Buscar

A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico Conteúdo Jurídico (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

12/03/2017 A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico ­ Conteúdo Jurídico
http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=336 1/9
Aulas em vídeo
Boletim Conteúdo Jurídico ­
ISSN ­ 1984­0454
Colaboradores
Colunistas
Conselho Editorial
Informativos dos Tribunais
Informativos Temáticos
Jurisprudências
Livros Recomendados
Modelos de Contratos
Monografias/TCC/Teses
Peças Jurídicas
Publicações oficiais
Publicações Oficiais
Súmulas Organizadas
Vade Mecum Brasileiro
Vade Mecum Estrangeiro
Apostilas e Resumos
Banco de Questões
Questões Comentadas
SEJA ASSINANTE
Indique o portal
Sobre o Portal
Seu login Senha •••••
» Cadastre­se grátis*   » Esqueci minha senha » Busca Personalizada enhanced by 
PORTAL JURÍDICO ­ SITIO JURÍDICO ­ JURISPRUDÊNCIA ­ LEIS ­ ARTIGOS JURÍDICOS ­ MONOGRAFIAS               « ENVIE SEU ARTIGO PARA PUBLICAÇÃO. CLIQUE AQUI.               « INFORMATIVOS DOS TRIBUNAIS!!! É TUDO QUE CAI EM CONCURSO. CLIQUE AQUI.
CONSULTAS JURÍDICAS
CONCURSOS PÚBLICOS
SERVIÇOS
Links Úteis
outra coluna
A+
 
Colunistas
Quarta, 24 de Junho de 2009 07h33
 
 
A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico
Resumo: O objetivo deste artigo é oferecer aos colegas docentes do curso de direito, uma proposta metodológica à práxis pedagógica jurídica
com base na teoria de Will Schutz. De acordo com esta teoria o processo de ensino deve centrar­se em incentivos ao desenvolvimento das relações
interpessoais e do grupo na realização de atividades em sala de aula, pois as atividades de grupo é uma das formas mais produtivas de interação que
oportuniza aos alunos buscarem um objetivo comum e desenvolverem ao mesmo tempo várias habilidades como ouvir,  fazer e  incorporar críticas,
defender  suas  idéias,  liderar  e  ser  liderado  na  construção  do  (re)  conhecimento  e  superação  das  dificuldades  impostas  pelas  diferenças  sócio­
culturais, diferenças estas que são fatores impeditivos que se apresenta no avanço da qualidade do processo de aprendizagem nos cursos jurídicos.  
Palavras chaves: docência, direito, metodologia, ensino.
The applicability of the Theory of Interpersonal Needs of Will Schutz to legal education.
Abstract: The intent of this article is to provide the teaching colleagues of Law course a methodological propose to the pedagogic practical based
on  Will  Schutz´s  theory.  According  to  this  theory,  the  educational  process  must  be  centered  on  stimulating  the  development  of  interpersonal
relationships and  the group´s class activities, therefore the classroom activities are one of the most productive ways of interaction which provides the
pupils with a will of searching a common objective and to develop several abilities such as hearing, practicing and incorporating critics, defending their
ideas, leading and being led on elaboration of their knowledge and overcoming  the difficulties imposed by social cultural differences, which are an
impeditive factor to the development of quality process on learning in legal courses.
Keys word ­ teaching, law, methodology, teaching.
A importância da teoria das Necessidades Interpessoais no contexto educacional.
Comportamento Baseada teoria AprendizagemAnúnciosGoogle
JESSIKA MATOS PAES DE BARROS: Graduada em Pedagogia pela Universidade de Cuiabá (2002); graduada em Direito
pela  Universidade  de  Cuiabá  (1994);Especialista  em  Direito  Empresarial  (1996);Especialista  em  Direito  Processual  Civil
(1997);  Especialista  em Docência  do Ensino Superior  (2005). Mestre  em Educação  pela Universidad Marta Abreu  de  Las
Villas  ­  Cuba  (2005).  Mestre  em  Educação  Universidade  Oeste  Paulista­  Unoeste  (  2010),  doutoranda  em  Direito
Universidade  de  Burgos  Espanha  (suspenso)  e  Doutoranda  Educação  Instituto  de  Educação  Universidade  de  Lisboa.
Professora  no  Estado  de  Mato  Grosso  desde1989  ensino  básico  e  EJA,  Docente  do  Ensino  Superior  desde  2000  com
disciplinas de Direito Consumidor, direitos autorais e Falência. Atua como advogada em Direito Empresarial .
» Jessika Matos Paes de Barros
Artigos Banco de Questões Colunistas SEJA ASSINANTE Anuncie Aqui Fale Conosco
12/03/2017 A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico ­ Conteúdo Jurídico
http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=336 2/9
 
 
Este  texto  faz  uma  abordagem  sobre  a  teoria  das  Necessidades  Interpessoais  de  Will  Schutz,  dos  benefícios  desta  teoria  aplicada  à
educação, e um questionamento sobre a possibilidade de adequação e aplicabilidade desta teoria à metodologia do ensino jurídico.
Will Carl Schutz foi professor da Universidade de Harvard e desenvolveu a teoria das Necessidades Interpessoais na década de 50, na qual
defendia a idéia de que a aprendizagem ocorreria melhor a partir do momento que os indivíduos se relacionassem melhor dentro do contexto de cada
novo grupo e novo ambiente de estudo, e que esta interação ocorreria melhor através de atividades em grupo motivados pelo professor como centro
orientador e participativo destas interações.
Inovou no campo da educação com esta  teoria, pois provou que os membros de um grupo não acatam em  integrar­se senão a partir do
momento em que certas necessidades fundamentais e pessoais fossem satisfeitas pelo grupo; e que estas necessidades só podem ser satisfeitas em
grupo e pelo grupo. Estas necessidades foram classificadas de afeição, controle e inclusão.
É oportuno questionar a aplicabilidade desta teoria ao ensino jurídico, pois estamos vivenciando um período de críticas quanto a qualidade e
avaliação do ensino superior com objetivo de atingir mudanças na educação para melhores resultados no exames do ENADE e OAB (para os cursos
de direito), que atualmente demonstram em o baixo nível de aprendizagem no ensino superior, resultados estes atribuídos a vários fatores como baixo
grau  de  conhecimento  do  aluno  ingressante,  excesso  de  formandos,  estrutura  física  institucional  inadequadas  e  a  falta  de  qualificação  dos
professores.
Com relação a um dos itens de avaliação, ‘o professor’, embora seja um dos elementos envolvidos, é um dos eixos estruturais deste processo
de mudanças e melhorias na qualidade do ensino, razão em que se sustenta a ação do MEC, que passou a avaliá­lo com critérios rígidos quanto ao
currículo e desempenho.
É aqui que este texto pretende colaborar no sentido de proporcionar uma alternativa na ação pedagógica que possa dar mais suporte ao
professor de direito com relação ao método de ensino baseado na teoria de Schutz. Se o professor planeja e aplica diferentes métodos em busca de
respostas de aprendizagem satisfatórios, ele necessita conhecer uma gama de possibilidades diversificadas para serem usadas quando outras não
derem os resultados esperados, e esta metodologia aqui proposta demonstra, através dos estudos de seus precursores, uma técnica de ensino que
traz bons resultados porque se baseia em atividades que valoriza o indivíduo e o grupo em que está inserido.
Para subsídio de adequação desta teoria, o professor deve contar com as ações didáticas e planejamento. Pilleti (1986, p.343) defende que:
A didática tem como objeto específico a técnica de ensino. A didática geral estuda os princípios, que devem regular o
ensino e a didática especial estuda aspectos científicos de uma determinada disciplina ou faixa de escolaridade.
Segundo a teoria de Will os indivíduos desenvolvem o aprendizado melhor e mais rápido se trabalhado em forma de atividades em grupo.
Vejamos a importância do significado de grupo, sua formaçãoe estrutura na opinião de Moscovicci (1996 p. 30) afirma que:
O grupo não é a  simples  soma de  indivíduos e  comportamentos  individuais. O grupo assume uma configuração
própria que influi nos sentimentos e ações de cada um. A passagem do individual para o coletivo ainda encerra mistérios e
pontos obscuros não desvendados pela ciência.
Sustenta ainda o autor, que o indivíduo tenha equilíbrio para ocorrer bons resultados de aprendizagem. Aduz que o nível sócio emocional
pode  favorecer  ou  prejudicar  o  andamento  das  tarefas,  dos  resultados  do  trabalho  em  conjunto,  e  das  relações  interpessoais  que  se  formam  e
desenvolvem. (Moscovicci, 1996 p. 31­32).
O  aspecto  valorativo  para  o  trabalho  em  grupo  ou  equipe,  também  é  ressalvado  pelo  autor  cubano Gimenez  Serrano  (2003  p.64)  que
descreve sobre as ‘Técnicas Grupais’, como uma das formas metodológicas dentro das novas correntes educativas. Afirma que:
O trabalho em grupo deve ser desenvolvido pelo uso das técnicas grupais que possibilitam o intercâmbio de critérios
entre os estudantes, ensinando­os dessa forma, a pensar com independência e a considerar e defender seus critérios,
buscando soluções em grupo.
Será que esta teoria embasada em técnicas de ensino com atividades em grupo, é aplicável a alunos do curso superior de Direito?
O professor Massetto (1992) reafirma a necessidade de se estabelecer um contato psicológico na educação do adulto do ensino superior.
Nestes contatos, o professor e aluno são colocados frente a frente, adequando suas expectativas, dialogando sobre as necessidades do aprendiz e as
propostas do professor. Esta estratégia  vem demonstrando uma das  formas mais efetiva de  se estabelecer um diagnóstico das necessidades de
aprendizagem.
De acordo com Gimenez Serrano (2003) existem variadas técnicas grupais: promoção ou tormenta de idéias, entrevista simples ou coletiva,
debate em grupo e dramatizações/ simulações de fatos ou situações concretas, reais ou hipotéticas.
12/03/2017 A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico ­ Conteúdo Jurídico
http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=336 3/9
Observando  as  opções  de  técnicas  e  atividades  em  grupo  descritas  por  Serrano,  é  possível  adaptar  e  aplicar  esta  teoria  do  campo  da
psicologia ao curso de direito, pois existem inúmeros temas que se podem usar nestes debates como interpretação de leis com base em fatos reais ou
fictícios, onde os alunos podem buscar soluções e respostas aos problemas interagindo com os colegas.
Mas qual a importância do grupo sobre o aprendizado do indivíduo? Como se deve orientar a formação e estrutura destes grupos para que
possam  desenvolver  o  potencial  de  cada  um  dos  seus  componentes?  Qual  o  papel  do  professor  ao  utilizar  esta  técnica  de  ensino  e  quais  os
resultados que se pode esperar?
OS GRUPOS COMO FATOR DE SUCESSO NA APRENDIZAGEM.
Dentro da perspectiva da teoria de Schutz o foco deve voltar­se a valorização do grupo como um todo. Para isso deve usar técnicas grupais,
conforme orientação do professor Gimenez (2003, p.65): “O professor deverá diagnosticar e conhecer a psicologia própria de cada grupo, assim como
os princípios que regem a dinâmica grupal a fim de poder orientar as relações interpessoais e controlar o trabalho das equipes”.
A sala de aula como espaço de vivências, na opinião do professor Marcos Masetto (1992, p.73) “condiz com as pesquisas que salientam as
estratégias incentivadoras da integração do grupo como facilitadores da aprendizagem”.
Masseto  (1992)  descreve  muitas  vantagens  e  benefícios  quando  se  realiza  trabalho  em  grupo,  pois  estas  atividades  oferecem  várias
oportunidades de estabelecer amizade, troca de idéias e opiniões, desenvolver habilidades necessárias à prática da convivência com as pessoas;
completar, enriquecer experiências, desenvolver senso de responsabilidade e respeito pelas diferenças individuais; treinar capacidade de liderança e
aceitação do outro, e ainda desenvolver senso crítico e cooperação.
            Estas habilidades descritas por Masseto, aliada às de mediar conflitos e tomar decisões são características necessárias ao aluno de
direito. A solução de um problema pode ser dificultada por fatores pessoais mal resolvidos na  idade infantil ou adolescência. Este fator, aliado ao
excesso  de  ansiedade,  ou  falta  de  motivação,  dificuldades  em  processar  informações  e  os  déficits  em  habilidades  sociais  podem  prejudicar  o
desenvolvimento da aprendizagem já na fase adulta. Por isso o autor ressalva a importância da “expressão do sentimento positivo e da amizade que
se pode desenvolver em sala de aula, propiciando melhores condições de ensino – aprendizagem”. (Masseto 1992 p.99).
FORMAÇÃO E CONTROLE DOS GRUPOS.
É possível afirmar que toda turma tem comportamento diferente em relação aos colegas. Há turmas que desde o início do primeiro ano pode­
se observar que há um entrosamento com os colegas e maior participação nas aulas, e este ‘coleguismo’ segue até fim de curso, no entanto, podemos
também observar que há turmas que não se entrosam e assim inibem a participação dos demais, formando muitas vezes pequenos grupos fechados
durante as atividades em sala.
Na opinião de Navarro apud Luiz Maccione (1989 p.24), a formação dos grupos se apresenta nas seguintes etapas: “Grupos formados no
início do ano  letivo – são os grupos fixos formados para todas as atividades escolares”; Grupos formados no  início de cada  lição são: “Os grupos
móveis  formados no  início de cada  lição e grupos  formados especialmente para o estudo de certos problemas, algumas vezes sistematicamente
outras ocasionalmente”.
Para o professor Piletti  (1986, p.14), a  formação do grupo pode ser espontânea ou dirigida.  “É espontânea quando os alunos se reúnem
livremente, seja por aproximação física na sala de aula, por afinidade e preferência pessoal”. A formação do grupo é dirigida “quando os alunos se
reúnem por determinação do professor, assim o professor estabelece alguns critérios e elementos para formação dos mesmos”.
A autora Luiza Navarro considera uma  idéia próxima do professor Pilleti, mas acrescenta que além de poder  ser espontânea e dirigida, a
formação do grupo pode ser “imposta pelo professor de acordo com critérios de sorteio, ordem alfabética, aptidão, idade ou outros elementos; sem
imposição do professor, apenas sugestão ou através da formação livre e espontânea devida a iniciativa dos próprios alunos”. (Navarro apud Maccione
1989, p.24).
Acrescenta nesta classificação um fator importante que é quanto ao número de alunos por grupo. Esta questão poderá influenciar no processo
aprendizagem podendo ser de acordo com a idade: aos mais novos prefere agrupar­se entre cinco ou seis elementos, enquanto aos mais velhos entre
dois a quatro elementos; de acordo com assunto a ser tratado: independentemente da idade, mas relacionando­se ao tipo de atividade o número de
elementos podem aumentar ou diminuir ou ainda; de acordo com disponibilidade de material ser manuseado, o número de elementos também podem
variar. (op. cit. 1989, p.25).
Assim, ao propor atividade em grupo devemos observar se o grupo já comporta condições de exercerem as escolhas dos parceiros de forma
livre  e  sem  prejudicar  algum  companheiro  que  esteja  recém  chegado,  ou  que  apresenta  dificuldade  em  comunicar­se,  o  que  estaria  inibindo  o
sucesso da aprendizagem. Em caso de concluir que não estão em condições de deixarem a ‘panelinha’ de lado, é indicado ao professor orientador
que estabeleça critérios na hora de formar os grupos.
12/03/2017 A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico ­ Conteúdo Jurídico
http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=3364/9
Gerald Mailhiot  (1977 p.123)  chegou à  conclusão de que os grupos passam por  estruturação necessária  que devem ser  observadas pelo
professor, sendo elas classificadas da seguinte forma quanto à formação do grupo e da estrutura.
Quanto à  formação do grupo,  destaca que para  formação dos pequenos grupos existem variáveis  e  constantes que  são  fatores afetivos e
inconscientes na determinação da liderança e orientação dos trabalhos do grupo determinando alterações em seus resultados.
As variáveis são os aspectos que determinam o líder, e as relações deste com os liderados, bem como a razão que uniu os participantes do
grupo, se por razão de interesse pessoal, se imposto ou satisfação interpessoal. Quanto às constantes, dizem respeito à competência e habilidade de
realizar as tarefas propostas proporcionando ao grupo, segurança recíproca e necessária à sua integração.
 Existem dois tipos de inaptos para esta atividade: O inapto situacional que não consegue se integrar por não sentir atrativo pela tarefa ou pela
estrutura do grupo, que não lhe permite ser aceito e criativo, e o inapto caracterial, que é aquele que apresenta o seguinte traço de caráter: qualquer
que seja o grupo, o líder ou a tarefa, eles se tornam logo compulsivamente contra­ dependentes em relação às figuras de autoridade e agressivos a
relação aos membros da equipe. Estes quando na posição de  líder,  podem  tornar­se autocrático e abusivo no exercício do poder,  não possuem
empatia ou auto­empatia, com mania de grandeza e perseguição.
Quanto  à  estrutura  do  grupo  é  necessário  observar,  com  bases  nos  estudos  de  Gerald  M.  (1977  p.127)  o  tamanho,  a  composição  e  a
organização dos grupos.
Quanto  ao  tamanho:  quanto  maior  o  tamanho  e  numeroso  for  o  grupo,  maior  a  dificuldade  de  se  estabelecer  a  autoridade.  Quanto  à
composição: as variáveis que compõem o grupo são: sexo, idade, cor, clero e experiência no assunto. Quanto mais homogêneo o grupo maiores as
chances de resultados positivos para o grupo.
Já quanto à organização do grupo: o grupo precisa se organizar quanto à estrutura de poder e de  trabalho. Estrutura de poder serve para
estabelecer para quem e sob quem se trabalha. Na estrutura de trabalho se define as tarefas distribuídas entre os membros.
            O grupo, para favorecer e assegurar o crescimento com eficiência necessita ultrapassar barreiras que conforme estudos de Mailhot (1977
p.132) são compostas por três fases: individualista, fase de identificação e fase de integração.
A fase individualista cada indivíduo inicialmente tende a querer se auto afirmar como indivíduo. Esta fase perdura até que todos se sintam
aceitos. O líder não deve acelerar ou frear esta fase,pois ela é importante no processo de integração do grupo, assim a primeira tarefa do grupo e
aceitação mútua. A fase da identificação é a segunda fase, pois quanto mais heterogêneo for o grupo, mais esta fase tem tendência de se prolongar.
Isto ocorre por que antes de se sentirem aceitos pelo grupo de forma individualista, eles formam os subgrupos. São os que se sentem minoritários no
grande grupo, e não se sentem parte do grupo nos momentos de decisão. A fase da integração ocorre quando todos se sentem aceitos pelo grupo e
mais cedo ou mais tarde conseguirão efetivar as tarefas com sucesso e solidariedade.
Entendemos que a partir destas citações, podemos concluir que os grupos poderão ser formados de forma espontânea, quando já houver
condições diversas para esta formação, e na falta deverão ser dirigidas as formas de união para melhor interação dos indivíduos para estruturar futura
formação  livre. As  três  fases observadas por Mailhiot  têm estreita  ligação com a  teoria de Schutz que alega a necessidade do grupo em  interagir
através da sucessão de fases de interação que são as de controle, inclusão e afeição.
            Para que as atividades de grupo tenham sucesso e os membros do grupo possam usufruir desta modalidade de ensino, é necessário
observar o aspecto da integração destes membros através do despertar da liderança.
Esta questão da liderança é “um mito que apenas um ou poucos membros do grupo tem condições de exercer liderança, pois há diferentes
necessidades, atividades e momentos na vida de um grupo a respeito da liderança”. (Andreola 2001 p.33).
Segundo Weil (1967 p.63) sobre a questão da liderança:
A capacidade de liderança não seria inata, ela pode ser desenvolvida, assim qualquer potencial do indivíduo pode
ser transformado em uma liderança. A liderança não se adquire, se desenvolve através do professor,  líder ou dirigente,
que  pode  descobrir  capacidades  intelectuais  nas  pessoas  e  proporcionar  situações  para  suas  habilidades  aflorarem.
Assim, líder (definição de Relações humanas) “é todo o indivíduo que graças à sua personalidade, dirige um grupo social
com a participação espontânea dos seus membros”.
Com uma sequência de trabalhos em grupo, é comum formar os grupos fechados ou grupos repetidos conhecidos por          ‘panelinhas’.
Como tratar das ‘panelinhas’?
Professor Andreola (2001 p.19) recomenda que “não se forme grupos a partir da formação natural e espontânea, e nem forçada ao extremo.
Cabe ao professor observar o tipo de atividade proposta para não dificultar a interação dos membros dentro do grupo”. Se for uma atividade de campo,
12/03/2017 A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico ­ Conteúdo Jurídico
http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=336 5/9
a formação natural vai facilitar a comunicação entre eles, já para a formação dirigida é conveniente para atividades em sala de aula como sistema GV­
GO.
Se o grupo não estiver  habituado com os demais  colegas,  for  um grupo  inicial  é necessário observar algumas cautelas  como dispor as
cadeiras em círculos e demonstrar visualmente em cartazes a dinâmica a ser aplicada. Umas das atividades recomendadas são as de biografia e
autobiografia.
Já para as turmas que já se conhecem e falta integração com o grupo de trabalho é interessante atividade que fortaleçam as impressões
positivas  de  cada membro  com  respeito  ao  outro. Exemplo  para  esta  situação  seria  atividade de entrega de mensagens que  cada um  recebe e
escolhe alguém do grupo para entregar e valorizar suas qualidades.
Para grupos que já estão trabalhando um tempo maior junto como em uma turma de sala de aula, a integração e as etapas de liderança já
ocorreram, assim é possível proporcionar possibilidades de discussão, e amadurecimento das relações. As atividades propostas devem oportunizar
que cada membro possa colaborar com sua opinião e ouvir as opiniões divergentes para concluir e chegarem ao um consenso. (Para desenvolver o
raciocínio, flexibilidade mental e debate, podemos exercitar os jogos de painel duplo, júri simulado e atividades que exercitem a criatividade como
técnicas de brainstorming.
O PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM NESTA TEORIA
Para Gimenez Serrano (2003 p.04), ensinar significa: “Facilitar aprendizagem. Saber ensinar é saber conduzir o processo de aproximação do
homem à realidade em que ele vive e se desenvolve. Ensinar é Educar, instruir ou iniciar alguém no conhecimento”. Com relação a atividades de
ensino em grupo, emite opinião favorável quando afirma:
A  aprendizagem  tornar­se  mais  eficiente  quando  desenvolvido  levando  em  conta  os  seguintes  aspectos
fundamentais: os interesses dos estudantes, os objetivos do professor, e o valor do trabalho em grupo. Para que alguém
aprenda  é  necessário motivação,  assim  cabe  ao  professor  providenciar  a  adequada motivação  através  de  recursos  e
métodos didáticos  favoráveis à aprendizagem. Assim entre aprendizagem e motivação existe mútua  relação.  (Gimenez
Serrano 2003 p.08).
Zayas (1999, p.39) destacaque:
Para lograrse  un hombre instruido, desarrollado y educado, se requiere de un proceso­docente­educativo al menos
a un nivel de asimilación productivo, pero además motivado, afectivo, emotivo que estimule a los escolares y los incorpore
conscientemente a su propio desarrollo.
O professor Pilleti  (1986 P.233) acrescenta que para efetivar a motivação, o principal  instrumento a ser utilizado é o próprio professor. A
realização do ensino depende deste, da sua ação didática ao conhecer o alunado, e ao adaptar os conteúdos. Motivar o ensino é torná­lo tanto quanto
agradável e interessante.
A  motivação  consiste  em  apresentar  a  alguém  estímulos  e  incentivos  que  lhe  favoreçam  determinado  tipo  de
conduta.  Em  sentido  didático  consiste  em  oferecer  ao  aluno  os  estímulos  e  incentivos  apropriados  para  tornar  a
aprendizagem mais eficaz. Os  recursos didáticos, os procedimentos de ensino, o conteúdo, as atividades são valiosas
fontes de incentivo.
Juntamente  à  teoria  de  aplicabilidade  de  ensino  através  de  atividades  que  favoreçam  e  valorizem  a  troca  de  conhecimentos  em  grupo
importante destacar os estudos de Dinah Martins Campos, que organizou e sistematizou algumas das principais teorias da aprendizagem baseadas
em diferentes  concepções  do  homem e  do modo  como ele  aprende  a  importância  do  grupo  e  o  processo  de  sua  formação. Defende  a  tese  da
existência de três concepções: Inatista, ambientalista e a Interacionista. (Campos 1989 p.162 e seg.).
A Concepção Inatista se origina na teologia, pois se acredita que Deus ao fazer o Homem já o fez de forma definitiva e que o destino de cada
um ao nascer já estaria determinado por ele. Entendem que fatores ambientais não são capazes de exercer um efeito direto no organismo.
Com relação a Concepção Ambientalista conceitua aprendizagem como uma mudança na probabilidade de resposta. Na maioria dos casos,
esta  mudança  é  determinada  pelo  condicionamento  operante.  Esta  concepção  dá  importância  ao  meio  ambiente  como  determinante  do
comportamento, aliás, seriam os estímulos presentes numa determinada situação que levariam ao aparecimento de um determinado comportamento.
O papel do professor nesta concepção é valorizado, pois é dele a responsabilidade de planejar, organizar, e executar as situações de aprendizagem.
(Campos 1989, p.191)           
Para a Concepção  Interacionista, a aprendizagem é como um processo de relação do sujeito com o mundo exterior. É um elemento que
provém de uma comunicação com o mundo e se acumula sob a forma de uma riqueza de conteúdos cognitivos. O indivíduo adquire assim um número
crescente de novas ações como forma de inserção em seu meio. (Bock, 1999).
12/03/2017 A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico ­ Conteúdo Jurídico
http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=336 6/9
O  professor  deve  criar  situações  em  que  o  aluno  sinta­se  desafiado  e  que  possa  relacionar  o  conhecimento  que  construiu  com  as
experiências da escola, utilize em estilo de  linguagem acessível, conhecida e  familiar para  favorecer a compreensão e construção dos conteúdos
relacionados.  O  erro  na  verdade  deve  ser  um  feedback,  isto  é,  uma  forma  do  professor  avaliar  como  o  aluno  pensa,  percebe  e  constrói  seu
conhecimento.
Sônia Tovar afirma que:
É importante compreender o modo como as pessoas aprendem e as condições necessárias para a aprendizagem,
bem  como  identificar  o  papel  de  um  professor  nesse  processo.  Estas  teorias  possibilitam  a  este  mestre  adquirir
conhecimentos, atitudes e habilidades que lhe permitirão alcançar melhor os objetivos do ensino. (1990, p.30)
As  teorias  de  aprendizagem  buscam  reconhecer  a  dinâmica  envolvida  nos  atos  de  ensinar  e  aprender,  partindo  do  reconhecimento  da
evolução cognitiva do homem, e tentam explicar a relação entre o conhecimento pré­existente e o novo conhecimento. A aprendizagem não seria
apenas inteligência e construção de conhecimento, mas basicamente, identificação pessoal e relação através da interação entre as pessoas.
                       As  influências de Piaget  e Vygotsky,  no  campo da prática educacional,  são muito  intensas. No entanto,  as  importâncias de  suas
conceitualizações ultrapassam esses momentos específicos de desenvolvimento humano, constituindo uma abordagem pedagógica influenciadora da
prática educacional em todos os segmentos.
Para Piaget, o principal era “analisar como tem origem e evolui o conhecimento”. Seu interesse era, portanto, epistemológico. O interesse
piagetiano  pela  epistemologia  nasce  de  suas  preocupações  de  biólogo:  a  evolução,  a  interação  com  o  meio,  a  gênese  das  estruturas.  “O
desenvolvimento cognitivo é um processo social e a interação com outras pessoas tem importante papel no desenvolvimento das operações lógicas”.
(Piaget in Tovar 1990, p.37)
De acordo com esta corrente, o papel do professor “é o de auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo do aluno, liderar as atividades do
grupo,  criar atividades diversificadas e provocadoras;  incentivar o  trabalho  independente do aluno”. A educação deve ser  sempre voltada para a
autonomia, sempre estimulando no aluno sua noção de responsabilidade e sua capacidade de crítica. (Goulart, 2000)
Para Vygotsky, (2001) o processo de formação de pensamento é despertado e acentuado pela vida social e pela constante comunicação que se
estabelece  entre  crianças  e  adultos,  a  qual  permite  a  assimilação  da  experiência  de muitas  gerações.  Ele  tem  um modo  próprio  de  entender  a
educação.
A heterogeneidade, característica presente em qualquer grupo humano, passa a ser vista como fator imprescindível para as interações na
sala de aula. Os diferentes ritmos, comportamentos, experiências, trajetórias pessoais, contextos familiares, valores e níveis de conhecimento de cada
aluno  (e  do  professor)  imprimem  ao  cotidiano  escolar  a  possibilidade  de  troca  de  repertórios,  de  visão  de  mundo,  confrontos,  ajuda  mútua  e
conseqüentemente ampliação das capacidades individuais.
A TEORIA DAS NECESSIDADES INTERPESSOAIS DE WILL C. SCHUTZ.
 Destacamos no  início, que este  texto  tinha por objetivo proporcionar subsídio  teórico de uma proposta metodológica aplicável ao ensino
jurídico. Vejamos agora um pouco mais das características desta teoria e a sua estrutura formativa.
                 Para o prof. Del Prette (2001, p.20), “O interesse da psicologia pelas relações  interpessoais é, pode­se dizer  tão antigo quanto à própria
formação dessa disciplina. Tendo o problema das relações interpessoais como eixo central”.
Os direitos interpessoais correspondem à aplicação na interação social, dos direitos humanos básicos, entendendo­se que eles são válidos
para todos e que cada direito corresponde a um dever: “O direito de expressar nossas opiniões corresponde ao dever de respeitar as opiniões dos
demais; o direito de pedir o que se quer implica o dever de respeitar o direito de recusa do outro e assim por diante”. (Del Prette, 2001, p.36)
De acordo com teoria de Schutz  (1994) a aprendizagem ocorrerá mais  facilmente a partir do momento que os  indivíduos passarem a  ter
melhores relações dentro de um grupo. Mas para chegar à fase ou etapa em que ocorre melhor esta de integração o grupo passará por outras de
transição chamadas de fases de inclusão, controle, e afeição.
A Necessidade de Inclusão é a primeira a surgir quando se ingressa em um grupo. É a necessidade de se sentir integrado, valorizado e de
ser aceito, de também ser distinto dos demais. Nesta fase não há formação de vínculos emocionais fortes, pois, primeiro o indivíduo procurará indícios
de que não é marginalizado pelo grupo.
É geralmenteno momento de tomada de decisões que esta necessidade procura ser satisfeita de maneira imperiosa. “Esta necessidade é a
expressão do desejo que experimenta todo membro de um grupo de possuir um status positivo e permanente no interior do grupo, e não se sentir
marginalizado em momento algum”. (Maillot 1977, p. 67)
12/03/2017 A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico ­ Conteúdo Jurídico
http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=336 7/9
Neisa Cunha (1999) apresenta em síntese que, nesta fase de inclusão, os comportamentos característicos são: “descobrir quem é o outro,
interagir, ser único, individual, desejo de pertencer a pequenos grupos, querer estar dentro do grupo, não querer dominância, mostrar o lado positivo
de suas características pessoais”.
Para a fase de Inclusão, Weil (1967, p.50) descreve que o comportamento observado em sua pesquisa se traduz nos seguintes resultados:
“Na fase de Inclusão a auto­estima é baixo, o comportamento é caracterizado pela ansiedade e pode assumir duas formas: o subsocial ou pouco
social e ultra­social ou super – social e o social”.
O comportamento do indivíduo sub­social ou hipossocial é introvertido e retraído. Já o indivíduo ultra­social, ou hiper social, apesar de ter os
mesmos pensamentos  inconscientes pouco sociáveis manifesta­se ao contrário, é muito extrovertido, procura outros  incessantemente, não suporta
ficar só, chama atenção para si exibindo­se ao grupo, força sua entrada ou através do poder ou através da afeição seria o aluno palhaço que em sala
de aula nada mais quer do que chamar atenção sobre si mesmo que de forma negativa; e os indivíduos sociais, aqueles que tiveram suas relações de
inclusão bem resolvidas na infância, se saem muito bem com outras pessoas.  
Quanto a necessidade de Controle surge depois que o  indivíduo encontra seu  lugar, cada membro do grupo passa a  interessar­se pelos
procedimentos que levam às decisões entre as pessoas na área do poder, da influência e da autoridade. É interessante observar que a necessidade
de controle varia desde o desejo de controlar ao desejo de ser controlado,  isto é, o  indivíduo pode desejar poder e autoridade ou desejar  ter as
responsabilidades tiradas de cima dele. Nesta fase de controle o indivíduo apresenta necessidade que implica o respeito pela competência e pela
responsabilidade alheia, e a consideração alheia da própria competência.
Na zona de controle, Weil (1967, p. 49) destaca dois extremos: “autocrata aquele indivíduo cujo comportamento interpessoal é dominador ao
extremo, abdicrata aquele que chega ao extremo de renunciar e o democrata é aquele que resolve sozinho”.
Esta fase de ‘controle’ se apresenta freqüentemente conturbada por causa da dificuldade na comunicação, aparecem as disputas pessoais
pela liderança e surgem as facções e subgrupos que eventualmente por conveniência podem fazer coalizões.É nesta fase em geral que os membros
observam o funcionamento do grupo e aprendem quais são as normas que começam a se estabelecer.
Já com relação a necessidade de Afeição é a última fase a surgir no desenvolvimento de um grupo. O afeto se baseia na construção de
vínculos emocionais e é quando as pessoas começam a expressar e buscar a integração emocional. Pode ser a fase mais produtiva do grupo já que
houve um avanço na sua relação de confiança mútua, no nível de respeito, de aceitação de seus membros e na tolerância às diferenças individuais.
Resumidamente,  podem­se  citar  alguns  dos  principais  sentimentos  e  comportamentos  característicos  desta  fase:  afetividade,  ligações  e
interações mais profundas, maior disponibilidade para o grupo, feedback, encontro com o outro mais verdadeiro e respeito às normas e regras das
relações.
Considerando aqui estas características da teoria, é possível visualizar sua aplicabilidade e adequação ao curso de direito como a qualquer
outro curso por tratar­se de uma teoria baseada no comportamento social do individuo e suas necessidades básicas de relacionar­se com os demais.
Considerações finais.
O  professor  pode  e  deve  buscar  formas  diferentes  e  inovadoras  na  atuação  profissional,  muito  mais  agora  diante  da  necessidade  de
submeter­se a constante avaliação de seu desempenho como professor. O ato de planejar a escolha de conteúdo, método e técnicas de ensino deve
estar atrelado a realidade e necessidades singulares em cada turma. Cabe ao professor a missão de resgatar no aluno o prazer de aprender  com
seus professores e colegas em uma constante troca de informação e experiência que se traduz em aprendizado independente de qual área de ensino
se dedique.
 Quanto a proposta metodológica de Will S. sugerida neste texto, entendemos ter aplicabilidade aceitável ao curso de direito, mesmo sendo
este (curso de direito) construído em alicerce tradicional de ensino, pois entendemos que esta interação poderá contribuir para obtenção de resultados
favoráveis  ao  desenvolvimento  do  relacionamento  do  grupo  e  dos  indivíduos  que  o  compõem  superando  dificuldades  várias  que  impedem  o
crescimento intelectual e cultural da turma.
Nossa pretensão aqui  foi demonstrar aos colegas docentes do direito a viabilidade  teórica de se  realizar a práxis pedagógica do ensino
jurídico aplicando a teoria de Will Schutz, que defende um ensino à base de ‘estímulo’ e ‘motivação’ com a valorização, formação e fortalecimento das
relações interpessoais e do grupo e com isso favorecendo diretamente as condições ideais de realização profissional com sucesso na educação.
Referências Bibliográficas .
ANDREOLA, Balduíno. A Dinâmica de Grupo – Jogo da Vida e Didática do Futuro. 7ªed. Petrópolis: Vozes, 1991.
12/03/2017 A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico ­ Conteúdo Jurídico
http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=336 8/9
BOCK A.M.B. et alii. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva 1999.
CAMPOS.D.M.S. Psicologia de aprendizagem . 2ªed.Petrópolis;Vozes,1989 .
CUNHA.Neisa Teoria das Necessidades Pessoais.Curso de Especialização ‘Dinâmica de Grupo’ Teoria Holística da Dinâmica de grupo.Texto de
Circulação Interna Cuiabá:1999.
DEL PRETTE, Almir./ Almir Del Prette e Zilda A. P. Del Prette. Psicologia das Relações  Interpessoais–Vivências para o Trabalho em Grupo.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
GIMENEZ SERRANO, Pablo. Metodologia do Ensino e da Pesquisa Jurídica: Manual Destinado a Requalificação da Atividade Docente e da
Pesquisa Cientifica nas Universidades. Barueri ­ São Paulo: Manole, 2003.
GOULART, Iris Barbosa. Piaget: Experiências Básicas para Utilização pelo Professor. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
MAIHIOT, Gerard Bernard. Dinâmica e Gênese dos Grupos. Coleção Psicologia e Grupos. Atualidade das Descobertas de Kurt Lewin. 4ªed.
Livraria das Cidades: São Paulo, 1977.
MASSETTO, Marcos Tarcisio. Aulas Vivas. São Paulo: MG Editores Associados, 1992.
MOSCOVICI, Fela. Equipes dão Certo. 3ª ed. Rio de Janeiro: José Olímpyo, 1996.
NAVARRO  , M.  Luiza. El Método de Trabajos  por Equipes. Ed Lousada, S. A.  –Buenos Aires,  1954 pág.  14­21 apud.   MACCIONE,  Luiz. A
construção de um Conhecimento em Atividade de Grupo .Tese de Mestrado USP –1989 pag. 24
PILETTI, Claudino. Didática Geral.6ª.ed.São Paulo: Ática,1986.
SCHUTZ.W.C. A Profunda Simplicidade –Uma Consciência do Eu Interior.São Paulo; Agora.1994.
TOVAR, Sônia Maria. ROSA, Marilaine Bauer da Silva Santa.(ORG) Psicologia da Aprendizagem. Rio de Janeiro: Agua­Forte, 1990. Pág.30.
VYGOTSKI, Lev Semenovitch. (1986­1934) Linguagem Desenvolvimento e Aprendizagem /Alexander Luria , Alex Leontiev. Tradução: Maria da
Penha Villalobos. São Paulo: Ícone, 2001.
WEIL,Pierre.SCHUTZENBERGER; Anne Ancelin; GARCIA,Célio.Dinâmica  de Grupo  e Desenvolvimento  em Relações Humanas.  Ed.Itatiaia:
Belo Horizonte,1967.
ZAYAS, Carlos M. Álvarez de. Didáctica  La Escuela En La Vida .3ª ed. Havana, 1999.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico publicado em periódico eletrônico deve ser
citado da seguinte  forma: BARROS, Jessika Matos Paes de. A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino
Jurídico.  Conteúdo  Jurídico,  Brasília­DF:  24  jun.  2009.  Disponível  em:  <http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=336>.
Acesso em: 12 mar. 2017.
Digite um produto/marca
Melhores produtos
Top 5
Ofertas
Buscapé
Celular e Smartphone
Smartwatch
Bluetooth
Compativel ComR$ 50,00
Electrolux Blue
Touch MEC41
10 x R$ 89,00
Calça Estampada
284 Floral
R$ 74,00
Motorola 2ª
Geração XT1068 8
GBR$ 759,00
12/03/2017 A Aplicabilidade da Teoria das Necessidades Interpessoais de Will Schutz ao Ensino Jurídico ­ Conteúdo Jurídico
http://www.conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=1614&ver=336 9/9
Indique esta coluna Comentários 6323 visualizações
 
voltar imprimir  
 
© 2017 Conteúdo Jurídico ­ Todos os direitos reservados.
Anuncie Aqui | Fale Conosco | Política de Privacidade | Sobre o Portal

Outros materiais