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06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/11 Antropologia: história e conceitos fundamentais ESTE TÓPICO TEM COMO OBJETIVO APRESENTAR UM BREVE RELATO DO INÍCIO DA ANTROPOLOGIA, BEM COMO OS PRINCIPAIS CONCEITOS UTILIZADOS POR ESSA CIÊNCIA. AUTOR(A): PROF. RENE ESTEBAN ROJO Início da Antropologia A Antropologia, assim como a Sociologia e a Ciência Política formam a grande área das Ciências Sociais. A Antropologia foi a última ciência a se institucionalizar e é entendida como a ciência do homem. Embora sua consolidação como disciplina acadêmica date do início do século XX, tal disciplina foi gestada por muito tempo, antes mesmo da Sociologia surgir como ciência no final do século XIX. Desde a chegada dos europeus em terras longínquas a partir do século XV, uma série de observações e estudos tem sido feitos com o intuito de entender o homem em suas diversas manifestações culturais. O contato com o outro, ou melhor dizendo, com outros povos, sempre permitiu o aparecimento de novas maneiras de enxergar e transformar o mundo. E isso não é uma novidade na história da humanidade: o surgimento do pensamento filosófico só foi possível em decorrência, também, do contato entre povos diferentes na Grécia Antiga, o que aconteceu por volta do século V a. C. Quanto aos europeus, ao desembarcarem nas Américas, na Índia e nos países africanos, esse povo, com suas diferenças culturais, tiveram muitas dúvidas e também respostas. Algumas destas respostas geraram equívocos que, infelizmente, ainda perduram. Discutiremos esses ‘equívocos’ ainda nesse tópico. Os missionários religiosos, os artistas, e os primeiros cientistas a chegarem nessas terras elaboraram diversos trabalhos, desde a identificação de espécies nativas e de comparação de um povo com outro, até pensar a cultura de um povo como parte de um processo de evolução. Antropologia: história e conceitos fundamentais 01 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/11 Sobre essa questão, a do evolucionismo, é importante compreender que enquanto teoria, tornou-se forte no período que se seguiu à publicação do livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin, em 1859, obra que trata da evolução biológica dos seres vivos, inclusive o humano. Em razão dessa teoria, muito se especulou e se teorizou sobre a evolução dos grupos humanos na questão cultural. Os pensadores europeus, numa pré-antropologia, atribuíam ao seu povo a superioridade em termos culturais. Operava assim uma escala evolutiva, cujos degraus seriam alcançados a partir da aquisição dos modos de ser dos europeus. Assim, entendia-se que todos os povos nativos, das regiões invadidas pelos europeus, estariam em um estágio de inferioridade em relação ao topo da hierarquia cultural, ocupada pelos europeus. Tal pensamento justificou, inclusive, a escravidão dos povos indígenas e africanos. Será somente com Bronislaw Malinowski (1884-1942) e a publicação de Argonautas do Pacífico Ocidental em 1922, que a ciência Antropologia se estabelecerá e a concepção evolucionista da cultura se refutará. Esta obra, que analisa a cultura dos trobriandeses (habitantes do Pacífico Sul), tece duras críticas às ideias evolucionistas e inaugura uma metodologia de análise típico da Antropologia, a etnografia. Assim como Émile Durkheim é considerado o ‘pai’ da Sociologia e Maquiavel, o da Ciência Política, Malinowski é considerado o ‘pai’ da Antropologia. No seu surgimento, o outro para a antropologia era o outro distante, o exótico, com essa ciência, então, se consolidando com estudos referentes à povos muito diferentes daqueles que eram os dos pesquisadores (europeus e estadunidenses). Assim, os estudos clássicos dessa área das Ciências Sociais são sobre os povos da parte Sul do Oceano Pacífico, do continente africano como um todo e dos povos indígenas do longo continente americano. Vale ressaltar que a Antropologia brasileira ainda hoje convive com essa ideia do exótico, uma vez que são muitos os estudos sobre os povos indígenas brasileiros. Porém, são cada vez mais comuns e desejáveis estudos antropológicos onde o exótico está ao nosso lado e se parece muito conosco. Gilberto Velho (2008) em um texto já clássico, discute a ideia de tornar o exótico em familiar e o familiar em exótico, pois estamos tão acostumados aos nossos comportamentos cotidianos que acreditamos que eles sejam naturais. Mas vale ressaltar que esses ditos comportamentos cotidianos são, no limite, comuns dentro de nossa convivência, não natural, pois o conceito de “natural” para a Antropologia, está ligada a ideia de algo que nunca foi tocado pelo homem e que é o contrário do que acontece em relação ao que se vê no nosso cotidiano. Antropologia: história e conceitos fundamentais 02 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/11 O que sempre vemos e encontramos pode ser familiar mas não é necessariamente conhecido e o que não vemos e encontramos pode ser exótico mas, até certo ponto, conhecido. No entanto, estamos sempre pressupondo familiaridades e exotismo como fontes de conhecimento ou desconhecimento, respectivamente. (VELHO, 2008:126) Como veremos melhor adiante, os acontecimentos do nosso cotidiano são culturais, que se define como sendo tudo aquilo que o homem tocou/modificou. E se são culturais, são passíveis de serem estudadas pela Antropologia, de serem “estranhados”: a necessidade do estranhamento é prática essencial ao fazer antropológico. Estranhar significa buscar nos comportamentos comuns sua singularidade cultural. Falando um pouco mais sobre o estranhamento, não precisamos nos reportar à exemplos de culturas que estão fora de nosso país para estranhar, podemos fazer isso analisando o comportamento de nosso próprio grupo social. Vamos pegar como exemplo o comportamento cotidiano de uma cidade como São Paulo e Recife. Em São Paulo, os alimentos consumidos no café da manhã são, em geral, o café (tendo sua variação com leite) e o pãozinho francês. Já no Recife, encontramos outros alimentos no café da manhã, como o inhame cozido e a tapioca. Um paulistano pode estranhar esse tipo de alimento no café da manhã, bem como um recifense também estranharia o café da manhã paulistano. Mas ao estranhar o que é o outro, ou do outro, a Antropologia nos leva a estranhar o que é comum a nós mesmos. Assim, somos levados a pensar (ou estranhar) o porquê que em São Paulo comemos pão no café da manhã? E por que o pão recebe o nome de pão francês? E o que motiva esse o pão ser individual, sendo que em outros lugares, o filão ou a baguete são os preferidos. O que nos faz escolher um tipo e não o outro? Ou mesmo, por que a maioria das padarias tem portugueses ou descendentes de portugueses como seus donos? Percebam que aparentemente discutir o café da manhã não parece ter grande valor acadêmico mas ao discutir antropologicamente, passamos a entender a maneira pela qual cada grupo faz suas escolhas culturais: por que escolhemos isso, não àquilo? O efeito disso é que passamos a estranhar os nossos próprios comportamentos culturais e não mais só o do outro. Antropologia: história e conceitos fundamentais 03 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/11 significa tudo que o homem produz ao construir sua existência: as práticas, as teorias, as instituições, os valores materiais e espirituais. Mas estranhar não significa discriminar ou julgar. O estranhamento deve nos leva ao questionamento e à alteridade (não confundir com autoridade). Alteridade significa reconhecer o outro e sua diferença. Ao compreender que as diferenças culturais existem e que perpassam escolhas próprias de cada grupo, constituindo-o, enxergamosa cultura a partir dela mesmo, colocando-nos no lugar do outro para entender sua cultura. E isso, é muito importante a um professor!! Principais conceitos da Antropologia CULTURA A discussão antropológica e o seu objeto central de estudo é a compreensão do ser humano e sua relação com os grupos sociais e suas manifestações culturais. Pensar em cultura é pensar, fundamentalmente, na humanização. A Antropologia se forma, como já foi dito, em decorrência dos contatos entre grupos com diferentes formas de reconhecer e transformar o mundo. Assim, CULTURA é principal conceito antropológico. Mas, o que é cultura? Segundo Aranha e Martins (1993, p. 06), cultura Notem que o autor cita o homem, enquanto ser humano e não os seres vivos. Somente os humanos produzem cultura. Somente os humanos são capazes de modificar a natureza à sua volta para sustentar sua sobrevivência material e imaterial. É possível pensar que seres vivos como abelhas e formigas modifiquem a natureza em seu proveito, no entanto, se observarmos bem, esses seres não se adaptam às intempéries da natureza ou ao efeito do homem sobre elas. Ano após ano, séculos após séculos as abelhas e formigas vivem e constroem seus habitats do mesmo jeito. O que é preciso compreendermos é que somente somos humanos porque somos produtores de cultura e só o fazemos no contato com outros indivíduos, seja do nosso grupo social ou de outro. Cultura é então sinônimo de humanização. Antropologia: história e conceitos fundamentais 04 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/11 Ruth Benedict escreveu em seu livro O crisântemo e a espa da que a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas das coisas. (LARAIA, 2009:67) Para compreendermos melhor essa afirmação, pensemos: como seria a vida de um indivíduo privado desse contato? Temos exemplos clássicos na literatura como a história das irmãs Amala e Kamala que foram encontradas vivendo com lobos, além de um filme já clássico sobre o tema: O Enigma de Kaspar Hauser, de Werner Herzog produzido em 1974. Nele, o protagonista Kaspar Hauser foi resgatado de um cativeiro onde passara boa parte da vida. Sai de lá sem saber andar, falar, portar-se à mesa e até, sem sentimentos comuns aos humanos, como o amor ou o medo, afirmando, portanto, que mesmo esses sentimentos são culturais, pois só afloram quando um homem está vivendo junto a outras pessoas. Com isso, podemos afirmar categoricamente que a maior parte de nossos comportamentos são apreendidos culturalmente. Até mesmo o que consideramos parte da nossa natureza, como andar e falar, só ocorrem por força da cultura. Assim, reafirmando o que já foi dito, podemos colocar que a cultura existe em oposição à natureza e só pode ser entendida a partir de sua própria concepção de mundo. Assim, entende-se que a cultura ocorre no contato com o outro, seja ele um outro distante ou próximo culturalmente e/ou geograficamente, que ela atua como um via de mão dupla, ou seja, todos os envolvidos nesse contato trocam características culturais. Além disso, não temos culturas inferiores ou superiores como criam os evolucionistas, o que temos são culturas diferentes. E aqui retomamos a ideia de estranhamento, pois, o entendimento de que temos diversas culturas, com semelhanças e diferenças entre a nossa e a outra, bem como, o seu entendimento, nos leva a isso. É um comportamento muito comum o de estranharmos o modo como o outro faz determinada coisa. DETERMINISMO BIOLÓGICO No entanto, quando o conceito começou a ser pensado, as ideias evolucionistas ainda o influenciaram, propiciando o surgimento de alguns equívocos, também culturais. Antropologia: história e conceitos fundamentais 05 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/11 O etnocentrismo, de fato, é um fenômeno universal. É comum a crença de que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão.(LARAIA, Op. Cit., 72) Um desses conceitos entendia que determinadas características pessoais decorriam de atributos biológicos, ou seja, hereditários e consanguíneos. Qualidades como honestidade, força, inteligência, maldade, fraqueza, propensão ao crime dentre tantas outras, eram encaradas como fruto da descendência Ainda hoje é comum ouvirmos expressões como: ‘filho de peixe, peixinho é’; ‘Inteligente como o pai’; e outras mais problemáticas, como: ‘é bandido como o pai’, etc. Essas expressões demonstram que existe uma crença de que qualidades adquiridas culturalmente são, na verdade, transmitidas biologicamente, como um DETERMINISMO BIOLÓGICO. As qualidades físicas, como cor do olho, do cabelo, altura, tonalidade da voz e algumas outras são transmitidas hereditariamente. No entanto, as características adquiridas pelo convívio social não são transmitidas dessa forma. DETERMINISMO GEOGRÁFICO. Do mesmo modo, atribuir ao local de nascimento ou residência de um indivíduo uma característica cultural, é também um equívoco, pois considera que exista um DETERMINISMO GEOGRÁFICO. Exemplos dessa ideia são percebidas quando ouvimos: ‘os japoneses são muito inteligentes’; ‘baiano é preguiçoso’, etc. Não se trata de onde nasceram, o que opera na vida dos indivíduos para que sejam mais ‘inteligentes’ ou ‘preguiçoso’ (e aqui não há nenhum juízo de valor, apenas explicando exemplos muito comuns da realidade brasileira) são os valores morais e culturais mais significativos para cada um dos grupos citados. ETNOCENTRISMO O choque cultural é sempre uma realidade ao nos depararmos com um grupo social diferente do nosso, seja no modo de se vestir, na língua que fala, na religião que professa, etc. Acreditar que minha cultura é superior à outra leva, inevitavelmente, ao que chamamos de ETNOCENTRISMO. A postura etnocêntrica é aquele que enxerga a própria cultura como a única válida, a central, a mais importante. Antropologia: história e conceitos fundamentais 06 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/11 O grande problema é que tal postura desencadeia a inferiorização das demais, bem como a promoção de preconceitos, de discriminações e, em maior escala de violência, genocídios e etnocídios. Infelizmente temos diversos relatos na história, dos maiores atentados à humanidade aos menores: a escravidão negra, o genocídio de diversos povos indígenas, o nazismo, as experiências médicas no continente africano, o preconceito com negros, nordestinos, mulheres, homossexuais... e a lista é extensa. RELATIVISMO CULTURAL A postura que se opõe à essa atitude etnocêntrica é o que denominamos RELATIVISMO CULTURAL. Compreender que a cultura é relativa significa que, como coloca Benedict, enxergamos o mundo a partir de nossa cultura, logo, podemos ter visões de mundo diferentes. Ao relativizarmos a cultura do outro não estamos aceitando sua postura etnocêntrica, estamos respeitando o modo como o outro enxerga o mundo. A liberdade religiosa existente no Brasil é um modo de relativizar a cultura. Mas, no momento em que uma religião, ou o grupo que a professa, passa a considerar as outras religiões como inferiores ou erradas, houve uma postura etnocêntrica e já sabemos o caminho disso: o preconceito e a discriminação. O mesmo pode ser percebido quando há toda uma pressão para que pessoas negras, principalmente as mulheres, alisem seus cabelos. Essa pressão é facilmente entendida como uma postura etnocêntrica, pois afirma que o cabelo liso, característica das pessoas de pele branca, é o bonito. O relativismo cultural trabalha com ideia da valorização de toda e qualquer cultura que não queira se sobrepor às demais. NATUREZAversus CULTURA O debate acerca dessa oposição é um dos fundamentos da disciplina. Um estudo clássico do antropólogo Claude Lévi-Strauss parte do tabu do incesto para definir em que momento da história da humanidade o ser humano passou a operar de modo cultural e não mais no estágio da natureza. Lévi-Strauss afirma, então, que no momento em que os humanos deixaram de ter relações sexuais com seus parentes consanguíneos, como o fazem os animais, saíram do estágio natural e passaram a agir de acordo com escolhas definidas por uma outra lógica, a cultura. Importante salientar que tal escolha não obedece à questões morais e sim, de uma ordem mais prática, como coloca o autor. Antropologia: história e conceitos fundamentais 07 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/11 A proibição do incesto é menos uma regra que proíbe casar-se com a mãe, a irmã ou a filha do que uma regra que obriga a dar a outrem a mãe, a irmã e a filha. (LÉVI-STRAUSS. 1976:522). Esta oposição existente entre natureza e cultura é o que nos torna humanos. E é ela que nos permite compreender como os povos mais diversos produzem e trocam sua cultura. Além dos autores já citados, foram e são importantes dessa ciência: Alfred Radcliff-Brown, E. E. Evans- Pritchard, Marcel Mauss, Margareth Mead, Marshall Sahlins, Clifford Geertz entre outros. Entre os brasileiros, destacam-se: Gilberto Freyre, Darcy Ribeiro, Alba Zaluar, Manuela Carneiro da Cunha, Roberto DaMatta e muitos outros. ATIVIDADE FINAL Antropologia: história e conceitos fundamentais 08 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9/11 Leia as sentenças abaixo: I – Cultura engloba todas as atitudes humanas e não-inatas. Portanto, nosso idioma, religião, gostos musicais, andar e falar são parte da nossa cultura. II – Os determinismos, biológico e geográfico, fazem sentido porque nossos comportamentos sociais são, muitas vezes do local em que moramos e que aprendemos com nossa família. III – A alteridade é uma postura de extrema relevância para a compreensão de que todas as culturas são importantes, evitando preconceitos e discriminações. Sobre o principal conceito antropológico, a alternativa correta é a que compõe as afirmativas: A. I e II B. II e III C. I e III D. I, II e III REFERÊNCIA ARANHA, Maria L. de A; MARTINS, M. H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo:Moderna, 1993. LARAIA, Roque de Barros – Cultura: um conceito antropológico. 23ª edição, Rio de Janeiro: Zahar, 2009. LÉVI-STRAUSS, Claude. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes. 1976. Antropologia: história e conceitos fundamentais 09 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 10/11 VELHO, Gilberto. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. 8ª edição, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008. O enigma de Kaspar Hauser. Direção: Werner Herzog. Gênero: Drama. Duração: 101 min. Alemanha, 1974. Antropologia: história e conceitos fundamentais 10 / 10 06/08/2017 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 11/11
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