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Resenha para Alunos Professora Daiane Neumann

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
INSTITUTO DE LETRAS 
PAG – LÍNGUA PORTUGUESA 
SUBPROJETO: APOIO À PÓS-GRADUAÇÃO 
COORDENAÇÃO: Profª. Dra. Carmem Luci da Costa Silva 
 
Módulo: Resenha 
 
CONCEITO 
 
A resenha é um gênero por meio do qual se apresenta a síntese das informações 
de um documento (um livro, um capítulo de livro, um artigo científico, um filme, uma 
peça de teatro, um espetáculo etc.) com análise crítica (apreciação do resenhista) da 
composição, da estrutura, do estilo e do conteúdo presentes no material analisado. 
Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
A resenha é um gênero da esfera científica que: 
� inclui vários tipos textuais: descrição, exposição, narração e argumentação; 
� apresenta as propriedades de um documento; suas partes constitutivas; seus 
aspectos relevantes; as circunstâncias que o envolvem – sempre considerando as 
finalidades da própria resenha, a situação comunicativa e o suporte de publicação; 
� é independente do texto-base; 
� se assemelha ao resumo porque apresenta sinteticamente elementos presentes 
em um texto-base, mas se diferencia dele porque nela não há preocupação em apresentar 
todas as ideias principais do texto-base, sua progressão e seu encadeamento. Apresenta-
se apenas o que é funcional para os objetivos definidos previamente; 
� necessariamente precisa apresentar, além da síntese do texto-base, apreciações 
do resenhista; 
� requer do resenhista conhecimentos da área, uma vez que este avalia a obra e 
apresenta julgamentos de valor. 
 
ESTRUTURA COMPOSICIONAL 
 
Estruturalmente, a resenha descreve as propriedades das obras resenhadas 
(descrição); relata as credenciais do resenhista; resume o conteúdo da obra; 
apresenta suas divisões; expõe o quadro de referências em que o autor se baseou 
(exposição e narração); apresenta avaliação da obra e aponta para quem se destina 
(argumentação). 
� Referência bibliográfica: elementos contextuais - autor, título da obra, número 
da edição, local de publicação, editora, ano e número de páginas (é apresentada no 
cabeçalho do texto); 
� indicação do resenhista, com suas credenciais (Instituição onde atua); 
� credenciais do autor: breve apresentação do autor, em especial quanto ao seu 
currículo profissional (nacionalidade, áreas de atuação, publicações, formação 
acadêmica, títulos que possui...). É opcional e aparece, muitas vezes, na introdução. 
� introdução: parte inicial de uma resenha, que funciona como uma espécie de 
convite para o interlocutor continuar lendo o texto. Além de trazer o objetivo do 
resenhista, é importante que crie expectativas no leitor; 
� resumo da obra: exposição sobre o assunto da resenha, como ele é tratado, 
metodologia, estruturação da obra e suas ideias básicas; 
� quadro de referência do autor: se observado esse aspecto, informar qual teoria 
serve de apoio às ideias do autor da obra; 
� apreciação crítica do resenhista: comentários e avaliações sobre as divisões da 
obra, seu conteúdo, seu estilo e seu alcance (a que público se destina a obra ou a quem 
ela pode ser útil); 
� conclusões do autor: expor com clareza os resultados alcançados pelo autor da 
obra ou texto resenhado. 
 
 
 
 
O FUNCIONAMENTO LINGUÍSTICO DAS PARTES 
 
A) Referência bibliográfica: uso de sequência descritiva (localização espacial e 
temporal da obra); 
B) Indicação do resenhista, com suas credenciais: indicação do local onde atua 
(informação presente, geralmente, em nota de rodapé); 
Obs.: o autor de uma resenha não precisa identificar com 
títulos as partes que a compõem. É um texto que, 
geralmente, não contém divisões em itens. 
C) Credenciais do autor: breve apresentação do autor, em especial quanto ao seu 
currículo profissional (nacionalidade, áreas de atuação, publicações, formação 
acadêmica, títulos que possui...). Uso de sequência descritiva para ancorar o resenhista 
em determinado espaço e marcar sua área de atuação. Nessa parte, há predomínio de 
verbos estáticos (ser, estar, ter e haver) no presente do indicativo; 
D) Introdução: sequências expositivas, dialogais e argumentativas. 
� Sequência expositiva: identificação do fenômeno a ser tratado. Esse tipo de 
sequência apresenta geralmente verbos no presente do indicativo com asserções que 
marcam a certeza do resenhista sobre os fenômenos apresentados no texto-base. A 
exposição dos fenômenos tratados no texto-base, das definições e das relações propostas 
pelo autor marca a leitura analítica do resenhista (esses elementos vão aparecer, 
principalmente, no resumo da obra). 
� Sequência dialogal: constituição explícita do interlocutor no texto. Uso de 
interrogações para suscitar do leitor uma resposta a ser buscada na leitura da resenha; 
marcas linguísticas do interlocutor (vocês, você, tu...); 
� Sequência argumentativa: apresentação de um ponto de vista e de sua defesa. 
A sequência argumentativa visa a persuadir o leitor acerca de uma posição. Por isso, 
compõe-se de argumento e conclusão: A logo B; A porque B; A no entanto B. 
Geralmente, há presença de articuladores lógicos (mas, portanto, porque...), verbos no 
presente e advérbios de modo. Entre o argumento e a conclusão geralmente há um fato 
que justifica o argumento e encaminha o leitor para a conclusão. 
E) Resumo da obra: exposição sobre o assunto da resenha, sobre como ele é tratado, 
sobre a metodologia, sobre estruturação da obra e sobre as suas ideias básicas. Tipos de 
sequências que apresenta: 
� Sequência descritiva: apresenta as partes da obra, seus objetivos, etc.; 
� sequência expositiva: identificação dos fenômenos tratados na obra, definições 
dos fenômenos e relações estabelecidas pelo autor do texto-base entre os fenômenos; 
� Sequência narrativa: apresenta a ordenação das informações contidas na obra 
(essa sequência apresenta verbos indicadores de processo no pretérito perfeito do 
indicativo ou no presente do indicativo); 
� Sequência argumentativa: apresenta comentários e posições do resenhista. 
F) quadro de referência do autor: sequência descritiva; 
G) apreciação crítica do resenhista: sequência argumentativa: defesa de posições do 
resenhista; 
H) conclusão do texto pelo resenhista: mescla de sequências com predomínio da 
sequência argumentativa. 
Ver exemplos no anexo I. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELEMENTOS DA RESENHA: SÍNTESE 
 
1) Referência bibliográfica da obra resenhada; 
2) Autor da resenha e suas credenciais; 
3) Introdução (objeto resenhado, contextualização do objeto resenhado, diálogo com o 
leitor e posicionamento do resenhista); 
4) Resumo da obra (passagens descritivas, expositivas, narrativas e argumentativas); 
5) Apreciação da obra (passagens argumentativas presentes em toda resenha); 
6) Conclusão do resenhista. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
FIORIN, José L.; SAVIOLI, F. Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 17.ed. 
São Paulo: Ática, 2007. 
MACHADO, Anna R. et al. (coord). Resenha. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. 
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: 
DIONÍSIO, Anna Rachel Machado, BEZERRA, Maria Auxiliadora. Gêneros textuais 
e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 
OLIVEIRA, Jorge Leite. Textos acadêmicos: técnicas de redação e de pesquisa 
científica. 4. ed. Petrópolis, RJ, Vozes, 2007. 
 
Obs.: A resenha não deve ser elaborada como um resumo a 
que se acrescenta, ao final, uma avaliação ou crítica. As 
apreciações do resenhista precisam estar presentes desde a 
primeira linha, resultando em um texto em que às passagens 
descritivas, às narrativas e às expositivas se interpenetram 
passagens argumentativas (posição do resenhista). 
Todas essas etapas são permeadas por marcadoreslinguísticos que estabelecem o tipo de atitude do autor (de 
narrar, de descrever, de expor ou de argumentar) e por 
marcadores que estabelecem as relações entre as passagens. 
ELUARD, Roland. La lexicologie. Paris, PUF, 2000. 127p. 
 
Resenhado por: Félix Bugueño Miranda1 
 
 É no mínimo curioso o texto que comentamos nesta oportunidade. Curioso, já 
que o leitor, pelo título, aguarda uma coisa e após (e durante) a leitura se depara com 
outra. La Lexicologie sugere que se trata de uma obra de caráter descritivo e 
introdutório deste fascinante aspecto das “sciences du langage”. Na verdade, mais que 
apresentar um panorama geral em relação a um problema de interesse científico (o que é 
o espírito da coleção “Que sais-je?”), o livro pode ser entendido como uma abordagem 
epistemológica do estudo do vocabulário. Nessas condições, nos perguntamos se o texto 
apresenta o equilíbrio necessário: de uma parte, esperamos uma introdução à 
lexicologia, e esse objetivo, como a seguir veremos, se cumpre só parcialmente; de 
outra parte, como fundamentação epistemológica do estudo do léxico, tampouco alcança 
totalmente seu objetivo, já que pelo formato e o número restrito de páginas não se 
aprofunda o suficiente como para poder seguir com propriedade a discussão, coisa que 
é, na nossa opinião, fundamental, por se basear esta em autores de complexa 
argumentação, tais como Wittgenstein e Peirce. 
Formalmente La Lexologie se divide em quatro capítulos, uma conclusão e uma 
bibliografia. O capítulo I (“Situation de Ia lexicologie”) oferece ao leitor um panorama 
crítico das várias definições propostas para esta disciplina das ciências da linguagem. O 
autor conclui que a lexicologia é o estudo dos vocabulários, entendendo por 
“vocabulário” um conjunto de palavras que pertencem a um mesmo domínio de uso 
[fr.domaine d'usage]. Dando prosseguimento, Roland Eluard (E.) aborda as relações 
que tem a lexicologia com outras disciplinas, tais como a filosofia da linguagem, a 
lexicografia, a terminologia e a semântica. 
Ainda que o autor faça esforços por apresentar as “premissas” da sua 
argumentação por meio de uma citação constante (de Platão a Wittgenstein), a 
complexidade própria do assunto impede que se compreenda bem o porquê se faz 
necessário abordar questões de filosofia da linguagem “tão cedo” no texto, considerando 
que até esse momento o leitor nem sequer foi informado sobre os objetivos e métodos 
da lexicologia. É com um grande esforço que o leitor pode descobrir que o que está por 
trás da exposição é legitimar o conceito de “uso” [fr. usage], tomado das propostas de 
Peirce e Wittgenstein. Na verdade, o “grau de sucesso” na leitura dependerá mais dos 
conhecimentos prévios do tema que o leitor tenha do que da exposição argumentativa 
do próprio texto. Em relação à lexicografia, à terminologia e à semântica, E. faz uma 
série de observações bastante interessantes, visando estabelecer tanto pontos de contato 
como divergências entre estas disciplinas das ciências da linguagem e a lexicologia. 
(…) 
 
Em resumo: Trata-se de um livro com falta de equilíbrio. Em alguns momentos 
apresenta uma exposição interessante. Em outros, fica difícil fazer uma leitura 
proveitosa, tanto em relação ao respaldo que o autor almeja dar a sua própria 
argumentação, como no ganho que teria que ter o leitor. 
 
 
1
 Professor de Língua Espanhola do Departamento de Línguas Modernas do Instituto de Letras – UFRGS 
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Referência bibliográfica da obra 
resenhada 
 
Autor da resenha e suas 
credenciais (em nota de rodapé)

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