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1 AULA 01 CONJUNTOS ENUMERÁVEIS Um conjunto A é dito enumerável quando é finito ou quando existe uma bijeção f : N → A. No segundo caso, A é dito infinito enumerável e podemos escrever A = {a0, a1, . . . , an, . . .}. São exemplos de conjuntos enumeráveis: (a) N é infinito enumerável uma vez que a identidade Id : N→ N, Id (n) = n é uma bijeção. (b) O conjunto dos números naturais pares P também é infinito enumerável: f : N→ P, f (n) = 2n é bijeção. (c) O conjunto I dos números naturais ímpares: f : N → I , f (n) = 2n + 1 é bijeção. (d) O conjunto Z dos números inteiros é infinito enumerável: basta tomar a bijeção f : N→ Z dada por f (n) = n 2 , n par −n + 1 2 , n ímpar, n 6= 1 (e) Um subconjunto de um conjunto enumerável é também enumerável. (f) A união de dois conjuntos enumeráveis é também enume- rável. (g) Se A1, A2, A3, . . . representam conjuntos enumeráveis, a união ⋃ i≥1 Ai também é enumerável. (h) Pelos itens (f) e (g) podemos concluir que o conjunto dos racionais Q é infinito enumerável: Q+ = ⋃ n≥1 An , An = {m n ;m ∈ N } Q− = ⋃ n≥1 Bn , Bn = { −m n ;m ∈ N } (i) O produto cartesiano de conjuntos enumeráveis é enume- rável. Portanto, por exemplo, Q×Q é enumerável. São não-enumeráveis: (a) O intervalo [0, 1] = {x ∈ R; 0 ≤ x ≤ 1} não é enumerável: de fato, supondo que [0, 1] = {a1, a2, . . .}, temos a1 = 0, a11a12a13 . . . a2 = 0, a21a22a23 . . . a3 = 0, a31a32a33 . . . . . . em que 0, an1an2an3 . . . é a representação decimal do nú- mero real an ∈ [0, 1]. Defina, agora, um número real b ∈ [0, 1], b = 0, b1b2b3 . . ., em que bi 6= ai i , para cada i ∈ {1, 2, 3, . . .} 1. Certamente este número não está na lista acima. Mas supomos no início, que a lista possuía to- dos os elementos de [0, 1]. Contradição. Logo, [0, 1] não é enumerável. (b) Qualquer intervalo real [a,b] = {x ∈ R; a ≤ x ≤ b} não é enumerável. (c) Pelo item acima o conjunto dos números reais R não é enumerável. (d) O conjunto dos números irracionais Q′ não é enumerável: caso contrário, R = Q ∪ Q′ seria enumerável. (e) O produto cartesiano R × R não é enumerável. Também não é enumerável o produto cartesiano Rn , n ≥ 3. CONJUNTOS DE MEDIDA NULA Um conjunto A ⊂ R é dito conjunto de medida nula em R se, dado um número real ǫ > 0 qualquer, podemos encontrar uma sequência de intervalos abertos de R, digamos I1, I2, I3, . . . , tais que 1. (a) A ⊂ ∞⋃ k=1 Ik 2. (b) ∞∑ k=1 diam(Ik) ≤ ǫ São conjuntos A ⊂ R de medida nula: (a) Um conjunto unitário A = {a} tem medida nula. De fato, dado ǫ > 0, basta tomar os intervalos I1 = ( a− ǫ 4 , a+ ǫ 4 ) e Ik = ∅, k ≥ 2. É claro que A ⊂ ∞⋃ k=1 Ik e que ∞∑ k=1 diam(Ik) = diam(I1) = ǫ 2 ≤ ǫ. (b) Um conjunto finito, por exemplo, A = {1, 2, 3}, tem medida nula. De fato, dado ǫ > 0, tome interva- los I1 = ( 1− ǫ 8 , 1 + ǫ 8 ) , I2 = ( 2− ǫ 8 , 2 + ǫ 8 ) , I3 =( 3− ǫ 8 , 3 + ǫ 8 ) , Ik = ∅, k ≥ 4. É claro que A ⊂ ∞⋃ k=1 Ik e que ∞∑ k=1 diam(Ik) = diam(I1) + diam(I2) + diam(I3) = 3 ǫ 4 ≤ ǫ. 1Tome, por exemplo, o número b = 0, a11a22a33 . . .. Troque, agora, todos os algarismos deste número: escreva 9 onde o algarismo de b não é 9 e escreva 4 onde o algarismo de b seja 9. Obtemos, então, um novo número b ∈ [0, 1] que não está na lista. 2 (c) Um conjunto enumerável, por exemplo, A = {1, 2, 3, 4, . . .} tem medida nula. De fato, tome os intervalos I1 = ( 1− ǫ 4 , 1 + ǫ 4 ) , I2 = ( 2− ǫ 8 , 2 + ǫ 8 ) , . . . , In =( n − ǫ 2n+1 , 1 + ǫ 2n+1 ) , n ≥ 3. É claro que C ⊂ ∞⋃ k=1 Ik e que ∞∑ k=1 diam(Ik) = ǫ ( 1 2 + 1 4 + 1 8 + . . .+ 1 2n + . . . ) = ǫ. (d) Um exemplo de um conjunto A ⊂ R não-enumerável e de medida nula é o Conjunto de Cantor 2. Um conjunto A ⊂ R2 é dito conjunto de medida nula no R2 se, dado um número real ǫ > 0, existe uma sequência de retângulos abertos de R2, digamos R1,R2,R3, . . ., tais que (a) A ⊂ ∞⋃ k=1 Rk (b) ∞∑ k=1 área (Rk) ≤ ǫ Assim, um conjunto enumerável A ⊂ R2 tem medida nula no R2. Uma reta, r = {(x , y) ∈ R2; ax + by + c = 0}, tem medida nula no R2. Uma curva, C = {(x , y) ∈ R2; f (x , y) = 0} tem medida nula no R2. O leitor deverá verificar essas três afirmações. 2Veja o livro de R. G. Bartle, Elementos de Análise Real, página 56. 3 AULA 02 INTEGRAL DUPLA Considere uma função real de duas variáveis reais f , definida em um conjunto fechado e limitado R ⊂ R2. Traçando m retas paralelas ao eixo das abscissas e n retas ao eixo das ordenadas, cobrimos a região R por retângulos. Consideremos, apenas, os retângulos Ri j que estão total- mente contidos em R cuja área mede ∆Ai j = ∆xi ·∆yj . Escolhendo um ponto (ξi ,ψj ) qualquer em cada um dos re- tângulos Ri j , formemos a soma 3 n∑ j=1 m∑ i=1 f (ξi ,ψj )∆xi ·∆yj Se traçarmos mais retas paralelas aos eixos cartesianos ob- teremos retângulos menores e ao tornamos esse processo contínuo de maneira que a diagonal máxima dos retângulos tende a zero quando m e n crescem indefinidamente e se essa soma tiver limite finito, dizemos que f é integrável e escreve- mos: lim max d(Ri j )→∞ m∑ j=1 n∑ i=1 f (ξi ,ψj )∆xi ·∆yj = x R f (x , y) dx dy = x R f (x , y) dA. A existência do limite na definição da integral dupla depende da função z = f (x , y) e também da região R. Garantiremos a existência da integral dupla quando z = f (x , y) for contínua sobre uma região R fechada e limitada cujo contorno possui um número finito de curvas suaves. Vejamos, a seguir, um exemplo de função não integrável. ER 1. Considere o retângulo R = [0, 1] × [0, 1] e a função f (x , y) = { 1, se (x , y) ∈ Q ∩ R 0, se (x , y) 6∈ Q ∩ R Verifique se f é integrável. Solução: Tomemos uma partição {Ri ; i ∈ N} qualquer de R = [0, 1] × [0, 1] e, em cada Ri , escolhamos (xi , yi ) ∈ Q×Q. Assim, por um raciocínio simples, temos: n∑ i=1 f (xi , yi ) · A(Ri ) = 1. Entretanto, ao escolhermos (xi , yi ) ∈ R2 \ Q2, temos n∑ i=1 f (xi , yi ) · A(Ri ) = 0., Dessa forma, o limite não existe, ou seja, f não é integrável. O fato de se calcular o volume de um sólido delimitado pelo gráfico de uma função positiva, definida num retângulo, 3 soma de Riemann para uma função real de duas variáveis reais utilizando-se o método anterior, nem sempre é possível. Por- tanto, restringiremos este cálculo ao gráfico de funções contí- nuas, de acordo com o teorema: 1 Teorema. Se f é uma função contínua em um retângulo R, então f é integrável em R. A definição de integral dupla não é muito simples de se mani- pular. Entretanto, uma consequência da definição nos dá uma forma de encontrar funções não-integráveis. O resultado é o seguinte: 2 Teorema. Se f é uma função integrável em um retângulo R, então f é limitada em R, isto é, existe M > 0 tal que |f (x , y)| < M, para todo (x , y) ∈ R. O resultado acima é útil no seguinte aspecto: se uma fun- ção de duas variáveis não é limitada em R, então ela não é integrável em R. Por exemplo, a função f (x , y) = (x − y) (x + y)3 não é limitada em (0, 1]× (0, 1] (mostre como exercício), logo, não é integrável. 3 Teorema (H. Lebesgue). Uma função f : A → R, limitada em A ⊂ Rn, é integrável se, e somente se, o conjunto dos seus pontos de descontinuidade tem medida nula em Rn. A função limitada f : [0, 1] → R dada por f (x) = sen ( 1 x ) , se x 6= 0 e f (0) = 0, é integrável uma vez que D = {0} é o conjunto dos pontos de descontinuidade de f . A função limitada f : [0, 1]2 ⊂ R2 → R dada por f (x , y) = sen(x2 + y2) x2 + y2 , se (x , y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0, é integrável, uma vez que o conjunto dos seus pontos de descontinuidadeé D = {(0, 0)}. VOLUME DE UM SÓLIDO No curso de Cálculo I vimos que a integral definida de funções de uma variável era aplicada para o cálculo de áreas de cer- tas regiões planas. Aqui, veremos que a integral dupla pode determinar a medida do volume de alguns sólidos (regiões do espaço). Considere a região R = [a, b]× [c, d] e suponha que f (x , y) é contínua e positiva, para todo (x , y) ∈ R. 4 x y z a b c d Vamos calcular o volume do sólido S = {(x , y , z) ∈ R3; 0 ≤ z ≤ f (x , y) e (x , y) ∈ R}. Dividindo o retângulo R em pequenos retângulos Ri j (esta divisão é uma “partição” de R). Escolhendo um ponto qualquer (xi , yj) de Ri j , montemos o paralelepípedo de base Ri j e altura f (xi , yj ). Portanto, o vo- lume é f (xi , yj) · A(Ri j ), em que A(Ri j) indica a área do retân- gulo Ri j . x y Ri xi yi Uma partição da região R A soma dos valores dos volumes de todos estes paralelepí- pedos é: m∑ j=1 n∑ i=1 f (xi , yj ) · A(Ri j ). Se os retângulos Ri j forem suficientemente pequenos, a soma obtida parece ser uma boa aproximação do volume pro- curado do sólido. Assim, nossa intuição nos diz que o volume de S pode ser encontrado calculando lim A(Ri )→0 n∑ i=1 f (xi , yi ) · A(Ri j). Na verdade, queremos que A(Ri ) seja uma valor muito pe- queno. Consideremos, então, a diagonal d(Ri ) dos retângulos e façamos max d(Ri ) ir para zero. Então, temos uma integral dupla de f sobre R: x R f (x , y) dA = lim max d(Ri j )→0 n∑ i=1 f (xi , yi ) ·∆x∆y , Portanto, se a função f é positiva e integrável em um retân- gulo R, o volume de S pode ser obtido por: V (S) = x R f (x , y) dA. Para melhor entendimento, vamos descrever o processo através de um exemplo. Considere a função f : R ⊂ R2 → R, f (x , y) = x(1 − y4), com R = [0, 2] × [0, 1]. Poderíamos pensar em calcular o vo- lume da superfície S = {(x , y , z) ∈ R3 : 0 ≤ f (x , y), (x , y) ∈ R} de várias maneiras. Vamos “fatiar” o sólido com planos pa- ralelos ao plano yz . x y z xy z Assim, para cada x fixo entre 0 e 2 temos uma região onde se calcula a área, facilmente, usando integral de uma variável. Vamos denotá-la por A(x). Então y z z = 1− y4 2 ; x = 1 2 0 1 y z z = 3− 3y4 2 ; x = 3 2 0 1 A(x) = ∫ 1 0 x(1− y4) dy = [ xy − xy 5 5 ]1 0 = x − x 5 . O volume do sólido pode ser calculado através da adição de todos os A(x). Adicionar em x é integrar. Então, uma boa definição do volume de S é: V = ∫ 2 0 A(x) dx = ∫ 2 0 (∫ 1 0 x(1− y4) dy ) dx = ∫ 2 0 x − x 5 dx = [ 2x2 5 ]2 0 = 8 5 Outro tipo de “fatiamento” poderia ter sido feito, por exemplo, com planos paralelos ao plano xz . Teríamos obtido o mesmo valor? E, se a função possuir uma expressão mais complicada, ainda assim isto funciona? E, se o domínio da função for outra região que não um retângulo, poderíamos usar este método? Estas e outras questões serão abordadas devidamente a se- guir. Daremos uma definição formal de integral dupla e suas propriedades. Discutiremos em que situações podemos calcu- lar o volume de S da forma acima e veremos algumas outras aplicações da integral dupla. ATIVIDADES A 1. Aproxime o volume V = ∫ 1 0 ∫ 1 2 0 f (x , y) dy dx para a função dada, utilizando 4∑ k=1 2∑ j=1 f (uk , vj)∆yj∆xk , com ∆xk = 5 ∆yj = 1 4 , uk = k − 2 8 e vj = j − 2 8 , para k = 1, 2, 3, 4 e j = 1, 2. (a) f (x , y) = sen(cos(xy)) (b) f (x , y) = x4 + y4 GAUSS, CARL FRIEDRICH Gauss, Carl Friedrich (1777-1855) Fonte: uc.pt Gauss nasceu em Brunswick, Alemanha, e estudou na Uni- versidade de Göttingen. Con- tribuiu tanto para a matemá- tica pura quanto para a apli- cada. Suas conquistas na ci- ência e na medicina são extra- ordinárias, desde a invenção do telégrafo elétrico (com Wi- lhelm Weber em 1833) até o desenvolvimento da teoria da órbita dos planetas e o desen- volvimento da precisa teoria da geometria não-euclidiana. Gauss exigia que suas publicações e provas de teoremas fossem perfeitas e a ele credita-se muitos avanços na álgebra, na teoria dos números, nas equações diferenciais e em cál- culo. Seu principal trabalho intitula-se Disquisitiones arithmeti- cae (de 1801), além de Theoria motus corporum celestium (de 1809). Gauss foi professor de matemática em Göttingen e sua pre- sença fez da instituição o centro do mundo matemático. Ele, porém, mantinha-se distante e inacessível, principalmente dos calouros. Foi responsável pela apresentação da primeira prova satisfatória do Teorema Fundamental da Álgebra. Suas desco- bertas eram tão importantes e numerosas que ele era frequen- temente chamado de “Príncipe da Matemática”. Gauss provou o teorema da divergência enquanto trabalhava na teoria da gra- vitação, mas suas anotações só foram publicadas muito tempo depois, o que fez com que outros recebessem crédito por ela. Hoje o teorema é, algumas vezes, chamado de Teorema de Gauss. Ele estabeleceu a teoria potencial como um ramo co- erente da matemática e reconheceu que a teoria de funções de uma variável complexa era a chave para a compreensão de muitos resultados necessários nas equações diferenciais aplicadas. Gauss considerava a matemática uma ciência e a aritmética seu componente mais importante. Principais teoremas: teorema da divergência. Principais obras: Disquisitiones arithmeticae; Theoria motus corporum celestium. Citações: “Na matemática, não há controvérsias verdadeiras”. “Tenho o resultado, mas ainda não sei como obtê-lo”. INTEGRAIS DUPLAS SOBRE RE- GIÕES RETANGULARES A definição de integral dupla pode ser natural, porém, ela não é uma forma muito prática de se calcular. Entretanto, para se cal- cular o volume de um sólido vimos que poderíamos “fatiá-lo”, paralelamente, aos eixos x e y . Mas, por enquanto, pensemos num caso particular. Seja f (x , y) ≥ 0, ∀ (x , y) ∈ R = [a,b] × [c, d] e considere, novamente, a região S = {(x , y , z) ∈ R3; 0 ≤ z ≤ f (x , y) e (x , y) ∈ R}. Para cada x fixo entre a e b, a área da fatia é dada por A(x) = ∫ d c f (x , y) dy . Então, o volume de S é ∫ b a A(x) dx = ∫ b a (∫ d c f (x , y) dy ) dx . Entretanto, fixando y entre c e d poderíamos, também, calcular a área de cada fatia e depois o volume, fazendo ∫ d c A(y) dy = ∫ d c (∫ b a f (x , y) dx ) dy . Estas integrais são chamadas de integrais iteradas e, usu- almente, se escreve apenas ∫ b a ∫ d c f (x , y) dy dx ou ∫ d c ∫ b a f (x , y) dx dy Se fizermos f (x , y) = 1, teremos ∫ b a ∫ d c 1 dy dx = (d − c)(b − a) que é a área do paralelogramo R. ER 2. Determine x R 1 1 + x2 + 2xy + y2 dA, em que R = [1, 2]× [0, 1]. Solução: x R 1 1 + x2 + 2xy + y2 dx dy = x R 1 1 + (x + y)2 dx dy = ∫ 1 0 (∫ 2 1 dx 1 + (x + y)2 ) dy = ∫ 1 0 atan(x + y) ∣∣∣2 1 dy = ∫ 1 0 atan(2 + y)− atan(1 + y) dy = 3atan(3) − 4 atan(2) + π 4 − 1 2 ln(5) − ln(2) ER 3. Determine x R xy sen(x) 1 + 4y2 dA, em que R = [0, 1]×[1, 2]. 6 Solução: x R xy sen(x) 1 + 4y2 dA = ∫ 1 0 x sen(x) (∫ 2 1 y 1 + 4y2 dy ) dx = ∫ 1 0 x sen(x) ( 1 8 ln(1 + 4y2) ∣∣∣∣2 1 dx = 1 8 ln ( 17 5 )∫ 1 0 x sen(x) dx = 1 8 ln ( 17 5 )( −x cos(x) + sen(x) ∣∣∣1 0 ) = 1 8 ln ( 17 5 ) (sen(1) − cos(1)) O resultado a seguir foi provado em 1907 pelo matemá- tico italiano Guido Fubini (1879-1943), entretanto a versão para funções contínuas era conhecida pelo matemático fran- cês Augustin-Louis Cauchy, quase um século antes. Ele nos diz que se f é uma função integrável, a ordem a qual fazemosa integração nos dá resultados idênticos. Lembre-se de que toda função contínua em um fechado é integrável e, assim, po- deremos calcular o volume de muitos sólidos. 4 Teorema. [Fubini] Se f é integrável em R = [a,b] × [c, d], então x R f (x , y) dA = ∫ d c ∫ b a f (x , y) dx dy = ∫ b a ∫ d c f (x , y) dy dx . ER 4. Verifique se ∫ 2 1 ∫ 3 0 x2y dx dy = ∫ 3 0 ∫ 2 1 x2y dy dx . Solução: ∫ 2 1 ∫ 3 0 x2y dx dy = ∫ 2 1 [ x3 3 y ]3 0 dy = ∫ 2 1 9y dy = 27 2∫ 3 0 ∫ 2 1 x2y dy dx = ∫ 3 0 [ x2 y2 2 ]2 1 dx = ∫ 3 0 3x2 2 dx = 27 2 ER 5. Calcule x R x2 − 2y dA, em que R = {(x , y); 0 ≤ x ≤ 2, 1 ≤ y ≤ 2}. Solução: Vamos integrar primeiramente com respeito a variável y : x R x2 − 2y dA = ∫ 2 0 ∫ 2 1 x2 − 2y dy dx = ∫ 2 0 x2y − y2∣∣y=2 y=1 dx = ∫ 2 0 x2 − 3 dx = x 3 3 − 3x ∣∣∣∣ 2 0 = −10 3 Agora, vamos integrar primeiramente com respeito a va- riável x : x R x2 − 2y dA = ∫ 2 1 ∫ 2 0 x2 − 2y dx dy = ∫ 2 1 x3 3 − 2yx ∣∣∣∣ x=2 x=0 dy = ∫ 2 1 ( 8 3 − 4y ) dy = 8 3 y − 2y2 ∣∣∣∣2 1 = −10 3 Observe que as integrais só são iguais porque a função é contínua no retângulo. Essa é a hipótese do teorema de Fubini. Além disso, a função não é toda positiva e, assim, o resultado da integral acima não pode representar o volume do sólido limitado pelo gráfico da função e o retângulo na base. ER 6. Determine o volume do sólido que está abaixo do pa- rabolóide hiperbólico z = 4 + x2 − y2 e acima do quadrado R = [−1, 1] × [0, 2]. Solução: Observe que a função é positiva no retângulo dado e ainda que x varia de −1 a 1 e y varia de −2 a 2. Vamos integrar primeiro em y , mantendo x constante. V = x R 4 + x2 − y2 dA = ∫ 1 −1 ∫ 2 −2 4 + x2 − y2 dy dx = ∫ 2 0 4y + x2y − y 3 3 ∣∣∣∣ y=2 y=−2 dx = 1 3 ∫ 2 0 12x2 + 32 dx = 4x3 + 32x ∣∣2 0 = 96u.v. ATIVIDADES A2. Calcule as seguintes integrais duplas: (a) x R (2y2 − 3xy3) dx dy , R = [1, 2]× [0, 3] (b) x R x sen(y) dx dy , R = [1, 4] × [ 0, π 6 ] (c) x R 1 x + y dx dy , R = [1, 2] × [0, 1] A3. Determine o volume do sólido limitado pela superfície z = x √ x2 + y e os planos x = 0, x = 1, y = 0 e y = 1. A4. Determine o volume do sólido contido no primeiro octante limitado por z = 9− y2 e pelo plano x = 2. A5. Considere a região R = [0, 1]2 ⊂ R2 e a função f : R → R definida por f (x , y) = (x − y) (x + y)3 . Verifique se x R (x − y) (x + y)3 dy dx = x R (x − y) (x + y)3 dx dy e justifique teoricamente sua resposta. 7 INTEGRAIS DUPLAS SOBRE CER- TAS REGIÕES Podemos, também, integrar funções cujo domínio da região de integração não é um retângulo. Por exemplo, para calcular o volume do sólido limitado pela superfície f (x , y) = 4− x2− y2 sobre a região D : x2 + y2 = 1. Seja R um retângulo que cobre a região D em que f possa estar definida. Defina a função F (x , y) = { f (x , y) , se (x , y) ∈ D 0 , se (x , y) 6∈ D Se a integral dupla de F sobre R existe, definimos a integral dupla de f em D por x D f (x , y) dA = x R F (x , y) dA. Como F (x , y) = 0 quando (x , y) ∈ R \ D, então ela contri- bui em nada no cálculo da integral. Assim, não importa qual retângulo tomamos. Da mesma forma que fizemos antes, se f (x , y) é positiva e é integrável em D e o volume do sólido S = {(x , y , z); 0 ≤ z ≤ f (x , y), (x , y) ∈ D} é: V (S) = x D f (x , y) dA. Além das mesmas propriedades vistas para integração num retângulo R, vale o seguinte resultado para a integral dupla sobre D. 5 Proposição. Se f e g são funções integráveis em uma região limitada do plano D e c é constante, então: ⋆ x D [f (x, y) + g(x, y)] dA = x D f (x, y) dA + x D g(x, y) dA. ⋆ x D c · f (x, y) dA = c · x D f (x, y) dA. ⋆ x D f (x, y) dA ≤ x D g(x, y) dA sempre que f (x, y) ≤ g(x, y) em D. ⋆ Se a região D é composta de duas sub-regiões D1 e D2 que não tem pontos em comum, exceto, possivelmente, os pontos de sua fronteira, então x D f (x, y) dA = x D1 f (x, y) dA + x D2 f (x, y) dA. A prova dessa proposição é feita utilizando a definição da integral dupla e propriedades dos limites. Vimos que Se f é contínua em D e se o bordo da região D é “bem comportado”, então f é integrável em D. Mas, afinal, que regiões são deste tipo e como calcular a integral dupla? Vere- mos que são mais comuns dois tipos destas regiões e como podemos calcular as integrais duplas. REGIÃO DO TIPO I Região do plano entre gráficos de funções contínuas de uma variável real x definidas num intervalo [a,b]. Mais explicita- mente, são regiões do tipo: D = {(x , y); a ≤ x ≤ b e g1(x) ≤ y ≤ g2(x)}, em que g1 e g2 são duas funções contínuas em [a, b]. x y g1(x) g2(x) a b c d Neste caso, se R = [a,b] × [c, d] contém D, então, pelo Teorema de Fubini, temos que: x D f (x , y) dA = ∫ b a ∫ d c F (x , y) dy dx = ∫ b a ∫ g2(x) g1(x) f (x , y) dy dx . REGIÃO DO TIPO II Região do plano entre gráficos de funções contínuas de uma variável real y definidas num intervalo [c, d]. Mais explicita- mente, são regiões do tipo: D = {(x , y); c ≤ y ≤ d e h1(y) ≤ x ≤ h2(y)}. em que h1 e h2 são funções contínuas em [c, d]. Também podemos calcular a integral dupla fazendo x D f (x , y) dA = ∫ d c ∫ b a f (x , y) dx dy = ∫ d c ∫ h2(y) h1(y) f (x , y) dx dy . ER 7. Calcule x D (x + 2y) dA, sabendo que D é a região limitada pelas parábolas y = x2 e y = 1 + x2. Solução: x D (x + 2y) dA = ∫ 1 −1 ∫ 1+x2 x2 (x + 2y) dy dx = ∫ 1 −1 xy + y2 ∣∣∣1+x2 x2 dx = ∫ 1 −1 (2x2 + x + 1) dx = 10 3 ER 8. Encontre o volume do sólido S que fica abaixo do para- bolóide z = x2 + y2, acima da região no plano xy e delimitada pelas superfícies y = x2 e y = 2x . 8 Solução: A região de integração (no plano xy ) é: D = {(x , y); 0 ≤ x ≤ 2, x2 ≤ y ≤ 2x}. x y e o volume V (S) é dado pela integral dupla ∫ 2 0 ∫ 2x x2 (x2 + y2) dy dx = 648 105 . ER 9. Calcule ∫ 1 0 ∫ 1 x sen(y2) dy dx . Solução: Observe que calcular esta integral não é sim- ples. A desenho da região D é x y 1 1 D≡D′ O domínio de integração D = {(x , y); 0 ≤ x ≤ 1, x ≤ y ≤ 1} pode ser escrito como D′ = {(x , y); 0 ≤ y ≤ 1; 0 ≤ x ≤ y}. Então x D sen(y2) dA = ∫ 1 0 ∫ y 0 sen(y2) dx dy = ∫ 1 0 x sen(y2) ∣∣∣y 0 dy = ∫ 1 0 y sen(y)2 dy = 1 2 [1− cos(1)]. ER 10. Calcule x D cos(2y) √ 4− sen2(x) dA, em que D = { (x , y) ∈ R2; 0 ≤ x ≤ π 2 , x ≤ y ≤ π 2 } . Solução: O que queremos é ∫ pi 2 0 (∫ pi 2 x √ 4− sen2(x) cos(2y) dy ) dx = ∫ pi 2 0 −1 2 √ 4− sen2(x) (sen(2y)| pi 2 x dx = −1 2 ∫ pi 2 0 √ 4− sen2(x) sen(2x) dx = − ∫ pi 2 0 √ 4− sen2(x) sen(x) cos(x) dx = − ∫ 1 0 u √ 4− u2 du = 1 3 [√ 4− u2 ]3 ∣∣∣1 0 = 1 3 [3 √ 3− 8] ATIVIDADES A6. Calcule as seguintes integrais duplas: (Sugestão: escreva D de forma conveniente e esboce a região D) (a) x D xy dx dy , D = {(x , y); 0 ≤ x ≤ 1, x2 ≤ y ≤ √x} (b) x D (x2 − 2xy) dx dy , D = {(x , y); 0 ≤ x ≤ 1,√x ≤ y ≤ 2− x} (c) x D e(x/y) dx dy , D = {(x , y); 1 ≤ y ≤ 2, y ≤ x ≤ y3} (d) x D x cos(y) dx dy , D é a região limitada por y = 0, y = x2 e x = 1. (e) x D 4y3 dx dy , D é a região limitada por y = x − 6 e y2 = x . (f) x D xy dx dy , D é a região do primeiro quadrante limitada pelacircunferência de centro (0, 0) e raio 1. (g) x D (x2 tan(x) + y3 +4) dx dy , D = {(x , y); x2 + y2 ≤ 2}. A7. Determine o volume do sólido S em cada um dos seguintes casos: (a) S é limitado superiormente pelo parabolóide z = x2 + y2 e sua projeção no plano xy é a região limitada por x = y2 e x2 = y . (b) S é limitado superiormente por z = xy e sua projeção no plano xy é o triângulo de vértices (1, 1), (4, 1) e (1, 2). (c) S é a região do primeiro octante limitada pelo cilindro x2+ z2 = 9 e pelos planos x = 0, y = 0, z = 0 e x + 2y = 2. (d) S é a região do primeiro octante limitado pelos três planos coordenados e pelos cilindros x2 + y2 = 9 e y2 + z2 = 9. A8. Determine o volume do sólido S em cada um dos seguintes casos: (a) S é limitado pelos planos x = 0, y = 0, z = 0 e x+y+z = 1. (b) S é a região do primeiro octante limitada pelo cilindro x2+ y2 = 1 e pelos planos y = x , x = 0, z = 0 e z = 2. (c) S é limitado pelos cilindros x2 + y2 = r2 e x2 + z2 = r2. A9. Escreva as duas integrais iteradas correspondentes à in- tegral dupla x D f (x , y) dx dy , em que D é a região do plano limitada pelas curvas y = −x2 + x + 2 e x − 2y + 1 = 0. A 10. Calcule as seguintes integrais, invertendo a ordem de integração: (a) ∫ 1 0 ∫ 3 3y ex 2 dx dy 9 (b) ∫ 3 0 ∫ 9 y2 y cos(x2) dx dy (c) ∫ 1 0 ∫ 0 asen(y) cos(x) √ 1 + cos2(x) dx dy A11. Esboce a região delimitada pelos gráficos das equações y = 1 x2 , y = −x2 e 1 ≤ x ≤ 2 e ache a sua área utilizando integrais duplas. A 12. A integral dupla pode representar o volume de um só- lido sob uma superfície S e sobre uma região R do plano xy . Descreva S , esboce R e calcule a integral nos seguintes casos: (a) ∫ 4 0 ∫ 2 −1 3 dy dx (b) ∫ 1 0 ∫ 3−x2 3−x √ 25− x2 − y2 dy dx (c) ∫ 1 −2 ∫ 1−x2 x−1 x2 + y2 dy dx A13. Calcule o volume do sólido delimitado superiormente pelo plano z = 4−x−y , inferiormente pela região R delimitada por x = 0, x = 2, y = 0 e 4y − x = 2 e lateralmente pelo cilindro vertical cuja base é o contorno de R. Esboce o sólido. A14. Calcule o volume do sólido no primeiro octante, delimi- tado pelo plano z+y = 2 e pelo cilindro vertical que contorna a região plana delimitada pelas curvas y = x2 e y = x . Esboce o sólido. A15. Calcule o volume do sólido no primeiro octante, delimi- tado pelos cilindros x2 + y2 = 16 e x2 + z2 = 16. Esboce o sólido. A 16. Calcule o volume do sólido delimitado pela superfície z = 1 − x2 (cilindro parabólico) e pelos planos z = 0, y = 0 e x + y = 4. RIEMANN, BERNHARD Riemann, Bernhard (1826-1866) Fonte: Riemann nasceu em Hanover, Alemanha. Foi uma criança bri- lhante e leu as obras de Euler e Legendre quando ainda era ga- roto. Ingressou nas universida- des de Göttingen e de Berlim. Obteve seu doutorado sob a ori- entação de Gauss, com uma tese sobre a teoria das variáveis com- plexas. Também trabalhou com o físico Wilhelm Weber. Durante seus primeiros trabalhos tentou introduzir as idéias fundamentais da geometria diferencial. Continuou estudando e contribuiu no campo da dinâmica, da geometria não-euclidiana e da física computacional. Pros- seguiu seus trabalhos como palestrante em Göttingen e, por fim, tornou-se professor em 1859. Infelizmente, sofria de tu- berculose e nos últimos anos de vida só pôde se dedicar ao trabalho algumas horas por dia. 10 AULA 03 O PLANO POLAR APRESENTAÇÃO O sistema de coordenadas polares é um outro dispositivo que podemos utilizar para localizar pontos no plano e, consequen- temente, representar lugares geométricos através de equa- ções. Um dos principais fatores que justificam a introdução desse sistema de coordenadas se deve ao fato de que alguns lugares geométricos neste possuem equações mais simples do que no de coordenadas cartesianas. COORDENADAS POLARES Um ponto no plano é localizado através de um sistema de coor- denadas. Por exemplo, o sistema de coordenadas cartesianas xOy já estudado. Outro sistema de coordenadas muito utilizado é o de coorde- nadas polares onde considera- remos uma semi-reta horizon- tal e fixa, chamada de eixo po- lar, e de origem em um ponto O, chamado de pólo. A semi- reta perpendicular que passa por O chamaremos de eixo a 90◦ ou eixo normal. r O A P(r , θ) θ Qualquer ponto P do plano será localizado no sistema de coordenadas polares pelo par (r , θ) denominado coordenadas polares, onde r indica a distância do ponto P ao pólo O e é denominado raio vetor ou raio polar , e o ângulo θ obtido da rotação do eixo polar até o segmento OP, o qual chamaremos de ângulo vetorial ou ângulo polar de P. O ângulo polar, geralmente, tem sua unidade de medidas em graus ou em radiano. Quando não está indicada nas co- ordenadas polares de um ponto P, a unidade de medida é o radiano. Por exemplo, P1(3, 30◦) e P2 ( −2, π 4 ) . Observe que, nas coordenadas de P2 o ângulo é π 4 rad . Consideraremos o ângulo polar positivo quando a rotação do eixo polar for feita no sentido anti-horário e, o negativo, no sentido horário, tal como fazemos no estudo de trigonometria. Se P(r , θ) possui raio ve- tor negativo (r < 0) de- vemos rotacionar o eixo polar em π + θ e marcar |r | unidades a partir do pólo O. 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ Ao pólo podemos associar o par de coordenadas (0, θ), em que θ representa um ângulo qualquer. Assim, se r = 0 e θ é um ângulo qualquer, o par de refere às coordenadas do pólo. CONVERSÃO DE MEDIDAS DE ÂNGU- LOS Para convertermos um ângulo cuja unidade de medida é o ra- diano em radiano, ou vice-versa, devemos utilizar a seguinte relação: 1 volta 360◦ 2π rad ou melhor ainda 1/2 volta 180◦ π rad. ER 11. Transforme em radianos o ângulo que mede: (a) 30◦ (b) 45◦ (c) 60◦ Solução: Temos que: 180◦ π rad 30◦ a rad 180◦ π rad 45◦ b rad 180◦ π rad 60◦ c rad Segue que, a = 30π 180 = π 6 . b = 45π 180 = π 4 . c = 60π 180 = π 3 . ER 12. Transforme em graus o ângulo de 1 rad Solução: Temos que 180◦ π rad x◦ 1 rad Segue que x = 180 ◦ π ≈ 180 ◦ 3, 14 ≈ 57, 3◦. ATIVIDADES A17. Transforme em radianos o ângulo que mede: (a) 150◦ (b) 210◦ (c) 330◦ A 18. Utilizando o papel de coordenadas polares (a se- guir), posicione os pontos no plano dadas suas coordena- das polares: A ( 2, π 3 ) , B ( −3, π 2 ) ,4C ( −5, 3π 4 ) , D ( 6, 7 π 3 ) , E ( 3 2 ,−4π 3 ) , F (−2, 315◦), G ( 4,−π 3 ) , H ( −√2,−π 6 ) , I (−3, 15◦), J ( 4, π 6 ) , K ( 5, 7π 4 ) , L ( −4, 11π 6 ) , M(1, 1), N(6, 2). 11 45◦135◦ 180◦ 225◦ 315◦ 30◦ 60◦120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 300◦ 330◦ IGUALDADE ENTRE DOIS PONTOS EM COORDENADAS POLARES Representemos, no plano polar, o conjunto de pontos{( 2, π 6 + 2kπ ) ; k ∈ Z } . Para isto, atribua valores inteiros a k e veja o que acontece. Você, provavelmente, encontrará: 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ Observe que um ponto P(r , θ) em coordenadas polares de- termina um único ponto no plano. Entretanto, a recíproca não é verdadeira, pois, um ponto P(r , θ) do plano pode ser repre- sentado por (r , θ+2kπ) ou por (−r , θ+(2k+1)π), onde r ∈ R, θ em radianos e k ∈ Z. De forma resumida, temos: (r , θ) = ( (−1)k · r , θ + kπ ) , k ∈ Z. (1) ATIVIDADES A19. Verifique quais dos seguintes pares de coordenadas po- lares representa o ponto P ( 2, π 3 ) . A ( 2, 5π 3 ) , B ( −2, 13π 3 ) , C ( 1, π 3 ) , D( 2, 25π 3 ) , E ( 2, 11π 3 ) , F ( −2, 37π 3 ) . A20. Dados os pontos P1(3, 5 π 3 ), P2(−3, 330◦), P3(−1,−π 3 ), P4(2,−315◦), P5(0, 53◦), P6(0, epi) e P7(1, 3), determine: (a) a representação gráfica de cada um desses pontos no plano polar; (b) três outros conjuntos de coordenadas polares para os pontos P3 e P4; (c) as coordenadas retangulares dos pontos P1, P5 e P7; (d) quais desses pontos coincidem com o ponto P(3, 2310◦); A21. Determine os valores de x e y sabendo que os pontos (x − 3, 30◦) e (2, y − 60◦) são iguais. DETERMINAÇÃO PRINCIPAL DE UM PONTO Um ponto (r , θ) em coordenadas polares se encontra em sua determinação principal se, e somente se,{ r ≥ 0 θ ∈ [0, 2π). Adota-se a determinação principal do pólo como sendo o par (0, 0). Observemos que, por definição, o pólo é o único ponto do plano polar que não possui um conjunto principal. ATIVIDADES A 22. Encontre a determinação principal dos pon- tos: P1 ( −3, 51π 3 ) , P2(−3, 3.320◦), P3 ( −1,−17π 3 ) , P4(2,−715◦) e P5(4, 530◦). TRANSFORMAÇÕES ENTRE COORDE- NADAS POLARES E RETANGULARES Façamos coincidir as origens e os eixos Ox e polar dos siste- mas de coordenadas cartesiano e polar, respectivamente. Seja P um ponto tal que, (x , y) são as suas coordenadas cartesi- anas e (r , θ) as suas coordenadas polares. De acordo com a figura abaixo temos X Y r x y O P(r , θ) θ Logo, { x = r · cos(θ), y = r · sen(θ). Como x2 + y2 = r2, temos que r = ± √ x2 + y2, cos(θ) = ± x√ x2 + y2 , θ = atan ( y x ) , sen(θ) = ± y√ x2 + y2 . 12 ATIVIDADES A23. Determine as coordenadas cartesianas do ponto P cujas coordenadas polares são: (a) ( 2, atan ( 1 2 )) ; (b) ( 4, 2π 3 ) . A24. Quais as coordenadas polares do ponto P(3,−√3) do sistema de coordenadas cartesianas? A 25. Determinar a equação polar do lugar geométrico cuja equação retangular é: (a) y = 1− 2x ; (b) x2 − y − 8x + 1 = 0; (c) x2 + y2 − 4x − 2y + 1 = 0. A 26. Determinar a equação retangular do lugar geométrico cuja equação polar é: (a) 2 = r cos(θ); (b) r(1 + cos(θ)) = 2; (c) r = 5. DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS EM COORDENADAS POLARES Sejam P1(r1, θ1) e P2(r2, θ2) dois pontos do plano expresso em coordenadas polares. r1 r2 O P1(r1, θ1) P2(r2, θ2) θ1 θ2 θ1 − θ2 δ Observe, na figura, que a distância entre eles é consequên- cia imediata da lei dos cossenos. De fato, no triângulo △OP1P2, temos que δ2 = r21 + r 2 2 − 2r1r2 cos(θ1 − θ2) ⇔ d(P1,P2) = √ r21 + r 2 2 − 2r1r2 cos(θ1 − θ2). EXERCÍCIO PROPOSTO A 27. Classifique, quanto aos lados, o triângulo de vértices P1 ( 3, π 6 ) , P2 ( 7, π 3 ) e P3 ( 3, π 2 ) . EQUAÇÃO POLAR Uma equação polar é qualquer equação do tipo f (r , θ) = 0. (2) A relação dada em (2) representa um lugar geométrico. Vere- mos, por exemplo, que C : r = 3 é a equação que descreve uma circunferência de centro no pólo e raio 3 u. Observe que o ponto P ( −3, π 2 ) ∈ C , pois, ( 3, π 2 ) satisfaz a equação de C . Assim, vemos que é possível termos um ponto que per- tença ao lugar geométrico definido por f (r , θ) = 0 sem que esta igualdade seja verificada. Além disso, equações polares distintas podem representar o mesmo lugar geométrico como, por exemplo, r = 3 e r = −3. 6 Definição. Duas equações polares f (r , θ) = 0 e g(r , θ) = 0 são equivalentes se representam o mesmo lugar geométrico. Temos ainda que equações equivalentes se classificam em triviais e não triviais, respectivamente, equações equivalentes que possuem ou não o mesmo conjunto solução. Por exemplo, as equa- ções C1 : r = 3 e C2 : 2r = 6 repre- sentam uma circunferên- cia de centro no pólo e raio 3 e apresentam o mesmo conjunto solução (S = {(3, θ), θ ∈ R}), portanto, são equações equivalentes triviais. O P 3 Já as equações polares C1 : r = 3 e C2 : r = −3 re- presentam também uma circunferência de centro no pólo e raio 3, porém, não apresentam o mesmo conjunto solução (S1 = {(3, θ), θ ∈ R} e S2 = {(−3, θ), θ ∈ R}), portanto, são equações equivalentes não triviais. CONJUNTO ABRANGENTE 7 Definição. Abrangente é o conjunto de todas as equações equivalentes a de uma curva C : f (r , θ) = 0. 8 Teorema. Seja C uma curva definida pela equação f (r , θ) = 0. Então as equações polares da forma f [(−1)k · r , θ + kπ] = 0, k ∈ Z, são equivalentes à equação f (r , θ) = 0. A prova deste teorema é direta e é deixada para o leitor. Desta forma, se C uma curva definida pela equação f (r , θ) = 0, o conjunto abrangente da curva C associada à equação f (r , θ) = 0 ou o conjunto abrangente da curva C : f (r , θ) = 0, é dado por E(C) = {f [(−1)k · r , θ + kπ)] = 0; k ∈ Z}. (3) Uma equação polar é chamada de abran- gente se o seu conjunto abrangente é unitário. Nota 1. Se um ponto, diferente do pólo, pertence a uma curva C , então todo par de coordenadas polares de P satisfaz a pelo menos uma equação do conjunto abran- gente da curva C . Em outras palavras, E(C) é abran- gente se qualquer um dos pontos de C , distinto do pólo, satisfaz a uma das equações de E(C). 13 Nota 2. O pólo pertence a uma curva C , definida pela equação f (r , θ) = 0 se, e somente se, a equação em θ, f (0, θ) = 0, possuir conjunto solução nos reais não vazio. ER 13. Determine um conjunto abrangente para as seguintes curvas: C1 : r = 2 e C2 : r · cos(θ) = 2. Solução: (a) f (r , θ) = r − 2 = 0. Portanto, f [(−1)k · r , θ + kπ) = (−1)k · r − 2 = 0. Se k é par, ou seja, k = 2n, n ∈ Z, temos que (−1)2n · r − 2 = 0. Assim, r = 2. Para k ímpar (k = 2n + 1, n ∈ Z) temos que (−1)2n+1 · r − 2 = 0. Assim, r = −2. Logo, E(C1) = {r = −2, r = 2}. (b) f (r , θ) = r · cos(θ)− 2 = 0. Portanto, f [(−1)k · r , θ+ kπ) = (−1)k · r · cos(θ + kπ) − 2 = 0. Observemos a tabela: k = 2n k = 2n + 1 (−1)k · r r −r cos(θ + kπ) cos(θ) − cos(θ) Segue que, E(C2) = {r cos(θ) = 2}. ATIVIDADES A 28. Mostre que a equação C : r2 = a cos(2θ), a ∈ R∗, é abrangente. A29. Verifique, em cada item, se o ponto P pertence à curva C : (a) P(4, π) e C : r(1 + 2 cos(θ)) = 4; (b) P é o pólo e C : r2 = 3− 2 cos(θ); (c) P é o pólo e C : r = 2− 3 sen(2θ); (d) P ( −2, 3π 4 ) e C : r2 + 4 sen(θ) = 0. EQUAÇÃO POLAR DA RETA A necessidade de trabalharmos com equações polares de re- tas, apesar da simplicidade das equações destas na forma car- tesiana, é evidente quando esta está associada a problemas com outras curvas na forma polar. Por exemplo, a interseção de curvas. A obtenção das equações polares das retas será feita de duas formas distintas. Primeiro, obteremos a equação polar da reta que não passa pelo pólo e, por fim, a que passa pelo pólo. EQUAÇÃO POLAR DA RETA QUE NÃO PASSA PELO PÓLO Consideremos inicialmente uma reta ℓ que não passa pela pólo e tomemos os pontos P(r , θ) qualquer e N(ρ,α) de modo que o triângulo ONP seja retângulo em N. r ρ O P(r , θ) N(ρ,α) θ α θ − α Portanto, cos(θ − α) = ρ r Rightarrowρ = r cos(θ − α). (4) Aplicando-se, na equação (4), o cosseno da diferença pode- mos obter a equação geral da reta em coordenadas retangula- res x cos(α) + y sen(α) − ρ = 0. (5) EQUAÇÃO POLAR DA RETA QUE PASSA PELO PÓLO A reta que passa pelo pólo é o lugar geométrico dos pontos P(r , θ) cujo ângulo vetorial θ será constante, ou seja, θ = α, ou ainda, θ = α+ 2kπ, k ∈ Z. O α CASO PARTICULARES DE RETAS RETA PARALELA AO EIXO POLAR Uma reta paralela ao eixo polar possui ângulo vetorial côngruo a π 2 + kπ, k ∈ Z. OAssim, ρ = r cos ( θ − π 2 − kπ ) = r cos ( θ − π 2 ) = r sen(θ). RETA PERPENDICULAR AO EIXO POLAR Uma reta perpendicular ao eixo polar possui o ângulo vetorial côngruoa kπ, k ∈ Z. Portanto, ρ = r cos (θ − kπ) = r cos(θ). O Assim, podemos apresentar o seguinte teorema que abrange as equação polares das retas. 9 Teorema. Seja (ρ,α) o conjunto principal de coordenadas polares do pé da normal traçada desde o pólo a qualquer reta no plano polar. A equação polar da reta é dada por ρ = cos(θ− α). Se a reta passa pelo pólo, então sua representação é dada apenas pelo ângulo θ, 0 ≤ θ < π. Se a reta é paralela ao eixo a 90◦ e sua distância ao pólo for ρ unidades teremos r cos(θ) = ±ρ. Se a reta é paralela ao eixo polar e sua distância ao pólo for ρ unidades teremos r sen(θ) = ±ρ. 14 ATIVIDADES A30. Transforme as equações das retas, dadas em sua forma polar, em sua forma retangular. (a) 1 r = 1 4 cos(θ) + √ 3 4 sen(θ); (b) 1 r = √ 2 2 cos(θ) + √ 2 2 sen(θ). (c) 2 = r sen(θ) (d) θ = 2π 3 A 31. Determine a equação polar da reta que passa por P ( 4, π 3 ) e é perpendicular ao raio vetor de P. EQUAÇÃO POLAR DA CIRCUNFE- RÊNCIA Como a circunferência é o lugar geométrico dos pontos P(r , θ) que equidistam de um ponto fixo C , temos: d(C ,P) = a. Desenvolvendo-se esta igualdade obtemos a equação polar da circunferência: r2 − 2cr · cos(θ − α) + c2 − a2 = 0. Ao desenvolvermos cos(θ − α), obtemos: r2 − 2c cos(α)r cos(θ)− 2c sen(α)r sen(θ) + c2 − a2 = 0. ATIVIDADE A 32. Qual a medida do raio e as coordenadas do centro da circunferência r2 − 4r cos ( θ − 5π 6 ) = 5? SIMETRIAS Dois pontos P e P′ são simétricos em relação a um conjunto K se a distância entre K e os pontos P e P′ são iguais. Den- tre as simetrias existentes, destacamos as simetrias central e axial, onde os conjuntos K são um ponto e uma reta, respecti- vamente. EM RELAÇÃO AO EIXO POLAR Dado um ponto P(r , θ), o seu simétrico em relação ao eixo polar é o ponto P′(r ′, θ′) se, e somente se, r r ′ O A P(r , θ) P′(r ′, θ′) θ θ′ r ′ · r > 0 e θ′ + θ = 2kπ, k ∈ Z, ou r ′ · r < 0 e θ′ + θ = (2k + 1)π, k ∈ Z. Geralmente, podemos nos limitar a trabalhar com: (r , θ) é simétrico a (r ,−θ) ou a (−r , π − θ). EM RELAÇÃO AO EIXO A pi 2 RAD Dado um ponto P(r , θ), o seu simétrico em relação ao eixo π 2 rad é o ponto P′(r ′, θ′) se, e somente se, rr ′ O P(r , θ)P′(r ′, θ′) θ θ′ r ′ · r > 0 e θ′ + θ = (2k + 1)π, k ∈ Z, ou r ′ · r < 0 e θ′ + θ = 2kπ, k ∈ Z. Geralmente, podemos nos limitar a trabalhar com: (r , θ) é simétrico a (−r ,−θ)ou a (r , π − θ). EM RELAÇÃO AO PÓLO Dado um ponto P(r , θ), o seu simétrico em relação ao polo é o ponto P′(r ′, θ′) se, e somente se, r r ′ O P(r , θ) P′(r ′, θ′) θ θ′ r ′ · r > 0 e θ′ − θ = (2k + 1)π, k ∈ Z, ou r ′ · r < 0 e θ′ − θ = 2kπ, k ∈ Z. Geralmente, podemos nos limitar a trabalhar com: (r , θ) é simétrico a (r , π + θ) ou a (−r , θ). ER 14. Determine as coordenadas polares dos pontos P′ simétricos de P ( 2, π 3 ) em relação ao eixo polar, ao eixo a 90◦ pólo e ao pólo, respectivamente. Solução: Simetria em relação: (a) ao eixo polar (θ→ −θ): P′ ( 2,−π 3 ) ; (b) ao eixo a 90◦ (r → −r e θ → −θ): P′ ( −2,−π 3 ) ; (c) ao pólo (r → −r ): P′ ( −2, π 3 ) . 15 CURVAS SIMÉTRICAS EM RELAÇÃO A UM EIXO OU A UM PONTO 10 Definição. Uma curva C ′ é simétrica de outra C em rela- ção ao eixo a (ou em relação ao ponto O), se para todo ponto P ∈ C , existe um ponto P′ ∈ C ′ simétrico em relação ao eixo a (ou em relação ao ponto O). Claramente, C é simétrica de C ′. A partir desta definição podemos estabelecer a equação po- lar de uma curva C ′ simétrica C em relação a um eixo a (ou em relação ao ponto O). Sejam P(r , θ) um ponto da curva C de equação polar f (r , θ) = 0 e P′(r ′, θ′) o ponto de C ′ simétrico de P em re- lação ao eixo a (ou em relação ao ponto O). Podemos então estabelecer as relações de transformações entre coordenadas de P e P′. { r = g(r ′) θ = h(θ′) Utilizando-se estas igualdades obtemos: f (g(r ′), h(θ′)) = 0, que é uma equação polar que relaciona as coordenadas de P′. Logo, é uma equação da curva C ′. ER 15. Determine a equação da curva simétrica de C : r = 3 sen(2θ), em relação: (a) ao eixo polar; (b) ao eixo à 90◦; (c) ao pólo. Solução: Façamos: (a) r = r ′ e θ = −θ′. Logo, C ′ : r ′ = 3 sen(2(−θ′)) ⇔ C ′ : r ′ = −3 sen(2θ′). (b) r = −r ′ e θ = −θ′. Logo, C ′ : −r ′ = 3 sen(2(−θ′)) ⇔ C ′ : −r ′ = −3 sen(2θ′) ⇔ C ′ : r ′ = 3 sen(2θ′). (c) r = −r ′ e θ = θ′. Logo, C ′ : −r ′ = 3 sen(2θ′) ⇔ C ′ : r ′ = −3 sen(2θ′). Quando a curva C ′, simétrica de C em relação ao eixo a (ou ao ponto O), coincide com ela própria (a curva simétrica de C é C ), dizemos que a curva C é simétrica em relação a a (ou em relação a O). No item anterior, podemos concluir que C é simétrica em relação ao eixo à 90◦. No entanto, mesmo sendo as equações dos ítens (a) e (c) diferentes da equação de C , temos que averiguar se estas equações são equivalentes à equação de C . Para isso, vamos determinar um conjunto abrangente de C . k = 2n k = 2n + 1 (−1)k · r r −r sen(2(θ + kπ)) sen(2θ) − sen(2θ) Logo, E(C) = {r = 3 sen(2θ), r = −3 sen(2θ)}. Podemos, portanto, concluir que a curva C é, também, simétrica em relação ao eixo polar e ao pólo. TRAÇADO DE CURVAS EM COORDENA- DAS POLARES O processo de construção de curvas em coordenadas polares consiste das seguintes etapas: 1. Determinar as interseções com o eixo polar e o eixo a 90◦; — eixo polar: fazemos θ = nπ, n ∈ Z; — eixo a 90◦: fazemos θ = nπ 2 , n ∈ Z e ímpar; — pólo: fazemos r = 0 na equação da curva para obter θ. 2. Determinar a simetria do lugar geométrico — Uma curva é simétrica em relação ao eixo polar se obtemos uma equação equivalente à curva dada, por pelo menos uma das seguintes substituições: ⋄ θ por −θ ou, ainda, −θ por π − θ e r por −r ; — Uma curva é simétrica em relação ao a 90◦ se obtemos uma equação equivalente à curva dada, por pelo menos uma das seguintes substituições: ⋄ θ por π − θ ou, ainda, θ por −θ e r por −r ; — Uma curva é simétrica em relação ao pólo se ob- temos uma equação equivalente à curva dada, por pelo menos uma das seguintes substituições: ⋄ θ por π + θ ou, ainda, r por −r . 3. A extensão do lugar geométrico: estudamos aqui o inter- valo de variação de r na equação dada. 4. O cálculo das coordenadas de um número suficiente de pontos a fim de se obter um gráfico adequado. 5. O desenho do lugar geométrico. 6. Transformar a equação dada em sua forma polar em sua forma retangular. ER 16. Traçar o gráfico da curva C : r = 1 + 2 cos(θ). Solução: 1. Interseções com o eixo polar e o eixo a 90◦; eixo polar: fazemos θ = nπ, n ∈ Z : r = 1 + 2 cos(nπ) n θ = nπ r (r , θ) 0 0 1 + 2 cos(0) = 3 (3, 0) 1 π 1 + 2 cos(π) = −1 (−1, π) 2 2π 1 + 2 cos(2π) = 3 (3, 2π) 16 eixo a 90◦: fazemos θ = nπ 2 , n ∈ Z e ímpar; n θ = n π 2 r (r , θ) 1 π 2 1 = 1 ( 1, π 2 ) 3 3π 2 1 = 1 ( 1, 3 π 2 ) 5 5π 2 1 = 1 ( 1, 5 π 2 ) Perceba que o processo de substituição é finito, uma vez que os pares (1, 0) e (3, 2π) (no primeiro caso) representam, no sistema de coordenadas polares, o mesmo ponto, e os pares ( 1, π 2 ) e ( 1, 3 π 2 ) (no se- gundo) representam o mesmo ponto. pólo: fazemos r = 0 na equação da curva para obter θ. 0 = 1 + 2 cos(θ) ⇔ cos(θ) = −1 2 ⇔ θ = 2π 3 . 2. Determinar a simetria do lugar geométrico simetria em relação ao eixo polar: substituamos θ por −θ: r = 1 + 2 cos(−θ) ⇔ r = 1 + 2 cos(θ). Como a equação obtida é equivalente a da curva C , a curva é simétrica em relação ao eixo polar. simetria em relação ao eixo a noventa: substituamos θ por −θ e r por −r ; −r = 1 + 2 cos(−θ) ⇔ r = −1− 2 cos(θ). Como a equação obtida não é equivalentea da curva C , não existe simetria em relação ao eixo a noventa. simetria em relação ao pólo: substituamos r por −r ; −r = 1 + 2 cos(θ)⇔ r = −1− 2 cos(θ). Novamente a equação obtida não é equivalente a da curva C . Portanto, não existe simetria em relação ao pólo. 3. A extensão do lugar geométrico: −1 ≤ cos(θ) ≤ 1 ⇔ −2 ≤ 2 cos(θ) ≤ 2 ⇔ −1 ≤ 1 + 2 cos(θ) ≤ 3 ⇔ −1 ≤ r ≤ 3 Logo, a curva C possui extensão limitada. 4. O cálculo das coordenadas de um número suficiente de pon- tos a fim de se obter um grá- fico adequado. 5. Marcação dos pontos no sistema de coordenadas pola- res. θ r π 6 1 + 2 √ 3 2 = 1 + √ 3 π 4 1 + 2 √ 2 2 = 1 + √ 2 π 3 1 + 2 1 2 = 2 π − π 6 = 5π 6 1− 2 √ 3 2 = 1−√3 π − π 4 = 3π 4 1− 2 √ 2 2 = 1−√2 π − π 3 = 2π 3 1− 21 2 = 0 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 6. Transformar a equação dada em sua forma polar em sua forma retangular. r = 1 + 2 cos(θ) ⇔ r2 = r + 2r cos(θ) ⇔ r2 − 2r cos(θ) = r ⇔ (r2 − 2r cos(θ))2 = r2 ⇔ (x2 + y2 − 2x)2 = x2 + y2 ATIVIDADES A33. Traçar o gráfico da curva C : r = 2(1− cos θ). A34. Traçar o gráfico da curva C : r = 1− 2 sen θ. A35. Traçar o gráfico da curva C : r = 2 cos(2θ). CURVAS NOTÁVEIS EM COORDENADAS POLARES Podemos facilmente traçar e identificar, em coordenadas pola- res o gráfico das Limaçons, das Rosáceas, das Lemniscatas e 17 das Espirais de Arquimedes, as quais chamaremos de curvas notáveis. Este tratamento é feito pelo reconhecimento de uma equação polar característica ou pelo gráfico da curva no plano polar. LIMAÇONS São três os tipos de Limaçons: as Cardióides, as Limaçons sem laço e as com laço. Suas equações polares, com a ∈ R∗ e b ∈ R∗+, duas constantes reais não nulas, se restringem a: r = a± b · cos(θ),(6) r = a ± b · sen(θ) (7) Observe que em (6) existe simetria em relação ao eixo polar, enquanto que em (7) a simetria se dá em relação ao eixo a 90◦. CARDIÓIDE (|a| = b) 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ LIMAÇON SEM LAÇO (|a| > b) 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ LIMAÇON COM LAÇO (|a| < b) 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ Para traçarmos rapidamente o gráfico de uma Limaçon é suficiente determinarmos as intersecções com os eixos polar e a 90◦ e com o pólo, caso exista, e identificarmos a curva mediante a seguinte classificação. ROSÁCEAS A equação polar das rosáceas é r = a · cos(nθ) (8) r = a · sen(nθ), (9) com a ∈ R \ {0}, n ∈ Z \ {0,±1}. A quantidade de pétalas é obtida do seguinte fato: – se n é par, o número de pétalas da rosácea é dado por: 2 · n; – se n é ímpar, o número de pétalas da rosácea é dado por: n. O ângulo entre dois eixos de simetria consecutivos é dado por 2π p , onde p é o número de pétalas. 18 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ Para o traçado rápido de uma rosácea é suficiente determi- narmos a extensão do lugar geométrico (a), a quantidade de pétalas e o espaçamento entre elas e a primeira pétala que será construída sobre o eixo de simetria θ = 0 ou θ = π 2n caso as equações sejam, respectivamente, r = a cos(nθ) ou r = a sen(nθ). LEMNISCATAS São curvas cuja equação é do tipo r2 = a cos(2θ) ou r2 = a sen(2θ), com a ∈ R \ {0}. Devemos observar que se a é positivo, tanto cos(2θ) quanto sen(2θ) são positivos, e se a é negativo, tanto cos(2θ) quanto sen(2θ) são negativos, visto que r2 > 0. 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ Para o traçado rápido da Lemniscata é suficiente determi- narmos a sua extensão ( √|a|) e encontrarmos os valores de θ para os quais r = √|a|. ESPIRAL DE ARQUIMEDES 11 Definição. São curvas cuja equação é do tipo r = aθ, a ∈ R∗. (10) Para o traçado rápido da Espiral de Arquimedes, verifique- mos que a curva de equação (10): 1. passa pelo pólo. De fato, para r = 0, em (10), temos θ = 0. 2. é simetria em relação ao eixo à 90◦. O conjunto de pontos simétricos a (r , θ) satisfaz a mesma equação. De fato, −r = a · (−θ) equivale a r = a · θ. De forma análoga, verifica-se que não existe simetria tanto em relação ao eixo polar quanto em relação ao pólo. 3. possui extensão ilimitada, pois, não existe um círculo tal que todos os pontos da Espiral sejam pontos interiores. GRÁFICO DA ESPIRAL DE ARQUIMEDES Para o traçado rápido da Espiral de Arquimedes é suficiente atribuir valores a θ e encontrar o valor de r , marcando-se estes pontos. Por exemplo, considere a Espiral de Arquimedes de equação r = 1 2 · θ. Atribuindo-se alguns valores a θ, encontra- mos os respectivos valores de r (veja a tabela). θ r Graus rad 0 0 0 30 pi 6 0, 261799388 45 pi 4 0, 392699082 60 pi 3 0, 523598776 90 pi 2 0, 785398163 120 2pi 3 1, 047197551 135 3pi 4 1, 178097245 150 5pi 6 1, 308996939 180 π 1, 570796327 210 7pi 6 1, 832595715 225 5pi 4 1, 963495408 240 4pi 3 2, 094395102 270 3pi 2 2, 356194490 300 5pi 3 2, 617993878 315 7pi 4 2, 748893572 330 11pi 6 2, 879793266 360 2π 3, 141592654 390 13pi 6 3, 403392041 405 9pi 4 3, 534291735 420 7pi 3 3, 665191429 450 5pi 2 3, 926990817 45◦ 90◦135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 19 θ r Graus rad 0 0 0 −30 −pi 6 −0, 2617994 −45 −pi 4 −0, 3926991 −60 −pi 3 −0, 5235988 −90 −pi 2 −0, 7853982 −120 − 2pi 3 −1, 0471976 −135 − 3pi 4 −1, 1780972 −150 − 5pi 6 −1, 3089969 −180 −π −1, 5707963 −210 − 7pi 6 −1, 8325957 −225 − 5pi 4 −1, 9634954 −240 − 4pi 3 −2, 0943951 −270 − 3pi 2 −2, 3561945 −300 − 5pi 3 −2, 6179939 −315 − 7pi 4 −2, 7488936 −330 − 11pi 6 −2, 8797933 −360 −2π −3, 1415927 −390 − 13pi 6 −3, 4033920 −405 − 9pi 4 −3, 5342917 −420 − 7pi 3 −3, 6651914 −450 − 5pi 2 −3, 9269908 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ Nota 3. Observe que ao atribuirmos valores a θ não negativos, a espiral girou no sentido anti- horário. No caso contrário, o giro se deu no sentido horário. Portanto, po- demos concluir que o gráfico de uma Espiral de Arquimedes é: 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ ATIVIDADES A36. Determine a equação da curva cujos gráficos se encon- tram a seguir: (a) 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ (b) 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ (c) 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ (d) 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ (e) 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ (f) 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ A37. Considere as curvas C1 : r = 3[1 − 2 cos(θ)], C2 : r2 = −4 sen(2θ) e C3 : r = 4 cos(3θ). Marque V se verdadeiro ou F se falso para as afirmativas a seguir: (a) ( ) A curva C3 e é simétrica em relação ao eixo polar; (b) ( ) A curva C2 é uma Lemniscata de extensão máxima igual a 4; (c) ( ) A curva C1 é uma Limaçon com laço; (d) ( ) A curva C1 contém o pólo; (e) ( ) A curva C3 é uma rosácea de 3 pétalas e é simétrica em relação ao pólo. A38. Esboce o gráfico das curvas dadas a seguir: (a) r = sen(4θ) (b) r = cos(5θ) (c) r = cos(4θ) (d) r = sen(5θ) (e) r2 = − cos(2θ) (f) r2 = sen(2θ) INTERSEÇÃO DE CURVAS EM COORDE- NADAS POLARES Muitos problemas em Matemática que apresentam uma solu- ção recaem em um sistema de n equações com n incógnitas. Esta solução geometricamente significa o ponto de interseção das n curvas que cada equação do sistema representa. Em coordenadas cartesianas, a solução de um sistema é fa- cilmente encontrado, principalmente quando as equações que o constituíam eram relativamente simples. Em coordenadas polares, devemos ter um pouco mais de cuidado! Um ponto do plano possui um número infinito de pares que o localiza. Sendo assim, pode acontecer que um ponto de interseção entre duas curvas, satisfaça uma equação com um par de coordenadas e a uma outra com um outro par de coordenadas. Conseqüente- mente, nenhum desses pares será uma solução para o sistema 20 formado pelas equações das curvas envolvidas, ou seja, as co- ordenadas do ponto de interseção das curvas devem satisfazer a todas as equações do sistema. Este problema é facilmente contornado se utilizarmos as equações dos conjuntos abrangentes das curvas para formar todos os outros possíveis sistemas através de uma combina- ção destas equações. As soluções encontradas constituem as coordenadas polares de todos os pontos de interseção das curvas, exceto, possivelmente, o pólo. Devemos ainda verificar se cada uma dessas curvas passa pelo pólo, determinando-se, por fim, o conjunto de pontos de interseção. O fato de conhecermos as curvas e suas propriedades po- derá nos fornecer dados que, na maioria das vezes, reduzem a necessidade da resolução de todos os sistemas que podem ser formados com as equações dos conjuntos abrangentes das curvas envolvidas. Nota 4 (Resumindo). Dada as curvas C1 : f (r , θ) = 0 e C2 : g(r , θ) = 0 podemos obter os pontos de interseção se 1. determinamos o conjunto abrangente de uma das curvas; 2. resolvemos todos os sistemas formados por uma das equações fixadas e cada uma das equações do con- junto abrangente; 3. verificamos se o pólo está na interseção. Vejamos os exemplos a seguir. ER 17. Determine o conjunto dos pontos de interseção das curvas dadas a seguir: (a) C1 : r = 4 cos(2θ) e C2 : r = 2; (b) C3 : 4− 6 sen(2θ) e C4 : θ = −π 6 . Solução: (a) Consideremos os conjuntos E(C1) = {r = 4 cos(2θ), r = −4 cos(2θ)} e E(C2) = {r = 2, r = −2}, abrangentes de C1 e de C2, respectivamente. Os possíveis sistemas de equações e suas soluções são: S1 : { r = 4 cos(2θ) r = 2 Por substituição, 4 cos(2θ) = 2, ou seja, cos(2θ) = 1 2 . Segue que, 2θ = π 3 ou 2θ = −π 3 , ou seja, θ = π 6 ou θ = −π 6 . Logo, temos os pontos P1 ( 2, π 6 ) e P2 ( 2,−π 6 ) . S2 : { r = 4 cos(2θ) r = −2 S3 : { r = −4 cos(2θ) r = 2 S4 : { r = −4 cos(2θ) r = −2 De modo análogo, obtemos as soluções P3 ( −2, π 3 ) e P4 ( −2, 2π 3 ) , P5 ( 2, π 3 ) e P6 ( 2, 2π 3 ) e P7 ( −2, π 6 ) e P8 ( −2, π 6 ) dos sistemas S2, S3 e S4, respectivamente. O pólo não pertence ao conjunto solução do sistema S , visto que a curva C : r = 2, não passa pelo pólo. Assim, o conjunto solução do sistema I é I = {P1,P2,P3,P4,P5,P6,P7,P8} . Nota 5. Poderíamos obter o conjunto solução I resolvendo-se apenas um dos sistemas acima e utilizando-se o nosso conhecimentos sobre as curvas en- volvidas. De fato, a curva C1 é uma Rosácea de quatro pétalas, cujo espaçamento entre as pétalas é dado por π 2 e com uma das extremidades no ponto Q1(4, 0). A curva C2 é um círculo de centro no polo e raio 2. Se, por exemplo, considerássemos os pontos obtidos no sistema S1, os outros pontos seriam facilmente determina- dos utilizando-se as simetrias da Rosácea e do Círculo. 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ (b) Consideremos os conjuntos abrangentes E(C3) = {r = 4− 6 sen(θ), r = −4− 6 sen(θ)} e E(C4) = {−(1 + 6n)π 6 ; n ∈ Z } , respectivamente. Aqui precisaremos de um pouco mais de cuidado, pois, E(C4) é um conjunto com infinitos elementos. O procedimento usual é o de formar sistemas pela combinação de apenas uma equação do conjunto abran- gente com infinitos elementos, com as equações do conjunto abrangente com finitos elementos, esboçando-se, também, as curvas envolvidas. 21 Temos, então, os seguintes sistemas: S1 : { r = 4− 6 sen(θ) r = −π 6 S2 : { r = −4− 6 sen(θ) r = −π 6 Por substituição em S1, 4− 6 sen ( −π 6 ) = 7. Logo, temos P1 ( 7,−π 6 ) . De modo análogo, resolvemos o sistema S2: −4 − 6 sen ( −π 6 ) = −1. Daí, P2 ( −1,−π 6 ) . Para r = 0, verificamos que as equações em C3 e C4 estão satisfeitas. O conjunto de pontos de interseção é, portanto, I ={ P1 ( 7,−π6 ) ,P2 ( −1,−π 6 )} ER 18. Determine as interseções entre as curvas C1 : r = 3 e C2 : r = 6 cos(2θ). Solução: Fixemos a equação C2 e determinemos o conjunto abrangente para C1: E(C1) = {(−1)k · r = 3; k ∈ Z} = {−3, 3}. Resolvendo os sistemas:{ r = 3 r = 6 cos(2θ) e { r = −3 r = 6 cos(2θ) por substituição, obtém-se as equações cos(2θ) = 1 2 e cos(2θ) = −1 2 . Sendo assim, 2θ = ±π 3 + 2kπ e 2θ = ±2π 3 + 2kπ, com k ∈ Z. Portanto, θ = ±π 6 + 2kπ e θ = ±π 3 + 2kπ, com k ∈ Z. Vamos atribuir a n alguns valores inteiros para determi- nar os pontos de interseção. Para n = 0 achamos os pontos P1 ( 3, π 6 ) , P2 ( 3,−π 6 ) , P3 ( −3, π 3 ) e P4 ( −3,−π 3 ) . Para n = 1 achamos os pontos P5 ( 3, 7π 6 ) , P6 ( 3,−5π 3 ) , P7 ( −3, 4π 3 ) e P8 ( −3, 2π 3 ) . Para outros valores de n os pontos que serão obtidos se igualam a um dos Pi , i ∈ {1, 2, . . . , 8}. ATIVIDADE A39. Determine as interseções das curvas C1 e C2, analitica- mente: (a) { C1 : r = 2(1 + cos(θ)) C2 : θ = π 4 (b) { C1 : r = 6 sen(2θ) C2 : r = −3 (c) { C1 : r = 2(1− cos(θ)) C2 : r 2 = 16 cos(2θ) (d) { C1 : r = 4− 2 sen(θ) C2 : r = −2 + 2 sen(θ) GABARITO 17 (a) 5pi 6 ; (b) 7pi 6 ; (c) 5pi 3 . 18 45◦ 90◦ 135◦ 180◦ 225◦ 270◦ 315◦ 30◦ 60◦ 90◦ 120◦ 150◦ 180◦ 210◦ 240◦ 270◦ 300◦ 330◦ A B C D EF G H I J K L M N . 19 . 20 (b) P3(1, 120◦), P3(1, 480◦), P3(−1, 300◦), P4( √ 2, 45◦), P4(− √ 2,−135◦), P4(− √ 2, 225◦) (c) P1 ( 3 2 ,−3 √ 3 2 ) ; P5(0, 0); P7(cos 3θ, sen 3θ); (d) P2 . 21 . 22 . 23 . 24 . 25 . 26 . 27 . 28 . 29 . 30 . 31 . 32 . 33 . 34 . 35 . 36 . 37 . 38 . 39 (a) S = {(0, 0), (2 + √2,pi/4), (2 − √2, 5pi/4)} (b) S = {(3,pi/12), (3, 5pi/12), (3, 13pi/12), (3, 17pi/12)} ∪ {(−3, 7pi/12), (−3, 11pi/12), (−3, 19pi/12), (3, 23pi/12)} (c) S = {(0, 0), (4, pi), (4/7, acos(5/7)(I Q)), (4/7,− acos(5/7)(IV Q))} (d) S = {(−3,−11pi/6), (−3, 7pi/6)}. 22 AULA 04 INTEGRAIS DUPLAS EM COORDE- NADAS POLARES Se tivéssemos que cal- cular o volume do sólido que está sob o parabo- lóide z = x2+y2, acima do plano xy e dentro do cilindro x2 + y2 = 2x , o determinaríamos por: V (S) = x D (x2+y2) dA, em que D = {(x , y); (x−1)2+y2 = 1}. x y z Esta é uma região do Tipo I e, então, = V (S) = ∫ 1 0 ∫ √1−(x−1)2 − √ 1−(x−1)2 (x2 + y2) dy dx = ∫ 1 0 2x2 √ 1− (x − 1)2 + 2 3 ( √ 1− (x − 1)2)3 dx O cálculo desta integral é muito trabalhoso e uma pergunta natural é: existe uma forma mais simples de obtê-la? A res- posta é: pode existir um modo mais fácil, porém, se existir um modo, este pode ser quando mudamos o sistema de coordena- das uma vez que o valor da integral iterada não é modificada. Por exemplo, considere as regiões circulares: D1 = {(x , y) ∈ R2; x2 + y2 ≤ 1} D2 = {(x , y) ∈ R2; 1 ≤ x2 + y2 ≤ 4, 0 ≤ y} Se fizermos x = r cos(θ) y = r sen(θ) , então as regiões D1 e D2 passam a ser, res- pectivamente, x y θ R1 = {(r , θ); 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ 2π} R2 = {(r , θ); 1 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ π} A região D passa a ser R = {(r , θ) : −π 2 ≤ θ ≤ π 2 , 0 ≤ r ≤ 2 cos(θ)}, pois, substituindo-se x = r cos(θ) e y = r sen(θ) na equação x2 + y2 = 2x , temos que r = 2 cos(θ). Será, então, que V (S) = ∫ pi 2 −pi 2 ∫ 2 cos(θ) 0 r2 dθ dr? Antes de responder, note o que ocorre com f (x , y) = 1 de- finida em Da disco de centro na origem e raio fixado a. A integral dupla de f em Da é x Da 1 dx dy = πa2, pois é a área da região Da. Em coordenadas polares, temos: x R 1 dr dθ = ∫ a 0 ∫ 2pi 0 1 dr dθ = 2πa. Para se calcular a integral dupla de f (x , y) em coordenadas polares devemos, além de descrever a região e escrever a fun- ção f (x , y) em coordenadas polares, multiplicar f por um fator de correção. O que vale em coordenadas polares é a fórmula x D f (x , y) dx dy = x R f (r cos(θ), r sen(θ))r dr dθ. A fórmula acima pode ser provada diretamente da definição de integral (soma de Riemann) e o fator r aparece quando se escreve A(Ri ) em função de r e θ. Retornando ao cálculo do volume da região descrita no início do texto usando a fórmula em coordenadas polares, temos: V (S) = ∫ pi 2 −pi 2 ∫ 2 cos(θ) 0 r2r dr dθ = 4 ∫ pi 2 −pi 2 cos4(θ) dθ = 8 ∫ pi/2 0 ( 1 + cos(2θ) 2 )2 dθ = [ 2 3θ 2 + sen(2θ) + sen(4θ) 8 ]pi 2 0 = 3π 2 ER 19. Calcule x D (3x + 4y2) dA, em que D = {(x , y); 1 ≤ x2 + y2 ≤ 4, 0 ≤ y}. Solução: x D (3x + 4y2) dA = ∫ pi 0 ∫ 2 1 (3r cos(θ) + r2 sen2(θ))r dr dθ = ∫ pi 0 [ r3 cos(θ) + r4 sen2(θ) ]2 1 dθ = 15π 2 ATIVIDADES A40. Calcule x R 5xydA, em que R é a região delimitada pelas curvas de equações x2 + y2 = 6x e x2 + y2 = 18, situada no primeiro quadrante. Para ver a solução clique aqui. 23 A41. Escreva a integral que determina a área da região deli- mitada pelas curvas x2 + y2 = 9, r = 3[1+ √ 2 cos(θ)], abaixo da reta y = x e situada no primeiro quadrante. Em seguida, determine seu valor. Para ver a solução clique aqui. A42. Use integral dupla para calcular a área interior à lemnis- cata r2 = 2a2 cos(2θ) e exterior à circunferência de raio a. A 43. Faz-se um buraco cilíndrico de raio b passando pelo centro de uma esfera de raio a. (a) Calcule o volume do buraco. Observe que esta fórmula dá o volume da esfera quando a = b. (b) Calcule o volume do sólido em forma de anel que restou. Expresse esse volume em termos da altura h do anel. Ob- serve que esse volume depende apenas de h e não do raio a ou do raio b! A44. Calcule as integrais: (a) x R x dx dy , onde R é o disco de centro na origem e raio 5. (b) x R xy dx dy , onde R é a região do primeiro quadrante limitada pelas circunferências x2+ y2 = 4 e x2+ y2 = 25. (c) x R 1√ x2 + y2 dx dy , onde R é a região interior à car- dióide r = 1 + sen(θ) e exterior à circunferência r = 1. (d) x D (x2 + y2) dx dy , onde D é a região limitada pelas es- pirais r = θ e r = 2θ, com 0 ≤ θ ≤ 2π. A45. Determine o volume da região interior à esfera x2 + y2 + z2 = 4a2 e exterior ao cilindro x2 + y2 = 2ax , com a > 0. 24 AULA 05 MASSA A massa é a magnitude física que permite exprimir a quanti- dade de matéria contida num corpo. No Sistema Internacional, a sua unidade é o quilograma (kg) e a palavra deriva do termo latim massa. Relativamente à magnitude física, a noção de massa surge a partir da confluência de duas leis: a Lei da Gravitação Uni- versal e a Segunda Lei de Newton. De acordo com a gravi- tação universal, a atração entre dois corpos é proporcional ao produto de duas constantes (a chamada massa gravitacional), pelo que a massa gravitacional é uma propriedade da matéria em virtude da qual dois corpos se atraem. No caso da Segunda Lei de Newton, a força aplicada sobre um corpo é diretamente proporcional à aceleração que sofre. De acordo com a Organização Internacional de Metrologia Legal, a massa convencional de um corpo é igual à massa de um padrão de densidade igual a 8000 kg/m3, que equilibra no ar o respectivo corpo em condições convencionalmente esco- lhidas (temperatura do ar igual a 20oC e densidade do ar igual a 0,0012 g/cm3). Leia mais: Conceito de massa - O que é, definição e signifi- cado. A massa total de um sistema de k partículas cuja massa de cada partícula é mi , i = 1, . . . , k, é a soma m = m1 + m2 + . . .+mk . Seja uma lâmina ou placa fina plana cujo formato é uma região D limitada do plano. Se ρ(x , y) é uma função contínuaem D que representa a densidade superficial de massa, então a massa total deD é “a soma das massas em cada ponto (x , y) de D”. Sendo assim, faz sentido definir a massa de D como M = x D ρ(x , y) dA já que ρ(x , y) dA pode ser interpretado como a massa do ele- mento de área dA. CENTRO DE MASSA O centro de massa de um sistema físico consiste nas coor- denadas de um ponto que são obtidos a partir das coordena- das das partículas deste sistema, no qual se considera situada toda a massa concentrada, quando se analisa o movimento do referido sistema, no interior de um campo de forças homogê- neo e exterior. Para se calcular essas coordenadas, quando temos um sis- tema finito de partículas, efetuamos uma média ponderada das coordenadas destas, tendo como pesos suas respectivas mas- sas. Leia mais: centro de massa Fazendo, analogia a um sistema finito de partículas temos que o centro de massa de uma lâmina é o ponto (x , y) = ( 1 M x D xρ(x , y) dA, 1 M x D yρ(x , y) dA ) . Quando a função densidade é constante (ρ(x , y) = k), o ponto (x , y) é chamado de centróide da lâmina (ou da região D). ER 20. A densidade de cada ponto de uma placa semicircular é proporcional à distância ao centro do círculo. Encontre o centro de massa da placa. Solução: Vamos colocar a placa na parte superior do circulo de raio a. A distância de (x , y) ao centro (origem) é√ x2 + y2. Portanto, a densidade é ρ(x , y) = K √ x2 + y2, para alguma constante K . Calculemos, primeiramente, a massa M = x D K √ x2 + y2 dA = ∫ pi 0 ∫ a 0 (Kr)r dr dθ = Kπa2 3 . Como a região é simétrica com relação ao eixo y , temos que x = 0 e y = 1 M x D yρ(x , y) dA = 3 Kπa3 ∫ pi 0 ∫ a 0 r sen(θ)(Kr)r dr dθ = 3a 2π . Logo, o centro de massa é o ponto ( 0, 3a 2π ) . Observação: se a densidade fosse constante, então o centro de massa seria o ponto (0, (4a)/2π). MOMENTO DE INÉRCIA Em mecânica, o momento de inércia, de inércia de massa ou tensor de inércia expressa o grau de dificuldade em se alterar o estado de movimento de um corpo em rotação. Diferentemente da massa inercial (que é um escalar), o mo- mento de inércia também depende da distribuição da massa em torno de um eixo de rotação escolhido arbitrariamente. Quanto maior for o momento de inércia de um corpo, mais difí- cil será fazê-lo girar ou alterar sua rotação. Contribui mais para o aumento do valor do momento de inércia a porção de massa que está afastada do eixo de giro. Um eixo girante fino e com- prido, com a mesma massa de um disco que gira em relação ao seu centro, terá um momento de inércia menor que este. Sua unidade de medida, no SI, é quilograma vezes metro ao quadrado (kg ·m2). Por definição, o momento de inércia J de uma partícula de massa m e que gira em torno de um eixo, a uma distância r dele é: J = m · r2. Se um corpo é constituído de n massas pontuais (partícu- las), seu momento de inércia total é igual à soma dos momen- tos de inércia de cada massa: J = n∑ i=1 mi r 2 i , 25 sendo mi a massa de cada partícula e ri sua distância ao eixo de rotação. Para uma placa D, podemos calculá-lo integrando para todo o corpo D o produto da massa m em cada ponto pelo quadrado da distância r até o eixo de rotação: J = ∫ D r2 dm. Considerando que a placa D possui densidade de massa ρ(x , y), temos que as definições dos momentos de inércia com relação aos eixos x e y são, respectivamente: Ix = x D y2ρ(x , y) dA e Iy = x D x2ρ(x , y) dA. O momento de inércia polar (ou com relação à origem) é definido por I0 = Ix + Iy = x D (y2 + x2)ρ(x , y) dA. ATIVIDADES A46. Encontre a massa, o centro de massa e os momentos de inércia de uma lâmina de formato D e densidade (x , y) para: (a) D a região do primeiro quadrante limitada pela parábola y = x2 e a reta y = 1; ρ(x , y) = xy . (b)D a região interior a circunferência x2+y2 = 1 no primeiro quadrante; a densidade em cada ponto é proporcional ao quadrado da sua distância à origem. A47. Determine a massa e o centro de massa da lâmina que ocupa a região D e tem densidade ρ, nos seguintes casos: (a) D = {(x , y);−1 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1} e ρ(x , y) = x2; (b) D é o triângulo de vértices (0, 0), (2, 1), (0, 3) e ρ(x , y) = x + y ; (c) D é a região do primeiro quadrante limitada pela parábola x2 = y e a reta y = 1 e ρ(x , y) = xy ; (d) D é a região limitada pela parábola y2 = x e a reta y = x − 2 e ρ(x , y) = 3; (e) D = {(x , y); 0 ≤ y ≤ sen(x), 0 ≤ x ≤ π} e ρ(x , y) = y . A48. Determine os momentos de inércia Ix , Iy e I0 das lâminas descritas nos ítens (c) e (d) do exercício anterior.
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