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MATÉRIA COMPLETA DO 1º BIMESTRE DE DIREITO CONSTITUCIONAL II PROF. TANYA

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16/2
Direito Constitucional II
Direitos fundamentais:
A questão terminológica: num primeiro momento, cabia o nome de liberdades públicas aos direitos fundamentais, pois era pelo que se lutava na época – uma limitação do poder estatal. Com o passar do tempo, as demandas mudaram. A liberdade e a igualdade não eram mais suficientes para a efetivação dos direitos fundamentais, porque não eram todos que tinham acesso a elas. Sendo assim, as demandas foram levadas novamente ao Estado (segurança, saúde, educação, trabalho etc.) e não havia como se chamar essa dimensão de direitos como liberdades públicas. 
Direitos: não são restritivos. São interesses juridicamente protegidos
Fundamentais: tem a ver com fundamentalidade, imprescindibilidade. Significa que não há sem eles pleno desenvolvimento da condição humana. Fundação – base – a partir daquilo que se quer construir.
Relação com a Constituição: os direitos fundamentais são protegidos dentro do ordenamento de cada Estado. A Constituição se torna o local adequado para positivar essas normas pela sua força de construção e uma vez que é norma suprema e ela estão relacionados os temas de maior relevância quanto à existência humana.
Dimensões: a primeira se dá pelas liberdades individuais e participação política. Com os efeitos negativos, surgem os direitos sociais de demanda econômica. E por último, num contexto de guerra, ocorre a busca pela paz e direitos difusos. É uma constante mudança de paradigma. Em um gráfico:
	 
	Público
	Privado
	1ª dimensão
	-
	+
	2ª dimensão
	+
	-
Direitos fundamentais como trunfos contra a maioria: a tensão entre Estado de direito e democracia pode ser vista como uma proteção a minoria. O primeiro é a garantia de sobrevivência dos direitos fundamentais contra o Estado. Já a democracia é a soberania popular, o governo de todos, e sendo assim, uma decisão da maioria deve respeitar os direitos fundamentais das minorias. Por isso o poder judiciário é separado e não eleito por uma maioria – para assegurar os direitos das minorias.
Associação entre democracia e soberania popular: a democracia não pode acabar com ela mesma e a soberania popular não pode acabar com os direitos fundamentais.
22/2
Classificação dos direitos fundamentais segundo José Afonso da Silva: considera o homem primeiramente, como indivíduo e parte integrante de uma coletividade (art. 5º). Além disso, o homem precisa ter o seu direito de ser social – art. 6º e art. 193 ss. - (direitos individuais, coletivos e sociais). É preciso que o homem esteja vinculado como parte integrante do Estado ao qual pertence (direito à nacionalidade). E por último, o grupo precisa do seu direito de participar, ele é titular da soberania (direitos políticos). Então temos os direitos fundamentais são classificados em:
Individuais;
Coletivos;
Sociais;
Quanto à nacionalidade e
Políticos.
Direitos e garantias fundamentais: 
Direitos fundamentais: norma de direito, tem caráter declaratório, denunciativo, ou seja, declara certa proteção a um bem jurídico (vida, igualdade etc.). Significa acima de tudo a existência jurídica de tal proteção.
Garantias fundamentais: tem caráter instrumental, assecuratório. Elas funcionam como instrumentos para a realização ou restabelecimento de direitos fundamentais quando forem violados.
Direitos fundamentais em espécie
Direitos individuais 
Direito à vida: caput do art. 5º da CF. “A existência humana é o pressuposto elementar de todos os demais direitos e liberdades dispostos na Constituição. O direito à vida é a premissa dos direitos proclamados pelo constituinte; não faria sentido declarar qualquer outro se, antes, não fosse assegurado o próprio direito de estar vivo para usufruí-lo”. Curso de Direito Constitucional. Gilmar Ferreira Mendes.
A vida aqui é posta como o art. 1º, porque sem ela não há como tutelar outros direitos. É criada aqui uma esfera juridicamente protegida para conter o poder do Estado, ou seja, a Constituição diz o que pode e o que não pode. Ela proíbe o Estado de tirar a vida. Não pode haver pena de morte.
Tanto o Estado quanto os particulares são obrigados a respeitar esse direito. Segundo a Constituição pode: tirar ou suspender direitos, multar, exigir serviços sociais e penalizar com a liberdade.
Uma prova de que os direitos fundamentais não são absolutos, é que a própria vida pode ser tirada em casos como o do art. 84 inc. XIX da CF: “declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional”.
É preciso ser cauteloso para condicionar quando o Estado pode violar um direito. Nesse caso surge a necessidade de distinguir inimigo de adversário.
Inimigo: é aquele Estado com o qual o meu se encontra em situação de guerra. A racionalidade em tempos de guerra é: eu não quero matar o meu inimigo, mas talvez seja necessário, porque existe a escolha entre nós e eles. 
Adversário: é aquele com quem eu não concordo e tento convencer da minha opinião e vice-versa. O primeiro cenário não se aplica a ele.
Nós somos todos iguais perante a Constituição (formalmente), fazemos parte do mesmo Estado e povo (conjunto de nacionais que é titular dessa lei). Então, resolvemos nossas discordâncias de acordo com a democracia, ou seja, somos merecedores de igual respeito. Por isso, não deve ser aplicada a pena de morte entre nacionais.
Seguindo uma lógica, podemos dizer que só pode haver pena se há condenação, e só há condenação se há julgamento, e o julgamento depende da entrada de uma ação processual que só procede se existir uma norma anterior que descreva e tipifique o ato como crime.
Essas condições se voltam tanto para nós quanto para o Estado.
ABORTO: 
Interrupção voluntária da gravidez: é crime, não pode. É proibido, porque ali já existe vida e ela tem que ser protegida. 
 Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:
        Pena - detenção, de um a três anos.
        Aborto provocado por terceiro
        Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
        Pena - reclusão, de três a dez anos.
        Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
        Pena - reclusão, de um a quatro anos.
        Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
        Forma qualificada
        Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas      causas, lhe sobrevém a morte.
        Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
        Aborto necessário
        I - Se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
        Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
        II - Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Antecipação terapêutica da gestação: quanto a isso, o art. 128 do CP descriminaliza quando for necessária, ou seja, quando a vida da mãe é colocada em risco pela gestação. E logo se vê certa coerência já que o bem juridicamente protegido é a vida. Nos casos de anencefalia também, porque não há potencial de vida. Já em casos humanitários, ou seja, de estupro, torna-se incompreensível a descriminalização do aborto, porque embora seja uma experiência traumática, a vida continua existindo. Por que seria nesse caso não protegida e no outro sim?
Nos casos de má formação não há previsão de descriminalização.
Pesquisas com células tronco-embrionárias: Lei 11.105/05 Art. 5º: É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-troncoembrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:
        I – Sejam embriões inviáveis; ou
        II – Sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
Essa decisão foi tomada a partir do consenso de que o embrião não tem como se desenvolver fora da barriga da mãe. Sendo assim não há vida plena a se questionar.
Lembrando que as relações públicas são diferentes das religiosas. O exercício de um direito fundamental não pode ser criminalizado
23/2
2) Direito à Igualdade: também conhecido como princípio da isonomia. Existe a igualdade na lei, que o legislador não pode inserir discriminação nela mesma, e a igualdade perante a lei, que os destinatários serão sempre o executivo e o judiciário. O objetivo desse direito é, obviamente combater as desigualdades e os desequilíbrios sociais. Desse ponto, devemos separar o significado de desigualdade e diferença. A primeira se remete ao fato de que as pessoas estão diferentemente inseridas na sociedade, nem todas estão diante das mesmas condições, as relações podem ser horizontais, ou seja, de igual para igual, ou verticais. A segunda diz respeito à diversidade, à pluralidade. Nela, não há nada de errado, muito pelo contrário.
Discriminação positiva: são as ações afirmativas, por exemplo. Trata as pessoas diferentemente para dar a elas condições iguais.
“Assim, não poderá subsistir qualquer dúvida quanto ao destinatário da cláusula constitucional da igualdade perante a lei. O seu destinatário é, precisamente, o legislador e, em consequência, a legislação; por mais discricionários que possam ser os critérios de política legislativa, encontra no princípio da igualdade a primeira e mais fundamental de suas limitações”. Francisco Campos.
O CONTEÚDO JURÍDICO DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE – CELSO ANTONIO BANDEIRA.
“A igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”.
“A igualdade dos sujeitos na ordenação jurídica, garantida pela Constituição, não significa que estes devam ser tratados de maneira idêntica nas normas e em particular nas leis expedidas com base na Constituição. A igualdade assim entendida não é concebível: seria um absurdo impor a todos os indivíduos exatamente as mesmas obrigações ou lhes conferir exatamente os mesmos direitos sem fazer distinção alguma entre eles, como, por exemplo, entre crianças e adultos, indivíduos mentalmente sadios e alienados, homens e mulheres”. (Hans Kelsen)
“...qualquer elemento residente nas coisas, pessoas ou situações, pode ser escolhido pela lei como fator discriminatório, donde se segue que, de regra, não é no traço de diferenciação escolhido que se deve buscar algum desacato ao princípio isonômico”.
“...as discriminações são recebidas como compatíveis com a cláusula igualitária apenas e tão-somente quando existe um vínculo de correlação lógica entre a peculiaridade diferencial acolhida por residente no objeto, e a desigualdade de tratamento em função dela conferida, desde que tal correlação não seja incompatível com interesses prestigiados na Constituição”.
“...é certo que fator objetivo algum pode ser escolhido aleatoriamente, isto é, sem pertinência lógica com a diferenciação procedida”.
“...por via do princípio da igualdade, o que a ordem jurídica pretende firmar é a impossibilidade de desequiparações fortuitas ou injustificadas”.
Critérios para a identificação do desrespeito à isonomia
“...diferenciações que não podem ser feitas sem quebra da isonomia se divide em três questões:
A primeira diz com o elemento tomado como fator de desigualação;
A segunda reporta-se à correlação lógica abstrata existente entre o fator erigido em critério de discriminação e a desigualdade estabelecida no tratamento jurídico diversificado;
A terceira atina à consonância desta correlação lógica com os interesses absorvidos no sistema constitucional e destarte juridicizados.
Esclarecendo melhor: tem-se de investigar, de um lado, aquilo que é adotado como critério discriminatório; de outro lado, cumpre verificar se há justificativa racional, isto é, fundamento lógico, para, à vista do traço desigualador acolhido, atribuir o específico tratamento jurídico construído em função da desigualdade proclamada. Finalmente, compete analisar se a correlação ou fundamento racional abstratamente existente é, in concreto, afinado com os valores prestigiados no sistema normativo constitucional. A dizer: se guarda ou não harmonia com eles”.
“... a lei não pode criar em critério diferencial um traço tão específico que singularize no presente e definitivamente, de modo absoluto, um sujeito a ser colhido pelo regime peculiar”.
“... o traço diferencial adotado, necessariamente há de residir na pessoa, coisa ou situação a ser discriminada; ou seja: elemento algum que não exista nelas mesmas poderá servir de base para assujeitá-las a regimes diferentes”.
“Com efeito, a igualdade é um princípio que visa a duplo objetivo, a saber: de um lado propiciar garantia individual (não é sem razão que se acha inscrito em artigo subordinado à rubrica constitucional) contra perseguições e, de outro, proibir favoritismos”.
“Haverá inviabilidade lógica se a norma singularizadora figurar situação atual irreproduzível por força da própria abrangência racional do enunciado. Seria o caso, por exemplo, de lei que declarasse conceder o benefício tal aos que houvessem praticado determinado ato, no ano anterior, sendo certo e conhecido que um único indivíduo desempenhara o comportamento previsto”.
“Haverá inviolabilidade apenas material, quando, sem prejuízo lógico à reprodução da hipótese, haja, todavia, no enunciado da lei, descrição de situação cujo particularismo revela uma tão extrema, da improbabilidade de recorrência que valha como denúncia do propósito, fraudulento, de singularização atual absoluta do destinatário”.
“Em suma: sem agravos à isonomia a lei pode atingir uma categoria de pessoas ou então voltar-se para um só indivíduo, se, em tal caso, visar a um sujeito indeterminado e indeterminável no presente. Sirva como exemplo: será concedido o benefício tal ao primeiro que inventar um motor cujo combustível seja água”.
“A lei diz geral, quando apanha uma classe de sujeitos. Generalidade opõe-se a individualização, que sucede toda vez que se volta para um único sujeito, particularizadamente, caso em que se deve nominá-la lei individual”.
“Diversa coisa é a abstração da lei. Convém denominar de abstrata a regra que supõe situação reproduzível, ou seja, ação-tipo. O seu oposto é o caso concreto, relativo à situação única, prevista para uma só ocorrência, portanto, sem hipotetizar sua renovação”.
“Toda a regra abstrata é simultaneamente geral, dado que apanha sempre, conquanto às vezes, intertemporalmente, uma categoria de pessoas”.
“A regra simplesmente geral nunca poderá ofender à isonomia pelo aspecto de individualização abstrata ao destinatário, vez que seu enunciado é, de si mesmo, incompatível com tal possibilidade;(...) a regra abstrata também jamais poderá adversar o princípio da igualdade;(...) a regra individual poderá ou não incompatibilizar-se com o princípio da igualdade, quando versa sobre um sujeito indeterminado no futuro, por exemplo; (...) a regra concreta, igualmente, será ou não harmonizável com a igualdade.
“Já os fatos ou situações que no tempo transcorrerem e por ele se demarcam, este sim, é que são e podem ser erigidos em fatores de discriminação (...)”.
“Portanto, o que autoriza discriminar é a diferença que as coisas possuam em si e a correlação entre o tratamento desequiparador e os dados diferenciais radicados nas coisas”.
“Em suma, é ilógico, irracional, buscar em um elemento estranho a uma dada situação, alheio a ela, o fator de sua peculiarização”.
“Ora, o princípio da isonomia preceitua que sejam tratadasigualmente as SITUAÇÕES iguais e desigualmente as desiguais”.
“Esclarecendo melhor: tem-se que investigar, de um lado, aquilo que é erigido em critério discriminatório e, de outro lado, se há justificativa racional para, à vista do traço desigualador adotado, atribuir o específico tratamento jurídico construído em função da desigualdade afirmada”.
“Então, no que atina ao ponto central da matéria abordada procede afirmar: é agredida a igualdade quando o fator diferencial adotado para qualificar os atingidos pela regra não guarda relação de pertinência lógica com a inclusão ou exclusão no benefício deferido ou com a inserção ou arredamento do gravame imposto”.
“Em síntese: a lei não pode conceder tratamento específico, vantajoso ou desvantajoso, em atenção a traços e circunstâncias peculiarizadoras de uma categoria de indivíduos se não houver adequação racional entre o elemento diferencial e o regime dispensado aos que se inserem na categoria diferenciada”.
“... não basta a exigência de pressupostos fáticos diversos para que a lei distinga situações sem ofensa à isonomia. Também não é suficiente o poder-se arguir fundamento racional, pois não é qualquer fundamento lógico que autoriza desequiparar, mas tão-só aquele que se orienta na linha de interesses prestigiados na ordenação jurídica máxima. Fora daí ocorrerá incompatibilidade com o preceito igualitário”.
“Há ofensa ao preceito constitucional da isonomia quando:
A norma singulariza atual e definitivamente um destinatário determinado, ao invés de abranger uma categoria de pessoas, ou uma pessoa futura e indeterminada.
A norma adota como critério discriminador, para fins de diferenciação de regimes, elemento não residente nos fatos, situações ou pessoas por tal modo desequiparadas. É o que ocorre quando pretende tomar o fator tempo – que não descansa no objeto – como critério diferencial”.
A norma atribui tratamentos jurídicos diferentes em atenção a fator de discriminação adotado que, entretanto, não guarda relação de pertinência lógica com a disparidade de regimes outorgados.
A norma supõe relação de pertinência lógica existente em abstrato, mas o fator descriminalizante estabelecido conduz a efeitos contrapostos ou de qualquer modo dissonantes dos interesses prestigiados constitucionalmente.
A interpretação da norma extrai dela distinções, discrímens, desequiparações que não foram professadamente assumidos por ela de modo claro, ainda que por via implícita”.
2/3
Direito de liberdade:
Observações introdutórias: 
É preciso o contraponto para entender por que o legislador foi tão detalhista quanto a esse direito fundamental. Ele não é um dado, como qualquer direito dessa categoria se trata de um direito construído e em constante ameaça de ser aniquilado. A prioridade de atenção se dá por causa da ditadura militar, o constituinte queria se certificar de que não foi deixada qualquer brecha para que o Estado pudesse suprimir, cobrir ou restringir indevidamente e arbitrariamente esse direito, que é um só, mas que se manifesta de formas variadas. 
Nós continuamos falando de proteger o sujeito do poder público. O Estado é o grande destinatário da proteção da liberdade. O que a constituição quis foi criar um campo juridicamente protegido no qual os particulares fossem livres para tomarem suas decisões, se auto determinar, atuar de acordo com as suas convicções sem que o Estado viesse a interferir, nem na formação do juízo de valor, nem nos meios de exteriorização desse conteúdo. Imaginar o Estado como devedor de respeito para com a diversidade, com o dever de tratar todos como iguais.
Na medida em que começamos a avançar e agregar mais direitos fundamentais aos estudos, fica claro a relação entre eles, como o conteúdo de um fica influenciado pelo de outro, é uma relação recíproca. 
O Estado tem o dever de tratar a todos como iguais, merecedores de respeito.
Tipos de liberdade: 
Liberdade interior: subjetiva, moral ou psicológica. Nada mais é do que o livre-arbítrio, mas enquanto mantido em nosso interior. Exercício da liberdade interna, elas não são importantes para o direito – indiferente jurídico. Não é preciso de proteção para esse exercício.
Liberdade externa: precisa de proteção, ou seja, é importante para o direito. Também chamada de liberdade objetiva. Nada mais é que a prerrogativa de expressão do querer individual. Liberdade de fazer ou não fazer. O Estado não pode arbitrariamente criar restrições para isso. O homem é um ser social, e o compartilhamento de ideias é essencial, seja no momento da aula, em uma mensagem etc. Também não é absoluta e pode ter condições para o exercício.
Segunda ordem de observações/contrapontos: 
Legalidade: a liberdade externa dialoga com a legalidade. A matriz é o art. 5º inc. II da Constituição – “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei”. Enquanto não houver uma lei determinando uma coisa a fazer, não é obrigada. Mas quando a lei impuser um determinado comportamento ou proibir algo as coisas mudam. Declara que a liberdade externa pode sofrer restrição, desde que ela seja pronunciada em lei. A lei pode faze-la em dois caminhos:
I. Normas preceptivas: que impõem um comportamento. 
II. Normas proibitivas: impõem o que não deve ser feito. Farto campo do direito penal. Descrevem condutas que não devem ser praticadas sob pena de.
A lei pode, mas não pode tudo. Ela pode dentro dos limites constitucionais que não violem os direitos humanos. Por que pode? Porque tem origem no poder legislativo seguindo o processo que a Constituição previu. A lei pode criar obrigatoriedade e proibição de comportamentos por causa da sua origem. A lei é o que é produzido pelo poder legislativo seguindo o processo que a Constituição determinou. Este ato que pode criar deveres e proibições. Quem faz a lei é o poder legislativo, em última análise somos nós pela questão da representatividade, eles fazem as leis em nosso nome. Nós somos coautores. Somos integrantes de uma mesma comunidade de valores, nós concordamos que existe um processo de deliberação democrática para tomar decisões. É a essência das casas legislativas serem órgãos nos quais caibam representatividade de diversos interesses. 
A LIBERDADE EXTERNA ASSUME VÁRIAS FORMAS:
I – Pessoa física
II – Pensamento 
III – Expressão coletiva – reunião e associação
IV - Ação profissional
V – Liberdades de controle econômico e social
Pessoa física: 
O primeiro destinatário é o Estado, ou seja, quem eu quero que se abstenha.
Noção: possiblidade jurídica reconhecida a todos de se locomoverem desembaraçadamente no território nacional. Pretende-se evitar com isso que o Estado saia detendo arbitrariamente as pessoas. As autoridades que falam em nome do poder público não podem reprimir a possiblidade de se locomover de um ponto ao outro injustificada ou arbitrariamente. Também existem restrições que precisam estar previstas em lei. 
Tipos:
Locomoção: art. 5º inc. XV. Direito de ir e vir ficar ou permanecer no, do e para o território nacional em tempos de paz. Não é absoluto, existe a privação de liberdade e propriedade privada. 
Circulação: desdobramento da liberdade de locomoção. Prerrogativa de se deslocar de um ponto a outro usando as vias públicas ou afetadas ao uso público, ou parte integrante de uma propriedade privada com afetação (servidão). A propriedade impõe um condicionamento a circulação, daí a necessidade de vias públicas. 
Só dá para resolver problemas de direitos fundamentais com casos concretos. Não se pode criar restrição para alguém e não para outro que se encontre nas mesmas condições, nem criar restrições que sejam aparentemente homogêneas, mas que na sua fundamentação não encontre amparo constitucional. 
8/3
Liberdade de pensamento: 
Noção: direito de exprimir, por qualquer forma, o que quer que se pense sobre ciência, religião, política, arte, futebol ou qualquer outra coisa. O tema não importa, o que se quer é que o Estado esteja bem controlado em relação a isso.
Tipos (art. 5º Inc. IV, V,IX, XII, XIV e art. 220 ss.): 
Opinião (liberdade primária): a tutela é o conteúdo. Onde tudo começa. O Estado não pode determinar os processos internos de reflexão, impedindo formar conteúdos. 
Comunicação: é livre a manifestação de pensamento sendo vedado o anonimato, mesmo que seja exercício do seu direito, porque pode causar danos. Os meios pelos quais eu vou poder comunicar o conteúdo que eu elaborei no exercício do direito de opinião. 
Expressão: atividade científica, intelectual, artística e de comunicação independentemente de censura ou licença. O conteúdo não importa, e sim os caminhos, como isso se exterioriza. 
Religiosa: é dividida em três grupos – a crença, nela existe também o espaço para não crer, o culto, ou seja, uma série de práticas religiosas de dependem do encontro de várias pessoas que partilham a mesmas crenças, e a organização religiosa, que compreende a livre criação, a livre ordenação, a livre estruturação interna e o livre funcionamento das organizações religiosas, são pessoas jurídicas.
Não se pode aqui, descaracterizar Candomblé e Umbanda como religião para não as proteger como direitos fundamentais.
Esse preconceito no Brasil está ligado ao período Imperial no Brasil, em que foi proclamada a religião Católica como a oficial do país. “Art. 5º: A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma algum exterior de templo”.
Questionamentos: o nome de Deus está no preâmbulo da Constituição, mas o que Deus faz por ela? Nós temos no calendário diversos feriados relacionados a religião católica, sendo o Estado laico, não deveriam ser abolidos esses feriados ou ao invés disso, incorporados outros de distintas religiões? E por último, o fato de existirem símbolos religiosos em lugares públicos. 
Informação: direito de transmitir, buscar e receber informações. 
O direito de resposta existe para a transposição de ideias e depende do poder público – ele deve prestar contas a menos que haja sigilo e, sendo assim, deve detalhadamente provar. Art. 5 º Inc. XXXIII
Particulares não são obrigadas
Liberdade de informação jornalística: é pressuposto para a realização da democracia. A informação jornalística tem duas partes. A notícia, que é objetiva e leva consigo conhecimento para os outros, e a crítica. 
A notícia deve contemplar a veracidade dos fatos, sua forma não pode ser insidiosa, ou seja, tem que ser adequada ao conhecimento e evitar constrangimentos e deve haver interesse jornalístico – existe a respeito de fatos cujos cidadãos precisam ter conhecimento para formar opinião e participar do processo democrático – é altamente subjetivo.
A base da liberdade de expressão é o contraponto de ideias.
Nesse contexto, deve ser excluído o discurso de ódio, porque nele predomina a ideia de que há pessoas que não são merecedoras de respeito e, portanto, não devem ter seus direitos fundamentais garantidos.
Expressão coletiva: 
Noção: são as que demandam uma pluralidade de sujeitos para o seu exercício, que se situará no espaço público ou privado. O Estado não pode impedir
Tipos: 
Direito de reunião: vários titulares precisam ocupar o espaço público para coletivamente se expressarem. “ XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; ”.
Tem título pessoal: se traduz em uma pluralidade de sujeitos.
Temporal: vai ocorrer em determinado momento e acabar. É transitório.
Teleológico: tem finalidade, objetivo comum cuja realização tem um meio. Todos que lá estão reunidos tem o mesmo objetivo.
Espacial: utiliza determinada área acessível ao público.
Formal (organização): afastar o livre e fortuito encontro de pessoas. Objetivo de não frustrar outras reuniões. Deve ser previamente avisado e aquele que pediu primeiro tem direito. Proporcionar acesso ao espaço público 
Objetivo: caráter pacífico, sem porte de armas, porque daí entende a relação com o discurso de ódio.
Não pode ter qualquer medida do poder público para conter o movimento, justamente pelo uso do espaço público ser simbólico, exercício democrático.
Não pode reprimir o todo pela dissintonia de um grupo. Apenas se houver perigo real e eminente, que não precisa de verbalização.
9/3
Direito de associação (ou melhor, de associar-se): é diferente do direito civil. É como a associação de advogados, médicos, fundação de partido político etc. Cabe qualquer resultado de associação, desde que seja lícito (Inc. XVII) e não tenha caráter paramilitar (os mesmos preceitos militares, porque esses são monopólio legítimo do Estado – hierarquia, armas, uso da força etc.). Tem a ver com milícias. A empresa de segurança se diferencia porque é regularizada pelo Estado, não coage a contratar sob pena de, não escolhe se associar por causa do Estado, é livre a escolhe e se submete ao Estado.
Caráter permanente: objetivos de médio ou longo prazo.
Direção unificante: comunhão de propósito – os sócios precisam ter sintonia nos seus objetivos.
Base contratual: não precisa necessariamente assumir forma de contrato, e sim documento de organização, para a definição das competências e posteriores direitos e deveres. A deliberação desse contrato deve ser feita entre os sócios, sem a presença do Estado. Inc. XVIII. A lei pode exigir determinadas cláusulas, que não se enquadram como limitações, uma vez que é um contexto dentro do qual se delibera. 
A associação deve ser levada ao conhecimento de todos, porque se relaciona com terceiros.
Caráter informal: não precisa ter uma personalidade jurídica, tudo depende da sua relação com os outros
DIREITO A PROPRIEDADE
Matriz constitucional: art. 5º inc. XXII até o XXX, art. 170 inc. II e III, art. 182 a 186 e art. 191 da CF. A relação entre propriedade e FUNÇÃO SOCIAL é visceral.
Função: é um meio, instrumento. A propriedade tem uma função, ela gera frutos, seja de maneira literal ou não. Enquanto o proprietário fizer sua parte, usá-la em função de terceiros, o Estado o protege, porque é um meio para a sociedade. Não é um direito individual puro. Coloca interesses em antagonismos, mas há condicionamentos – em último caso aparece a desapropriação com indenização.
Como cumprir a função social? Tem variados tipos de propriedade
Art. 186 - aspecto socioambiental – harmonizar as duas coisas
Art. 182 – competência municipal – função social da propriedade urbana. Incentiva o particular a atender a função social progressivamente.
Desapropriação x desapropriação – sanção x expropriação 
O art. 5 º inc. XXIV não faz referência a função social, e sim ao regime geral de desapropriação.
Desapropriação: é a transferência compulsória de uma propriedade privada para o patrimônio público mediante indenização. É preciso colocar na balança o interesse do proprietário em manter o patrimônio e o interesse coletivo.
Art. 184 § 4º Inc. III e art. 184 – Continua tendo indenização, mas a sanção é um componente. Existem dois caminhos para indenizar: pagando um valor menos a vista, ou pagar o preço justo parcelado em até 10 anos. Não confundir com a expropriação do art. 243.
Art. 5º Inc. XXIV - Acontece por um fator externo ao proprietário. O poder público faz a identificação de um interesse ou necessidade social cujo atendimento só é viabilizado por meio de uma certa propriedade e, por isso, é preciso transforma-la de propriedade privada para patrimônio público. A lei define o PROCESSO de desapropriação. Há o devido processo legal sempre que se cogitar tirar um bem ou liberdade (direito fundamental), de maneira justa, prévia e em dinheiro. 
Desapropriação sempre envolve indenização.
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b) Desapropriação – sanção: temos por parte do proprietário o descumprimento da sua obrigação de fazer atender a função social. Tem duas maneiras deo Estado trabalhar com sanção: 
Quantum indenizatório: avaliar a propriedade em menos. 
Forma: é o da nossa Constituição, mexe-se na forma, não existe liquidez, se recebe em títulos e não em dinheiro. O prazo de resgate é longo. 
c) Expropriação: art. 243 – juízo de desvalor. Não é simplesmente não cumprir função social. É incorrer em ilícitos contra bens da vida de alta importância. Ocorre a perda da propriedade, não há indenização.
Nos três casos há o devido processo legal, porque se trata de um direito fundamental. 
Na propriedade imaterial também tem função social. Propriedade intelectual, por exemplo. A proteção maior em um primeiro momento é do artista, autor etc. 
Direitos sociais
Noções gerais: antes se queria que o Estado fosse neutro. Ele assume estado de alguém que se cobre prestações. Para de ser abstencionista para prestacionista. Segundo o professor José Affonso da Silva, os direitos sociais são prestações estatais positivas enunciadas em normas constitucionais, que buscam melhorar a condição de vida, igualizando situações sociais desiguais. O núcleo desse direito é a igualdade. A relação não é horizontal, esse direito tenta deixar os dois lados mais ou menos em mesmo plano. 
Histórico: começa a ganhar força quando as constituições começam a incorporar os direitos sociais como fundamentais e passam a ter status constitucional. A Constituição Mexicana, de 1917, foi a primeira a falar sobre esses direitos e depois, a Constituição da República de Weimar, em 1919. E no Brasil, com forte influência dessa constituição, a de 1934 – a primeira a ter um título sobre a ordem econômica e social.
Ordem econômica e social: não tem como separa-los, quaisquer direitos sociais e culturais terão um custo. Então, correspondem a disciplina normativa dos direitos econômicos. São reciprocamente dependentes. Essa relação acontece em vários setores, tem desdobramentos. Quando se pede providências ao Estado, vai corresponder consequências – não se torna mais suficiente o Estado mínimo, ele precisa crescer. E o Estado começa a intervir na economia, seu perfil muda. Quanto mais prestador o Estado, maior sua intervenção na economia. 
Título II Capítulo II: este capítulo se organiza em três frentes:
Indicação: art. 6º. É uma lista dos direitos sociais. “ São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. Art. 194 e ss. Significa o “na forma desta Constituição”.
Direitos individuais dos trabalhadores: referência às relações formais de emprego. Art. 7º da CF.
Direitos coletivos dos trabalhadores: para garantir a igualdade nas relações, se mexe nas relações de trabalho, porque é da essência do sistema capitalista (art. 170 – a ordem econômica está fundada na valorização do trabalho humano, livre iniciativa. Art. 193). Colocar condições mínimas e evitar problemas laborais. Despedir sem justa causa, recebimento de férias, salário superior para quem trabalha durante a noite, atividades perigosas, remuneração a mais de trabalho extraordinário (inc. XVI – banco de horas – relativização de algumas proteções do trabalhador). Não tem como importar metade de um modelo estrangeiro para a realidade do Brasil.
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Liberdade de associação sindical: modalidade específica chamada sindicato, que vai ter um objeto também especifico que é a representação dos interesses de uma determinada categoria profissional. O art. 8º da CF se voltou para os trabalhadores e não para os empregadores, porque eles não precisam desse tipo de proteção. Ninguém é obrigado a se sindicalizar (inc. V). Algumas negociações dos sindicatos são apenas para os seus associados e outras se estendem a toda a categoria. Processo de fortalecimento dos trabalhadores em relação ao patronais, e evitaria a exposição individual do empregador, a demanda tem o perfil da categoria.
Inc. I, II, III, IV e VI– o Estado não tem o papel de autorizar ou não a fundação dos sindicatos. A exigência é que se faça registro em órgão competente, porque se relaciona com terceiros e pode ser responsabilizado. Não é possível ter mais de um sindicato para a mesma categoria em um mesmo município. Mas pode haver um sindicato que abranja mais de uma cidade. Nos casos contrários, haveria o fracionamento de ideias, ao invés da união, além de repetitivas demandas. A pluralidade de decisões em dissonância traria insegurança jurídica. Toda classe trabalhadora tem que ter um sindicato. Aposentado filiado continua votando e blindagem do dirigente.
Inc. VIII – fala sobre a proteção de quem seja representante sindical. Tira o foco do indivíduo e coloca numa entidade, para assegurar a relação de emprego dos dirigentes do sindicato. Entretanto, não extingue a hipótese de demissão por justa causa. A blindagem é para o dirigente sindical poder desempenhar seu papel sem complicações.
Direito de greve (art. 9º): mecanismo de pressão, que a classe dos trabalhadores tem em face dos empregadores, para buscar a realização de interesses da categoria por meio da paralização das atividades. A greve afeta o resto da sociedade e faz com que ela também exerça pressão sobre os empregadores.
Caput: aos trabalhadores compete decidir quando e por que paralisar. A greve não é o primeiro meio, por isso existe lei regulamentando como se inicia a negociação, quais etapas devem ser anteriormente implementadas, quais tentativas devem ser tentadas etc. 
§ 1º: contemporizar os direitos dos trabalhadores de paralisarem com outros direitos fundamentais que também merecem tutela. Eles integram o mesmo conjunto. A lei regulariza o que é essencial para ser mantido durante a paralisação. Essa definição deve acontecer entre as partes, caso isso não ocorra, o poder judiciário fixa uma frota, por exemplo, como no caso ônibus.
Estamos falando de relações privadas de emprego regidas pela CRT: não é o modelo jurídico do serviço público. A greve de servidor público não está na lei, mas usa os parâmetros da greve de iniciativa privada.
AÇÕES CONSTITUCIONAIS
Noção: 
Remédio → Gênero: instrumentos previstos pela Constituição para realizar direitos fundamentais. Exemplo: art. 5 º inc. XXXIV a – direito constitucional de petição. Não é o poder judiciário.
Ação → Espécie: está contida no gênero, mas tem uma especificidade, que é ser meio de provocação da tutela jurisdicional. A ação está contida no sentido técnico, de uma relação jurídico-processual que vai envolver partes perante o Estado juiz, que dará resposta para solucionar aquela determinada situação. Ações constitucionais são instrumentos previstos pela Constituição para realização de direitos fundamentais via prestação jurisdicional. Se desenrola do poder judiciário e o mais importante, no exercício de função jurisdicional. Existem partes contrapostas.
HABEAS CORPUS: é considerado uma das grandes conquistas liberais. Surgiu na Inglaterra, em 1815, na Magna Carta do João Sem-terra, que foi um breu do princípio da legalidade, quando começou a se colocar limites no monarca. O Estado precisava se submeter a algumas previsões e assim, não pudesse atuar unilateralmente. O habeas corpus veio para funcionar como garantia quando o sujeito era detido, e ter o direito de ir a presença de uma autoridade para apresentar a sua versão dos acontecimentos. A ação nasce como instrumento para a tutela da liberdade de locomoção. No Brasil, o HC não surgiu com status constitucional. Em 1832, foi introduzido pelo código e ganhou espaço constitucional apenas na República com a redação aberta. Surgiu então, a Doutrina Brasileira do HC, que não trazia consigo a liberdade de locomoção, assim, surgiram três correntes: 
Purista: dizia que o HC estava ligado apenas a liberdade de locomoção. 
Em outro extremo, os que acreditavam que a ação servia para tudo. E sendo no nosso ordenamento, nós poderíamos escolher usá-lo para outras coisas. 
E a corrente tentando contemporizar as duasúltimas, alegando que outros direitos eram cabíveis ao HC, desde que em alguma medida a realização daqueles passem pela liberdade de locomoção. 
Ler a Doutrina Brasileira do Habeas Corpus e a Origem do Mandado de Segurança. Luiz Henrique Boselli de Souza – link do senado.
Em 1926, o cenário muda e é promulgada uma emenda à constituição, que alterava o dispositivo para introduzir a liberdade de locomoção, trabalhando com uma aplicação restritiva. Desde então, limita-se a aplicação do HC para a tutela da liberdade de locomoção, o que deixou uma lacuna em relação aos outros direitos, sendo necessária a criação de um instrumento novo, o mandado de segurança. A liberdade de locomoção transcende os direitos individuais, é importante para a sociedade inteira.
Legitimidade: 
Ordinária: quem pode provocar é o titular do direito, se trabalha assim com o habeas corpus, mas também trabalha com a extraordinária.
Extraordinária: possibilidade de qualquer outro levar a notícia para o poder judiciário, tenha ele relação com o titular do direito de locomoção em risco ou não. O raciocínio é que o Estado juiz tenha o conhecimento da suspeita de uma ilegalidade ou abuso para tentar corrigi-lo.
Capacidade postulatória: quando se fala na busca da tutela jurisdicional, exige-se capacidade postulatória. Isso significa que para levar a demanda ao poder judiciário é preciso ter bacharel, com aprovação no exame de ordem, compromisso e inscrição. O Habeas Corpus não exige capacidade postulatória, ou seja, o terceiro não precisa ser advogado. 
A ação IMPETRA-SE. Quem leva a notícia é o impetrante e o titular da liberdade se chama paciente, podem ou não ser a mesma pessoa. O juiz informa que o HC foi impetrado e o paciente diz se aceita ou não. 
Modalidades de tempo: inc. LXVIII – existem duas.
Habeas Corpus liberatório: quando a construção legal ou abusiva da liberdade de locomoção já estiver se consumado. A necessidade é de reverter a situação. 
Habeas Corpus preventivo: quando há receio, ameaça. Há dificuldade de prova nesses casos. 
A pessoa jurídica pode ser impetrante, mas não paciente, esse papel caberá apenas a pessoa física. 
A inércia não funciona para o HC, ele pode ser concedido de ofício. 
Art. 142 § 2º proíbe que decisões disciplinares militares sejam discutidas por meio de habeas corpus. A CF decide que o mérito da punição militar, porque as forças armadas têm uma lógica de organização própria – hierarquia e disciplina.
HABEAS DATA: 
Ler o art. 5º LXXII e Lei 9.507/97.
Origem: surgiu em 1988, para possibilitar que as pessoas, uma vez que tivessem notícia de registro sobre elas em algum órgão público, pudessem ter a chance de saber o que estava arquivado. 
Com o passar do tempo, conferiu novas utilidades. O polo passivo pode ser uma entidade público ou privada, no secundo caso é preciso ter caráter público. O habeas data tem duas fases: 
Pré-judicial: a lei exige que antes de tudo o interessado tente o que quer com o responsável do banco de dados. Não precisa de advogado, essa fase é administrativa. Todas as alternativas devem ser esgotadas para buscar a tutela jurisdicional.
Judicial: só aqui vira ação constitucional.
 Finalidades: 
Cognitiva: conhecimento de informações. Se a pessoa já for morta, os sucessores podem requerer informações sobre a memória. Banco de dados do poder público sempre estará no polo passivo. 5º LXXII ‘a’.
Retificação: 
Retificação em sentido estrito (strictu sensu): existe um erro que precisa ser corrigido. Exemplo: data de nascimento, formação acadêmica.
Complementação ou atualização: para corrigir informações que tenham se tornado obsoletas. Exemplo: mudança de emprego
Dados constitucionais sensíveis: informações que podem causar algum tipo de constrangimento, origem de discriminação e por isso deseja-se elimina-los. Dados sensíveis são aqueles fatores usuais de discriminação.
A Lei 9507/07, além das situações previstas pela Constituição, ampliou a aplicação do Habeas Data (Art.7º inc. III). Diz respeito as anotações de pendência, exercício de contraditório no exercício de dados. 
Precisa de capacidade postulatória para a fase judicial e legitimidade ordinária, ou seja, pode ser pessoa física ou jurídica, mas as informações devem ser sobre ela e não conteúdo de terceiros.
Lei N. 9.507, de 12 de novembro de 1997
“Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.
Art. 4° Constatada a inexatidão de qualquer dado a seu respeito, o interessado, em petição acompanhada de documentos comprobatórios, poderá requerer sua retificação.
§ 1° Feita a retificação em, no máximo, dez dias após a entrada do requerimento, a entidade ou órgão depositário do registro ou da informação dará ciência ao interessado.
§ 2° Ainda que não se constate a inexatidão do dado, se o interessado apresentar explicação ou contestação sobre o mesmo, justificando possível pendência sobre o fato objeto do dado, tal explicação será anotada no cadastro do interessado.
Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
I - Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II - Para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
III - Para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I - Da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
II - Da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou
III - Da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.
Art. 19. Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator.
Parágrafo único. O prazo para a conclusão não poderá exceder de vinte e quatro horas, a contar da distribuição.
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3) MANDADO DE SEGURANÇA:
5º LXIX – o oponente, por quem se discute o mandado de segurança, quem praticou o ato que se quer impugnar em juízo, é alguém que fala em nome do Estado ou que age no exercício de atribuições dele e, portanto, com uma carga de prerrogativas que são usuais para o setor público. O vínculo entre particulares e o setor público é vertical, o Estado está no topo, justamente porque atua para realizar interesse público deixando o indivíduo mais exposto. A força que o Estado tem para exercer pressão é maior. Então, é preciso que exista um caminho que proporcione acesso rápido a tutela jurisdicional, aí entra o mandado de segurança. 
A rapidez tem contrapartidas: 
120 dias para o prazo de impetração, senão usar outros caminhos, justamente por se tratar de uma tutela de urgência. 
Serenidade: é rápido porque é sumário, não tem fase de produção de provas. Após a petição inicial, a autoridade pública tem 10 dias para se manifestar, depois o Ministério Público e a sentença. Não dá para produzir provas depois. 
Não tem sucumbência – quando perde uma demanda, ocorre a sucumbência, quem perde se vê condenado a custas processuais e honorários advocatícios da outra parte. 
Instituições privadas que prestam serviços públicos podem ter seus agentes impetrados por mandado de segurança. 
Campo residual: “LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data (...)”. Esse é o campo residual. Para saber se esse é o instrumento que eu vou usar, eu preciso verificar se esse direitoé liberdade de locomoção – portanto usa-se o habeas corpus - ou se diz respeito a informação – habeas data - se não for nenhum dos dois, para tudo o que sobra cabe o mandado de segurança, por isso campo residual.
“DIREITO LIQUIDO E CERTO”: atributos dos fatos. A petição inicial precisa ser instruída com todos os documentos necessários para comprovar o que está sendo alegado. Direito líquido e certo seria aquele calçado em prova documental pré-constituída. A prova precisa estar pronta e junta a petição inicial, se não tiver isso, não cabe mandado de segurança.
Responsável pela ilegalidade ou abuso de poder:
MS é impetrado a uma autoridade que fala em nome do poder público pela violação da ordem jurídica, um ato administrativo produzido pelo exercício da função administrativa está em descompasso com o dispositivo legal. A liberdade comporta condicionamento pela lei, administrador público só pode fazer aquilo que a lei expressamente autorizar, chamamos isso de competência, a lei outorga ao administrador competência para a pratica de alguns atos, tem duas maneiras da lei faze-la:
Competência vinculada: a função administrativa é sempre infra legal – a lei vai dizer o que é para fazer, deixar previamente estabelecido o resultado, descreve o antecedente, tem previsão normativa e o seu descumprimento produz um ato ILEGAL, tem natureza objetiva.
Competência discricionária: quando não é previsto, o legislador dá uma margem de comportamento e o administrador escolhe qual usar. Existe uma margem de liberdade a opções igualmente válidas que só no caso concreto se vai escolher uma delas, quando a autoridade escolhe mal, gera abuso de poder. Exemplo: exoneração. 
5º XXIV ‘b’ – direito de certidão é MS. Porque eu quero que se traduza em documento. Recusa de fornecer documento é violação de direito líquido e certo.
4) MANDADO DE INJUNÇÃO:
a) está no campo do controle de inconstitucionalidade: temos uma constituição rígida, ou seja, sua alteração exige um processo mais difícil, lei ordinária não altera, só emenda. Se tentar alterações por outro caminho, produz descompasso, violação da lei constitucional. Isso pode ocorre por um agir inconstitucional – violação do processo legal ou incompatibilidade de conteúdo. Ou por um deixar de fazer algo que a lei exigiu, também pode ser uma violação a Constituição, é uma omissão inconstitucional – o NÃO AGIR agride o ordenamento constitucional. 
A constituição outorga, mas remete a regulamentação a outro. A autoridade que deveria regulamentar e não faz, descumpre um dever produzindo inconstitucionalidade. 
O nosso sistema de controle de inconstitucionalidade junta diferentes instrumentos para proporcionar a legitimados acesso a tutela para manter a proteção do texto. O responsável por guardar a Constituição é o STF. 
Hipoteticamente se produziu um ato normativo inconstitucional. Pode desencadear um processo de controle chamado ABSTRATO. Que se realiza de forma concentrada. A característica do controle do Estado é que não existe um caso concreto. Simplesmente, pega-se o ato inconstitucional e compara, não tem caso concreto a ser resolvido. É concentrado porque só o STF desempenha a comparação do texto. 
A Constituição também prevê o controle concreto – que pode ser realizado por qualquer autoridade do poder judiciário. Diferença entre as duas – controle para resolver o caso concreto/difuso. Reconhecer nos termos do caso concreto a inconstitucionalidade. Ele não será aplicado apenas a pessoa que impetrou, mesmo que haja outras pessoas com o mesmo problema. O mandado de injunção entra no controle de inconstitucionalidade por omissão no caso concreto. É um caminho para o titular de um direito outorgado pela Constituição, que não tenha recebido regulamentação para obter resposta, consiga exercer o seu direito. Pode ser impetração coletiva. A Constituição de 88 não consegue retaliar tudo, os titulares do direto não podem ficar à mercê do judiciário. Então, prevê o legislador um caminho de acesso concreto, cada um por si. Nos primeiros impetrantes, o STF não regulamentou a maneira de exercer o direito, dizendo que não podiam legislar, quando na verdade se pedia uma resposta para o caso concreto, um caminho para obter o direito e não uma criação de lei. 
Lei 13.300/16 – regulamenta o mandado de injunção.
Os efeitos são para as partes, mas é possível estender quando já tem um transito em julgado parecido.
5) AÇÃO POPULAR: 
Existe uma relação direta entre nacionalidade e cidadania. Só os cidadãos podem propor ação popular, é preciso ter o título de eleitor e comprovante de regularidade com a justiça eleitoral, precisa capacidade postulatória. Estrangeiro não pode propor. A ação popular busca proteger o patrimônio público de uma lesão, o campo de interesse abrange os cidadãos, só é cidadão quem antes for nacional. Pessoa jurídica não pode propor, apenas pela ação civil pública. Não são interesses individuais, se busca realização de um direito fundamental pela correta gestão da coisa pública, de acordo com os parâmetros adequados. Reaproxima o cidadão do Estado, colocando-o como fiscal. Fica dispensado das custas processuais e honos de sucumbência, salvo de má-fé.
Inc. LXXIII – cidadão é um nacional inscrito na justiça eleitoral, ter, portanto, registro brasileiro. A restrição é em virtude do objeto protegido na ação popular. Quem tem interesse é quem está vinculado ao contexto jurídico-político. O autor popular, muitas vezes, não dispõe dos elementos necessários para saber se cabe ação popular. O autor é isento de sucumbência. O réu arca com as custas processuais e sucumbência caso seja comprovada a fraude. 
Observações:
Ação popular não é o único caminho de fiscalização, existem outros meios. Tem MP com legitimidade para propor ação. O legislador quis ampliar as opções.
Se o autor popular desistir, a ação continua. O Ministério Público assume a causa, porque é bem possível que existam meios de persuasão, que façam com que o autor desista da ação.
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6) DIREITOS DE NACIONALIDADE: tem relação direta com a ideia de povo, porque é o conjunto dos nacionais. Estudar nacionalidade significa investigar quem são os indivíduos que integram o povo de um Estado Soberano. Soberania é o elemento nuclear. O Estado Soberano é quem decide quem faz parte do povo dele. Ele escolhe quais critérios serão adotados, sem interferência de outros Estados e vice-versa. 
Povo: conjunto de nacionais.
População: é uma noção maior. É o povo, estrangeiros residentes e eventuais apátridas.
Nacionalidade: é um vínculo jurídico-político, que une um indivíduo a um Estado Soberano. Esse vínculo é primordial, porque gera em favor do indivíduo o direito de se ver protegido por aquele Estado. Ser nacional coloca o sujeito como credor de proteção por aquele Estado. Aumentar ao máximo incluir o indivíduo no grupo A. Precisa se evitar a ausência completa de vínculo (apátrida). 
Vínculos plurais: mais de uma nacionalidade. Não é um problema. O indivíduo pode escolher a proteção de cada Estado a que pertence.
Róis da Constituição: quando a legislação faz uma lista, pode se assumir de uma ou duas formas:
Exaustivo: é uma lista fechada que prevê todas as hipóteses e não admite nenhuma outra. 
Exemplificativa: lista de pontos chaves, rol exemplificativo, o constituinte fez uma referência ou outra e o resto ficou para outra lei decidir. Lê-se as previsões, mas existem outros casos que a lei determina.
Modalidades de vínculo: 
Nacionalidade originária (primária): é preciso incluir o sujeito nessa proteção, por ser mais ampla. Decorre do nascimento – nato. É ATRIBUÍDA, é uma imposição unilateral do Estado, a vontade do indivíduo é, via de regra, irrelevante. É exaustiva. Cada Estado escolhe seus parâmetros:
Jus solis (territorial): reconhecer como nacionais aqueles que nascerem no seu território.
Jus sanguinis (ascendência): afirma que é irrelevante onde nasceu o filho do nacional. Os ascendentes têm vínculo com o Estado.
O isolamento gera consequências que devem ser evitadas, porexemplo, quando não ocorre a combinação de ambos critérios.
Brasil: critério territorial mitigado – o ponto de partida é nascer no território brasileiro, mas também admite a influência do critério de ascendência.
“Art. 12. São brasileiros:
I - Natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; - Diplomata, cônsul, embaixador, membros integrantes de qualquer dos três poderes, de qualquer das esferas políticas.
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira”. – Autoridade competente: entidade de representação do Estado brasileiro, consulado. A última é a única que demanda vontade do indivíduo, é uma confirmação. 
Nacionalidade por naturalização (secundária): É NACIONAL, NÃO SE CONSIDERA MAIS ESTRANGEIRO. Se forma depois, não é decorrente do nascimento, mas sim da naturalização. O estrangeiro ou o apátrida pode pedir. A nacionalidade é adquirida. Envolve combinação de vontades: a vontade do naturalizando, que pede para entrar, não é automática, e a concordância do Estado. Não é um vínculo tão forte quanto o interior. Manifestação híbrida de vontades, a vontade de um lado soma-se com a do outro. É exemplificativa.
“II - Naturalizados: - é concedida.
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; - outros países compartilham os mesmos valores culturais, por isso a diminuição do critério. Exigência de provocação por parte do indivíduo.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira”. – Olhou para o tempo e mais uma vez destacou o querer do indivíduo em adquirir a nacionalidade. 
“§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição”. – 
Não pode ser misturado com o inc. II. Tem especificidade. É restrito a português de Portugal, e não língua portuguesa. O sujeito que queira usar essa prerrogativa, vai continuar sendo português, nacional do Estado de Português, não se torna brasileiro. No inc. II o indivíduo torna-se nacional e perde sua vinculação com outro Estado em nossa face. O português equiparado não, continua sendo estrangeiro com muitas prerrogativas reconhecidas aos brasileiros. 
Brasil e Portugal firmaram e renovaram em 2000 um vínculo pelo Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa – por isso uma via de mão dupla, houve um comprometimento reciproco de deferir aos originários do outro, que esteja no seu território, o mesmo tratamento que dá aos seus nacionais, com poucas restrições, como por exemplo, candidatar-se a Presidente da República, da Câmara ou do Senado. 
Os direitos políticos ficam suspensos – no país de origem.
Extradição: se o sujeito português cometer um crime e houver o pedido de extradição por Portugal, o Brasil pode entrega-lo, porque não se trata de um nacional. A regra é não extraditar nacional.
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Distinção entre natos e naturalizados: 
Art. 5 inc. LI – “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”.
Extradição: sempre envolve dois Estados Soberanos e um indivíduo. Um Estado quer o outro lhe entregue um indivíduo, para que ele seja submetido a julgamento ou cumpra pena em caso de já ter sido condenado. Não se extradita nacional, o Estado é responsável pela pessoa. 
Extradição de naturalizado: quando o crime foi praticado, ele não era naturalizado. A proteção do Estado não pode retroagir para cobrir atos que ele praticou quando não tinha vínculo com o Estado brasileiro. Pode ser extraditado, não significa que vai. Se naturalizou o depois se envolveu com entorpecentes, poderá ser extraditado a qualquer tempo. A extradição não é necessariamente para o país de origem.
Art. 12 §3 – “São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - De Presidente e Vice-Presidente da República;
II - De Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - De Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - Da carreira diplomática;
VI - De oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa”.
Lista de cargos privativos de brasileiro nato. Tudo gira em torno da chefia do Estado brasileiro e da manutenção da soberania nacional, questão de segurança e de defesa. O Presidente da República é chefe do Estado Brasileiro. A Constituição não quer que alguém que entrou depois para o Estado seja chefe dele. Depois disso, tem-se uma série de chefes substitutos. Logo, vice-presidente, presidente da câmara, presidente do senado. No STF, não pode ser integrante, a restrição é maior porque o cargo de ministro é vitalício e o sistema pelo qual se dá a presidência é em rodízio, ou seja, cedo ou tarde chegará a vez de algum naturalizado, hipoteticamente, presidir a casa. Carreira diplomática por conta da representação e os dois últimos ligados a manutenção da soberania.
§ 4º - “Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional”.
Só se aplica aos naturalizados. Pois foi dele a manifestação de vontade de ser naturalizado.
Art. 89. “O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução”.
Art. 222 – “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País”.
 A importância da informação na construção da opinião, tenta-se evitar que a transmissão de informações venha com uma carga subliminar de interesses estrangeiros.
Perda da nacionalidade:
Nacionalidade é direito fundamental. A perda significa o fim do vínculo com o Estado.
“§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis”.
Se adquiriu outra nacionalidade, é porque quer encontrar outro tipo de vínculo, portanto perde o brasileiro.
A alínea ‘a’ não é uma exceção. Não é aquisição de outra nacionalidade, é reconhecimento do vínculo originário. A nacionalidade é atribuída, não há manifestação de vontade de vinculação posterior. 
A alínea ‘b’ diz que a naturalização, se o Estado estrangeiro forçou a nacionalização para a exercício de direitos, não implica na perda da nacionalidade. Deve apurar se houve voluntariedade na aquisição
A múltipla nacionalidade existe pelo tipo originário. 
Direitos políticos
É sinônimode direitos de participação e de cidadania.
Nacionalidade é vínculo de pertencimento que une o indivíduo ao Estado por lei, que decorre do nascimento ou da naturalização. Não existe cidadania sem nacionalidade. A nacionalidade é condição necessária, mas não suficiente da cidadania. Significa que todo o cidadão tem que ser nacional, mas nem todo cidadão é nacional.
O que é conjunto de direitos políticos? Conjunto de normas que regulam a forma de intervenção popular no governo. É necessário ser nacional para participar do processo eleitoral. Se adquire a cidadania pelo alistamento eleitoral, registro na justiça eleitoral.
“§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - Obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - Facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos”.
O registro para alguns brasileiros é facultativo, alguns nacionais podem ter título de eleitor, mas:
Não são obrigados a participar os analfabetos, os entre 16 e 18 e maiores de 70 anos.
Para todos os demais é obrigatório.
Os conscritos são os nacionais durante o período que estão cumprindo o serviço militar obrigatório. É um caso de proibição, ligado a ideia que as forças armadas estão nos pilares da hierarquia e disciplina. 
Casos de capacidade eleitoral:
Direitos políticos ativos: quem pode ser eleitor.
b) Direitos políticos passivos: quem pode ser eleito.
Positivos: conjunto de normas que asseguram o direito de participação no processo político eleitoral. Exemplos: votar, plebiscito, referendo, iniciativa popular e ação popular.
Negativos: conjunto de normas que privam, que negam ao cidadão o direito de participar. Exemplo: envolve situações de perda ou suspensão de direitos políticos, não pode fazer nada – capacidade ativa, e situações de inegibilidades, ser votados. – Capacidade passiva
A capacidade ativa é condição necessária, mas não suficiente da passiva. Todo que pode ser votado pode votar, pressuposto de ser votado é ser eleitor, mas nem todo eleitor é elegível. Por exemplo, para ser candidato o eleitor precisa de um partido para se filiar. 
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Direito de sufrágio: participação na qualidade de eleitor. 
Formas que pode assumir:
Critério da extensão - a quem o constituinte estendeu a titularidade (quem recebeu alguma coisa da constituição):
Universal: é estendido para todos os nacionais o direito de eleger, independentemente de condições financeiras, origem, classe social, formação acadêmica. Princípio elementar da democracia. Como as decisões recaíram sobre todos, eles devem participar. 
Restrito: é aquele onde ocorre restrição de voto aos indivíduos que não possuem certas capacidades intelectuais, sociais, culturais e/ou econômico-financeiras e, por isso, são considerados “incapazes” de participar da república. 
Igualdade: no sentido jurídico.
Igual: quando a manifestação de vontade de todos os participantes recebe a mesma valoração do ordenamento jurídico. A cada eleitor corresponde a um voto. Caput. Art. 14 – “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”.
Desigual: quando juridicamente se atribui valoração diferenciada, por exemplo, votar mais de uma vez.
Pressupostos: a existência deles não faz com que o sufrágio deixe de ser universal.
Nacionalidade brasileira: fala dos representantes dessa sociedade politicamente organizada. O povo de cada Estado é quem ter que escolher seus representantes para tomar suas decisões políticos. O sujeito estrangeiro, que não está inserido no contexto democrático do nosso país, não há como pretender participar do processo.
Idade mínima: (16 anos) o implemento da idade vem para todos. A renda talvez nunca venha a ser aumentada, assim como a posse de propriedades.
Conscrição: proíbe aqueles que estejam cumprindo serviço militar obrigatório de participar.
Registro eleitoral: apresentar a autoridade competente, para fazer a análise do cumprimento dos pressupostos. 
Voto: ato pelo qual se dá o exercício de direito do sufrágio. Se exerce o direito de sufrágio pelo voto. 
Voto secreto: o eleitor precisa ser verdadeiramente livre para escolher e se manifestar.
Voto público: maior sujeição a coação e corrupção.
Obrigatório: idade maior de 18 e menor de 70. Essa obrigatoriedade não é material, mas sim formal. O voto em si não é exigido. É possível justificar, votar nulo e em branco. O processo deve ser cumprido, mas a manifestação de vontade não é obrigatória.
Facultativo
Direto: quando entre o eleitor e o candidato não existe ninguém. Na maioria das vezes é assim.
Indireto: quando o eleitor escolhe um delegado, representante que em nome dele vota em um candidato. Ficando vagos os cargos de presidente e vice, dependendo do momento que isso aconteça, haverá eleições no Congresso Nacional. Art. 81. Sistemas proporcionais não tornam o voto indireto.
Não pode ser alterado o voto secreto, direito, universal e periódico. O art. 60 não abrange o voto obrigatório, mediante emenda o voto pode ser facultativo, não está inserido na cláusula pétrea.
Direitos políticos negativos:
Noção: determinações constitucionais que, de uma forma ou outra, privam ou reduzem o cidadão do direito de participar do processo político eleitoral. São negativos porque negam a participação de forma completa ou relativa.
Art. 15 – trata das hipóteses de privação (completa) dos direitos políticos. Não pode cassar direitos políticos, é diferente de mandato.
- Temporária: suspensão. A restrição de direitos vai acabar. O inc. II não tem aplicação da incapacidade absoluta, por não existir mais. Hoje, os menores de 16 são os únicos absolutamente incapazes e não se aplica a eles. O inc. III decorre de condenações penais transitadas em julgado, enquanto ocorrer seus efeitos, cancela seus direitos políticos. Inc. V – improbidade administrativa, cuja apuração exige ação judicial específica (ação de improbidade), pode ser proposta pela Advocacia Pública, Ministério Público, vai dizer que o sujeito, no exercício de funções administrativa como agente público ou se relacionando com o Estado, ocorreu em improbidade, e desviou da conduta que era exigida, causou lesão patrimonial etc. A coisa pública é de todos, o cuidado deve ser muito maior.
- Definitiva: perda. Não é para sempre. É reversível, seguindo os caminhos previstos na legislação. São duas hipóteses (inc. I e IV) – naturalização cancelada, o primeiro pressuposto é a nacionalidade, sem isso, vai os seus direitos políticos. Perde também os direitos políticos aqueles que invocar convicção religiosa e filosófica para não cumprir obrigação imposta a todos, e negar designação alternativa. O art. 5º inc. VIII – ninguém pode ser privado de direitos por religião, e se para exercer suas convicções é preciso não cumprir uma lei, o Estado apresenta uma alternativa e é recusada, ocorre a perda definitiva.
Inelegibilidades: capacidade eleitoral passiva. Só lida com o direito de ser votado. Não são problemas de votar e sim de ser votado como representante. Correspondem a impedimentos a capacidade eleitoral passiva, a partir de normas constitucionais, que negam ao indivíduo o direito de ser eleito representante.
§ 9º art. 14 – “Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidades”. – Previsões da ficha limpa veio para regular isso. 
Essas barreiras foram criadas por causa do objeto tutelado. O objeto maior das Inegibilidades é proteger a normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do abuso do poder econômico ou do exercício de cargo público. 
Tipos: SOMENTE O PODER EXECUTIVO É CAUSA GERADORA DE INELEGIBILIDADES. Para não usar o poder, as prerrogativas de um determinado cargo, para desequilibrar o processo eleitoral, seja em favor próprio ou de familiares próximos. Esse poder é exercido por um só, não como o poder legislativo por exemplo,que não tem força política para exercer pressão no momento da campanha e desequilibra-la em favor dele ou de outros. O poder executivo gera restrições para os familiares e para ele mesmo. No legislativo pode emendar seu mandato – não tem limite porque não existe poder de pressão, e a casa é colegiada, a chance de renovação sempre existe.
- Absolutas: a capacidade eleitoral passiva é igual a zero. O absolutamente inelegível não pode ser votado para nada, não tem capacidade passiva, mesmo que tenha a ativa. São eles
§ 4º art. 14 – Inalistáveis, analfabetos, todos os que têm idade compreendida entre 16 e 18. 
- Relativas: a capacidade eleitoral passiva existe, mas é menor do que 100%. Pode ser votado para algum ou alguns cargos, mas não todos. Exemplos: naturalizado (não pode ser presidente), idade entre 18 e 34 anos (o implemento da idade vai aumentando a capacidade passiva), chefes do poder executivo só podem se reeleger uma vez seguida (tem capacidade para todo o resto, menos para cargos do executivo) – foi introduzido em 1997 pela Emenda de Reeleição. Quando a Constituição foi lançada era só um mandato. Os parentes que em virtude desse vínculo (via reflexa) com alguém do poder executivo sua capacidade restrita. Só os parentes do presidente que são absolutamente, o resto é todo relativo. Tem a ver com o território de influência de cada autoridade e círculos concêntricos. O prefeito tem influência no município, portanto seus parentes não podem concorrer para cargos nele (prefeito e vereador), sobra para eles governador para cima. No âmbito do Estado, os parentes do governador não podem ser prefeitos ou vereadores de nenhum município do Estado, governador, participante da assembleia legislativa, deputado federal ou senador. Vice não gera restrição, a menos que ocupe o cargo direto. 
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Desincompatibilização (art. 14 § 6º): ato pelo qual o chefe do poder executivo se desvencilha do impedimento a tempo dele e/ou seus familiares concorrerem na eleição cogitada. (6 meses antes do pleito/eleição). No legislativo isso não é necessário, por causa da quantidade que compõe a casa legislativa. Para concorrer ao mesmo cargo, não é preciso a desincompatibilização, para evitar um mandato de 3 anos e 3 meses e não pode ter uma interpretação extensiva, a Constituição é clara ao citar “para outros cargos”. A desincompatibilização libera para os familiares que concorram para os mesmos cargos que o chefe do executivo poderá concorrer. Os parentes podem concorrer aos mesmos cargos que o chefe do executivo (que já tem um mandato).
Inelegibilidades reflexas (art. 14 §7º): cônjuge (casamento e união estável), parentes de vínculo sanguíneo (pais, filhos, avôs, netos, irmãos) e os por afinidade (sogro, sogra, cunhados, enteados, filhos do enteado).
O executivo tem limite de dois mandatos consecutivos PARA TODA A FAMÍLIA. O §7º faz uma ressalva, caso o parente já for antes titular de um mandato eletivo, ele pode se candidatar a eleição. 
“VI - A idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador”. 
A idade mínima exigida não é para o momento da eleição, sim para o momento da posse. Com exceção do vereador, por causa da imputabilidade penal.
SISTEMAS ELEITORAIS
Noção: tem ligação direta com direitos políticos. É a forma como se dá a escolha. Há mais de uma maneira de trabalhar juntando a vontade dos eleitores. 
Eleição x sistema eleitoral
Eleição: é o concurso (somatório) de vontades juridicamente qualificadas para a designação de um titular de mandato eletivo no poder legislativo ou executivo.
Sistema eleitoral: é o conjunto de técnicas e procedimentos que regulamentam as eleições e a representação no processo político-eleitoral.
Maneiras de fazer isso:
Sistema eleitoral majoritário: manifestação de vontade que atinge a maioria dos votos. Tem dois subsistemas:
Majoritário por maioria absoluta: não basta ser o mais votado, para se eleger é preciso obter mais da metade dos votos válidos. Parte do art. 77 §2º. No voto branco e nulo não há manifestação de vontade. Quando mais da metade não é atingida, realiza-se uma segunda rodada (segundo turno), no qual vão os dois mais votados, nesse cenário, continua-se excluindo os votos nulos e brancos, em caso de empate usa o critério da idade. Os votos nulos e brancos são juridicamente iguais. Se usa para Presidente da República, os Governadores do Estado (art. 28), Prefeitos em municípios com mais de 200 mil habitantes (art. 29 inc. II).
Majoritário por maioria simples: elege-se o candidato que obtiver mais votos. Usado em municípios de até 200 mil eleitores para Prefeitos e para senadores (art. 46).
Sistema eleitoral proporcional: a vaga não é do candidato e sim do partido. Quem se elege pode não ser por mérito próprio, mas por ter sua candidatura registrada por meio de um partido que tenha recebido uma vontade expressiva de votos dos eleitores. É o sistema usado para eleger Vereadores, deputados estaduais e federais.

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