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ESTADO 2

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ESTADO
Origem e formação do estado
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Origem e formação do Estado
Estado  significa situação permanente de convivência.
Estado (do latim status = estar firme).
Estado: é dada essa designação a todas as sociedades políticas que, com autoridade superior, fixaram as regras de convivência de seus membros. 
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Em relação à época do aparecimento do Estado
1ª - Para muitos autores, o Estado, assim como a própria sociedade, existiu sempre;
2ª - Outros autores admitem que a sociedade humana existiu sem o Estado durante um certo período;
3ª - Alguns autores só admitem como Estado a sociedade política dotada de certas características muito bem definidas.
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Formação originária dos Estados
Agrupamentos humanos ainda não integrados em qualquer Estado
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Formação derivada dos Estados
Formação de novos Estados a partir de outros preexistentes
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Teorias que explicam a formação originária dos Estados
1ª - Teorias que afirmam a formação natural ou espontânea dos Estados;
2ª - Teorias que sustentam a formação contratual dos Estados.
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Teorias não-contratualistas
1. origem familial ou patriarcal;
2. origem em atos de força, de violência ou de conquista;
3. origem em causas econômicas ou patrimoniais; 
divisão do tb. e propriedade da terra
4. origem no desenvolvimento interno da sociedade.
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A criação de Estados por formação derivada
1. Fracionamento de Estados: quando uma parte do território de um estado se desmembra e passa a constituir um novo Estado;
2. União de Estados: dois ou mais Estados resolvem unir-se, para compor um novo Estado.
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Evolução histórica do Estado
Estado Antigo (teocrático);
Estado Grego;
Estado Romano;
Estado Medieval;
Estado Moderno
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Estado Antigo
Antigas civilizações do Oriente ou do Mediterrâneo.
Duas marcas fundamentais: a natureza unitária e a religiosidade.
A influência predominante foi religiosa, afirmando-se a autoridade dos governantes e as normas de comportamento individual e coletivo como expressões da vontade de um poder divino.
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Estado Grego
Inexistência de um Estado único, englobando toda civilização helênica.
A característica fundamental é a cidade-Estado, ou seja, a polis, como a sociedade política de maior expressão.
Auto-suficiência e autarquia.
viviam em pequenos burgos
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Estado Romano
Uma das peculiaridades mais importantes do Estado Romano é a base familiar da organização.
Civitas (primitivo Estado) resultou da união de grupos de familiares (as gens).
Integração jurídica dos povos conquistados
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Estado Medieval
Elementos que se fizeram presentes na sociedade política medieval:
	- o cristianismo;
	- as invasões dos bárbaros;
	- o feudalismo.
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Cristianismo 
Aspiração à universalidade: faz-se uma afirmação de igualdade.
Todos os cristãos deveriam ser integrados numa só sociedade política.
Dificuldades para a realização dessa aspiração: 1.multiplicidade de centros de poder; 2. o Imperador recusa submeter-se à autoridade da Igreja.
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Invasões dos bárbaros
Introdução de novos costumes e estímulos para que as regiões invadidas se afirmassem como unidades políticas independentes;
A ordem sempre precária, improvisação das chefias, abandono e transformações de padrões tradicionais.
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Feudalismo 
As invasões e as guerras internas tornaram difícil o desenvolvimento do comércio.
A posse da terra é valorizada enormemente: ricos e pobres terão a subsistência ligada à mesma.
Institutos jurídicos: 1.vassalagem; 2.benefício; 3.imunidade. 
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Estado Moderno
A busca de unidade se afirma num poder soberano – supremo, reconhecido como o mais alto de todos dentro de uma precisa delimitação territorial.
As características do Estado Moderno: 1.a soberania (formal); 2.o território (material); 3.o povo (material); 4.a finalidade (GROPPALI). 
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Soberania 
As características: 1.una; 2.indivisível; 3.inalienável; 4.imprescritível.
Conceito: tendo sido de índole exclusivamente política na sua origem histórica, já se acha disciplinado juridicamente, quanto à sua aquisição, seu exercício e sua perda.
O poder soberano como poder jurídico constitui um importante obstáculo ao uso arbitrário da força. 
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Soberania
Poder absoluto e perpétuo?
Qual o conceito puramente político de Soberania?
Qual o conceito puramente jurídico de Soberania?
Qual o conceito de Soberania com fundamento culturalista?
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PODER ABSOLUTO
Não é limitada nem em poder, nem pelo cargo, nem por tempo certo. Nenhuma lei humana, nem as do próprio príncipe, nem as de seus predecessores, podem limitar o poder soberano.
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CONCEITO PURAMENTE POLÍTICO
O poder incontrastável de querer coercitivamente e de fixar as competências.
Não há preocupação em ser legítimo ou jurídico, basta ser absoluto.
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CONCEITO PURAMENTE JURÍDICO
O poder de decidir em última instância sobre a atributividade das normas  sobre a eficácia do direito.
É o poder jurídico utilizado para fins jurídicos.
Há uma visão isonômica dos Estados.
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FUNDAMENTO CULTURALISTA
O poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência. (MIGUEL REALE)
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SOBERANIA - CARACTERÍSTICAS 
UNA não há convivência de 2 soberanias
INDIVISÍVEL aplica-se à universalidade dos fatos ocorridos no Estado
INALIENÁVEL  aquele que a detém desaparece se ficar sem ela.
IMPRESCRITÍVEL sem prazo certo
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SOBERANIA (OUTRAS CARACTERÍSTICAS)
ORIGINÁRIO  Nasce no próprio momento em que nasce o Estado.
EXCLUSIVO  Só o Estado possui.
INCONDICIONADO  Só encontra os limites postos pelo próprio Estado.
COATIVO  O Estado ordena e dispõe de meios para fazer cumprir suas ordens coativamente.
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SOBERANIA - TITULARIDADE
TEORIA TEOCRÁTICA
Fim Idade Média e período absolutista do Estado Moderno
Princípio Cristão de São Paulo  TODO PODER VEM DE DEUS
Titular da Soberania  o Monarca
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SOBERANIA - TITULARIDADE
TEORIA DEMOCRÁTICA (3 FASES)
O POVO (fora do Estado)
A NAÇÃO (Rev. Francesa, séc. XIX e início séc. XX)
O ESTADO (séc. XX)  soberania é um direito a ser exercido por pessoa jurídica
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SOBERANIA – OBJETO E SIGNIFICAÇÃO
Os cidadãos estão sempre sujeitos ao poder soberano.
Como regra, age nos limites do território.
Os não cidadãos do Estado também estão sujeitos a esse poder quando se encontrem no território.
Para os demais Estados, a soberania tem significado de INDEPENDÊNCIA
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SOBERANIA – COMO DIREITO SUBJETIVO
O DIREITO SUBJETIVO definição 
"A FACULDADE OU POSSIBILIDADE QUE TEM UMA PESSOA DE FAZER PREVALECER EM JUÍZO A SUA VONTADE, CONSUBSTANCIADA NUM INTERESSE." (JOSÉ CRETELLA JÚNIOR). 
"O INTERESSE PROTEGIDO PELA LEI, MEDIANTE O RECOLHIMENTO DA VONTADE INDIVIDUAL." (IHERING). 
É A CAPACIDADE QUE O HOMEM TEM DE AGIR EM DEFESA DE SEUS INTERESSES, INVOCANDO O CUMPRIMENTO DE NORMAS JURÍDICAS EXISTENTES NA SOCIEDADE ONDE VIVE, TODAS AS VEZES QUE, DE ALGUMA FORMA, ESSAS REGRAS JURÍDICAS VENHAM AO ENCONTRO DE SEUS OBJETIVOS E POSSAM PROTEGÊ-LO. 
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SOBERANIA – COMO DIREITO SUBJETIVO
Objetiva ressaltar o caráter antijurídico e injusto da utilização da força incondicionada para a solução de conflitos de interesses dentro de uma ordem estatal ou entre Estados, contribuindo para a formação de uma nova consciência, que repudia o uso arbitrário da força. 
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SOBERANIA
INDEPENDÊNCIA
PODER JURÍDICO MAIS ALTO
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Território 
Foi com a delimitação do território que se pôde assegurar a eficácia do poder e a estabilidade da ordem.
O território é o espaço dentro do qual o Estado exerce seu poder de império. Este poder se exerce sobre tudo, as pessoas e coisas, que se encontre no território.
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Território
Noção surgiu no Estado Moderno
Na cidade-Estado não se verificava os conflitos de fronteiras
Conflitos da Idade Média
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Território - concepções
BURDEAU  elemento constitutivo
necessário ao Estado, porém é um ‘quadro natural’ onde é exercido o poder.
KELSEN  a delimitação territorial é uma necessidade. Não se trata de um componente do Estado, mas é espaço onde se circunscreve a validade da ordem jurídica estatal. – EXCLUSIVIDADE. 
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Território X Estado
RELAÇÃO DE DOMÍNIO  direito real de natureza pública
DIREITO REAL INSTITUCIONAL
DOMÍNIO EMINENTE  ESTADO
DOMÍNIO ÚTIL  PARTICULAR
IMPERIUM  poder exercido sobre as pessoas e, reflexamente, sobre o território
PODER DE IMPÉRIO  sobre tudo e todos.
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Território
É considerado um elemento constitutivo essencial do Estado. 
Não existe Estado sem território
O território estabelece a delimitação da ação soberana do Estado
É objeto de direitos do Estado
Em relação à soberania, vigora o PRINCÍPIO DA IMPENETRABILIDADE
Tem significação jurídica NEGATIVA
Tem significação jurídica POSITIVA
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Território – extensão mar
Séc. XVII  alcance do tiro de canhão
Formalização de tratado ou atos unilaterais  200 milhas
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Território – Soberania extensão espaço aéreo
Fixação de limites
Assegurar PASSAGEM INOCENTE
Chicago 1944  É território a coluna de ar sobre o mesmo, sem limite 
ONU 1966  Declaração de Princípios Jurídicos Aplicáveis às Atividades do Estados na Exploração e Uso do Espaço Exterior  não admite limitação
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Povo
Elemento pessoal
Povo ≠ População ≠ Nação
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Povo 
População não tem sentido jurídico, é mera expressão numérica, demográfica, ou econômica, que abrange o conjunto das pessoas que vivam no território de um Estado, ainda que se achem nele temporariamente.
Nação é uma comunhão formada por laços históricos e culturais, assentada sobre um sistema de relações de ordem objetiva. (Miguel Reale)
Daí a idéia de comunidade.
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Povo
Grécia  cidadãos, homens livres (sem direitos políticos e os escravos)
Roma  conjunto de cidadãos
Já havia uma conotação jurídica da qualidade de cidadão.	
Refere-se à titularidade de direitos públicos. 
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Povo – Estado Moderno
Séc. XVIII
Surge a idéia de Povo livre de qualquer noção de classe, buscando-se impedir discriminação entre os componentes do Estado.
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Noção jurídica de povo...
O Estado é sujeito do poder público, e o povo, como seu elemento componente, participa dessa condição (aspecto subjetivo do povo).
O povo é objeto da atividade do Estado (aspecto objetivo do povo).
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Povo - conceito
É uma pluralidade de pessoas que se associam num momento jurídico, perfazendo uma unidade, surgindo o Estado dessa associação.
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Povo - conceito
É o conjunto de indivíduos que, através de um momento jurídico, se unem para constituir o Estado, estabelecendo com este um vínculo jurídico de caráter permanente, participando da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano.
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Povo e Cidadão
São cidadãos quando participam da autoridade soberana e sujeitos quando submetidos às leis do Estado.
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Povo – questões relevantes
É elemento essencial do Estado.
Continua ativo mesmos após a constituição do Estado.
Dá condições ao Estado para formar e externar uma vontade.
O Estado pode estabelecer condições objetivas para que o cidadão possa participar da formação da vontade do Estado e do exercício da soberania.
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Finalidade do Estado 
Deformações:
Superexaltação das funções econômico-financeiras do Estado.
Obsessão pela ordem.
Conseqüência:
Eliminação da liberdade
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Finalidade – fins objetivos e subjetivos
Fins Objetivos:
Identificar o papel do Estado no desenvolvimento da humanidade
UNIVERSAIS  conceber os fenômenos da história como o desenvolvimento de uma atividade que se propõe alcançar um objetivo, não como ordem resultante da sucessão espontânea de fatos humanos.
PARTICULARES  resultam das circunstâncias e quem surgiram e se desenvolveram as quais condicionam sua história. 
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Finalidade – fins objetivos e subjetivos
Fins Subjetivos:
O Estado é sempre uma unidade de fim.
É uma unidade conseguida pelo desejo de realização de inúmeros fins particulares, sendo importante localizar os fins que conduzem à unificação. 
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A Finalidade e os objetivos do Estado 
FINS EXPANSIVOS  crescimento desmesurado do Estado, anulando o indivíduo.
Referência: ESTADOS TOTALITÁRIOS
Utilitárias: 
desenvolvimento material 
Estado do bem-estar
Éticas:
Estado é fonte moral, onipotente e onipresente, não se tolerando qualquer comportamento que não seja rigorosamente de acordo com a moral oficial.
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A Finalidade e os objetivos do Estado 
FINS LIMITADOSO Estado é mero vigilante da ordem social. Não se admite que tome iniciativa, sobretudo na área econômica.
Estado-polícia segurança dos indivíduos
Estado-liberal  liberdade individual
Estado de Direito  homem titular de direitos naturais, com base nos quais nasceram a sociedade e o Estado. 
Espera-se uma rigorosa aplicação do Direito. 
Concepção formal do Direito
Conflito entre DIREITO E JUSTIÇA.
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A Finalidade e os objetivos do Estado 
FINS RELATIVOS  busca-se uma nova relação entre o Estado e os indivíduos
Idéia de solidariedade
Tem foco no povo (valores culturais que produzem efeitos sociais)
Funções do Estado: 
Conservar, ordenar e ajudar 
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PODER DO ESTADO
Poder Dominante
Exclusivo do Estado
Há o imperium
É originário e irresistível
Poder Não-Dominante 
Existe nas demais sociedades
Disciplinador
Desprovido de imperium
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PODER DO ESTADO
Tem na base da vida social uma ordem jurídica
O PODER OU DOMINAÇÃO ESTATAL NÃO É O DE QUE UNS HOMENS ESTÃO SUBMETIDOS A OUTROS, MAS QUE TODOS ESTÃO SUBMETIDOS ÀS NORMAS.
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CONCEITO DE ESTADO
2 referências:
Enfatiza o elemento concreto ligado à noção de força
Realça sua natureza jurídica – noção de ordem. 
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CONCEITO DE ESTADO - força
DUGUIT  “força material irresistível, limitada e regulada pelo direito”.
BURDEAU  “institucionalização do poder”.  MONOPÓLIO
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CONCEITO DE ESTADO - ordem
JELLINEK  “corporação territorial dotada de um poder de mando originário”.
KELSEN  “ordem coativa normativa da conduta humana”.
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CONCEITO DE ESTADO 
DALLARI  “Ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território”.

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