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1 Mercado Financeiro e de Capitais Unid II

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Mercado Financeiro e de capitais
Unidade II
5 MERCADOS FINANCEIROS
Os mercados financeiros constituem‑se em fóruns nos quais os fornecedores e os demandantes 
de recursos podem transacionar os títulos. Conforme citado no início, os mercados financeiros estão 
divididos em cinco subgrupos de mercados: o monetário, o de crédito, o cambial, o de capitais e o de 
derivativos.
Inicialmente os títulos são emitidos e negociados no mercado primário, no qual o emissor transaciona 
diretamente com o comprador dos títulos. As demais transações, ou renegociações, realizadas entre 
poupadores e investidores acontecem no mercado secundário, que pode ser visto como um mercado de 
negociação de títulos anteriormente possuídos por alguém.
5.1 Mercado monetário
Caracteriza‑se pelas transações de curtíssimo e curto prazo, visando ao controle da liquidez 
monetária da economia. Os papéis que lastreiam as operações do mercado monetário concentram‑se 
naqueles emitidos pelo Banco Central do Brasil, com o objetivo de execução da política monetária, e 
pelo Tesouro Nacional, com o objetivo de financiar o orçamento público, os Bônus do Banco Central 
(BBC) e as Notas do Tesouro Nacional (NTN) ou as Letras do Tesouro Nacional (LTN). Outros títulos 
emitidos pelos Estados ou Municípios também fazem parte do mercado monetário. O Certificado de 
Depósito Interfinanceiro (CDI), o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e as debêntures também são 
negociados nesse mercado.
A maioria dos títulos públicos e privados do mercado monetário é escritural. O controle das 
negociações, a liquidação e a transferência desses valores são efetuados por dois sistemas especiais, 
chamados de Selic e Cetip.
5.1.1 Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic)
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) controla, liquida financeiramente e custodia 
física e escrituralmente os títulos públicos transacionados no mercado monetário. As transações com 
esses títulos são efetuadas em dinheiro, diretamente entre os operadores das instituições financeiras 
(autorizadas a operar no mercado monetário), e as informações são repassadas por sistema informatizado 
(terminal).
Os pagamentos Selic processam‑se por meio de reservas bancárias e da transferência de títulos entre 
os investidores, trazendo assim maior segurança para as operações de compra e venda de títulos.
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A taxa Selic representa a taxa média dos financiamentos lastreados em títulos públicos federais, 
apurados diariamente pelo sistema Selic, considerada como a taxa básica de juros da economia, 
determinando a dinâmica de todas as demais taxas; é conhecida por D0.
Por concentrar títulos de grande liquidez e, teoricamente, de risco mínimo – títulos públicos –, 
dizemos que é uma taxa livre de risco e de grande relevância para a formação dos juros de mercado.
5.1.2 Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip)
A Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip) exerce a mesma função 
do Selic, mas está direcionada aos títulos privados, como CDB, RDB, Debêntures, CDI, entre outros. As 
operações dessa central são processadas por transferência bancária e liquidadas após compensação dos 
cheques ou equivalentes.
O principal título da Cetip é o CDI, que permite a transferência de liquidez (recursos) entre as 
instituições financeiras.
 Observação
O objetivo básico desses dois sistemas de liquidação e custódia 
é promover a boa liquidação das operações no mercado monetário, 
dando maior segurança e autenticidade aos negócios realizados 
(ASSAF, 2011).
O volume de transações realizadas entre os dois sistemas é elevado, motivo pelo qual são divulgadas 
periodicamente duas taxas de juros utilizadas pelos agentes econômicos: a taxa Selic e a taxa Cetip. 
Com base na primeira, as instituições financeiras adquirem e vendem títulos diariamente. Isso originou 
a conhecida taxa overnight, de um dia útil de transação.
Já a taxa Cetip é conhecida como D1, por sua liquidação não ocorrer de imediato, como no caso 
da Selic. Toda negociação realizada nessa base é efetivada no dia seguinte, e esta é ligeiramente mais 
elevada que a taxa Selic, por embutir maior risco decorrente desse tempo de liquidação.
5.1.3 Comitê de Política Monetária (Copom)
Vinculado ao Banco Central e instituído em 1996, o Comitê de Política Monetária tem por principal 
objetivo instituir diretrizes da política monetária e estabelecer as metas de taxa de juros a serem 
cumpridas pelas autoridades monetárias.
O Copom realiza reuniões periódicas, que visam avaliar a situação da economia e equalizar possíveis 
descompassos. Ao final de cada uma delas, são divulgadas as metas da taxa básica Selic, que vigora até 
a próxima reunião.
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Em suas decisões, o Copom objetiva cumprir as metas de inflação estabelecidas pelo Governo Federal, 
propiciando o aumento ou a diminuição da taxa Selic, que, de certa forma, influencia diretamente o 
consumo e, consequentemente, os índices de inflação do país.
Quando o Copom decide diminuir a taxa Selic, todas as taxas da economia baixam; com isso, o 
crédito torna‑se mais atrativo e, consequentemente, aumenta‑se o consumo; porém, todo e qualquer 
consumo exagerado causa, em curto tempo, inflação, pois a procura maior que a demanda por produtos 
provoca o aumento deste e, consequentemente, gera aumento da inflação.
 Lembrete
A Lei da Oferta e da Demanda estabelece a relação entre a procura 
por um produto e a oferta deste; dependendo dessa relação, pode haver 
aumento de preço e consequente inflação.
5.1.4 Títulos públicos
Assim como empresas que buscam entrar no mercado por meio da emissão de ações, os governos 
federais, estaduais e municipais captam recursos no mercado financeiro por meio da emissão de títulos 
públicos, que são registrados como dívidas mobiliárias.
 Observação
A dívida mobiliária tem uma exigibilidade superior a doze meses, 
assumida por entidades públicas dentro do país, para atender desequilíbrios 
orçamentários ou financiamento de obras públicas.
As vendas de títulos públicos podem ser realizadas de três formas, conforme bem colocou Assaf Neto (2011):
• oferta pública com realização de leilões;
• oferta pública sem realização de leilões, ou seja, venda direta pelo Tesouro Nacional;
• emissões destinadas a atender a necessidade específica prevista em lei.
Os leilões de títulos públicos podem ser formais, quando a entidade pública divulga ao mercado as 
condições dos negócios e os investidores efetivam suas propostas de compras, que são encaminhadas 
à Selic. Já os leilões informais ocorrem por intervenção do Banco Central, comprando ou vendendo 
títulos; os investidores enviam suas propostas, que podem ser aceitas ou rejeitadas pelo Banco Central.
Qualquer pessoa que tenha Cadastro de Pessoa Física (CPF) pode adquirir títulos públicos por meio 
do Tesouro Direto.
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 Observação
Tesouro Direto é o nome dado ao programa de venda de título públicos.
A rentabilidade desses títulos pode ser prefixada, pós‑fixada ou indexada, e estes são extremamente 
interessantes, por apresentarem baixo risco.
Primeiramente, os títulos são emitidos e transacionados no mercado primário, entre o Banco 
Central e as instituições financeiras, por meio dos dealers, instituições representantes doBacen 
no mercado.
As instituições financeiras, após a aquisição dos títulos no leilão primário, renegociam 
os ativos no mercado secundário, mediante instrumento de operação chamado open market 
(mercado aberto). Neste, as instituições financeiras vendem o título com o compromisso de 
recomprá‑lo em uma data futura, financiando sua posição e obtendo, pelo diferencial citado, 
sua receita financeira (spread).
A diferença de ganhos entre as transações de compra e venda do título denomina‑se spread da 
instituição, ou seja, sua receita financeira.
Os principais títulos da dívida pública são:
• Bônus do Tesouro Nacional (BNT): substituía a extinta Obrigação do Tesouro Nacional (OTN), 
valia em torno de um cruzado novo e, com o fim das altas taxas de inflação, em 1991 foi extinto;
• Letras do Tesouro Nacional (LTN): pagam a seu investidor um valor inferior ao de face, ou seja, 
com desconto, seu valor nominal se dá em múltiplos de R$ 1.000,00 (mil reais), são negociados 
por meio de ofertas públicas como os leilões ou diretamente pelo Ministério da Fazenda e seu 
prazo é definido no momento de sua emissão;
• Letras Financeiras do Tesouro (LFT): são papéis atraentes com prazo definido no momento de 
sua emissão e rendimentos definidos pela média da taxa Selic; são negociados por meio de ofertas 
públicas e diretas;
• Notas do Tesouro Nacional (NTN): têm rendimentos pós‑fixados, com juros pagos periodicamente 
e diferenciados inclusive em relação ao seu prazo;
• Certificados do Tesouro Nacional (CTN): utilizados para levantar recursos a fim de cobrir déficit 
orçamentário, e o seu valor é atualizado pelo Índice de Preços da Economia (IPC);
• Certificados Financeiros do Tesouro (CFT): atendem finalidades específicas da lei, têm prazo e 
taxa de juros definidos no momento de sua emissão;
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• Bônus do Banco Central (BBC): utilizados nos leilões públicos, têm característica de curto prazo 
e seus rendimentos são prefixados;
• Letras do Banco Central (LBC): são muito atrativos para investidores e têm a remuneração 
definida pela taxa média Selic;
• Notas do Banco Central (NBC): têm prazo mínimo de três meses, e seus rendimentos são 
atrelados a um indexador, com juros pagos periodicamente.
5.2 Mercado aberto
Seu funcionamento é relativamente simples: o Banco Central efetua a venda primária por leilão, com 
recebimento das propostas dos investidores por meio dos dealers escolhidos pelo Bacen, que podem ou 
não aceitar essa proposta.
 Lembrete
Dealers são intermediários financeiros que fazem a gestão dos títulos 
ou das moedas por iniciativa própria, auferindo uma comissão sobre o 
montante da transação.
No mercado secundário, esse título pode ser renegociado por meio de operações de open market 
(mercado aberto). O investidor não é obrigado a manter os títulos em seu poder até o vencimento, 
porém a garantia da rentabilidade contratada só ocorrerá se mantê‑lo até o seu vencimento.
A instituição financeira que negocia o título tem o compromisso de recomprá‑lo em uma data 
futura, e a diferença entre o que é ganho na compra e o financiado (pago) em sua colocação determina 
a sua receita financeira.
 Observação
A receita financeira é chamada de spread, que é a diferença entre o 
preço de compra e venda da mesma ação.
Como o prazo de vencimento de um título no mercado aberto é superior ao da sua colocação no 
mercado, este pode ser negociado várias vezes até seu resgate final.
5.3 Mercado de títulos de dívida externa
É o mercado em que são negociados papéis originados da negociação ou renegociação da dívida junto 
aos órgãos internacionais privados e aos órgãos financeiros, como o Fundo Monetário Internacional e 
o Banco Mundial.
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A globalização trouxe para o mercado a negociação quase imediata de títulos. Isso faz que, caso 
haja perda, seja possível procurar uma aplicação que apresente uma rentabilidade melhor. Essa 
rapidez na movimentação dos recursos ocasiona o risco elevado, em especial para os países em 
desenvolvimento, que buscam muitas vezes os órgãos internacionais de crédito para financiarem o 
seu endividamento interno.
O principal papel da dívida externa do Brasil é o Bond, que tem o valor de resgate previamente 
calculado, e seus juros, calculados e pagos ao final do período em que é feito o resgate ou 
periodicamente.
 Lembrete
Bond ou bônus, como também é conhecido, é um título de 
renda fixa identificando uma obrigação de pagamento, por parte 
do Governo, diante de um empréstimo concedido por um investidor 
(ASSAF NETO, 2011).
As oscilações de preço desses papéis estão diretamente relacionadas à situação econômica e política 
do país emitente do título.
5.4 Precatórios
São papéis decorrentes de uma obrigação financeira, originada a partir de uma decisão judicial, em 
que um órgão do Governo, seja ele federal, estadual ou municipal, já tenha sido julgado culpado e não 
caiba recurso.
Os papéis referentes aos precatórios são negociados no mercado secundário, geralmente com 
deságio. Quanto maior for esse deságio, melhor para o devedor e para o credor, mesmo havendo 
perda, em razão da grande dificuldade encontrada para receber dívida de entidades públicas.
 Lembrete
Deságio é a diferença a menor entre o valor nominal de um título e o 
que é efetivamente pago em uma negociação.
5.5 Mercado de crédito
Corresponde às transações de empréstimos e financiamentos, realizadas pelas instituições financeiras 
bancárias, às pessoas físicas ou jurídicas, por períodos curtos ou médios.
Os financiamentos de bens de consumo duráveis, feitos pelas sociedades financeiras não bancárias, 
de médio prazo, também fazem parte desse mercado.
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As operações de empréstimos de curto e longo prazo, realizadas no mercado de crédito, são:
• Desconto de títulos: operação de crédito do sistema bancário envolvendo duplicatas, notas 
promissórias, descontos de cheques, entre outros. O responsável pela liquidação final do título 
negociado é o tomador de recursos. Se na data do vencimento do título o sacado não pagar, o 
cedente (tomador dos recursos) deverá pagar. Nessa operação, os encargos financeiros são pagos 
antecipadamente, já descontados do valor nominal da operação.
• Contas garantidas: contas com limite de crédito garantido pela instituição bancária utilizadas 
para saldar compromissos imediatos. Os encargos são debitados da conta, no final do mês.
• Crédito rotativo: empréstimos de curto prazo para financiar necessidade de capital de giro das empresas. 
Operação semelhante à conta garantida, mas, neste caso, a operação é garantida com duplicatas 
(duplicatas caucionadas). O limite de crédito corresponde a um percentual do valor caucionado. À 
medida que as duplicatas vencem e são resgatadas, o tomador de recursos deve substituí‑las.
• Operações de hot money: empréstimos que variam de 1 a 7 dias. O custo dessas operações tem 
como base o CDI.
• Empréstimo para capital de giro: contrato por tempo e condições determinadas, como prazo, 
duplicatas, aval, notas promissórias, entre outras.
• Operações de vendor: a instituição bancária paga à vista os direitos da empresa relativos às 
duplicatas de vendas. Nesse caso, o responsável pelo pagamento do título ao banco é o comprador. 
O valor do crédito é liberado à empresa que vendeu o título pelo valor líquido, já descontados os 
encargos da operação.
• Repasse de recursos externos: operações de empréstimoscom base no repasse de recursos 
captados em moeda estrangeira pelos bancos às empresas nacionais. Os encargos nessa operação 
são: comissão de repasse, variação cambial e o Libor, que corresponde à taxa de juros interbancária 
do mercado de Londres.
• Crédito direto ao consumidor: financiamento para aquisição de bens e serviços, diretamente ao 
consumidor, cuja garantia geralmente é a alienação fiduciária do próprio bem adquirido. Como o 
risco é mais elevado, geralmente os juros também o são.
• Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC): corresponde à antecipação de valores a serem 
recebidos pela empresa relativos à exportação futura, geralmente na fase de produção dos itens a 
serem exportados. É liberado mediante comprovação da exportação, confirmação do pedido por parte 
do importador. O custo corresponde ao Libor, mais a margem de risco do país, mais o lucro do banco.
• Commercial paper: é uma nota promissória comercial de curto prazo, no máximo um ano, 
emitida pelo tomador para financiar capital de giro; o seu valor está diretamente relacionado ao 
desempenho da empresa emissora e representa uma ótima opção para captação de recursos.
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 Observação
O commercial paper só pode ser emitido por sociedades anônimas 
que necessitem de recursos e que tenham como principais investidores os 
bancos, os fundos de pensão e as seguradoras.
• Export note: é uma nota de exportação e representa a cessão de direito de crédito em contratos 
de exportações de bens e serviços. Esse título é emitido por um exportador, que é lastreado por 
um contrato firmado por um importador para uma entrega futura. Serve para levantar recursos 
para financiamento de vendas externas e, como é negociado em moeda estrangeira, é também 
possível a realização do hedge cambial.
 Observação
Hedge é uma operação que tem por finalidade proteger o valor de um 
ativo contra uma possível redução numa data futura ou, ainda, assegurar o 
preço de uma dívida a ser paga no futuro.
• Cessão de crédito: é realizada entre instituições financeiras, que transferem parcial ou 
completamente o risco da carteira, dependendo do spread cobrado na operação; sendo maior, o 
risco é totalmente assumido pelo comprador do direito;
• Crédito consignado: crédito concedido a funcionários públicos e de empresas privadas, cujo 
desconto da prestação é feito em folha de pagamento.
Em razão da grande quantidade de oferta de crédito no mercado, fez‑se necessária a criação da 
chamada Central de Risco de Crédito (CRC) para prevenir possíveis crises relativas às cobranças nas 
carteiras de crédito das instituições financeiras. Parte das informações é divulgada a todas as instituições, 
e as demais são retidas com exclusividade pelo Banco Central.
Podemos citar também como órgãos de proteção ao crédito o Serviço de Proteção de Crédito (SPC), 
o Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) e a Serasa.
O rating é outra ferramenta que funciona como uma “nota”, que classifica o risco de possível 
inadimplência por parte dos tomadores de recursos, constantes da carteira de clientes da 
instituição, possibilitando a esta a fixação de padrões mínimos a serem exigidos dos tomadores 
de empréstimo.
O Banco Central tornou obrigatória a classificação das operações de crédito segundo seu risco, com 
base na tabela que segue:
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Mercado Financeiro e de capitais
Tabela 1 – Classificação do Banco Central para 
as operações de crédito de acordo com o risco
Classe de risco Percentual de provisionamento Dias de atraso
AA 0 ‑
A 0,50 ‑
B 1,00 15 a 30 dias
C 3,00 31 a 60 dias
D 10,00 61 a 90 dias
E 30,00 91 a 120 dias
F 50,00 121 a 150 dias
G 70,00 151 a 180 dias
H 100,00 Acima de 180 dias
Assaf Neto (2001).
O sistema bancário presta inúmeros e importantes serviços a todos os segmentos da economia, cujas 
opções vêm se ampliando bastante nos últimos anos, impulsionando o crescimento das instituições 
financeiras, por meio de tarifas ou outras formas de receitas, ou pelo ganho, por meio do floating, de 
diversas operações que são oferecidas por elas.
 Observação
Floating é retenção temporária, por uma instituição, de recursos de 
terceiros, obtendo ganho por meio da aplicação destes.
Praticamente todos os serviços bancários são cobrados, e os bancos têm como obrigação fixar a 
tabela com esses preços em suas agências, devendo, evidentemente, respeitar as normas do Banco 
Central, como a obrigatoriedade de fornecimento de cartão magnético, sem cobrança de tarifa.
É importante explicarmos alguns produtos oferecidos pelas instituições financeiras, que podem ou 
não ser cobrados, conforme estabelecido pelo Banco Central (apud Assaf Neto, 2001):
• cheque: é uma ordem de pagamento à vista, que tem um beneficiário, ao qual é facultada a 
possibilidade de realizar o endosso (indicação de um novo beneficiário) transferindo o direito a 
este; pode ser classificado ainda como ao portador (não tem beneficiário), nominal (tem o nome 
do beneficiário), administrativo (quando emitido pelo próprio banco) e especial (quando concede 
um limite de crédito para saque);
• cartão de crédito: é um instrumento que disponibiliza aos seus titulares um limite de crédito 
para aquisição de bens e serviços; seu valor é consolidado por uma fatura com data de vencimento 
específica, a qual pode ser paga em data posterior, graças a uma linha de crédito disponibilizada 
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por meio de um crédito rotativo e que também possibilita o pagamento de um valor mínimo da 
fatura, representado por 15% do total desta;
• cartão de débito: é utilizado para saque ou débito direto em conta‑corrente, assim como para 
pagamentos diversos, desde que haja saldo ou limite de crédito em conta‑corrente;
• Documento de Crédito (DOC): é uma transferência de recursos entre contas mantidas por seus 
depositantes e que é reconhecida na conta do favorecido no dia seguinte ao da transação;
• Transferência Eletrônica Disponível (TED): muito semelhante ao DOC, porém o valor é creditado 
na conta do favorecido praticamente no mesmo momento em que a transação é realizada, graças 
ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB);
• duplicata e fatura: são títulos de crédito mercantil, originados de contrato de compra e venda a 
prazo de bens ou serviços, em que figuram os nomes do sacador (quem emite o documento) e do 
sacado (quem deve pagar);
• letra de câmbio: diferencia‑se da duplicata e da fatura por serem necessárias três pessoas 
para sua existência: o sacador, que dá a ordem de pagamento; o sacado, que é o devedor; e o 
beneficiário, que é o tomador, a quem a ordem de pagamento é definida;
• nota promissória: como o próprio nome sugere, é uma promessa de pagamento feita pelo próprio 
devedor a favor de um credor e que pode ser transferida a outra pessoa por meio de endosso; a 
dívida nela expressa é considerada líquida e certa, e não se discute sua origem e formação.
 Observação
Endosso é um ato unilateral, solidário e autônomo, pelo qual 
se transferem os direitos emergentes de um título, garantindo‑o se 
convencionado pelo endossante; do contrário, este não responderá pelo 
cumprimento da prestação constante do título, conforme o artigo 914 do 
novo Código Civil.
6 MERCADO DE CAPITAIS, CÂMBIO E FUTURO
O mercado de capitais foi extremamente fortalecido pelo processo de globalização, em que a 
velocidade da informação tornou necessário criar um mercado que propiciasse a velocidade de 
investimentos que os investidores buscam, fazendoque esse mercado, além de ganhar notoriedade, 
constituísse uma fonte de investimento muito procurada.
Essa modalidade foi, sem dúvida, a que mais se desenvolveu nos países emergentes, como é o caso do 
Brasil, principalmente em razão do fato de os recursos internacionais serem captados mais facilmente. 
Quanto mais desenvolvida a economia de um país, mais ativo é o seu mercado de capitais.
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Mercado Financeiro e de capitais
Além de colaborar para o desenvolvimento da economia dos países, tornou‑se também uma ótima 
opção de investimento para pessoas físicas e instituições privadas em geral, que disponham de recursos 
para investimento.
 Observação
É fundamental que o investidor tenha consciência de que o mercado 
de ações é de risco (perdas e ganhos podem ser grandes) e de que, por ser 
um investimento de longo prazo, quem investe não pode necessitar dos 
recursos a curto prazo.
6.1 Mercado de capitais
Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em um investimento: retorno, prazo 
e proteção. Ao avaliá‑lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, sua liquidez e seu grau de risco. A 
rentabilidade é sempre diretamente relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o nível de risco que 
está disposto a correr, a fim de obter maior ou menor lucratividade.
O mercado de capitais assume papel de grande importância porque é nele que se realizam as 
transações de médio e longo prazo para financiamentos de capital de giro e capital fixo. Neste também 
são realizados financiamentos com prazo indeterminado, como o das operações que envolvem emissão 
e subscrição de ações, assim como emissões de títulos de empresas e órgãos governamentais. As bolsas 
de valores correspondem à base desse mercado, pois oferecem um local para a realização de negócios 
como obrigações e ações.
Cabe ao Conselho Monetário Nacional (CMN) definir as diretrizes de atuação do mercado e à 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a regulamentação e o fomento do mercado de valores mobiliários, 
proporcionando transparência e lisura ao processo.
Para que possa haver aplicação de recursos, é necessário existir uma parcela não consumida da 
renda, a qual chamamos de poupança. Qualquer pessoa que possua uma disponibilidade financeira pode 
efetuar um investimento, esperando dele:
• segurança: quem investe faz, de certa forma, uma reserva para qualquer despesa imprevista e 
uma garantia para o futuro, abrindo mão, é claro, da possibilidade de um consumo presente para 
um projeto maior no futuro;
• rentabilidade: a busca será sempre pelo maior ganho possível, sem esquecer que quanto maiores 
os ganhos oferecidos, maior será o risco envolvido na transação;
• valorização: todo investidor tem a esperança de ver crescer o capital empregado, de modo que 
este compense o sacrifício feito inicialmente;
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• proteção: defesa contra eventual desvalorização do dinheiro, pois, principalmente em razão 
de processos inflacionários, o poder de compra, assim como o valor do dinheiro, tende a sofrer 
perdas;
• desenvolvimento econômico: é a oportunidade que o investidor tem de se associar com empresas 
dinâmicas e de grande nome no mercado, proporcionando a estas recursos para a promoção do 
desenvolvimento do país;
• liquidez: rápida disponibilidade do dinheiro aplicado, uma vez que este tem seu preço estabelecido 
pelo mercado acionário, que permite ao investidor, a qualquer momento, exercer a opção de 
venda, garantindo o recebimento do valor justo estabelecido pelo mercado.
Quando falamos em investimentos, pensamos única e exclusivamente em poupança, ou ações, mas, 
segundo o próprio significado da palavra, investimento é, na verdade, a aplicação de capital em meios de 
produção, aumentando a capacidade produtiva de bens de capital, que geram riquezas, proporcionam 
emprego e, consequentemente, o desenvolvimento do país.
Vejamos a seguir alguns tipos de investimentos cabíveis no mercado e que vêm confirmar as diversas 
formas de investimento, mostrando que, quando falamos em mercado de capitais, este não se trata 
única e exclusivamente de ações:
• investimentos imobiliários: correspondem à aquisição de bens imóveis, como terrenos e 
habitações; porém, para a economia de modo geral, a compra de um imóvel já existente não 
constitui investimento, mas apenas transferência de propriedade, e o objetivo do investidor em 
imóveis é diferente daquele dos investidores do mercado mobiliário (ações), uma vez que os 
imóveis não proporcionam uma liquidez imediata, porém representam segurança;
• investimentos em títulos: abrangem aplicações em ativos diversos, negociados no mercado 
financeiro (de crédito), que apresentam características básicas com referência a:
— renda: que pode ser fixa, quando é conhecido previamente quanto será ganho, podendo 
ser pós‑fixado ou prefixado, como ocorre nos CDBs, ou variável, que depende dos resultados 
obtidos pela empresa ou pela instituição que emitiu o título;
— prazo: assim como no caso da renda, também pode ser fixo, quando apresentar data estipulada 
para o vencimento ou resgate, já acrescido da respectiva remuneração, ou variável, quando 
não apresentar data definida para o resgate, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a 
qualquer momento;
— emissão: os títulos dividem‑se em públicos, que têm por objetivo cobrir problemas de déficits, 
investimentos e execução de política monetária do governo; e particulares, que têm emissão 
regulamentada pela CVM e são lançados por empresas de capital aberto (S/A) e instituições 
financeiras.
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Mercado Financeiro e de capitais
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de 
proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização.
É constituído por bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.
No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas 
– as ações – ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas – debêntures conversíveis em 
ações, bônus de subscrição e commercial papers –, que permitem a circulação de capital para custear o 
desenvolvimento econômico.
 Lembrete
Debêntures são títulos de longo prazo emitidos por companhias de 
capital aberto e destinados geralmente ao financiamento de projetos de 
investimento. Commercial papers, por sua vez, são notas promissórias de 
curto prazo, para financiamento de capital de giro.
Negociações com direitos e recibos de subscrição, derivativos autorizados e certificados de depósitos 
bancários também são abrangidos pelo mercado de capitais, proporcionando assim condições para que 
as empresas invistam em equipamentos ou pesquisa, melhorando seu processo produtivo.
Assim, podemos afirmar que o investidor do mercado de ações contribui para a produção dos bens 
que consome e beneficia‑se com a distribuição dos dividendos obtidos com o lucro das empresas, uma 
vez que, ao adquirir as ações destas, torna‑se automaticamente sócio.
Os investidores que desejam participar do mercado secundário de ações terão obrigatoriamente de 
procurar uma corretora da bolsa, para que possam ser orientados quanto à melhor forma e ao tipo mais 
adequado de aplicação.
Já se a intenção for participar da aquisição de ações novas (mercado primário), precisará procurar 
bancos, corretoras etc. que estejam participando do lançamento dessas ações.
Quanto maior o nível de poupança de um país,maiores as possibilidades de investimentos, que são os 
propulsores da economia, podendo proporcionar aumento de salários e do número de empregos, gerando mais 
produção e, consequentemente, mais recursos, riqueza e poupança, proporcionando assim mais investimento.
O crescimento das empresas faz que estas necessitem de mais recursos para promoverem sua 
expansão, os quais podem ser obtidos por meio de:
• empréstimos de terceiros;
• reinvestimentos de lucros;
• participação de acionistas.
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As duas primeiras fontes de recursos são limitadas e, geralmente, usadas pelas empresas para manter 
sua atividade operacional.
Entretanto, é pela participação de novos sócios – os acionistas – que uma empresa ganha condições 
de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à participação no seu capital.
Por se tratar de um dos principais títulos negociados no mercado de capitais, as ações e os respectivos 
processos de subscrição destas devem ser mais bem‑detalhados. Por isso, vamos ver o significado e a 
importância desses títulos.
6.1.1 Ativos privados de renda variável
6.1.1.1 Ações
Ações são títulos emitidos por empresas de Sociedade Anônima. Constituindo a menor fração 
do capital ou patrimônio de uma empresa, essas ações podem ser escriturais ou representadas por 
certificados ou cautelas.
A pessoa que adquire uma ação torna‑se um proprietário da empresa emitente, tendo direito aos 
resultados, uma vez que ações se convertem em dinheiro a qualquer tempo, nas negociações em Bolsa 
ou no mercado de balcão.
As ações podem ser classificadas em: ordinárias, que conferem ao seu proprietário direito à 
participação nos resultados obtidos e ao voto nas assembleias da empresa (o que lhe permite, 
consequentemente, participar das decisões administrativas da organização); e preferenciais, 
que não dão direito a voto, porém conferem ao seu proprietário prioridade na distribuição dos 
dividendos.
Os principais ativos das ações a serem usufruídos e que devem ser conhecidos por quem deseja 
investir são:
• ações escriturais: funcionam como uma conta‑corrente onde são lançados os débitos e créditos, 
sem que haja a movimentação de documentos e sem a emissão de certificados e cautelas;
• rentabilidade: ganho de capital obtido na negociação das ações no mercado ou pelos benefícios 
proporcionados pelas empresas na distribuição de seus dividendos;
• dividendos: correspondem à participação nos resultados da empresa e são distribuídos 
em dinheiro, por meio de um percentual estabelecido pela empresa, rateado entre todos os 
acionistas;
• juros sobre o capital próprio: se regulamentado especificamente, em vez da distribuição de 
dividendos, a empresa opta por remunerar os acionistas por meio dos juros incidentes sobre o 
capital próprio;
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Mercado Financeiro e de capitais
• bonificação em ações: corresponde à distribuição gratuita de novas ações a seus acionistas, 
ocasionada pelo aumento do capital da empresa, lembrando que essa distribuição se dá pela 
proporcionalidade do número de ações possuídas;
• bonificações em dinheiro: participação adicional nos lucros em dinheiro de forma excepcional, 
sem deixar a obrigatoriedade de distribuir os dividendos;
• direitos de subscrição: preferência na aquisição de novas ações em quantidades proporcionais 
às já possuídas, ocorridas pelo aumento do capital da empresa;
• venda de direitos de subscrição: é o direito do acionista de vender os direitos que detém sobre 
a emissão de novas ações.
6.1.1.2 Opções sobre ações
Correspondem a direitos de compra ou venda de lotes de ações, com preço e prazo para o exercício 
já determinados.
As opções são negociadas em Bolsa, e o vendedor recebe um prêmio que também é negociado em 
Bolsa. A rentabilidade é obtida pela relação entre preço e prêmio.
Nas opções de compra, é garantido ao titular, a qualquer tempo, até o vencimento da opção, o 
direito de comprar do vendedor um determinado lote de ações ao preço do exercício; já ao vendedor é 
garantido o direito de venda ao vendedor da opção em lote de ações até o vencimento desta, e ambos, 
tanto vendedor quanto comprador, podem sair a qualquer momento do mercado.
6.1.1.3 Operações em margem
É a modalidade em que o investidor, no mercado à vista, vende ações emprestadas por uma corretora 
ou busca nesta recursos para efetivar a compra de ações.
6.1.1.4 Banco de títulos CBLC‑BTC
Trata‑se de empréstimos de títulos por meio eletrônico no qual os participantes (doadores e 
tomadores da Custódia Fungível da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC) divulgam 
suas ofertas, podendo, inclusive, efetuar a realização de empréstimos.
6.1.1.5 Clube de investimento
Com um limite máximo de 150 participantes, fato que ajuda a diferenciá‑lo dos fundos mútuos, é composto 
por pequenos e médios investidores, podendo ser administrado por uma corretora, uma distribuidora ou um 
banco de investimento ou múltiplo. Para tanto, é realizada a compra de quotas iguais, sendo garantido o 
direito de aumento de quotas em no máximo 40% das já existentes, em razão de novos investimentos, e o 
rendimento das ações dependerá do desempenho dos títulos que compõem a carteira do clube.
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6.1.1.6 Clube de Investimento – FGTS
É formado por frações ideais de patrimônio, constituído apenas por pessoas físicas que utilizam 
recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para adquirir cotas do fundo, e são garantidos 
direitos iguais aos detentores.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o que é um clube de investimento e como fazer 
o seu, acesse: <http://www.bmfbovespa.com.br/clube‑de‑investimento/
clube‑de‑investimento.aspx?idioma=pt‑br>.
6.1.1.7 Fundos mútuos de investimento
Podem assumir forma nominativa ou escritural, correspondente a frações ideais de seu patrimônio. 
Trata‑se de uma modalidade de aplicação feita de forma aberta ou fechada por seus investidores em 
carteira diversificada de títulos e valores mobiliários, podendo estes ser negociados por corretoras, 
distribuidoras ou bancos múltiplos, desde que tenham carteira de investimento.
Existe uma grande variedade de fundos de investimentos com características próprias, tais como:
• Fundo Mútuo de Investimento;
• Fundo Mútuo de Investimento em Ações ou Carteira Livre;
• Fundo de Investimento Financeiro (FIF);
• Fundo de Investimento Financeiro de Curto Prazo;
• Fundo de Aplicação em Quotas de Fundos de Investimento Financeiro;
• Fundo Imobiliário;
• Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes;
• Fundos Mútuos de Privatização – FGTS.
 Saiba mais
Para conhecer melhor cada um dos fundos de investimento, leia o material:
BOVESPA. Fundos mútuos de investimento. In: Mercado de capitais. São 
Paulo: Bovespa, 2008. p. 11‑2.
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Mercado Financeiro e de capitais
6.1.1.8 Opções de compra não padronizadas (warrants)
Sua emissão pode ser feita tanto pela empresa emissora do ativo quanto por qualquer instituição 
que possua ações dessas empresas. Sua compra garante ao adquirente o direito de comprar um ativo 
financeiro a preço e prazo predeterminados.
Cada emissão de warrants deve prever condições específicas de vencimento, data da emissão, forma 
de distribuição de proventos do ativo subjacente etc.
6.1.1.9 Recibo de Carteira Selecionada de Ações (RCSA)
O RCSA é um recibo que representauma carteira preestabelecida de ações, cujas quantidades são 
fixadas e perfeitamente conhecidas antes de sua constituição. Os papéis integrantes dos RCSAs devem 
ser depositados em custódia antes de sua emissão e, uma vez constituídos, os recibos são negociados 
na Bovespa como se fossem um título qualquer, com seu valor determinado pelo mercado. A principal 
característica do RCSA é que ele permite que o investidor compre ou venda um conjunto de ações por 
meio de uma única operação.
6.1.2 Ativos privados de renda fixa
6.1.2.1 Debêntures
São títulos de longo prazo emitidos por companhias de capital aberto e destinados, geralmente, 
ao financiamento de projetos de investimento (fixo ou giro), ou para alongamento do perfil de 
endividamento das empresas.
As debêntures têm diferentes formas de garantias, conforme previstas na escritura de emissão, 
sendo as mais utilizadas:
• garantia real: em que todos os ativos da empresa emitente são dados como garantia, não 
permitindo que a empresa negocie seus ativos em garantia até o vencimento das obrigações com 
os debenturistas;
• garantia flutuante: os titulares das debêntures assumem uma prioridade geral sobre os ativos da 
sociedade emissora, sem que haja nenhum impedimento na negociação de bens;
• garantia quirografária: em que os debenturistas não têm preferência sobre os ativos da sociedade 
emissora, concorrendo em idênticas condições com os demais credores;
• garantia subordinada: em caso de liquidação da sociedade emissora, os investidores terão o 
privilégio para o reembolso do capital aplicado somente em relação aos acionistas.
Os direitos e as remunerações oferecidas pelas debêntures são juros, participação nos lucros e 
prêmios de reembolso.
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Além dessas formas, pode prever também ao investidor participação nos lucros da sociedade emissora 
determinada por meio de um percentual fixado incidente sobre seus resultados; além disso, pode haver 
prêmios que podem equivaler a uma remuneração adicional.
O resgate pode ser feito de diversas maneiras, conforme especificado na escritura de emissão do título.
6.1.2.2 Diversos
Podemos aqui citar diversos outros títulos que já vimos em outras passagens, mas é importante 
relembrar e deixar claro que se trata de títulos de renda fixa, conforme especificado pela Bolsa de 
Valores de São Paulo (BOVESPA, 2008a). São eles:
• Commercial papers: títulos de emissão de sociedades anônimas abertas, representativos 
de dívida de curto prazo (mínimo de 30 e máximo de 360 dias).
• Letras de câmbio: são emitidas por sociedades de crédito, financiamento e investimento, 
para captação de recursos para financiamento da compra de bens de consumo duráveis 
ou do capital de giro das empresas. São lançadas na forma nominativa, têm renda fixa e 
prazo certo de vencimento.
• Bônus: títulos emitidos por uma sociedade anônima de capital aberto, dentro do 
limite do capital autorizado, que conferem a seu titular, nas condições constantes do 
certificado, direito de subscrever ações, que será exercido contra apresentação do bônus 
à companhia e pagamento do preço de emissão.
• Letras imobiliárias: são títulos emitidos por sociedade de crédito imobiliário, com 
garantia da Caixa Econômica Federal, para a captação de poupança destinada ao Sistema 
Financeiro da Habitação.
• Cadernetas de poupança: emitidas nominativamente por sociedade de crédito 
imobiliário, associações de poupança e empréstimos e caixas econômicas estaduais 
e federal, com o objetivo de captar recursos para o financiamento de construtores e 
adquirentes de imóveis. As aplicações são corrigidas a cada período de trinta dias pela 
Taxa Referencial (TR) do período e remuneradas com uma taxa de juros de 0,5% ao mês. 
Podem ser resgatadas sem perda da remuneração a cada “aniversário” de trinta dias, a 
partir da data da aplicação.
• Certificados de Depósito Bancário – CDB: títulos representativos de depósitos a 
prazo determinado, emitidos por bancos de investimentos e comerciais, negociáveis 
antes de seu vencimento, por meio de endosso. Segundo a remuneração oferecida, 
podem ser pós‑fixados ou prefixados. Os CDBs prefixados estabelecem a priori a taxa de 
remuneração pelo período do investimento. Os CDBs pós‑fixados são remunerados por 
uma taxa de juros aplicada sobre o valor do investimento corrigido pela TR ou IGP‑M do 
período da aplicação.
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Mercado Financeiro e de capitais
• Recibos de Depósito Bancário – RDB: têm as mesmas características do CDB, com a 
diferença de não serem negociados em mercado.
Fonte: Disponível em: <www.bovespa.com.br>. Acesso em: 26 jul. 2012.
6.1.3 Ativos públicos de renda pública
Para a devida execução da política monetária nacional, esses ativos são colocados no mercado 
por meio de leilões de títulos, realizados semanalmente por instituições financeiras. Exemplos: 
Bônus do Banco Central (BBC), Notas do Tesouro Nacional (NTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) 
e Notas do Banco Central (NBC).
6.1.4 O papel da Bovespa no mercado acionário
Cabe à Bovespa a responsabilidade de oferecer mecanismos variados de negociação, com 
criteriosa escolha das empresas participantes e um sistema de informação sofisticado, para o devido 
acompanhamento das transações realizadas, garantindo assim a defesa do interesse público.
Suas operações são realizadas exclusivamente por meio eletrônico, e sua proposta é atuar junto ao 
público em geral, orientando quanto ao papel da Bolsa e atraindo cada vez mais pessoas físicas para esse 
mercado, que, durante muitos anos, foi sinônimo exclusivamente de empresas e pessoas de alto poder 
aquisitivo, mas que, com a criação de clubes de investimentos, foi aberto à participação de pequenos 
investidores.
Em razão do mercado nacional, houve um esforço para unificação de todas as bolsas, haja vista 
que não havia necessidade de tantas. Isso deu origem à Bovespa, que se tornou a líder do mercado da 
América do Sul.
A Bovespa tem realizado uma série de ações a fim de colaborar para o seu crescimento e sua 
consolidação no mercado internacional, como a criação do After Market, a redução de taxas de 
administração, maior divulgação ao público geral etc.
Os mercados disponíveis na Bovespa são:
• à vista;
• a termo;
• de opções.
Artigo sobre a história da Bovespa
Em 23 de agosto de 1890 foi fundada por Emílio Rangel Pestana a Bolsa Livre, que seria o 
embrião da Bolsa de Valores de São Paulo. A Bolsa Livre encerrou suas atividades em 1891, em 
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decorrência da política do Encilhamento. Quatro anos depois, em 1895, foi aberta a Bolsa de Fundos 
Públicos de São Paulo, que deu continuidade à evolução do mercado de capitais brasileiro.
No ano de 1934, a bolsa instalou‑se no Palácio do Café, localizado no Pátio do Colégio. 
No ano seguinte, seu nome foi alterado para Bolsa Oficial de Valores de São Paulo.
Até meados da década de 1960, a Bovespa e as demais bolsas brasileiras eram entidades 
oficiais corporativas, vinculadas às secretarias de finanças (atuais secretarias da fazenda 
estaduais). Eram 27 bolsas de valores em todo o Brasil, dos governos estaduais e compostas 
por corretores nomeados pelo Poder Público.
Com as reformas do sistema financeiro nacional e do mercado de capitais implementadas 
nos anos de 1965 e 1966, as bolsas assumiram característica institucional, transformando‑se em 
associações civis sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial.
A antiga figura individual do corretorde fundos públicos, que eram os corretores 
autônomos de confiança de cada investidor, foi substituída pela da sociedade corretora ou 
as atuais corretoras de valores, empresa constituída sob a forma de sociedade por ações 
nominativas ou por cotas de responsabilidade limitada.
Em 1967, a entidade passou a ser denominada Bolsa de Valores de São Paulo.
Desde o início dos mercado de capitais no Brasil, durante a fase final do período colonial, 
a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro foi o grande mercado de ações do país. No entanto, a 
partir da década de 1970, em decorrência dos efeitos do Crash de 1971, começou a perder 
espaço gradativamente para a Bovespa. Em 2000, as duas bolsas comandaram a assinatura 
de um acordo de integração das nove bolsas de valores brasileiras. O documento estabelecia 
que as ações de companhias abertas e os títulos privados em geral seriam negociados 
na Bovespa, enquanto a BVRJ se encarregaria do mercado eletrônico de títulos da dívida 
pública, lançado em agosto daquele ano.
No ano 2000, as bolsas de valores de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas‑Espírito 
Santo‑Brasília, do Extremo Sul, de Santos, da Bahia‑Sergipe‑Alagoas, de Pernambuco, da 
Paraíba, do Paraná e a Bolsa Regional foram integradas. Desde então, a Bovespa passou 
a concentrar toda a negociação de ações do Brasil, e as bolsas regionais mantiveram as 
atividades de desenvolvimento do mercado e de prestação de serviços às suas praças locais.
Fonte: Disponível em: <www.bovespa.com.br>. Acesso em: 26 jul. 2012.
6.2 Mercado à vista
Nesse tipo de mercado a entrega dos títulos vendidos ocorre no terceiro dia útil após a negociação, 
assim como o efetivo pagamento, comprovado pela liquidação física e financeira que deve ser processada 
pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia.
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Mercado Financeiro e de capitais
6.3 Mercado a termo
Nesse tipo de mercado, os prazos de liquidação ocorrem normalmente em trinta, sessenta ou noventa 
dias, havendo ainda a possibilidade de ser liquidado antes de seu vencimento. Constitui‑se por compra e 
venda de uma certa quantidade de ações com preço e prazo preestabelecidos, com pagamento a contar 
da data da negociação.
Segundo a Bovespa (2008b), as principais diferenças em relação ao termo tradicional são as seguintes:
• o preço contratado é convertido para pontos e ajustado de acordo 
com o indicador estabelecido entre as partes, que pode ser escolhido 
entre os autorizados pela Bovespa;
• tem negociação secundária (BOVESPA, 2008b, p. 15).
6.4 Mercado de opções
Nesse mercado, o investidor adquire, por meio de pagamento de um prêmio em dinheiro, o direito 
de compra ou venda sobre um lote de ações, podendo vender a outro investidor com preço e prazo 
estabelecidos por contrato.
O comprador da opção de compra poderá comprá‑la ou revendê‑la até a data do vencimento. Já o 
comprador da opção de venda só poderá exercer seu direito na data do vencimento da opção.
A Bovespa (2008b) faz quatro considerações sobre esse tipo de mercado:
• Conta‑margem: que consiste na aquisição de ações no mercado à 
vista com recursos financiados por uma sociedade corretora. Uma 
venda em margem representa uma operação de empréstimo de 
ações em uma sociedade corretora, para sua venda subsequente pelo 
investidor.
• Opções referenciadas em dólar: nessa modalidade, o preço de 
exercício é expresso em pontos, sendo que cada ponto equivale a 
um centésimo da taxa de câmbio real por dólar norte‑americano, 
divulgada pelo Banco Central do Brasil.
• Opções sobre o índice Bovespa: que proporcionam a seus possuidores 
o direito de comprar ou vender um lote‑padrão do Índice Bovespa 
ou múltiplos do lote‑padrão até (ou em) determinada data. Tanto o 
prêmio como o preço de exercício dessas opções são expressos em 
pontos do índice, cujo valor econômico é determinado pela Bovespa 
(atualmente R$ 1,00).
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• Termo em dólar: tem características idênticas ao tradicional termo em reais, 
sua única diferença em relação a este é o fato de que o preço contratado é 
corrigido diariamente pela variação entre a taxa de câmbio média de reais por 
dólar norte‑americano, para o período compreendido entre o dia da operação, 
inclusive, e o dia de encerramento, exclusive (BOVESPA, 2008b, p. 16).
Autorizada a negociação de opções em pregão, tanto poderá haver introdução de novas séries com 
preços e exercícios diferentes como, a qualquer momento, a Bovespa poderá determinar a suspensão 
das autorizações para compra e venda destas, e toda negociação só poderá ocorrer por meio de uma 
corretora autorizada, atendendo as determinações do Regulamento pertinente ao mercado.
O controle no mercado de opções é totalmente escritural. São permitidas operações de compra 
e venda de um série de opções no mesmo pregão, o chamado day‑trade, mas tal operação não pode 
ocorrer no vencimento da opção.
Mesmo não havendo a emissão efetiva de certificados pela Bolsa, é feito um controle diário destas, 
por meio de relatórios que são enviados às corretoras para que haja o acompanhamento; a cada operação 
que ocasione a mudança da operação registrada, a Bolsa emitirá um extrato para os clientes.
Tanto o número de ações como os preços pagos podem sofrer ajustes nos casos em que houver 
distribuição de dividendos, juros, bonificações etc., durante a vigência da opção. O valor a ser recebido 
terá o preço deduzido do exercício a partir do primeiro dia da negociação.
As condições e a evolução do mercado são acompanhadas pela Bovespa, que estabelece os limites 
para as séries antes mesmo de sua abertura, com o intuito de evitar possíveis concentrações.
A negociação das opções e a das ações, no mercado à vista, ocorrem no mesmo horário, e algumas 
destas opções podem estar sujeitas a restrições ou mesmo suspensão.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o mercado de opções e seus riscos, leia o artigo 
Objetivos e riscos do Guia sobre Opções. Disponível em: <http://invest.fok.
com.br/guia‑sobre‑opcoes/objetivos‑e‑riscos.html>.
Cabe à Bovespa organizar e disciplinar o mercado secundário de opções, de modo que o faça gerar 
liquidez. Afinal, é nesse mercado que tanto o titular como o lançador podem acompanhar o fechamento 
ou o aumento parcial ou total da posição das opções.
Além do day‑trade, a Bovespa permite que, por meio de pregão, sejam feitos os spreads, além de 
autorizar diversas formas de atuação nas operações, permitindo inclusive a realização do lucro antes do 
vencimento da opção.
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Mercado Financeiro e de capitais
A Bovespa também garante, ao titular de uma opção de venda, a chance de comprar no mercado 
à vista as ações do exercício, proporcionando assim agilidade a quem aplica no mercado buscando 
aproveitar os diferenciais de preços e taxas deste.
O investidor pode assumir uma posição de lançador da opção de compra, comprometendo‑se, por 
força contratual, a cumprir o que for solicitado para atender o aviso de exercício, a fim de que seja 
efetuada a entrega das ações objeto do contrato. Caso se torne lançador da opção de venda, obriga‑se 
a pagar o valor de exercício da opção.
Tanto os lançadores de compra quanto os de venda de uma opção são obrigados a manter as mesmas 
garantias dadas pelas sociedades corretoras para a CBLC, que calcula diariamente essa garantia por 
meio do sistema CM‑TIMS (Clearing Members Theoretical Intermarket Margin System).
Para que esse cálculo de garantia seja realizado, o sistema adota dois componentes a fim de obter 
a margem total:• margem de prêmio: diferença entre o preço do contrato e o preço de fechamento do valor 
mobiliário, ou seja, do custo de liquidação da posição;
• margem de risco: é uma avaliação completa feita pelo sistema CM‑TIMS, em que a margem de 
risco será correspondente à perda de posição ocasionada pela movimentação do mercado.
6.5 Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC)
Todo o risco inerente às operações realizadas na Bovespa é de responsabilidade da CBLC. Após o 
encerramento das operações do Mega Bolsa, estas devem ser liquidadas, ou seja, os vendedores devem 
entregar as ações, e os compradores, efetuar o pagamento, tudo isso sob a coordenação da CBLC.
O pagamento e a entrega das ações são realizados por meio dos agentes de compensação, que são 
sócios e participantes diretos do CBLC, intermediários entre a CBLC e as corretoras. As ações envolvidas 
no negócio ficam guardadas numa conta de custódia que se assemelha a uma conta bancária, sob a 
responsabilidade dos agentes de custódia, ou seja, as corretoras.
Desde 1974 a CBLC administra o Serviço de Custódia Fungível, um serviço em constante expansão 
que foi desenvolvido a fim de prover serviços para outras áreas financeiras. Vale lembrar que a maior 
parte dos valores de custódia mantidos pela CBLC é na forma escritural.
Como a CBLC é responsável pela compensação e liquidação das operações realizadas na Bovespa, todas as 
operações devem conter obrigatoriamente a identificação do investidor final pelas corretoras intermediárias. 
Essas informações são confidenciais, e somente os responsáveis pelo monitoramento têm acesso a elas.
As entregas dos títulos são feitas no sistema individualmente, operação por operação, na sua forma 
bruta, transferindo os títulos da conta do vendedor para a do comprador. Os pagamentos das operações 
são feitos pela Cetip, e toda operação é completada em três dias.
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6.6 Causas da atrofia do mercado de capitais no Brasil
No Brasil, o mercado de capitais sempre foi frágil, em razão de nunca ter cumprido um papel de 
alavancagem de recursos, necessários para investimentos altos e de longo prazo.
A maior causa do não desenvolvimento do mercado foi a falta de leis regulamentadoras e instituições, 
graças ao fechamento promovido em nossa economia desde o Regime Militar até a abertura comercial 
promovida pelo Governo Collor em 1991.
Em razão das facilidades oferecidas para financiamentos com taxas baratas, o BNDES também foi 
responsável pela atrofia do mercado de capitais. Mesmo assim, ainda hoje as taxas de financiamento 
oferecidas pelo Bndes continuam sendo as melhores.
6.7 Comportamento do Índice Bovespa
Nos anos 1990, o mercado volta a crescer, mesmo havendo uma concentração muito grande de 
estatais. Enquanto isso, no mercado internacional, houve a promoção das diversificações de carteira, 
mudanças regulatórias e na macroeconomia, além dos processos de privatizações, o que tornou nosso 
mercado mais atraente, fazendo entrar mais recursos estrangeiros e gerando um crescimento expressivo 
no mercado de ações, em virtude do aumento do volume de negociações.
No fim da década de 1990, com todas as grandes privatizações já realizadas, ocorre um aumento 
dos custos de transação e uma crescente política de facilidades para acesso a bolsas internacionais, 
causando a perda de atratividade da nossa Bolsa.
Com uma abertura maior da economia, o mercado internacional continua a ser muito procurado 
assim como as facilidades oferecidas pelo BNDES, em razão da desconfiança causada pela instabilidade 
política e pelos recorrentes escândalos, o que leva à procura por mercados mais sólidos.
6.8 A oportunidade para o desenvolvimento de um mercado de capitais no 
Brasil
O Brasil passa por grandes transformações que impõem a necessidade e criam a oportunidade de 
crescimento do mercado acionário. Isso graças a novas formas de organização da produção, gerando alta 
da produtividade e, consequentemente, da competição no mercado, isso sem mencionar as mudanças 
ocorridas para aquisição e oferta de produtos financeiros.
Com o fim da inflação, ocasionando uma baixa nas taxa de juros e o fim do crédito público 
subsidiado, as empresas veem‑se obrigadas a buscar novas formas de financiamento de recursos, 
quebrando seus preconceitos e buscando num mercado até então desprezado a solução para seus 
problemas de liquidez.
Isso faz nascerem empresas com uma nova mentalidade, voltada para o mercado de capitais como 
fonte de recursos. Essa confiança foi conseguida graças aos seguintes fatores:
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• baixa inflação;
• diminuição da demanda por recursos pelo governo, gerando uma queda nas taxas de juros;
• possibilidade de retomada do crescimento sustentável, principalmente em razão da queda nas 
taxas de juros;
• incentivo à criação de previdências complementares;
• globalização e abertura do mercado.
O fortalecimento do mercado de capitais acabou com a nacionalização exacerbada, permitindo 
assim o crescimento e a valorização das empresas.
6.9 As condições para o desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil
A montagem de uma estratégia que permita um salto no mercado de capitais brasileiro é fundamental 
para que, em pouco tempo e com eficiência, este possa contribuir para a retomada de um crescimento 
sustentável.
Porém, há diversas restrições, que não são passíveis de solução em curto prazo:
• falta de incentivo a operações com renda variável;
• restrições impostas pela CVM, como órgão público, no que se refere à contratação e a bom salários 
para o pessoal qualificado para agilizar e reforçar o controle do mercado;
• a existência de estoque de ações preferenciais.
Mesmo sem uma reforma tributária, é possível haver um crescimento do mercado, desde que haja a 
adoção de um conjunto de medidas para aumentar a qualidade necessária para o devido funcionamento 
do mercado.
6.10 Estratégia para o desenvolvimento do mercado de capitais
Os motivos que estão levando ao crescimento do mercado de capitais no Brasil são a retomada 
do crescimento, a queda dos juros, o aumento da competição, a maior sintonia com os mercados 
internacionais, a revolução tecnológica e o papel de uma bolsa de acesso sendo cumprido pela bolsa 
brasileira.
O principal instrumento do nosso mercado, para se promover, será a governança corporativa, que 
dará maior segurança aos investidores e aumentará os valores das empresas, diminuindo assim seus 
custos de captação financeira.
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6.11 O papel do Governo
É fundamental que o governo entenda a importância do crescimento do mercado de capitais 
para a economia, gerando um crescimento sustentável para esta, comprometendo todas as áreas 
na discussão sobre o tema e evitando, assim, possíveis divergências de ideais. Para isso além de uma 
reforma tributária, que é um tema um tanto complexo, faz‑se necessária a tomada de medidas mais 
simples, tais como:
• a obrigatoriedade de publicação de balanço das empresas, tanto de capital aberto quanto fechado;
• publicação de balanços em sites abertos e gratuitos, e não mais na Imprensa Oficial, que apresenta 
um custo elevado;
• demonstrativos no formato internacional;
• alteração das regras de liquidez das operações de compra e venda de ações.
6.12 O papel da CVM
É muito importante a atuação de um órgão regulador, como é o caso da CVM, para propiciar o 
desenvolvimento do mercado, mas é necessária uma atuação mais significativa do governo ea 
diminuição das restrições impostas por se tratar de órgão público, problema que poderia ser facilmente 
resolvido tornando‑a de autarquia para agência de controle, como foi feito com a Anatel.
O diferencial dessa mudança é que, a partir dela, a CVM passaria a ter um quadro de dirigentes com 
mandatos fixos e escolhidos pelo Senado, autonomia financeira e orçamentária, para citar algumas 
modificações.
Entre as sugestões para a melhoria, cumpre atribuir competência ao agente regulador para propor 
medidas judiciais com vistas à defesa do mercado e dos investidores.
Porém, o Ministério Público, em razão do seu acúmulo de funções e da falta de apoio técnico da 
CVM, esbarra na sua falta de conhecimento, não podendo tomar, na velocidade necessária, as medidas 
exigidas pela lei citada.
É necessário que a CVM delibere, internamente, a adoção de medidas para agilizar os processos; a 
seguir, deve ser feito um contato com os integrantes do Ministério Público, explicando os pormenores do 
caso, para que este possa, consultados os seus superiores, aprovar a propositura da ação e, finalmente, 
preparar a petição, a fim de distribuí‑la em juízo.
6.13 O papel dos fundos
A criação da previdência privada deveria ter ocorrido há muito mais tempo, principalmente em razão 
da falência da previdência pública (INSS), mas só aconteceu após a estabilização da economia.
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As empresas de seguros e de capitalização, que compõem a previdência privada, contribuem 
decisivamente na formação da poupança interna do país. O Fundo de Aposentadoria Programada 
Individual (Fapi), o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), entre outros, deverão aumentar a participação 
no mercado, complementando as mudanças da Previdência Social e dos segmentos de seguros.
Além disso, os fundos fechados, também têm papel importante na demanda por produtos financeiros, 
uma vez que a atuação de seus administradores força e multiplica a governança corporativa, alavancando 
recursos de longo prazo e gerando liquidez para as empresas participantes.
6.14 O papel do BNDES e do BNDESPAR
Mesmo ambos tendo papel importante nos financiamentos de longo prazo, se houvesse a facilitação 
do acesso às instituições, aumentariam as alternativas no mercado de capitais e, mesmo com a escalada 
desse mercado, elas continuaram a exercer seu papel como fonte de financiamento, mas não mais 
fragilizando o mercado de capitais.
6.15 Mercado futuro
A história dos mercados futuros está vinculada à necessidade de administração do risco de alterações 
nos preços de ativos financeiros e commodities.
O mercado futuro teve início em 1848, com a negociação do milho, e já na década de 1970 as 
mercadorias representavam quase a totalidade de negócios realizados por esse mercado.
A partir de 1973, começa a haver a negociação de ativos financeiros, com o lançamento do International 
Monetary Market pela Chicago Mercantile Exchange, negociando contratos futuros de câmbio.
No Brasil, a primeira transação de contratos futuros se deu em 1918, pela Bolsa de Mercadorias de 
São Paulo, com os contratos de algodão.
A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro foi a primeira a negociar ações no Brasil, em 1979, chegando a 
ter 84% do mercado em 1981, com uma queda gradativa e a extinção em 1986, retomando apenas no 
final da década de 1990.
6.15.1 Mercado futuro de ações
Os papéis negociados nesse mercado são também transacionados no mercado de opções sobre ações, 
e o vencimento ocorre na mesma data, tanto para opções como para o mercado futuro, complementando 
os mercados e possibilitando a estratégia de combinação dos mercados futuro e de ações à vista.
A partir de 2001, houve a criação de joint ventures pelo mercados de capitais das bolsas 
norte‑americanas, proporcionando maior eficiência às negociações no mercado futuro, assim como 
o acordo celebrado entre a Liffe e Nasdaq, para o desenvolvimento do mercado futuro baseado na 
globalização das ações.
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Foi justamente nesse momento que a Bovespa mobilizou‑se para implantar a negociação de futuro 
de ações no Brasil.
Segundo a Bovespa (2008a), uma operação no Mercado Futuro de Ações da Bovespa compreende a 
compra ou a venda de ações listadas em Bolsa, a um preço acordado entre as partes, para liquidação em 
uma data futura específica, previamente autorizada.
Espera‑se que o preço do contrato futuro de uma determinada ação seja equivalente ao preço à 
vista, acrescido de uma fração da taxas de juros entre o momento da negociação e a respectiva data de 
liquidação do contrato.
Esse mercado amplia as oportunidades de maximização da performance dos investimentos, 
propiciando, facilidades e eficiência atrativos, assim como a possibilidade de negociação dos custos.
O retorno é muito maior, propiciando uma alavancagem em virtude da antecipação de parte das 
ações.
O preço das ações dos contratos no mercado futuro muda de acordo com a variação de preço das 
ações implícitas colocadas no mercado à vista. As ações podem ser negociadas a qualquer momento, e 
os ganhos, obtidos imediatamente, no fechamento da posição a futuro.
Os retornos percentuais dos contratos no mercado futuro dependem do tamanho da despesa inicial. 
Nesse mercado, o dinheiro não muda de mãos: o que ocorre é um depósito de margem como segurança 
para o mercado, margem esta definida pela CBLC e variando conforme a volatilidade do papel no 
mercado à vista, tendo uma despesa inicial menor do que no mercado futuro.
 Observação
No Mercado Futuro de ações, não há necessidade de possuir as ações 
para fazer uma venda.
Os investidores desse mercado são beneficiados pela performance relativa das duas ações, o que é 
determinante para o ganho ou a perda global.
 Observação
A venda de contratos futuros pode proteger os investidores contra uma 
eventual queda nos preços das ações que possuem.
O mercado futuro é apropriado a todos os tipos de investidores, que podem ainda mudar sua 
exposição de mercado para outra ação, por meio da venda daquela que possui, ao mesmo tempo que 
efetua a compra de futuros da ação desejada.
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Compradores e vendedores podem representar tanto hedgers (que buscam proteção contra 
a adversidade do mercado) como especuladores (que vislumbram a possibilidade de ganhos com o 
movimento do mercado futuro).
Os investidores devem considerar, em sua análise de risco, a situação econômico‑financeira do país 
e da empresa emissora das ações, a expectativa da taxa de juros e a negociação da própria ação nos 
demais mercados da Bovespa.
Para definir sua estratégia de negociação, os investidores devem procurar as sociedades corretoras, 
a fim de que estas esclareçam tudo sobre os riscos, as expectativas de ganhos e as consequências das 
posições das ações no mercado futuro.
 Observação
Todos os dias as posições do mercado futuro de ações são 
equalizadas pelo preço de ajuste diário, que é calculado para cada papel 
e vencimento.
Segundo a Bovespa (2001):
Se o preço de ajuste do dia for superior ao preço do negócio realizado no dia 
pelo investidor, significa que:
• A posição compradora a futuro foi adquirida por um preço inferior 
ao preço de referência do dia e, portanto, esse comprador auferiu 
um ganho, naquele dia, com essa compra, em valor equivalente à 
diferença entre o preço de ajuste do dia e o preço de seu negócio, 
valor que será creditado em sua conta.
• A situação da posição vendedora a futuro é inversa.Ele vendeu a 
futuro por um preço inferior ao preço de referência, incorrendo em 
uma perda, naquele dia, em valor equivalente à diferença entre o 
preço de ajuste do dia e o preço de seu negócio, montante que será 
debitado de sua conta.
Se o preço de ajuste do dia for inferior ao preço do negócio, significa que:
• O comprador a futuro incorreu em uma perda, naquele dia, com essa 
operação, correspondente à diferença entre o preço de ajuste e o 
preço do negócio, que será debitado de sua conta.
• Por outro lado, o investidor que vendeu a futuro realizou um ganho, 
naquele dia, que será creditado em sua conta (BOVESPA, 2001, p. 6).
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Nos pregões anteriores, com posições abertas, há uma “comparação entre o preço de ajuste do dia e 
o preço de ajuste do dia útil imediatamente anterior” (BOVESPA, 2001, p. 6).
O mercado futuro de ações da Bovespa é uma “modalidade ‘com ajuste diário de perdas e ganhos’” 
(BOVESPA, 2001, p. 6).
Ainda de acordo com a Bovespa (2001), o preço de ajuste diário é calculado após o encerramento 
das negociações do dia, correspondente ao preço médio do papel no Mercado Futuro de Ações apurado 
no período de negociações da tarde. Caso a ação não tenha passado por transação no período da tarde, 
mas tenha havido negócios com esta no período da manhã, o preço de ajuste do dia será o preço médio 
do dia no mercado futuro de ações. Se o papel não passou por negociação no dia, não sendo possível o 
cálculo do preço de ajuste do dia, mas foi negociado no mercado à vista, então a Bovespa arbitrará esse 
valor e o divulgará ao mercado. Se essas ações não tiverem sido negociadas em nenhum dos mercados 
(à vista e futuro), o ajuste do dia corresponderá ao último preço existente para aquela ação.
[...] em casos excepcionais, a Bovespa poderá estabelecer um preço de ajuste 
diário com base em outros critérios, caso conclua que tal procedimento deve 
ser adotado para assegurar o funcionamento eficiente e regular do Mercado 
Futuro de Ações (BOVESPA, 2001, p. 7).
Segundo as regras estabelecidas pela Bovespa (2001), ajuste diário é a diferença diária, positiva ou 
negativa, que será o lucro ou prejuízo correspondente a determinado dia, a ser acertado no primeiro dia 
útil imediatamente posterior, exclusivamente em dinheiro.
6.16 Mercado cambial
É um segmento financeiro em que ocorrem operações de compra e venda de moedas internacionais 
conversíveis, ou seja, em que se verificam conversões de moeda nacional em estrangeira e vice‑versa. 
Reúne todos os agentes econômicos que têm motivo para realizar transações com o exterior.
O Banco Central opera nesse mercado visando principalmente ao controle das reservas cambiais da 
economia e manter o valor da moeda nacional em relação a outras moedas internacionais.
O mercado de câmbio no Brasil encontra‑se atualmente dividido em:
• mercado de câmbio de taxas livres ou câmbio comercial: cobre as operações de importações 
e exportações, pagamentos internacionais de juros e dividendos, empréstimos externos, 
investimentos de capital etc.;
• mercado de câmbio de taxas flutuantes ou câmbio turismo: inclui as negociações de moeda 
estrangeira para operações de turismo e demais despesas relacionadas.
São diversos os fatores que influenciam a formação dos valores do mercado de câmbio; um deles 
é o nível de reservas monetárias: quando há necessidade de elevação dessas reservas, a autoridade 
monetária interfere no mercado alterando a taxa e, consequentemente, incentiva as exportações.
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Mercado Financeiro e de capitais
Outro fator é a liquidez da economia, que representa o nível interno de oferta de moeda, 
impulsionado pela retenção de moeda para colaborar com a liquidez, pois os importadores adiam suas 
aquisições, e os exportadores procuram antecipar seus negócios para realizar seus recursos de caixa, 
elevando a oferta de moeda e promovendo uma redução da taxa de câmbio.
Há ainda fatores como inflação interna e externa, política de juros, entre outros, que também podem 
afetar o câmbio.
Podemos citar duas formas de taxa de câmbio:
• taxa de câmbio spot: ocorre quando o pagamento pela moeda estrangeira e sua respectiva 
entrega se dá à vista;
• taxa de câmbio forward: quando a entrega do pagamento é feita em data futura, não inferior a 
um mês.
No mercado de câmbio atuam os chamados dealers de câmbio, que são instituições 
interbancárias atuantes no mercado secundário de câmbio, representando o Banco Central. Suas 
principais obrigações são:
• disponibilizar informações ao Banco Central para o controle do câmbio;
• efetuar a cotação de compra e venda sempre que solicitado pela autoridade monetária;
• participar de leilões promovidos pelo Banco Central;
• promover liquidez ao mercado de câmbio.
 Observação
Liquidez é um conceito financeiro que se refere à facilidade com que 
um ativo pode ser convertido no meio de troca da economia, ou seja, é a 
facilidade com a qual ele pode ser convertido em dinheiro.
A taxa de câmbio expressa a relação entre duas moedas, indicando se houve ou não 
desvalorização desta. Por exemplo, se precisássemos hoje de R$ 1,90 (um real e noventa 
centavos) para adquirir US$ 1,00 (um dólar) e na próxima semana necessitássemos de R$ 2,10 
(dois reais e dez centavos) para adquirir o mesmo US$ 1,00, poderíamos concluir que houve 
uma desvalorização da nossa moeda e vice‑versa: no caso de precisarmos de apenas R$ 1,50 
para adquirirmos US$ 1,00, significaria que a nossa moeda está valorizada, se levássemos em 
consideração o cenário inicial de R$ 1,90.
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 Observação
Para as exportações do país, quanto mais alto estiver o dólar, melhor, 
pois isso torna o preço do nosso produto mais competitivo no exterior; 
porém, a alta torna a importação mais cara.
Em virtude da globalização, quase todos os produtos, em especial os eletrônicos, têm componentes 
importados. Portanto, importações mais caras podem acarretar alta da inflação.
Sempre que houver uma disparidade de preço da moeda entre os diversos países, haverá uma 
tendência de que esse desequilíbrio provoque mais compra na economia mais barata e mais venda na 
que apresentar maior alta.
A formação da taxa está ligada à Lei da Oferta e da Procura, em que uma procura muito grande por 
uma determinada moeda faz que esta se valorize, pois, se levarmos em consideração o princípio básico 
da lei, este diz que a demanda tende sempre a ser maior que a oferta.
Lei da Oferta e da Procura (demanda e oferta)
Edson Canal Girardi
Demanda é tudo aquilo que um consumidor almeja adquirir em determinado espaço 
de tempo. Temos de entender que é somente o desejo de adquirir certo bem, e não a 
consumação de tal, que seria caracterizado como consumo.
A demanda pode ser influenciada por vários fatores, como: o gosto do consumidor; 
a relação entre o preço do bem – quanto maior, menor será a procura pelo mesmo; a 
relação de seu preço com o preço de bens substitutos. Exemplo: o preço da manteiga e da 
margarina; a relação de seu preço e o poder de compra do consumidor.
Oferta é a quantidade de bens ou serviços que os produtores dos mesmos desejam 
vender em determinado espaço de tempo. Depende de algumas variáveis: a quantidade 
ofertada de um bem; o preço deste bem; o preço dos bens concorrentes a este; o custo de 
produção destes bens; a tecnologia empregada na fabricação destes produtos.
Assim, podemos ver que quanto mais há o aumento do preço de um produto, maior é 
o estímulo para a fabricação deste

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