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Cópia de Cópia de Cópia de 176449072517 2FASE QUESTOESDISCURSIVAS AULA02

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4. Estado de Defesa X Estado de Sítio 
 
Questão 5 
 
Determinado Partido Político com representação no Congresso Nacional ajuíza Ação Direta de Inconstitucionalidade 
perante o Supremo Tribunal Federal para questionar a íntegra de uma lei estadual. Em relação ao cenário acima, 
comente, justificadamente, as consequências jurídicas das seguintes hipóteses, considerando sua ocorrência antes 
do julgamento da ADI: 
 
A) a lei estadual impugnada é revogada; (Valor: 0,5) 
B) o Partido Político deixa de ter representação no Congresso Nacional. (Valor: 0,75) 
 
a) A jurisprudência do STF é firme no sentido que a revogação superveniente da norma impugnada em ADI conduz 
à extinção anômala do processo, ficando o exame do mérito prejudicado, por perda superveniente do objeto da 
ação. 
b) Quanto às ADIs ajuizadas por Partidos Políticos, o STF, em sua jurisprudência inicial, considerava que a ADI 
deveria ser extinta, sem exame de mérito, por perda superveniente de legitimidade ativa. Porém, no julgamento do 
Agravo regimental interposto contra decisão monocrática adotada na ADI 2.618/PR, o STF reviu sua posição e 
atualmente entende que a perda superveniente de representação do Partido Político não repercute sobre o julga-
mento da ADI. Em verdade, entende-se que a aferição da legitimidade ativa do Partido Político deve ser realizada 
à época do ajuizamento da ADI em razão da objetividade do processo e da indisponibilidade da ação. 
 
Questão 6 
 
O Presidente da República ajuizou ação direta de inconstitucionalidade contra o art. 5º da lei federal X, de 2005. 
Essa lei tem sido declarada totalmente inconstitucional pelo STF em reiteradas decisões, todas em sede de controle 
difuso. Com base nesse cenário e à luz da jurisprudência do STF, responda aos itens a seguir, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
A) O Advogado-Geral da União está obrigado a defender a constitucionalidade da lei X? Explique. (Valor: 0,8) 
B) Ao julgar essa ADI, pode o STF declarar a inconstitucionalidade de outro(s) dispositivo(s) da lei X, além do art. 
5º? Explique. (Valor: 0,45) 
 
a) Não. Embora a Constituição determine que o AGU deve defender a constitucionalidade das leis impugnadas 
através de ADI, de acordo com o que foi decidido pelo STF na ADI 1616, o AGU está dispensado desta obrigação 
se a lei em questão já tiver sido declarada inconstitucional pelo STF através de controle concreto-difuso.[ 
b) Sim, caso haja interdependência do art. 5° com outro dispositivo legal. É a chamada inconstitucionalidade por 
arrastamento. 
 
QUESTÃO 7 
 
Durante a tramitação de determinado projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo, importantes juristas questiona-
ram a constitucionalidade de diversos dispositivos nele inseridos. Apesar dessa controvérsia doutrinária, o projeto 
encaminhado ao Congresso Nacional foi aprovado, seguindo-se a sanção, a promulgação e a publicação. Sabendo 
que a lei seria alvo de ataques perante o Poder Judiciário em sede de controle difuso de constitucionalidade, o 
Presidente da República resolveu ajuizar, logo no primeiro dia de vigência, uma Ação Declaratória de Constitucio-
nalidade. Diante da narrativa acima, responda aos itens a seguir. 
 
A) É cabível a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nesse caso? (Valor: 0,65) 
B) Em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), é cabível a propositura de medida cautelar perante 
o Supremo Tribunal Federal? Quais seriam os efeitos da decisão do STF no âmbito dessa medida cautelar? (Valor: 
0,60) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
a) Não. Não caberia a ADC por falta de comprovação de relevante controvérsia perante juízes e tribunais a respeito 
da constitucionalidade da lei. A controvérsia existente no âmbito da doutrina não torna possível o ajuizamento da 
 
 
 
 
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ADC. Com efeito, é de se presumir que, no primeiro dia de vigência da lei, não houve ainda tempo hábil para a 
formação de relevante controvérsia judicial, isto é, não haveria decisões conflitantes de tribunais e juízos monocrá-
ticos espalhados pelo País. É a própria dicção do Art. 14, III, da Lei nº 9.868/99 que estabelece a necessidade de 
comprovação da relevante controvérsia judicial, não sendo, por conseguinte, o momento exato de se manejar a 
ADC. 
b) Sim. Nos termos do Art. 21, caput, da Lei nº 9868/99, os efeitos da medida cautelar, em sede de ADC, serão 
decididos pelo Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros. Tais efeitos, de natu-
reza vinculante, serão erga omnes e ex nunc, consistindo na determinação de que juízes e Tribunais suspendam o 
julgamento dos processos pendentes que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu 
julgamento definitivo que, de qualquer maneira, há de se verificar no prazo de cento e oitenta dias, nos termos do 
Art. 21, parágrafo único, da referida lei. Ou seja, a concessão da medida liminar serviria para determinar que juízes 
e tribunais do país não pudessem afastar a incidência de qualquer dos preceitos da Lei nos casos concretos, evi-
tando, desde logo, decisões conflitantes. Pode o STF, por maioria absoluta de seus membros, conceder a medida 
cautelar, com efeitos ex tunc. 
 
QUESTÃO 8 
 
A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura questiona no STF lei estadual que proíbe cobrança por ponto 
adicional. A norma veda a cobrança pela instalação e utilização de pontos adicionais de TV a Cabo e, segundo a 
associação, o Estado “seguramente exorbitou suas atribuições, adentrando em tema de competência privativa da 
União” por afrontar o artigo 22 da Constituição Federal. Este artigo diz competir à União legislar sobre águas, ener-
gia, informática, telecomunicações e radiodifusão. Com base no exposto, responda: 
 
A) O Supremo Tribunal Federal admite que a associação composta de membros de categorias profissionais ou 
econômicas heterogêneas tenha legitimidade para ingressar com ação direta de inconstitucionalidade (ADI)? E 
quanto às “associações de associações” ou “associações de segundo grau”, podem ajuizar a ADI? (0,60) 
B) Se a lei estadual, compatível com a Constituição originária, se tornar incompatível com o texto constitucional 
posterior, tendo em vista uma emenda constitucional, qual será a forma de afastar essa norma estadual no controle 
de constitucionalidade? (0,65). 
 
a) Não, é preciso que os interesses entre os seus membros sejam homogêneos. Segundo a orientação do STF, as 
associações de associações podem ajuizar as ações diretas, desde que os interesses entre os seus membros sejam 
homogêneos, ou seja, de uma mesma classe ou categoria econômica ou profissional. 
b) Como se trata de norma pré-constitucional, é possível analisá-la no controle difuso e no controle concentrado por 
meio de ADPF. O STf não admite a tese da inconstitucionalidade superveniente. 
 
QUESTÃO 9 
 
A Constituição do Estado XYH condiciona a reforma do referido texto à aprovação da respectiva proposta por 4/5 
da totalidade dos membros integrantes da Assembleia Legislativa e ainda prevê legitimidade ativa popular para 
apresentação da PEC. Sobre o tema, responda: 
 
A) Analise a constitucionalidade do referido texto. É admitida sanção ou veto no processo de elaboração das emen-
das? (0,60) 
B) Emenda à Constituição estadual pode ser objeto de controle de constitucionalidade com base na Constituição 
do Estado? (0,65) 
 
a) A norma da Constituição estadual viola o art. 60, §2°, da CRFB/88. Violação ao princípio da simetria. Não se 
admite sanção ou veto no processo de elaboração das emendas. 
b) Não, pois é fruto do poder constituinte derivado decorrente, na forma do art. 11, do ADCT. Não há hierarquiaentre essas normas e sem hierarquia não há controle. A emenda pode ser fiscalizada no âmbito federal, via ADI. 
 
QUESTÃO 10 
 
O Governador do Estado X ajuizou Representação de Inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça local, 
apontando a violação, pela Lei Estadual nº 1.111, de dispositivos da Constituição do Estado, que se apresentam 
como normas de reprodução obrigatória. Considerando o exposto, responda aos itens a seguir. 
 
 
 
 
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A) O que são normas de reprodução obrigatória? (Valor: 0,65) 
B) Proposta Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal arguindo violação dos mes-
mos dispositivos da Constituição Federal, cuja reprodução pela mesma lei estadual (Lei nº 1.111) era obrigatória na 
Constituição Estadual, sem que tenha ocorrido o julgamento da Representação de Inconstitucionalidade pelo Tribu-
nal de Justiça local, poderão as duas ações tramitar simultaneamente? (Valor: 0,60) 
 
O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
a) As normas de reprodução obrigatória são aquelas que se inserem compulsoriamente no texto constitucional 
estadual, como consequência da subordinação à Constituição da República, que é a matriz do ordenamento jurídico 
parcial dos Estados-membros. A tarefa do constituinte em relação a tais normas, portanto, limita-se a inseri-las no 
ordenamento constitucional do Estado, por um processo de transplantação. Assim, as normas de reprodução de-
correm do caráter compulsório da norma constitucional superior (Art. 25, caput, da CFRB). 
b) Se a lei estadual for impugnada perante o Tribunal de Justiça local e perante o Supremo Tribunal Federal, com 
fundamento em norma constitucional de reprodução obrigatória, com base no princípio da simetria, suspende-se a 
ação direta proposta na Justiça estadual até a decisão final do Supremo Tribunal Federal, que poderá ter efeitos 
erga omnes e eficácia vinculante para o Tribunal de Justiça, se julgada procedente. 
Aliás, essa é a solução adotada, de longa data, pelo Supremo Tribunal Federal, que indica, como fundamentos a 
esse entendimento, a primazia da Constituição da República (e, consequentemente, a primazia de sua guarda) e a 
prejudicialidade do julgamento daquela Corte com relação aos Tribunais de Justiça locais. 
 
QUESTÃO 11 
 
Os jornais noticiaram violenta chacina ocorrida no Estado Y, onde foram torturadas e assassinadas dezenas de 
crianças e mulheres de uma comunidade rural de baixa renda, com suspeita de trabalho escravo. É aberto inquérito 
policial para a investigação dos fatos e, passado um mês do ocorrido, a polícia e as autoridades locais mantêm-se 
absolutamente inertes, configurando, de forma patente, omissão na apuração dos crimes. A imprensa nacional e a 
internacional dão destaque à omissão, afirmando que o Estado Y não é capaz de assegurar a proteção aos diversos 
direitos humanos contidos em tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. 
Com base no caso apresentado, responda aos itens a seguir. 
 
A) O que se entende por federalização dos crimes contra os direitos humanos? (Valor: 0,65) 
B) O Presidente da República pode requerer a aplicação do instituto? Perante qual juízo ou tribunal brasileiro deve 
ser suscitado o instituto da federalização dos crimes contra os direitos humanos? (Valor: 0,60) 
 
O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
a) O examinando deve indicar que a federalização dos crimes contra os direitos humanos é um instituto trazido pela 
Emenda Constitucional nº 45/2004, consistente na possibilidade de deslocamento de competência da Justiça co-
mum para a Justiça Federal, nas hipóteses em que ficar configurada grave violação de direitos humanos. Tem 
previsão no Art. 109, § 5º, da Constituição Federal. A finalidade do instituto é a de assegurar proteção efetiva aos 
direitos humanos e o cumprimento das obrigações assumidas pelo Brasil em tratados internacionais. 
b) O examinando deve indicar que o Presidente da República não tem competência para suscitar a aplicação do 
instituto. Conforme previsão constante do Art. 109, § 5º, da Constituição Federal, apenas o Procurador Geral da 
República pode suscitar a aplicação do instituto, e, nos termos do mesmo dispositivo, o tribunal perante o qual deve 
ser suscitado o instituto é o Superior Tribunal de Justiça (STJ). 
 
Questão 12 
 
Os irmãos Guilherme e Flávio fazem parte de uma família de tradicionais políticos do Estado M, conhecida por suas 
práticas beligerantes. Em um curto espaço de tempo, os irmãos se viram envolvidos em duas situações policiais: 
Guilherme, vereador da capital, agrediu fisicamente um vizinho, em situação originada por uma discussão relacio-
nada à vaga em um estacionamento; no dia seguinte, Flávio, eleito e diplomado para exercer o cargo de deputado 
estadual, embora ainda não empossado, em estado de embriaguez, atropelou duas pessoas. O advogado (a) da 
família é convocado e a ele (ela) são dirigidas as questões a seguir. 
 
 
 
 
 
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A) Pelas práticas das ações acima descritas, estariam os irmãos Guilherme e Flávio cobertos pela prerrogativa da 
imunidade material a que fazem jus os membros do Poder Legislativo? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Estão ambos aptos a fruir o benefício da imunidade formal? Justifique (Valor: 0,65) 
 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
a) A inviolabilidade, por opiniões, palavras e votos abrange os deputados estaduais (Art. 27, § 1º, da CRFB/ 88) e 
os vereadores, nos limites da circunscrição de seu Município (Art. 29, VIII, da CRFB/88), porém, sempre no exercício 
do mandato. No caso em tela, as transgressões cometidas não se relacionam com a emanação de quaisquer opi-
niões, palavras ou votos no âmbito da atuação parlamentar, não havendo que se cogitar, portanto, de incidência da 
imunidade material. 
b) As chamadas imunidades formais ou processuais são prerrogativas aplicáveis aos deputados estaduais, mas não 
aos vereadores. Em consequência, Flávio, mesmo não tendo tomado posse, pelo só fato de já ter sido diplomado, 
fará jus às prerrogativas decorrentes da imunidade formal, previstas no Art. 53 da CRFB/88, principalmente no que 
tange à prisão (§ 2º), ao processo (§ 3º) e à prestação de testemunho (§ 6º). Guilherme, porém, não se beneficiará 
de regras afetas à imunidade formal, pois estas não se estendem aos vereadores, nos limites da interpretação do 
que dispõe o Art. 29, VIII, da Constituição Federal. 
 
QUESTÃO 13 
 
O Governador do Estado de Alagoas ajuíza uma Ação Direta de Inconstitucionalidade em face da primeira parte do 
art. 7º da Lei 9.709/98 (“Nas consultas plebiscitárias previstas nos artigos 4º e 5º, entende-se por população direta-
mente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; 
em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acrés-
cimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada”) 
por entender que somente a população do Estado a ser desmembrado que dever ser consultada. Com base no 
exposto, responda: 
 
A) Qual é o conceito de “população diretamente interessada” segundo o STF? 
B) O plebiscito previsto no art. 18, §3º, da CRFB/88 é convocado por qual órgão? 
 
ADI INTERVENTIVAFEDERAL 
 
Noção histórica e conceito 
 
Apesar de ser a mais antiga das ações do controle concentrado (1934), a Ação Direta Interventiva Federal ou Re-
presentação de Inconstitucionalidade Interventiva (RI interventiva federal) é uma ação que visa manter a proteção 
do pacto federativo adotado pelo país e não faz, portanto, uma análise em abstrato da norma.A ação analisa um conflito entre a União e um Estado ou entre a União e o Distrito Federal (no caso de RI interventiva 
federal); ou ainda, um conflito entre um Estado e um Município (RI interventiva estadual). 
 
Base Constitucional 
A base constitucional da RI interventiva federal é formada pelo art. 34, VI - prover a execução de lei federal, ordem 
ou decisão judicial (primeira parte), pelo art. 34, VII, ambos combinados com o art. 36, III, da CF/1988, nas hipóteses 
que serão analisadas, que só podem ser propostas, exclusivamente pelo Procurador Geral da República. 
 
No caso do art. 34, VI, em caso de descumprimento de lei federal por parte de Estados ou pelo Distrito Federal, o 
procurador Geral da República deverá ajuizar a ação diretamente ao STF. Por sua vez, caso os Estados ou o Distrito 
Federal descumpram os princípios constitucionais sensíveis: 
 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
 
 
 
 
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e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de trans-
ferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde, também caberá 
ao procurador geral da República ajuizar a ação diretamente ao STF. 
 
A Lei 12.562/2011 
 
No âmbito infraconstitucional, a presente ação foi regulamentada pela Lei 12.562/2011, que dispõe sobre os aspec-
tos procedimentais principais da mesma, a seguir indicados: 
 
a) A petição inicial deverá conter: 
 
I - a indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se for o caso de recusa à aplicação de lei 
federal, das disposições questionadas; 
II - a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou da omissão questionados; 
III - a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de execução de lei federal; 
IV - o pedido, com suas especificações. (art. 3º, da Lei); 
 
b) Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias. (art. 4º, parágrafo único); 
 
c) O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida 
liminar na representação interventiva. A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o andamento 
de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que apresente 
relação com a matéria objeto da representação interventiva. (art. 5º, da Lei); 
 
d) Apreciado o pedido de liminar ou, logo após recebida a petição inicial, se não houver pedido de liminar, o relator 
solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, que as prestarão em até 10 
(dez) dias. (art. 6º, da Lei); 
 
e) Decorrido o prazo para prestação das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União 
e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 10 (dez) dias. (art. 6º § 1º, 
da lei); 
 
f) A decisão sobre a representação interventiva somente será tomada se presentes na sessão pelo menos 8 (oito) 
Ministros. (art. 9º, da Lei); 
 
g) Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou improcedência do pedido formulado na representação 
interventiva se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos 6 (seis) Ministros. (art. 10, da Lei); 
 
h) Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos órgãos responsáveis pela prática dos atos ques-
tionados, e, se a decisão final for pela procedência do pedido formulado na representação interventiva, o Presidente 
do Supremo Tribunal Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do Presidente da República para, no 
prazo improrrogável de até 15 (quinze) dias, dar cumprimento aos §§ 1o e 3o do art. 36 da Constituição Federal. 
(art. 11, da Lei); 
 
i) Segundo prevê o art. 12, a decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da representação interventiva 
é irrecorrível, sendo insuscetível de impugnação por ação rescisória. 
 
Observações e jurisprudência 
 
A RI interventiva federal é a única das ações do controle concentrado que não possui legitimidade ativa plural. 
 
O STF não tem tradição no julgamento favorável da RI interventiva federal, talvez em nome do próprio pacto fede-
rativo e um dos exemplos de não provimento da ação foi o caso envolvendo corrupção no Distrito Federal, a seguir 
transcrito: 
 
 
 
 
 
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7 
“O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido de intervenção federal no Distrito Federal, formulado pelo 
Procurador-Geral da República, por alegada violação aos princípios republicano e democrático, bem como ao sis-
tema representativo (CF, art. 34, II, a). 
 
Na espécie, o pedido de intervenção federal teria como causa petendi, em suma, a alegação da existência de es-
quema de corrupção que envolveria o ex-Governador do DF, alguns Deputados Distritais e suplentes, investigados 
pelo STJ, e cujo concerto estaria promovendo a desmoralização das instituições públicas e comprometendo a higi-
dez do Estado Federal. 
 
Tais fatos revelariam conspícua crise institucional hábil a colocar em risco as atribuições político-constitucionais dos 
Poderes Executivo e Legislativo e provocar instabilidade da ordem constitucional brasileira. 
 
Preliminarmente, a Corte, por maioria, rejeitou requerimento do Procurador-Geral da República no sentido de adiar 
o julgamento da causa para a primeira data do mês de agosto em que a Corte estivesse com sua composição plena. 
 
Ao salientar a ansiedade da população por uma resposta pronta da Corte quanto ao pedido de intervenção e a 
proximidade do início formal do período eleitoral, reputou-se estar-se diante de questão importante que demandaria 
decisão o mais célere possível. 
 
Vencidos, no ponto, os Ministros Marco Aurélio e Celso de Mello que deferiam o adiamento, por considerarem que 
a análise da matéria recomendaria a presença do quórum completo dos integrantes do Tribunal. IF 5179/DF, rel. 
Min. Cezar Peluso, 30.6.2010. (IF-5179) 
 
 
 
 
 
 
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