Logo Passei Direto

A maior rede de estudos do Brasil

Grátis
7 pág.
Resumo do Capítulo 1 do Livro Didático Estácio Uniseb   - TEP I

Pré-visualização | Página 2 de 2

passando pelo teste. 
1.1.4 A história do surgimento dos testes 
 A história dos testes remetem às testagens psicológicas e tem início 
com a psicometria, que é o ramo da Psicologia que visa observar os 
fenômenos psicológicos através dos números. 
 Apesar de doutrinariamente os testes psicológicos, tais como os 
conhecemos hoje, se reportarem ao início do século XX, é fato que diversos 
cientistas anteriores contribuíram consideravelmente para o seu 
aperfeiçoamento. 
a) Década de Galton – 1880 – Inglaterra 
 Possuindo interesse pela avaliação das aptidões, Galton desenvolveu 
escalas de atitudes pelos métodos estatísticos dos dados coletados em seus 
estudos. 
 Na tentativa de verificar semelhanças e diferenças entre as pessoas, 
ele criou instrumentos de medidas e passou a ser considerado o pioneiro na 
criação de escalas e questionários, bem como, na necessidade de 
padronização dos testes. 
 Para alguns autores foi Galton que introduziu uma abordagem 
psicométrica à criatividade e sua contribuição foi fundamental para o 
surgimento da teoria dos testes ou da Psicometria. 
b) Década de Cattell –1890 – EUA 
 Cattell foi diretamente influenciado por Galton e seus estudos deram 
maior ênfase às medidas sensoriais por considerá-las mais precisas. Ele foi o 
criador do “teste mental” que era aplicado em universitários, com o objetivo 
de avaliar o nível intelectual dos mesmos. 
 Apesar de seus testes não serem considerados satisfatórios, a exemplo 
de Galton, Cattell percebeu que algumas medidas objetivas para a avaliação 
das funções mais complexas não produziam resultados condizentes com o 
desempenho acadêmico. 
c) Década de Binet – 1900 – França 
 Foi com Binet que realmente começaram os testes de inteligência, com 
a medição de funções mais complexas. O intuito desses testes era o de 
ajudar crianças que não desempenhavam satisfatoriamente suas funções na 
escola, não sendo levado em consideração o determinismo biológico ou 
hereditariedade. 
 Embora tenha construído testes de conteúdo mais cognitivo, para 
medir memória, atenção, compreensão e imaginação, iniciou-se nessa era os 
testes de inteligência, incluindo o Q.I. 
 Binet e Simon foram responsáveis pela criação do primeiro teste para 
medir inteligência. Para eles seria possível estabelecer uma “idade mental”, 
dando base para o início do que hoje a população conhece por Testes de Q.I. 
Apesar de Binet ser considerado o marco dessa época, outros estudiosos 
foram importantes, como Spearman, que fundamentou a teoria da 
Psicometria clássica. 
d) Charles Spearman e o conceito de “inteligência geral” 
 Spearman foi aluno de Wundt e Külpe. Após reproduzir os 
experimentos de Galton com sucesso, confirmando sua teoria sobre a 
acuidade sensorial e a inteligência terem relação, ele foi ainda mais além. 
Os estudos de Spearman deram base para o que hoje é compreendido 
por “análises fatoriais”, que é capacidade de medir tanto um indivíduo 
quanto um grupo de indivíduos de maneiras variadas, e, logo após, todas as 
medidas são intercorrelacionadas para determinar quais delas variam de 
modo sistemático, o que o levou a concluir que a inteligência poderia ser 
explicada por dois fatores: A) fatores específicos (matemática, línguas, 
música), identificado pela letra S; B) fator geral (G), que teria ligação 
determinante com questões de hereditariedade. 
 Para Spearman as duas inteligências possíveis (S – específica e G – 
geral) seriam importantes por enfatizar a natureza unitária de inteligência e 
a entendia como hereditária, teoria que foi amplamente aceita nos EUA. Por 
via de consequência, é possível afirmar que os testes de Q.I. são medidos 
conforme identificadas pelo fator G de Sperman. 
e) A era dos testes de inteligência – 1910/1930 
Podemos afirmar que a Primeira Grande Guerra contribuiu muito para 
o desenvolvimento dos testes de inteligência, tendo em vista a necessidade 
de se criar testes para recrutamento dos exércitos. 
 O trabalho de Spearman sobre o fator G (1904) e a revisão do trabalho 
de Binet (1916), aliados à necessidade de uma seleção rápida, universal e 
eficaz para a guerra, contribuíram para o desenvolvimento da era dos testes 
de inteligência. Após isso surgiram testes de aptidão e de personalidade. 
Hoje são diversos os testes que buscam medir aspectos do comportamento 
humano. (Pasquali, 2001) 
f) Década da Analise Fatorial – 1930 
 Década que marcou o declínio dos testes de inteligência e desacreditou 
a ideia do fator geral de Spearman, o que forçou os psicólogos estatísticos a 
repensarem essa ideia, surgindo, assim, a Análise Fatorial, o que permitiu 
grande avanço na Psicometria. 
g) A era da sistematização – 1940/1980 
 Essa era foi marcada pela tentativa de resgatar a confiabilidade dos 
testes psicológicos através de duas tendências opostas, as obras de síntese e 
as obras críticas. 
 Nas obras de síntese, o interesse era de sistematizar os avanços da 
Psicometria, enquanto que nas obras críticas foram levantados os problemas 
relacionados com as escalas de medida. 
h) A era da Psicometria moderna – 1980 
 Foi nessa era que surgiu a Teoria de Resposta ao Item (TRI), 
sistematizada a partir da obra de Lord e Novick (1968), porém, essa teoria 
não resolveu todos os problemas da Psicometria, mas substituiu parte do 
modelo clássico e tem por base o modelo do traço latente, que por sua vez, se 
baseia no escore bruto de um sujeito. Sendo uma variável abstrata, portanto 
não observável, o escore bruto corresponde na TRI ao que é chamado escore 
verdadeiro, representando um traço latente que pode ser, segundo Urbina 
(2007), habilidades, traços ou constructos psicológicos não observáveis, não 
ficando muito claro o comportamento observável dos indivíduos, pelas suas 
respostas aos itens do teste. Por esse motivo, fica evidente a necessidade de 
extrema cautela na construção de um teste, a começar pela seleção dos itens 
que comporão a sua forma final. 
 Um teste é composto por uma série de itens (tarefas) e recebe 
pontuação por cada resposta correta, restando um escore total. Segundo 
Pasquali (2003), esse escore manifesta a magnitude daquilo que está sendo 
medido no teste, porém, por ser uma operação empírica, está sujeita a certa 
margem de erro. Quanto menor a possibilidade de erro, maior a precisão do 
teste. 
 Enquanto na Teoria Clássica dos Testes (TCT) o foco está no seu 
escore, que representa um conjunto de comportamentos, na Teoria de 
Resposta ao Item (TRI) o foco é o traço latente. O TRI tem grande relevância 
para a Psicometria devido a sua capacidade de superar limitações graves da 
Psicometria clássica, tais como os parâmetros dos iten, grau de dificuldade e 
poder de discriminação, relação ao conceito de fidedignidade ou precisão, 
além de outros (Pasquali 2003). 
 Para Urbina (2007), vários foram os avanços a partir de certos 
conceitos da Psicologia Cognitiva, do desenvolvimento e progresso na TRI e 
da revolução tecnológica, dentre eles, a aplicabilidade para a geração de 
itens de forma computadorizada. Essa forma de geração de itens, apesar de 
ser muito recente, tende a evoluir rapidamente, trazendo grandes vantagens 
em termos de eficiência, economia e aplicabilidade. 
Carlos Figueiredo – Graduando em Psicologia (Estácio/Uniseb)
Página12