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DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATOS Por Aprígio Teles 1. DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA: é um contrato bilateral pela qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio e uma coisa a outra parte (comprador), mediante a compensação de certo preço em dinheiro ou título de crédito. 1.1. OBJETO: bens de toda natureza, móvel ou imóvel. A transferência de domínio de bens móveis se dar com a tradição real, ficta ou simbólica, e a dos bens imóveis com o registro público. 1.2. NATUREZA JURÍDICA: trata-se de um contrato bilateral, oneroso e, em regra, consensual e comutativo. 1.3. ELEMENTOS: são três os elementos da compra e venda, a saber: a) COISA CERTA: deve ter existência, individualização e disponibilidade; b) PREÇO: deve ser em dinheiro (art. 482) ou em título de crédito segundo a doutrina; c) CONSENTIMENTO: diz respeito a capacidade do agente segundo ao art. 104, I. 1.4. EFEITOS: a) Responsabilidade civil: o principal efeitos desse contrato é geral direitos e obrigações (observados os vícios redibitórios e a evicção); b) Tradição ou registro público: trata-se de efeito secundário do contrato em questão, que é exatamente a transferência do domínio do bem, art. 492. Há também a repartição de despesas (art. 490) e a possível retenção da coisa (art. 491). 1.5. LIMITES A COMPRA E VENDA: são algumas situações e que é vedada a lavratura de um contrato de compra e venda, a saber: a) Entre ascendente e descendente: exceção feita ao consentimento nos regimes de separação de bens, art. 496; b) Pessoa responsável pelo vendedor, art. 497; c) Venda entre cônjuge: exceção feita aos bens excluídos da comunhão; d) Venda de bens entre condôminos/copropriedade, art. 504. 1.6. CLÁUSULAS ESPECIAIS A COMPRA E VENDA: 1.6.1. RETROVENDA: trata-se de uma condição resolutiva, em que as partes estabelecem que, no prazo de 3 anos, o vendedor poderá reaver o bem vendido. Em caso de recusa do comprador, deverá o vendedor fazer um depósito judicial e ajuizar uma ação de consignação em pagamento (arts. 505 ao 507); 1.6.2. DA VENDA A CONTENTO E SUJEITO A PROVA: trata-se de uma condição suspensiva, em que a venda fica suspensa até que o comprador se contente com o objeto comprado, no prazo convencionado pelas partes ou determinado pelo juiz (arts. 509 ao 512); 1.6.3. PACTO DE PREFERÊNCIA OU PREEMPÇÃO: é a obrigação do comprador de oferecer o objeto da compra ao vendedor, quando aquele for vender o objeto. O prazo para exercer o direito é de 180, se móvel, e 2 anos, se imóvel, já o prazo para responder a notificação será de 3 dias, se móvel, e 60 dias, se imóvel. Havendo recursa caberá a execução contratual e não pode haver transferência de direito a herdeiros. Arts. 513 ao 517; 16.4. DA ALIENAÇÃO COM RESERVA DE DOMÍNIO: é a venda em que o vendedor não transfere o domínio ao comprador, ficando o bem como garantia do cumprimento da obrigação, art. 521; 16.5. DA VENDA SOBRE DOCUMENTOS: é o negócio feito mediante a entrega dos documentos do bem, é a tradição simbólica. 1 2. DO CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA: é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa pela outra, que não seja dinheiro. 2.1. OBJETO: bens de toda natureza, móvel ou imóvel. 2.2. NATUREZA JURÍDICA: trata-se de contrato bilateral, consensual (salvo quando for bem imóvel onde será formal – registro público), oneroso e comutativo. 2.3. REGULAMENTO JURÍDICO: aplica-se todas as disposições gerais referentes ao contrato de compra e venda, no que couber, art. 533. 3. DO CONTRATO ESTIMATÓRIO: é o contrato pelo qual uma das partes entrega bens móveis a outro, ficando esta outra obrigado a vendê-los, obrigando a pagar o preço previamente ajustado, se não preferir restituir dentro do prazo estabelecido. É o contrato entre o vendedor e o corretor. 3.1. OBJETO: apenas bens móveis. Regula-se pelo art. 534. 3.2. EFEITOS: a) Responsabilidade civil: deve o consignatário restituir a coisa em sua integridade no prazo estabelecido, ou pagar o preço ajustado em caso de perda ou deterioração da coisa, ainda, neste último caso, que não por fato a ele não imputável, art. 535; b) Impenhorabilidade: enquanto não pago a valor ajustado, não pode a coisa ser penhorada ou tomada de sequestro pelo credores do consignatário, art. 536; c) Indisponibilidade: aplica-se ao consignante, este não pode dispor da coisa antes que lhe seja restituída ou comunicada a restituição, art. 537. 4. DO CONTRATO DE LOCAÇÃO: é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a conceder a outra o uso e gozo de uma coisa infungível, temporariamente, mediante remuneração. 4.1. OBJETO: bens infungíveis, móveis ou imóveis. Art. 565. 4.2. ELEMENTOS: a) CONSENTIMENTO: pode ser expresso, tácito ou presumido; b) OBJETO: bens infungíveis, móveis ou imóveis; c) PREÇO: pode ser consensual, administrativo ou judicial. 4.3. OBRIGAÇÕES DO LOCADOR: está prevista no art. 566, a saber: a) Entregar o bem; b) Manter o bem; c) Garantir o uso e gozo do bem pelo contratante. 4.4. OBRIGAÇÕES DO LOCATÁRIO: previstas no art. 569, a saber: a) Usar e gozar do bem; b) Pagar pontualmente o valor ajustado; c) Comunicar ao locador as turbações de terceiros; d) Restituir a coisa ao findar a locação. 4.5. EFEITOS: a) Desvio de finalidade ou danificar: se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado ou danificar a coisa por abuso, poderá o locador rescindir o contrato e pedir perdas e danos, art. 570; b) Direito de reaver: antes de findado o prazo estipulado não poder o locatário reaver a coisa, senão resolvendo em perdas e danos, nem o locatário devolvê-la os locador sem pagar proporcionalmente a multa prevista no contrato. Art. 571; c) Fim da locação: cessa de pleno direito a locação no findo do prazo estipulado, independente de notificação ou aviso, art. 573. Se, findando o prazo, o locador continua na posse da coisa, sem oposição do locatário, será presumida a prorrogação do contrato pelo mesmo aluguel sem prazo determinado. Caso o locador continue na posse da coisa, 2 findado o prazo, com oposição do locatário, cabe ação de despejo visando a reitegração de posse. 5. DO CONTRATO DE LOCAÇÃO: é o contrato pelo qual uma das partes (doador) transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para outra (donatário). O Código Civil tratou de explicitar a natureza contratual da doação, apesar de ser unilateral em relação aos seus efeitos patrimoniais. 5.1. OBJETO: bens móveis ou imóveis e vantagens patrimoniais, art. 538. Não pode, obviamente, ser objeto de doação a coisa alheia. 5.2. NATUREZA JURÍDICA: é um contrato que tem caráter de liberalidade, e necessita de aceitação do donatário (expressa, tácita ou presumida). 5.2. FORMALIDADE: preleciona o art. 541 que a doação pode ser feita por escritura pública ou privada, ou ainda de informa (regra) verbal qual se tratar de bem móvel de pequeno na valor. 5.3. DOAÇÃO DE ASCENDENTE A DESCENDENTE: reza o art. 544, inclui-se também o entre cônjuge, que essa doação será entendida como a antecipação da legítima, ou seja, como a antecipação da herança ou da meação. 5.4. ESPÉCIES DE DOAÇÃO: a) PURA E SIMPLES: é a regra geral da doação; b) ONEROSA/MODAL: imposição de um encargo ao donatário; c) REMUNERATÓRIO/ RETRIBUITIVA: em virtude de um favor prestado pelo donatário; d) MISTA: beneficia o donatário através de um outro contrato; e) MERITÓRIA: feita em virtude de um mérito ou qualidade do donatário; f) CONTEMPLAÇÃO DO NASCITURO: em benefício do filho que ainda vai narcer, art. 542; g) SUBVENÇÃO PERÍODICA: trata-se de uma doação através de uma execução continuada; h) ENTRE CÔNJUGE: deve ser entendida como um adiantamento da sua meação, art. 544; i) ASCENDENTE E DESCENDENTE: deve serentendida como um adiantamento da sua parte na herança, art. 544; j) CONJUNTIVA: é a doação feita a mais de uma pessoa; l) INOFICIOSA: é a doação que não excede a metade do patrimônio em que a pessoa pode dispor, art. 549; m) CLÁUSULA DE REVERSÃO: é quando o doador estipula que caso do donatário mora primeiro que ele, o bem doador voltar para o doador, art. 547; n) VERBAL/ MANUAL: é a doação de bens móveis de pequeno valor que pode ser feita apenas verbalmente; o) ENTIDADE FURTURA: é a doação feita a uma entidade que ainda não está constituída, tal doação caducará em 2 anos, art. 554. 5.5. LIMITES A DOAÇÃO: não pode haver doação nas seguintes situações: a) Devedor insolvente; b) Doação da parte de excede a inoficiosa; c) Todos os bens, art. 1789; d) Cônjuge adútero ao cúmplice, art. 550. 5.6. DA REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO: opera-se a revogação da doação nos seguintes casos: a) Cônjuge adútero ao cúmplice, até 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal, art. 550; 3 b) Por ingratidão do donatário, arts. 557 e 558; c) Por descumprimento do encargo (art. 562) no prazo de 1 anos desde a ciência do doador (art. 559). OBS.: não se revoga a doação por ingratidão quando: a) puramente remuneratória; b) com encargo já cumprido; c) as com cumprimento de obrigação natural; e d) as feitas para determinado casamento. 6. DO CONTRATO DE EMPRÉSTIMO: é o contrato pelo qual uma das partes entrega a outra parte coisa fungível ou infungível, com a obrigação de restituir. 6.1. ESPÉCIES: 6.1.1. COMODATO: é o empréstimo gratuito de coisa infungível realizado mediante tradição, art. 579. Composto pelo comodante e o comodatário. 6.1.1.1. DIREITOS E OBRIGAÇÕES (art. 582): a) DO COMODATÁRIO: conservar, usar de forma adequada e restituir a coisa. b) DO COMODANTE: exigir a conservação, o uso e a restituição da coisa; OBS.: não sendo observados esses direitos, pode o comodante exigir o pagamento de multa ou indenização por perdas e danos. Podendo ainda, ser pedida a busca e apreensão (sem bem imóvel) ou a restituição da coisa (se bem móvel). 6.1.1.2. EXTINÇÃO DO COMODATO: a) Advento de termo convencionado; b) Rescisão: por resilição ou resolução; c) Sentença judicial; d) Morte do comodatário; e) Perecimento do objeto. 6.1.2. MÚTUO: é o empréstimo gratuito de coisa infungível realizado mediante tradição, art. 586. Composto pelo mutuante e o mutuário. A restituição da coisa deve ser determinada pelo espécie, qualidade e quantidade. 6.1.2.1. DIREITOS E OBRIGAÇÕES: a) DO MUTUANTE: entregar a coisa; b) DO MUTUÁRIO: restituir a coisa. 7. DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: é o contrato bilateral pelo qual uma das partes (prestador) se obriga a prestar serviços de qualquer natureza a outra parte (dono do serviço), mediante retribuição. OBS.: importante fazermos uma diferenciação entre os tipos de serviços prestados. Caso tenha uma relação de subordinação configura-se um emprego é será regulado pela CLT. Em sendo relações de consumo, o regramento legal é o CDC. 7.1. NATUREZA JURÍDICA: a) Bilateral; b) Oneroso; c) Consensual; d) Comutativo. 7.2. DURAÇÃO DO CONTRATO: a regra geral é que o prazo máximo de duração do contrato será de 4 anos. Quando não tiver prazo determinado, e não for possível determiná- lo por sua natureza ou pro usos e costumes, admiti-se a resilição unilateral mediante aviso prévio. 7.3. EXTINÇÃO DO CONTRATO: quando sobrevier as seguintes circunstância, art. 607: a) Morte de qualquer das partes; b) Escoamento do prazo; c) Conclusão da obra; 4 d) Resilição mediante aviso prévio; e) Inadimplemento de qualquer das partes; f) Impossibilidade de continuação mediante força maior ou caso fortuito. 7.4. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES: a obrigação de fazer é intransferível (art. 605), dever ser feita por pessoa com habilitação (art. 606) para o serviço (se tiver boa-fé o inabilitado não responderá pelos prejuízos), e não dever haver aliciamento do prestador de serviços (art. 607). 8. DO CONTRATO DE EMPREITADA: é o contrato pelo qual umas das partes (empreiteiro) obriga-se a realizar determinada obra de construção para outra parte (dono da obra), mediante retribuição e sem relação de subordinação (art. 610). (*prova) 8.1. DIFERENÇA ENTRE EMPREITADA E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: a empreitada é uma espécie de prestação de serviços que tem um objeto específico: obra de construção civil: a) Objeto e remuneração: na empreitada o objeto é uma obra de construção civil e na prestação de serviço é qualquer serviços. A remuneração na empreitada permanece inalterada qualquer que seja o tempo da construção da obra, já na prestação de serviço a remuneração é proporcional ao tempo dedicado ao trabalho; b) Responsabilidade civil: na empreitada o empreiteiro é quem assume os riscos do empreendimento, enquanto que na prestação de serviços o patrão é quem assume os riscos; c) Direção e administração: na empreitada a direção, fiscalização e administração é do empreiteiro, já na prestação de serviço é de quem contratou o serviço. 8.2. NATUREZA JURÍDICA: trata-se de contrato bilateral/sinalagmático, consensual, comutativo e oneroso. 8.3. ESPÉCIES: são duas, a saber: a) De mão de obra ou lavor: quando o empreiteiro assume apenas a execução da obra, ficando o fornecimento do material sob a responsabilidade do contratante. Nesse caso a responsabilidade civil do empreiteiro é somente em relação a construção (*prova); b) Mista: é quando o empreiteiro assume a execução da obra e o fornecimento dos materiais. Nesse caso, fica ele responsável civilmente por todo a obra, compreendendo a qualidade dos materiais usados (*prova). 9. DO CONTRATO DE DEPÓSITO: é o contrato pelo qual um das partes (depositário) recebe da outra (depositante) uma coisa móvel para guardá-la, com o obrigação de restituir quando reclamado (art. 627). (*prova) 9.1. DIFERENÇA ENTRE DEPÓSITO E COMODATO: em ambos os contratos há a obrigação de restituir a coisa. A diferença reside no fato de que no depósito não a o direito do uso da coisa, enquanto que no comodato há o direito de uso. 9.2. CARACTERÍSTICAS: a) O objeto é coisa móvel; b) Entrega de coisa alheia: característica essencial a caracterização do negócio (real); c) Obrigação de restituir; d) Gratuidade: a regra é que o depósito seja grátis (art. 628), podendo ser oneroso. Em qualquer dos casos há a responsabilidade do depositário. 9.3. ESPÉCIES: a) Voluntário: aquele em que as partes assim desejam; b) Necessário: podendo ser por imposição legal (hóspede e transporte), miserável ou judicial. 9.4. OBRIGAÇÕES DO DEPOSITANTE E DO DEPOSITÁRIO: 5 9.4.1. DEPOSITANTE: a) Pagar o valor convencionado, quando se tratar de depósito oneroso; b) Reembolsar as despesas feitas pelo depositário com o depósito: c) Indenizar o depositário pelos prejuízos que lhe advierem do contrato. 9.4.2. DEPOSITÁRIO: a) Guardar, conservar e restituir a coisa. OBS.: cabe ação de depósito quando se tratar de depósito contratual e o depositário não restituir a coisa que recebeu para guardar. Apesar da Constituição Federal prevê a prisão do depositário infiel, em virtude do Brasil ser signatário do Pacto de São José da Costa Rica, não há a prisão do depositário infiel. 10. DO CONTRATO DE MANDATO: é o contrato pelo qual uma das partes (mandatário ou representante) recebe poderes da outra parte (mandante ou representando) para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A representação é apenas um elementos do mandato, ou seja, não lhe é essencial, enquanto a procuração é o instrumento de efetivação do mandato. Exige a aceitação, mesmo que não expresso, para sua plena efetivação. (*prova) 10.1. MANDATO VERSUS PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:a) representação, o mandatário representa o mandante, enquanto que o prestador de serviço não represente (age em próprio nome); objeto do contrato, no mandato o representante realiza ato ou negócio jurídico, na prestação de serviços há uma realização de um determinado trabalho, material ou imaterial; e finalidade, no mandato o representante tem a faculdade de realizar ou não ao ato, enquanto que na prestação de serviço o prestador tem a obrigação de executar o trabalho exigido. 10.2. CARACTERÍSTICAS: a) Personalíssimo, isto é, baseado na confiança; b) Consensual; c) Não solene; d) Gratuito, em regra. Salvo se for houver sido estipulado retribuição ou se o objeto do mandato for daqueles em que trata de ofício ou profissão lucrativa, quando será oneroso; e)Unilateral, em regra, porém se convencionar remuneração o mandato passa a ser bilateral. OBS.: o advogado é, ao mesmo tempo, mandatário e prestador de serviços. 10.3. PESSOAS QUE PODEM OUTORGAR MANDATO: preleciona art. 654 que todas as pessoas capazes são aptas a dar procuração (mandato) mediante instrumento particular, que somente valerá com a assinatura do outorgante. Essa é a chamada ad negotia, o procuração judicial, ad judicia, é regulada pela lei processual. 10.4. PESSOAS QUE PODEM RECEBER MANDATO: todas as pessoas capazes, inclusive os relativamente incapazes (art. 666). Porém, estes últimos, não responderam civilmente pelos prejuízos. 10.5. SUBESTABELECIMENTO: sendo o mandato não solene e consensual, não exige requisitos formais de validade, no entanto, é muito comum o mandato escrito e tendo como instrumento a procuração. Quando a lei exigir uma forma especial pode a procuração é pública. Embora o mandato seja um contrato personalíssimo, é aceito que o mandatário possa ser auxiliado por terceiro: é o subestalecimento. Este último pode ser com reserva de poderes (onde o subestabelecente pode continuar a usar os poderes substabelecidos) ou sem reserva de poderes (ocorre verdadeira renúncia do mandato), podendo ainda ser total ou parcial. 10.6. ESPÉCIES DE MANDATO: a) Expresso: descrito ou verbal; b) Tácito; 6 c) Gratuito ou oneroso; d) Judicial ou extrajudicial; e) Geral ou especial; 10.7. MANDATO OUTORGADO A DUAS OU MAIS PESSOAS: segundo o art. 672, pode ser de exercício comum (quando qualquer dos mandatários podem realizar o ato), de exercício conjunto (quando necessita obrigatoriamente que todos o mandatários assinem o ato) ou de exercício sucessivo (quando os mandatários devem assinar o ato na ordem de nomeação). OBS.: a regra é que o mandato deverá ser exercido nos estritos poderes da procuração, quando houver a extrapolação dos poderes somente terá validade se o mandante ratificar o ato 10.8.OBRIGAÇÕES: 10.8.1. MANDATÁRIO: a) Agir em nome do mandante e dentro do poderes conferidos na procuração; b) Agir com diligência na execução do mandato; c) Prestar contas, indenizando qualquer prejuízos causados por sua culpa ou por culpa do subestabelecido; d) Apresentar o instrumento do mandato, a procuração; e) Executar o negócio compromissado. 10.8.2. MANDANTE: a) Satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário; b) Adiantar a importância das despesas necessárias à execução do ato, bem como reembolsá-las; 10.9. EXTINÇÃO DO MANDATO: pode o mandato ser extinto por qualquer das causas gerais de extinção dos contratos ou por causas específicas como o a revogação e a renúncia. 10.10. IRREVOGABILIDADE DO MANDATO: embora seja o mandato em regra revogável, pode ele ser irrevogável nos seguintes casos: a) quitação do compromisso; b) procuração em causa própria; c) cláusula de irrevogabilidade. OBS.: o mandato judicial é o mandato outorgado a pessoa legalmente habilitada para a defesa de direitos e interesses em juízo, e é, ao mesmo tempo, mandato e prestação de serviços. 11. DO CONTRATO DE TRANSPORTE: é o contrato pelo qual alguém se obriga, mediante remuneração, a transportar de um lugar para outro pessoas ou coisas. 11.1. NATUREZA JURÍDICA: a) Típico contrato de adesão; b) Bilateral; c) Consensual; d) Oneroso; e) Comutativo; f) Não solene. 11.2. ESPÉCIES: 11.2.1. DE PESSOAS: pode ser terrestre (rodoviário ou ferroviário), aéreo, ou aquático (marítimo ou fluvial). Quando a extensão pode ele ser urbano, interurbano, interestadual ou internacional. Podendo, ainda, ser coletivo ou individual. Co contrato de transporte da bagagem é um acessório e, ao comprar a passagem, o viajante assegura o direito de transportar consigo a bagagem, pagando a mais apenas se houver o excesso de peso. É composto pelo transportador, passageiro e a transladação. OBS.: os contratos com a administração pública são liquidados de acordo com o Direito Administrativo. 11.2.1.1. RESPONSABILIDADE CIVIL: a responsabilidade civil é objetiva pelos nados causados aos passageiros ou suas bagagem, salvo motivo de força maior (art. 734). Em sendo 7 o dano decorrente de acidente com o passageiro em virtude de ser causado por terceiro não isenta a transportadora da responsabilidade, cabendo ação regressiva contra o causador (art. 735). No contrato comutativo, a responsabilidade será solidária entre as empresas prestadoras, sendo o contrato sucessivo (uma cadeia de contratos, cada empresa independe da outra) a responsabilidade será individual (art.733). 11.2.2. DE COISAS: aplica-se, no que couber, também o CDC. Tem três elementos, a saber: a) o expedidor ou remetente; b) o transportador, quem recebe a coisa com obrigação de transportá-la; e c) o destinatário ou consignatário, pessoa a quem a coisa é destinada. A coisa transportada deve ser qualificada pela natureza, valor, peso e quantidade, devendo o transportador emitir conhecimento (carta-frete) ao receber a coisa (art. 743 e 744). A lei regulou o transporte autônomo de cargas (TAC) como sendo o transporte de coisa feita por um profissional autônomo, pessoa física. 11.2.2.1. RESPONSABILIDADE CIVIL: o transportador tem a obrigação de manter a coisa em bom estado e entregá-la no prazo e local ajustado previamente, sua responsabilidade se limita do valor do conhecimento e começa no momento em que recebe a coisa. 11.3. DIREITOS E DEVERES: 11.3.1. DO TRANSPORTADOR: a) DIREITOS: a.1) Exigir o pagamento do preço ajustado; a.2) Direito de retenção; a.3) Retenção compensatória (5%) em caso de desistência; a.4) Estabelecer normas de viagens; a.5) Recusar passageiros caso as condições saúde e higiene justificarem; a.6) Alegar força maior para excluir a responsabilização por danos às pessoas ou bagagem e por descumprimento do horário ou itinerário; b) DEVERES: b.1) Transportar o passageiro no tempo e modo convencionado; b.2) Responder objetivamente pelos danos causados; b.3) Concluir a viagem contratada; b.4) Não recusar passageiros, salvo nos casos previstos em regulamento ou quando as condições de saúde e higiene justificarem. 11.3.2. DO PASSAGEIRO: a) DIREITOS: a.1) Exigir o cumprimento do contrato de viagem mediante a apresentação do bilhete de passagem; a.2) Rescindir o contrato quando lhe aprouver; a.3) Ser conduzido são e salvo ao destino convencionado; a.4) Exigir que o transportador conclua a viagem interrompida por motivos alheio à sua vontade em outro veículo da mesma categoria. b) DEVERES: b.1) Pagar o preço ajustado; b.2) Sujeitar-se às normas estabelecidas pelo regulamento do transportador; b.3) Não causar pertubação ou incômodo aos demais passageiros; b.4) Comparecer ao local de partida no horário estabelecido ou avisar da sua desistência. OBS.: não se enquadra nessas normas o transporte feito gratuitamente por amizade ou cortesia. 12. DO CONTRATO DE SEGURO: é o contrato pelo qual umas das partes(segurador) se obriga, mediante o recebimento de um prêmio, a assumir perante a outra parte (segurado) a 8 obrigação de pagamento de uma prestação, se ocorrer o risco a que está exposto. O principal e elemento é o risco, que se transferir do segurado para o segurador. 12.1. NATUREZA JURÍDICA: a) Bilateral; b) Oneroso; c) Aleatório; d) Adesão. 12.2. APÓLICE: é o instrumento do seguro, que pode ser nominativa, à ordem e ao portador (neste último não pode ser o seguro de vida). Nessa serão mencionados os riscos assumidos pelo segurador, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o prêmio devido, além do nome do segurado ou do beneficiado quando for o caso (art. 760). OBS.: cabe ação regressiva contra quem causou o dano, não sendo o causador o segurado. 12.3. ESPÉCIES DE SEGURO: 12.3.1. DE DANO: o contrato não se destina a obtenção de um lucro, mas se a cobertura de eventuais prejuízos decorrentes de um sinistro. Podendo ser de duas formas: a) De coisas: cuidando da cobertura de bens móveis, imóveis e semoventes; b) De responsabilidade civil: cuida da cobertura por danos causados a terceiros. 12.3.2. DE PESSOAS: tem por finalidade beneficiar a vida e as faculdade humanas, e seu valor não depende de qualquer limitação e varia de acordo com as condição financeiras do segurado. Podendo ser de duas formas: a) De vida: tem por finalidade garantir, mediante o prêmio que se ajustar, o pagamento de certa soma a determinada ou determinadas pessoas, por morte do segurado. b) De acidentes pessoais: 12.4. OBRIGAÇÕES: 12.4.1. DO SEGURADO: a) Pagar o prêmio; b) Comunicar o segurador; c) Abster de aumentar o risco. 12.4.2. DO SEGURADOR: a) Pagar a apólice; 9
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