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Direito Civil - Contratos

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DIREITO CIVIL – CONTRATOS
Revisando...
A grande maioria das obrigações surge da lei, de forma que as fontes secundárias das obrigações são os contratos, atos unilaterais e atos ilícitos. 
Os contratos são a grande fonte de obrigações do Direito, sendo a figura mais importante do Direito Civil. 
Contratos em Geral
O Contrato é a principal fonte secundária de obrigações.
Sua origem é remota, de forma que alguns doutrinadores afirmam ter surgido com os homens da caverna, outros dizem que os contratos estão na gênese da sociedade, na gênese das leis. 
Os Romanos foram os primeiros a tratar os contratos de uma forma lógica, sendo a origem do estudo dos contratos.
Os contratos eram chamados pelos Romanos de “Convenção” que era o gênero, sendo dividido em duas espécies: Contrato e o pacto. O contrato era protegido pelo estado e tinha o direito de ação, podendo recorrer ao Estado para solucionar e cumprir, são tipos: venda, locação, mandato e sociedade. O Pacto, por sua vez, era menos importante e não era próprio do cidadão romano, mas dos estrangeiros e demais, não possuindo direito de ação, de forma que se contratavam, mas não tinham como exigir o cumprimento (origem das obrigações naturais). Hoje, convenção, contrato e pacto são a mesma coisa, tendo estes o mesmo valor. As convenções hoje são mais usadas para grandes acordos e os pactos para obrigações acessórias.
Natureza Jurídica
O Fato jurídico se divide em fato jurídico stricto sensu (decorrente da natureza do dia a dia) e ato jurídico (decorrente da ação humana) que podem ser lícitos (atos fatos – agir sem intenção e não possui controle da consequência, parecem fato, mas não o são, art. 1234-, atos jurídicos strictu sensu – age com vontade e não possui controle da consequência, pai que tenta registrar seu filho recém nascido não tem o controle deste ato, vez que a própria lei dita as consequências- e negócio jurídico – age com vontade com pleno controle da consequência, emissão de vontade de achar um cachorro perdido integrar uma recompensa para quem achar) ou ilícitos.
O Negócio Jurídico se divide em Unilateral e Bilateral. O Contrato é o Negócio Jurídico Bilateral, de forma que decorre de, no mínimo, duas vontades, podendo escolher as condições, o objeto e as consequências do mesmo, sendo subordinado, portanto, à Teoria Geral dos Negócios Jurídicos. 
Tem por natureza o negócio jurídico bilateral.
Conceito de Contrato: Acordo de vontades.
Conceito Romano (Ulpiano): O contrato é o mútuo consenso de duas ou mais pessoas sobre um objeto.
Conceito para Washington de Barros Monteiro: Acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir um Direito.
Conceito para Caio Mário: O contrato é um negócio jurídico bilateral cujo habitat é a vontade que tem por base a lei e tem por efeito a criação de direitos e obrigações. Acordo de vontades na conformidade da lei e com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar e extinguir direitos.
Requisitos de Validade
Se junta os requisitos da existência e da validade.
Existências: elementos que devem estar presentes, requisitos gerais do art. 104 (agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei) e o consenso entre duas vontades (requisito especial e essencial). 
Requisitos Subjetivos (requisitos relacionados com os contratantes): capacidade genérica e capacidade específica para aquele negócio jurídico a que está praticando (chamado também de legitimidade) e acordo de vontades (manifestação de duas vontades que chegam a um ponto em comum).
Requisitos Objetivos (relacionados ao objeto): objeto lícito, possível, determinado ou determinável e valor econômico.
Requisitos Formais (relacionados à forma do contrato): existe o princípio do formalismo e o princípio do consensualismo. O Brasil adere o consensualismo, todavia, o formalismo também é utilizado em determinados casos em razão do prescrito no final do art. 104 (forma prescrita ou não defesa em lei) como a venda bens imóveis que tem forma prescrita no art. 108, fiança e doação). 
Princípios do Direito Contratual
Princípios Clássicos: 
1º) Liberdade Contratual (princípio da autonomia da vontade); Somos livres para escolher o que se quer contratar, de quem quer contratar e sob que condições contratar (art. 425 – Todos somos livres para fazer qualquer tipo de contrato, desde que obedeça as regras de cada tipo de contrato). 
2º) Obrigatoriedade dos Contratos (princípio da intangibilidade dos contratos, sendo também conhecido como princípio da força vinculante dos contratos: relacionado ao pacto sunt servanda, de forma que obriga os contratantes a cumprir às suas regras, formando lei entre as partes. Tem a exceção da supremacia do interesse público, respeitando a moral e os bons costumes.
3º) Princípio do Consensualismo: Diz que o contrato para ser formado basta o consenso entre as partes. Tem a exceção da onerosidade excessiva.
4º) Princípio da Relatividade Subjetiva: Diz que o contrato só faz efeito quanto as partes que o contrataram. Tem a exceção da estipulação em favor de terceiro.
5º) Alguns autores citam o princípio da boa-fé que é a crença interior no cumprimento. 
LER: “Constitucionalização do Direito Civil”, Paulo Lobo. 
Princípios Sociais
		
No art. 1º da CF há o princípio de respeito à dignidade humana. No art. 3º há o princípio da solidariedade, de forma que todos os brasileiros devem ser solidários um com o outro. Art. 5º trata da igualdade entre as pessoas, ou seja, todos são iguais independentes de renda ou qualquer outra coisa. 
O direito das obrigações gira em torno da interação entre as pessoas e a imposição de um em favor do outro. Assim, a constitucionalização não mudou as regras, mas a visão que se deve ter das regras, ou seja, o devedor continua obrigado a pagar e o credor com direito de exigir, mas existindo limite entre os direitos de cada um, sendo direitos adocicados pela nova visão. 
Esta mudança ocorre através da colocação de artigo que permite ao juiz julgar de uma maneira mais livre, por seu livre convencimento.
1º)- Função Social do Contrato: não basta o contrato está correto, deve atender também à função social que é gerar riquezas para todos. Assim, o contrato deve gerar riqueza aos contratantes, mas não pode causar prejuízos aos demais (art. 421, CC), a liberdade de contrato, portanto, será exercida nos limites da função social, sendo esta uma cláusula aberta. 
2º)- Princípio da boa-fé objetiva: é uma boa-fé externa, que se apresenta para o mundo (art.422). Diz que os contratantes devem guardar os princípios da probidade e da boa-fé.
Desdobramentos da boa fé: A) a proibição do venire contra factum proprium, proibição da contradição de um agir de uma pessoa, ou seja, uma pessoa de boa fé não é contraditória. Suppressio (supressão de um direito) e surrectio (nascimento de outro). Exemplo: se você estabelece em contrato que o cumprimento deverá ocorrer em determinado local, e o credor aceitar a ver o cumprimento em outro lugar, assim, o credor não pode voltar atrás e exigir novamente o lugar de origem. B) proibição do tu quoque, proibição de surpresa, aquela situação em que alguém contrata uma empreitada e se compromete a entregar o material para fazer uma determinada obra, mas sem entregar material cobra a obra. Ex: art. 476 que trata da exceção do contrato não cumprido. C) duty to mitigate the loss, aquele credor de um crédito tem a obrigação de evitar que este problema aumente. Ex: contrata um seguro para o veículo, sofre acidente com o carro, assim é evidente que o dono é credor contra o seguro, mas este tem o dever de minimizar a perda.
3º) Princípio da Equivalência Material: diz que todo o contrato as prestações dos contratantes devem guardar uma equivalência. Não permite um rompimento insuportável desta equivalência. Ex: um carro é vendido por R$ 30.000,00, quando na verdade vale R$ 8.000,00. 
AULA 20/02/17
Da Classificaçãodos Contratos
LER: “PRINCÍPIOS SOCIAIS DOS CONTRATOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E NO CÓDIGO CIVIL”. Paulo Lôbo. 
LER: “DA TEORIA DOS ATOS PRÓPRIOS: O ABUSO DE DIREITO.” Júlio César Ballerine Silva.
Classificação é um procedimento puramente doutrinário.
Classificação Quanto aos Efeitos
Divide-se em duas partes 
a)-Geração de Obrigações: o contrato pode ser bilateral ou unilateral. O bilateral gera obrigações para ambas as partes. Ex: contrato de locação, de forma que o locador se obriga a disponibilizar a casa e manter em condições de uso e o locatário se obriga a arcar com a quantia de aluguel todos os meses. Unilateral é o contrato cuja obrigação é apenas de uma pessoa. Ex: comodato simples, de forma que o comodatário é o único obrigado, devendo este conservar e restituir. 
b)- Geração de ônus: os contratos podem ser onerosos ou gratuitos (ou benéficos, graciosos, de liberalidade). Nos contratos onerosos existem ônus patrimonial para ambas as partes. Ex: contrato de compra e venda, de forma que um se obriga a entregar a coisa (que tem valor patrimonial) e o outro se obriga a pagar tal quantia. Um contrato gratuito, por sua vez, é uma doação pura, gerando ônus patrimonial apenas para uma parte, o doador. A aferição da responsabilidade no contrato oneroso, ambos respondem por culpa, mas no contrato gratuito, a parte que recebe a gratuidade responde por culpa, mas a parte que doa responde apenas por dolo (art. 392). Os contratos onerosos ainda se dividem em Comutativos ou Aleatórios. Comutativo é o contrato oneroso cujas prestações são previamente determinadas e guarda uma equivalência material. E: compra e venda a prazo. Contrato Aleatório é aquele que possui uma alea, de forma que pelo menos as prestações de uma das partes não está determinada. Ex: contrato de seguro de veículo, assim, o segurado paga um valor determinado, mas a seguradora não tem um valor especificado para pagar, podendo até mesmo não ter que pagar se não tiver ocorrido nenhum dano ao veículo. 
Quanto ao Momento de Formação
A grande maioria dos contratos são consensuais (locação), mas existem outros que, além do consenso, necessitam de uma forma sendo chamados de solenes/Formais (locação de imóvel). Existem também os contratos Reais que são aqueles que só nascem com a entrega da coisa, por exemplo o comodato. 
Contratos Quanto à Sistematização
Dividem-se em típicos ou atípicos. Típicos são os normais mais normais que estão previstos em lei (por exemplo o compra e venda), assim, suas regras estão todas na lei. Atípico são os contratos que não estão previstos no código (art. 425), assim, as partes podem convencionar o contrato.
Contratos Reciprocamente Considerados
Podem ser principais ou acessórios. Os principais são aqueles que têm vida própria e contrato acessório depende um de contrato principal. Ex: compra e venda (contrato principal) e hipoteca (contrato acessório).
Contratos Quanto ao Momento da Execução
Podem ser de execução imediata sendo aquele que nasce, é executado e morre na mesma hora (compra e venda à vista). Podem ser também de execução diferida, ou seja, o sujeito paga em uma única prestação, mas com um prazo para efetuar o pagamento (compra um livro e paga o valor 30 dias depois). Podem ser também de execução periódica, executando a obrigação de pagar em prestações (compra de um celular dividindo o valo em 5 vezes). Podem ser ainda de execução continuada que é aquele que uma das obrigações devem ser feitas o tempo todo (contrato de fornecimento de energia elétrica ou de obrigação de não fazer), tendo execução permanente. 
Contrato Classificados Quando ao seu Objeto
Podem ser definitivos quando resolve o problema (alguém precisa vender uma casa e alguém precisa comprar), assim, resolve o problema das duas partes. Podem ser preliminar, ou seja, um contrato que não pode-se fazer na hora, fazendo, assim, um contrato preliminar para garantir o contrato definitivo (contrato de garantia de compra de um imóvel).
Contratos Quanto à Negociação das Cláusulas 
Podem ser paritários ou de adesão. Contrato paritário é aquele que é discutido entre as partes. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas não são discutidas, mas que é convencionado por apenas uma das partes, mas assinada por outra, porém existem mecanismos de proteção ao aderente (arts. 423 e 424).
Contratos Quanto aos Agentes
Podem ser personalíssimos ou Impessoais. Contrato personalíssimo é aquele é aquele que não pode ser cedido Os impessoais podem ser cedidos e geralmente persistem após a morte do contratante pelos seus sucessores. 
AULA 22/02/17
Interpretação dos Contratos 
Os contratos possuem suas regras registradas nas suas cláusulas, de forma que estes estabelecem essas regras se for um contrato paritário ou apenas uma parte escreve se for um contrato de adesão.
Interpretar é tornar claro ou esclarecer alguma cláusula contratual que dê margem a dúvida. Esta interpretação gira em torno de entender a vontade dos contratantes e analisar a intenção destes perante o texto que pode estar confuso.
Regras Legais para a Interpretação:
a)- Vale a intenção exteriorizada: Não se considera a reserva mental, vez que esta não é de conhecimento de todos. Quando se interpreta um contrato, a única vontade a ser interpretada é a que foi exteriorizada, desconsiderando a reserva mental. Se, por outro lado, o outro contratante sabe da reserva mental do contratante, o contrato não terá validade por vício de vontade (art. 110).
b)- Deve atender à intenção dos contratantes: deve-se priorizar a interpretação através da vontade do que está escrito, priorizando a intenção ao que realmente está escrito. (art. 112).
c)- O silêncio deve ser Circunstanciado (art. 111)
d)- Deve atender a boa fé e aos usos e costumes do lugar (art. 113) 
e)- Contratos benéficos são interpretados restritivamente: se alguém abre mão de juros, por exemplo, este contrato não pode ser interpretado como se o contratante abrisse mão da correção monetária.
Outras regrinhas para contratos de adesão: 
a)- cláusulas abusivas ou contraditórias devem ser interpretadas favoravelmente ao cliente (art. 423).
b)- cláusulas que impliquem em renúncia antecipada de direitos resultante da natureza do contrato são nulas (art. 424). 
c)- Interpretação mais favorável ao consumidor (art. 47, CDC), assim, as cláusulas contratuais devem sempre ser interpretadas de maneira a favorecer ao consumidor.
Existe também as 12 regras doutrinárias de interpretação que são chamadas de “12 regras de interpretação de Pothier”.
Proibição dos Pactos sucessórios
Pacta Corvina era aquele contrato que para que um contratante aferisse o objetivo alguém teria que morrer (art. 426). Ex: alguém precisa de dinheiro e vende o seu direito de herança a um terceiro, este contrato não é admitido no Direito, de forma que não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva (art. 426)
Da Formação dos Contratos
O contrato nasce através do acordo de vontade, sendo este momento chamado de conclusão do contrato (encerramento do período de negociações preliminares, das tratativas, fase de pontuação). Assim, o sujeito que propôs é o proponente e o que aceita é o aceitante. 
A fase pré-contratual é o momento em que ocorrem as negociações preliminares, as tratativas em que um apresenta uma proposta e outro a contraproposta até chegarem a um acordo de vontade. 
Após o nascimento do contrato começará o momento de execução contratual.
Após a execução há a fase pós-contratual. 
Na fase da execução as pessoas respondem, em geral, por responsabilidade subjetiva, aquela que exige culpa ou dolo, mas pode ser objetiva em alguns contratos (contratos de consumo). 
Atualmente se entende que na fase pré-contratual não há a responsabilidade objetiva ou subjetiva, mas os contratantes devem obedecer a boa fé objetiva, assim, se um dos contratantes não cumprir alguma de suas obrigações pode responder pela boa fé objetiva.
Mesmo na fasepós-contratual, as partes ainda devem se portar de acordo com boa fé objetiva, de forma que as pessoas têm obrigação de fazer com que aquele contrato seja útil para a outra parte. 
AULA 06/03/17
Na fase pré-contratual é evidente que não há qualquer obrigação, porém deve-se portar com as regras do homem reto e honesto, ou seja, de acordo com a boa-fé. 
Durante a fase contratual ocorre o cumprimento das obrigações contratuais, de forma que as responsabilidades são subjetivas, ou seja, ou seja, o devedor que não cumpriu com sua obrigação responderá se tiver agido com culpa.
Na fase pós-contratual, um dos contratantes pode ser chamado a responder por uma falta de boa-fé, sendo esta uma teoria relativamente nova para o direito obrigacional. Ex: um costureiro é contratado para fazer um vestido exclusivo para uma mulher e cumpre perfeitamente, mas um tempo após o cumprimento do contrato ele faz o vestido novamente para outra mulher, assim, ele poderá ser responsabilizado, visto que agiu de má-fé não garantindo a exclusividade da peça, embora tenha cumprido perfeitamente com a obrigação de fazer o vestido.
Da Proposta
A natureza jurídica da proposta é um negócio jurídico unilateral.
Requisitos de validade da proposta são as dispostas no art. 104 e deve ser séria e precisa. Assim, a proposta deve ser séria no sentido de que se for aceita possa ocorrer e precisa quanto às condições, como por exemplo, o preço num contrato de compra e venda. 
A proposta é obrigatória (princípio da obrigatoriedade da proposta), de forma que feita a proposta gera uma obrigação ao proponente de cumprir com aquilo que foi prometido (art. 427), se o contrário não resultar dos seus próprios termos (ex: aprovação no cadastro de maus pagadores), da natureza do negócio (ex: um moto táxi está propondo seus serviços, mas se aparecer duas pessoas esta proposta só será obrigatória para uma, vez que só pode atender uma pessoa por vez) ou das circunstâncias do caso. (art. 427, 2ª figura).
Deixa de ser obrigatória:
a)- entre presentes (aquele que pode responder em tempo real) se não aceita imediatamente. Esta proposta está subordinada a aceitação imediata, visto que ambas as partes estão presentes. 
b)- entre ausentes, I-se for feita sem prazo e aceitação não retornar no prazo moral (prazo razoável para a resposta). II-Se for feita com prazo e a aceitação não for expedida no prazo. III-Se antes da proposta ou simultaneamente chegar ao aceitante a retificação 
Oferta ao público é o anúncio de forma que o ofertante pode ter a liberdade de retirar o anúncio quando quiser e limitá-la ao estoque (art. 429). A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. 
Da Aceitação 
A natureza jurídica da aceitação é o negócio jurídico unilateral
São requisitos de validade o disposto no art. 104, além de que deve ser no prazo e integral. (art. 431).
Existe a responsabilidade do proponente no sentido de que, feita a proposta, houve também a resposta no prazo correto, mas esta resposta não chega ao proponente, assim, se ele sabe desta aceitação tardia deve informar ao aceitante sob pena de perdas e danos, violando o princípio da boa-fé caso não ocorra, vez que pode gerar uma falsa expectativa (art. 430). 
Existe também a aceitação tácita: quando dois sujeitos são acostumados a realizar o mesmo negócio sempre ou quando há a dispensa da aceitação. Ex: A reserva um hotel e pede para que somente seja avisado caso haja algum problema. (art. 432). 
A revogação é quando há aceitação e arrependimento posterior. A revogação deve chegar ao proponente antes da proposta ou simultaneamente ao proponente (art. 433).
Da Formação Entre Ausentes
Teoria da Cognição: o contrato nasce quando o proponente toma conhecimento da aceitação. Todavia, há insegurança para o aceitante, visto que o proponente pode deixar a carta de aceitação encosta e não abrir a carta. 
Teoria da Agnição: Percepção. 
Divide-se em:
a)- Teoria da Declaração
Diz que o contrato nasce quando declara (escreve) a aceitação. Ex: quando o aceitante escreve uma carta aceitando o contrato. 
b)- Teoria da Expedição
Diz que o contrato nasce quando expede a aceitação (encaminha a resposta). Alguns doutrinadores dizem ser a aplicada no Brasil e diz o Código que se adota a teoria da expedição com ressalvas (art. 434): casos de retratação (art. 433), se o ofertante se prometeu aguardar e se com prazo não chegar no prazo. 
c)- Teoria da Recepção
Diz que o contrato nasce quando o proponente recebe a aceitação (lê). Ex: quando o carteiro entrega a carta, não necessariamente ligada à abertura da carta, mas à entrega.
O Código diz claramente que no Brasil usa-se a teoria da expedição com ressalvas, ou seja, quando o aceitante posta a resposta nos correios. 
Tais ressalvas dizem respeito à retratação que pode ser efetuada até o recebimento do proponente. Trata também de quando o proponente se compromete a esperar ou determina um prazo para a aceitação. 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
AULA 08/03/17
Do Lugar de Formação 
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
O lugar da proposta é o lugar onde o contrato deverá ser celebrado. Ex: se o proponente está em São Paulo e o aceitante em Brasília, considerar-se-á celebrado em São Paulo. 
A LINDB (art. 9º §2º) diz que a celebração do contrato resistirá concluída no lugar onde reside o proponente para contratos internacionais, aplicando, assim, as regras do país de origem, seguindo a mesma ideia do disposto no código civil para contratos em território brasileiro. 
Em caso de compras pela internet em contrato eletrônico o local considerado deve ser o domicílio/residência fixa do proponente. Ex: Empresa estadunidense que tem site na Índia, de forma que o contrato será considerado os EUA.
Da Estipulação em Favor de Terceiros
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
É um tipo peculiar de contrato que é estabelecido entre dois contratantes, de forma que de um lado tem-se o estipulante e do outro tem o promitente. 
Tem-se um contrato em que há o estipulante e o promitente e um terceiro beneficiário. Ex: A é segurado num contrato de seguro e B é a seguradora, de forma que o A paga a franquia e B paga o prêmio caso tenha alguma situação estipulada, todavia, A estipula que se morrer a indenização deverá ser paga ao beneficiário C.
As partes são apenas o estipulante e o promitente, de forma que estes acordam em contratam e geram efeito a um terceiro beneficiário, fere-se o princípio relatividade subjetiva (só faz efeito entre as partes), mas em razão de que o terceiro pode ser apenas beneficiário. 
O terceiro beneficiário não precisa ter capacidade, podendo, inclusive, ter acabado de nascer.
O terceiro beneficiário pode ser obrigado a algum ônus, porém não ao ônus principal. Ex: divórcio dos paisque transferem o imóvel aos filhos, mas estipulam que o filho deverá arcar com as custas da transferência, assim há um ônus para o terceiro. 
O estipulante pode substituir o terceiro. Para que haja a substituição deve se reservar ao direito, ou seja, constar em contrato a possibilidade de substituição a qualquer momento. Em alguns contratos não precisa haver possibilidade expressa, como nos contratos de seguro (art. 791), sendo esta uma cláusula reserva, podendo trocar o beneficiário por mero endosso, independentemente de anuência do outro. 
A irrevogabilidade pode ocorrer em duas situações: se deixar ao terceiro o direito de reclamar o cumprimento. Ex: o sujeito pode ter estipulado uma obrigação ao promitente em favor do beneficiário e se desligar do negócio, deixando ao beneficiário a exigibilidade do contrato ao terceiro, assim, o beneficiário não poderá mais exonerar o devedor (art. 437). Outra possibilidade é se o terceiro anuiu.
Da Promessa de Fato de Terceiro
Há dois contratantes: promitente e promissário.
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
O promitente promete que um terceiro irá fazer alguma coisa. Existe um terceiro que não tem nada a ver com a promessa, sendo uma obrigação de fazer e uma obrigação de resultado. 
Ex: um empresário (promitente) promete a alguém (promissário) que o Wesley Safadão (terceiro) irá fazer o show em Brasília e que ele já pode começar a vender os ingressos. 
Assim, se o promitente contata o Safadão e este aceita vir fazer o show a obrigação está cumprida, vez que o contratou para o show, mas se ele não vier a responsabilidade é do safadão (art. 440). Porém, se o safadão recusar a obrigação não estará cumprida e o promitente será o responsável (art. 439). 
O promitente não pagará perdas e danos se o terceiro a quem prometeu foi o cônjuge, de forma que se alguém promete e o cônjuge deve aceitar (exceto em regime de separação total de bens) e não aceita o promitente não pagará por perdas e danos para resguardar o patrimônio do cônjuge. 
AULA 13/03/17
Dos Vícios Redibitórios
Conceito
Tem-se o adquirente e o alienante, de forma que o alienante alienou alguma coisa para o adquirente, entregando o alienante a coisa e o adquirente o dinheiro. 
Aplica-se não somente à compra e venda, mas a qualquer contrato comutativo, como o contrato de aluguel. 
Redibir vem de rejeitar/devolver alguma coisa.
São vícios, portanto, que permitem ao adquirente devolver a coisa. 
Acontece quando existe um vício oculto em coisa adquirida em contrato comutativo que torna a coisa imprestável para o uso a que se destina ou que pelo menos diminua o seu valor. 
É o vício oculto que existe numa coisa adquirida num contrato comutativo que torna a coisa inservível ao uso a que se destina ou que, pelo menos, diminua o seu valor. (art. 441).
Ex: carro usado que se compra e aparentemente está tudo bem, mas ao usar o carro numa subida este perde a força. Casa comprada durante a seca que está aparentemente perfeita, mas ao começar a época da chuva as paredes estouram de mofos.
Critérios: vício oculto, contrato comutativo, imprestável para uso ou que diminua seu valor. 
Fundamento
Baseia-se na teoria do inadimplemento contratual. Diz: sempre em qualquer aquisição onerosa há o princípio da garantia que diz que todo alienante, tenha combinado ou não, expresso em contrato ou não, é obrigado a garantir a coisa contra o próprio alienante (garantir que não vai turbar a posse), garantir sobre a coisa (garantir que a coisa quando foi transferida não possuía defeito nenhum) e garantir o direito (garantir que se a coisa foi vendida, transfere-se a coisa e o direito de propriedade). 
Esta obrigação independe do conhecimento do vício pelo alienante, ou seja, ainda que o alienante não tenha conhecimento sobre o defeito o vício pode ser alegado, mas se ele sabia age, portanto, com má-fé. 
Se o alienante conhecia o vício deve ressarcir o valor do contrato + perdas e danos. Se não conhecia deve ressarcir o valor do contrato + as despesas do contrato (art. 443).
Não pode-se confundir o inadimplemento com o vício de consentimento. Ex: se A compra alguma coisa e receba outra, trata-se de inadimplemento. Ex: A compra um candelabro prateado e percebe que não se trata de prata, trata-se de erro, ou seja, vício de consentimento. Ex: A compra um vaso e percebe ao chegar em casa percebe que este está quebrado, trata-se de vício redibitório. 
Requisitos Caracterizadores
1)- Coisa adquirida em contrato comutativo (art. 441). O parágrafo único traz uma exceção, aplicando também à doação onerosa, de forma que a maioria dos doutrinadores entendem que aplica-se até o limite do encargo.
2)- O defeito deve ser oculto e desconhecido do adquirente. Se o adquirente toma conhecimento do defeito e ainda assim aliena a coisa, entende-se que ele aceita o defeito, não podendo, assim, alegar vício redibitório posteriormente. Se alguém compra alguma coisa e sequer analisa (comprar um carro usado e não fazer o que um homem médio faria para analisar o produto) age com negligência e não poder ser alegado o vício redibitório. 
3)- O defeito deve existir no momento da aquisição. O defeito no momento da aquisição deve estar presente, de forma que, se por conduta do adquirente ocasiona o defeito, o vício redibitório não pode ser alegado, todavia, se o defeito é posterior não se trata de vício redibitório. Ex: se uma morre em razão de uma doença adquirida antes da aquisição, pode ser alegado o vício redibitório, ainda que morra em posse do adquirente.. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição (art. 444). 
4)- O defeito deve prejudicar o uso ou diminuir o valor da coisa. Deve ser um defeito consistente. 
Possibilidades 
Pode redibir o contrato. Extinguir o contrato por um vício pré-existente, desfazendo-se o negócio. O tipo de ação é Redibitória. 
Pode pedir o abatimento do preço. O tipo de ação é estimatória (art. 442).
Se havia má-fé pode-se exigir além do valor do contrato perdas e danos. 
É faculdade do adquirente pedir para redibir o contrato ou o abatimento do preço. 
Prazos
Para bens móveis é de 30 dias e para imóveis é de 1 ano. 
		Se a pessoa já detinha a posse da coisa, entende-se que já deveria ter conhecimento do defeito, de forma que o prazo é de 15 dias para os bens móveis e 180 dias para os bens imóveis. 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Quando o vício é de difícil conhecimento (aquele vício que não se acha facilmente, ainda que olhando ou fazendo manutenção, como a casa que só percebe que há infiltração em época de chuva), o prazo para ter conhecimento se for móvel é de 180 dias e se for imóvel é de um ano (art. 445, §1º), mas o prazo começa a contar do momentoem que dele teve conhecimento, sendo este prazo para reclamação o prazo geral (30 dias para móveis e 1 ano para os imóveis) (enunciado 174 do CJF, em se tratando de vício oculto o adquirente tem o prazo do caput para obter a redibição ou abatimento do preço, desde que o prazo tenha fluido do §1º). 
No caso de animais os prazos se resolvem por lei especial do animal se existir, dos usos do local e se não se resolver por nenhum desses, aplica-se o disposto no §1º. 
Garantia
Se na alienação existir garantia, o prazo não começa a correr antes do final da garantia, de forma que durante a garantia o prazo não corre na duração desta, mas se descobrir o defeito o adquirente deve denunciar o fato nos trinta dias seguintes ao descobrimento (art. 446). 
AULA 15/03/17
Da Evicção
Conceito
Evicção é a perda da propriedade, da posse ou o uso da coisa em razão de um vício ou defeito no título de propriedade no direito do alienante. 
Pode acontecer em diversos tipos de contrato como na compra e venda e no aluguel.
Ex: alienante vende ao adquirente coisa que pertence a terceiro. Outro ex: alienante vende coisa roubada, de forma que o proprietário originário pega de volta o veículo. Outro: sujeito vende imóvel e depois é descoberto que a matrícula do imóvel era falsa. 
O alienante pode realmente 
AULA 20/03/17
Fundamentos
É o princípio da garantia. A evicção é uma das duas garantias. A pessoa deve garantir que a coisa não tem nenhum defeito e garantir também o direito da coisa, como a propriedade no contrato de compra e venda, ou seja, deve garantir que o direito é bom!
Requisitos
1º)- Onerosidade da Aquisição: o Contrato Deve ser oneroso, de forma que apenas que nos contratos gratuitos o alienante só responde por dolo. (art. 447). O alienante, nos contratos onerosos, respondem mesmo em hasta pública (REsp 1.237.703). 
2º)- Anterioridade do Direito do Evictor: O direito em que se funda tem que ser anterior ao contrato, de forma que se se fundar em direito posterior ao contrato não há responsabilidade do alienante. 
3º)- Perda Total ou Parcial em Razão de Sentença: o adquirente pode perder a coisa toda ou somente uma parte. Ex: compra-se uma fazenda de 100 hectares e se torna evicto de 30 hectares. O terceiro deve levar uma coisa através de sentença, ou seja, visando uma garantia do Direito. Recentemente entendeu-se que pode ocorrer não apenas por sentença, mas também por ato administrativo inequívoco de autoridade (autoridade policial, por exemplo). Ex: compra um carro e é parado em uma blitz, de forma que o policial consulta o sistema e descobre que o carro é roubado, sendo assim, o adquirente irá perder a coisa. 
4º)- Ignorância pelo Adquirente da Litigiosidade da Coisa: é evidente que se o adquirente conhece a discussão do terceiro com o alienante sobre a propriedade da coisa e ainda assim compra a coisa assume o risco e, portanto, não pode reclamar. 
A denunciação da lide era considerada requisito obrigatório, perdendo o direito de indenização, porém o STJ entendeu que a denunciação da lide era obrigatória, mas não perderia o direito caso não o fizesse. Hoje em dia não se menciona tal exigência, ou seja, precisa denunciar a lide, chamando a outra pessoa e se perder terá o direito de indenização nos próprios autos, vez que o art. 456 foi revogado pelo Código de Processo Civil/2015 em seu art. 125, I:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
Valores Devidos
Toda indenização está subordinada ao princípio básico da restituição integral, ou seja, deve haver a restituição de toda parte perdida, mas nada além, sendo exatamente o que perdeu (art. 450).
1)-Para calcular o valor devido deve-se tomar como ponto de partida o preço ou quantia paga pela coisa. Ex: A aliena uma fazenda no valor de R$ 50.000,00, de forma que a indenização deve tomar como valor inicial os R$ 50.000,00 atualizados, ou seja se no dia da evicção a fazenda valer R$ 100.000,00, deve-se tomar como base o valor atual (art. 450, I).
2)-Os frutos que restituiu também devem ser considerados. Tomando o exemplo anterior, se na fazenda houver uma grande plantação de maçãs, o valor destas maçãs deverá ser considerado no cálculo, mas se por um acaso o juiz desconsiderar tal fato, deve o evicto cobrar aquele que deu origem ao problema, ou seja, o alienante (art. 450, II).
3)-Devem ser consideradas também as despesas do contrato e demais prejuízos diretos. Os gastos para transmissão da propriedade, custas judiciais e honorários advocatícios, registro do contrato e demais gastos também devem ser calculados para o valor da indenização (art. 450, III).
Tais direitos possui o evicto ainda que deteriorada a coisa.
4)-Se o evicto ganhar dinheiro com a deterioração sofrida este valor deverá ser subtraído. Ex: compra a fazenda por R$ 100.000,00 e a fazenda é deteriorada, passando a valer R$ 80.000,00, mas vendendo alguns bens deteriorados desta consegue lucrar R$ 10.000,00, esta vantagem deve ser subtraída do cálculo da indenização, vez que não pode haver qualquer enriquecimento em consequência da coisa (art. 452). 
5)-As benfeitorias feitas pelo adquirente devem ser subtraídas (art. 453).
6)-As benfeitorias feitas pelo alienante devem ser indenizadas (art. 454).
AULA 22/03/17
-Possibilidade de Exclusão/Reforço
		Pode-se alterar excluir ou reforçar a responsabilidade da evicção (art. 448), sendo válido apenas se houver escrito no contrato que há discussão sobre a propriedade da coisa, ou seja, ter conhecimento do risco (art. 449). Assim, se não for de conhecimento do adquirente a disputa, a cláusula de exclusão será apenas parcial, deixando de receber as perdas e danos (art. 449).
Resumo com as possibilidades: 
i)- Se o comprador não sabia do risco e não excluiu, vai ter direito a receber o preço mais perdas e danos;
ii)-Se o comprador não sabia e a havia cláusula de exclusão, vai ter direito somente ao valor pago;
iii)- Se o comprador sabia da demanda e havia cláusula, não vai ter direito a nada.
-Evicção Parcial
É quando a pessoa perde parte daquilo que comprou, de forma que pode ser: considerável ou não considerável, sendo a importância e não o tamanho da evicção.
Se for considerável: pode ser considerada como uma indenização total (desfazimento do contrato) com restituição da sobra ou a obtenção da restituição parcial do preço, sendo tais opções de escolha do adquirente (regra parecida como dos vícios redibitórios) (art. 455).
Quando a restituição for não considerável somente pode ocorrer a restituição parcial do preço (art. 455). Ex: a perda de uma parte desconsiderada da fazenda, de forma que o contrato não pode ser rescindido, mas deverá receber a indenização pela parte correspondente à parte perdida.
Dos Contratos Aleatórios
É aquele que envolve uma alea (risco), algo subordinado a sorte.
É uma das classificações quanto aos efeitos do contrato 
É um contrato em que pelo menos uma das prestações ainda não é conhecida. Ex: contrato de seguro, tem-se que a prestação do segurado é conhecida, mas a prestação da seguradora não, podendo até mesmo nem ocorrer. Outro ex: contrato de jogo em que quem for mais hábil ganha, vez que não se sabe quem é o melhor. Outro ex: contrato de aposta, aposta-se num palpite 	que se tem, sendo a prestação da lotérica desconhecida, podendo também sequer ocorrer. 
Podem ser aleatórios por natureza ou acidentalmente.
Por natureza: desde o seu nascimento já se sabe da sua aleatoriedade, ou seja, do risco.
Acidentalmente: contratos naturalmente comutativos, mas que possui cláusula que o torna aleatório. Ex: contrato de compra e venda 
Contratos Acidentalmente Aleatórios
Venda da Esperança: (emptio spei): quando se compra alguma coisa que ainda não existe, ou seja, de uma coisa futura. Ex:compra de um bezerro que ainda está no ventre da vaca, se este não nascer o contrato se extingue por falta da coisa, mas se estiver expresso que se assume o risco do bezerro não nascer torna o contrato comutativo em aleatório, ou seja, se o bezerro não nascer o contrato se mantém da mesma forma, podendo ser invalidade apenas se houver dolo/culpa ou má-fé.
Ex: A compra a colheita de milho que está sendo plantada e assume o risco da plantação não existir, se colher ocorre tudo bem, mas se não ocorrer o pagamento deverá ser efetuado do mesmo jeito, mas se o fazendeiro deixa de prestar os cuidados necessários para que houvesse a colheita estaria agindo com má-fé, devendo indenizar A pela compra (art. 458).
Risco quanto a Quantidade (emptio rei speratae): quando se assume o risco de vir a existir em qualquer quantidade. Ex: A compra uma safra de B que ainda não foi planta e assume o risco da quantidade, assim, se houver uma colheita muito maior do que a esperada, A será beneficiado, mas se houver menor A será prejudicado e pagará por tudo, ainda que recebendo menos do que comprou. Contudo, se a colheita não existir, A não deverá arcar com o pagamento (art. 459), podendo ser ressarcido se houver dolo/culpa. 
Se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido (art. 459, Parágrafo único). 
Risco sobre Coisas Existentes (foenus nauticum – bom resultado da viagem): é quando se compra uma mercadoria que já existe, mas depende de transporte. Ex: A compra uma mercadoria que vem de navio da Europa, assim, A vende tal mercadoria para B enquanto a mercadoria ainda está em transporte sem comunicação com o navio, assim, se o navio naufragar (antes ou depois do negócio entre A e B) a alienação será válida (art. 460). 
Se alguém já sabia que o navio já tinha afundado ou já tinha chegado no porto em segurança o contrato será anulada (art. 461). 
AULA 27/03/17
Do Contrato Preliminar 
Relaciona-se à classificação dos contratos quanto ao objeto.
O contrato preliminar é aquele cujo objetivo é o contrato definitivo. 
No contrato preliminar contrata com alguém que irá contratar algo definitivo, sendo utilizado quando não se tem como fazer contrato definitivo e pode perder a oportunidade do contrato definitivo.
Utilizado muito em contrato de compra e venda de imóveis, vez que é um contrato solene repleto de exigências e nem sempre pode ser efetuado imediatamente. 
É um contrato feito para garantir que o contrato definitivo será feito posteriormente. 
Negociação preliminar não é o mesmo que contrato preliminar. 
O contrato preliminar acontece normalmente no final das negociações preliminares. 
O contrato preliminar pode ser Unilateral ou Bilateral
a)- Unilateral: quando existe obrigação para apenas uma das partes, também chamado de opção. É quando um dos contratantes tem a opção de fazer o contrato ou não, mas sempre amarrado a um prazo, de forma que se não o fizer no prazo, não realiza o contrato. Outro exemplo é a contento quando se tem a opção de comprar se gostar dentro do prazo determinado. (art. 466). 
b)- Bilateral: características: I- o objeto será sempre o contrato definitivo, II- deve ter os mesmos requisitos do contrato definitivo (exceto a forma)(art. 462), III- deve ser escrito, IV- pode conter “cláusula de arrependimento” (art. 420). 
Para exigir o cumprimento do contrato preliminar deve ter os requisitos do art. 462 e não conter cláusula de arrependimento (art. 463).
Assim, se não houver o cumprimento, deve notificar o contratante e exigir o cumprimento, mas caso não cumpra o prazo há duas outras possibilidades: entrar com uma ação e pedir a tutela específica ou pedir o desfazimento do contrato + perdas e danos (arts. 464 e 465). 
Do Contrato com Pessoa a Declarar
Não existia no Código de 1916, mas sendo muito utilizado nos códigos europeus. 
Pode ser chamado de contrato com pessoa a se nomear.
É uma cláusula especial que se coloca em outro contrato.
Ex: A é comprador de um imóvel e B é vendedor. A resolve colocar uma cláusula de reservar o direito de declarar uma pessoa que vai assumir a posição dele, passando a ser chamado de estipulante e B de promitente, a terceira pessoa é chamada de amicus ou electus, concordando em manter o negócio após a estipulação, assim, o terceiro manda A comprar o imóvel porque se B sabe que o real interessado no imóvel é ele poderá estipular valor mais alto, como alguém muito famoso ou porque somente aquela propriedade interessa a ele ou por ser seu inimigo...
No momento da conclusão do contrato pode uma das partes reservar-se no direito a estipular um terceiro a cumprir as obrigações (art. 467).
Pode, então, o estipulante assinar o contrato preliminar e o terceiro assinar o contrato definitivo.
A iniciativa também pode ser do estipulante. Ex: um corretor de imóveis que assina um contrato reservando o direito de estipular a terceiro para vender mais caro, evitando, assim, o pagamento do imposto de transmissão de propriedade.
Requisitos
a)- Deve ocorrer a indicação em um prazo convencional (acordado entre as partes) ou prazo legal (5 dias) se não acordarem outro prazo. (art. 468).
b)- É necessário anuência, capacidade e legitimidade do terceiro.
c)- A aceitação deve ser na mesma forma do contrato. Ex: se for um contrato de compra e venda de imóvel, o documento em que o estipulante estipula o terceiro e ele anui também deve ser feito em instrumento público. (art. 468, parágrafo único).
Efeito
A vinculação tem efeito ex tunc, de forma que, quando o terceiro assume, ele assume desde o início do contrato entre o estipulante e o promitente (vendedor) (art. 469).
Eficácia
A eficácia não ocorre quando:
a)- quando não houver indicação; (art. 470)
b)- quando o terceiro não aceitar a indicação; (art. 470)
c)- quando o terceiro for insolvente ou for incapaz no momento da nomeação. (art. 471)
Caso ocorra alguma das possibilidades citadas anteriormente, o contrato permanece válido entre os contratantes originais. 
AULA 29/03/17
Da Extinção dos Contratos
Cumprimento
É a cláusula natural para a resolução dos contratos.
Nulidade
Se houver um vício o contrato será resolvido assim que o vício for descoberto.
Redibição
É a extinção do contrato pela existência de um vício oculto (vício redibitório), assim, pode o contratante redibir o contrato, recebendo de volta aquilo que pagou o continua o contrato abatendo o prejuízo sofrido.
Arrependimento
É a situação em que os contratantes ao concluir o contrato estipulam cláusula de arrependimento, entregando uma quantia e se reservando no direito de não executar o contrato. 
Se houver combinado a cláusula de arrependimento, caso uma das partes deixam de cumprir o contrato não está fazendo nada de errado, mas exercendo um direito regular, daí a quantia entrega como garantia.
Resilição
É a extinção do contrato pela vontade das partes. 
É quando extinguem contrato quando este não interessa mais.
Deriva da palavra resilire que significa retratar, voltar atrás.
Pode ser de duas espécies: bilateral ou unilateral.
a)- Bilateral: duas vontades. É o distrato, que nada mais é do que um novo contrato para extinguir o contrato anterior, atendendo aos mesmo requisitos de qualquer contrato (art. 472), devendo possuir a mesma forma do contrato anterior.
b)- Unilateral (chamada de denúncia): a denúncia não é livre, possuindo uma série de exigências. A denúncia deve ser feita somente quando a lei permite e pode ser de duas formas: expressamente ou implicitamente, devendo ocorrer sempre notificação. 
I)- Expressamente: lei do inquilinato (8.245/91) em seu art. 6º. Assim, se passado o período de locação e nem locador nem locatário quiserem resolver o contrato, este se renova automaticamente por igual período e de acordo com os mesmos termos. Outro ex: contrato de fiança. O dia que o fiador decidir deixar de ser fiador, este deverá notificar o credor de que nãodeseja ser fiador caso o prazo já tenha terminado e o contrato se prorrogou no tempo por prazo indeterminado (art. 835).
II)- Implicitamente: é um contrato que não tem prazo determinado, por exemplo a empresa que faz a limpeza do escritório por 15 anos, de forma que se uma das partes decidir deixar de prestar os serviços, deve comunicar previamente que não fará mais o serviço. Outro ex: contrato de mandato, a procuração. Quando se nomeia um procurador você dá poderes ao procurador para fazer algo em seu nome, de forma que este mandato pode ser encerrado a qualquer momento, bastando apenas a denúncia (art. 682, I), é chamada de revogação quando feita pelo mandante e renúncia quando feita pelo mandatário. Não pode ocorrer denúncia se o contratado teve algum tipo de despesa e ainda não recuperou as perdas. Ex: um técnico foi se capacitar ao ser contratado por um grande escritório para fazer manutenção de seus computadores, de forma que pouco tempo depois o escritório denuncia afirmando não querer mais os serviços, assim, esta denúncia não pode ocorrer, vez que o contratado teve investimentos para melhor cumprir sua obrigação, só tendo efeito após prazo compatível para sanar os gastos tido pelo contratado (art. 473, parágrafo único), atendendo ao princípio da boa-fé objetiva. 
Normalmente a denúncia pode ser chamada de denúncia cheia e vazia. 
Vazia é a denúncia sem motivo e cheia é a com motivo, sendo todos os casos apresentados anteriormente como vazia, ou seja, sem motivo algum aparente.
Em alguns raros casos é necessário que ocorra com motivo, ou seja, denúncia cheia, como na lei do inquilinato, de forma que o locador para solicitar o imóvel deve demonstrar algum motivo para que este seja desocupado pelo locatário.
Resolução
É a extinção do contrato por descumprimento.
Esta resolução do contrato pode ser de dois tipos: resolução por inexecução voluntária ou involuntária. 
a)- Involuntário: quando ocorre o descumprimento sem culpa. Ex: caso fortuito ou força maior. 
Ocorrendo descumprimento involuntário há a resolução do contrato, deixando este de existir (art. 393), exceto em caso de mora (art. 399), devendo, em caso de mora, responder pela impossibilidade da prestação. 
A impossibilidade só extingue o contrato se for objetiva (impossibilidade da coisa), total e definitiva. Se for subjetiva (relacionada aos sujeitos) ela não se aplica. Se for parcial, a parte deve comunicar a outra parte para ver se o que sobrou é de interesse ainda. Se for temporária, a parte deve comunicar para saber se interessa a outra parte esperar um pouco mais.
b)- Voluntária: quando ocorre o descumprimento por culpa. 
Ocorrendo descumprimento com culpa deverá arcar com equivalente mais perdas e danos. 
AULA 03/04/17
Da Resolução
Inexecução Voluntária
É a situação em que um dos contratantes culposamente deixa de cumprir u não cumpre sua obrigação.
Ex: A contrata B para prestar serviços de transporte escolar e B para de prestar tais serviços, de forma que A, em consequência, para de pagar. Assim, poderá A pedir a resolução do contrato.
Sempre que um contratante para de cumprir ou não cumpre sua obrigação, o contratante prejudicado pode pedir a resolução do contrato pela cláusula resolutiva.
A cláusula resolutiva pode ser expressa (estipulação) ou implícita (presunção legal). Diz que o contratante não precisa permanecer preso ao contrato se a outra parte não está cumprindo com suas obrigações (art. 474).
O entendimento majoritário é que tanto na cláusula expressa ou implícita deve ocorrer em vias judiciais, vez que as condições dessa resolução devem ser estipuladas para que as partes retornem ao seu status quo ante. 
A menos que as partes contratantes cheguem a um acordo, deverá ocorrer sempre pela via judicial. 
A parte lesada pelo descumprimento pode pedir a resolução do contrato ou, eventualmente, exigir o cumprimento (somente possível em alguns contratos), cabendo ainda perdas e danos (art. 475). 
Inadimplemento Antecipado
É uma situação em que os contratantes ainda não pararam de cumprir as obrigações, mas um deles já percebeu que um deles não vai cumprir as obrigações. 
Assim, não necessita ficar preso ao contrato se já percebeu que haverá inadimplemento, podendo pedir a resolução do contrato. 
Ex: A compra um carro de B e promete entregar o carro dois meses depois, assim, A vê C andando com o carro comprado e descobre que B vendeu o carro pra ele, assim, A não precisa ficar preso ao seu contrato, podendo pedir a resolução porque sabe que B não cumprirá com sua obrigação.
Pode acontecer em duas situações: quando o contratante demonstra intenção de não cumprir o contrato ou quando o contratante impossibilita o cumprimento. 
Não há uma previsão legal, mas é uma construção da interpretação constitucional do direito civil.
		Há, todavia, um amparo no enunciado 437 do Conselho da Justiça Federal
Enunciado:
“A resolução da relação jurídica contratual também pode decorrer do inadimplemento antecipado.”
Adimplemento Substancial
Acontece quando uma pessoa para de cumprir suas obrigações contratuais, mas antes de cumprir arcou com grande parte da obrigação total. Ex: A compra um carro financiado em 60 prestações e paga 55 parcelas, parando de cumprir com suas obrigações. Assim, não é vantajoso pedir a resolução contratual, de forma que este não pode ser mais resolvido, mas podendo cobrar as parcelas que não foram pagas.
Para que adimplemento substancial seja caracterizado é necessário analisar as circunstâncias do contrato, de forma que é baseado na função social e na boa-fé objetiva amparado no enunciado 361 da CJF, in verbis:
Enunciado:
“O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475.”
Contrariando o disposto no enunciado, o entendimento do STJ em uma decisão foi admitir a resolução do contrato no caso de adimplemento contratual se houver cláusula resolutiva expressa.
Não se aplica a alienação fiduciária em garantia regida pelo Decreto Lei pela sua especialidade. (REsp 1.622.55 MG, julgado em 22/02/2017, publicado em 16/03/2017). 
Exceção do Contrato não cumprido
É uma defesa que o contratante usa quando estás sendo atacado pelo outro atacante por não estar cumprindo sua obrigação, respondendo, assim, que não está cumprindo a sua porque o outro também não está cumprindo a dele.
O contratante que estiver sendo cobrado pelo contratante que ainda não cumpriu uma obrigação anterior pode utilizar da exceção como forma de defesa (art. 476).
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
É fundada na equidade e é um meio de defesa. 
Exceção de Inseguridade
Também conhecida como garantia da execução da obrigação a prazo. 
É uma defesa contra uma insegurança do contratante que é obrigado a cumprir sua obrigação primeiro. 
Ex: A vende um carro para B, mas B devendo pagar um mês depois e A entregar dois meses depois. Porém, B toma conhecimento que A está com problemas financeiros, sendo cobrado e protestado por outras obrigações não cumpridas. Assim, com o fundado receio de A não cumprir a obrigação, B poderá reter o pagamento até a antecipação da entrega do veículo ou uma garantia do cumprimento. 
Se houver diminuição do patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a segunda prestação (no exemplo a entrega do carro) poderá reter o pagamento até a antecipação da segunda prestação ou com a entrega de uma garantia (art. 477).
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
AULA 05/04/17Resolução por Onerosidade Excessiva
Acontece quando um dos contratantes pede a resolução do contrato quando percebe que não vai poder cumprir o contrato porque houve uma quebra considerável na execução das prestações. 
Surge de uma quebra considerável na equivalência das prestações. 
Pacta sunt servanda X Rebus sic stantibus. 
Se as circunstâncias mudaram as prestações não devem ser cumpridas.
Os contratos devem ser cumpridos enquanto permanecerem imutáveis as circunstâncias em que foram negociadas (Cláusula Rebus).
A Cláusula Rebus chega no Brasil como Teoria da Imprevisão (arts. 478 a 480).
Onerosidade excessiva deve ser insuportável para a manutenção do contrato, posterior, extraordinária e imprevisível. 
É a quebra da base do negócio jurídico. 
São requisitos: contratos de execução continuada ou diferida, prestação excessivamente onerosa para um contratante, com extrema vantagem para o outro contratante e acontecimento extraordinário e imprevisível. Não pode, ainda, o sujeito estar em mora.
A resolução pode ser evitada quando a outra parte que estiver tendo extrema vantagem se dispuser a abaixar as prestações, adequando o contrato (art. 479).
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Rescisão 
A rescisão se aplica basicamente aos casos de lesão e estado de perigo. 
Morte
Mors omnia solvit.
Os contratos de um modo geral só são extintos pela morte se são personalíssimos.
AULA 10/04/17
DOS CONTRATOS EM ESPÉCIE
Da Compra e Venda
Conceito
É quando um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa e o outro a pagar certa quantia (art. 481).
Tem carácter puramente obrigacional: o contrato só cria obrigações. 
Contrato não transfere propriedade, mas trata apenas de obrigações. 
A propriedade se transfere com a tradição nos bens móveis e com a escritura dos bens imóveis com valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente. 
Elementos
i)- Coisa, ii)- O Preço e iii)- Consentimento (art. 482).
I)- Coisa: bem alienado. Pode ser material ou imaterial. Corpóreo ou incorpóreo. Há três requisitos para a coisa: existência, individualização e disponibilização. Pode-se vender coisa que ainda não existe, mas que irá existir futuramente. Ex: safra plantada (art. 483). Deve ser passível de individualização, ou seja, determinada ou determinável. Deve ser passível também de disponibilização, não podendo vender os bens ou direitos indisponíveis. 
ii)- O Preço: sem preço não há compra e venda. Via de regra é convencionado entre as partes. Pode ser determinado anteriormente ou pode ser determinável (arts. 485 a 488), só não pode deixar ao arbítrio de uma parte, ou seja, o contrato exige que o preço seja aceito por ambas as partes (art. 489). 
É aceitável o vendedor deixar que o comprador indique a quantia que deverá ser paga. O preço deverá ser pago em dinheiro ou em qualquer outra coisa que possa se converter facilmente o dinheiro, como os títulos de crédito. Deve ser um preço sério e real. Sério no sentido de não ser vil, ou seja, não ser muito abaixo do real valor da mercadoria, não existindo contrato por vício no preço. Real no sentido de ser verdadeiro, ou seja, não se pode vender um carro por R$ 5,00. Ex: vender um carro que vale R$ 30.000,00 por R$ 5,00 é um preço irreal, vende-lo por R$ 10.000,00 é um preço vil. 
iii)- Consentimento: deve ser livre e exige a capacidade genérica das partes e da capacidade específica para o negócio que se está fazendo (legitimação). 
Efeitos
Tem por efeitos principais:
a)- Geração de obrigações;
b)- Gera responsabilidade (garantia) (responsabilidade pela coisa e pelo direito) (arts. 441 e 447).
Tem por efeitos secundário:
a)- Responsabilidade pelos riscos da coisa;
Até a tradição a responsabilidade pela coisa é do vendedor e do preço é do comprador (art. 492, caput). 
Coisas já postas à disposição do comprador. Se a coisa depende de outras ações do comprador para ser entregue e todos os outros termos já foram combinados, a coisa perece para o comprador (art. 492, §1º). Ex: compra-se um boi, entrega-se o dinheiro, mas precisa marcar o gado, assim, a coisa perece para o comprador. Se a compra e venda já ocorreu e acordam em entregar a coisa em determinado lugar e hora e o comprador não comparece, estado de mora do comprador, assim, a coisa perece para o comprador. Ex. (A compra um caminhão cheio de galinhas de B, sendo acordado a entrega em determinada hora e lugar, de forma que o comprador não vai buscar as galinhas que vêm a morrer) (art. 492, §2º). Se a coisa é expedida para lugar diverso, considera-se a tradição no lugar em que a coisa se encontra (art. 493), exceto quando o vendedor não seguir as instruções do comprador (art. 494). Ex: A está em Brasília e vende uma máquina para B que está em São Paula, de forma que a tradição se dá no local da coisa, ou seja, saindo da empresa de A já acontece a tradição. 
b)- Repartição das despesas do contrato;
As despesas pela documentação são do comprador. As despesas pela tradição são do vendedor (art. 490).
Os débitos anteriores são de responsabilidade do vendedor (art. 502). 
c)- Direito do vendedor de reter a coisa que está sendo vendida.
Na venda à vista quando não houver entrega do preço (art. 491).
Na venda a crédito quando houver insolvência do comprador (art. 495). 
AULA 12/04/17
Limitações
O consentimento requisito essencial que deve ser dado por um agente capaz. 
O agente deve ter a capacidade geral e a capacidade específica para o negócio que está sendo feito (legitimidade). 
Limitações: 
1ª)- Venda de Ascendente a Descendente. Ainda que o pai tenha a capacidade geral para vender seu bem, para que a venda seja efetuada para o seu filho deverá ter a anuência dos demais, sendo somente após tal anuência que se adquire a legitimidade específica (art. 496). Se a venda ocorrer tal contrato será anulável, sendo independente se o bem for móvel ou imóvel. Serve para qualquer descendente (inclusive neto). O prazo para a anulabilidade é de dois anos após o ato (art. 179) (Enunciado 368 CJF – o prazo para anular a venda de ascendente para descendente é o prazo decadencial de dois anos). 
2ª)- Aquisição por Pessoa Encarregada de Zelar pelos Interesses do Vendedor. Vez que o comprador sempre desejará comprar o bem pelo menor preço e o vendedor sempre buscará o maior, não pode o tutor vender e comprar o bem, resguardando o interesse do pupilo. Ex: A é tutor de B, menor impúbere, e precisa vender o carro de B, assim, se A efetuar a compra o negócio será nulo. O contrato não será válido ainda que o preço seja maior que o de mercado ou a compra seja realizada em leilão (art. 497). Os pais, como são administradores dos bens do menor, também não podem efetuar compra dos bens do filho. 
3ª Venda da Parte Indivisa de Condomínio. Ex: três filhos que se tornam herdeiros de um apartamento deixado pelo pai, se tornando, assim, condôminos de um só apartamento. Se um dos condôminos resolver vender a sua parte ele pode vender, mas deve dar preferência aos outros e comunica-lo, tendo os demais condôminos direito de preferência sobre a parte (art. 504). Caso a venda seja efetuada a um terceiro estranho sem prévia comunicação ou dado o direito de preferência aos outros condôminos terá como pena ter o contrato como ineficaz. O prazo é de decadencial de 180 dias a se contardo dia de conhecimento da venda. É um direito real, ou seja, não se resolve em perdas e danos, de forma que o comprador estranho não terá direito a perdas e danos, mas somente ao quinhão pago. Se efetuada a prévia comunicação e os condôminos não demonstrarem interesse na compra, o vendedor tem legitimidade para vender. 
4ª)- Venda Entre Cônjuges. A compra e venda entre cônjuges de bens que não fazem parte da comunhão (art. 499). 
5ª)- Venda de Imóvel por Pessoa Casada. No sentido de proteger o patrimônio da família se exige a venia marital para que se concretize tal contrato (art. 1.647, I). 
Vendas Especiais
1ª)- Venda Mediante Amostras. Tudo aquilo que o vendedor vende sem condições de mostrar a coisa no momento, mostrando, por exemplo, a imagem ou pequena quantidade da coisa, como poucos grãos de uma safra, pedaço de um tecido e etc. Nestes casos, a coisa comprada deve ter as mesmas qualidades que a amostra tinha. Se entrega coisa com qualidade diferente da apresentada tem-se inadimplemento contratual, respondendo pelo equivalente mais perdas e danos. Vale lembrar que o comprador não é obrigado a receber coisa diversa da combinada ainda que mais valiosa. 
2ª)- Venda em Conjunto. Coisa que está atrelada a outra. Ex: par de sapatos. Se uma das coisa possuir algum defeito todo o conjunto deverá ser trocado, não podendo haver a troca de apenas uma delas. 
3ª)- Venda de Corpo Certo (ad corpus) e Venda por Medida. Diz respeito apenas a imóveis. O entendimento é que quando se compra um imóvel pode ser comprado por corpo certo (Ex: compra de um apartamento que se olha e sabe exatamente o que se está comprando) ou por medida (Ex: compra uma fazenda por R$ 5 mil o hectare, de forma que se sabe apenas o tamanho daquilo que estás sendo comprado). Faltando um pedaço da fazenda que somente se descobre depois tem-se um caso de vício oculto, assim, pode o comprador exigir a diferença de área comprada, ou seja, pedir o pedaço que falta, pedir o abatimento do preço ou resolver o negócio. (Ex: compra uma fazenda de 100 hectares e após análise depois de um tempo descobre que somente 90 hectares foram entregues). Somente se aplica para erros maiores que 5% da coisa ou se provar que tendo ciência não compraria. (§1º) (art. 500 e §§). É válido também para o vendedor, ou seja, no caso em que ele vende a mais do que deveria, podendo exigir apenas se tivesse motivos para ignorar, ou seja, não pode ter acontecido por desatenção, mas por motivo justificável, assim, pode o comprador pagar a diferença ou devolver a área excedente (§2º). Não se aplica aos casos de venda a corpo certo (§3º). O prazo decadencial para reclamar é de 1 ano a se contar do registro ou da imissão da posse (art. 501).
Classificação
Bilateral, oneroso, comutativo, informal (formal na venda de imóveis com valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente), típico e paritário (pode ser de adesão, geralmente no direito do consumidor).

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