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Estudo sobre a Ativação Eletromiográfica do Exercício Pullover Ms. Paulo Marchetti Mestre em Educação Física – EEFEUSP Especialista em Treinamento Desportivo e Fisiologia do Exercício – UNIFESP Docente das Univesidades (Polícia Militar, UNIFMU, Gama Filho, UNINOVE) Membro do Laboratório de Biofísica - EEFEUSP Cada vez mais, o treinamento de força (musculação), vem ganhando espaço no cenário mundial como um meio eficiente para a obtenção de índices ótimos de qualidade de vida, no que tange ao aumento da capacidade funcional ou mesmo à estética corporal desejada. Entretanto, para a real obtenção de tais benefícios, faz-se necessário um entendimento ótimo tanto das variáveis que geram a alteração do estado fisiológico individual (carga de treino), como da melhor mecânica corporal para a otimização da ativação muscular específica. Deste modo, o bom entendimento dos parâmetros biomecânicos de execução dos exercícios é de extrema importância para a redução dos níveis de lesão e para a obtenção do melhor rendimento muscular. Assim, entra em cena a ciência do treinamento, que vem auxiliar no entendimento e conseqüente otimização de tais variáveis, que por tanto tempo permaneceram dominadas pelo conhecimento empírico dos praticantes. A área intitulada neuromecânica auxilia na compreensão de como o sistema nervoso interpreta a ação articular (torque), e solicita a musculatura específica da forma mais eficiente e econômica possível. Para isto, utilizamos uma técnica chamada eletromiografia, que quantifica a ação elétrica muscular por meio de eletrodos dispostos superficialmente nos músculos, definindo sua real participação nos movimentos estudados. O exercício pullover, então, foi escolhido como foco deste estudo, pois dentre os exercícios executados na sala de musculação, este é o que possui maior controvérsia quanto à participação dos diversos músculos, principalmente peitoral maior e latíssimo do dorso. Na literatura disponível atualmente, apenas um autor (Delavier, 2000) faz menção a tal exercício, entretanto, sua abordagem é simplesmente anatômica, o que diminui a confiabilidade em tais informações, quando se tem por base o pressuposto de que existe uma forte dependência neural na ativação muscular. O estudo conduzido enfatizou a ativação eletromiográfica dos grupos musculares peitoral maior e latíssimo do dorso, em uma tarefa dinâmica de baixa velocidade e utilizando como sobrecarga 30% da massa corporal do indivíduo. A figura 1 mostra a ação de ambos os músculos nas duas fases de movimento (concêntrica e excêntrica). Figura 1. Gráfico representativo da ação muscular do peitoral maior e latíssimo do dorso no exercício pullover (Fase Concêntrica – 0 a 50% do ciclo / Fase Excêntrica – 50 a 100% do ciclo). Baseado neste estudo, observa-se uma maior participação (aproximadamente 50%) na ação muscular do peitoral maior em relação ao latíssimo do dorso. Obviamente, a ação de ambos é aumentada em ângulos articulares extremos em função da maior alavanca corporal e, consequentemente, maior solicitação por parte do sistema nervoso. Pode-se observar também, diferenças na fase concêntrica e excêntrica dos músculos estudados. Estudos neuromusculares relatam diferenças da ativação muscular nas diferentes fases do movimento, sendo a fase concêntrica a de maior ativação das fibras musculares (unidades motoras). O presente estudo corrobora tais afirmações, pois comprova-se uma maior atividade eletromiográfica na fase concêntrica do movimento. Pode-se concluir então, que o pullover é um exercício que solicita ambos os músculos, embora sua participação durante o movimento seja diferenciada e, nas várias fases de movimento, ocorre uma solicitação neuromuscular específica.
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