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Ábila Dutra Oliveira
FACIG MED 003
Patologia Clínica
Aula 1
Revisando conceitos: 
Processo saúde-doença: saúde é o bem-estar biopsicossocial; doença não é definida como ausência de saúde. 
Homeostase: é a tendência existente em alguns organismos para o equilíbrio e conservação de elementos fisiológicos e do metabolismo através de alguns mecanismos de regulação. Havia um sistema que estava em homeostase, que estava em homeostase devido aos mecanismos chamados de alostase, houve primeiramente diminuição da capacidade fisiológica, posteriormente esta se tornou frequente, sendo assim, o corpo tenta readaptar a esta nova realidade, entretanto as vezes a adaptação funciona e as vezes não. Ex.: um paciente pode evoluir de normotenso para hipertenso.
O processo saúde-doença para a parte patológica, é necessário entender que o indivíduo está são até que comece a perceber que ele não está mais são, ex.: o indivíduo chega no consultório sem febre, o médico pergunta se ele tomou algum medicamente, porém o paciente não considera dipirona medicamento, porque quando ele se sente mal ele toma este medicamente, sendo assim ele não apresenta febre e o cidadão está com pneumonia viral que apresenta apenas febrícula (há pneumonias do vírus do sincício respiratório, que apresenta febre fraca), se tomar dipirona, não irá apresentar febre, impossibilitando que o médico perceba a febre, esta situação pode mudar em poucas horas ou minutos, podendo gerar uma adaptação ou tentativa de adaptação, adaptação pode ser física, mental, emocional, social, etc. A homeostasia do sistema está sendo quebrada, através da interrupção dos sistemas alostásicos, gerando uma balança: reversíveis e irreversíveis, com fatores desencadeantes.
Metaplasia é a troca de uma tecido por outro, geralmente em tecidos escamoso próximo de tecido colunar, ocorrendo a substituição do tecido escamoso por tecido colunar e vice versa (ex: esôfago e estômago). Já displasia é o desenvolvimento anormal dos tecidos.
Os conteúdos abordados pela fisiopatologia são biologia, anatomia, fisiologia, histologia, bioquímica, biofísica, morfologia, biologia molecular e etc., o ser humano saudável possui todos estes aspectos contribuindo para a homeostasia, na patologia há alterações estruturas e mudanças funcionais (quebra da homeostasia). Ex.: diz-se que o fígado é plástico, ou seja, ele possui capacidade de recuperação tecidual sempre que for lesado, o fígado vai sendo lesado e se regenera, porém se a lesão for grande, provoca reações inflamatórias, havendo cura mediante deposição de lipídio, fazendo com que o fígado entre em esteatose, a área que havia sido lesada passa a ter uma camada de gordura, meio que o fígado encontrou de proteger aquela área, entretanto, ao invés de apenas depósito de gordura, tem-se um tecido bem fibroso na região, chamado de cura por fibrose, mas o fígado está curado, apenas protegido da agressão, quando o fígado possui fibroses muito extensas entra em quadro de fibrose hepática. Assim, mudanças estruturais levaram a mudanças funcionais. 
Síndrome é o termo usado para um conjunto de sinais de sintomas que geralmente não possui etiologia conhecida, entretanto, quando não se sabe a origem e os fatores desencadeantes de um determinado sintoma ou sinal é uma síndrome . Ex.: síndrome de Cushing e o tratamento prolongado de corticoterapia, havendo distúrbio em nível adrenal, com origem e fatores desconhecidos. Já doença é uma alteração do estado de saúde com definição de causa e efeito. 
Diferenciação dos termos: etiologia (causa), patogênese (patos: doença; gênese: origem; refere-se aos mecanismos de agressão da doença), fisiopatologia (refere-se a função mediante a patogênese que foi alterada), anatomia patológica (qual estrutura foi alterada), cariorrexis (fragmentação de um núcleo, começa a rachar e se afastar), cariólise (dissolução do núcleo, quebra em várias partes, ocorre a dissolução da cromatina e a perda da coloração do núcleo, o qual desaparece completamente). O núcleo em cariorrexis e cariólise são indicativos de provável descontrole de reprodução celular, algum agente agressor atingiu o núcleo e provocou a fragmentação do núcleo, são importantes na anatomia patológica. 
Diferenciação entre sinais e sintomas: sinais é o que se vê no paciente e sintomas é o que ele relata. O diagnóstico pode ser clínico ou laboratorial, onde os exames laboratoriais são complementares ao diagnóstico clínico, usa-se a medicina baseada em evidência, que é um movimento médico que se baseia em na aplicação do método científico em toda a prática médica (provas científicas), essa prática permite que o médico seja amparado judicialmente pela ciência, comprovando que foi utilizado a literatura, anamnese e exames. Sinais são manifestações palpáveis, visíveis, que se consegue medir; já sintomas são subjetivos, é o que o paciente relata e não se consegue provar, ex.: dor na mulher (mais resistente) e dor no homem (menos resistente), há também as dores que podem serem medidas em consultório (exame de hanseníase), mas geralmente a dor é subjetiva, somente sabe-se o que paciente relata. Ex.: a febre é um sintoma quando o paciente relata, porém sintoma quando se mede. É necessário fazer com que os sintomas (possíveis) virem sinais. 
Diagnóstico é obtido através da anamnese e a do exame físico, tem componente sindrômico (sinais e sintomas), anatômico (ex.: paciente chega ao consultório com perceptível ausência de membro superior), anatomopatológico (resultado do estudo da doença, ex.: exames complementares), etiológico (origem da doença e descrição da doença, ex.: paciente em Manhuaçu relata febre periódica, confirma a febre como sinal, médico pode pensar em diversos diagnósticos como virose, porém se esse paciente se consultar em Manaus e relata febre todos os dias no mesmo horário, médico monitora febre e logo desconfia de malária, pois é endêmico da região Norte).
Fases de uma doença: 
- Período pré-patológico (pode haver prevenção e não evoluir para a doença);
- Período etiológico (fase de instalação da doença);
- Período de incubação (algumas doenças possuem período de incubação, período em que não há manifestações , ex.: vírus do HIV, em média 10 anos [relembrando sobre vírus: o vírus possui um material genético, DNA ou RNA, envolto por capsídeo, formado por capsômeros, alguns ao sair da célula infectada leva consigo parte da membrana da célula, tendo assim uma bicamada lipídica, chamada de envelope. Os vírus podem possuir, ainda, proteínas virais, as glicoproteínas ou espículas], o HIV é um lentivírus, o HIV1 tem período de incubação entre 10 a 15 anos e o HIV2, 20 a 30 anos);
- Período prodômico (período clínico inespecífico, podendo aparecer alguns sintomas ou não aparecer);
- Período de estado (presença de sinais e sintomas específicos da doença);
- Evolução (cura sem sequelas, cura com sequelas, cronificação, recidiva da doença ou óbito).
	Conceito de fatores de risco e fatores precipitantes. Fatores de risco: aqueles fatores que aumentam as chances de desenvolver uma doença (ex.: tabagista tem maior probabilidade de desenvolver um quadro de infarto agudo do miocárdio ou mulher tabagista que usa contraceptivo oral e com casos de problemas angiológicos na família, possui maior probabilidade de desenvolver trombose ou AVC). Fator precipitante: fator desencadeante, que não se pode evitar (ex.: pode desencadear uma crise). 
{Relembrando: Marcadores de risco são atributos inevitáveis, cujo efeito se encontra fora da possibilidade de controle. Ex: sexo, cor, genética, etc.} 
Câncer
‘Doença que gruda nos pacientes como as patas de um caranguejo.’ A palavra câncer vem do grego karkínos e significa caranguejo, termo utilizado por Hipócrates, em referencia à proliferação de células cancerosas no organismo (metástase), que se espalham pelo corpo de forma semelhantes às patas e pinças do caranguejo que irradiam do seu cefalotórax. 
	Segundo Instituto Nacional do Câncer (INCA), câncer é o nome de um conjunto de doençasque têm um crescimento desordenado (maligno) de células que invadem tecidos e órgãos, podendo espelhar-se (metástases) para outras regiões do corpo. Essas células dividem-se rapidamente e geralmente são agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado um tumor benigno significa uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. 
Câncer é uma neoplasia maligna, um conjunto de mais de 100 doenças, que tem em comum o crescimento desordenado. Há vários critérios de malignidades que diferenciam um câncer maligno de um benigno, o maligno invade o tecido e consegue realizar metástase, porém alguns cientistas dizem que o benigno é aquele que não gerou metástase ainda, pois um câncer pode ter todos o sinais de benignidade e posteriormente descobrir metástase em um lugar distante, devido a migração pelo sistema linfático, assim ele se torna maligno. Ex.: encontra-se um tumor, se ele invade tecidos vizinho, é maligno; se não invade os tecidos vizinhos, é benigno. 
Caso encontre um tumor que parece ser benigno, porém encontra-se metástase, acredita-se que era um tumor maligno pouco característico quanto sua malignidade. 
As características de uma célula tumoral maligna são: polinucleada, núcleo aumentado quando o tamanho, citoplasma basofílico (afinidade por corantes básicos, ou seja, citoplasma ácido, ou seja cor roxa ou azul na presença de HE), expressão de proteínas oncogênicas (proteínas que desencadeiam um processo de proliferação celular descontrolado, age no ciclo celular [M, G0,G1, S, G2]), perda de genes supressores (ex.: as células liberam proteínas do período embrionário como a alfafetoproteína, devido a perda do gene supressor de tumor, que normalmente codifica a expressão proteica que impede a proliferação tumoral, sem o gene supressor é ativado primeiramente um proto-oncogene que se transforma em oncogene que permite a expressão de proteínas tumorais) { resumindo: com a perda dos genes supressores, proto-oncogene, que de forma normal regula o crescimento e diferenciação celular, sofre mutação e transforma em oncogene, este pode gerar proteínas oncogênicas}, instabilidade genômica, alteração do mecanismo de transdução de sinais (células tumorais não respeitam o mecanismo de transdução de sinais), perda de controle do ciclo celular, resistência a apoptose ( a célula tumoral não entra em apoptose, geralmente a célula NK e células citotóxicas conseguem agir em algumas células tumorais, uma vez que a NK age com a ação da perforina que faz um poro na membrana plasmática, por onde passa a granzina e ativa as vias das caspases 3,6 e 7, as proteínas que induzem a sequencia dos genes de morte e a célula entra em apoptose. Porém, as células tumorais evadem da apoptose, uma vez que elas suprimem a telomerase enzima que desgasta o telômero, assim o telômero, um DNA hélice quadrupla, não se desgasta, impedindo o envelhecimento celular e a morte celular), perda da interação célula-célula e célula-matriz (uma célula tumoral é um agente estranho em um tecido, não conseguindo interagir na transdução de sinal e não respeita seus limites de matriz e ‘ordens do núcleo’), alterações proteicas na membrana (células tumorais começam a expressar na membrana, glicocálice de membrana, diversas proteínas que mostram que elas são diferentes, por exemplo as proteínas fetais, as células gama-delta, presente no indivíduo durante a gestação, consegue identificar antígenos lipídios, ao invés de proteicos), aumento de proteólise de membrana basal, migração e potencial metastático (consegue evadir e chegar a outros tecidos), consegue induzir e sustentar angiogênese, alterações metabólicas, mudanças de padrões de imagens, alterações de várias superfícies proteicas, habilidades de escapar do sistema imune (as células são capazes de sintetizar proteínas que se ligam a medicamentos e simplesmente tiram o medicamento de dentro da célula, uma vez que o a célula tumoral produz uma proteína que se liga ao medicamento e inverte a sua conformação e o joga para fora da célula, um efluxo), indiferenciação (se caracteriza como uma célula indiferenciada; ex.: tumor com células secretoras de insulina que não se encontram no pâncreas), etc.
Dentro dos fatores de risco há o fator de hereditariedade, que é o mais comum, (ex.: Angelina Jolie, genoma com proto-oncogene que leva ao desenvolvimento de câncer, então retirou as mamas) o fatores hereditário influenciam, porém há também os fatores ambientais, sociais e o estilo de vida que se somam aos fatores hereditários (seguindo o ideal dos DSS).
Há também outros fatores de risco, como os físicos (radiação nuclear e ionizante, raios ultra-violeta e elementos vibratórios), virais (HIV, HTLV, hematite C, HPV), biológicos (hormônios, imunodeficiêncas, metabólicos, inflamaçãoes crônicas), entretanto, existe vários fatores de risco:
 
É necessário lembrar: os fatores de risco nem sempre causam a patologia.

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