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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Medicina Veterinária ANA LUIZA COLLARES BRIGOLA DERMATOFITOSES EM GATOS CURITIBA 2016 11 Este trabalho de conclusão de curso (T.C.C.) apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade e Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, Campus Barigui, pela universitária Ana Luiza Collares Brigola como requisito parcial para obtenção de título de Médica Veterinária, é composto de relatório de estágio, no qual são descritas as atividades realizadas durante o período de 27 de julho a 06 de outubro de 2015 e revisão de literatura abordando o tema dermatofitose em gatos. Palavras chave: Zoonose, Micose, Microsporum canis, Alopecia 12 INTRODUÇÃO O presente relatório elaborado pela acadêmica Ana Luiza Collares Brigola, do Curso de Medicina Veterinária, da Universidade Tuiuti do Paraná, tem como finalidade descrever os casos acompanhados durante o período de estágio curricular obrigatório. O estágio curricular foi realizado na CEMV-UTP, no período de 27 de julho a 06 de outubro do ano 2015, totalizando 400 horas, sob orientação profissional da médica veterinária Ana Laura D’Amico, CRMV- PR 8023 e sob orientação acadêmica da professora Fabiana dos Santos Monti CRMV-PR 12502, responsável pela disciplina de clínica médica de pequenos animais da Universidade Tuiuti do Paraná. Neste relatório estão descritas as atividades desenvolvidas na área de clínica médica de pequenos animais. O estágio curricular teve como objetivo aprimorar os conhecimentos técnicos adquiridos durante a graduação. 13 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO O estágio curricular foi realizado na Clínica Escola de Medicina Veterinária (CEMV) da Universidade Tuiuti do Paraná, campus Professor Sidney de Lima Santos (Barigui), situada na Rua Sydnei Antônio Rangel Santos- 238 no bairro Santo Inácio, Curitiba- PR, no período de 27 de julho a 06 de outubro de 2015, de segunda a sexta-feira no horário das 8h00min ás 12h00min. e das 14h00min ás 18h00min, sendo o horário das 12h00min. às 14h00min para o inervalo para o almoço, totalizando 400 horas de estágio. A clínica veterinária do campus Barigui, inaugurado em 2008, conta com serviços de clínica médica e cirúrgica, e também disponibiliza as seguintes especialidades: Anestesiologia, cirurgias ortopédicas e de tecidos moles, dermatologia, exames laboratoriais, odontologia, radiologia e ultrassonografia e neurologia. INFRA ESTRUTURA O hospital possui: recepção; quatro consultórios de atendimento clínico (FIGURA 1), sendo um especialmente para gatos (FIGURA 2); bloco cirúrgico de pequenos animais, contando com sala de procedimentos pré–operatórios e pós-operatórios e duas salas cirúrgicas (FIGURA 3), farmácia; sala de internamento geral; sala de pós-operatório; sala de emergência (FIGURA 4); sala dos residentes; sala dos professores; sala de ultrassonografia (FIGURA 5); sala de radiologia e laboratório de análises 14 FIGURA 1-CONSULTÓRIO DA CEMV-UTP FONTE: SBALCHEIRO, 2015 FIGURA 2-CONSULTÓRIO PARA GATOS DA CEMV-UTP FONTE: SBALCHEIRO, 2015. 15 FIGURA 3-BLOCO CIRÚRGICO DA CEMV-UTP FONTE: SBALCHEIRO, 2015. FIGURA 4-SALA DE EMERGÊNCIA CEMV-UTP FONTE: SBALCHEIRO, 2015 16 FIGURA 5-SALA DE ULTRASSONOGRAFIA CEMV-UTP FONTE: SBALCHEIRO, 2015. 17 CASUÍSTICA O estágio curricular compreendeu as atividades realizadas nos consultórios como: anamnese, exame físico, colheita de materiais biológicos para exame além do atendimento aos animais internados na avaliação de parâmetros, fluidoterapia, administração de medicamentos segundo a prescrição do médico veterinário responsável e nutrição desses pacientes, sob a orientação dos residentes de clínica médica e da professora Fabiana dos Santos Monti. Considerando as atividades de clínica médica foram acompanhados 134 casos no período do estágio, distribuídos em 118 cães e 16 gatos, dados apresentados detalhadamente no gráfico abaixo. (FIGURA 6). FIGURA 6– DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO TOTAL DE CASOS (N=134) ENTRE CÃES E GATOS ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015 NA CEMV-UTP. Os atendimentos da clínica geral estão demonstrados acima. Na FIGURA 7, estão separados em sistemas orgânicos, e os mesmos casos são detalhados nos quadros seguintes. 54 10 6464 6 70 0 10 20 30 40 50 60 70 80 CÃES GATOS TOTAL machos femeas 18 FIGURA 07 – DISTRIBUIÇÃO DA CASUÍSTICA, SEPARADA POR SISTEMAS, ACOMPANHADA NA ROTINA DA CLÍNICA MÉDICA DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO, DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015 NA CEMV-UTP. Do total de animais atendidos, alguns realizaram atendimento apenas para colheita de material para triagem de cirurgias eletivas enquanto outros apresentavam mais de uma queixa principal, ou mesmo não se encaixavam na classificação exata de um dos sistemas abordados, então esses animais foram inclusos na tabela como “OUTROS”. No QUADRO 1, estão descritas as enfermidades do sistema locomotor acompanhadas no período de estágio. 21 13 14 30 8 16 12 20 0 5 10 15 20 25 30 35 19 QUADRO 01- CASUÍSTICA DO SISTEMA LOCOMOTOR NA CEMV- UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015. ENFERMIDADES CAES GATOS TOTAL % M F M F Displasia Coxofemural 1 0 0 0 1 5% Luxação patelar 1 4 0 0 5 24% Fratura de fêmur 1 2 0 0 3 14% Claudicação membro pélvico a investigar 2 0 0 0 2 10% Fratura mandibular 0 2 0 0 2 10% Luxação cotovelo 0 1 0 0 1 5% Lesão 4° dedo membro torácico direito 0 1 0 0 1 5% Fratura pelve 1 1 0 0 2 10% Fratura de coluna 1 1 0 0 2 10% Fratura de acetábulo 0 1 0 0 1 5% Fratura de ísquio 0 1 0 0 1 5% TOTAL 21 Os quadros de luxação patelar se mostraram frequentes na clínica sendo acompanhados mais casos em fêmeas do que em machos. Os atendimentos do sistema locomotor resultaram em 20 dos 134 atendimentos acompanhados. Os atendimentos relativos ao sistema digestório também se apresentaram relevantes na rotina hospitalar como mostra o QUADRO 2. QUADRO 2- CASUÍSTICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO NA CEMV-UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015. ENFERMIDADES CAES GATOS TOTAL % M F M F Gastrenterite 1 3 1 0 2 38% Neoplasia pancreática a esclarecer 0 1 0 0 1 8% Colite 1 1 0 0 2 15% Neoplasia intestinal a investigar 0 0 1 0 1 8% Disfagia a investigar 0 1 0 0 1 8% Doença periodontal 2 1 0 0 3 23% TOTAL 10 As afecções do sistema digestório foram representadas por 13 casos atendidos, que incluiu três casos de doença periodontal, encaminhados para o 20 setor de odontologia para receberem o tratamento adequado QUADRO 3 - CASUÍSTICA DO SISTEMA REPRODUTOR NA CEMV-UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015. ENFERMIDADES CAES GATOS TOTAL % M F M F Ovário policístico 0 1 0 0 1 7% Neoplasia mamária 0 9 0 1 10 71% TVT 1 1 0 0 2 14% Acompanhamento gestacional 0 2 0 0 1 7% TOTAL 14 Comodemonstrado no QUADRO 3 a incidência de neoplasias mamárias ainda são os casos de maior ocorrência do sistema reprodutor, demonstrando ser necessário uma conscientização maior dos proprietários quanto aos métodos de esterilização. Todos os casos passaram pelo exame citopatológico e foram encaminhados para cirurgia de mastectomia e ovariohisterectomia quando possível ou necessário. O sistema tegumentar foi sem dúvida o mais acometido pelas mais diversas afecções que foram desde mordeduras por outros animais até a presença de neoplasias não esclarecidas e encaminhadas para exame citopatológico e histopatológico, como demonstrado no QUADRO 4. QUADRO 4 - CASUÍSTICA DO SISTEMA TEGUMENTAR NA CEMV-UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015. ENFERMIDADES CAES GATOS TOTAL % M F M F Mastocitoma 3 1 0 0 4 13% Dermatofitose 0 0 1 0 1 3% Otite externa 3 7 0 0 10 33% Demodiciose 1 0 0 0 1 3% DASP 1 1 1 0 3 10% Nódulo membro pélvico a esclarecer 0 1 0 0 1 3% Mordedura 1 1 1 0 3 10% Lesão por picada de aracnídeo 1 0 0 0 1 3% Dermatite atópica 1 0 0 0 1 3% Abscesso 0 1 0 0 1 3% Intertrigo 1 0 0 0 1 3% Dermatite interdigital 0 1 0 0 1 3% Mííase 1 0 0 0 1 3% 21 Piodermite 0 1 0 0 1 3% TOTAL 30 As otites, principalmente as crônicas, tiveram o maior número de casos atendidos do sistema tegumentar, sendo que junto com os casos de neoplasias mamárias resultaram nos dois casos de maior incidência na clínica geral no período de estágio, já nas neoplasias cutâneas, o mastocitoma foi o mais diagnosticado. Entre outros atendimentos, foi acompanhado casos como o Vírus da Leucemia Felina, sequela por cinomose, intoxicação, consulvões entras enfermidades. (QUADRO 5) QUADRO 5 – OUTROS ATENDIMENTOS ACOMPANHADOS NA CASUÍSTICA DA CLINICA GERAL NA CEMV-UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015. ENFERMIDADES CAES GATOS TOTAL % M F M F FELV 0 0 1 0 1 4% Metástase esplênica a esclarecer 0 0 1 0 1 4% Hérnia inguinal 0 1 0 0 1 4% Convulsão 1 1 0 0 2 8% Neoplasia oftálmica a esclarecer 0 1 0 0 1 4% Sequela por cinomose 1 0 0 0 1 4% Glaucoma 0 0 0 1 1 4% Protrusão de 3° pálpebra 2 1 0 0 3 12% Intoxicação 1 0 0 0 1 4% Outras 7 0 0 1 8 31% TOTAL 20 Oito animais se caracterizaram por casos de retornos, retiradas de pontos ou colheita de sangue para triagem de cirurgias ou mesmo acompanhamento 22 de evolução dos casos clínicos, e esses animais foram encaixados nesta tabela como “outras”. 23 DERMATOFITOSE EM GATOS - REVISÃO DE LITERATURA RESUMO A dermatofitose é causada por um fungo que infecta tecidos queratinizados da pele, pelos e unhas. É uma doença de fácil transmissão e considerada uma importante causa de zoonose cabendo ao profissional identificar, orientar o proprietário e tratar o animal o mais rápido possível. A causa mais comum de dermatofitose em cães e gatos é o Microsporum canis, sendo os felinos importantes disseminadores da doença por portarem a mesma sem apresentar sinais. O diagnóstico baseia-se em um estudo do histórico do animal, exame clínico e pelo resultado dos exames complementares. O tratamento deve ser baseado em antimicóticos tópicos e sistêmicos. Palavras chave: Zoonose, Alopecia, Microsporum canis 24 INTRODUÇÃO A dermatofitose é a doença fúngica mais comum na clínica de pequenos animais, é causada por um grupo de fungos pertencentes aos gêneros Microsporum ssp., Tricophyton ssp. e Epidermophyton ssp., todos com afinidade para tecidos queratinizados (MULLER e KIRK’S, 2013). Nos animais de companhia, principalmente nos gatos as dermatofitoses estão geralmente associadas ao Microsporum canis, podendo estes animais ser contaminados a partir do contato com outros animais e humanos. A transmissão se dá através do contato com os fungos que podem penetrar na pele, pêlo e unhas, onde uma vez instalados resultam em dano epitelial e quebra do pêlo além de reações inflamatórias de leves severas (FONDATI, 2007). A dermatofitose é uma doença de importância zoonótica (MEDEIROS et.al 2009). O objetivo desta revisão é abordar de maneira direta a forma de transmissão, diagnóstico e tratamento das dermatofitoses. 25 ETIOLOGIA Os dermatófitos são um grupo de fungos que causam lesões em tecidos queratinizados (COELHO, 2008). São muito comuns na natureza distribuídos no ar e no solo além de estar na pele de animais São fungos filamentosos formados por células alongadas chamadas de hifas. Ao conjunto de hifas que formam as colônias dá-se o nome de micélio. A fragmentação das hifas dá origem a estruturas responsáveis pela reprodução do fungo, estas recebem o nome de artrósporos ou artroconídeos (PERDONCINI, 2009). Quando os dermatófitos são encontrados no solo são denominados geofílicos. Os que estão adaptados à pele dos animais, mas causam, em um segundo momento, contaminação em humanos, são chamados de zoofílicos; e os que causam lesões no homem, mas podem ser transmitidos aos animais, são os chamados antropofílicos (PERES, et al. 2010). O Microsporum gypseum é um fungo geofílico, que habita principalmente solo rico em matéria orgânica, o Microsporum canis é zoofílico, que habita a pele dos animais e raramente é encontrado no solo já o Trycophyton mentagrophytes (FIGURA 8) também é classificado como zoofílico, e é bem adaptado à pele dos animais, mas em alguns casos, pode ser encontrado no solo, quando houver excesso de debris de pelos e pele (CARVALHO, 2010). De todos os fungos citados acima o de maior ocorrência é o Microsporum canis (FIGURA 9) que é responsável pelo maior número de contaminação em gatos disseminadores da doença, que muitas vezes não apresentam sinais clínicos, chamados assim de portadores assintomáticos (MULLER e KIRK’S, 2013). 26 FIGURA 8- TRICOPHYTON MENTAGROPHYTES EM CULTURA FÚNGICA. FONTE:http://vetlab.blogspot.com.br/2005_09_01_archive.html FIGURA 9: MACRONÍDEOS de MICROSPORUM CANIS EM CULTURA FÚNGICA FONTE: http://labmed.ucsf.edu/education/residency/fung_morph/fungal_site/subpages/mcanis40xsp.htm 27 EPIDEMIOLOGIA A epizootiologia do M.canis é a mais importante já que os cães e os gatos são as maiores fontes de infecção para os seres humanos que podem ser contagiados de forma direta, quando tocam um animal contaminado ou de forma indireta, quando a contaminação se dá através do ambiente infectado (pêlos, pentes, escovas, camas, cobertas) (MADRID, et al. 2012). Uma importante fonte de contágio para humanos e outros animais são os chamados portadores assintomáticos. Os gatos representam 90% desses carreadores que não apresentam nenhum sinal, mas podem contaminar outros animais, seres humanos e o ambiente (ALVES, 2010). O que determina se o gato irá apresentar os sinais característicos da dermatofitose ou vir a se tornar um portador assintomático é uma série de fatores incluindo: o tipo de fungo envolvido na contaminação, a raça do animal, a idade e a capacidade de resposta do sistema imunológico do animal (CHAVES, 2007). 28 PATOGENIA O início da infecção ocorre no extrato córneo e pêlos não havendo invasão das camadas mais profundas. As hifas dos fungos penetram na haste do pelo, causandoa fragmentação do mesmo e conseqüente alopecia (PERES, et al. 2010). Há espécies de fungos que tem crescimento de artrósporos no interior dos fios, chamados de endothrix, porém as espécies de dermatófitos que contaminam animais caracterizam-se por uma invasão de micélios no interior do pelo e grupamentos de artrósporos na superfície externa do fio apresentando crescimento do tipo ectothrix (AVANTE, et al.2009). Os fungos são aeróbios estritos e acabam morrendo sob as crostas formadas pela descamação e exsudatos, sendo que sobrevivem apenas os fungos que estão na periferia da lesão podendo assim conferir o formato circular de crescimento centrífugo característico da infecção (RADOSTITS et.al 2002). Os sinais aparecem cerca de 7 a 10 dias após a exposição (MULLER e KIRK’S, 2013). Um sistema imunológico competente e capaz de montar uma resposta inflamatória adequada torna normalmente a infecção autolimitante, ou seja, o animal acaba tendo remissão espontânea dos sinais mesmo sem tratamento (PATEL E FORSYTHE, 2011). 29 SINAIS CLINICOS Os sinais clínicos se apresentam por áreas alopécicas circulares ou não, com ou sem formação de crostas e eritema, com maior predominância na região da cabeça e extremidades. A lesão circular característica conhecida como ringworm (FIGURA 10) ou lesão anular e o prurido nem sempre estão presentes. (MORIELLO, 2014). FIGURA 10 – “RINGWORM”: LESÃO ALOPÉCICA CIRCUNSCRITA EM ARTICULAÇÃO ESCÁPULO UMERAL EM MEMBRO TORÁCICO DIREITO DE UM GATO FONTE: www.peticy.com A presença de pseudomicetomas (FIGURA 11) é rara e costuma acometer gatos persas. Quando presente caracteriza-se por uma lesão nodular que envolve derme e tecido subcutâneo, na qual isola-se o M. canis (PEREIRA, et al. 2006). Uma reação de hipersensibilidade do tipo granulomatosa pode ser a causa do aparecimento dos pseudomicetomas (PEREIRA, et al. 2006). 30 Outra manifestação possível é a formação de quérions que se caracterizam por área delimitada de foliculite supurativa, na qual há também a contaminação por bactérias além de fungos, normalmente apresenta-se como uma lesão edemaciada e purulenta (FERREIRA et al. 2006). FIGURA 11- FORMAÇÃO NODULAR SUBCUTANEA CARACTERISTICA DE PSEUDOMICETOMA EM REGIÃO DORSAL DE GATO FONTE: http://vetbook.org/wiki/cat/index.php?title=Dermatophytic_pseudo-mycetome A onicomicose é o nome dado quando os fungos acometem as unhas, tornando as frágeis e quebradiças, e normalmente são causados por M. canis e T. mentagrophytes (PERES, et al. 2010). Animais portadores de FIV/FELV tendem a desenvolver formas mais graves da doença, assim como a presença de ectoparasitos também pode determinar uma forma mais severa dos sinais (TONELLI, 2003). ASPECTOS ZOONÓTICOS 31 O gato como hospedeiro natural e carreador assintomático da dermatofitose é o principal transmissor dessa dermatopatia para os seres humanos, sendo que a maioria das contaminações humanas por fungos zoofílicos são causadas por M. canis, principalmente em crianças menores de doze anos, provavelmente pelo hábito de acariciar os animais portadores (COSTA, 2011). Cerca de 50% das pessoas expostas a gatos contaminados desenvolvem lesões e em 70% de todos os ambientes que abrigam um gato infectado, ao menos uma pessoa acaba desenvolvendo a doença (MULLER e KIRK’S, 2013). Nos seres humanos a doença causada por esses dermatófitos é chamada de tínea, e é transmitida por contato direto ou indireto, causa lesões na pele ou unhas, e essas lesões são eritematosas, circulares e pruriginosas (FIGURA.12) (ALMEIDA, 2011) FIGURA 12- LESÃO CIRCULAR ERITEMATOSA, DE BORDAS SALIENTES CARACTERÍSTICA DE DERMATOFITOSE EM HUMANOS. FONTE: http://dicionariosaude.com/tinha/#arvlbdata 32 DIAGNÓSTICO O diagnóstico da dermatofitose é feito pela análise do histórico do animal, anamnese cuidadosa e os exames complementares, sendo estes muito importantes para determinar a espécie do fungo causador da doença (CARVALHO, 2010). Os exames complementares usados são a lâmpada de Wood, a cultura fúngica e tricograma (MORIELLO, 2014). LÂMPADA DE WOOD A lâmpada deve ser pré-aquecida por 10-15 minutos antes da sua utilização, para chegar a temperatura adequada. Os pelos devem ser expostos durante três a cinco minutos para que possam fluorescer em caso de diagnóstico positivo. O diagnóstico falso-positivo pode ocorrer em presença de algumas substâncias como: sabão, pomadas e antibióticos, que impregnadas no pelo também podem fazer com que ocorra a fluorescência (SCOTT, et al.1996). Os diagnósticos falso-negativos também podem ocorrer já que a fluorescência da lâmpada de Wood ocorre apenas na presença do M.canis devido a um metabólito de triptofano produzido por este em 50 a 70% dos casos (FIGURA 13), portanto, mesmo que o resultado seja negativo para este teste não deve se descartar a possibilidade da existência da dermatofitose (MORIELLO, 2014). 33 FIGURA 13- FLUORESCENCIA POSITIVA DOS PELOS DA REGIÃO AURICULAR EM GATO CONTAMINADO POR M. canis. FONTE: http://vespcampinas.com.br/dermatofitose-em-caes-e-gatos EXAME MICROSCÓPICO DIRETO Também conhecido como tricograma é realizado com amostras de raspado de pele e pelos das lesões e colocados sobre lâminas que são examinadas ao microscópio óptico, é um exame rápido e de fácil execução no qual pode se ver hifas e artroconídeos nas hastes pilosas quando em presença de dermatófitos. Tracionados completamente pela raiz, os pelos são colocados numa lâmina com uma gota de óleo mineral e agentes clareadores onde é sobreposta outra lâmina, utilizando-se uma objetiva de baixa ampliação (10x) (PAIS, et al. 2013). CULTURA MICOLÓGICA É o meio de diagnóstico mais confiável, no qual se utiliza normalmente o meio ágar sabouraud-dextrose adicionado de agentes bactericidas como 34 penicilina ou tetraciclina, gentamicina, estreptomicina ou clorafenicol, que reduz a velocidade de crescimento de bactérias (ROEHE, 2014). O material colhido para amostra compõe-se de raspado dérmico e pelos quebradiços retirados das áreas acometidas após limpeza prévia das lesões (REGO, 2008) ou através da escovação em animais assintomáticos (MULLER E KIRK’S, 2013). Os dermatófitos comuns em gatos crescem em aproximadamente quatro a sete dias, à temperatura de 25-28ºC, porém, mesmo que a cultura resulte negativa neste período, a amostra deve ser observada por até 21 dias. A identificação do fungo é feita de acordo com as características das colônias que cresceram, as colônias de M. canis por exemplo apresentam aspecto algodonoso, de coloração branca na superfície e abaixo dela a cor amarelo- alaranjado (FIGURA 14 B) (ROEHE, 2014). A avaliação microscópica também é de grande importância para a identificação do fungo, sendo que são observados no microscópio os macroconídeos e microconídeos, assim como as hifas que podem ter variadas formas. O M. canis apresenta macroconídeos em forma navicular, septados, podendo ser visualizados as vezes também estruturas menores chamadas de microconídeos (FIGURA 14 A) (GOMES, 2004). 35 FIGURA 14- ASPECTO MICROSCÓPICO DOS MACROCONIDEOS CARACTERISTICOS DE M. canis (figura A) E ASPECTO MACROSCÓPICO ALGODONOSO DE COLORAÇÃO BRANCA DE COLÔNIA TAMBÉM DE M. canis (figura B) FONTE:http://www.mycology.adelaide.edu.au/Fungal_Descriptions/Dermatophytes/Micr osporum/Microsporum_canis.html Algunsdiagnósticos diferenciais a serem levados em consideração em gatos são a queiletielose, a demodiciose, sarna notoédrica e alopecia psicogênica, assim como os pseudomicetomas devem ser diferenciados de outros granulomas ou neoplasias, como mastocitoma e linfoma e a onicomicose deve ser diferenciada de outras infecções bacterianas, deficiências nutricionais ou doenças autoimunes ( SCOTT, et al.1996). 36 TRATAMENTO Para o sucesso do tratamento da dermatofitose deve-se incluir uma boa nutrição do animal, visando o aumento da imunidade, avaliação e tratamento de qualquer outra doença presente, uma limpeza eficiente do ambiente e uso de medicamentos adequados para que a cura seja acelerada (AVANTE et al. 2009). Para aumentar a eficiência do tratamento, deve se realizar tricotomia no animal e dar início a terapia tópica e sistêmica com medicamentos específicos para tal finalidade. O tratamento só deve parar após pelo menos duas culturas fúngicas negativas a intervalos semanais, e quando não for possível realizar este exame deve-se prolongar o tratamento até duas semanas após a cura clínica (MULLER e KIRK’S, 2013). TRATAMENTO TÓPICO O uso de xampus e loções são recomendados nos casos de dermatofitose como método para auxiliar no tratamento e são eficazes para evitar tanto a contaminação de seres humanos e de outros animais, quanto a recontaminação do paciente, mas diferentemente do uso em humanos, o tratamento tópico isolado em gatos pode favorecer a instalação de infecções subclínicas crônicas, por isso deve ser associado sempre a uma medicação sistêmica (TONELLI 2003). As medicações tópicas podem variar a sua composição, porém, o uso de glicocorticoides associados a antifúngicos só deve ser usada em casos de lesões extremamente inflamadas e por um curto espaço de tempo, já que este 37 pode ser útil na rápida resolução da inflamação ajudando na cura das lesões (SCOTT, et al. 1996). Os xampus são recomendados principalmente em lesões múltiplas ou generalizadas por ser fácil de aplicar e se espalhar muito bem sobre a superfície da pele, quanto do uso de loções e pomadas não são indicadas pela dificuldade de espalhá-las sobre todas as lesões e pelo risco de lambedura pelo animal logo após aplicação, porém se utilizadas a pele deve ser cuidadosamente limpa, retirando-se todas as crostas e em seguida passando o medicamento e esfregando bem sobre as lesões (TONELLI, 2003). Entre os fungicidas tópicos podemos citar o Enilconazol solução a 0,2%, como um dos produtos mais eficazes (FONDATI, 2007) além do enilconazol há ainda como opções para o tratamento tópico o clotrimazol 1%, o cetoconazol 2% e o miconazol 2% apresentam-se como boas opções para o tratamento. (MACIEL e VIANA 2005). Com relação aos xampus deve-se usar uma quantidade suficiente do produto para formar espuma e deixar o produto agir por cerca de 10 minutos na pele do animal, todos devem ser utilizados inicialmente de duas a três vezes por semana podendo seu uso ser espaçado para uma vez por semana após quatro semanas. O tratamento deve durar durante o tempo de uso da medicação sistêmica (MORIELLO, 2004). TRATAMENTO SISTÊMICO Griseofulvina 38 Desenvolvido a partir da Penicillium griseofulvum o fármaco é eficaz quando administrada via oral, atua inibindo a mitose dos fungos (GOMES, 2004). O uso em gatas prenhas não é recomendado nos primeiros dois terços da gestação por provocar má formação do feto, o tratamento em filhotes pode ser feito a partir do momento em que eles começam a se alimentar sozinhos, embora o uso em lactantes se mostre seguro a griseofulvina está associada a casos de leucopenia, anemia, letargia, anorexia, ataxia e depressão nestes filhotes (NOBRE et al. 2002). Também deve se evitar seu uso em animais imunossuprimidos por um dos seus efeitos colaterais ser a mielossupressão (NOBRE et al. 2002). Tratamentos longos ou realizados em animais muito jovens devem ser monitorados com hemogramas. As reações adversas mais leves podem incluir anorexia, vômito e diarréia e como reação mais grave temos a mielossupressão que pode levar a óbito (MULLER e KIRK’S, 2013). A dose recomendada de griseofulvina para pequenos animais é de 50 mg/kg via oral a cada 24 horas ou 25 mg/kg a cada 12 horas (FONDATI, 2007). Cetoconazol A dose recomendada é de 10mg/kg a cada 24 horas por três a seis semanas. Droga de excelente ação contra a dermatofitose e tem efeito superior a griseofulvina, porém é recomendado que seu uso seja reservado para os casos resistentes. Os efeitos colaterais podem incluir anorexia, perda de peso, vômito, diarréia, elevação das enzimas hepáticas (ALT), icterícia (TONELI, 2003). 39 Terbinafina Age inibindo a enzima esqualeno epoxidase do fungo, tendo assim ação fungicida contra dermatófitos. Recomenda-se seu uso nos casos de intolerância as outras substâncias mais eficazes ou em caso de fêmeas prenhas, pois sua ação não é completamente satisfatória em muitos casos. Os efeitos colaterais incluem alterações gastrintestinais e aumento das concentrações de ALT quando usado em dosagens superiores a de 30- 40mg/kg (MADISSON,2011). A dose recomendada é de 30-40mg/kg a cada 24 horas, entretanto cães e gatos podem ser tratados eficazmente com apenas 8-25mg/kg da droga a cada 24 horas (FONDATI, 2007). Itraconazol O itraconazol é um derivado triazólico sintético, que apresenta um largo espectro de ação contra as dermatofitoses.Sua ingestão é recomendada logo após uma refeição para ter máxima absorção (BALDA, 2009). É um medicamento com poucos efeitos colaterais e tão ou mais eficaz do que a griseofulvina e o cetaconazol. Recomendado como droga de eleição para gatos devido a sua eficiência e pouca toxicidade. Apesar de na dose recomendada não apresentar efeito teratogênico, sua administração não é recomendada durante a prenhez (MORIELLO, 2004). Seu uso ainda é recomendado após extração cirúrgica de pseudomicetomas sendo muito eficiente também nestes casos. (GONÇALVES e FILHO, 2015) 40 A dose recomendada é de 10mg/kg de itraconazol a cada 24 horas (FONDATI, 2007) (FIGURA 14). FIGURA 14 – GATA, 6 ANOS, COM LESÃO ALOPÉCICA EM REGIÃO CEFÁLICA E CERVICAL DORSAL, ANTES E DEPOIS DO TRATAMENTO TÓPICO A BASE DE MICONAZOL ASSOCIADO AO USO SISTÊMICO DE ITRACONAZOL APRESENTANDO TOTAL REMISSÃO DO QUADRO CLÍNICO. 7.3 PULSOTERAPIA A pulsoterapia tem um custo de tratamento menor e é indicada em casos em que há um número grande de animais acometidos. Baseia-se no uso de altas doses de drogas que se acumulam nos tecidos queratinizados, como o itraconazol e a terbinafina. A dose recomendada do itraconazol é de 10 mg/kg e da terbinafina é de 20 mg/kg a cada 24 horas, por um período de sete dias, esse período de tratamento dá-se o nome de pulso seguidos por 21 dias de descanso. A estes intervalos de tempo que compreendem pulso e descanso dá-se o nome de ciclo e cada animal necessitará de um número de ciclos 41 diferentes até sua cura durando normalmente cerca de 60 dias ou até se obter duas culturas fúngicas negativas. Nos cuidados é recomendado hemogramas e acompanhamento de enzimas hepáticas pelo menos uma vez por mês (BALDA, 2009). 42 PROGNÓSTICO Gatos que apresentam bom estado de saúde podem apresentar quadro autolimitante, com um prognóstico muito favorável, embora todos os cuidadoscom o tratamento devam ser adotados para se evitar transmissão aos humanos ou aos outros animais (MULLER e KIRK’S, 2013). Já animais imunocomprometidos, que já sejam portadores de outras enfermidades como diabetes mellitus, FIV/FELV ou neoplasias, o prognóstico acaba sendo reservado. Em ambos os casos, o fator de maior dificuldade no tratamento é a contaminação ambiental e o tratamento incorreto o que pode gerar aparecimento de casos crônicos e recidivas (TONELLI, 2003). 43 CONTROLE E PREVENÇÃO Os esporos fúngicos podem permanecer viáveis no ambiente por até 18 meses em condições de temperatura e umidade adequadas, por isso é necessário um cuidadoso tratamento do ambiente. (MADRID et al. 2012). A cama onde o animal dorme deve ser lavada assim como todas suas cobertas ou qualquer outro tecido que possa servir de depósito para material contaminado por dermatófitos. O uso de alvejante nestes itens é recomendado (MULLER e KIRK’S, 2013). Atenção especial também deve ser dada aos móveis, tapetes e cortinas por onde o animal circula, sendo recomendado o uso de vapor quente, caso não seja possível deve-se utilizar hipoclorito de sódio 0,5% ou clorexidine (TONELLI, 2003). O controle e eliminação das dermatofitoses em criatórios pode ser um desafio ainda maior, não sendo recomendada a introdução de novos animais sem antes realizar exames adequados nos animais para saber se estão livres da doença (AVANTE, et al. 2009). Em criatórios onde a dermatofitose já esteja instalada, além dos cuidados já citados com ambiente, deve-se realizar exames complementares e um tratamento adequado dos animais positivos. O animal é considerado curado da dermatofitose após o resultado de pelo menos duas culturas fúngicas negativas no intervalo de uma semana (MULLER e KIRK’S, 2013). 44 VACINAÇÃO Uma vacina comercial morta contra M. canis (Fel-O-Vax MC-K, Fort Dodge Laboratories) é controversa. Ela não parece evitar a infecção pelo dermatófito, e sim auxilia na resolução das lesões clínicas, porem o animal pode tornar-se carreador assintomático. (MULLER e KIRK’S,2013). Segundo SILVA (2010), a vacina Biocan M® apresentou uma elevação significativa na titulação de anticorpos contra dermatofitoses, sendo utilizadas doses de 1ml via subcutânea com intervalos de 14 dias, apresentando-se como uma possível alternativa a prevenção e tratamento destas, embora a alta titulação por si só não confira imunidade ao animal e estes não foram expostos ao antígeno neste estudo para confirmação da eficácia prática da mesma, sendo necessário mais estudos para validação ou não da sua eficiência. Literaturas mais novas não indicam a vacinação pois estimula a imunidade humoral e não a imunidade celular. 45 FITOTERAPIA Um meio alternativo que vem sendo cada vez mais valorizado na atualidade para tratamento e controle de microorganismos é a fitoterapia. Baseada na extração de componentes brutos ou óleos essenciais das mais variadas plantas, como método mais economicamente viável, vem merecendo grande atenção de muitas instituições pelos resultados positivos alcançados por várias pesquisas (MARINHO et al. 2007). Segundo FRIAS e ANDREANI (2010) algumas espécies de plantas da floresta tropical possuem propriedades terapêuticas antifúngicas e estudos tem sido realizados para averiguar o possível uso e tais extratos na rotina clinica.Alguns dos extratos brutos relacionados são os de: Coyza aegyptiaca com propriedades fungicidas e fungistáticas conferidas pelos taninos e flavonóides sobre M. canis, M. gypseum, T. mentagrophytes e Candia; citronela, eucalipto e romã aparecem como bons fungistáticos contra T. mentagrophytes; manga, eucalipto e romã atuam como fungistáticos para M.canis. Já outras plantas como arruda, cravo de defunto, citronela, graviola, tiririca e flores e folhas de calêndula favoreceram o crescimento dos fungos, não sendo adequados para a finalidade de tratar dermatofitoses. Os óleos essenciais também estão sendo testados para o controle de dermatófitos e fungos sapróbios, dentre alguns oleos essenciais extraídos de limão teve alta atividade fungica para todos os dermatófitos testados,o óleo essencial de citronela, e de alguns de seus componentes componentes como citral, geraniol, citronelol e citronelal foram testados em Cândida albicans, Microsporum gypseum, Sporothrix schenckii e Aspergillus Níger, sendo que só foi eficaz contra Microsporum gypseum .Outro óleo essencial testado foi o de 46 eucalipto que se apresentou eficaz em testes de laboratório para T. mentagrophytes (FRIAS e ANDREANI, 2010). Os resultados alcançados apresentam a fitoterapia como uma alternativa promissora para o futuro, com menos efeitos colaterais e que acompanha a crescente procura do mercado por formas mais naturais de tratamento. As pesquisas vem dar confiabilidade a estes métodos, na verdade não tão novos e se mostram de extrema importância para classificar quais planta e sob qual forma devem ser usadas para conseguir os resultados desejados (MARINHO et al. 2007). 47 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os casos de dermatofitoses são frequentes na clínica médica de pequenos animais. O tratamento correto é feito com a escolha da medicação mais indicada para cada caso, respeitando o prazo de duração dessa medicação, que é essencial para a cura da dermatofitose. É importante também conscientizar o proprietário a respeito, pois se tratar de uma zoonose facilmente transmissível, informando as pessoas sobre a importância do tratamento adequado do animal, da desinfecção do ambiente e do tratamento dos demais animais da casa quando portadores, só assim podemos com segurança eliminar os dermatófitos e promover a completa cura do animal sintomático evitando recidivas e contaminações de outros animais e pessoas. 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -ALMEIDA, Sandro Rogério de. Apostila de Micologia Clínica. Faculdade Ciências Farmacêuticas Universidade de São Paulo. Pg 6,2011. 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Professora orientadora: Fabiana dos Santos Monti. CURITIBA 2016 TERMO DE APROVAÇÃO ANA LUIZA COLLARES BRIGOLA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C.) Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção de título Médica Veterinária por uma banca examinadora do curso de Medicina veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 24 de Fevereiro de 2016 Orientadora: _________________________ Prof.ª Fabiana dos Santos Monti Universidade Tuiuti do Paraná __________________________ Prof. Diogo da Motta Ferreira Universidade Tuiuti do Paraná_________________________ Prof. ª Rhea Silvia Cassuli L. dos Santos Universidade Tuiuti do Paraná AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer primeiramente а Deus que permitiu tudo isso acontecer, me dando forças para superar todas as barreiras e chegar até aqui. A minha família que me deu a oportunidade de fazer o curso realizando assim um grande sonho. A minha orientadora Fabiana dos Santos Monti pela sua ajuda, correções е incentivos. E a todos fizeram parte dа minha formação, muito obrigado. LISTA DE ABREVIATURAS UTP.....................................................................Universidade Tuiuti do Paraná TCC................................................................Trabalho de Conclusão de Curso CEMV-UTP........................................Centro de Estudos Médico Veterinários da Universidade Tuiuti do Paraná CRMV.............................................Conselho Regional de Medicina Veterinária PR.............................................................................................................Paraná M.canis......................,............................................................Microsporum canis M.gypseus.........................................................................Microsporum gypseus pH.................................................................................Potencial Hidrogênionico T.mentagrophytes...................................................Tricophyton mentagrophytes FIV...................................................................Virús da Imunodeficiência Felina FELV............................................................................Virús da Leucemia Felina ALT..............................................................................Alanina Aminotransferase FA............................................................................................Fosfatase Alcalina GGT..........................................................................Gama Glutamil Transferase Mg..........................................................................................................Miligrama Kg................................................................................................................Quilos LISTA DE FIGURAS FIGURA 1-CONSULTÓRIO DA CEMV-UTP....................................................14 FIGURA 2-CONSULTÓRIO PARA GATOS DA CEMV-UTP...........................14 FIGURA 3-BLOCO CIRÚRGICO DA CEMV-UTP............................................15 FIGURA 4-SALA DE EMERGÊNCIA CEMV-UTP............................................15 FIGURA 5-SALA DE ULTRASSONOGRAFIA CEMV-UTP..............................16 FIGURA 6– DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO TOTAL DE CASOS (N=134) ENTRE CÃES E GATOS ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015 NA CEMV- UTP....................................................................................................................17 FIGURA 07 – DISTRIBUIÇÃO DA CASUÍSTICA, SEPARADA POR SISTEMAS, ACOMPANHADA NA ROTINA DA CLÍNICA MÉDICA DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO, DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015 NA CEMV- UTP...................................................................................................................18 FIGURA 8- TRICOPHYTON MENTAGROPHYTES EM CULTURA FÚNGICA..........................................................................................................26 FIGURA 9: MACRONÍDEOS de MICROSPORUM CANIS EM CULTURA FÚNGICA..........................................................................................................26 FIGURA 10 – “RINGWORM”: LESÃO ALOPÉCICA CIRCUNSCRITA EM ARTICULAÇÃO ESCÁPULO UMERAL EM MEMBRO TORÁCICO DIREITO DE UM GATO.........................................................................................................29 FIGURA 11- FORMAÇÃO NODULAR SUBCUTANEA CARACTERISTICA DE PSEUDOMICETOMA EM REGIÃO DORSAL DE GATO.................................................................................................................30 FIGURA 11- FORMAÇÃO NODULAR SUBCUTANEA CARACTERISTICA DE PSEUDOMICETOMA EM REGIÃO DORSAL DE GATO.................................31 FIGURA 13- FLUORESCENCIA POSITIVA DOS PELOS DA REGIÃO AURICULAR EM GATO CONTAMINADO POR M. canis.................................34 FIGURA 14- ASPECTO MICROSCÓPICO DOS MACROCONIDEOS CARACTERISTICOS DE M. canis (figura A) E ASPECTO MACROSCÓPICO ALGODONOSO DE COLORAÇÃO BRANCA DE COLÔNIA TAMBÉM DE M. canis (figura B)..................................................................................................36 FIGURA 14– GATA, 6 ANOS, COM LESÃO ALOPÉCICA EM REGIÃO CEFÁLICA E CERVICAL DORSAL, ANTES E DEPOIS DO TRATAMENTO TÓPICO A BASE DE MICONAZOL ASSOCIADO AO USO SISTÊMICO DE ITRACONAZOL APRESENTANDO TOTAL REMISSÃO DO QUADRO CLÍNICO........................................................................................................................41 LISTA DE QUADROS QUADRO 01- CASUÍSTICA DO SISTEMA LOCOMOTOR NA CEMV-UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015............................19 QUADRO 2- CASUÍSTICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO NA CEMV-UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015............................19 QUADRO 3 - CASUÍSTICA DO SISTEMA REPRODUTOR NA CEMV-UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015...........................20 QUADRO 4 - CASUÍSTICA DO SISTEMA TEGUMENTAR NA CEMV-UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015............................20 QUADRO 5 – OUTROS ATENDIMENTOS ACOMPANHADOS NA CASUÍSTICA DA CLINICA GERAL NA CEMV-UTP NO PERÍODO DE 27 DE JULHO A 06 DE OUTUBRO DE 2015..............................................................21 SUMÁRIO - RESUMO ........................................................................................................11 1INTRODUÇÃO RELATÓRIO DE ESTÁGIO..................................................12 2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTAGIO.......................................................13 2.1 INFRA ESTRUTURA...................................................................................13 3 CASUÍSTICA E DISCUSSÃO........................................................................17 - DERMATOFITOSE EM GATOS- REVISÃO DE LITERATURA.....................23 RESUMO...........................................................................................................23 INTRODUÇÃO..................................................................................................24 ETIOLOGIA.......................................................................................................25 EPIDEMIOLOGIA..............................................................................................27 PATOGÊNIA......................................................................................................28 SINAIS CLÍNICOS.............................................................................................29 ASPECTOS ZOONÓTICOS.............................................................................30 DIAGNÓSTICO.................................................................................................32 LAMPADA DE WOOD.......................................................................................32 EXAME MICROSCÓPICO DIRETO..................................................................33 CULTURA MICOLÓGICA.................................................................................33TRATAMENTO.................................................................................................36 TRATAMENTO TÓPICO...................................................................................36 TRATAMENTO SISTÊMICO.............................................................................37 Griseofulvina.....................................................................................................37 Cetoconazol.......................................................................................................38 Terbinafina.........................................................................................................39 Itraconazol.........................................................................................................39 PULSOTERAPIA...............................................................................................40 PROGNÓSTICO................................................................................................42 PREVENÇÃO E CONTROLE............................................................................43 VACINAÇÃO.....................................................................................................44 FITOTERAPIA...................................................................................................45 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................49
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