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Teorias administrativas

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As Teorias Administrativas enquanto um produto do contexto histórico 
 
Objetivos do Encontro 
 
Ao final deste encontro, espera-se que o aluno desenvolva habilidades e atitudes para: 
• Motivar-se ao estudo da Evolução do Pensamento Administrativo; 
• Desenvolver compreensão geral dos temas a serem debatidos na disciplina. 
 
Introdução 
 
 Desde os primórdios da humanidade, a História tem mostrado que o ser humano 
é fortemente impulsionado pelo desejo de incrementar o seu padrão de vida, através do 
controle das forças da Natureza e do seu meio-ambiente. Desde as comunidades 
primitivas, dedicadas a atividades extrativas, passando pelo pastoreio e pela a 
agricultura de subsistência, até os dias atuais, é neste sentido que as organizações 
humanas têm se desenvolvido. 
 As organizações humanas têm evoluído em complexidade, sempre no sentido de 
proporcionar a seus membros melhores condições de subsistência e maior conforto 
material. Em resumo, os seres humanos se associam para conseguir, por meio do 
esforço conjunto, atingir determinados objetivos. 
 
A evolução das organizações e dos arranjos produtivos 
 
 Para compreendermos a evolução das teorias administrativas, é fundamental 
uma referência, ainda que breve, à evolução das organizações humanas. 
 Em que pese a enorme complexidade do assunto, é fundamental compreender 
que as organizações evoluem no sentido de lidar com grupos humanos cada vez 
numerosos e com necessidades crescentes em volume e complexidade, o que leva, 
necessariamente, ao estabelecimento de arranjos produtivos cada vez mais elaborados. 
 À medida que as atividades humanas envolvem mais indivíduos e maiores 
volumes de recursos, a sua organização oferece novos e crescentes desafios, seja qual 
for a atividade ou conjunto de atividades em questão: caça, agricultura, comércio, 
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guerra, etc. O processo de tentativa-e-erro de fornecer respostas a estes desafios 
constitui o cerne do processo de evolução das organizações. 
 Podemos citar um exemplo interessante: no Antigo Testamento, o livro do 
Êxodo narra a história de Moisés conduzindo o seu povo através do deserto para a Terra 
Prometida. Moisés mostra temor diante da dificuldade da tarefa; Jetro, seu sogro, 
recomenda a Moisés que estabeleça “lideres sobre dez, líderes sobre cem e líderes sobre 
mil”. Em outras palavras, Jetro sugere a criação de uma cadeia de comando que permita 
que ele, Moisés, se ocupe apenas das grandes questões, deixando a estes chefes menores 
a solução das questões corriqueiras. Este exemplo mostra como as necessidades forçam 
as inovações que constituem a evolução das organizações; provavelmente, Jetro possa 
ser considerado o primeiro consultor organizacional da História. 
 
Os primeiros modelos: o Exército e a Igreja 
 
 Sendo a guerra uma das atividades humanas mais antigas, as organizações 
militares foram das primeiras a adotar sistemas sofisticados de planejamento e 
comando. Os conceitos desenvolvidos e testados nas organizações militares constituem 
uma forte influência na construção do pensamento administrativo. 
 Assim, também a estrutura organizacional da Igreja Católica (que foi por séculos 
a maior e até a única grande organização do Ocidente) serviu como modelo para várias 
organizações. 
 Vemos que alguns conceitos básicos foram percebidos e aplicados desde muito 
cedo na História: a hierarquia e a cadeia de comando constituem as primeiras bases do 
pensamento administrativo. 
 
Um breve passeio pela História 
 
 Sem dúvida, espera-se do administrador a capacidade de identificar padrões e 
tendências e compreender as influências mútuas dos eventos que o cercam. Distinguir o 
fundamental do acessório e o duradouro do passageiro é o que possibilita lidar com o 
presente e preparar-se para o futuro. 
 Assim, é nosso objetivo contextualizar a evolução das teorias sobre a 
administração de organizações humanas em relação ao processo histórico. Em outras 
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palavras, questionar a Evolução do Pensamento Administrativo em relação à filosofia, à 
ciência, à tecnologia e ao pensamento econômico, vistos como os principais formadores 
da evolução das sociedades humanas. 
 Ë também necessário manter em vista a grande influência dos grandes fatos 
históricos, em especial as guerras que têm exercido papel fundamental na História, 
condicionando fortemente a evolução das sociedades. 
 Ë claro que os processos de evolução não ocorrem de forma isolada; ao 
contrário, cada evento influencia e é influenciado por todos os outros, formando uma 
“teia” intricada e fascinante. A compreensão deste processo, ainda que incompleta, é 
uma tarefa que vale a pena ser empreendida. 
 
O papel da Filosofia 
 
 Ao longo da História, diversos filósofos se ocuparam das questões inerentes ao 
desenvolvimento e da crescente complexidade das organizações, trazendo, mais ou 
menos diretamente, contribuições para as teorias administrativas. 
 Sócrates, Platão e Aristóteles ocuparam-se com os problemas éticos, políticos e 
sociais na Grécia Antiga, incluindo aí a preocupação com os sistemas políticos 
(Monarquia, Aristocracia, Democracia) que ainda hoje formam as bases da vida em 
sociedade. 
 Após o longo período da Idade Média (durante o qual a filosofia parece ter se 
dedicado exclusivamente às questões de teologia) os filósofos Iluministas do início da 
Era Moderna (sec. XVI e XVII), retomaram a preocupação com a compreensão racional 
e consequente domínio dos fenômenos e do ambiente físico. 
 Francis Bacon (1561-1626) e Renè Descartes (1596-1650) foram os grandes 
expoentes do Iluminismo. Suas obras lançaram as bases do pensamento analítico 
(cartesiano) e do método experimental e indutivo. Estas são as bases do que 
conhecemos como método científico. 
 O método científico viria a fornecer a estrutura teórica e conceitual para a 
incrível onda de progresso científico e tecnológico que, começando pela obra de Isaac 
Newton, levaria à impressionante sucessão de inovações tecnológicas ocorrida ao longo 
do século XVIII. 
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 Estas inovações possibilitaram, em última análise, o advento da Revolução 
Industrial. Trataremos deste assunto em maior profundidade nos próximos encontros. 
 
O pensamento econômico; os economistas liberais 
 
 A maioria dos autores considera que o pensamento administrativo moderno tem 
origem no pensamento econômico clássico. A partir do século XVII, o pensamento 
econômico começou a desenvolver-se de forma independente do pensamento filosófico 
da época. 
 Já no século XVIII, o pensamento econômico, dito liberal, passou a ser 
amplamente aceito na Europa. O liberalismo pregava o afastamento da economia da 
influência do Estado, a livre-iniciativa (o chamado laissez-faire) e a livre concorrência. 
A publicação, em 1776 de “A Riqueza das Nações” de Adam Smith, marca para muitos 
autores o início da Revolução Industrial ; de fato, neste livro, surgem pela primeira vez 
o “princípio da especialização” e o “princípio da divisão do trabalho”, que viriam a 
constituir as bases do pensamento administrativo por várias décadas. 
 Outros economistas liberais influíram fortemente na formação do pensamento 
econômico e administrativo no início da Revolução Industrial. James Mill (1773-1826), 
com o livro “Elementos de Economia Política”, publicado em 1826; David Ricardo 
(1772-1823) e Thomas Malthus (1766-1834), que publicaram (respectivamente em 
1817 e 1820) os seus Princípios da Economia Política. 
 O liberalismo econômico foi um período de enorme crescimento da economia 
capitalista, baseada na livre concorrência. Esta, porém, conduziu a grandes conflitos 
sociais, causados pela forte acumulação de capitais e renda. 
 A partir de meados do século XIX, a influência do liberalismo econômico 
diminuiu, dando lugar ao então chamado “novo capitalismo”dos grandes magnatas (Du 
Pont, Morgan, Krupp, Rockefeller) e baseado na produção em massa em grandes 
unidades industriais. É neste contexto que a Administração começa a tomar a forma e 
adquirir status de ciência. 
 
Invenções, inventores: a “Revolução Tecnológica” 
 
 
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 Da mesma forma que a maioria dos autores considera a publicação de “A 
riqueza da Nações” como o marco conceitual que inicia a Revolução Industrial, a 
invenção da máquina a vapor por James Watt em 1769 (a operação só começaria anos 
mais tarde, em 1775) foi o grande marco tecnológico que abriu caminho para esta 
mesma Revolução. Alguns outros inventos merecem destaque, bem como os seus 
inventores. Salvo raras exceções, todos são britânicos; daremos alguma atenção à 
explicação deste fato em uma próxima discussão. 
 Em 1698, Thomas Savery colocou em operação uma bomba a vapor para 
drenagem de minas; foi a primeira aplicação comercial de um dispositivo a vapor. A 
partir daí, seguem algumas das principais inovações tecnológicas da época: 
 
• 1712 máquina a vapor atmosférica (Thomas Ncomen) 
• 1738 lançadeira para manufatura de tecidos (John Kay) 
• 1742 máquina de cardar (Lewis Paul) 
• 1760 máquina de fiar (James Hargreaves) 
• 1769 máquina a vapor com condensador separado (James Watt) 
• 1784 tear mecânico (Edmund Cartwright) 
• 799 máquina a vapor de alta pressão locomotiva a vapor (Richard 
Trevthick) 
 
 Mais do que a lista de inventos e inventores, é importante lembrar que estas ( e 
centenas de outras) inovações tecnológicas possibilitaram o mais espantoso progresso 
material experimentado pela humanidade até então. 
 O que entendemos hoje por sociedade industrial se formou a partir dos 
acontecimentos desencadeados por estes inventos, ou melhor, pela substituição 
sistemática e sem precedentes na História do trabalho humano e animal pela máquina. A 
Revolução Industrial foi antes tudo, uma revolução tecnológica. 
 A organização industrial que se formou a partir dos processos brevemente 
descritos acima é o campo no qual o pensamento e a prática administrativa se 
desenvolveram. Esta é a História que devemos compreender. Como as organizações se 
formam e se modificam para atender os anseios das sociedades que lhes dão origem? 
 
Qual o papel dos seus administradores? 
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 Compreendendo melhor o passado, lidamos melhor com o presente e nos 
preparamos para o futuro. É a esta tarefa que nos dedicaremos durante o nosso curso: 
Compreender a Evolução do Pensamento Administrativo.

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