacamdos demais, 
individualizando-se. Ao contrário dos serviços específicos, os Serviços Gerais da Administração , 
como por exemplo, os serviços de turismo, estatística e segurança nacional não poderiam ser objeto 
de taxas por serem inespecíficos. Vide art. 79 C.T.N. 
 
b) DIVISÍVEIS- As taxas exigem também, para sua instituição, que os serviços públicos sejam 
divisíveis, isto é, passíveis de terem seu custo divido pelos usuários. Ex: coleta de lixo domiciliar. 
Ao contrário dos serviços divisíveis, seriam exemplos de serviços indivisíveis, portanto, não objeto 
de taxas, os serviços de diplomacia, forças armadas, segurança pública e etc. Vide art.79 C.T.N. 
 
4.2.1.3. FATO GERADOR: 
 
Art. 79 CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição 
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 20 
 
 
a) UTILIZAÇÃO EFETIVA: o fato gerador diz-se utilização efetiva quando exaurido o serviço, 
utilizado pelo contribuinte. Vide art. 79 CTN. 
 
b) UTILIZAÇÃO POTENCIAL: No entanto há também fato gerador quando o serviço estiver a 
disposição do contribuinte, embora não utilizado efetivamente por este. Diz-se utilização potencial. 
Vide art. 79 CTN. 
 
4.2.2. TAXA DE POLÍCIA 
 
4.2.2.1. FATO GERADOR: a Taxa de Polícia está relacionada ao exercício regular do Poder de Polícia. 
Vide art. 77 CTN. 
 
a) PODER DE POLÍCIA: Poder de Polícia Administrativa, isto é, vigilância , fiscalização, controle 
administrativo no que concerne aos assuntos de interesse coletivo, a exemplo dos mencionados no art. 
78 do CTN. O rol de atividades aí enumerado é exemplificativo. 
 
Art. 78 CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública 
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de 
ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato 
Complementar nº 31, de 28.12.1966) 
 
b) EXERCÍCIO REGULAR: 
 
b.1) Conotação do CTN: vale ressaltar que será regular o exercício do Poder de Polícia quando feito 
pelo órgão competente, nos termos da lei ( vide art.78 , § único CTN ). 
 
Art. 78 CTN Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando 
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo 
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de 
poder. 
 b.2) Outra conotação: efetivo ( STF) 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 21 
 
4.2.2.2. São exemplos de taxas de polícia: as taxas de alvará ( de inspeção ou fiscalização para 
funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais), as taxas de publicidade, taxa de inspeção 
sanitária, as taxas de inspeção de motores, as taxas de verificação de pesos e medidas, as taxas de 
fiscalização de obras em logradouros públicos e etc... 
 
4.2.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS TAXAS 
 
4.2.3.1. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de 
imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado. O art. 16 CTN somente se aplica aos impostos. 
 
4.2.3.2. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO NÃO 
VINCULADA, pois nem a Constituição, nem o CTN prevêem exigência para que a lei instituidora 
destine obrigatoriamente a receita arrecadada com a respectiva taxa para o custeio de algum tipo de 
serviço. Esta é a prática legislativa. Apesar disso, alguns autores, como o prof. Luís Emydio, entendem 
o contrário, mas é posição minoritária. Obs: Vale ressaltar que a Constituição, no entanto, não veda, ao 
contrário dos impostos, que a lei instituidora vincule a receita das taxas. 
 
4.2.3.3. FUNÇÃO: é um tributo retributivo ( custo/ benefício), isto é, tem função ressarcitiva, pois 
visa ressarcir os cofres públicos, do custo que o Estado teve com o serviço prestado ou com o 
exercício regular do Poder de Polícia. 
 
4.2.3.4. BASE DE CÁLCULO: 
 
CF- 145 § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos 
CTN- art. 77- Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que 
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. 
 A base de cálculo das taxas não pode ser a mesma de impostos. O capital das empresas também 
não pode ser utilizado como base de cálculo das taxas. Vide art.145,§2.ºC.RFB. e art. 77, § único do 
CTN. Algumas taxas foram declaradas inconstitucionais por este motivo: taxas de conservação de 
estradas de rodagem ( BC = ITR ) , taxas de licenças com BC = valor dos imóveis, em alguns Estados 
a taxa de incêndio por usarem base de cálculo de imposto., a taxa de lixo quando usa como base de 
cálculo o valor do imóvel. Isto se justifica, pois a Base de Cálculo das taxas tende a refletir uma 
grandeza relacionada com o Custo da atuação Estatal relativa ao contribuinte, ao contrário dos 
impostos. 
4.2.3.5. A taxa rodoviária única, Decreto-Lei 999/69, incidia sobre o valor dos veículos licenciados 
em todo o território nacional, tendo sido substituída pelo IPVA. 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 22 
 
4.3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA: 
 
Contribuição de melhoria ( art. 145, III C.F e art.81 e 82 CTN): 
 
4.3.1 FATO GERADOR 
 
a) O Código Tributário Nacional, publicado em 1966, cita como fato gerador: 
 
Art. 81 CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas 
de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o 
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
c) Decreto-Lei 195/67- Art 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal tem como fato 
gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras 
públicas. 
 
c) No entanto, a Emenda Constitucional n.º 23/83 estabeleceu como fato gerador o " benefício" . 
 
d) Em 1988, a CRFB/88 ao dispor sobre a contribuição de melhoria, cita: 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes 
tributos:..........................III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas 
 A CF deixou o fato gerador em aberto. 
 
Portanto, o Fato Gerador agora está em aberto na nossa constituição. Em função disso, decide o STF: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATO GERADOR 
 
STF 
VALORIZAÇÃO 
IMOBILIÁRIA 
DECORRENTE DE OBRA 
PÚBLICA 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 23 
 
4.3.2. OUTRAS CARACTERÍSTICAS 
 
4.3.2.1.LIMITES: 
A contribuição de melhoria deve respeitar, ao mesmo tempo, dois limites: ( art. 81 CTN ) 
 
a) Limite individual é o valor máximo que cada contribuinte poderá ser cobrado em relação ao seu 
imóvel: é o montante de valorização sofrida pelo seu imóvel. 
b) Limite total é o valormáximo que o ente público pode arrecadar com determinada contribuição 
instituída: é o valor total do custo da obra. 
Obs: O Decreto Lei 195/67 ainda menciona que ainda a observância de um limite de 3% ao ano sobre o 
valor do imóvel, 
 
4.3.2.2.EDITAL PRÉVIO ( art. 82 CTN ): 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: 
I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada 
uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de 
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que 
se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. 
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da 
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em 
função dos respectivos fatores individuais de valorização. 
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante 
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o 
respectivo cálculo. 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 24 
 
 Anteriormente à publicação da lei que vier a instituir a contribuição de melhoria, deverá haver a 
publicação de um edital com dados, informando à população sobre a cobrança da contribuição. Uma vez 
publicados, poderão estes dados ser objeto de impugnação por qualquer interessado durante um prazo a 
ser fixado, que não poderá ser inferior a trinta dias (o Decreto- Lei 195/67, em seu art. 6º, fixa 
exatamente em trinta dias o prazo dentro do qual poderão ser formuladas as impugnações). 
 Constarão do edital as seguintes informações, segundo o art. 82 CTN: o memorial descritivo do 
projeto; o orçamento da obra; a parcela do custo que será financiada ou amortizada pela contribuição, a 
fixação dos coeficientes de valorização e a delimitação da área beneficiada . 
 O Decreto Lei n.º 195/67, que estipula normas gerais sobre a contribuição de melhoria- adquiriu 
força de lei complementar. Ele relaciona as obras públicas que, provocando valorização imobiliária, 
justificam instituição de contribuição de melhoria. O STF o tem como auto executável. Algumas 
determinações oriundas do referido Decreto-lei: a) cabe contribuição de melhoria tendo sido o imóvel 
valorizado direta ou indiretamente pela obra pública; b) a contribuição de melhoria pode ser cobrada 
depois da obra pública ter sido realizada ou quando realizada em parte suficiente para valorizar 
determinado imóvel ( não exige, portanto, o término da obra); c) cabe um limite de 3% do valor do 
imóvel, respeitando-se também o limite individual previsto no CTN. ( essa alíquota não está no 
CTN...apenas curiosidade!) 
 
 
4.3.2.3. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de 
imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado: a valorização decorrente de obra pública. 
 
4.3.2.4. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO NÃO 
VINCULADA, pois nem a Constituição, nem o CTN prevêem exigência para que a lei instituidora 
destine obrigatoriamente a receita arrecadada com a respectiva contribuição para a manutenção da obra. 
Esta é a prática legislativa, ou seja, a não vinculação da receita. Obs: A Constituição Federal, no entanto, 
não veda, ao contrário dos impostos, que a lei instituidora vincule a receita das contribuições de 
melhoria. 
4.3.2.5. FUNÇÃO: é um tributo retributivo ( custo/ benefício), isto é, tem função ressarcitiva, pois 
visa ressarcir os cofres público do custo que o Estado teve com a respectiva obra. 
4.3.2.6. BASE DE CÁLCULO: Dimensão da contraprestação do Estado, ou seja, o custo da 
contrapartida- custo da obra, que sofrerá rateio pelos contribuintes em função da respectiva valorização 
de cada imóvel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 25 
 
 
4.4. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148, CRFB; art. 15, I e II do CTN): 
 
 4.4.1. NATUREZA JURÍDICA: São prestações que, desde a EC 01/69, têm natureza tributária, 
apesar da classificação já estudada relativa às Receitas Públicas. A partir de então, o STF lhes atribui 
natureza de tributo, dado o enquadramento no art. 3.º CTN, bem como dada a sua disciplina no Sistema 
Tributário Nacional, vide art. 148 C.F. 
 
 
 CUIDADO! 
 
 
 
 
 Vide súmula 418 STF: 
 ¨... não são tributos, não estando sujeitos a prévia autorização orçamentária.¨ 
 
 
 
 
 
 EFICÁCIA SUSPENSA 
 
 
 
 
 
 CARACTERÍSTICA ESPECIAL: Compete exclusivamente à União a sua instituição. È tributo que 
deve ser restituído, mesmo que devido, o que configura exceção à regra, devendo, portanto, retornar à 
origem.. 
Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra 
externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, 
observado o disposto no art. 150, III, "b". 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 26 
 
4.4.1. CIRCUNSTÂNCIAS AUTORIZADORAS ( FUNDAMENTOS PARA INSTITUIÇÃO ). 
 
148, I C.F 
• em caso de guerra externa ou sua iminência- 
• em caso de calamidade pública 
( ambas são exceção ao princípio da anterioridade - art. 150,III., b C.F.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
148, II C.F. 
• em caso de investimento público de caráter urgente 
 e relevante interesse nacional 
(há que se respeitar o princípio da anterioridade, art.150, III, b C.F) 
 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA 
CF art. 150 . Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo 
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
 
obs: O art. 15, III do CTN não fora recepcionado pela atual CF/88 
Art. 15 CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos 
compulsórios: 
I - guerra externa, ou sua iminência; 
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos 
orçamentários disponíveis; 
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. 
 
CIRCUNSTÂNCIAS 
AUTORIZADORAS 
148 CF. 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 27 
 
4.4.2. OUTRAS CARACTERÍSTICAS: 
 
4.4.2.1. A competência para instituí-lo é privativa da União mediante LEI COMPLEMENTAR. 
.......em qualquer caso! 
 
 
 
 
 
4.4.2.2. Prazo e restituição- art. 15 parágrafo único CTN. 
 
Art. 15 CTN- Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente oprazo do empréstimo e as condições de 
seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei 
 
 
4.4.2.3. Fato Gerador e base de cálculo: definidos em lei. 
 
 
4.4.2.3. TRIBUTO DE RECEITA VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO VINCULADA . A 
afetação da receita é elemento estrutural, seu descumprimento acarreta inconstitucionalidade de todo o 
tributo. Art. 148, § único CRFB. 
 
Art. 148 C.F- Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PERIGO! 
SEMPRE CAI NA PROVA. 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 28 
 
4.5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
 
 
4.5.1 ESPÉCIES DE CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ( art. 149 C.F.): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRIBUIÇÕES 
ESPECIAIS 
SOCIAIS 
INTERVENTIVAS 
CORPORATIVAS 
STF 
NATUREZA TRIBUTÁRIA 
Disciplinadas no Sistema 
Tributário Nacional- art. 149 CF. 
ATÍPICAS/ 
Sui generis - CIP 149-A CF 
TÍPICAS- 149 CF 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 29 
 
 
4.5.1.1 REGRAS IMPORTANTES : 
 
Art. 149. C.F Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção 
no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 
150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que 
alude o dispositivo 
 
REGRAS art. 149 C.F. EXCEÇÕES 
são instituídas pela União * 149 § 1.º C.F. 
através de lei ordinária ** 195 § 4.º C.F. 
devem observar o princípio da anterioridade *** 195 § 6.º C.F. e 177§4, I, b C.F 
 
 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ( TÍPICAS ) PREVISTAS NO ART. 149 CF: 
 
I- SOCIAIS- 
a) PARA A SEGURIDADE SOCIAL 
a. 1) PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL art. 195 C.F 
a 2) PARA O REGIME PREVIDENCIARIO DO SERVIDOR PÚBLICO- art. 149 
parágrafo único C.F 
b) OUTRAS ( FGTS, SAL EDUCAÇÃO, SAT...) 
 
II- CIDE - CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
a. 1) IAA e IBC 
a. 2) AFRMM 
a. 3) CIDE do petróleo – art. 177 §4 CF 
a. 4) CIDE na importação de tecnologia e outras 
 
II- Contribuições Corporativas- 
a) CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS 
b) CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS EM FAVOR DE ENTIDADES 
REPRESENTATIVAS DE CATEGORIA ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. Ex.: 
contribuições em favor da OAB, CRC, CRO. 
c) contribuições em favor de entidades privadas ligadas às entidades sindicais. Ex. 
SESI, SESC, SENAI, SENAC. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 30 
 
4.5.1.2. Características das Contribuições Especiais: 
 
4.5.1.2.1. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
 
 São contribuições instituídas para cumprir função social, vide o financiamento dos Sistemas 
Oficiais de Previdência e Assistência Social. Caráter parafiscal. 
 
CONTRIBUIÇOES SOCIAIS: 
 
a) PARA A SEGURIDADE SOCIAL 
b. 1) PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL art. 195 C.F 
a 2) PARA O REGIME PREVIDENCIARIO DO SERVIDOR PÚBLICO- art. 149 
parágrafo único C.F 
 
 b) OUTRAS ( FGTS, SAL EDUCAÇÃO, SAT...) 
 
a) SEGURIDADE SOCIAL 
 
a. 1 ) CONTRIBUIÇÕES PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL: O art. 195, 
CRFB estabelece as contribuições voltadas à Seguridade Social. 
 
 Dispõe: "Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta 
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
 
I- do empregador, da empresa e da entidade a ele equiparada na forma da lei sobre: 
 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à 
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
 
• EC 20/98 - Amplia a competência privativa da União referente às contribuições da seguridade 
social pagas pelos empregadores sobre a respectiva folha salarial, ampliando a sua esfera de 
abrangência para incluir também, na respectiva folha salarial, os trabalhadores sem vínculo 
empregatício. Logo a folha salarial, base da respectiva contribuição há de relacionar 
trabalhadores com ou sem vínculo empregatício que prestarem serviços à respectiva pessoa 
jurídica. Art 195,I,a C.F 
 
b) receita ou faturamento – ex: COFINS instituída pela LC 70/91 e alterada pela Lei 9718/98- (% 
sobre receita ou faturamento), PIS ( -art. 239 C.F; Lei 9715/98; x% s/ receita ou faturamento, y% 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 31 
 
sobre a folha salarial para algumas instituições como Templos, Partidos Políticos, Inst. Educação e 
Assistência Social e outras); PASEP ( x% sobre a folha de salários, receitas arrecadadas e 
transferências recebidas) 
 
 Art. 239 CF. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de 
Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para 
o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei 
Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta 
Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-
desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. 
 
c) sobre o lucro - CSLL-( Lei 7689/88 e Lei 10637/02; x% sobre o lucro antes do I.R ) 
 
 
II- do trabalhador e demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição social 
sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social do art. 201 
C.F. 
 
EC 20/98- Imunizou os trabalhadores aposentados do regime geral da previdência. Art 195,II C.F . 
O STF estendeu esta interpretação aos servidores públicos aposentados com fundamento no art. 40 
par.12 C.F. Recentemente a EC 41/03 passou a autorizar a incidência de contribuição social para 
aposentados e pensionistas servidores públicos a partir dos limites dos benefícios concedidos ao 
regime geral- art. 40 par. 18 CF 
 
vide art. 40 par. 12 C.F 
40 § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de 
cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de 
previdência social 
 
Após a EC 41/03 surge um novo quadro normativo: 
 
40 § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo 
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para 
os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
 
 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 32 
 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003). Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II dispõe que as 
contribuições sociais incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.( EC 42 
de 2003). 
 
149 § 2º CF As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o 
caput deste artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
II - incidirão também sobre a importaçãode produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
a.1.1) OBSERVAÇÃO 1.- EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: As 
Contribuições da Seguridade Social ( art. 195 CRFB ), incluindo-se a CPMF, não respeitam o 
princípio da anterioridade art.150,III, b, CRFB, podendo ser cobradas 90 dias após a publicação da 
lei instituidora ou majoradora. (vide art. 195 § 6.º C.F. ) 
 
195 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após 
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não 
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
a.1.2) OBSERVAÇÃO II- A única contribuição social que exige lei complementar- CONTRIBUIÇÃO 
SOCIAL RESIDUAL ( a ser estudada melhor no capítulo de competência tributária): 
 
Art. 195 § 4º CF- A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da 
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I 
 
 
 
 
 
 
 
 
a.2. ) CONTRIBUIÇÕES PARA O REGIME PÚBLICO DE SEGURIDADE SOCIAL-
SERVIDOR PÚBLICO: Em regra, são de competência da União, mas há exceção vista no quadro 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 33 
 
acima: (*Os Estados, DF e Municípios as instituirão, para que sejam cobradas de seus respectivos 
servidores públicos para custeio em benefício destes dos respectivos Regimes Previdenciários ) 
149 § 1º CF Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de 
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 
40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da 
União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 
a.2.1) OBSERVAÇÃO : Aplica-se aqui também o disposto no item a. 1.2. – anterioridade 
nonagesimal. 
 
 b) OUTRAS CONTRIBUIÇÕES ( natureza não securitária ): destacam-se outras contribuições 
sociais, denominadas por alguns como contribuições sociais genéricas: FGTS ( art. 7,III C.F; Lei 
8036/90 - x% sobre a remuneração paga ao trabalhador, incluindo o 13.º salário ); Contribuição 
para o Salário Educação ( art. 212, §5.º C.F; lei 9424/96; x% sobre o total da remuneração paga 
aos segurados -empregados); Contribuição para o SAT , Seguro de Acidente do Trabalho, art. 7, 
XXVIII C.F; Lei 8212/91 ) 
 
 
4.5.1.2.2. CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO- CIDE 
 
a) CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
a. 1) IAA e IBC 
 a. 2) AFRMM 
 a 3) outras CIDEs ( ex: combustível; importação de tecnologia...-) 
 
a) CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO: São contribuições que 
visam controle econômico, isto é, financiar ou custear a intervenção do Estado na economia. Caráter 
extrafiscal. Ex.: contribuições a favor da IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool)-já extinta, IBC 
(Instituto Brasileiro do Café) também já extinta, o atual AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação 
da Marinha Mercante) e outras CIDE's ( contribuições de intervenção no domínio econômico sobre 
situações diversas- ex: lei 10336/96- CIDE sobre os combustíveis- vide art. 177 § 4.º C.F.). 
 
177 § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às 
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus 
derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 34 
 
a) diferenciada por produto ou uso; 
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 
150,III, b; 
II - os recursos arrecadados serão destinados: 
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus 
derivados e derivados de petróleo; 
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; 
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes."(NR 
 
 Observação- o 177,par.4.º ,I, b CF traduz uma exceção ao princípio da anterioridade. 
 
 Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II CF, já transcrito na pág 31, dispõe que as contribuições 
interventivas incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.(EC 42 de 
2003). 
 
 
4.5.1.2.3. CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS 
 
Visam o custeio de uma de uma entidade corporativa. Caráter parafiscal. 
 Há três sub-espécies: 
 
a) as CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS ( não confundir com o art. 8.º, IV C.F.-contribuições 
confederativas ! estas últimas não são tributos) 
 
art. 8, IV C.F- a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria 
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da 
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; 
 
b) as CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS EM FAVOR DE ENTIDADES REPRESENTATIVAS 
DE CATEGORIA ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. Ex.: contribuições em favor da OAB, 
CRC, CRO. 
 
c) bem como também as contribuições em favor de entidades privadas ligadas às entidades 
sindicais. Ex. SESI, SESC, SENAI, SENAC. 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 35 
 
 
 4.5.1.3. Observações complementares- CPMF ( CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE 
MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA )- CONTRIBUIÇÃO SOCIAL! 
 
 A CPMF é contribuição social cuja competência tributária fora atribuída à União pela Emenda 
Constitucional n.º 12/96, tendo sido instituída pela lei 9311/96. Antes da CPMF fora atribuída à União 
em 1993 pela EC 3/03 competência para o IPMF ( imposto provisório sobre movimentação financeira) 
considerado inconstitucional pelo STF. Foi extinta em 31/12/2007 por decurso de prazo. 
 
 No que se refere à CPMF atribuída à União pela EC 12/96, o prazo de validade era de 24 meses, 
com alíquota constitucional máxima de 0,25%, tendo a referida lei utilizado o teto de 0,20% apenas. A 
receita era destinada ao Fundo Nacional da Saúde. Segundo a respectiva Emenda, poderia o Poder 
Executivo, por ato infralegal, alterar a alíquota, reduzindo total ou parcialmente e restabelecendo 
respectiva alíquota. Vide art. 74 ADCT. 
 
 Com a aprovação da E.C 21/99, prorrogou-se a competência PRIVATIVA da União para a 
cobrança da referida contribuição social, com alíquota estipulada em 0,38% para os 12 primeiros meses 
e 0,30% para os 24 meses restantes, sendo a diferença das atuais alíquotas em relação a anterior 
destinada ao custeio do Sistema de Previdência e Assistência social. Vide art. 75 da A.D.C.T. 
 A EC 31/00, que instituiu o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, para vigorar até 2010, 
incluiu, dentre outras fontes de recursos, uma parcela de adicional de 0,08% sobre a CPMF, aplicável de 
18 de junho de 2000 até 17 de junho de 2002 ( vide artigos 79 a 83 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitória s- ADCT ). A EC 37/2002, prorrogou a competência da União para a 
CPMF até 31/12/2004, bem como a vigência da própria lei n.º 9311/96, introduzindo o art. 84 da ADCT. 
A alíquota de 0,38% fica mantida até 31/12/2003, com a mesmo destino aos recursos vigente 
anteriormente, ou seja: 0,20% ao Fundo Nacional da Saúde, 0,10% ao custeio da previdência social e 
0,08% ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. Em 2004 seria cobrado somente 0,08% 
destinado ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. A EC 37/2002 não exigiu observância ao art. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon36 
 
195 § 6.º CF (os 90 dias ) princípio da anterioridade nonagesimal, o que havia sido exigido quando da 
prorrogação da competência para a CPMF através da EC 21/99. O STF acatou a continuidade da 
referida cobrança sem respeito à Anterioridade nonagesimal, visto que, no seu entender, não houve 
descontinuidade nem majoração quando desta prorrogação de competência. A E.C 42/03, prorrogou em 
19/12/03 a CPMF até 31/12/07, fixando alíquota de 0,38%, revogando-se o art. 84, §3.º, II da ADCT. ( 
vide art. 90 ADCT) 
 
 
Vide quadro ilustração sobre a CPMF. 
 24 MESES 12 24 MESES 2002 DEZ-2003 DEZ 2007 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E.C 12/96 
Art. 74 
ADCT 
EC 21/99 
Art. 75 ADCT 
EC 37/02 
Art. 84 ADCT 
% 0,20 
lei 9311/96 
 
Destinada 
 ao F.N.S 
% 0,38 % 0,30 
 
dest: 0,20% dest. 
ao FNS 0,20% 
 ao FNS 
 
diferença diferença 
nova nova 
à Prev.Social a Prev Soc. 
Assist Soc. Assist Soc. 
 
+ 0,08% 
 (FCEP)em 2000 
 
 
 Mantida a 
destinação anterior 
 (total 0,38%) em 
2002 e 2003. 
 Em 2004 apenas 
será cobrado 0,08 
% destinado ao 
Fundo de Combate e 
Erradicação à 
Pobreza. 
 
E.C 42/03 
Art.90 
ADCT 
Prorroga 
CPMF 
Até 
31/12/07 
 
alíquota 
0,38% 
 
Em 2004 
0,38% até 
2007 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 37 
 
 
 
 
 
4.6 CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA: 
 
Tributo novo cuja competência fora atribuída aos Municípios e ao Distrito Federal pela E.C. 39/02 
 
"Art. 149 -A C.F Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma 
das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no 
art. 150, I e III C.F. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de 
consumo de energia elétrica." 
 
 
4.6.1. NATUREZA JURÍDICA DA CIP/COSIP: Tributo ( contribuição especial ), não se 
confunde com taxas. 
 
 
4.6.2. FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO: a ser definido na lei instituidora 
 
4.6.3. Obs: Portanto, a partir de dezembro de 2002, fora atribuída na Constituição competência 
para tributo especial destinado ao custeio da iluminação pública, tendo neste custeio a 
justiticativa da suas instituição, não cabendo portanto taxas para a respectiva finalidade, uma vez 
se tratar de serviço inespecífico e indivisível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 38 
 
 
 
 
 
 
5. O ARTIGO 4º DO CTN- ( DETERMINAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS) 
 
5.1. A natureza jurídica específica de um tributo é determinada pelo seu fato gerador. Vale dizer a 
classificação do tributo em espécies (se imposto, taxa ou contribuição de melhoria) é feita através do 
conhecimento do fato gerador. Sendo irrelevantes o nome adotado em lei bem como a destinação do 
produto da arrecadação. 
 
 
 
 
 
 
Art. 4.º CTN 
 
 
Art. 4º CTN A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da 
respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria 
Ex: LEI N.º X institui o tributo: 
NOME Y- irrelevante 
FATO GERADOR W- relevante 
DESTINO DO PRODUTO ARRECADADO Z- irrelevante 
 
5.2.Em se tratando de empréstimos compulsórios e contribuições especiais, que são tributos especiais, 
outras características deverão ser computadas, por serem integrantes de sua estrutura, como a vinculação 
da receita para os empréstimos e sua restituição obrigatória, bem como a função de custeio das 
contribuições. 
 
Art. 5 CTN 
SÃO TRIBUTOS: IMPOSTO, TAXA E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 39 
 
5.3. A base de cálculo é fator que influencia, não sendo fator determinante de forma isolada, salvo se 
num contexto compreendido também com o fato gerador. 
 
UNIDADE II 
 
1. Competência Tributária: 
 
“ A Competência Tributária é fruto da descentralização política;é manifestação do 
Poder Político na esfera tributária, é sinônimo de Poder de Tributar.” 
 
1.1. Considerações iniciais: “A função das normas jurídicas no Direito Tributário.” 
 
 
1.1.1. Constituição Federal e suas Emendas: 
 
 
 
 
 
 
 A Constituição e as Emendas Constitucionais têm função de atribuir competência tributária, 
descentralizando o Poder Político, podendo também extinguir competência. Portanto, caberia às 
Emendas Constitucionais reformar o Sistema Tributário Nacional, sem, no entanto, criar alterações 
prejudiciais tendentes a abolir cláusulas pétreas ( art 60 § 4.º C.F), com, por exemplo, criando exceções 
ao princípio da anterioridade. 
 Cabe ao ente político a quem fora atribuída a competência, exercê-la ou não, isto é, a instituição de 
tributos será por conveniência do referido ente, portanto, facultativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CF e E.C 
 
PODER 
POLÍTICO 
ENTES POLÍTICOS 
( recebem parcela de autonomia 
política) 
são denominados 
 
FACULDADE 
 
 
 ENTE TRIBUTANTE 
LEI 
FICA INSTITUÍDO O 
TRIBUTO 
FG, %, BC, SP 
ESTADO 
DF 
UNIÃO 
MUNIC. 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 40 
 
 
Não obstante o exercício da competência ser facultativo, cabe observar o disposto no art. 149 §1.º 
CRFB, cujo texto fora alterado pela EC 42/03, ressaltando-se a faculdade dos Estados, DF e Municípios 
adotarem regime próprio de Previdência para os seus servidores públicos. 
 Cabe ressaltar ainda que o exercício da competência tributária sofrerá limitações constitucionais 
representadas por princípios e imunidades a serem observados pelos Entes Tributantes. 
 
 
1.1.2. Lei Complementar: 
 
Dentre as principais funções das Leis Complementares, destacam-se aquelas atribuídas pela art. 146 C.F 
assim dispostas: 
 
Art. 146 C.F. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, ..................... 
 
I- Art. 146, I C.F: DISPOR sobre conflitos de competência em matéria tributária. Quem dispõe sobre 
competência é a Constituição Federal! A lei complementar apenas vai dirimir os conflitos de 
competência. 
Ex: vide art. 155 par. 1.º, III C.F 
 
II- Art. 146, II C.F: REGULAMENTAR as limitações constitucionais ao poder de tributar. Não se deve 
confundir regulamentação das limitações com a própria criação destas limitações. Quem dispõe sobre 
tais limites, que são as imunidades e os princípios constitucionais, é a Constituição Federal! A lei 
complementar apenas regulará o seu exercício. 
Ex: art. 150, VI, “c”, in fine C.F. c.c art. 146, II C.F 
 
C.F 
 
PRINCÍPIOS 
 E 
IMUNIDADES 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 41 
 
 
 
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
INSTITUIÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS SEM FINS LUCRATIVOS 
CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos 
seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
(Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades 
capazes de assegurar sua exatidão. 
 
III- 146, III C.F: ESTABELECER normas gerais de Direito Tributário. São normas básicas 
estabelecidas para o exercício da competência tributária atribuída pela Constituição e aplicáveis aos 
Entes Tributantes quando da instituição dos respectivos tributos . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI 
INSTITUIÇÃO DO 
TRIBUTO 
 
ELEMENTOS 
LEI COMPLEMENTAR 
 
ESTABELECE NORMAS GERAIS 
DEFINIÇÃO DE FG, BC E SUJEITO PASSIVO 
A NÍVEL DE NORMAS GERAIS 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 42 
 
 
 
 
 O Código Tributário Nacional é lei que versa sobre normas gerais, tendo sido editado na forma de lei 
ordinária em 1966, adquirindo status de lei complementar, uma vez que a exigência de lei complementar 
para a elaboração de normas gerais de Direito Tributário surgiu com a Constituição Federal de 1967, 
tendo sido mantida tal exigência no art. 146, III de nossa atual Constituição. 
 
O CTN é a lei ordinária n.º 5172/66, recepcionada pela Constituição Federal de 1967 com 
força de lei complementar, dada a exigência, a partir de então, de lei complementar para criar 
norma geral de Direito Tributário. Fora denominada Código Tributário Nacional pelo Ato 
complementar n.º 36/67. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.3. Lei Ordinária: 
 Têm função de instituir tributos. Embora haja alguns tributos que, por força da Constituição, 
precisem ser instituídos por lei complementar, objeto de estudo do capítulo III, a função de instituir 
tributos, em regra , será exercida por lei ordinária, salvo quando a C.F expressamente exigir lei 
complementar. 
1.1.4. Atos Infralegais: 
 São atos normativos que emanam do Executivo e regulamentam as leis. Esses atos normativos 
infralegais objetivam dar cumprimento fiel aos ditames legais. 
 
 
LEI NACIONAL 
 
CTN 
Lei 5172/66 
 
 
 
C.F. ( 1946 )- não exigia 
que Normas Gerais 
fossem através de Lei 
complementar. 
C.F. ( 1967 ) 
Normas Gerais passam a 
exigir Lei Complementar 
 
C.F (1988 ) 
Normas Gerais 
continuam a exigir Lei 
 
NORMAS 
GERAIS 
 
FORMA DE 
LEI ORDINARIA 
MATERIA DE 
LEI. COMPLE- 
MENTAR 
 
 CF 67 e 88 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2. Competência Tributária e suas características: 
1.2.1. Primeiro enfoque: Competência para legislar sobre Direito Tributário (art. 24, I e §§1 a 4.º, CF): 
estabelecer NORMAS GERAIS- chamada COMPETÊNCIA CONCORRENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Trata-se da Competência concorrente da União, dos Estados e Distrito Federal e se refere ao 
estabelecimento de normas gerais em Direito Tributário. Significa o poder de traçar as regras básicas, 
normas gerais sobre a tributação. 
 
 Em se tratando de Competência Concorrente, cabe à União estabelecer as normas gerais, podendo os 
Estados e DF suplementar esta legislação para atender às suas peculiaridades. 
 
 O exercício da “Competência Concorrente” é aceita pacificamente para União, Estados e D.Federal. 
Quanto aos Municípios, há grande dissenso, uma vez que não possuem em momento algum a 
competência legislativa plena para criar normas gerais de Direito Tributário suprindo a omissão da 
União. Outro argumento para lhes negar a competência concorrente é a sua exclusão do art. 24 C.F/88, 
 
 
UNIÃO 
24 § 1.C.F 
146, III CF 
 
 
´ESTADOS 
DF- 
24 § 2C.F 
 
MUNICIPIO 
Não têm 
competência 
concorrente 
 
 
 
 
 
ESTADOS 
 
24 § 3 C.F 
 
 
 
 
MUNICIPIO 
Não 
 
 
 
 
UNIÃO 
24 § 4 C.F 
 
EST/ D.F 
 
 
MUNICIPIO 
NÃO 
 
OMISSA 
LEI 
Federal 
superveniente 
NORMA 
GERAL 
Competência 
Suplementar 
 
Competência 
Legislativa 
Plena 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 44 
 
que trata da competência concorrente. Outros, no entanto, embasam posição de atribuir competência 
concorrente aos Municípios face ao art. 30, II C.F. Há grande dissenso sobre o assunto. O STF ainda 
não se posicionou. Em concurso público, SOMENTE banca de Direito Tributário , o posicionamento 
tem sido no sentido da doutrina majoritária no Direito Tributário, não atribuindo aos municípios a 
competência concorrente. 
 
 Sendo omissa a União em emitir normas gerais, podem os Estados fazê-lo, suprindo a omissão da 
União, mas, em sobrevindo lei federal sobre normas gerais, a lei estadual que lhes for incompatível 
ficará com a sua eficácia suspensa 
 
Art. 24 C.F . Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
......................................................... 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer 
normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, 
no que lhe for contrário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 45 
 
 
1.2.2. Segundo enfoque: Competência Tributária propriamente dita como sendo o Poder indelegável, 
advindo da descentralização do Poder Político, conferido pela Constituição Federal aos entes políticos 
para instituir e exigir tributos atribuídos pela CF ou Emendas à C.F. O exercício da referida 
competência há de ser compreendido desde a criação do tributo por lei até a sua exigência do sujeito 
passivo tributário, conforme ilustração a seguir: Trata-se da COMPETENCIA PARA LEGISLAR 
SOBRE TRIBUTOS- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Analisando o Código Tributário Nacional, nos art. 6.º a 8.º CTN, verificamos que esta 
competência refere-se ao poder de instituir tributo através de lei, sendo ela atribuída à União, Estados, 
DF e Municípios. Cumpre ressaltar, no entanto, que a competência tributária abrange quatro funções 
básicas: instituir propriamente os tributos ou seja, legislar, bem como outras três funções referentes a 
fiscalizar, arrecadar e executar as normas inerentes à respectiva legislação tributária. 
Vide CTN 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
ENTE TRIBUTANTE- art.6a 8.º CTN 
INDELEGÁVEL 
 INSTITUIR ou 
LEGISLAR 
 
FISCALIZAR 
 
ARRECADAR 
 
EXECUTAR 
 
OUTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO- 
 
 OUTRA 
PESSOA JURÍDICA DE 
 DIREITO PRIVADO 
SUJEITO 
ATIVO 
Art. 119 CTN 
= EXIGIR O 
CUMPRIMENTO 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 46 
 
Art. 6º CTN A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência 
legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições 
dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto 
nesta Lei. 
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas 
jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido 
atribuídos. 
Art. 7º CTN A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou 
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria 
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do 
artigo 18 da Constituição. 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa 
jurídica de direito público que a conferir. 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de 
direito público que a tenha conferido. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do 
encargo ou da função de arrecadar tributos. 
Art. 8º CTN O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito 
público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. 
 
 
 A competência tributária aqui referida é indelegável. No entanto, são passíveis de serem 
transferidas a outras pessoas jurídicas de direito Público as atribuições de fiscalizar, arrecadar tributos 
e executar leis, normas e atos. Trata-se da transferência da Capacidade Tributária Ativa, que é o poder 
transferível de exigir o cumprimento do tributo que já foi instituído. O art. 119 CTN define Sujeito 
Ativo como pessoa jurídica de Direito Público titular da competência ( = capacidade ) para exigir o 
cumprimento da obrigação. Vale ressaltar que na prática há situações em que se discute a possibilidade 
da existência de pessoas jurídicas de direito privado no polo ativo, como por exemplo as entidades 
corporativas. No entanto, na prova vamos adotar a posição do art 119 C.TN, regra geral. 
 
 Tal atribuição para fiscalizar, arrecadar e exigir pode ser transferida pelo ente político que 
instituiu o tributo a qualquer outra pessoa jurídica de direito público (art.7º, CTN). Logo a capacidade 
tributária ativa é transferível, incluindo-se a transferência das garantias e privilégios processuais do 
respectivo ente tributante para o destinatário da referida capacidade ativa, podendo esta atribuição de 
funções ser revogada por ato unilateral a qualquer tempo ( art. 7, §§ 1 e 2.º CTN). 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 47 
 
 
 
 
ISTO NÃO SE CONFUNDE COM DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
 
A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É SEMPRE INDELEGÁVEL 
 
 
 Portanto, a capacidade tributária ativa é transferível, mas a competência tributária é indelegável. 
 
 
 Cumpre ressaltar que a competência tributária compreende a competência legislativa plena, onde 
se atribui ao ente tributante a possibilidade de legislar de forma ampla sobre o tributo, desde sua 
instituição por lei até os atos infra-legais, com as ressalvas das Constituições Federal, Estadual e Leis 
Orgânicas Distrital , Municipal e do CTN. 
 
 Por último, cabe ressaltar que a repartição de receitas tributárias exigida pela Constituição Federal 
também não altera a competência tributária, isto é, em caso do não exercício da competência tributária, 
verificado diante da não instituição de um tributo pelo Ente Tributante, caso a outra entidade política, 
diversa da entidade tributante, à qual eventualmente a Constituição tenha atribuído determinada 
percentagem em repartição de receita tributária, deseje fazê-lo, esta não poderá instituir o respectivo 
tributo no lugar da entidade tributante ao qual fora atribuída a competência legislativa originária. 
 
 Portanto, o não exercício da competência tributária pelo titular de uma competência tributária, não 
justifica invasão de competência com o seu exercício por outra entidade política. 
 
 Cabe ressaltar ainda que o simples cometimento da função de arrecadar tributos de forma isolada 
a outra pessoa jurídica de direito privado não constitui delegação de competência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 48 
 
1.2.3. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
obs: Importante não fazer comparação rígida entre as denominações usadas pelo Direito 
Tributário e pelo Direito Constitucional, uma vez que o Direito Tributário usa denominações 
próprias para competência que às vezes não coincidem com o Dir. Constitucional! 
 
a) Competência Compartilhada ou Comum. (art. 145, II e III, CRFB): é o poder que têm a União, 
Estados, DF e Municípios para instituir taxas e contribuições de melhoria, no âmbito de suas respectivas 
atribuições. (vide art. 77 e 81 CTN ). Vale o critério da predominância do interesse, pois a CF não 
traduz rol específico de taxas ou contribuições de melhoria para cada ente tributante. 
 
 Quando um serviço estiver no âmbito das atribuições de interesse local, serão prestados pelos 
Municípios, se nacional, pela União, sendo que na ausência de previsão poderão os Estados prestar os 
serviços. Daí, segue-se que quem vier a prestar o respectivo serviço, terá a respectiva competência 
legislativa exclusiva para a instituição daquela taxa; quem realiza a obra que acarrete valorização 
imobiliária, terá a competência para instituir a respectiva contribuição de melhoria. A terminologia 
COMPETÊNCIA COMUM, distorcida em relação ao Direito Constitucional, é específica para a 
situação descrita pela Doutrina no Direito Tributário. No entanto, alguns dizem competência 
compartilhada. 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes 
tributos: 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de 
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas 
UNIÃO EST/D.F MUNICÍPIOS 
Taxas e Contribuições de Melhoria 
 
b) Competência Privativa: é basicamente o poder que têm os entes federativos para instituírem os 
impostos que são enumerados na CF. É dita privativa no sentido de que a própria Constituição 
já determina o rol dos impostos relativos a cada Ente Tributante. Incluem-se também na 
competência privativa da União o Empréstimo Compulsório e as Contribuições Especiais. 
Alguns autores preferem denominar a competência do empréstimo compulsório e das 
contribuições especiais de competência especial, dada a discussão de sua natureza tributária. 
Hoje, no entanto, o STF considera ambos como tendo natureza jurídica tributária. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Prof. Alexandre Lugon 
 
 
 49 
 
Art. 145 C.F. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: I - impostos; 
 Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios 
Art. 149 C.F. Compete exclusivamente à União institir contribuições

Outros materiais