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�PAGE �1� CURSO – Ciências Contábeis DISC. – Instituições de Direito PROFESSOR: Renzo Fabrício de Moura 1º/2014 1. DIREITO - ORIGEM - Sociabilidade - Interferências de condutas -Criação de regras para a paz social - Acepções Da Palavra Direito - OUTRAS SIGNIFICAÇÕES IMPORTANTES EM SENTIDO NITIDAMENTE DIVERSO NAS SEGUINTES EXPRESSÕES: o ‘Direito’ brasileiro proíbe duelo; o Estado tem o ‘direito’de cobrar impostos; o salário é ‘direito’do trabalhador; o estudo do ‘Direito’requer método próprio. - São quatro realidades distintas, vejam: - Na primeira, ‘direito’significa a lei ou norma jurídica (direito norma). - Na segunda, ‘direito’ tem o sentido de faculdade ou poder de agir (direito faculdade). - Na terceira, indica o que é devido por justiça (direito justo). - Na última, ele é referido como disciplina científica (direito ciência). 2. BREVES CONCEITUAÇÕES DE DIREITO Na Antigüidade: - ‘Direito é a arte do justo eqüitativo’. Na Idade Média: o genial poeta Dante Alighieri conseguiu formular a célebre definição: - ‘Direito é a proporção real e pessoal de homem para homem que, conservada, conserva a sociedade e que, destruída, a destrói’. Nos tempos modernos: - ‘Direito é o conjunto das condições segundo as quais o arbítrio de cada um pode coexistir com o arbitro dos outros de acordo com uma lei geral de liberdade.’ – (Kant) Introdução à Teoria do Direito, § B. - Para Miguel Reale, criador da teoria tridimensional do Direito, este é definido como a ‘vinculação bilateral atributiva da conduta para a realização ordenada dos valores de convivência’- Curso de Filosofia do Direito II, § 242. 3. DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO - O conceito de Direito pode ser tomado em dois valores: direto objetivo e direito subjetivo. - O direito objetivo – direito norma: – é o conjunto dos preceitos impostos a todos os homens pelas necessidades da manutenção da ordem social: jus est norma agendi. - O direito subjetivo – direito faculdade: – é o poder que tem o homem de exigir garantias para a realização de seus interesses, quando estes se conformam com o interesse social. - Roberto de Ruggiero afirma: - “O direito objetivo pode definir-se como o complexo das regras impostas aos indivíduos nas suas relações externas, com caráter de universalidade, emanadas dos órgãos competentes segundo a constituição e tornadas obrigatórias mediante a coação. - Segundo Clóvis Beviláqua: “O direito subjetivamente considerado é um poder de ação assegurado pela ordem jurídica”. - O Direito subjetivamente compreende um sujeito, um objeto e a relação. - Na relação está o direito. - Não há direito sem sujeito. - Também não há direito sem objeto. - Sujeito do direito: - É o ser, a quem a ordem jurídica assegura o poder de agir contido no Direito. - Os sujeitos do direito são as pessoas naturais e jurídicas. - O sujeito do direito é a pessoa em sua posição ativa. - Objeto do direito: É o bem ou vantagem sobre o que o sujeito exerce o poder conferido pela ordem jurídica. Podem ser objetos do direito: Modos de ser da própria pessoa na vida social (a existência, a liberdade, a honra etc); As ações humanas; As coisas corpóreas ou incorpóreas, entre as últimas incluindo-se os produtos da inteligência. - Relação do direito: - É o laço que, sob a garantia da ordem jurídica, submete o objeto ou sujeito. - A relação de direito somente se pode estabelecer entre pessoas. 4. NORMA JURÍDICA Normas jurídicas são essencialmente regras sociais Outras Normas que também disciplinam a vida social: 1- Normas morais – Baseiam-se na consiencia moral das pessoas - Os juristas Romanos sentiam a diferença entre regra moral e regra jurídica; - Que nem tudo que é permitido juridicamente é moral ( ‘non omne quod licet honestum est’), mas não passou desta indicação vaga.” - Mas a diferença só foi formulada pelos alemães(Cristianus Thomasius – 1655-1728). - Modernamente a figura: - O Direito e a Moral situam-se em círculos concêntricos, a Moral tem o diâmetro maior e o Direito, o menor. 2- Normas Religiosas – baseiam-se na fé revelada por uma religião, podendo ditar comportamentos e até mesmo exercer proibições a seus seguidores. Características da Norma jurídica - O direito é aquilo que é ou que deve ser? - A lei jurídica representa apenas o ideal a ser atingido - A norma jurídica traça um preceito a ser cumprido, mas que nem sempre o é; Diferentemente do que acontece nas leis da física, exemplo da gravidade. Portanto: - A lei jurídica # da lei física. - O direito é um fenômeno sempre inconcluso. A elaboração da regra jurídica depende sempre do desenvolvimento das necessidades sociais, para tanto a norma jurídica precisa ter os seguintes elementos: Coercibilidade - Possibilidade de a conduta transgressora sofrer coerção, repressão por parte do Estado, o que não ocorre com outras regras extra-jurídicas. Promoção da Justiça - o conteúdo da norma jurídica deve ter como finalidade estabelecer justiça entre os homens. “Justiça é a virtude de dar a cada um o que é seu ” 5. DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO - Direito Natural: - O Direito Natural é a idéia abstrata de direito, ou seja, aquilo que corresponde ao sentimento de justiça da comunidade. - Quer dizer um Direito que deve existir independente de qualquer regra imposta aos indivíduos pelo constrangimento social organizado, porque o que se consubstancia em tais regras denomina-se Direito Positivo. - Direito Positivo: - Ao contrário do Direito Natural, o Direito positivo é aquele conjunto de regras elaborados e vigentes num determinado país em determinada época. São as normas, as leis e todo sistema normativo posto, vigente no país. A diferença entre o Direito Positivo e o Direito Natural pode ser estabelecida: - A partir da origem de cada um. - Direitos definidos pelos homens para regular suas relações na vida em sociedade e cujo conjunto forma o Direito Positivo de uma época ou de um Estado. - Direitos que pertencem a todos os tempos, não são elaborados pelos homens e emanam de uma vontade superior porque pertencem à próprio natureza humana, como por exemplo: o direito de reproduzir, o direito de constituir família, o direito de viver. 6. RAMOS DO DIREITO - Quadro Geral do Direito: Natural Público Internacional Constitucional DIREITO Privado Administrativo Penal Positivo Tributário Público Processual Eleitoral Nacional Civil Privado Empresarial Trabalhista DifusoDefesa do Consumidor 6.1 DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO NACIONAL Direito Internacional: - É um conjunto de normas jurídicas aplicáveis às relações que dizem respeito a mais de um Estado ou que têm um componente internacional, mesmo em se tratando de indivíduos e assuntos de natureza privada. - Direito Nacional: - É um conjunto de normas jurídicas que basicamente se aplica nos limites territoriais de um Estado. O Direito Internacional, bem como o Direito Nacional subdividem-se em: Público Privado. 6.2 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO - Direito Internacional Público: - É um conjunto de normas que regulam as relações entre os estados membros da comunidade internacional e organismos análogos. Exemplos: ONU (Organização da Nações Unidas), OIT (Organização Internacional do Trabalho), Tratados Internacionais. - Direito Internacional Privado: - É um conjunto de normas internas que são elaboradas com o intuito de definir as relações entre particulares. Tais como: Conflito de Leis no Espaço Comércio entre empresas privadas em sede em países diferentes. A validade ou não das sentenças estrangeiras. 6.3 DIREITO NACIONAL PÚBLICO E PRIVADO - É o sistema legal posto, vigente em determinada época dentro das fronteiras de um país, sendo válido apenas dentro da jurisdição do mesmo. - Direito Nacional Público: - É composto predominantemente por normas de ordem pública, sendo normas imperativas obrigatórias, ou seja, regula os interesses predominantes da sociedade considerada como um todo. - Nas relações de Direito Público o estado participa como sujeito ativo (titular do poder jurídico), ou como sujeito passivo (destinatário do dever jurídico), mas sempre representando a sociedade, exercendo sua supremacia e poder de império. - Exemplo: Normas de ordem pública contidas no Direito Penal, Cobrança de Impostos. - Direito Nacional Privado: - É composto predominantemente por normas de ordem privada, regulando as relações entre particulares, onde o Estado pode participar apenas em regime de coordenação, dispensando assim, sua supremacia e poder de império. 7. FONTES DO DIREITO O direito tem várias fontes, ou seja, origem, inicio. DIRETAS Normas Constituição (Federal / Estadual) Lei complementar Tratados e Convenções Internacionais Lei ordinária Lei delegada Medidas Provisórias Decretos Regulamentos complementares (NR, Resolução, Instruções, Portarias, Circulares, etc..) INDIRETAS Costumes É a reiteração constante de uma conduta, na convicção de ser a mesma obrigatória, ou seja, uma prática geral aceita como sendo o direito. Exemplo: Fazer fila para pegar o ônibus, ou para entrar no teatro. Na falta de lei sobre determinado assunto o Juiz pode se valer do costume.(art.4o. da Lei de Introdução ao Código Civil) Doutrina O sistema legal, incluindo as normas, nestas as leis, precisa ser interpretado. Essa interpretação não é feita só pelo judiciário. Aliás o judiciário, muitas vezes, para fazer sua interpretação se socorre da doutrina. Assim, a doutrina é uma interpretação realizada por estudiosos da matéria, e pode ser considerada nos: Tratados; Seminários; (cujos debates foram publicados) Pareceres; Obras intelectuais como livros; Monografias. Jurisprudência São decisões reiteradas dos tribunais. É a interpretação realizada por juízes de todas as instâncias, e que servem de fonte para outros juízes. - Conceituação de Lei “lato senso” - A palavra lei, vem do latim lex. - É de Montesquieu a célebre definição: - “As leis, na sua significação mais extensa, são as relações necessárias que derivam da natureza das coisas e, neste sentido, todos os seres possuem as suas leis; a divindade, o mundo material, as inteligências superiores ao homem, os animais e o próprio homem...”. - São Tomás: - “Lei é uma ordenação ou prescrição da razão ao bem comum, promulgada por aquele que tem a seu cargo o cuidado da comunidade”. - Del Vecchio: - “A lei é o pensamento jurídico deliberado e consciente, expresso por órgãos adequados... O pronunciamento solene do Direito, a expressão racional do mesmo.” - Os romanos: - Em sua grande sabedoria, demonstram que a lei, como fonte do Direito, é a emanação do povo. - Na declaração dos “Direitos Universais do Homem”: - “Lei é a expressão da vontade geral.” - Em Direito, a palavra lei pode ser tomada em dois valores distintos: - No sentido formal; e - No sentido material. - Em sentido formal: - A lei é toda disposição de caráter imperativo, emanada da autoridade a que, no Estado, se reconhece a função legislativa. - Em sentido material: - A lei é toda disposição imperativa, de caráter geral, que contiver uma regra de direito objetivo.” - As mais antigas leis conhecidas: - São os textos mesopotâmicos do segundo milênio antes de nossa era: - O famoso Código de Hamurabi, rei da Babilônia, foi inscrito na base de um bloco de diorito de 2,25 metros de altura e 1,90 metros de circunferência, e seus dispositivos, em número de 282 artigos, são redigidos em 46 colunas contendo 3.600 linhas. 8. HIERARQUIA DAS LEIS É sempre bom lembrar que o ordenamento jurídico brasileiro é construído de forma a obedecer uma hierarquia. Hans Kelsen foi o teórico que desenvolveu a idéia de uma pirâmide jurídica, na qual a Constituição está no ápice. No segundo patamar encontram-se as leis ordinárias e complementares�; no terceiro os decretos, atos normativos, deliberações, instruções normativas dentre outros atos regulamentadores; e por fim os contratos firmados entre as pessoas. Constituição Leis (ordinárias/complementares) Decretos, Atos Normativos, etc.. Contratos Dentre as leis existem normas gerais e específicas. As leis específicas derrogam as leis gerais no que for contrário, ou seja, a lei específica é que irá prevalecer se existir contradição com a lei geral. Para o nosso curso, aplica-se toda a legislação pertinente à sociedade civil, como por exemplo: Código Civil Código Penal Código Processual Código de Defesa do Consumidor 9. FORMAÇÃO DAS LEIS - O processo de elaboração das leis é a série de atos que devem ser praticados por determinados órgãos para criar a norma jurídica. - Compreende três fases: a iniciativa; a aprovação; a execução. - Iniciativa: - É a faculdade de propor um projeto de lei; é atribuída a pessoas ou órgãos de forma geral ou especial. - Cada sistema de direito apresenta uma solução própria. - De forma geral, a iniciativa das leis compete aos membros do Congresso e ao chefe do Poder Executivo. - Iniciativa no Brasil: - Parlamentar; - Membros do Congresso Nacional - Extra-parlamentar. - Chefe do Poder Executivo; - Tribunais Superiores; - Ministério Público; - Cidadãos (iniciativa popular – art. 14, III e & 2º do art. 61 da CF). - A aprovação da lei: - É a fase de estudo e deliberação da norma jurídica por meio dos debates, emendas e discussões dos representantes do povo, visando transformar o projeto proposto em regra obrigatória. - A execução: - É a fase do processo de elaboração da lei complementar destinada à formalização da proposição. Compreende: sanção ou veto, a promulgação e a publicação. - Sanção: - É o ato de aquiescência do Poder Executivo ao projeto aprovado pelo Legislativo. Pode ser expressa, quando o chefe do Executivo declara seu assentimento, ou tácita, quando deixa transcorrer o prazo para o veto sem se opor ao projeto, pelo que fica aprovado. - Veto: - É a oposição do Executivo ao projeto. Deve ser expresso. Uma vez vetado, o projeto voltaao Legislativo que poderá aceitá-lo ou rejeitá-lo, do que depende a aprovação da lei. - Promulgação: - É o estágio sucessivo, consistente na declaração pelo chefe do Executivo ou presidente do Congresso de que a lei foi incorporada ao Direito Positivo do país. - Publicação: - É o meio de tornar a lei conhecida e vigente. - Dá-se por meio do Órgão oficial, mas onde inexistir, será feita em jornal local, ou mesmo com a afixação do texto da lei em local determinado. - A promulgação obriga o Estado a cumprir a lei, porque a torna obrigatória para os órgãos públicos que devem cumpri-la. Com a publicação, a lei torna-se obrigatória para todos os cidadãos. 10. EFICÁCIA DA LEI NO ESPAÇO - “As normas jurídicas positivas existentes no mundo, as leis humanas, não são universais nem perpétuas, mas particulares e temporárias; têm limites, âmbitos e duração, valem para certo território, grupo humano ou período, freqüentemente divergem de um para outro. - Pluralidade de ordenações jurídicas divergentes: - A ordenação própria ou a estranha; - A de uma ou de outra Nação; - De um ou de outro Estado-membro ou Província; - De uma ou de outra Igreja; - A ordenação atual ou a anacrônica: a presente, a antiga, a intermediária, a próxima, a futura. - O Direito Internacional Privado visa solucionar o conflito de leis no espaço, isto é, regular os fatos em conexão, no espaço, com leis autônomas e divergentes. - É, pois, o Direito que rege os fatos em translação, girando através do espaço ao redor de leis diversas ou os fatos situados entre leis espacialmente contrárias ou o Direito que concerne à atividade de uma lei além de sua órbita, além do território, além das pessoas para que foi feita. - Sua missão é regular o intercâmbio humano através de vários direitos positivos autônomos e divergentes, assegurando a continuidade jurídica dos indivíduos que passam dum para outro. - É o anjo da guarda dos viajantes, dos indivíduos estranhos, de outras terras, nacionalidade, origem, domicílio, religião. 11. EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO - “O Direito Transitório soluciona o conflito no tempo, ou seja, disciplina os fatos em ligação, no tempo, com leis opostas. É portanto, o Direito que rege os fatos em transição, passando no tempo de uma para outra lei, ou os fatos que se desenvolvem entre leis temporalmente diversas ou o Direito relativo à atividade de uma lei fora de sua época. 12. INÍCIO DA OBRIGATORIEDADE DA LEI - O momento a partir do qual a lei inicia sua vigência pode variar de sistema: - Sistema da obrigatoriedade progressiva: - A vigência da lei começa nas regiões mais próximas, depois nas regiões mais remotas. - Sistema da obrigatoriedade simultânea. - A lei entra em vigor a um só tempo em todo o país. 13. FIM DA OBRIGATORIEDADE DA LEI - A lei tem duração indeterminada e só termina sua existência pela revogação expressa ou tácita. - Revogação expressa: - Quando a lei nova estabelece que seus efeitos cessarão. - Revogação tácita: - Quando a lei nova é simplesmente incompatível com suas disposições. - Leis temporárias: - Feitas para durar durante determinado prazo ou durante certo acontecimento; 14. IRRETROATIVIDADE DAS LEIS - A lei é expedida para disciplinar as situações futuras. O passado escapa ao seu império e sua eficácia restringe-se, em regra, exclusivamente aos atos verificados durante o período da sua existência. - Mas há exceções, porque a retroatividade é permitida em alguns casos particularíssimos, como o da lei penal mais benigna. 15. INTERPRETAÇÃO DAS LEIS - “Em sentido técnico, interpretação, interpretatio, é a “determinação do sentido e alcance da lei (mens legis)”. - Para apurar se o texto legal é claro ou não, é preciso conhecer-lhe o sentido, isto é, é preciso interpretá-lo. - A verificação da clareza é, portanto, consecutiva à interpretação e, em vez de dispensá-la, a pressupõe. - A interpretação, no entanto, no sentido técnico assume várias modalidades, conforme o aspecto por que seja encarada: - Quanto à fonte: doutrinal, judicial ou autêntica; - A interpretação doutrinal – ou doutrinária – emana dos juristas; - É expressa em pareceres cuja observância é facultativa... - A judicial – ou judiciária – dos magistrados ou juizes, - Não vincula os estranhos, mas só as partes em litígio... - A autêntica do legislador. - Obriga todos indistintamente, pois se faz mediante uma lei. - Quanto ao processo – gramatical ou sistemática; - A interpretação gramatical baseia-se na letra da lei e, por isso, também se chama literal. - É a interpretação lógica; - Saber a lei não é aprender suas palavras, mas seu espírito e alcance: - Em casos duvidosos, deve-se seguir a interpretação mais benigna, sobretudo se a lei é penal. - A interpretação sistemática compara o dispositivo em exame com outros da mesma lei, ou de outra lei referente ao assunto. - Não é Jurídico julgar ou opinar com fundamento em uma parte da lei, sem examiná-la toda. - Quanto aos efeitos: declarativa, restritiva, extensiva ou analógica. - A interpretação é declaratória, pois seu objetivo é precisamente explicar o sentido da lei; entretanto, - Costuma-se chamar declaratória especialmente a interpretação que esclarece as leis ambíguas, obscuras ou imprecisas ou que apenas verifica, sem nada reduzir ou acrescentar, o sentido das que não o são. - A interpretação restritiva subtrai a aplicação da lei a casos que, parecendo compreendidos na generalidade do texto, contrastam evidentemente com seu espírito. O legislador disse mais do que queria. - A interpretação extensiva aplica a lei a casos que parecem excluídos dos seu texto, mas que nele se compreendem implicitamente. O legislador disse menos do que queria. 16. O COSTUME - Nas sociedade primitivas, as normas jurídicas não emanavam de um órgão específico que as elaboravam nos moldes atuais nem eram promulgadas pelo legisladores; resultavam da opinião popular e eram sancionadas por um largo uso do povo, com o que se tornavam obrigatórias. - Esse Direito Consuetudinário não era escrito, porque os povos não conheciam a escrita; - Antecedeu a lei. - Era impregnado de forte misticismo, porque o Direito estava estreitamente ligado à religião. - Modificava-se também em ritmo bastante lento. - Nas sociedades modernas, o costume cedeu lugar à lei e ocupa posição secundária entre as fontes do Direito. - Na Inglaterra, o direito consuetudinário ainda existe vigoroso em nossos tempos; - Há um retraimento voluntário do Parlamento e uma autonomia dos juristas. O direito inglês apresenta-se sob dois aspectos: - A commom law, a lei não escrita, representada pelos costumes e pela tradição, revelados por meio dos case law ou decisões dos magistrados; - E o statute, a lei escrita como a nossa e que desempenha papel restrito, além de outras leis escritas como alguns capítulos dos direitos dos comércio, transportes, seguro, falência, propriedade etc. 16.1 Origem do Costume - O fato novo evolui no meio restrito, sócio-profissional, para, em seguida, após obter a adesão geral, tornar-se prática corrente. - Recebe, a seguir, sanção legislativa ou jurídica. - Em sentido amplo, o costume serve de base para a criação da norma jurídica legislativa. 16.2 Diferença entre Lei e Costume - A lei e o costume têm pontos semelhantes, pois ambos são a expressão da vontade do grupo. - O costume é espontâneo e “inconsciente” - A lei emana de um órgão técnico por meio de um processo próprio de elaboração. - A lei expressa-se por intermédio de fórmulas redigidas por escrito; - O costume é oral. 16.3 Funções do Costume - Nas sociedade modernas o costume pode ter uma função supletiva, quando invocado para suprir a lei; - Interpretativa,quando invocado para aclarar a lei. 16.4 O costume no Direito Brasileiro - O costume tem função apenas supletiva interpretativa (art. 4º da LICC). - A Consolidação das Leis do Trabalho estabelece que os dissídios trabalhistas devem ser resolvidos de acordo com os usos e costumes, à falta de disposições legais ou contratuais. - No costume destacam dois elementos: - Objetivo: - Consistente no uso prolongado, a prática constante e uniforme de determinados atos; - Subjetivo: - A convicção jurídica e a certeza da sua imprescindibilidade. 17. A DOUTRINA - A lição dos doutos; - Fonte do Direito. - A influência da doutrina faz-se sentir em momentos: - No período de formação do Direito: - A teoria do Direito serve de base para alicerçar reformas introduzidas no Direito Positivo dos países. - No momento de sua aplicação nos casos concretos: - A doutrina é usada como meio de solução de casos concretos, complementando melhor a lei e aclarando o preceito positivo. - A investigação doutrinária exerce sua ação na elaboração do Direito Positivo da seguinte maneira: como base justificativa e interpretativa do texto legal; como fonte supletiva das deficiências e omissões do texto legal; como solução das questões para as quais a lei não fornece elementos; e como repositório de princípios que não podem ser submetidos à lei escrita pela própria. 18. A JURISPRUDÊNCIA - A jurisprudência consiste no modo pelo qual os tribunais se orientam na solução das diferentes questões. - Expressa-se por meio das sentenças e acórdãos proferidos nas demandas. - A jurisprudência dos tribunais pode ser unificada: - Enunciados (TST); - Súmulas (STF e STJ). 19. AS FORMAS DE INTEGRAÇÃO - Por integração da norma jurídica entendemos o processo com o qual o magistrado recorre a critério de típica criação do Direito para o caso concreto, à falta de norma jurídica prévia regulando a espécie. - São meios de integração da norma jurídica: - Analogia - Consiste em aplicar uma hipótese não prevista em lei a disposição relativa a um caso semelhante; - É um meio de estender a norma a casos não previstos mas semelhantes. - Eqüidade - Sentimento íntimo de justiça que se funda na igualdade perante a lei, na boa razão e na ética, para suprir a imperfeição da lei ou modificar criteriosamente o seu rigor, tornando-a mais moderada, benigna e humana. - É um poder de que dispõe o juiz para decidir o caso concreto dentro dos mais elevados princípios jurídicos e morais, ditando às vezes decisões que sejam contrárias a todo o Direito formalmente constituído, mas intrinsecamente justas e recomendadas pelo senso comum. - A lei positiva deverá autorizar o Juiz a fazer uso desse processo de integração. - A eqüidade tem três funções principais: - jus adjuvandi: - Uma função auxiliar na solução do caso concreto; - supplendi: - Uma função supletiva das lacunas da lei; - jus corrigendi: - Uma função corretiva das conseqüências das normas jurídicas. - A eqüidade situa-se em um campo intermediário entre a Moral e o Direito. - O problema transcende do Direito Positivo para significar um aperfeiçoamento da ação de julgar dentro de um ideal de justiça concretamente aplicado. - Princípios Gerais do Direito - São elementos que, aceitos e adotados universalmente como verdades axiomáticas, atuam na formação da consciência jurídica do homem da lei. - Os princípios gerais do Direito são também formas de integração das lacunas jurídicas. - As lacunas são supridas quando se invocam os princípios gerais do Direito como elementos não contidos em disposições da lei escrita. - Segundo o jurisconsulto romano Ulpiano, são preceitos do Direito: viver honestamente, não lesar a outrem e dar a cada um o que lhe pertence (juris praecepta sunt haechoneste vivere, alterum non suum cuique tribuere). DIREITO É O CONJUNTO DE REGRAS OBRIGATÓRIAS QUE DISCIPLINAM A CONVIVENCIA SOCIAL HUMANA � A doutrina discute se os tratados internacionais têm status legal ou Constitucional. Alguns defendem que: se os tratados internacionais versarem sobre direitos fundamentais da pessoa humana será acolhido no nosso ordenamento com status Constitucional, do contrário será Lei Ordinária. �PAGE � �PAGE �16�
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