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Mecânica dos Fluidos Introdução à Mecânica dos Fluidos Prof. MSc. Marco Antonio Carlos da Silva Mecânica Sólidos Fluidos Estática Dinâmica Incompressível ρ = cte Real (viscoso) μ ≠ 0 Laminar NRe Turbulento NRe Ideal (não-viscoso) μ = 0 Compressível Real Ideal Relativística Quântica Prever e controlar o comportamento dos fluidos para: - planejar - projetar - construir - operar MÁQUINAS, SISTEMAS e PROCESSOS de Eng. Mecânica 1 – INTRODUÇÃO 1 – INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO DE FLUIDOS: Um fluido é caracterizado como uma substância que se deforma continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando o quão pequena possa ser essa tensão. Capítulo 2: Propriedades dos Fluidos Jorge A. Villar Alé 2-5 2.2 Lei de Viscosidade de Newton Podemos iniciar considerando que um elemento de fluido retangular 3D representado na Fig.2.3. Figura 2.3 Elemento de fluido submetido a uma força de cisalhamento. A força de cisalhamento F atua sobre a área no topo do elemento. Esta área é dada por xzA δδ ×= . Podemos determinar a tensão de cisalhamento que é igual a força F dividida pela área: A F = :tocisalhamen de Tensão τ A deformação que esta tensão origina é medida pelo tamanho do ângulo ϕ conhecido como ângulo de deformação. Num sólido ϕ, é constante para uma tensão de cisalhamento fixa τ. Num fluido ϕ aumenta quando τ é aplicado, e o fluido escoa. A variação da tensão de cisalhamento (tensão por unidade de tempo, τ/tempo) é diretamente proporcional à tensão de cisalhamento. Se uma partícula no ponto E (na figura acima) move-se sob uma tensão de cisalhamento para o ponto E' e isto leva um tempo t, percorrendo a distância x. Para pequenas deformações podemos escrever: Ângulo de deformação y x =ϕ y u yt x ty x t = === 1 deformação de taxa ϕ onde xt u= é a velocidade da partícula no ponto E. Resultados experimentais mostram que a tensão de cisalhamento é proporcional à taxa de deformação da tensão e desta forma: y u ×=Constante τ Capítulo 2: Propriedades dos Fluidos Jorge A. Villar Alé 2-5 2.2 Lei de Viscosidade de Newton Podemos iniciar considerando que um elemento de fluido retangular 3D representado na Fig.2.3. Figura 2.3 Elemento de fluido submetido a uma força de cisalhamento. A força de cisalhamento F atua sobre a área no topo do elemento. Esta área é dada por xzA δδ ×= . Podemos determinar a tensão de cisalhamento que é igual a força F dividida pela área: A F = :tocisalhamen de Tensão τ A deformação que esta tensão origina é medida pelo tamanho do ângulo ϕ conhecido como ângulo de deformação. Num sólido ϕ, é constante para uma tensão de cisalhamento fixa τ. Num fluido ϕ aumenta quando τ é aplicado, e o fluido escoa. A variação da tensão de cisalhamento (tensão por unidade de tempo, τ/tempo) é diretamente proporcional à tensão de cisalhamento. Se uma partícula no ponto E (na figura acima) move-se sob uma tensão de cisalhamento para o ponto E' e isto leva um tempo t, percorrendo a distância x. Para pequenas deformações podemos escrever: Ângulo de deformação y x =ϕ y u yt x ty x t = === 1 deformação de taxa ϕ onde xt u= é a velocidade da partícula no ponto E. Resultados experimentais mostram que a tensão de cisalhamento é proporcional à taxa de deformação da tensão e desta forma: y u ×=Constante τ Capítulo 2: Propriedades dos Fluidos Jorge A. Villar Alé 2-3 Capítulo 2 - Propriedades dos Fluidos 2.1 Introdução A Mecânica dos Fluidos estuda o comportamento estático e dinâmico dos fluidos - líquidos e gases. Para tal utilizam-se as leis fundamentais que governam o movimento dos fluidos, tais como a equação da conservação da massa, equação da quantidade de movimento, equação do momento da quantidade de movimento e leis de termodinâmica . Objetivos • Definir a natureza dos fluidos. • Mostrar onde o conceito de Mecânica dos Fluidos tem semelhanças com os sólidos e assinalar algumas diferenças fundamentais. • Introduzir o conceito de viscosidade e mostrar a diferença entre fluidos newtonianos e não newtonianos. • Definir as propriedades físicas e mostrar suas diferenças entre sólidos e fluidos assim como entre líquidos e gases. Características de um Fluido Dois aspectos diferenciam a mecânica dos fluidos e a mecânica dos sólidos: 1. A natureza de um fluido é muito diferente a de um sólido. 2. Nos fluidos geralmente lidamos com correntes contínuas de fluido. Nos sólidos considera-se elementos individuais de matéria. Três estados de matéria são reconhecidos: sólido, líquido e gasoso. No estado líquido e gasoso a matéria é denominada fluido. Os sólidos têm a propriedade de resistir à deformação. Como um fluido não pode resistir a uma força de deformação este se move e, portanto escoa sob a ação desta força. Sua forma muda continuamente conforme é aplicada a força. Um sólido pode resistir a uma força de deformação. A força pode causar alguma deformação ou deslocamento do sólido, contudo este não tenderá a mover-se continuamente. A deformação é originada por forças de cisalhamento que atuam tangencialmente em relação à superfície. Na figura abaixo vemos que a força F atua tangencialmente num elemento retangular (linha) ABDC. Esta é uma força de cisalhamento e produz uma deformação (linha pontilhada) elemento A’B’DC. Figura 2.1 Força de cisalhamento, F, atuando num elemento de fluido. 1 – INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO DE FLUIDOS: Os fluidos incluem os líquidos, os gases, os plasmas e, de certa maneira, os sólidos plásticos. A principal característica dos fluidos está relacionada a propriedade de não resistir a deformação e apresentam a capacidade de fluir, ou seja, possuem a habilidade de tomar a forma de seus recipientes. Física B2 – 2012/01 Prof. Jair C. C. Freitas – Depto. de Física / UFES Conceitos iniciais: Fluidos: http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/615 Definição: fluido é qualquer material que se deforma continuamente (escoa) sob tensões de cisalhamento (tangenciais). 1 – INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO DE FLUIDOS: Os fluidos podem ser classificados como: Fluido Newtoniano ou Fluido Não Newtoniano. Esta classificação está associada à caracterização da tensão, como linear ou não-linear no que diz respeito à dependência desta t e n s ã o c o m r e l a ç ã o à deformação e à sua derivada. 1 – INTRODUÇÃO Unidades Básicas do Sistema Internacional (SI) Aula 1 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues cdcandelaIntensidade luminosa molmoleQuantidade de substância KkelvinTemperatura termodinâmica AampèreIntensidade de corrente elétrica ssegundoTempo kgquilogramaMassa mmetroComprimento SímboloNomeGrandeza Mecânica dos Fluidos Tabela de Unidades Derivadas Aula 1 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues rad/s2radiano por segundo ao quadradoAceleração angular rad/sradiano por segundoVelocidade angular kg/m3quilograma por metro cúbicomassa específica m-1metro á potencia menos umNúmero de ondas m/s2metro por segundo ao quadradoAceleração m/smetro por segundoVelocidade m3metro cúbicoVolume m2metro quadradoSuperfície SímboloNomeGrandeza Mecânica dos Fluidos 1 – INTRODUÇÃO Unidades Derivadas com Nomes e Símbolos Especiais Aula 1 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues m2 kg s-2 A-2Wb A-1HhenryIndutância kg s-2 A1Wb m2TteslaIndução magnética m2 kg s-2 A-1V sWbweberFluxo magnético m-2 kg-1 s4 A2C V-1FfaradCapacitância elétricam2 kg s-3 A-2V A-1ΩohmResistência elétrica m2 kg s-3 A-1W A-1VvoltPotencial elétrico força eletromotriz s ACcoulombQuantidade de eletricidade carga elétrica m2 kg s-3J s-1WwattPotência m2 kg s-2N mJjouleEnergia, trabalho, Quantidade de calor m-1 kg s-2N m-2PapascalPressão m kg s-2NnewtonForça s-1HzhertzFreqüência Expressão em unidades básicas SI Expressão em outras unidades SI SímboloNomeGrandeza Mecânica dos Fluidos 1 – INTRODUÇÃO Unidades Derivadas Usando Aquelas que tem Nomes Especiais no (SI) Aula 1 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues m kg s-3 A-1V/mvolt por metroIntensidade de campo elétrico m kg s-3 K-1W/(m K)watt por metro kelvinCondutividade térmica m2 s-2 K-1J/(kg K)joule por quilograma. kelvinCapacidade térmica específica m2 kg s-2 K-1J/Kjoule por kelvinEntropia m-1 kg s-1Pa spascal segundoViscosidade dinâmica Expressão em unidades básicas SI SímboloNomeGrandeza Mecânica dos Fluidos 1 – INTRODUÇÃO 1 – INTRODUÇÃO PROPRIEDADES DOS FLUIDOS: Massa Específica Representa a relação entre a massa de uma determinada substância e o volume ocupado por ela. A massa específica pode ser quantificada através da aplicação da equação a seguir. onde, ρ é a massa específica, m representa a massa da substância e V o volume por ela ocupado. No Sistema Internacional de Unidades (SI), a massa é quantificada em kg e o volume em m3, assim, a unidade de massa específica é kg/m3. Massa Específica Aula 2 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues Representa a relação entre a massa de uma determinada substância e o volume ocupado por ela. A massa específica pode ser quantificada através da aplicação da equação a seguir. onde, ρ é a massa específica, m representa a massa da substância e V o volume por ela ocupado. No Sistema Internacional de Unidades (SI), a massa é quantificada em kg e o volume em m³, assim, a unidade de massa específica é kg/m³. V m =ρ Mecânica dos Fluidos Peso Específico Aula 2 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues É a relação entre o peso de um fluido e volume ocupado, seu valor pode ser obtido pela aplicação da equação a seguir Como o peso é definido pelo princípio fundamental da dinâmica (2ª Lei de Newton) por , a equação pode ser reescrita do seguinte modo: A partir da análise das equações é possível verificar que existe uma relação entre a massa específica de um fluido e o seu peso específico, e assim, pode-se escrever que: onde, γ é o peso específico do fluido, W é o peso do fluido e g representa a aceleração da gravidade, em unidades do (SI), o peso é dado em N, a aceleração da gravidade em m/s² e o peso específico em N/m³. V W =γ V gm ⋅ =γ g⋅= ργ Mecânica dos Fluidos 1 – INTRODUÇÃO PROPRIEDADES DOS FLUIDOS: Peso Específico É a relação entre o peso de um fluido e volume ocupado, seu valor pode ser obtido pela aplicação da equação a seguir: Como o peso é definido pelo princípio fundamental da dinâmica (2a Lei de Newton), a equação pode ser reescrita do seguinte modo: onde, γ é o peso específico do fluido, W é o peso do fluido e g representa a aceleração da gravidade, em unidades do (SI), o peso é dado em N, a aceleração da gravidade em m/s2 e o peso específico em N/m3. Peso Específico Aula 2 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues É a relação entre o peso de um fluido e volume ocupado, seu valor pode ser obtido pela aplicação da equação a seguir Como o peso é definido pelo princípio fundamental da dinâmica (2ª Lei de Newton) por , a equação pode ser reescrita do seguinte modo: A partir da análise das equações é possível verificar que existe uma relação entre a massa específica de um fluido e o seu peso específico, e assim, pode-se escrever que: onde, γ é o peso específico do fluido, W é o peso do fluido e g representa a aceleração da gravidade, em unidades do (SI), o peso é dado em N, a aceleração da gravidade em m/s² e o peso específico em N/m³. V W =γ V gm ⋅ =γ g⋅= ργ Mecânica dos Fluidos Peso Específico Aula 2 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues É a relação entre o peso de um fluido e volume ocupado, seu valor pode ser obtido pela aplicação da equação a seguir Como o peso é definido pelo princípio fundamental da dinâmica (2ª Lei de Newton) por , a equação pode ser reescrita do seguinte modo: A partir da análise das equações é possível verificar que existe uma relação entre a massa específica de um fluido e o seu peso específico, e assim, pode-se escrever que: onde, γ é o peso específico do fluido, W é o peso do fluido e g representa a aceleração da gravidade, em unidades do (SI), o peso é dado em N, a aceleração da gravidade em m/s² e o peso específico em N/m³. V W =γ V gm ⋅ =γ g⋅= ργ Mecânica dos Fluidos 1 – INTRODUÇÃO PROPRIEDADES DOS FLUIDOS: Peso Específico Relativo Representa a relação entre o peso específico do fluido em estudo e o peso específico da água. Peso Específico Relativo Aula 2 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues Representa a relação entre o peso específico do fluido em estudo e o peso específico da água. Em condições de atmosfera padrão o peso específico da água é 10000N/m³, e como o peso específico relativo é a relação entre dois pesos específicos, o mesmo é um número adimensional, ou seja não contempla unidades. OH r 2 γ γγ = Mecânica dos Fluidos 1 – INTRODUÇÃO Tabela de Propriedades dos Fluidos Aula 2 Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues 0,7917910791Acetona 0,7897890789Etanol 0,8208200820Querosene 0,8508500850Petróleo bruto 0,8808800880Óleo lubrificante 13,613600013600Mercúrio 0,7207200720Gasolina 0,8798790879Benzeno 1,025102501025Água do mar 1100001000Água Peso específico Relativo - γrPeso Específico - γ (N/m³)Massa Específica - ρ (kg/m³)Líquido Mecânica dos Fluidos 2 – LINHAS E TUBOS DE CORRENTE LINHAS DE CORRENTE Na análise do escoamento é útil visualizar a forma do escoamento. Isto pode ser feito desenhando linhas unindo pontos de igual velocidade - contornos de velocidade. Essas linhas são conhecidas como linhas de corrente. As linhas de corrente são linhas tangentes à direção do escoamento, isto é, são linhas tangentes ao vetor velocidade em cada ponto. Capítulo 1: Introdução à Mecânica dos Fluidos Jorge A. Villar Alé 1-7 1.3 Linhas de Corrente e Tubos de Corrente Na análise do escoamento é útil visualizar a forma do escoamento. Isto pode ser feito desenhando linhas unindo pontos de igual velocidade - contornos de velocidade. Essas linhas são conhecidas como linhas de corrente. As linhas de corrente são linhas tangentes à direção do escoamento, isto é, são linhas tangentes ao vetor velocidade em cada ponto. Figura 1.3 Representação de uma linha de corrente Na Fig. 1.4 mostra-se um exemplo simples de linhas de corrente em torno de um cilindro. Figura 1.4 Linhas de correntes entorno de cilindro Quando o fluido está escoando sobre uma fronteira sólida, por exemplo, a superfície do cilindro ou na parede de um tubo, não pode existir escoamento através da superfície. Nestas condições próximas da fronteira da parede a direção do escoamento acompanha o contorno da fronteira do corpo. • Próximo das fronteiras sólidas as linhas de corrente são paralelas àquela fronteira É importante reconhecer também como a posição das linhas de corrente pode mudar com o tempo - isto é o caso de escoamento não-estacionário. No escoamento permanente a posição das linhas de corrente não muda no tempo. Algumas coisas que devemos saber sobre as linhas de corrente. • Devido a que o fluido está movendo-se na mesma direção que as linhas de corrente,o fluido não pode cruzar uma linha de corrente. • As linhas de corrente não podem cruzar-se mutuamente. Se fosse verdadeiro isto representaria duas velocidades diferentes no mesmo ponto o que é fisicamente impossível. • O explicado acima implica que qualquer partícula de fluido que inicia numa linha de corrente deverá permanecer naquela linha de corrente através de todo o escoamento. Capítulo 1: Introdução à Mecânica dos Fluidos Jorge A. Villar Alé 1-7 1.3 Linhas de Corrente e Tubos de Corrente Na análise do escoamento é útil visualizar a forma do escoamento. Isto pode ser feito desenhando linhas unindo pontos de igual velocidade - contornos de velocidade. Essas linhas são conhecidas como linhas de corrente. As linhas de corrente são linhas tangentes à direção do escoamento, isto é, são linhas tangentes ao vetor velocidade em cada ponto. Figura 1.3 Representação de uma linha de corrente Na Fig. 1.4 mostra-se um exemplo simples de linhas de corrente em torno de um cilindro. Figura 1.4 Linhas de correntes entorno de cilindro Quando o fluido está escoando sobre uma fronteira sólida, por exemplo, a superfície do cilindro ou na parede de um tubo, não pode existir escoamento através da superfície. Nestas condições próximas da fronteira da parede a direção do escoamento acompanha o contorno da fronteira do corpo. • Próximo das fronteiras sólidas as linhas de corrente são paralelas àquela fronteira É importante reconhecer também como a posição das linhas de corrente pode mudar com o tempo - isto é o caso de escoamento não-estacionário. No escoamento permanente a posição das linhas de corrente não muda no tempo. Algumas coisas que devemos saber sobre as linhas de corrente. • Devido a que o fluido está movendo-se na mesma direção que as linhas de corrente, o fluido não pode cruzar uma linha de corrente. • As linhas de corrente não podem cruzar-se mutuamente. Se fosse verdadeiro isto representaria duas velocidades diferentes no mesmo ponto o que é fisicamente impossível. • O explicado acima implica que qualquer partícula de fluido que inicia numa linha de corrente deverá permanecer naquela linha de corrente através de todo o escoamento. 2 – LINHAS E TUBOS DE CORRENTE TUBOS DE CORRENTE Uma técnica útil na análise do escoamento de fluidos consiste em considerar unicamente uma parte do fluido isolado do resto. Isto pode ser feito imaginando uma superfície tubular formada por linhas de corrente onde o fluido escoa. Mecânica dos Fluidos PUCRS 1-8 Uma técnica útil na análise do escoamento de fluidos consiste em considerar unicamente uma parte do fluido isolado do resto. Isto pode ser feito imaginando uma superfície tubular formada por linhas de corrente onde o fluido escoa (Fig.1.5. Esta superfície tubular é conhecida como um tubo de corrente. Num escoamento bidimensional temos um tubo de corrente plano (no plano do papel): Figura 1.5 Tubo de corrente tridimensional e bidimensional As “paredes” de um tubo de corrente são constituídas de linhas de corrente. Como visto acima, o fluido não pode escoar atravessando uma linha de corrente, assim o fluido não pode cruzar uma parede do tubo de corrente. O tubo de corrente pode freqüentemente ser visto como um tubo de parede sólida. Um tubo de corrente não é um tubo - isto difere no caso do escoamento não- estacionário em que as paredes se moverão com o tempo. Também difere porque a “parede” está movendo-se com o fluido Também é importante definir as linhas de trajetória e as linhas de emissão: Linha de Trajetória: Caminho ou trajetória deixada por uma partícula de fluido em movimento. Linha de Emissão Ponto fixo no espaço no qual passam diversas partículas de fluido Somente num escoamento permanente a velocidade em cada ponto do campo é constante com o tempo. Neste caso, as linhas de corrente, de emissão e trajetórias são idênticas. Os campos de escoamentos que trabalham com fluidos considerados não-viscosos e incompressíveis utilizam soluções analíticas que permitem descrever o campo de escoamento apresentando o comportamento das linhas de corrente. Com tal informação pode-se descrever o campo de velocidades e de pressões. Um exemplo típico é solução do escoamento potencial de perfil aerodinâmicos como o apresentado na Fig. 1.6. Figura 1.6 Campo de escoamento potencial de um perfil aerodinâmico 2 – LINHAS E TUBOS DE CORRENTE Mecânica dos Fluidos PUCRS 1-8 Uma técnica útil na análise do escoamento de fluidos consiste em considerar unicamente uma parte do fluido isolado do resto. Isto pode ser feito imaginando uma superfície tubular formada por linhas de corrente onde o fluido escoa (Fig.1.5. Esta superfície tubular é conhecida como um tubo de corrente. Num escoamento bidimensional temos um tubo de corrente plano (no plano do papel): Figura 1.5 Tubo de corrente tridimensional e bidimensional As “paredes” de um tubo de corrente são constituídas de linhas de corrente. Como visto acima, o fluido não pode escoar atravessando uma linha de corrente, assim o fluido não pode cruzar uma parede do tubo de corrente. O tubo de corrente pode freqüentemente ser visto como um tubo de parede sólida. Um tubo de corrente não é um tubo - isto difere no caso do escoamento não- estacionário em que as paredes se moverão com o tempo. Também difere porque a “parede” está movendo-se com o fluido Também é importante definir as linhas de trajetória e as linhas de emissão: Linha de Trajetória: Caminho ou trajetória deixada por uma partícula de fluido em movimento. Linha de Emissão Ponto fixo no espaço no qual passam diversas partículas de fluido Somente num escoamento permanente a velocidade em cada ponto do campo é constante com o tempo. Neste caso, as linhas de corrente, de emissão e trajetórias são idênticas. Os campos de escoamentos que trabalham com fluidos considerados não-viscosos e incompressíveis utilizam soluções analíticas que permitem descrever o campo de escoamento apresentando o comportamento das linhas de corrente. Com tal informação pode-se descrever o campo de velocidades e de pressões. Um exemplo típico é solução do escoamento potencial de perfil aerodinâmicos como o apresentado na Fig. 1.6. Figura 1.6 Campo de escoamento potencial de um perfil aerodinâmico Mecânica dos Fluidos PUCRS 1-8 Uma técnica útil na análise do escoamento de fluidos consiste em considerar unicamente uma parte do fluido isolado do resto. Isto pode ser feito imaginando uma superfície tubular formada por linhas de corrente onde o fluido escoa (Fig.1.5. Esta superfície tubular é conhecida como um tubo de corrente. Num escoamento bidimensional temos um tubo de corrente plano (no plano do papel): Figura 1.5 Tubo de corrente tridimensional e bidimensional As “paredes” de um tubo de corrente são constituídas de linhas de corrente. Como visto acima, o fluido não pode escoar atravessando uma linha de corrente, assim o fluido não pode cruzar uma parede do tubo de corrente. O tubo de corrente pode freqüentemente ser visto como um tubo de parede sólida. Um tubo de corrente não é um tubo - isto difere no caso do escoamento não- estacionário em que as paredes se moverão com o tempo. Também difere porque a “parede” está movendo-se com o fluido Também é importante definir as linhas de trajetória e as linhas de emissão: Linha de Trajetória: Caminho ou trajetória deixada por uma partícula de fluido em movimento. Linha de Emissão Ponto fixo no espaço no qual passam diversas partículas de fluido Somente num escoamento permanente a velocidade em cada ponto do campo é constante com o tempo. Neste caso, as linhas de corrente, de emissão e trajetórias são idênticas. Os campos de escoamentos que trabalhamcom fluidos considerados não-viscosos e incompressíveis utilizam soluções analíticas que permitem descrever o campo de escoamento apresentando o comportamento das linhas de corrente. Com tal informação pode-se descrever o campo de velocidades e de pressões. Um exemplo típico é solução do escoamento potencial de perfil aerodinâmicos como o apresentado na Fig. 1.6. Figura 1.6 Campo de escoamento potencial de um perfil aerodinâmico Holman (1976, 1983), Bejan (1984, 1994), Incropera e DeWitt (1996), com um pouco mais de aprofundamento em métodos numéricos para condução do calor, e aperfeiçoamentos e inovações resultantes da prática de cada autor no ensino e na pesquisa em transferência de calor. É interessante observar que esses autores caracterizam-se por terem grande experiência de ensino, tanto na graduação como na pós-graduação, além de serem pesquisadores e orientadores de teses na área de engenharia e ciências térmicas, de um modo geral. Feita esta breve introdução sobre a importância dos livro-texto no processo de ensino-aprendizagem em transferência de calor, a atenção será voltada, nas seções seguintes, ao problema da camada limite laminar na convecção forçada de um escoamento paralelo a uma placa plana horizontal. Em muitos cursos de engenharia mecânica, o aluno já terá estudado a solução aproximada do problema de camada limite hidrodinâmica laminar. O objetivo do artigo é o de apontar, de forma crítica, alguns detalhes importantes das soluções aproximadas das equações de camada limite por meio de uma análise dimensional que, apesar de ser considerada parte elementar de qualquer livro-texto de transferência de calor, vem sendo apresentada de forma displicente e errônea por livros-texto de sucesso, Incropera e DeWitt (1996), Incropera et al. (2008), Çengel (2007, 2009). O trabalho aqui apresentado, não pretende ser original mas, tão somente, registrar e alertar o leitor sobre a necessidade de se revisitar outros autores, considerados referências clássicas, Schlichting (1979), Bejan (1984), Bejan (1984, 1994), Isachenko et al. (1977). A análise crítica concentrar-se-á nos livros-texto de Incropera et al. (2008), principalmente pelo sucesso que tal obra tem alcançado no Brasil, e Çengel (2007, 2009) que também segue o mesmo enfoque de Incropera DeWitt (1998). Incropera et al. (2008), apesar de ser uma edição recentemente revisada de Incropera e DeWitt (1996) mantém as mesmas falhas no tópico sobre camada limite, conforme já apontado em Passos (2008a, 2008b). Não se pretende negar o papel importante desempenhado por bons livros-texto no ensino de engenharia como Incropera e DeWitt (1996), Incropera et al. (2008), que há anos vêm sendo adotados em diferentes universidades, no Brasil e no mundo. O autor também reconhece o hercúleo trabalho de tradução do inglês para o português desses livros-texto realizado por vários colegas e editoras. 2. CAMADA LIMITE Todo fluido real é viscoso. As observações experimentais mostram que quando um fluido escoa, paralelamente a uma superfície, as partículas do fluido em contato com a superfície aderem a esta. É como se a viscosidade tivesse o efeito de uma cola. A velocidade relativa fluido-placa, na superfície (y=0), é zero, u=0. Na Fig. 1, apresenta-se um esquema representativo do perfil de velocidade para um escoamento em regime laminar paralelo a uma placa em repouso. As partículas do fluido aderidas à superfície, em y=0, exercem sobre as demais um efeito de frenagem que diminui, à medida que y aumenta até se atingir a região II, onde a velocidade do escoamento é quase uniforme. A região em que a velocidade varia com y, na direção j, ou seja, onde ocorrem gradientes de velocidade, é chamada de camada limite, região I, na Fig. 1. Na região II, externa à camada limite, į<y< , u praticamente não varia com y. Figura 1. Esquema do perfil de velocidade sobre uma placa plana, na camada limite laminar, região I, e no seu exterior, região II. 2.1 Aspectos Históricos O conceito de camada limite, introduzido por Ludwig Prandtl, em 1904, Schlichting (1979), Lienhard IV e Lienhard V (2003), Bejan (1984, 1996) permitiu conciliar duas correntes de abordagens distintas que caracterizavam os estudos na área de mecânica dos fluidos, a teórica e a experimental, cujos resultados independentes, ao final do século XIX, mostravam-se conflitantes. A via teórica era representada pela hidrodinâmica, com os trabalhos de Daniel Bernoulli (1700-1782) e Leonardo Euler (1707-1783), para fluidos invíscidos. A via experimental era representada pela hidráulica que, devido ao rápido desenvolvimento industrial e tecnológico, levou a engenharia a encontrar soluções urgentes para os problemas práticos de perda de carga em tubos e dutos ou de força de arrasto sobre corpos em movimento em um meio fluido. A divergência entre aqueles dois ramos da ciência, onde os resultados da teoria da j i 3 – CAMADA LIMITE 3 – CAMADA LIMITE Todo fluido real é viscoso. As observações experimentais mostram que quando um fluido escoa, paralelamente a uma superfície, as partículas do fluido em contato com a superfície aderem a esta. É como se a viscosidade tivesse o efeito de uma cola. A velocidade relativa fluido-placa, na superfície (y=0), é zero, u=0. Na Fig. 1, apresenta-se um esquema representativo do perfil de velocidade para um escoamento em regime laminar paralelo a uma placa em repouso. As partículas do fluido aderidas à superfície, em y=0, exercem sobre as demais um efeito de frenagem que diminui, à medida que y aumenta até se atingir a região II, onde a velocidade do escoamento é quase uniforme. A região em que a velocidade varia com y, na direção j, ou seja, onde ocorrem gradientes de velocidade, é chamada de camada limite, região I. Na região II, externa à camada limite, δ<y< ∞, u praticamente não varia com y.
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